Capitulo 10
-Te acordei? - Walkiria perguntou mais uma vez por não ter acreditado na primeira resposta.
-Não. Tinha voltado há mais ou menos 40 minutos. Fui jantar com o meu vizinho e perdemos a noção do tempo. É sempre bom conversar com ele, ouvir suas histórias. Estava a ler no sofá á espera que o sono chegasse...- Sorriu.
-Estou com vergonha...estou morrendo de vergonha das minhas atitudes e mais ainda, do que estejas a pensar a meu respeito...
-Eu? Eu não estou a pensar nada e não consigo entender vergonha de quê.
-Vergonha de ti, claro. Minha mente está tumultuada, estou...- Buscou o ar com força.
-Precisas respirar. Vamos, respira. Isso, mais uma vez. Vais ver que daqui a pouco te sentirás mais calma.
Walkiria, aparentemente mais calma, deixou-se encostar no sofá e fixou o olhar em algum ponto aleatório. Parecia escolher as palavras.
-Se estás assim por causa do beijo - Walkiria arregalou os olhos, confirmando a suspeita de Nahima. - Não fiques assim. Eu adorei a brincadeira e mais, tu nem beijas mal.
Pronto, o estopim para uma gargalhada a duas e Walkiria mais relaxada.
-Eu não fazia ideia de que a tua loucura fosse tanta. Aquele beijo não estava nos meus planos...
-Nem nos meus, mas quando sou desafiada...
-Conseguiste tirar a Indira de cena em poucos segundos...
-Conseguimos! Sim, porque eu não beijei sozinha, e foram mais que meros segundos. Afinal, quem é essa Indira?
-Ninguém!
-Resposta errada. Não ficarias tão desconcertada se ela fosse uma pessoa qualquer...
-Tens razão. Há algum tempo, tivemos um affair, uma coisa sem muito significado, pelo menos para mim. Eu não sou adepta de relações efémeras, mas tinha terminado com a Dália e não queria nada que exigisse muito de mim, e ao mesmo tempo queria dar umas alegrias ao meu corpo...
Nahima sorriu de forma provocante.
-Sim, eu sou essa pessoa que gosta de dar alegrias ao corpo e que tem um fraco por mulher bonita...meu Deus, deves achar que sou uma leviana...
-Para! Eu não costumo julgar as atitudes dos outros e não tem nada demais gostar de sex* e de gente bonita. Eu também sou assim. Mas volta para a Indira...
-A sério que queres saber?
-Sim, quero conhecer-te melhor.
A intensidade que ela usou para dizer aquela frase, de alguma forma, conseguiu tranquilizar Walkiria.
-Ficamos juntas por um mês, se tanto. Foi o tempo que Dália passou a viajar...ela tem desses rompantes, mas deixa isso para lá, porque estamos a falar da Indira.
Nahima sorriu e segurou as mãos dela que teimavam em tremer.
-Ela é doida, intensa, perturbada mesmo. Em quinze dias em que nos vimos umas 4 vezes, a mulher já fazia planos para o casamento e os filhos que teríamos. Pelo amor de Deus. Eu nunca vou me casar, pelo menos não essa coisa que ela queria...
-Ela não vivia aqui?
-Não, estava de passagem pela capital. Nos conhecemos numa festa.
-As célebres festas! - Riu.
-Vou tirar férias. De festas e de confusão. Voltando à Indira...cansei dela em poucos dias. Mais uma característica minha, eu me canso depressa das pessoas...não tenho orgulho nenhum disso e sei que denota imaturidade, mas eu me canso.
-Imaturidade? Tu te julgas muito mal. Já paraste para pensar que, de repente, não estejas a conhecer as pessoas certas. Ou, quem sabe, escolhas exatamente as erradas, por não querer nada mais sério.
-Como assim? Autossabotagem?
-Nossa cabeça pode ser muito intrigante.
-Por isso que faço terapia...ou fazia.
-Faça!
-Vou voltar. Está nos planos mais sérios. - Disse séria. - Cansei da Indira e disse claramente que não queria mais nada. Ela não ouviu uma virgula do que eu disse. Iniciámos a fase quase doentia, mas disfarçada de cuidado, adulação. Ela queria que eu me sentisse a mulher mais maravilhosa da face da terra. Resumindo, a Dália regressou das férias, mostrou-se aberta a conversar comigo e voltamos. A doida saiu de cena, prometendo voltar. Parece roteiro de filme adolescente, mas é a minha vida.
Nahima riu alto.
-Já que estamos em momento desabafo e pareces ter muita paciência para ouvir minhas loucuras...não estou mais com a Dália. Ela terminou tudo...pela terceira vez.
-Bom, isso já me parece um pouco...
-Imaturo, eu sei. Não tenho nada a ver com a Dália. Somos pessoas tão diferentes, que hoje em dia, não entendo como pude começar essa história...
-Ela é bonita e, qual é a outra característica importante para a tua avaliação? -brincou.
-Pode goz*r com a minha cara. Mas não acha que sex* bom é importante?
-Vital! Qual o problema da Dália?
-Ela não tem comprometimento com o trabalho. Se eu for bem sincera, ela é irresponsável. Viste a confusão que aconteceu na tua chegada, não foi algo pontual, acontece pelo menos duas vezes num mês. Ela não entende que eu leve o meu trabalho a sério. Para ela, a vida é uma festa. No meio desse caos que estou a viver no hotel, ela apareceu airosa, e me convidou para um cruzeiro de uma semana no alto mar. Achei desrespeitoso. Falta de empatia...sei lá.
-Provavelmente as vossas expectativas não estão alinhadas.
-Nahima, eu vou tirar férias prolongadas. Juro que vou. Eu só me meto em confusão. O prazer fugaz só me mete em confusão...que caos. - Dramatizou.
-Olha o exagero! Nós estamos nessa vida para nos relacionar com o outro. É da nossa natureza!
-Tu estás numa relação?
-Não, mas não sentenciei que quero ficar sozinha.
-Relacionar-se é muito complicado!
-Permita-me dizer-te que nós é que complicamos as coisas. A porcaria da expectativa. Eu, não procuro ninguém em particular, não idealizo nada. Sem ilusões ou limitações, ou se quiseres, padrões. A pessoa certa vai me encontrar sem que eu esteja numa busca desesperada. E não precisa ser para sempre, eu nem acredito nisso.
-Quando falas, tudo parece tão simples. Eu queria apenas uma pessoa que se interessasse por mim como um todo. Não sou apenas a Walkiria que gosta de festa, de dançar, de bom sex*, de aventuras na natureza. Eu também sou a Walkiria que preza o seu trabalho, que gosta de ter alguém para ouvi-la, para partilhar os bons e maus momentos. Eu posso fazer a pior merd* que a Dália vai bater palmas e sabes porquê? Por que ela sequer prestou atenção.
-Foste clara, quanto às tuas expectativas? Ela sabe o que é importante para ti? Tu sabes o que é importante para ela? Não é apenas sobre ti...
Walkiria parou um pouco para refletir. Aquela conversa estava a levantar alguma poeira há muito assentada. E nem por isso estava a ser um incomodo...
-Férias prolongadas! Vou me concentrar no meu trabalho, na salvação do meu hotel. Mulheres só me trazem dores de cabeça. - Sentenciou.
-Não generalizes. Com certeza já tiveste relações boas. Queres um chá?
Walkiria riu.
-Adoro essa tua mania de mudar de assunto como se nada fosse. Quero!
-Não mudei...ou mudei? - Riu enquanto dirigia-se à cozinha que ficava á vista de Walkiria.
-E tu? Estou aqui a falar há séculos e como sempre, de ti, fico no escuro. - Walkiria levantou-se e ficou bem próxima de Nahima que preparava o chá.
-Nada de especial. Para começar, não tenho uma legião de mulheres lindas a correr atrás de mim. - Provocou.
-Agradeça aos céus. Não precisas de férias...
Riram.
O assunto fluiu para amenidades e o tempo passou sem que notassem.
-Esse chá era de quê?
-Porquê?
-De repente fiquei sonolenta...
-Juro que não era veneno...
-A menos que quisesses morrer comigo...eu vi que tomamos do mesmo chá...
-Observadora...era um chá calmante. Chegaste aqui muito nervosa...
-Descontrolada. Não sei como me aguentas e nem como tive coragem de aparecer aqui a meio da noite...quase madrugada...
-Coisas que não se explicam. Wiki, acho que precisas viver relações mais leves...
-Como assim? - Walkiria abraçou uma almofada e encolheu as pernas.
-Relações sem rótulos. Talvez o peso das definições te assuste. Foste tão veemente ao dizer que não queres casar. Pareceu-me quase um medo da seriedade que se atribui ao casamento. Embora, também possa ser leve...
-Acho que estás sonolenta...assim como eu...não fazes sentido e nem eu te entendo...
Sorriram e se acomodaram melhor no sofá.
-É, tens razão.
-O chá...a música perfeita...esse silêncio...eu vou dormir...posso?
Não houve resposta. Adormeceram quase que em simultâneo. Profundamente. O espaço compartilhado era exíguo e não necessariamente confortável, mas não pareceu ser um impeditivo para o relaxamento.
*****
Walkiria acordou como sempre, com o cantar dos pássaros. Espreguiçou-se, contorcendo-se como uma gata. Ainda sem discernir onde estava, roçou uma perna noutro corpo. Rapidamente ficou desperta. Ergueu a cabeça e a cena que viu pareceu-lhe hilária e ao mesmo tempo cativante. Nahima dormia toda enrolada na outra extremidade do sofá. Sentou-se e procurou o telefone. Estava sem bateria, mas tinha um relógio na parede da cozinha. Levou um susto. Já passara da hora de auxiliar Diana no serviço de café da manhã.
-Ei, senhorita, preciso ir embora. - Tentava acordá-la, mas sem muito sucesso.
-Nahima, acorda. Já amanheceu há muito tempo. - Insistia em acordá-la, agora debruçada sobre seu corpo.
-Hmmm...- Não acordou. Virou-se para o outro lado e ainda puxou Walkiria com ela. Entre risos, cheirou-lhe o cabelo. Tinha verdadeira paixão pelo aroma que dali exalava.
-Nahima...Nimah...- Chamou várias vezes, com a boca encostada na orelha dela. Ela finalmente pareceu despertar.
-Dormimos aqui?
-Hum-hum...aquele teu chá tinha alguma coisa...
Riram.
-Eu não acredito que a primeira vez que dormes na minha casa, foi nesse sofá minúsculo e desconfortável...
-Nem tanto. Meus ossos estão no lugar...
Riram.
-Nunca mais vais querer repetir essa façanha...
-E tu vais querer uma mulher de quase um metro e oitenta a dividir o teu sofá? Como é que conseguimos? Tu és tão alta quanto eu...
Mais uma risada.
-Nossos mistérios. E para variar, mais uma primeira vez de eficácia duvidosa. Precisamos repetir porque eu preciso te ganhar...
Gargalhadas.
-Tu só me ganhas à segunda...
-Pois...ai, ai, ai...
-Vais me convidar outra vez para o sofá? -Brincou.
-Meu amor, eu não te convidei, mas digamos que foi uma invasão que me encontrou de portas abertas. - Sorriu.
-Fui invasiva?
- Jamais terias acordado na minha cama se eu tivesse me sentido invadida.
- Nahima, cuidado com as tuas palavras, eu não acordei na tua cama. Imagina o que será da minha saúde mental se no dia em que decido tomar férias prolongadas de mulheres, eu acordo na cama de uma nova.
Caíram na risada, por largos minutos.
-Não corres riscos comigo. Não vou me apaixonar por ti. Meu tempo aqui não me permite grandes viagens românticas e muito menos me tornar uma chata apaixonada por uma mulher complexa.
Mais uma sonora gargalhada.
-Preciso correr para o hotel. A Diana deve estar doida à minha procura...
-Permita que ela faça o seu trabalho sem tua supervisão, apenas por um dia.
-Eu não sou controladora, apenas quero que tudo esteja sempre impecável.
O olhar de Nahima a fez mudar de discurso no instante seguinte.
- Ok, talvez seja um pouco controladora - admitiu- mas o meu povo, se não fico em cima...
- Às vezes as pessoas precisam abrir as asas e voar e eu preciso voar com minha vida porque tenho muito trabalho para fazer. - Pulou do sofá.
-Pensei que nunca mais fosses sair desse sofá. - Provocou.
-Olha que a vontade de ficar...não te esqueças do que prometeste?
-O quê?
-Vir para cá ao final da tarde, experimentar yoga comigo...
-Meu Deus, as coisas que eu prometo.
Riram.
-A Greta insiste que eu faça pilates há anos e eu nunca quis...sou mais agitada. Gosto de socos, pontapés e corrida. - Riu.
-Wiki, podes ser as duas coisas, eu também adoro correr, praticar muay thai e musculação, mas amo yoga e afins.
-Já me convenceste. Eu venho...
-Sei que dificilmente me acompanharás nas práticas, mas venha, de repente apenas ouvir as músicas e curtir a atmosfera que crio, já vão te acalmar.
- Agora preciso correr, não para supervisionar a Diana, mas porque tenho de trabalhar e antes disso, preciso de um banho e de vestir algo apresentável.
-Cuidado com os arranhões. - Tocou-lhe a pele com uma suavidade desconcertante. Por instantes, Walkiria esqueceu da urgência em voltar para o hotel. Respirou fundo.
- Me liga quando estiveres tranquila em casa, que eu venho experimentar a tal yoga. Obrigada por me aturar quando nem eu me aguentava. Tenha um bom dia. - Saiu em disparada.
Nahima sorriu. Demorou alguns minutos parada à entrada de sua casa, sem se ater ao fato que também precisava correr para não perder a hora.
*****
No hotel, Wiki pôde constatar que Nahima estava certa. Tudo corria muito bem e os hóspedes degustavam as iguarias com a alegria e o bom apetite de sempre. Sorriu. Poucas coisas na vida a deixavam tão feliz quanto a arte de bem servir. A atmosfera do hotel àquela hora era um cenário bucólico e acolhedor. Respirou fundo e agradeceu a Deus. Por mais que tivesse obstáculos e não eram poucos, a alegria de ter conquistado seu maior sonho, suplantava tudo. Depois de certificar-se de que tudo estava em ordem no lounge, entrou quase a correr na cozinha, onde Diana cantarolava às voltas com seus tachos.
-Bom dia, Diana!
-Dona Wiki, hoje a senhora foi correr para mais longe? - perguntou secando as mãos no avental.
-Hoje nem fui correr. Tive que resolver algumas coisas mais cedo e me atrasei. Mas pelo que vejo, tudo correu muito bem.
-Tudo certo. O Luís chegou cedo como sempre e o resto do pessoal a horas. Hóspedes satisfeitos e eu mais feliz ainda.
-Não estranhes se eu diminuir a frequência aqui na cozinha. Pelo menos logo cedo...estou com muitas coisas para resolver...
-Ah, dona Wiki, eu gosto que a senhora apareça por cá, mas eu dou conta do meu trabalho e a senhora pode confiar em mim. E se eu errar, não tenha receio de puxar minhas orelhas.
Walkiria riu com aquela colocação. Diana, jamais tinha criado qualquer problema.
-Vou tomar café!
-A senhora? Mas nunca come...
-Hoje acordei com fome e esse cheiro, ah Diana...
Riram.
-Vou preparar tudo do bom para a senhora e servir na melhor mesa.
-Só preciso de um banho rápido. Em quinze minutos estarei de volta.
-Dona Wiki, e esses arranhões?
-Acreditas que eu tropecei e me arranhei nos galhos secos? Mas não foi nada sério...
-Nada que um bom café não cure.
-Isso mesmo!
Riram.
*****
Durante o café, Walkiria analisava cada detalhe do hotel e pensava nas potencialidades ainda por explorar. Estava com a cabeça fervendo de ideias, mas todas de forma atabalhoada. Precisava de um fio condutor, mas a ansiedade era sua vilã. Tinha que conversar com Nahima e debruçarem com afinco sobre o projeto do espaço multiuso. Sorriu ao ser sacudida por flashes de momentos recentemente vividos. Sacudiu a cabeça, chamando-se à razão e passou a focar no que precisava ser feito para salvar as contas do hotel. Tudo ali era tão lindo, mas não necessariamente bem divulgado. Precisavam melhorar a promoção, mas não sabia muito bem o que fazer. Talvez Greta pudesse traçar um plano. Ela era sem dúvida, mais bem capacitada nessa área.
-Que novidade é essa? Walkiria no lounge e a comer. - Greta quase gritou.
-Como tu és exagerada...resolvi aproveitar o que de melhor temos a oferecer. Já comeste?
-Não! Mas vou comer e na companhia mais ilustre desse vale.
Riram.
-Estava aqui a pensar que precisamos melhorar a promoção do hotel. Concordas?
-Sim! Acho que ficamos muito presas aqui dentro e de certa forma, sem muita promoção, as coisas têm corrido bem e nos acomodámos.
-Pois é, mas os tempos são outros e precisamos melhorar muita coisa e acredito que começa por mostrarmos mais o que temos a oferecer. Tens ideias?
-Acho que a primeira coisa que devemos fazer é atualizar as fotos daqui. Nossas redes estão paradas e com conteúdos ultrapassados.
-E eu não entendo nada disso e não tenho tempo.
-Entendes de bom gosto e tens bom senso. Confesso que não tenho muita habilidade com as redes, mas entendo alguma coisa de marketing e deve ajudar. Ah, temos jovens no staff, com certeza, algum deles terá conhecimentos nessas lides.
-Precisamos disso para ontem. Vou traçar um plano de onde queremos chegar e depois a operacionalização fica a teu cargo.
Greta suspirou mostrando que não se sentia muito à vontade naquela tarefa.
-Greta, teremos de ser nós a fazer tudo. Nesse momento, não temos como contratar ninguém.
-Vamos conseguir. Vou dar o meu melhor.
-Como sempre!
Sorriram.
-Ah, resolveste a tua aflição de ontem?
-Tu me conheces, sabes que não sossegaria até conversar com ela.
-E como foi?
-Ela não deu a menor importância à história do beijo e ainda riu da minha cara.
Greta fez o mesmo.
-É, parece que virei uma palhaça. - Riu.
-Eu também não entendi o teu desespero. Afinal foi só um beijo...
-Ah, e eu ando por aí beijando bocas aleatoriamente...
-Afinal, não foi ela que te beijou?
-Sim, mas quem implorou para que ela fingisse ser minha amante?
-Ela apenas entrou no personagem e te beijou intensamente. Palmas para a italiana. Oops, não mencionemos a nacionalidade porque é assunto proibido.
-Tu não tens um pingo de juízo! Vamos trabalhar?
-Vamos! Afinal é o que melhor sabes fazer e nada mais oportuno para fugir do beijo...da italiana...das duas coisas...- Riu às gargalhadas.
-Idiota!
Mais tarde, Walkiria pensou sobre o fato de ter omitido alguns detalhes de Greta. Se ela soubesse que tinha dormido em casa de Nahima, aquele assunto ganharia contornos estratosféricos e no final, não tinha acontecido nada de mais.
A omissão não tinha sido de forma intencional, mas ainda bem que tinha agido assim.
*****
A tarde voou e Walkiria só se deu conta do avançar das horas, com o espetáculo das nuvens descendo sobre o hotel. O fenómeno acontecia sempre por volta das 17:30 a 18:00hs, ou seja, já era tempo de parar e relaxar. Deixou o escritório sentindo-se levemente entusiasmada pela tal sessão de yoga. Não pela prática em si, mas por ter algo para fazer, além de trabalhar e esquecer da vida. Se não se policiasse, poderia muito bem exagerar e não fazer mais nada na vida...
Em casa, resolveu tomar um banho rápido para relaxar. Riu muito depois de sair do chuveiro, pois, o bendito banho não fazia o menor sentido, já que praticar yoga, subentendia-se, relaxar. Talvez estivesse ligeiramente nervosa? Talvez...afinal nunca tinha praticado yoga. Mais um detalhe que teria de omitir de Greta. Ela passava a vida a pedir que se rendesse ao pilates e nada. Agora...
Entre uma coisa e outra dentro de casa e uma voltinha rápida com Zuri, percebeu que a noite já anunciava seus primeiros contornos. Nenhum sinal de Nahima. Tinha pedido que ela lhe ligasse assim que estivesse pronta para a prática. Tentou ligar-lhe, mas o telefone estava desligado. Normalmente, ficaria quieta no seu canto e esperaria um contato, mas, surpreendentemente, decidiu ir até à Aldeia. Era logo ali...
O súbito rompante audacioso, quase perdeu força assim que desceu da moto à entrada da Aldeia. Contudo, a curiosidade venceu a prudência e a passos hesitantes, caminhou até à casa de Nahima.
Assim que seus olhos alcançaram a unidade de Nahima, viu-a sentada na cadeira de baloiço. Ela parecia encolhida e tinha a cabeça pendida para um dos lados. Poderia dizer que estava triste, ou talvez abatida. Mas não a conhecia a ponto de fazer análises e muito menos à distância. Repreendeu-se e sem fazer qualquer estardalhaço, aproximou-se. Antes de ser vista, admirou aquela obra arquitetónica. Que bom gosto. Se um dia fosse construir uma casa, seria muito parecida com aquela. Devaneios...
-Finalmente conheço a maravilhosa cadeira de baloiço. - Brincou ainda receosa se não estaria a ser inconveniente.
Nahima reagiu com um sorriso que varreu qualquer receio da cabeça de Wiki.
-Olá! Senta aqui, ela aguenta nós duas. - Riu e fez espaço para Walkiria se acomodar.
-Linda a tua cadeira. - Walkiria elogiou, ao mesmo tempo que analisava o semblante de Nahima. Alguma coisa não estava bem. Parecia que tinha chorado...
-Estou apaixonada e muito agradecida ao Gary. E eu sempre te apertando, ontem no sofá e hoje no baloiço. - Brincou.
Walkiria acomodou-se mais ainda na cadeira e ficaram quase coladas. Riram da atitude provocativa dela.
-Não sabia se vinha ou não, mas acho que a curiosidade pela aula de yoga me venceu.
Riram alto.
-Eu fiquei de ligar...mas não faz sentido eu te ligar para vires cá. Acho que já somos amigas e entre amigas não existem essas formalidades. Já até dividimos um sofá...
Riram.
Apesar da aparente descontração, era nítido que a fisionomia de Nahima não estava altiva como sempre.
-Aconteceu alguma coisa? - Perguntou Wiki mais uma vez atropelada por um impulso até então sob controle. - Não sei se estou a exagerar, mas parecias muito mais animada pela manhã...
Nahima respirou fundo e esfregou as mãos nas bordas da cadeira. Quando olhou para Walkiria, ela pôde ver lágrimas se formando no canto dos olhos. Obviamente, ela não estava bem.
-Preciso de um abraço...
Antes de concluir a frase, já estava sendo afagada pelos braços carinhosos de Walkiria. Acomodou-se. Deixou-se ficar. O afago físico, conseguia alcançar a alma e a calma aos poucos vinha. Que paz estranha...
-O que aconteceu? Queres conversar?
O tom de voz de Walkiria conseguia deixá-la tranquila. Tudo estranho e ao mesmo tempo tão natural. Suspirou e se aninhou ainda mais no abraço quente e afetuoso.
-Hoje aconteceu algo tão doloroso no meu trabalho. Não estava preparada para lidar com a situação. Tento separar minhas emoções do trabalho, mas nem sempre com sucesso. Hoje foi duro...devastador. - Suspirou. - Uma criança doente e eles completamente irredutíveis quanto a chamar um médico. A menina claramente precisava de cuidados mais específicos do que os parcos recursos deles permitiam....
Seguiu-se um breve silêncio.
-Queria ter feito alguma coisa, aliás, me policiei para não agir. Eu já sabia como as coisas funcionavam antes de entrar na comunidade, e sei que só permitiram a nossa entrada mediante o respeito absoluto pela cultura deles. Mas, doeu demais ver aquela criança precisando de ajuda e recebendo apenas cuidados paliativos.
Foi a vez de Walkiria respirar fundo. Soltou o ar com força como se estivesse sufocada. Estreitou ainda mais o abraço. Foi tão notório que Nahima reagiu à intensidade do carinho.
-O que foi? Parece que tiraste um peso da alma...- Nahima encarou-a com olhos expectantes.
Walkiria desviou o olhar, parecia atordoada. Respirou fundo e soltou o ar devagar.
-Eu preciso confessar uma coisa...- Disse num tom muito baixo.
-Sim...
-Ouvir esse teu relato tirou um peso tão grande do meu coração...
-Eu notei, só não entendi o motivo...
-Eu temia que fosses apenas mais uma estrangeira ávida por explorar as fragilidades da minha terra. Fazer sensacionalismo com a pobreza e vendê-la como exótica. - Desabafou. - Não serias a primeira. - Concluiu com tristeza.
-Eu jamais faria isso! JAMAIS! - Quase gritou.
-Eu sei...agora sei...acho que sempre soube, mas podemos nos enganar... - Parecia confusa. Com certeza estava muito emocionada.
-Acho que preciso explicar-te ao pormenor em que consiste o meu trabalho. Eu nunca faria sensacionalismo com a fragilidade de ninguém.
A conversa que se seguiu levou algum tempo. Nahima explicou nos mínimos detalhes em que consistia aquele trabalho específico e respondeu prontamente a todas as questões de Walkiria.
-Passei no teste? - Arqueou as sobrancelhas como quem esperava aprovação.
-Nunca estiveste sob teste...desculpa se...
-Não peça desculpas. Eu entendo a tua desconfiança e ela é legítima.
-Sabes se a menina ficou bem?
-Sinceramente, tenho até medo de voltar amanhã...preciso ser forte e separar as águas, mas é difícil...
-Às vezes, milagres acontecem...
-Eu sou uma mulher de muita fé e já agora, com muita fome.
Riram às gargalhadas.
-Tens comida nessa casa? Acho que eu também estou com fome. Meu Deus, eu vim aqui para experimentar yoga...
-E agora vais cozinhar para nós. A vida e as suas surpresas maravilhosas.
-Vou? - Fingiu indignação.
-Vais, claro. Estamos com fome e eu não sei cozinhar.
-Nada?
-Terás de pagar para ver...
-Hmmm...- Sorriu.
-Tenho a certeza de que és mil vezes melhor do que eu nessas lides. Me dê o prazer de desfrutar um pouco mais da tua companhia...
-Ah, mas assim quem resiste? Tu és muito sedutora e abusada.
-Isso é um sim?
Mais uma sonora gargalhada.
*****
-A senhora precisa de alguma coisa? - Nahima perguntou nas costas de Walkiria que a empurrou.
-Sai daqui! Teu trabalho é escolher um bom vinho e ser dj. Da comida, cuido eu.
-Sim senhora! Sou bastante obediente. O cheiro está maravilhoso...- Apreciou o aroma, por cima do ombro de Walkiria. Ela virou-se num rompante e enfiou-lhe um tomate cereja na boca.
Riram muito.
-Não gostas de companhia enquanto cozinhas, ou o teu problema sou eu?
-Sirva-me uma taça de vinho e para de dizer asneiras.
E seguiam rindo uma da outra.
-Eu não tenho problema nenhum contigo, só não estou habituada às panelas e fico um pouco nervosa...ah, e estou em ambiente estranho...
-Já te deixei bastante à vontade e tens tudo à vista. Ah, já sei...a mania da perfeição. Eu vou gostar da tua comida. Eu amo massa!
-Sai daqui! Abusada! E controla essa ânsia de vinho, daqui a pouco estás bêbada e não sobra nada para mim.
Nahima riu até não aguentar mais.
Algum tempo depois...
-Vou convidar-te mais vezes para fazer essas iguarias. O fettuccine estava divino e olha que disso eu entendo...
-Obrigada! E tu és muito boa em escolher vinhos.
-É um legítimo italiano e não vi ninguém a desdenhar. - Provocou piscando o olho.
-Preciso esclarecer um ponto: não gosto de italianas, quanto ao resto meu bem, sou uma mulher de muito bom gosto e excelente paladar.
-Ainda eu é que sou abusada. Ai, ai, ai...
Seguiram na conversa carregada de provocação daqui e dali, e sempre regada a vinho. De salientar, que Nahima bebia muito mais. Walkiria permanecia tentando ter o controlo da situação. Afinal, hábitos arraigados, não mudam num piscar de olhos.
-Vou lavar os pratos e arrumar a cozinha. - Walkiria fez menção de se levantar e foi rapidamente impedida por Nahima.
-Eu lavo! Já me tiraste do buraco, fizeste uma refeição maravilhosa, eu pude apreciar da melhor companhia e ainda vais lavar a louça? Não! Depois eu lavo, agora quero mais vinho.
-A garrafa está quase vazia...
-Há mais...pego outra?
-Não! Temos trabalho amanhã ou daqui a pouco e eu estou de moto... - A voz era doce e muito calma.
- Isso, me acorda para a realidade porque eu acho que estou a sonhar...
Walkiria há muito que tinha certeza que estava a sonhar. Mas a que profundidade?
Nahima levantou da mesa e com a taça na mão, começou a dançar e a cantarolar a música que tocava, Oh, What a world (Kacey Musgraves).
Por instantes, Walkiria deixou-se embalar nas ondas daquele sonho perfeito, até ficar assustada pela profundidade alcançada. Talvez fosse difícil retornar à superfície. Precisava correr dali...
-Preciso ir - Já estava próxima da saída, mas sem força suficiente para abrir a porta.
Com uma calmaria desconcertante, Nahima aproximou-se dela. Num impulso de sobrevivência, abriu a porta. Um lampejo de coerência conseguiu frear a vontade de correr dali. Estava com medo de quê?
-Obrigada por tudo! Não é exagero o que vou dizer, tu salvaste-me de uma noite tenebrosa...
-Exagerada! - Walkiria tentava rir para amenizar um frenesi que se formava algures no seu corpo.
-Já te disseram que a tua seriedade é afrodisíaca? - Estava muito próxima e perigosamente encantadora.
-Essa é novidade...- Suspirou profundamente, já não disfarçava a inquietação.
-Eu acho que estou a sonhar...esse momento totalmente inesperado pareceu um sonho...
Walkiria sorriu e seus olhares encontraram-se. Se antes alguém tivesse temido esse encontro, agora ele parecia visceral.
-Além da seriedade afrodisíaca, ainda tens essas covinhas na bochecha...tão linda - Ela sussurrava a escassos centímetros da face de Walkiria e tinha a respiração completamente alterada. - Como é que eu acordo desse sonho?
Walkiria segurou-lhe pela cintura e puxou-a para junto do seu corpo. Entregaram-se ao momento cujo mote era o desejo e nada mais. O beijo que se seguiu, foi bem diferente do primeiro. Estavam ambas ávidas pelo encontro das bocas. A ânsia era mútua, o desejo gritava pelos olhares. Deleitaram-se naquele encontro que carregava uma saudade, aparentemente sem sentido. Permitiram-se trocar, tocar, sentir. Agarram-se numa ânsia doida e mergulharam numa sensação que com certeza causaria confusão. Intenso de mais. Inesperado. Intempestivo. Quando conseguiram respirar, notaram que se beijavam calmamente, deliciando-se com o prazer sublime daquele momento. Walkiria gemia, Nahima sorria. Nahima mordiscava-lhe os lábios e tinha a cintura apertada com força. O calor que emanava dos corpos era avassalador. Isso sim, afrodisíaco...
-É, não beijas nada mal. - Disse Nahima entre um beijo e uma mordida.
Walkiria riu dentro do beijo e empurrou-a para longe. Sorriram. Suspiraram. Ambas passaram as mãos pelos cabelos e riram. Walkiria, aproveitou a porta aberta e correu em direção à entrada da aldeia. Foi embora sem olhar para trás e sem respirar.
Nahima fechou a porta e encostou-se nela. Buscava o ar e o prumo.
-Nahima...que loucura é essa? Que loucura...
Deixou-se cair no sofá. Riu, saboreando os próprios lábios.
Fim do capítulo
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Sione
Em: 12/12/2023
Saudades tuas minha adorada escritora .
Preciso dizer que fico sempre apaixonada por sua escrita, sempre que entro para ler uma de suas histórias, me preco em pensamentos, viajo entre suas palavras.
Confesso que estive um pouco afastada das leituras, mas é impossível passar por aqui e não me perder em uma de suas histórias.
Amando Walkiria e a Nahima.
Realmente você sabe como me prender com sua escrita.
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thays_
Em: 17/04/2023
Que capítulo, autora... que capítulo!
Nadine Helgenberger
Em: 17/04/2023
Autora da história
Muito obrigada :?
Bjs
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Mille
Em: 17/03/2023
Capítulo de tirar o fôlego essas duas juntas e vinho o desejo falou mais alto.
Bjus e até o próximo capítulo
Nadine Helgenberger
Em: 19/03/2023
Autora da história
Muito obrigada. Bjs
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mtereza
Em: 15/03/2023
Oxente se joguem meninas deixem fluir kkkk . Nossa Nadine como sempre você não perde a mão sempre perfeita na sua escrita.
Nadine Helgenberger
Em: 19/03/2023
Autora da história
kkkkkkkkkkkkkkk, vão se jogar...no tempo delas.
Muito obrigada. Bjs
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Marta Andrade dos Santos
Em: 14/03/2023
Wiki mulher segue a tua vontade e deixa de muido.
Nadine Helgenberger
Em: 19/03/2023
Autora da história
Rsrsrss, uma hora ela se rende.
Muito obrigada. Bjs
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patty-321
Em: 14/03/2023
Um jantar maravilhoso e uns amassos melhores ainda.uau! Wiki correu!tomara q não vá ficar fugindo da italiana. E a tal da dália quando voltar vai dar trabalho. Amei. Bjs
Nadine Helgenberger
Em: 19/03/2023
Autora da história
Jantar com vinho e amassos é tudo de bom rsrsrs
Menina, essas duas...uma corre, outra foge e no fim, se encontram. E aí
Muito obrigada. Bjs
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Dandara091
Em: 13/03/2023
Alô autora!
Pede pra tua gata te fazer uma massagem com gelo e água quente. Se a dor não cantar pra subir pelo menos tu tentou tá ligada?
Me diz como que essa mulherada junta lé com cré e não dá creu? Tem muita franga presa na parada!
Preconceito com italiana que nada! Quem nunca se queimou numa bruschetta que atire a primeira pedra!
#soltasfrangamulherada
#bruschettaehoqueha
#musanadineficaboalogo
Nadine Helgenberger
Em: 19/03/2023
Autora da história
Rsrsrsrs cantar para subir kkkkkkk, adoro. Já estou melhor, obrigada.
Adoro bruschetta e nunca me queimei rsrsrsrs
Bjs e muito obrigada.
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HelOliveira
Em: 13/03/2023
Só Nahima para tirar tudo isso da Wiki....que coisa mais gostosa....
Capítulo super gostoso
Bjos
Nadine Helgenberger
Em: 19/03/2023
Autora da história
Muito obrigada. Bjss
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brunafinzicontini
Em: 12/03/2023
Ah... Também fiquei sem ar e sem prumo!
Nadine Helgenberger
Em: 19/03/2023
Autora da história
Rsrsrsrsrs, vá se acostumando...
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brunafinzicontini
Em: 12/03/2023
Ambas prometem não se envolver, não se apaixonar, não complicar a vida e a cada momento se conectam mais... Fiquei triste com a declaração de Nahima, afirmando que com ela Walkíria não correria risco de despertar paixão, ao mesmo tempo em que Walkíria prometia longas férias longe de mulheres... Na realidade, porém, as duas não conseguem lutar contra a força da atração que as une.
Descobrir o lado humano da italiana, sofrendo pelas dores de uma criança da comunidade, abriu ainda mais o coração de Walkíria, encantando-a com essa nova faceta. Uma barreira mais a cair, derrubando um pouco mais o preconceito contra italianas. A cada dia, Nahima prova não seguir o padrão criado na cabeça de Walkíria e foge daquele carimbo com que condenava todas as suas conterrâneas. E foi lindo sentir como Walkíria conseguiu resgatá-la da tristeza profunda daquela dor.
Um fettuccine bem feito e um bom vinho italiano destruíram qualquer intenção de manter distância entre elas e o desejo incontrolável floresceu num beijo longo e inesquecível. Momento mágico maravilhoso que nos deixou sem fôlego! Muito lindo, autora! Queremos mais!
Lamento profundamente que tenha sido obrigada a escrever sentindo dores! Espero que você melhore para poder se entregar à sua arte.
Bom final de domingo e boa semana (sem dor alguma).
Beijos,
Bruna
Nadine Helgenberger
Em: 19/03/2023
Autora da história
Não liga para o que essas duas dizem não rsrsrsrs, pelo menos não no que tange a não se apaixonar, tirar férias...elas se iludem, mas quem manda sou eu kkkkkkkkkkkkkkkk
O encantamento segue e será mútuo...nos pequenos detalhes, às vezes tão subtis que quem lê terá de ser perspicaz para captar...
Eu fiquei com vontade de comer esse fettuccine, aliás a atmosfera toda estava tão atraente, ai, ai, ai rsrsrs
Ah, mas tem mais. Muito mais...elas me inspiram e ando sem limites rsrsrsrs, mas sempre no meu ritmo que nem sempre é o do povo, mas fazer o quê rsrsrsrs
As dores amenizaram com exercícios, gelo e cuidado.
Muito obrigada, meu bem. Bjs
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Raf31a
Em: 12/03/2023
E no fim nem Yoga teve... Walkiria vai ter que voltar no outra dia para fazer esse yoga prometido.
Nadine Helgenberger
Em: 19/03/2023
Autora da história
Menina essa yoga...nem te conto. Melhor, vais ler daqui a pouco rsrsrs
Bjs e muito obrigada.
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NovaAqui
Em: 12/03/2023
Estão saidinhas as duas kkkkk
Vinho, massa, beijo e corre sem olhar para trás
Bobinhas kkkkk
Bom domingo!
Boa semana ♥
Nadine Helgenberger
Em: 19/03/2023
Autora da história
Estão, não é Mas podem melhorar isso aí rsrsrsrs
Walkiria se assustou e saiu correndo rsrsrs
Bjs e muito obrigada.
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Nadine Helgenberger Em: 14/12/2023 Autora da história
Muito obrigada :)
Boa leitura.
Bjs