Capitulo 11
Walkiria corria velozmente de volta ao hotel, depois de uma sessão de mais de uma hora, Serra acima. Estava tão empenhada em aliviar a mente, que atingiu o Pico em impressionantes 25 minutos. Entrou no hotel ainda correndo e num primeiro impulso encaminhou-se para a cozinha. A meio do trajeto, mudou de ideia. Diana já tinha dito que dava conta sozinha e ela precisava se libertar daquela responsabilidade. Nahima diria que era controlo. Riu ao lembrar das palavras dela e no fundo, tinha razão. Precisava abrir mão do controle e não era apenas da cozinha da Diana. Mas, uma coisa de cada vez. Absorveu o cheiro maravilhoso que invadia os ares do hotel e sorrindo, dirigiu-se ao Loft.
Depois de curto treino de cardio com a ajuda do seu saco de boxe, estirou-se no chão, completamente esgotada. Seu corpo gritava por um alongamento, ou uma massagem profunda, mas o que ganhou foi uma quantidade infinita de lambidas de seu cachorro.
-Ei, mas quem é vivo, sempre aparece. Saudades tuas, seu fujão. - Sentou no chão de madeira e encheu o cão de afeto. - Hoje não apareceste para me acompanhar na subida. Perdeste o espetáculo do nascer do sol.
Ficou abraçada ao cachorro apreciando as primeiras horas da manhã no seu refúgio. Era tão bom viver ali. Tinhas poucas certezas na vida, mas com certeza, viver naquele pedaço de chão para sempre, era uma delas. Zuri latiu como se tivesse lido o seu pensamento e concordasse.
-Eu tenho uma certa inveja de ti, Zuri. Tu és livre, fazes o que queres, vais e voltas quando queres, não dás satisfações a ninguém e eu te amo incondicionalmente.
Zuri latiu e ambos passaram a admirar a beleza estonteante do amanhecer por ali. O silêncio só era quebrado pelos sons da natureza, o chilrear dos pássaros, a dança das folhas das árvores e a brisa suave da manhã.
Walkiria suspirou profundamente e olhou para o seu cachorro que parecia expectante.
-O que foi, curioso? Bom, se calhar nem estás curioso e eu que preciso desabafar. - Riu. - Era só o que me faltava. Não sei o que essa mulher tem, mas ela seduz sem esforço. Acho que ela seduz apenas por existir...e eu devo estar doida, mais doida ainda...
Zuri levantou uma das orelhas e inclinou a cabeça para um dos lados, arrancando mais uma risada de Walkiria.
-Curioso! Mas eu vou contar antes que exploda com toda essa tensão. Ela é doida Zuri, pior do que eu. Ela me beijou, ou fui eu? Nem sei mais...ela me pegou e...porr* que pegada que essa mulher tem, meu Deus. Ainda bem que de vez em quando sou atacada por uma certa covardia e sai de lá correndo como uma adolescente assustada. Analisando bem, fui uma idiota, mas essa atitude insensata me salvou de uma loucura sem precedentes. Minha vontade era...sem comentários e tu não podes ouvir essas coisas. - Riu mais uma vez.
Zuri encarou-a mais uma vez como quem esperava uma conclusão do relato.
-O quê? Sim, ela é linda...lindíssima. Mas não é isso, eu vejo mulheres lindas aos montes. Sabes um olhar que te acende e te acalma na mesma intensidade? Claro que não sabes, não entendes de humanos. Ela tem alguma coisa que me deixa desnorteada e ao mesmo tempo, querendo mais...mais...ah, deixa isso para lá. Eu devo estar perturbada e inventando filmes na minha cabeça.
Zuri ganiu e fez uma expressão engraçada, arrancando mais uma risada de Walkiria.
-Tua versão fofoqueira eu ainda não conhecia. Vamos trabalhar? Aliás, eu vou trabalhar e tu vais correr solto por aí. Que inveja! Hoje tenho reuniões chatas na cidade, haja coragem, foco e paciência.
*****
O final da tarde na serra era sempre um momento de paz e foi exatamente isso que Walkiria experimentou ao desligar a sua moto. Não obstante, o esgotamento mental causado pela sucessão de reuniões, sem que definições tivessem ficado muito claras, voltar para casa era revigorante. Como sempre, olhava com orgulho e satisfação para a obra que construíra com tanto esforço e dedicação, e repetia a si mesma que lutaria até às últimas forças para manter aquele lugar de pé. Não se tratava apenas de um empreendimento, era um pedaço dela, um pedaço forte de sua alma que pulsava ali.
Entrou no hotel e rapidamente esqueceu seu cansaço. Clientes felizes, tudo organizado, espaço físico relaxante, seus colaboradores zelando por tudo como se estivessem na própria casa...ah, tudo se resolveria para o bem. Tinha de acreditar e acreditava.
Procurou Greta com o olhar pelas imediações do hotel, mas dela nem sinal. Deveria estar a ministrar uma aula nas traseiras com vista para o vale. Às vezes ela mudava de cenário e os hóspedes adoravam. Nada de Greta, mas para sua surpresa, viu Gary à conversa com Nahima no lounge. Seu corpo reagiu de uma forma que não entendeu. Foi muito rápido e intenso. Quando percebeu, já estava a poucos metros deles. Sem que notassem a sua presença, viu um abraço afetuoso que partiu de Nahima e que Gary correspondeu, ainda que timidamente. Estranhou aquela atitude. Estaria a sua amiga a flertar com Gary? Sacudiu a cabeça. Não tinha nada a ver com a vida de nenhum deles...
-Olá! - Finalmente conseguiu abrir a boca.
-Ei, estava á tua espera! - O sorriso de Nahima sempre conseguia varrer qualquer preocupação da sua mente.
-Com licença. Preciso ir. - Disse Gary com seu habitual tom retraído.
-Muito obrigada, Gary!
Gary apenas maneou a cabeça e seguiu seu caminho. Walkiria notou muito afeto no olhar de Nahima. Quase perguntou o que estava a acontecer, mas calou-se a tempo de não passar por intrometida. Mas a cena, com certeza, permaneceria na sua mente...
-Viste a Greta? - Perguntou a primeira coisa que lhe veio à mente. A cena que acabara de presenciar exigiria alguma reflexão, mas no momento precisava abstrair.
-Ela está a dar aulas do outro lado. - E sorria. A arma secreta para desviar Walkiria de qualquer problema mais sério.
-Hum ok. Acabei de chegar da cidade, dia cheio por lá e ainda tem mais tarefas para essa pobre mulher.
Riram e se olharam com profundidade, ainda que por escassos segundos. Sorriram.
-Precisava conversar contigo e como voltei mais cedo do trabalho...vim para cá...- Ela parecia hesitante e Walkiria experimentou um alvoroço no peito nada usual.
-Eu ia passar na tua casa, mas antes vim para cá porque tenho coisas a resolver...
-Então ainda bem que eu vim...sintonizadas. -Piscou o olho e foi mais um momento de intensa troca de olhares.
-Podemos conversar na minha casa? É que preciso enviar um email com alguma urgência. Se não te importas...
-Claro que não. Eu espero no teu quintal aprazível. Pode ser?
-Claro! Vamos?
-Hum-hum!
Seguiram conversando amenidades, disfarçando uma tensão mútua e aparentemente sem sentido.
*****
Walkiria nem se deu ao trabalho de desligar o laptop, depois de enviar o email, pois a cena que via através do vidro da janela, captou-lhe completamente a atenção. Zuri, brincava com Nahima. Ela empurrava o saco de boxe e ele tentava alcançar. Grande algazarra no seu quintal. Aquele cachorro era surpreendente. Há dias que não aparecia naquele horário...
-Ele deve ter sentido cheiro de novidade e resolveu aparecer. - Disse com as mãos cruzadas abaixo dos seios enquanto observava a cena.
-Ele é muito lindo e inteligente! - Nahima parecia extasiada com as virtudes do cachorro.
-E abusado, fujão, mundano. Não é meu amor? - Zuri pulou nas pernas de Walkiria e recebeu muito carinho.
-Ele é maravilhoso e sedutor.
-E eu completamente apaixonada por esse sem vergonha. Meu companheiro, quase fiel.
Riram às gargalhadas. Zuri pulou por mais algum tempo e depois embrenhou-se pela mata como era habitual.
Nos minutos que se seguiram, apreciaram o nevoeiro descendo pela serra e envolvendo o hotel. Aquele momento era sempre sagrado para Walkiria. Nahima pareceu apreciar na mesma intensidade e também permaneceu em silêncio.
-É uma pena que minha aldeia fique bem mais abaixo. Lá, as nuvens não chegam com essa intensidade. Aqui parece que estamos a voar dentro delas...é maravilhoso.
-A mente fica leve, parece que tudo fica pequeno. Esse é o meu momento do dia...
-É teu momento de meditação. Não precisas ficar em posição de lótus, nem nada que se pareça para ter um momento de introspeção...
-Não tinha pensado nisso. Então, eu medito?
Riram muito.
-Tens teu próprio ritual, isso que importa.
-Mas com certeza não foi para falar das minhas práticas meditativas que vieste para cá. Estou certa?
Nahima sorriu e mordeu o lábio inferior. Walkiria não a conhecia tão bem, mas já sabia que aquele gesto denunciava algum nervosismo. Ficou alerta.
-Estou a fazer rodeios, logo eu que normalmente sou bem direta...
-Para tudo há uma primeira vez. Tens sido bastante direta...confesso que agora estou mais curiosa.
-É...costumo ser...- Mordeu o lábio mais uma vez e ficou levemente ruborizada.
-Ficaste vermelha? Agora sim, estou curiosa. Tu tens sempre o controle de tudo.
-Ah para...- Soltou o ar e olhou para a mata.
-Estava a brincar...para descontrair e mais, eu não mordo. - Brincou.
-Passei o dia pensando em ti - A expressão de repente era muito séria. - Não assim...não pensando em ti, mas pensando no que aconteceu lá em casa ontem à noite...
Walkiria passara o dia todo pensando exatamente na mesma coisa. O dia inteiro, até em situações inusitadas. Mas, não verbalizou. Queria ouvir o que Nahima tinha a dizer.
- Fiquei com receio que tivesse passado uma impressão errada.
Walkiria arqueou a sobrancelha tentando entender o que se passava na cabeça de Nahima.
-Não saía da minha cabeça que pudesses pensar que fiz aquilo tudo para aproveitar da tua fragilidade, tirar proveito... sei lá. - Desabafou.
-Aquilo tudo o quê?
-Tudo o que aconteceu...o jantar, o vinho...tudo que veio depois...
-Nahima, eu não sou nenhuma menininha deslumbrada do interior a quem possam iludir, ludibriar. Foi essa a impressão que passei? - Walkiria estava levemente alterada.
-Não! Claro que não. Tu és uma mulher e tanto...
-Então?
-Eu também nem sei o que estou a dizer. Estou numa posição inédita...ter de me explicar por alguma coisa que fiz...
-Fizemos, e estás a explicar porque queres. Eu não pedi nada. Não aconteceu nada demais...para mim não passou de uma brincadeira regada a vinho...
-Eu não costumo beijar mulheres que jantam comigo. Nem passa pela minha cabeça tal situação.
-Então é isso, estás abalada porque foi algo novo e fora do teu radar...é isso?
-Em parte sim...mas eu também não queria que pensasses que de alguma forma eu me aproveitei do teu abalo emocional para brincar...sei lá...
-Nahima, isso nunca passou pela minha cabeça. Acho que já entendi...- Sorriu.
-O quê?
-Estás receosa que a carente aqui, morra de amores por ti. A mulher do interior das montanhas, completamente cega de paixão por ti e transformando a tua curta passagem por esse vale num inferno.
Riram às gargalhadas.
-Tu és muito idiota!
Mais uma sonora gargalhada.
- Eu gosto de brincar, flertar, mas a maior parte das vezes não passa disso. Eu não termino minhas brincadeiras beijando intensamente...
Olharam-se com vagar. Toda a lembrança daqueles instantes mágicos pareceu pairar no ar. As respirações ficaram suspensas, até que, em simultâneo, soltaram o ar. Desviaram os olhares para a profundidade do vale completamente coberto de branco.
-Fui seduzida pelo momento, pela circunstância. Estava cansada, esgotada emocionalmente e apareces tu...uma verdadeira lufada de ar fresco. Conseguiste com que eu me abstraísse do problema com a criança, fizeste uma comida maravilhosa, a conversa fluiu muito bem, tão natural ...é confuso...
-Meu bem, eu brinquei que estou carente, mas acho que a carente aqui és tu. Não fiz nada demais e nunca ninguém me chamou de lufada de ar fresco. Deves estar a sonhar...
Nahima riu com muita vontade.
-Eu devo estar carente e tu não sabes receber elogios. Que bela dupla formámos.
Mais uma gargalhada com eco pelas montanhas.
-Tudo culpa do vinho, claro. Bebeste uma garrafa praticamente sozinha e acabaste fazendo confusão. Ah, e lembre-se que há poucos dias a maluca aqui, implorou que fingisses ser a namorada dela e ainda mais, possessiva. Se calhar entraste no personagem e esqueceste de sair.
Nahima quase se engasgou de tanto rir.
-Doida! É isso que és, uma maluca maravilhosa.
Walkiria sorriu e puxou-a para mais perto.
-Mas hás de convir que meu desconforto tem razão de ser...
-Porquê?
-Já tinhas desconfiado que eu pudesse ser uma oportunista, querendo fazer sensacionalismo com a fragilidade da aldeia onde estou a trabalhar...
-Meu bem, eu sou desconfiada por natureza. Demoro a confiar nas pessoas, nas suas boas intenções. Desconfio até da minha sombra. Mas, não sei explicar o que acontece contigo...tendo a confiar...
-Eu confio em ti. Faz sentindo? Não, mas eu confio.
A intensidade daquela declaração provocou uma verdadeira avalanche dentro do peito de Walkiria. As palavras, o tom, o olhar, tudo gritava sinceridade. Uma verdade que a surpreendeu, até porque teimava em sentir algo muito semelhante.
- Vamos esquecer esses beijos intempestivos e vamos seguir com a nossa vida? -Precisava mudar de assunto com urgência.
-Ufa! Que peso que tiraste das minhas costas. - Brincou.
Riram mais uma vez. A tensão já se esvanecera...
- O que ias fazer lá em casa? Com certeza não era yoga e nem apenas me ver. - Provocou Nahima, sempre a sorrir.
- Para de ser chata, quando eu quiser passar por lá só para te ver, já não vou ter coragem. - Walkiria fingiu indignação.
-Aham, tu sem coragem, vou fingir que acredito.
Riram muito.
-Até parece que me conheces...
-Vá saber...
A conversa toda seguia regada com sorrisos, intensa troca de olhares e breves silêncios muito cômodos.
-Acho que preciso do teu olhar...mais uma vez...se estiver a abusar, tu me avisas...
Obedecendo a um instinto, Nahima puxou Walkiria e beijou-lhe a testa. Abraçaram-se como se fosse o mais natural a ser feito. E era.
-Já fomos mais ousadas, não achas?
-Eu estou cheia de dedos...a princípio eras tu, agora eu...que coisa chata.
Riram estreitando ainda mais o abraço. Ambas respiraram profundamente o ar das montanhas. Pareciam querer clarear as ideias.
-O hotel precisa melhorar a promoção, ou a visibilidade...
-Concordo! Já espreitei a vossa presença virtual e não faz jus ao que existe aqui.
-É uma tristeza! Eu não entendo nada dessas coisas, mas sei apreciar o que é belo e há concorrentes nossos com páginas que vendem. Coisas simples, mas tão atrativas. Era mais ou menos isso que queria para a Pedras do Vale.
-E queres a minha ajuda?
-Queria que me elucidasses, com certeza tens mais experiência do que nós por aqui...
-Posso fazer bem mais do que apenas te elucidar. Também sou formada em marketing, lembras? Há pelos menos uns 3 anos que trabalho com marketing digital, além do jornalismo e outras coisas mais...
-Multifacetada! Adoro!
Riram.
-Acho que vou aceitar apenas a elucidação. Não temos como pagar os teus serviços. Não agora...- Desabafou.
-Posso pensar em várias formas de cobrar pelos meus serviços. - Provocou piscando o olho.
-Só não me peça beijos intensos a meio da madrugada porque o meu coração não aguenta e o meu corpo não é de ferro.
A gargalhada que se seguiu demorou largos minutos até cessar. Olharam-se mais uma vez e houve mais uma explosão de riso.
-Tenho muitas ideias. Vamos mudar completamente o vosso Instagram e criar um site novo. Vou precisar fazer novas fotos, tem cada lugar perfeito para mostrar e podemos fazer pequenos filmes promocionais...tanta coisa. - Ela era puro entusiasmo.
-Eu fico muito feliz com o teu empenho, mas tu trabalhas...quando vais conseguir fazer essas coisas todas?
-Meu bem, não trabalho aos finais de semana e todos os dias, volto para casa às 16 horas. Achas que a partir desse horário podemos trabalhar?
-Se eu acho? Nahima, eu faço o que quiseres. A Greta sugeriu que eu conversasse contigo, mas eu estava receosa.
-Tu és muito chata. Aproveita que estou de bom humor, e abuse.
Mais uma gargalhada.
-Tu me fazes rir como ninguém...
-Espero que isso seja um bom sinal, dona Walkiria, seriedade em pessoa.
Mais risadas.
-E a criança da aldeia? Melhorou?
-Milagres acontecem! - Abriu um sorriso luminoso. - Nunca perco a minha fé. Ela está muito melhor do que ontem e com certeza, ficará bem.
-O que aconteceu?
Nahima abriu a boca para dizer alguma coisa e de repente, algum detalhe fê-la desistir.
-Ela está bem!
-Que bom! Vamos lá para dentro? Já está frio aqui fora...
-Vamos! Trabalhar?
-Tens tempo e paciência?
-Não és a única viciada em trabalho por aqui. Além disso, como posso negar auxílio a uma mulher com um coração tão generoso.
-Quem? Eu?
-Lembraste de perguntar pela saúde da menininha...- Ela estava emocionada.
Walkiria ficou sem palavras e sem ação. Demorou algum tempo a reagir e fê-lo à sua maneira, empurrando-a para dentro de casa.
*****
A semana seguiu bastante produtiva e agitada nas instalações de Pedra do Vale. Como previamente acordado, Nahima esteve presente todos os finais de tarde e com permanência até noite adentro. Trabalhou com todos os integrantes do staff, fotografou todos os cantos e sob diversos ângulos, tomou alguns depoimentos de hóspedes simpáticos e ainda dedicou algum tempo com as proprietárias. Precisava construir uma história atraente que deveria estar em sintonia com as expectativas das proprietárias do empreendimento.
Com sua simpatia genuína e espírito livre, não demorou a se entrosar com o staff do hotel, constituído na sua maioria por gente muito jovem. Todos tinham o maior prazer em colaborar e não eram raras as vezes que se ouviam risadas de satisfação e relaxamento.
As mudanças no perfil da rede foram imediatamente notadas e aplaudidas por todos. Era unânime que Pedras do Vale estava muito mais bonita e atraente. A construção de um novo site, demoraria mais tempo, mas os trabalhos já estavam a todo o vapor.
Além de saber o que estava a fazer, e gostar muito, Nahima tinha o dom de aglutinar as pessoas. Todas pareciam empenhadas em prol do mesmo objetivo. Aquele dom era louvável e não passou despercebido a Greta que era só elogios à antiga hóspede. Aliás, ela fez questão de conhecer melhor a estrangeira e colaborar em tudo que ela solicitava.
Era bom voltar a ter esperança, e era melhor ainda perceber que ali todos lutavam pela mesma causa.
Walkiria que pouco ou nada entendia dessas lides, dedicou-se de corpo e alma à semana frenética. Ao final, já entendia muitos truques de marketing, estratégias de fotos, forma perfeita de mostrar as qualidades e o diferencial do hotel, e com certeza, estava ainda mais próxima de sua nova amiga.
*****
-Ei, sócia apressada, será que tens dez minutos para tomar um chá comigo? - Greta gritou ao ver Wiki passar apressada pelas imediações do lounge.
-Meu bem, preciso mesmo de um chá...ou seria melhor uma limonada bem gelada?
-Temos tudo aqui. Senta aí um pouco. Precisas relaxar.
Walkiria desabou no banco de madeira e aspirou profundamente o ar puro daqueles lados.
-Acabei de dar duas aulas maravilhosas. Os hóspedes dessa semana são tão comprometidos e praticantes com larga experiência.
-A senhora adora!
Riram.
-Uma pena que eu não consiga convencer a minha própria sócia...
-Tempo...
-Ah, mas ouvi dizer que talvez uma alma bastante persuasiva consiga milagre semelhante...
-Hmmm?
-Yoga com Nahima. - Greta piscou o olho.
-Ah, mas ela ainda não me convenceu...- Sorriu.
-Ela vai conseguir. Acho que ela é o tipo de gente que consegue o que quer e sem muito esforço.
Walkiria limitou-se a sorrir. Vagou o olhar pelo vale e voltou a respirar profundamente.
-Wiki, é sério que ela não cobrou nada por esse trabalho impecável que nos prestou? Aliás, ela continua a trabalhar porque a cada dia vejo coisas diferentes nas páginas. Estávamos muito mal...
Sorriram.
-Estávamos! E o pior é que eu não tinha a menor noção disso. Ainda bem que tenho uma sócia antenada com as modernidades. Eu sou tão tradicional e fechada nas minhas convicções...
-Sabes que lá no fundo, nem és tão difícil assim...
Riram.
-Ah para...
-É sério, só precisamos mostrar fatos que tu facilmente entendes e aceitas as mudanças. Não tinha essa perceção...
-Que bom. Hmmm, essa limonada está dos deuses. Estava com muita sede. Ah, não te contei, a Malena perguntou-me quem é o responsável pelo nosso Marketing? Nem preciso dizer como me senti...
Riram com muita satisfação.
-Vês, já se nota que algo mudou. Aliás, é gritante. Mas, avise à Malena que ela não tem capital para contratar a responsável pelo nosso Marketing.
Riram.
-Até porque ela não tem preço. - Wiki sorriu.
-Wiki, precisamos fazer alguma coisa para compensá-la. Não podemos pagar e ela aceitou trabalhar de graça, graça aos teus lindos olhos...
-Tu estás doida? Ela fez questão de dizer que isso não era nada demais...
-O que sabemos que não é verdade. Ela passou dias vindo aqui e trabalhando com afinco. O resultado é impressionante e daqui a pouco vamos colher os frutos. Temos que retribuir de alguma forma.
-Sim...tens alguma ideia?
-Tenho e depois de estruturar tudo, eu conto.
-Meu Deus, com direito a suspense. Wow!
-Ela merece! Sabias que me aproximei dela, aliás, eu e todos daqui. O Gary que nunca fala mais de duas palavras, outro dia disse-me que a Nahima é cativante e muito educada. Concordo com ele e diria mais algumas coisas abonatórias, mas o detalhe do Gary falar de alguém é notório.
-O Gary só fala mais de duas palavras com a Nahima e contigo. - Enfatizou.
Greta apenas sorriu.
Walkiria perdeu-se em devaneios. Sorria ao lembrar de algum detalhe daquela semana intensa e perfeita. Ficaram tão próximas e foi maravilhoso conhecer mais dela e mostrar-se mais. Nahima tinha mais esse dom, deixá-la á vontade. Não era muito fácil...nada fácil. Ainda descobriria os segredos daquela mulher...
-Ei, ainda estás aqui?
-O que foi?
-Estou a falar sozinha, pareces estar no mundo da lua...ou seria perdida nas nuvens?
Riram.
- Apenas cansada. Mas dizias?
-Tens notícia da Dália? Acho que não voltou ainda...
Walkiria olhou para Greta com olhos confusos. Parecia ter sido transportada de um mundo a outro numa velocidade vertiginosa.
-Ela ainda está a velejar pelos mares de Cabo Verde. Já conheces os rompantes da Dália...
-Não sentes falta dela?
-Sinceramente, não sei o que sinto. Não tive tempo de me debruçar sobre sentimentos...
-Trabalho...
-Sim e como viste, não tivemos tempo nem para respirar...mas, foi bom estar mais tranquila por esses dias, pude focar melhor...
-Ah Wiki, mas não te esqueças que a Dália te ajuda bastante a relaxar...-Piscou o olho.
-Não nego nossa conexão sexual e como isso é benéfico para aliviar minha tensão. Vivo tensa e até hoje não descobri nada melhor do que sex* para me acalmar. - Suspirou.
-E como tens feito sem ela?
-Saco de boxe e corrida, meu amor. Muitos chutes e socos e depois de um banho morno, só quero dormir. É claro que demora mais tempo para conseguir o efeito calmante, mas tenho lutado com as armas que tenho.
Riram.
-Vão continuar a relação? Se bem me lembro, ela terminou...mais uma vez.
-Como disse, não parei para pensar um segundo sobre essa história. Não sei ainda o que quero...
-Hmmm, a Wiki que sempre sabe o que quer e o que não quer, agora está em dúvida...
- E a senhora? Estamos aqui a falar de mim e de ti, eu nada sei.
-Da minha vida? Mas estou aqui todos os dias...
-Aham, mas eu não vou a queijos e vinhos na tua casa há muito tempo. O que a senhora faz depois que sai daqui, segue no segredo dos Deuses.
Riram.
-Dona Walkiria, tem muita graça esse comentário. De dia só trabalhas, e nas noites que estás com disposição, passas na cama da Dália. Sobra algum tempo para degustar queijos e vinhos na minha companhia?
-Sempre saindo pela tangente...
Riram às gargalhadas.
*****
Enquanto corria ao lado de Nahima em direção ao Miradouro, Walkiria conseguia perceber que sua cabeça estava leve. Nenhuma preocupação, nada de dúvidas ou questionamentos. Limitava-se a estar ali, aproveitando o momento em que fazia algo que lhe dava muito prazer e numa companhia que nos últimos dias, tornara-se especial.
Corriam num ritmo mais lento, porque Nahima alegara não ter o seu preparo físico. Realmente, tratava-se de uma subida que oferecia algum desafio. Seguiam num ritmo cadenciado, que mais cedo ou mais tarde, as levaria à meta.
-Ufa! E o melhor sempre para o final. Que vista! - Nahima sorria com as mãos na cintura enquanto tentava recuperar o fôlego.
-Não doeu nada e eu avisei que a vista compensava todo o esforço.
-Que esforço? Eu estou quase morta e tu pareces uma brisa de verão.
Riram.
-É o hábito...corro todos os dias. Gostaste?
-Eu adorei! É bom mudar a rotina. Mas, não desisto de te levar para o meu tapete...
-Hmmm? Qual tapete?
-De yoga, calma.
Mais uma sonora gargalhada.
-Acreditas que uma proprietária de um hotel vizinho ao nosso, perguntou quem é o responsável pelo Marketing?
-Vislumbramos sucesso? - Sorriu.
-Com tamanha dedicação...eu não sei como agradecer...a Greta está com ideias, mas não partilhou comigo...
-Não queres mais? Olha que ainda há muito a ser feito...
-Tu estás doida? Ou queres mimos? A senhora que gosta de mimos...
-Tu não gostas?
A conversa fluía num ritmo propício ao relaxamento e elas embarcavam. Sentadas num banco de pedra, riam, sorriam e se aproximavam fisicamente...instintivamente.
-Eu gosto! Vamos apreciar o mergulho do sol? Tenho quase certeza de que vais gostar e olha que, segundo depoimentos de experts, é divino. - Sorria de forma encantadora.
Nahima sentia-se noutra dimensão. Fechou os olhos para eternizar aquele momento na sua memória. O lugar, o evento do sol, a leveza, a companhia...inesquecível. Abriu os olhos e teve a certeza que parou de respirar. Walkiria estava de pé e tão perto. Sorria e dizia algo que ela não conseguia entender. O sol batia nas suas costas deixando o que já era belo, ainda mais apaixonante. Tudo em tons dourado, belo, fascinante.
-É uma pena que não tenha trazido ao menos o meu telefone...- Parecia falar para si mesma enquanto, instintivamente, deslizava a ponta dos dedos pela pele dourada de Walkiria.
-Telefone? - O tom dela também soava diferente. Parecia um sussurro, mas também poderia ser fruto da mente delirante de Nahima.
-Se visses o que eu vi...essa cena merecia muitas fotos e dos melhores fotógrafos. - Sim, delirava enquanto se deliciava com tamanha beleza. - Tu és lindíssima!
A intensidade daquele instante provocou algo tão poderoso em Walkiria que precisou reunir forças que nem sabia que tinha, para não beijar Nahima. Mordeu a boca por dentro.
-Já sei como poderás agradecer pelo meu trabalho...
Walkiria riu e respirou de alívio. As célebres mudanças de assunto ou de ritmo de Nahima, dessa vez, tinham salvado seu bom senso.
-Hmmm?
-Vamos jantar com o James? Daqui a pouco...
-James? Ah sim, o teu amigo escritor...
-Restaurante na praia de São Francisco, que segundo ele, é maravilhoso. Confio de olhos fechados.
-Mas ele não me convidou...
-Wiki, eu falo tanto de ti, que ele está ansioso para te conhecer.
-Será? Fico um pouco receosa...sou um pouco tímida e reservada.
-E chata, linda e excelente companhia. Vamos? - O tom, o sorriso, o toque, tudo encantava.
Walkiria respirou fundo.
-Alguém te resiste? Sinceramente, chega a ser desumano...
Riram alto.
-Espero que tu não resistas ao meu convite. Vai ser bom...vamos? - Segurou-lhe as mãos entre as suas. Walkiria já estava rendida...
-Eu sou chata e tu és perigosa. PERIGOSA!
Foram embora rindo e de mãos dadas.
*****
O jantar, assim como Nahima tinha previsto, corria muito bem. Já estavam na sobremesa e não faltava assunto. James era muito espirituoso e simpático, a ponto de deixar Walkiria completamente solta.
-Tu lembras demais a minha Madu. Se tivéssemos tido a sorte de ter uma filha, ela com certeza seria muito parecida contigo. Eu já te contei que a Maria Eduarda era originária de Cabo Verde? Os pais dela eram de São Nicolau e embora ela tenha nascido na europa, suas origens eram muito presentes.
-Já me tinhas dito, mas podes repetir quantas vezes quiseres. É tão lindo ver a maneira como falas da tua mulher.
-Wiki, o livro que ele está a escrever agora é sobre o amor deles.
-É sobre os anos que passamos aqui...os últimos da Madu e os mais felizes da minha vida. - Ele viajou na emoção.
Walkiria, completamente encantada pelo momento, olhou para Nahima e agradeceu o convite com um gesto discreto. Sorriram. Perderam-se mais uma vez numa intensa troca de olhares. Tudo parecia um sonho...
-Ah, como eu adoro surpresas e o fato de acabarmos sempre todos nos mesmos lugares.
Walkiria ouviu uma risada que conhecia, mas pareceu-lhe tão distante. Inquietou-se.
-Parece que os argumentos dos teus amigos foram mais convincentes do que os meus. Conseguiram trazer-te ao restaurante em São Francisco. Olá, sou a Dália, namorada da Walkiria.
Ainda atordoada, Walkiria ficou de pé. Teve a cintura enlaçada e a boca beijada ardentemente. Sentiu-se tonta e não era pela intensidade do beijo. O que Dália estava a fazer ali?
-Tens muito bom gosto, Dália. A Walkiria, além de muito bonita, é uma mulher incrível. - James e sua incrível generosidade. - Sou James, muito prazer.
-Nahima, prazer!
-Amigos da minha namorada, são meus amigos também. Quanta saudade, minha deliciosa. - Voltou a sua atenção para Walkiria que permanecia atordoada e também incomodada com aquela possessividade disfarçada de outra coisa qualquer.
-Queres sentar connosco? Já estamos no fim, mas...
-Muito obrigada! Eu já ia embora quando vi a Walkiria. Cheguei há pouco de viagem e paramos aqui. Saudades infinitas dessa mulher. Não se importam se eu a roubar?
Nahima observava tudo e mantinha um sorriso nos lábios. Walkiria, apesar de irritada, disfarçava muito bem. Não tirava os olhos de Nahima. Queria entender a sua expressão, mas não a conhecia tão bem assim...
-Walkiria, estás convidada para a minha casa. Quando quiseres, esteja à vontade. A Nahima sabe onde é e ela é minha companheira de quase todas as noites. - Sorriram.
-Vou sim! Muito obrigada pelo momento. Há muito não me divertia tanto. - Olhava fixamente para Nahima que permanecia com o mesmo sorriso. - Vou aproveitar que a Dália é minha vizinha e assim não há necessidade de desvios. - Queria sair logo dali. Lutava para não reagir à forma possessiva como Dália segurava sua cintura.
Foram embora.
-Que mulher intensa! Parece muito apaixonada...
-Quem? - Nahima seguia com o olhar o afastamento do casal.
-E eu que achava que entendia de gente apaixonada...
-Estás a falar de quê?
-Assunto para nossa próxima conversa profunda...
Sorriram.
Fim do capítulo
Com amor,
Nadine
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Dandara091
Em: 21/03/2023
Alô autora!
Essa mulherada tá me deixando bolada! Tá na hora da Wiki pegar essa Dalia murcha e dizer Aí mulher, sai no sapatinho que a parada é outra! Tô de olho em bruschetta alheia e contigo não tem nem uma baguete amarelada sacou?
A misteriosa também tinha que fazer a maluca ir sambar noutro terreiro. Vem sapatear nos meus parangolé pra ver o que rola?
#sohnasbruschettaitaliana
#vaisambarnoutroterreirodaliamurcha
#soltasfrangasmulherada
Nadine Helgenberger
Em: 26/03/2023
Autora da história
Alô Dandara!
Dália é tudo menos murcha. Aliás, ela está vivíssima rsrsrsrs
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk baguete amarelada kkkkkkkk
Muito obrigada.
Bjs
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Mille
Em: 20/03/2023
Pqp Dalia só veio para atrapalhar.
Só espero que Walkiria saiba dar um basta nessa relação sem futuro pra ela.
E o momento mágico com a Nahima foi lindo.
Bjus e até o próximo capítulo
Nadine Helgenberger
Em: 26/03/2023
Autora da história
Muito obrigada.
Bjssss
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mtereza
Em: 20/03/2023
Affs já estou ficando irritada com essa Dália rsrs. Amando cada vez mais a química entre a Wiki e a Nahima bjs Nadine
Nadine Helgenberger
Em: 26/03/2023
Autora da história
Dália é bem irritante mesmo.
Bjs e muito obrigada.
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patty-321
Em: 20/03/2023
Quis dizer sorriso falso
Nadine Helgenberger
Em: 26/03/2023
Autora da história
Entendi :)
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patty-321
Em: 20/03/2023
Essa dália é muito doida. Foi logo tomando conta da Wiki como se nada tivesse acontecido.e nahima com certeza estava com um sorriso falado.
Nadine Helgenberger
Em: 26/03/2023
Autora da história
Dália é bem doida rsrsrsrs
Muito obrigada.
Bjs
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Raf31a
Em: 20/03/2023
Amando a história.
Essa química entre Walkiria e Nahima é de amolecer qualquer um.
Nadine Helgenberger
Em: 26/03/2023
Autora da história
Olá :)
Muito obrigada.
Bjs
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brunafinzicontini
Em: 20/03/2023
Será... que James percebeu a forma como Walkíria se sente em relação à Nahima?
Nadine Helgenberger
Em: 26/03/2023
Autora da história
James aparecerá mais vezes do 11 em diante. Vais descobrir o que ele sabe, ou não.
Bjs
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brunafinzicontini
Em: 20/03/2023
Oh, Deus! Que tombo! Vinha tudo correndo às mil maravilhas e, de repente, essa Dália inconveniente aparece para puxar o tapete...
Ideia maravilhosa de Nahima – ajudar a promover o hotel de Wiki! Com certeza será algo importante para aumentar o movimento do estabelecimento, ajudando a restabelecer as contas da empresa. A italiana parece ter um charme especial para conquistar as pessoas e está conseguindo, graças a isso, a colaboração de todo o staff da casa. Grande esperança ajudando a alimentar o sonho de Walkíria.
Simplesmente mágico o momento das duas apreciando o pôr do Sol. Uma grande pena Walkíria não permitir que o sentimento intenso que a arrebatou se expressasse como deveria e como todas desejaríamos.
Quanto tempo teremos que sofrer até que essas duas deixem de lutar contra a força de atração que as une? Nadine, não seja cruel! Nosso coração está aflito – ainda mais com esse final. Não gostei nada da atitude de Wiki – esperava que ela recusasse o chamado de Dália e continuasse com Nahima, para um fim de noite bem mais excitante.
Beijos,
Bruna
Nadine Helgenberger
Em: 26/03/2023
Autora da história
Nahima, além de charmosa, ainda é útil rsrsrs. Como resistir?
Walkiria é controlada e controladora. Nahima vai ter que caprichar no charme para tirá-la do prumo rsrsrs
Essa história não é muito longa, logo, não deve demorar para que as coisas desenrolem como está no script da Nadine rsrsrs...resta saber o que está no script da Nadine.
Bjs e muito obrigada.
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NovaAqui
Em: 19/03/2023
Dália a é bipolar!
Louca!
Wiki precisa despachar essa senhora o mais rápidop ossível
Ela está atrapalhando
Abraços
Nadine Helgenberger
Em: 26/03/2023
Autora da história
Olá :)
Acho que sim, bem bipolar e descontrolada rsrsrs
Bjs e muito obrigada
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Nadine Helgenberger Em: 17/04/2023 Autora da história
É, ela não é fácil...
Obrigada por comentar. Bjs