Capitulo 9
Os dias de Walkiria passavam mesclando uma imensidão de sentimentos nem sempre compatíveis. Mergulhou no trabalho e na tarefa árdua que era salvar o hotel e no meio disso tudo, sentia-se perdendo a luta que era entender-se e seguir uma vida com mais equilíbrio. Para ela, o mais importante era salvar o hotel, seu trabalho, o sonho de uma vida. Mas, numa imersão forçada em profundezas que não estava habituada a atingir, percebeu que, não estando em paz, dificilmente teria sucesso na missão de salvar o hotel.
Trabalhava horas a fio, mas sem o foco necessário em encontrar soluções para aumentar as receitas. Horas dedicadas a colmatar erros, resolver problemas do dia a dia, mal conversava com Greta. Sentia-se mais um robô do que uma mulher capaz de pensar e solucionar questões.
Seus melhores momentos eram passados na corrida diária e junto ao seu saco de boxe. O boxe aliviava a tensão que muitas vezes quase lhe atrofiava o corpo e na corrida tinha seus raros momentos de pensar com clareza.
Naquela manhã, suas inquietações pesaram sobre a relação com Dália. Já iam no terceiro término, sempre em rompantes quase infantis. Da primeira vez, pareceu-lhe normal, afinal, não se conheciam tão bem. A segunda, que foi ela a terminar e também a pedir que reatassem, pareceu-lhe tão sem sentido, mas, pesando prós e contras, decidira que era melhor ficar onde estava. Tinha verdadeira preguiça de começar relações. Tinha-se que investir muito tempo, fazer concessões, uma flexibilidade que ela não tinha. Era preferível ficar com alguém que já conhecia a aventurar-se numa nova história. Podia ouvir a voz de Carla no seu ouvido acusando-a de comodismo doentio. Talvez fosse isso mesmo. A realidade é que não tinha o mesmo afã para as relações como tinha para o trabalho.
Então de onde vinha aquela inquietude? Sem entender muito bem o que lhe confundia a cabeça, tinha a sensação que precisava de mais alguma coisa. Precisava de uma companheira mais presente, que se importasse um pouco com o seu trabalho. Essa pessoa não era Dália, sabia-o desde sempre. Dália não se importava a fundo do seu próprio trabalho, que dirá das preocupações dos outros. Se tudo estivesse bem, nem se importava com o descaso ou a irresponsabilidade dela. Mas, não estava. Precisava de alguém para conversar, dividir suas inquietações.
Chutou muito o saco de boxe, pulou corda até lhe faltar ar. Corpo cansado, mente desligada.
*****
-Olá, posso entrar? -Greta deixou apenas a cabeça aparente na porta do escritório que dividia com Walkiria.
-Claro! Desde quando precisas de autorização para entrar no teu escritório.
-Desde que a senhora mora aqui há três ou quatro dias e mais parece um zombie e mal dirige uma palavra aos mortais.
Riram.
-Exagerada! - Alongou os braços e o pescoço. Sentia-se esgotada.
-Eu já sei que alguma coisa aconteceu e como sei também que quando assim é, minha sócia e amiga, precisa de algum tempo para processar os fatos...
-Senta aí, preciso conversar.
-Aconteceu mais alguma coisa com as contas do hotel? Acho que saberia, mas como tens estado mais em contato com a gerente...- Greta tentava adivinhar.
-Não foi nada com o hotel. Permanece tudo igual, ou seja, estamos com a corda no pescoço. - Disse desanimada.
-Então?
-Dália no auge do seu destempero, terminou comigo mais uma vez...- Bufou.
-Ah, mas isso passa. Vocês parecem casal de adolescentes...
-E achas isso normal? Eu com trinta e cinco anos e ela com mais de quarenta?
-Nunca pareceu incomodar-te. Aliás, eu acho que não te esforças muito para que as coisas mudem...
-Eu? Como assim? Ela disse-te alguma coisa?
-Não, até porque a Dália não parece ser o tipo de pessoa que esteja muito preocupada em se conhecer. Ela está sempre a brincar ou a ser sedutora. Não é muito fácil alcançar o que ela quer, ou pensa...
-Como é que eu vou me esforçar para mudar diante do cenário que acabaste de descrever?
-Eu achava que vocês queriam a mesma coisa, divertir-se. Embora, não case muito bem com a tua personalidade, mas eu achei que tinhas mudado.
-Eu sempre soube que não teria nada demais com a Dália. Somos muito diferentes. O problema é que as coisas foram ganhando uma proporção que fugiu um pouco ao meu controle...
-E tu tens de controlar tudo. Sempre.
-Já sei o que pensas sobre isso, mas é a minha forma de estar na vida.
-Sabes o que eu já percebi, que tu és muito mais solta quando sabes que as histórias têm prazo de validade.
-Hmmm? Mas todas sempre têm...
-Lembras como era com a Anne? Sabias que ela iria embora em pouquíssimo tempo e tiveram uma relação leve. Eu adorava aquela versão da Wiki, solta, alegre, viva.
-Tu não podes comparar a Anne à Dália. Os rompantes dela me assustam. Ela vai de 0 a 100 em segundos.
-Ela é intensa e tu muito mais calma e centrada. Acho que precisam conversar para encontrar um meio termo. As coisas precisam ficar claras, as expectativas muito bem definidas.
-E dá para conversar com a Dália? As conversas giram em torno de festas e sex*. Achas que ela vai ter paciência para me ouvir falar dos problemas do hotel?
-Wiki, talvez a Dália não seja a pessoa certa para ti neste momento, mas é preciso que isso fique claro. Tu tens alguma dificuldade em conversar...
-Ela é muito explosiva, sem paciência e eu não sou exatamente o tipo que perde tempo correndo atrás das pessoas.
-Difícil...e a nossa salvadora? Brigaste com ela também? Nunca mais a vi por aqui. - Brincou.
-Como tu és exagerada! Ela só não parece aqui há 3 dias.
-Exatamente o tempo que a senhora está recolhida. Brigaram? - Insistiu.
-Porr*, eu devo ser a pior pessoa do mundo.
-Não és, mas fácil também é algo que não podemos atribuir á senhora Walkiria.
Riram.
-Acreditas que ela é italiana?
Greta riu alto.
-Não posso acreditar. Mas ela não tem sotaque nenhum.
-Viveu apenas a primeira infância na Itália. A mãe dela é italiana...
-Mas não teremos problemas em aceitar a ajuda dela, afinal, a senhora não está a pensar em quebrar a sua jura de mais de 15 anos. Italianas, nunca.
-Tu falas cada asneira. Eu não tenho nada a ver com essa mulher e muito menos, ela comigo.
-Então está tudo certo. Vamos aceitar a ajuda dela e tu ganhas uma amiga por alguns meses. Mundo perfeito.
-É cada uma...vamos trabalhar?
-Ah, agora queres minha companhia para trabalhar.
-Estou mais calma...conversar é bom.
-Eu sei...por isso vim bater no teu templo sagrado.
Riram às gargalhadas.
*****
Passava das seis da tarde, quando Walkiria deixou o escritório com a intenção de tomar um chá e desanuviar a mente. Era sempre bom observar o nevoeiro descendo da serra e cobrindo quase tudo de branco. Dava-lhe sempre a sensação de estar num livro de fantasia em que era uma guerreira invencível e com inúmeros poderes.
Na sua vida, longe de ser um cenário de fantasia, ansiava por poderes capazes de resolver todos os problemas num passe de mágica. Suspirou profundamente na ânsia que a névoa levasse para longe toda a aflição que lhe afligia.
A nuvem espessa ainda não tinha atingido o lounge e assim, pôde ver uma cena que mais uma vez chamou-lhe a atenção. Greta e Gary conversavam de forma quase amigável. Greta parecia puxar por ele, mas ao contrário das outras vezes, ele parecia mais solto. Walkiria podia jurar que viu um sorriso. Isso, vindo do gambiano, era quase um milagre. Ele era muito prestativo, profissional, mas nada sociável. E Greta quase derretida, mais uma preocupação na sua já extensa lista. Com passos ansiosos, aproximou-se deles.
-Finalmente a senhora saiu do santuário, aleluia. Vencida pelo cheiro irresistível dos quitutes de Diana. - Sorriu.
-Com licença, preciso ir. Estão à minha espera lá na vila. Obrigado, dona Greta. Com licença.
Com seu andar sempre firme e a cabeça quase baixa, ele seguiu em direção à entrada do hotel.
-Eu acho que a tua italiana tem algum dom especial.
-Hmm? Quem?
-Nossa amiga, Nahima. - Sorriu diante do olhar incrédulo de Walkiria.
-O que tem a Nahima? - Walkiria percebeu que seu corpo reagia bem ao pronunciamento daquele nome.
-O Gary, o nosso Gary quase monossilábico, teceu rasgados elogios à moça. Disse que ela é simples, engraçada e magnética, palavras do nosso guia e faz tudo. - Riu.
- E como é que o Gary teve tempo de descobrir isso tudo?
-Ah, eles tinham um encontro marcado há alguns dias, mas pela incompatibilidade de agendas, só foi possível hoje. Ele foi instalar uma cadeira de baloiço na varanda dela.
-Ah sim, a cadeira...
-Precisavas ver o jeito fofo que ele usa para falar da italiana. Tímido e ao mesmo tempo entusiasmado. Lindo de ver, ainda mais no Gary. - Tinha admiração naquela frase e consequentemente, problemas no horizonte.
-Será que o Gary se apaixonou pela Nahima? - Experimentou um redemoinho na nuca, mas tão subtil que passou quase despercebido.
-Ah, será? Não me parece...bem, na verdade eu não sei que tipo de mulher atrai o Gary e nem que tipo encanta a nossa amiga.
-Ela foi casada com um negro lindíssimo. O craque da gestão hoteleira...ah, e me disse que mais de 70% das relações que teve até hoje foram com pessoas como eu, melanina pura. É um indicador, não concordas?
-Pode ser, como também pode ser um indicativo de que há chances de haver um romance escaldante com uma das proprietárias da Pedras do Vale. - Riu muito.
-Ah Greta e sua veia romântica. Só te esqueceste de um detalhe, eu estou de férias prolongadas de confusão na minha vida.
-Pense num par que faria sucesso. Meu Deus, já quero esse romance nas brumas de Rui Vaz.
A gargalhada ecoou pelo vale.
-O que sobra em elasticidade e saber receber, falta em juízo.
*****
Sempre que ia à cidade, Walkiria aproveitava para comprar produtos específicos que só encontrava na capital. Era quase sempre uma correria antes de regressar a casa e muitas vezes esquecia algum item importante. Sexta-feira, final da tarde, lojas apinhadas e ela sem muita paciência, mas precisava comprar coisas para o hotel e quanto a isso não havia voltas a dar.
Escolhia alguns itens que Greta tinha pedido, quando olhou para o lado e teve a impressão de ver Nahima andando pelos corredores. Num impulso, empurrou o carrinho naquela direção. Não conseguia acreditar naquela coincidência e ainda tão longe de casa...
-Ainda bem que essa ilha é um ovo e mesmo as pessoas que somem, são facilmente encontradas. - Disse atrás de Nahima e com a boca quase encostada na sua orelha.
Sobressaltada, Nahima deixou cair um pacote ao chão. Abaixaram juntas para pegar e caíram na risada.
- Eu sumi? Esqueceste o que me disseste da última vez? - Nahima perguntou com as mãos na cintura e o sorriso de canto de boca que era outro charme á parte.
-Não me lembro...o que fazes aqui? Ah, esquece, pareço uma intrometida. - Penitenciou-se.
-Calma, pareces cansada... - Segurou-lhe o braço com uma das mãos.
-Um pouco. Passei a tarde em reuniões estafantes e ainda preciso fazer compras pessoais e para o hotel. E sendo esse o maior supermercado da cidade...
-Pois é, foi exatamente isso que me trouxe cá. Preciso adquirir um stock de vinho, algumas iguarias para o meu deleite nas noites frias da aldeia e outras coisinhas especificas. - Sorria e Walkiria fazia o mesmo.
-A semana foi tão ocupada a ponto de não apareceres para o lanche lá no hotel?
-Parece que não te lembras do que me disseste da última vez, ou então, não tinha a importância que tentaste atribuir.
-Continuo sem lembrar...- Provocava.
-Mas eu me lembro bem. Teria de aguardar a tua volta, ou não...
-E tu sempre obedeces? Não me parece muito o teu perfil.
-Meu bem, eu aceito o outro como ele é. Quer minha presença e eu também quero, vamos ser felizes. Não quer? Ah, sem imposições e seguimos com a vida. Eu sou assim.
-Chata!
Ambas tiveram um ataque de riso que demorou algum tempo.
-Sentiste saudades da chata?
-Existem chatas com uma habilidade estranha, conseguem nos cativar...
Riram. Era evidente o prazer de desfrutar aquele momento.
-E as chatas italianas? Ou esse fato tornou-se irrelevante? - Provocou mordendo o lábio inferior e piscando o olho.
-Que eu saiba, tu falas inglês na maior parte do tempo, espanhol de vez em quando, crioulo raramente...
-Crioulo é boa vontade tua, eu arranho e muito mal.
-Consegues comunicar minimamente, já é muito bom. Quem vai se lembrar de onde viste o sol pela primeira vez?
Risos.
-E ela ainda faz poesia. - Riu - Eu só falo italiano com minha mãe, meus amigos italianos e quando estou na Itália. No meu dia a dia, só falo italiano se estou muito irritada, ou, muito emocionada...apaixonada, quando faço amor...essas coisas...
-Hum-hum...- Novamente um calor estranho na nuca, mas Walkiria não prestou atenção.
- Não pretendo me irritar contigo e nem me apaixonar, então...
-Amizade restaurada? - Pulou e empurrou o carrinho para longe.
-Doida! Ela nunca deixou de existir.
-Vamos comemorar! Temos de celebrar. Tem um festival de música maravilhoso hoje à noite na praia de São Francisco. Vens comigo?
-Não estavas cansada? - Brincou.
-Meu bem, preciso me divertir. A semana foi pesada, meu deus, como foi tensa...
-A minha também...
-Vamos? Eu sei que queres ir...
-Quero e vou!
*****
Walkiria abrandou os passos ao chegar no estacionamento a céu aberto do hotel. Precisava recompor-se de um redemoinho fora de lugar que experimentou ao ver Nahima encostada ao carro mexendo no telefone. Que mulher linda! O reflexo da luz da tela na sua face deixava tudo ainda mais perfeito. Isso, aquela cena traduzia a perfeição. Respirou fundo e vestiu a sua capa cómica. Tinha que brincar para não viajar para lugares que não existiam, ou que talvez, fossem proibidos...
-Nem acredito que temos um carro. Nem precisei pedir o da Greta e correr o risco de ouvir um festival de recomendações. - Brincou, posicionando-se muito próxima de Nahima.
Ela levantou o olhar devagar e Walkiria teve a impressão de ver faíscas saindo de seus olhos. O vento bateu nos seus cabelos que voaram num bailado cadenciado. Sorriu. Fechou os olhos e mordeu os lábios. Olhou para o lado e voltou a atenção para o rosto de Walkiria. Sorria abertamente.
-Tu estás muito linda! - Analisou Walkiria de cima a baixo e parou o olhar dentro dos olhos dela.
Walkiria suspirou e podia jurar que Nahima soltou o ar com força.
-Obrigada! Se tivéssemos combinado não daria tão certo, eu toda de branco, e tu, de preto. Estás lindíssima.
Por alguns instantes, limitaram-se a apreciar a figura uma da outra. Sorrindo sempre e banhadas pelo luar majestoso do vale. Momentos...
-Ei, vamos embora ou chagaremos e a festa terá terminado. - Nahima precisou forçar uma saída daquele transe que não fazia o menor sentido. Não era comum...
-Exagerada! São Francisco é logo ali e é um festival de música que se prolonga até de manhã. Dirija com cuidado e nada de prestar atenção na lua. - Brincou.
-Ela está poderosa e capaz de enfeitiçar. Preciso mesmo tomar muito cuidado para não sucumbir aos encantos de sua majestade.
Riram com vontade.
-Eu só não entrego o carro nas tuas mãos, porque é pago pelo projeto e se acontece alguma coisa...
-Ah não. Quero ser apenas apreciadora da noite e da companhia. Tenho certeza que diriges muito bem, e temos gps. Eu posso beber alguns gins?
-O que eu tenho a ver com os teus gins?
-Nada. Perguntei porque se fores beber...
-Eu não bebo se estiver a dirigir. Estás liberada para beber tudo o que quiseres, mas sem vexame porque eu não sei lidar com bêbados.
-Ah vá...eu tenho cara de mulher que bebe até cair?
-Queres que eu diga cara de quê que a senhora tem? - Provocou.
-Prefiro ficar na inocência. Meu Deus, as coisas que devem passar na cabeça dessa mulher...
-Até agora, nada de mais...- Tamborilou os dedos no volante do carro. No rosto tinha um sorriso que Walkiria descreveu como provocante.
-Temos música nesse carro?
-Claro! E acho que o set list que está aí é de música da tua terra.
-Vamos ver se a senhora tem bom gosto. A propósito, teu perfume é uma delícia... - Disse enquanto mexia no som do carro.
-Pelo menos para perfume, o gosto já foi aprovado.
Olharam-se com sorrisos rasgados. Permaneceram.
-Ei, presta atenção nessa estrada...
-Se me deixares...
Riram, cada uma olhando para um lado diferente da paisagem noturna. Ouvia-se Ilha de Santiago na voz de Mayra Andrade.
*****
A festa decorria como seria de esperar de um festival musical na praia, muita alegria, dança, pessoas experimentando outras ainda que por meros dez a trinta minutos no máximo, e todos muito felizes.
Walkiria e Nahima não se desgrudavam e acompanhavam o clima de efusividade da festa.
-Ainda bem que estamos nesse espaço reservado. Imagina eu com essas calças rolando na areia. Eu não sabia o que vestir e...
-Estás linda! Quantas vezes eu vou ter de repetir que estás maravilhosa? Eu também estou de calças, e brancas. - Walkiria tocava Nahima de forma quase íntima e ela não parecia se importar.
-Não me importo com a areia. - Disse a primeira coisa que lhe veio à cabeça, que não estava muito ajustada.
-Vamos dançar...vem. - Walkiria puxou-lhe pela cintura com convicção. Nahima deixava-se ir. Não tinha a menor intenção de controlar aquela onda estranha que lhe corria da nuca à base da coluna.
Na tenda privada onde estavam, começava um show de uma cantora que levava a plateia ao rubro. Todos cantavam o refrão das músicas e dançavam de forma sensual. Walkiria surpreendeu-se ao ver que Nahima, além de cantar a música em crioulo, ainda mexia os quadris tal qual uma crioula.
-Onde aprendeste a dançar assim? - Perguntou dentro do ouvido dela.
-Achas que disfarço bem?
-Porr*! Danças melhor do que eu.
-Hum-hum, obrigada por me iludir. - Riu muito.
-A sério, tu danças muito bem. Olha o povo olhando...
-Não notei nada de especial. Ah e lembras que morei alguns anos no Sal? Não tinha nada para fazer, fui aprender crioulo e os costumes. A dança era minha maior diversão.
-Depois me contas mais da tua vida no Sal? Não que eu seja intrometida, mas eu quero saber mais de ti...quero saber tudo o que quiseres contar...- E olhava-a intensamente.
-Acho que já bebeste gin a mais... - Desconversou. Sentia-se um pouco alterada e aparentemente sem razão para tal.
-Ah, tenho motorista. Vou buscar outro gin. Queres alguma coisa?
-Não, obrigada.
-Não demoro. Imagina se vou correr o risco de me roubarem a motorista? - Provocou.
-Só me levam se eu quiser! - Nahima provocou ainda mais.
-Ui, eu que não corro esse risco. Volto em dois minutos.
Assim que se viu sozinha, Nahima respirou profundamente. Sentia-se agitada, á flor da pele e não entendia muito bem aquela agitação. Instintivamente levou a mão ao coração que parecia dançar num ritmo bastante frenético. Respirou mais uma vez. Não tinha nenhuma razão para sentir-se ansiosa, era a frase que repetia para si. Não tinha.
Um pouco mais calma, tentou encontrar Walkiria no meio daquela multidão. Parecia-lhe que ela estava ausente há bastante tempo. Mas, poderia ser ilusão. Já não sabia muito bem medir o tempo. Viu-a, finalmente. À conversa com uma moça lindíssima e com umas tranças que lhe batiam quase na cintura. Perfeitas, as tranças e a moça. Elas pareciam muito íntimas. Se tocavam, riam muito, conversavam ao pé do ouvido. Sorriu ao vê-las se aproximando.
-Não demorei nada. Essa é a Ágata, minha amiga maluca e essa é a Nahima, minha quase amiga. Estamos em processo de recuperar a amizade depois de uma informação quase letal. - Riu.
-Nahima, ela é maluca, mas preciosa. Diria, que a Wiki é o paradoxo mais prazeroso e estimulante de lidar. E já agora, qual é a informação letal?
Walkiria riu muito e foi acompanhada por Ágata.
-Nahima, eu sou paradoxal e ela muito curiosa.
Gargalhadas.
-Sou italiana...
-E ela odeia italianas. E essa criatura é muito apegada às crenças. Aliás, o apego a define muito bem.
-Isso, porque somos amigas há alguns anos.
Gargalhadas.
-Ah, Nahima...gostei do teu nome e que fique claro, eu não tenho nada contra italianas. Nada. -Piscou-lhe o olho de forma sensual.
-Não ias buscar uma vodca? - Walkiria perguntou tentando desviar a amiga de sua intenção sedutora.
-Hum-hum, já volto.
-Ela é muito engraçada e linda. Já namoraram? - Perguntou num impulso que a deixou levemente preocupada. Não costumava agir assim...
-Eu e a Ágata? Nada a ver, ela é muito intensa para o meu gosto e não se aquieta com ninguém. Eu sou mais calma...acho que sim...- Sorriu.
-Acha? Fale mais...
-Nós somos amigas há algum tempo, tocamos percussão juntas, e não nos vemos tanto quanto eu gostaria. Ela é artista está sempre a viajar...
-Tu tocas? - Perguntou admirada.
-Sim, toco djembe. Mas é por diversão. A Ágata toca como profissão e acompanha grandes artistas em digressão e se apresenta fora de Cabo Verde. Ela é um acontecimento. - Disse orgulhosa.
-Wow! E sobre seres mais calma, estou curiosa.
-Hmmm, acho que a Ágata tem uma forte concorrente.
Riram muito.
-Se eu estiver a ser muito indiscreta...
-Não, até agora tens sido um poço de discrição e eu gosto disso. Eu sou calma, mas digamos que logo após a pandemia, eu precisei recuperar o tempo perdido... - Riu.
-Precisou destravar a língua...- provocou.
-A língua e muitas outras partes do corpo. Estava carente e meio doida com problemas mais sérios...as mulheres, quando não são problemáticas, podem ser uma delícia. Mas disso tu não entendes...
-Não...nada. Foi nesse período intenso que conheceste a tua atual namorada?
-Num dos intervalos. Ela veio depois de uma doida que queria se casar comigo e ter muitos filhos. Uma maluca deliciosa e altamente perigosa. Até hoje, ela jura que vai ser a minha mulher e que eu posso namorar quem eu quiser, mas que ela não desiste.
-Persistente...- Brincou.
-Doida mesmo e pior, ela é linda, inteligente e aparenta normalidade. Tive que ser bastante veemente para ela entender algumas coisas...
-Ela é daqui? De Santiago?
-Não! É de São Vicente, mas morou a vida toda em Portugal. Passa alguns meses por aqui, viajando entre as ilhas...
-E numa dessas viagens, se encantou pela menina salgada e que adora montanhas.
-Menina salgada e que adora montanhas. Gostei! Estás a gostar de estar aqui?
A pergunta surpreendeu Nahima, ainda mais por lhe parecer fora do contexto. E o tom...meigo e expectante. Envolvente.
-Daqui? Da festa? Adorando...
-Do todo, da ilha, do momento, do trabalho...
Estavam presas numa espécie de encantamento. Sorriam. Leves e ao mesmo tempo carregadas de uma tensão que se adensava.
-Boa escolha e sinto que pode melhorar...
-Sempre pode...
Walkiria sentiu braços na sua cintura e ouviu Ágata dizer-lhe uma frase no ouvido, que mudaria os contornos daquela noite.
-Problema na área. Não olhe para trás, mas a Indira acabou de chegar. Estonteante como sempre e o resto já sabes...
Walkiria gelou. Indira era sinónimo de problema. Já não aguentava mais olhar na cara dela, mas a antiga amante sabia ser incisiva e inconveniente. E quando resolvia grudar nela...
Ágata foi para junto de outro grupo de pessoas, exatamente para que Indira não notasse Walkiria.
-O que aconteceu? Pareceu-me que de repente ficaste desconcertada. Aconteceu alguma coisa?
-Ai minha sorte. Aconteceu tudo o que não podia acontecer. Lembras da doida que quer casar comigo?
-Sim, acabaste de contar...
-Ela está aqui e tu não tens noção do que faz e minha paciência não está nos seus melhores dias...
-Mas ela faz o quê?
A nuca de Walkiria arrepiou-se e soube instantaneamente que a outra já tinha notado a sua presença. Não estava com a menor vontade de lidar com Indira e sua loucura.
-Finja que é minha namorada e bastante possessiva. Por favor. - Suplicou.
-Como? - Perguntou Nahima, atordoada.
-Ei se não é a mulher da minha vida que está aqui. - Indira gritou no espalhafato que era bem típico. - Adoro que aqui não precisamos marcar nada, todo mundo se esbarra.
-Indira, que bons ventos a trazem por cá? - Fingiu tranquilidade.
-Sabes que eu sempre volto. Cheguei ontem, hoje estou aqui e amanhã vou lá para o interior. Quem sabe não me hospedo no teu hotel...
A energia predadora daquela mulher era visceral e acompanhava uma beleza estonteante.
Walkiria, contudo, experimentava algo que se assemelhava a repúdio. Não gostava nem de lembrar do quão tóxica aquela mulher podia ser. Precisava sair dali...
Sentiu braços firmes e carinhosos enlaçando a sua cintura. Não era Ágata. Claro que não! Quem estava logo atrás dela era Nahima que aparentemente tinha embarcado na brincadeira. Deixou sua cabeça pender num dos ombros dela.
-Quem é ela? - perguntou Indira com superioridade e desdém.
-Eu? Sou a namorada dela e tu quem és? - Nahima definitivamente tinha abraçado a causa. Walkiria sorriu por dentro e apertou-lhe os braços ao redor de sua cintura.
-Namorada? Mas tu não... e aquela abusada da última vez, Wiki?
-Hmmm? - Walkiria fez sua melhor cara de apaixonada, girou o corpo e olhou fixamente para Nahima.
Num desses lapsos que ninguém entende, conectaram-se profundamente. Ouvia-se apenas silêncio. Nahima mediu a boca de Walkiria com os olhos e obedecendo ao magnetismo daquele instante, beijou-a. Não apenas um beijo para afastar Indira de seus intentos doentios, mas um beijo para explorar, extravasar tensões...um beijo para iniciar uma viagem diferente, às cegas...ou não...
E que beijo! Tanto que mesmo sendo pega de surpresa, Walkiria não hesitou em se entregar. A boca de Nahima convidava a mergulhos sem qualquer tipo de ressalva. O beijo era exatamente como gostava, em cada pequeno pormenor. Quando foi agarrada pela nuca, não conteve um gemido. Que delicia. Suas namoradas costumavam levar algum tempo a conseguir aquela sintonia, e sabia-se exigente na arte de beijar, ou de ser beijada. Aquele beijo era uma explosão na sua mente. O corpo incendiava e a mente explodia. Que sensação. Que confusão.
O tempo que demorou? Quem saberia precisar?
Cambaleante, Walkiria andou para trás e encarou Nahima. Ela sorria e parecia ter feito a coisa mais natural da vida. Ainda saboreou o lábio inferior. Ah se soubesse o que aquele simples gesto provocara em Walkiria.
-É assim que beijas a fingir? - Não estava no seu normal e consequentemente não pensava antes de agir.
-Não era para ser convincente? Acho que tivemos sucesso, a maluca foi embora.
Walkiria finalmente lembrou o que estava a acontecer antes do beijo. Procurou Indira com os olhos e nem sinal dela. Respirou aliviada. Precisava coordenar os pensamentos...
-Vou buscar uma água? Queres alguma coisa?
-Pode ser uma água também.
Atordoada, saiu de perto de Nahima ou sabe-se lá o que faria.
-Ei, mas o que foi aquilo? E tu me fazendo de doida que não tinhas nada com a maravilhosa. E eu ainda com intenções de soltar o meu charme para cima da italiana. Como, se a Walkiria já se antecipou e ela entende como ninguém da arte de seduzir. - Brincou Ágata.
-Criatura, eu não tenho nada com essa mulher. Nada!
-E ela te beijou à força? Parecias bastante entrosada com a boca dela...- Ria da cara de Walkiria.
-Eu pedi que ela fingisse ser minha namorada para dissuadir Indira de suas paranoias...
-Wow! Wiki, aquilo foi a fingir? - Gritou.
-Se gritares mais alto, quem sabe nos ouvem no Tarrafal. - Ironizou.
-Porr*, Walkiria que mulher é aquela? Será que ela aceita fingir comigo também?
O olhar que recebeu de Walkiria a desmotivou imediatamente de qualquer ato mais ousado.
-Ela já deve achar que sou uma completa desequilibrada e ainda vais corroborar a ideia de que somos um bando de mulheres desesperadas...
-Mas não somos nada disso...
-Claro que não, mas hás de convir que minha atitude foi...
-Maravilhosa! A Indira saiu batendo os pés, mas claro que não notaste porque a boca da italiana tem encantos que só Deus sabe.
-Idiota!
-Agora amiga, cá entre nós, que pegada! Nossa Senhora! Fiquei sem ar daqui...
-Vamos buscar uma água? - Walkiria passou a mão pelo cabelo completamente desconcertada.
- E ela não é da orquestra? Olha que finge muito bem...
Não demoraram muito a voltar para a serra. O restante da noite foi preenchido com assuntos banais e alguma dança. De Indira, nem sinal. A confusão, em certa medida, valera a pena...
A viagem de regresso, foi feita maioritariamente em silêncio.
*****
Greta finalmente tinha conseguido degustar um chá da tarde com a sócia e amiga. Tinham esse hábito, momento em que projetavam novas ideias para o negócio, ou simplesmente conversavam sobre as próprias vidas. Mas, o atropelo da vida, quase minara essa rotina edificante.
-Tinha de vir aqui num domingo de folga, para tomarmos esse chá. A que ponto chegamos, dona Walkiria. - Brincou.
-Pois é! Mas que bom que conseguimos retomar...
-O festival foi maravilhoso como prometia?
-Ah Greta, preciso desabafar. - Suspirou profundamente.
Greta, com toda a sua habitual placidez, colocou os dois antebraços sobre a mesa de chá, deixando claro que estava pronta para ouvir qualquer coisa.
De forma acelerada, Walkiria relatou todos os acontecimentos que considerava importantes.
-Que noite, Wiki!
-Tudo ia muito bem, até Indira aparecer e provocar em mim atitudes questionáveis...- Desabou na cadeira.
-Achei engraçado que ela tenha embarcado na brincadeira sem pestanejar...
-Pelo amor de Deus, não me lembre desse fato. Parece que a coagi...
-Ah não, estamos a falar de uma mulher adulta e que sabe o que faz. Tu não a conheces tão bem e eu não a conheço de todo. Deve ser natural esse tipo de situação.
-Tua forma de amenizar meu desconforto é louvável, mas nada convincente.
-Wiki, se a Nahima conhecesse a Indira e gostando de ti, como parece que gosta, teria aceitado ainda mais rápido a tua sugestão.
-Mas ela não conhece...pôde ter parecido um jogo, ou que eu sou leviana...ah sei lá...
-Se a Indira descobre que estás momentaneamente separada da Dália, ela monta a tenda aqui no hotel. E sabemos muito bem como sabe ser persuasiva...
-Ai, nem consegui olhar para a cara dela. Me dá agonia só de lembrar no olhar daquela mulher. E mais, a Nahima não sabe que não estou mais com a Dália, ou seja, minha situação só melhora. - Ironizou.
-Entendo. Obviamente, que no meio desse caos, nem reparaste no beijo da Nahima. - Brincou para amenizar.
Walkiria revirou os olhos mostrando desagrado.
A realidade era que se esforçava para apagar aquela lembrança e seus efeitos de sua mente.
*****
Sem conseguir relaxar para dormir e muito menos pensar com clareza, Walkiria deixou seu loft pelo quintal e se embrenhou na mata em direção à aldeia onde Nahima estava hospedada. Tentou fazer uso da lanterna do telefone para iluminar melhor o percurso, e percebeu que estava sem bateria. Para melhorar ainda mais o seu já caótico cenário, a serra estava coberta de nuvens e da lua, nem sinal. Desistir não estava nos planos e seguiu pelo mato, mesmo sabendo que chegaria ao destino toda arranhada. Isso, se não tropeçasse e acontecesse algo ainda mais sério.
Demorou mais de quinze minutos para alcançar as traseiras da aldeia. Com a respiração completamente alterada, tentou localizar a unidade de Nahima. Chegou ao alpendre e para seu alívio, havia uma luz fraca iluminando o interior. Bateu na porta mais de cinco vezes. A princípio de forma tímida, mas depois com ansiedade. Nahima abriu a porta. Estava de pijama com cara de sono. Pareceu estar confusa...
-Desculpa vir aqui sem avisar e nesse horário... - Sua boca tremia de nervoso.
-Aconteceu alguma coisa? Estás toda arranhada. - Tocou levemente a pele dos seus braços.
-Nem notei...preciso falar contigo. É urgente!
-Entra!
-Já estavas a dormir...desculpa...
-Nem por isso. Estava no sofá a ler um pouco antes de ir para o quarto.
-Preciso pedir desculpas pela asneira de ontem. - Era visível o descontrolo.
-Walkiria, respira. Vamos cuidar desses arranhões? Senta, já volto.
Os minutos seguintes foram passados em silêncio. Não era um silêncio confrangedor. Talvez pudesse ser descrito como um silêncio cúmplice. Nahima cuidou dos ferimentos de Walkiria e para ela pareceu ser tão natural. Por instantes, esqueceu toda a tempestade que lhe ia na alma.
-Ai...ardeu um pouco...- Reclamou com a voz doce.
-Precisa desinfetar. - Assoprou de leve.
Walkiria fechou os olhos. Pareceu-lhe um sonho...
Fim do capítulo
Olá pessoas que acompanham a minha história :)
Precisei terminar o capítulo 9 de forma diferente do que estava na sinopse. Num dos raros momentos em que paro para ver quantas paginas ja escrevi, levei um susto ao percever que já tinha atingido as 20 paginas. Que exagero!
Continumamos no capítulo 10. É mais sensato.
A história está interessante? Comentem mais se acharem que vale a pena para eu ter um termómetro.
Muitissimo obrigada a vocês que sempre comentam.
Com amor,
Nadine
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Mille
Em: 07/03/2023
Oi autora
Nahima e Wki pegando fogo, aí essa dupla nos deixa com vontade de te-las sempre juntas.
E esse final foi de deixar todas ansiosas.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Duplinha boa, nao é? E olha que elas ainda nao aprontaram nada rsrsrsrs
Muito obrigada. Bjs
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Joanna
Em: 07/03/2023
Curiosa para saber o motivo desta aversão da Wiki em relação às italianas.
Aliás, um dos idiomas mais bonitos, minha opinião, é claro!kk E o francês também!
Resposta do autor:
Acho que é a primeira vez que te vejo aqui nos comentários. Seja bem vida :)
Ela já explicou porque nao gosta de italianas. Eu tb gosto da lingua italiana. Ah o francês...mon dieu rsrsrsrs
Mas o gosto já sabemos como é, e Wiki não gosta rsrsrsrs
Muito obrigada. Bjs
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Dandara091
Em: 05/03/2023
Alô autora!
Que stop foi esse?? A perereca deu um pulo de 3 metros no brejo e ficou batendo boca que nem peixe de chupar aquário tá ligada? Se isso é fingimento me chama de Branca que eu faço neve!
Quero ver o fogo queimar!!!
Autora tu me deve uma resposta pra comentário. Cadê a comunicação internegritude?
#soltasfrangamulherada
#bocamisteriosanaobeijafake
#sejogawiki
E vamos ser feliz nas brumas desse pico!
Resposta do autor:
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, morro de rir com os teus comentários.
Darling, não é permitido me cobrar nada nessa semana. Escrevi o capítulo 10 a maior parte do tempo com compressa de gelo, ora no pulso, ora no ombro. Nem sei porque escrevi...ou melhor sei, sou viciada e amo fazer isso, ainda que doa rsrsrs, enfim...
Essas brumas desse pico prometem rsrsrs
Muito obrigada. Bjs
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rebarlow
Em: 05/03/2023
Confesso que cheguei ao meio do capítulo desconfiada por ainda ter bastante conteúdo para ler kkkkkk
Ainda consigo me surpreender depois de todos esses anos acompanhando suas histórias, com a criatividade de criar situações inesperadas estar amei a Indira ter aparecido nesse momento... Que beijo arrebatador!
Depois fiquei rolando a tela umas três vezes desacreditada com a forma que você encerrou o capítulo, isso foi inédito kkkkkkkk.
Nem preciso falar que aguardo roendo as unhas, o próximo!
Beijos e obrigado por isso!
Resposta do autor:
Rsrsrsrs, eu não tenho juizo e nem limites. Escrevo demais e depois sofro com dores, aí juro que não repetirei o erro e no capítulo seguinte mais uma vez preciso me policiar para nao ultrapassar as 20 paginas. Só nao desisto de aprender a ser sucinta porque eu nunca desisto de nada.
No dia que não puder ser mais criativa, vou inventar outro hobby rsrsrs.
Eu me envolvo com esses personagens e sigo voando, ainda que de vez em quando precise aterrar rsrsrs
Muito obrigada. Bjs
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HelOliveira
Em: 05/03/2023
Que foi isso, esse beijo me pagou de surpresa tb, Nahima não pensou muito e se esse foi fingindo imagina quando for de verdade....
Temperatura muito alta.....sabe quando está lendo e não percebe o tempo passar...bem ia reclamar se tivesse continuado empolgada.
Até o proximo
Resposta do autor:
Surpresa boa rsrsrs, eu pelo menos achei, embora para mim não tenha sido surpresa. Estava na sinopse kkkkkk. Pressinto que essa será uma história com muitos beijos e muitas surpresas kkkkkk
Já comecei a pagar o preço por escrever demais...ai, ai, ai...enfim.
Muito obrigada. Bjs
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Marta Andrade dos Santos
Em: 05/03/2023
Wiki mulher deixa de neura e agarra a Nahima.
Resposta do autor:
Rsrsrs, sem neura não tem graça e nem seria Walkiria.
Muito obrigada. Bjs
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NovaAqui
Em: 04/03/2023
Esse beijo foi beijo de mulheres apaixonadas kkkkk beijo de fingimento não é assim não kkkkkk
Me colore que eu tô bege kkkkk Que bafão esse beijo!
Agora é ver qual rumo essa conversa vai tomar! Espero que seja a cama kkkkk eu acho que não vai ser! Por enquanto não!
Wiki já teve muitas namoradas pelo jeito kkkkk uns nomes surgem vez ou outra
Bom final de semana
Abraços procê♥
Resposta do autor:
Rsrsrsrs, elas que se enganem.
Que cama, mulher? kkkkkkk, acho que não. Walkiria já teve alguns casos, namoradas nem por isso. A doida gosta de mulher e de sexo bom, fazer o quê? Vamos julgar? Never!! rsrsrs
Muito obrigada. Bjs
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brunafinzicontini
Em: 04/03/2023
Se a história está interessante? Interessantíssima é pouco para exprimir o quanto está cativante!
Quer ter um termômetro para avaliar? Temperatura altíssima! Um calor imenso a nos incendiar quando nossas duas heroínas estão juntas!
O beijo “fingido” foi o clímax e certamente “bagunçou” o coração (e outras partes) das duas! Pena que você tenha se assustado com o número de páginas escritas e tenha freado seu impulso de produzir mais... Ficaríamos deliciadas em ler outro tanto ou mais.
Tudo bem. Permaneceremos ansiosas pelo próximo capítulo, querida autora!
Bom final de semana!
Beijos,
Bruna
Resposta do autor:
Rsrsrsrs, obrigada Bruna. Sempre generosa e maravilhosa. Essa semana eu me forcei a escrever um capítulo novo mesmo sem estar em condições. Ainda bem que os personagens me animam rsrsrs
Mesmo com muita dor e sem nenhuma vontade de escrever, tive que me policiar mais uma vez para nao ultrapassar as 20 paginas. Eu preciso aprender a ser sucinta rsrsrs
Muito obrigada meu bem. Espero estar mais animada da proxima vez...
Bj
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Nadine Helgenberger Em: 17/04/2023 Autora da história
Que bom! Tem mais rsrsrs
Bjs e muito obrigada.