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Tempus Agendi - Tempo de Agir por Solitudine

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Palavras: 9726
Acessos: 11504   |  Postado em: 08/02/2023

BREU

 

Goiânia, estado de Goiás

 

Yara estava em uma reunião rápida com o setor de Imprensa do Partido e estudantes universitários em trabalho voluntário.

 

--É muito importante que especialmente nesse ano de 2018 que tá pra começar nós intensifiquemos nosso trabalho de comunicação! – a indígena olhava para os demais – A experiência recente ocorrida nos Estados Unidos, na eleição de Rump, e na Inglaterra, na saída do país da Comunidade dos Europeus, deixou claro que o recurso das notícias falsas apoiado pelo conhecimento do trabalho com dados e neurociência será massivamente usado na formação da vontade eleitoral do brasileiro! – dizia sua opinião – E com a modernidade sabemos que cerca de 60% dos eleitores são informados por redes sociais. Então a gente tem que tá presente nessas redes e ocupar o espaço com sabedoria! – gesticulou – Notícias rápidas, diagramação inteligente, destacando os pontos principais de modo atraente pro leitor, links indicando o caminho praqueles que quiserem se aprofundar no assunto, memes divertidos e a verdade sempre sendo exposta de forma robusta!

 

--Professora, a gente vai usar tudo que aprendeu nas aulas de Data Visualization! – uma jovem exclamou animada – Vamos destacar a informação do jeito que a senhora espera! – sorriu

 

--Tô aqui com a lista dos temas que foram priorizados no Colegiado passado: -- Natália preparou-se para ler – Reformas, Dívida Pública, Privatizações/Balanço Financeiro das Estatais, Política de Preço de Combustíveis, Demarcação de Terras/Povos Originários/Desmatamento, Pautas de Mulheres, Negros, LGBTs e Pessoas com Deficiência e Emprego/Famílias/Estado de Bem Estar Social. – olhou para os demais – Vamos ter um trabalho da porr* e é muito importante que cada um faça sua parte! – advertiu

 

--A gente vai se dividir em temas pra organizar a escrita dos artigos e o pessoal da diagramação vai recebendo nosso material. – Quênia explicava – Podem deixar que a gente vai deixar claro o que tem que ser destacado. – olhou para Natália – Camarada, como atualmente o núcleo da Bahia é o que tem o maior setor de Imprensa do Partido é importante que vocês articulem com os demais núcleos pra todo mundo ser bem uniforme no que vai fazer! – advertiu – E trocar ideias pra ir sempre melhorando, claro. – destacou – Pode deixar que aqui na Sede a bola tá comigo!

 

--Ciente, camarada. – a baiana respondeu de pronto – Se aquela bicha fuleira da Renata não tivesse depenado o setor de Imprensa do núcleo de São Paulo, hoje a gente ia tá bem melhor em termos de recursos, mas enfim... – deu de ombros – Vida que segue e firmes na luta! – ergueu o punho esquerdo

 

--Firmes na luta! – todos repetiram fala e gesto

 

--Camarada Yara, será que a gente podia conversar rapidinho? – Jurema aguardou a finalização da reunião para se aproximar – Eu precisava muito trocar uma palavrinha com você. – pediu humildemente

 

Balançou a cabeça concordando. – Tô indo pegar o ônibus pra ir me reunir com o pessoal do Movimento dos Povos Originários. – olhava para a outra – Vamos definir o calendário de ações sociais pro ano que vem. – informou – Aliás, -- cruzou os braços – você não vai? – perguntou estranhando – Os camaradas João e Maria disseram que vão me encontrar lá.

 

--Não, eu vou ficar aqui pra ajudar camarada Omar no trabalho de apoio às populações de rua pra esse natal. – justificou-se – Mas acompanho você até o ponto de ônibus e a gente vai conversando, pode ser?

 

--Claro. Vamos. – respondeu de imediato

 

***

 

--Eu fiquei muito envergonhada depois que você saiu lá de casa quase corrida e... me senti uma idiota! – não tinha coragem de encarar a outra – Tô notando você assim tão desanimada, embora não tenha deixado o ritmo cair... – reparou – Fiquei pensando se eu não teria culpa nisso, porque você deve ter contado tudo a sua namorada e ela deve ter ficado furiosa! – considerou – Confesso que no lugar dela, eu ficaria.

 

--Sim, eu contei, mas meu desânimo não é culpa sua. – chegaram no ponto de ônibus e pararam de andar – São várias outras questões... – não queria entrar em detalhes – Mas, embora sua estima me lisonjeie, queria te pedir mais uma vez que pare com isso! – olhava para a outra – Não vai acontecer nada entre nós, Jurema. – afirmou com brandura – Você continua sendo como uma irmã pra mim e não vejo jeito disso mudar. – dizia a verdade

 

Ficou triste com o que ouviu. – Tudo bem, Yara... – concordou – Eu dou minha palavra que de hoje em diante vou fazer um esforço hercúleo pra tirar o que sinto por você do meu coração. – prometeu

 

--Eu sinto muito não poder retribuir, mas a gente não controla essas coisas. – lamentou

 

--Sei que não... – deu um suspiro profundo e decidiu mudar de assunto – Olha, tem outra coisa que eu queria te falar e ouvir sua opinião. – olhou para Yara – Tô pensando em visitar Renata nas minhas férias de janeiro. – pausou brevemente – Não sei porque, mas essa ideia tem vindo na minha cabeça e... sei lá, vai que é importante?

 

Cruzou os braços. – Pensando friamente não seria uma boa ideia, porque a oposição pode alegar que o Comuna tava de conluio com ela o tempo inteiro... – pausou brevemente -- Mas, sob o ponto de vista humano, o Mestre Jesus recomendou a caridade até com quem está nas prisões. E se sua intuição tem lhe mandado fazer isso, pode ser realmente necessário, embora hoje a gente não entenda porquê. – ponderou – Seja discreta. -- aconselhou

 

--Pode deixar que eu serei! – garantiu – E, de coração, desejo que seus problemas sejam logo resolvidos e você fique bem! – deu um sorriso tímido – Você é uma mulher maravilhosa, Yara! – elogiou

 

Ficou envergonhada com o elogio. – Você também, Jurema. – abaixou a cabeça

 

***

 

Yara seguia no ônibus para encontrar com os outros indígenas e decidiu ler as notícias pelo celular para passar o tempo. Uma pequena fofoca sobre artistas chamou sua atenção. “Não costumo ler esse tipo de trem, mas...” – pensou antes de clicar no link da matéria – “DJ Let Dany e Rapper Gil do Beco Celebram Casamento em Comunidade Carioca” – começou a ler e se deteve em um trecho que reproduzia a fala da ex namorada – “Às vezes quando um relacionamento termina a gente pensa que nunca mais vai encontrar alguém especial, mas isso é um grande erro! Hoje vejo que a Let é o amor da minha vida e eu não poderia ser mais feliz do que me sinto atualmente! Se pudesse voltar no tempo, faria tudo igual!” – terminava de ler – “É Gil... espero que você seja muito feliz!” – desejou com sinceridade e guardou o celular no bolso na calça

 

Olhando sem ver a paisagem exterior, a indígena lembrou-se de uma conversa que tivera há poucos dias com um camarada do Comuna de Pernambuco.

 

“--Tá tudo certo, camarada Yara! Fica tranquila! – Gusmão dizia – Sua amiga Edivânia e os filhos dela continuam na lista das famílias que nós assistimos, mas eu acho que em breve isso não vai ser mais necessário! – afirmou sorridente – Além dos meninos tarem na faculdade, camarada Buarque se encantou por ela e pelo que andei ouvindo... acho até que vão juntar os trapinhos! – contava a novidade

 

--É mesmo? – surpreendeu-se – Que bom! – sorriu também – Tomara que dê certo e eles sejam muito felizes juntos! – desejou”

 

“Enquanto isso, Elza e eu... que tristeza...” – a indígena pensava com pesar ao se recordar da última discussão que haviam tido

 

“-- Não queira comparar o seu caso com o meu! – a indígena reclamava revoltada – Eu jamais iria imaginar que Jurema faria o que fez porque fazia tempo que ela me parecia que tava em outra! – falava em tom ríspido – E eu não fui pra casa dela aceitando convite nenhum, fui por causa de assuntos do Comuna! Já você aceitou um convite prum jantarzinho íntimo com uma mulher que mal conhece, mas que tava na cara que tá super interessada em te conhecer a fundo! – acusou

 

--Claro, né? No seu caso sempre é diferente! – Elza rebateu com raiva – Que surpresa que Jurema tenha feito o que fez! Sabe que eu tô pasma? – ironizou – Me poupe, Yara, tá pensando que eu nasci ontem? – falava de cara feia – Aposto que quando ela apareceu de roupinha íntima pra te atacar você soltou um “ô, glória!” e se abestalhou babando com o que via! – acusou – Te conheço, Yara Saraíba, te conheço! – gesticulava

 

--E você, Elza Machado, como reagiu quando viu sua ídola à disposição pra ir pra cama contigo? – rebateu de imediato – Não diga que não sentiu nada porque não é verdade!

 

--Ah, então agora você lê até meus pensamentos passados? – a militar respondeu revoltada – Tá me julgando por você, meu bem?

 

--Eu também te conheço, Elza! – falou um pouco mais alto – Sei como você é séria e separa as coisas quando o assunto é trabalho! E se você aceitou o convite praquele jantar é porque essa mulher mexe com você! – afirmou enfática – Pode não ter ido pra cama com ela, mas com certeza morreu de vontade! – acusou mais uma vez

 

--Não vou ficar aqui ouvindo acusações de quem não tem moral pra isso! – os olhos marejaram – Passar bem, Yara Saraíba! Feliz natal e feliz 2018! – desligou o telefone”

 

“Relacionamento bem sucedido não é coisa pra todo mundo, Yara!” – a mulher dizia para si mesma – “E não é pra você!” – levantou-se e apertou a cigarra para saltar do ônibus – “Cuide das suas responsabilidades e vida que segue!” – decidiu com os olhos marejados

 

 

São Paulo, estado de São Paulo

 

O ônibus de Elza havia acabado de deixar a rodoviária rumo a São José dos Campos. A militar estava de volta ao Brasil para passar as festas de final de ano. Enquanto seguia viagem, pensava em coisas da vida.

 

“-- Senhor, irei passar o recesso do final do ano em São José e volto no primeiro dia útil após o término dele. – Elza informava a um superior – Mas estarei disponível pelo celular ou via QQOV? se for necessário me contatar para qualquer assunto de trabalho. – garantiu

 

--Ciente. – o homem respondeu em concordância – Mas eu até recomendaria que a senhora passasse uma ou duas semanas a mais no Brasil para cuidar da burocracia referente a sua extensão de prazo aqui nos Estados Unidos. – aconselhou – Como serão mais nove meses e a senhora tem um visto de permanência por dois anos, creio que o processo interno será bem rápido. – informou

 

--Extensão de prazo? – surpreendeu-se – Perdoe, senhor, mas não estava ciente disso. – dizia a verdade – A informação que recebi é que ficaria no país até março de 2018. – estranhava

 

--Originalmente sim, mas foi solicitada uma extensão pra você. – o homem esclareceu – E o pedido veio da própria Castrodeza Craig. Parece que ela se agradou muito do seu trabalho e deseja usar o período máximo para uma adidância, que é de dois anos.

 

Elza ficou sem palavras.

 

--Se por acaso não receber liberação no Brasil ou não puder aceitar a extensão por razões particulares, basta fazer uma carta apresentando a justificativa e isso não lhe trará qualquer problema. – explicou – Só ressalto que é necessário que o mais antigo do seu Instituto assine esse documento.”

 

“E agora, meu Deus, o que eu faço?” – os olhos marejaram – “Se eu aceitar será ótimo e ainda me livra de grande parte do estresse eleitoral no Brasil, mas em compensação correrei o risco de perder Yara...” – derramou uma lágrima e se lembrou da última discussão que tiveram

 

“-- Sempre soube que Castrodeza era hetero e casada. A fama dela é de ser alguém inatingível, que não dá grande espaço pra ninguém se aproximar! – justificava-se – Quando ela me convidou pro jantar eu aceitei naquele melhor espírito de quem vai se encontrar com uma pessoa que profissionalmente super se admira! – gesticulava – Poxa, Yara, ela é como uma ídola pra mim! Li tudo que ela publicou! – olhava para a tela do celular – Se te fosse possível, você não gostaria de bater um papo com Rosa Luxemburgo ou Olga Benário?

 

Achou graça. – Ora, Elza, por favor, não me venha com essa! – retrucou de cara feia – Se eu que tô aqui a quilômetros de distância sabia no que essa mulher tava de olho, não é possível que não tenha te passado pela cabeça que nesse jantar a sobremesa era você! – gesticulou

 

--Não seja vulgar porque eu detesto isso! – revoltou-se

 

--Tô sendo realista, meu bem, é outra coisa! – devolveu de pronto – O que eu tô vendo rolar entre você e essa mulher, nunca vi acontecer em todos esses anos e isso me dói demais! – sentia vontade de chorar

 

--Você tá delirando, Yara, delirando! – Elza respondeu agoniada”

 

Fechou os olhos e encostou a cabeça no assento. “Ela acredita de verdade que eu me sinto atraída pela Castrodeza...” – pensava – “Ela acha que corre algum risco...” – derramou algumas lágrimas – “Meu Deus...” – sentia-se mal e agoniada – “Por que eu tinha que me apaixonar por alguém tão longe e tão perto de mim ao mesmo tempo?” – questionava-se

 

 

São José dos Campos, estado de São Paulo

 

Elza e Fernandão conversavam na cozinha da casa da oficial enquanto terminavam de preparar o almoço de natal. Machado fazia companhia à Malu, Alana e Aline, que estavam na sala, enquanto Goulart conversava na porta da casa com uma pessoa ao celular. Jonas e Alessandra haviam ido na igreja buscar a mãe dela que assistira a missa do primeiro horário do dia.

 

--A vida sempre nos surpreende! – Fernandão dizia enquanto mexia a panela dos camarões – Quem poderia imaginar que o sub e a Malu seriam unidos por um aplicativo? – sorriu – E dá-lhe PIMBA! – brincou

 

--Eu achava que meu pai tinha uma quedinha por ela e que era recíproco. – Elza comentou ao virar o salmão na bandeja – O problema ali era a comunicação! – fechou a porta do forno – Mas com dicionário online tudo fica mais fácil, né? – riram brevemente

 

--E com isso, mais as nossas famílias se unem! – Fernandão comentou satisfeita

 

--Sabe que eu fico muito feliz de você se sentir tão nossa? – encostou-se na pia e olhou para a outra – Também te considero assim; é como se fosse minha irmã mais velha. – dizia a verdade – E ver você e meu pai unidos à família da minha melhor amiga é uma alegria muito grande! – deu um sorriso triste

 

--E por que não te sinto alegre? – tampou a panela – Você e o brigadeiro tão bem fora do clima da festa. – aproximou-se da negra – Ele porque parece que vai ter uma crise de nervos a qualquer momento e você por uma tristeza que se percebe longe. Ainda que tente disfarçar. – considerou – É Yara, né?

 

--Não dá pra gente ter essa conversa enquanto o pessoal da Alê tiver aqui em casa. – falou em tom mais baixo – Mas, sim, você tá certa.

 

--Imaginei! – cruzou os braços – Quando quiser e puder desabafar, sabe que pode contar sempre comigo, né? – afirmou com carinho

 

--Claro que sei! -- sorriu

 

--Eu tô desesperado, Gonçalves! – Goulart dizia para o homem do outro lado da linha – Ontem vi na TV que a morte do padre Camilo somada à daquele estudante comunista de São Paulo foram fatos que chocaram o Brasil e o mundo! Tem gente em tudo que é lugar gerando diversas formas de luto e pedindo justiça! – gesticulava nervosamente – A Comissão Nacional dos Religiosos Católicos não deixa o assunto morrer e até o Vaticano vez por outra emite alguma nota! – andava de um lado a outro – O primeiro atentado que Yara sofreu e mais a tentativa de assassinato contra aquela ex deputada vão na esteira de tudo isso! – prestava atenção para ver se alguém da casa se aproximava -- E sempre vem alguma associação aos Justiceiros!

 

--Calma, Goulart, não tem porque ficar assim! – Gonçalves respondeu – Não somos Justiceiros e eles sequer fazem parte do nosso grupo! – alegou – Eu nem conheço esses caras. Duvido que você conheça algum!

 

--É, mas não pode ser coincidência! – retrucou – Todo mundo que foi atacado tava na lista que eu fiz! Só o padre é que acabou pagando o pato porque decidiu salvar Yara! – considerou

 

--E isso não te faz culpado! Você não passou missão pros Justiceiros! Ninguém tem como alegar isso!

 

--Como não? – falou um pouco mais alto mas se conteve – Eles têm a lista que eu fiz, original ou cópia, mas com a minha letra! – o brigadeiro continuava argumentando – A pressão tá muito grande e se alguém quiser um bode expiatório pra aparecer como o mandante dos atentados vão dizer que fui eu! Qualquer entendido de grafologia ou uma mera rotinazinha computacional podem confirmar que a letra é minha!

 

--Não comece a delirar! E se acontecer alguma coisa, você vai saber se virar. – desejava encerrar a conversa – E hoje é natal! Nossas famílias merecem atenção. – considerou – Feliz natal, Goulart, e feliz ano novo!

 

Deu um suspiro profundo. – Desejo o mesmo... Tudo de bom! – ouviu a ligação se encerrar – “Eu preciso me proteger de alguma forma porque fiquei sozinho nessa...” – pensou – “De um jeito ou de outro todos eles já deixaram claro que o problema é meu e só meu...” – constatou – “Eu devia ter ido na missa com a mãe da Alê...” – balançou a cabeça contrariado e voltou para dentro da casa

 

***

 

--Cara, isso é uma parada bem séria e você tem que ser muito honesta consigo mesma e com a Yara! – Alessandra dizia – Não era pra você tá dividida, amiga! – olhava para a outra – Por mais que você tenha competência de sobra, por mais que esse período nos Estados Unidos seja bom pra sua carreira, nós duas sabemos que a tal da Castrodeza veio com um pedido de extensão de prazo porque ela não vai descansar enquanto não te jogar numa cama!

 

--Eu sei... – concordou – Mas eu juro que não tô dividida por estar a fim dela, porque eu não tô! – afirmou convicta – O que eu tô querendo fazer é jogar e eu posso me sair muito bem nessa história ao final! E sem colocar minha relação com Yara em risco!

 

As duas amigas conversavam enquanto faziam uma caminhada pela cidade.

 

Riu brevemente. – Amore, sabe qual é? Você não quer abrir mão de nada! – Alessandra observou enfática – Tem horas na vida que a escolha é tipo bit de computador, meu bem, tem que ser zero ou um! Não dá pra ser número quebrado! – gesticulou brevemente – Cê tá se superestimando, querida, perdoe dizer! – observou – Achar que pode dar uma volta numa cobra criada como Castrodeza Craig? – achou graça – Aquilo ali sabe até com quem o Capeta perdeu a virgindade! – frisou – Isso se ainda não deu uns conselhos pra ele antes! Se bobear até ensinou o Bicho Ruim a usar camisinha!

 

Achou graça. – Eu hein! – balançou a cabeça – Não acho que vou dar uma volta nela, não é isso, mas posso ficar lá sem ter que ir pra cama, poxa! Eu já não iria ficar até março mesmo?

 

--Dentro do originalmente combinado! – destacou – Até dezembro seria graças ao pedido dela, o que é bem diferente, by the way!

 

--Eu sei que é, mas nem por isso tenho que ceder ao desejo dela, né? – argumentou

 

--E se o desejo não for só dela? – provocou

 

--Alê?! – parou de andar e colocou as mãos na cintura – Será possível que você ainda não entendeu que eu tenho um plano? Não tô só pensando em carreira, é uma coisa muito maior!

 

Parou de andar também. – Amiga, olha só, pra mim tá muito claro que você já decidiu aceitar a extensão e tá só pensando num jeito de convencer Yara a não se emputecer demais com isso! – falava com total sinceridade – Só que, perdoe dizer, muito além do seu plano mirabolante me parece que Yara tem razão e você tá é morrendo de tesão na maluca americana!

 

--Oi?! – perguntou revoltada – Da onde você tirou isso, hein? – não aceitava

 

--Não sei. Deve ser porque nós duas somos mulheres na casa dos 40 e deixei de ser bobinha há muita raça de tempo! – afirmou irônica – Pena que você ainda não! – sorriu debochada – Agora vamos caminhar! – voltou a andar – Tô querendo engravidar nesse ano mas nem por isso quero deixar de ser gata, vambora! – bateu uma palma

 

--Espera, ow! – correu atrás da outra – Que merd*!

 

 

Goiânia, estado de Goiás

 

Yara entrava em seu quarto sem saber o que esperar. – Boa noite. – cumprimentou desconfiada – “Eu não imaginava que ela viesse aqui em pleno dia 29 de dezembro!” – pensou sem entender

 

--Boa noite. – levantou-se – Até que você não demorou muito a voltar pra casa. – caminhou até a namorada e a beijou nos lábios

 

“O que deu nela?” – pensou intrigada – “A gente caiu no pau e ela vem e me beija assim numa boa?” – estava pasma -- Eu tava na faculdade, resolvendo as últimas pendências do ano. – colocou a bolsa em cima da mesa – Pode me esperar tomar um banho, por favor? – afastou-se um pouco -- Tô me sentindo nojenta!

 

Achou graça da reação. – Claro que sim, amor. – sentou-se novamente – Eu espero.

 

--Você tá naquele hotel da Praça Tamandaré? – perguntou ao abrir o armário e pegar muda de roupa

 

--Não, eu vou ficar aqui. – viu que a indígena olhou para ela em choque – Dona Kedima deixou, desde que sem resfulengo. – continuava sorrindo – Já até tomei banho, troquei de roupa... não cheguei vestida assim. – esclareceu – Só não tirei minhas coisas da mala esperando por você.

 

--Você vai ficar aqui?? – o coração acelerou – “Eu tô ouvindo bem??” – pensou abestalhada

 

--Pra passar o réveillon com você. – cruzou as pernas – Ainda não tinha vivido essa experiência.

 

Sorriu animada. – Elza, o que é que deu em você? – sentia-se feliz – Não esperava te ver aqui, disposta a passar o réveillon no abrigo, na frente de todo mundo!

 

--Vai tomar seu banho, vai? – pediu bem humorada – Na sua volta a gente conversa. – piscou para a indígena

 

--É pra já! – pegou a toalha de banho e saiu quase correndo para o banheiro

 

***

 

--Essa praça é tão bonita! – Elza comentou reparando – Cheia de árvores, canteiros floridos... – abraçou-se com os braços da amada – É tão gostoso ficar aqui deitada com você apreciando o sol se pôr... – suspirou satisfeita – Adoro esses momentos simples a seu lado!

 

--Eu também adoro! – beijou a cabeça da amada – Gostoso ficar deitadinha numa rede assim e só apreciando a visão da cidade... – mordiscou o lóbulo da orelha da negra

 

Elza e Yara estavam deitadas numa rede na varanda do quarto de hotel no qual se hospedaram em Goiânia. A indígena abrigava a namorada em seus braços, a qual estava deitada de costas para ela.

 

--Passar réveillon no abrigo é uma loucura, sabia? – lembrava-se do que viveram – Mas não se pode negar que a gente se diverte! – riram brevemente – E depois de tanto fuzuê no meio de tanta gente, nada melhor que uns dias a sós com você!

 

--Não sabe como eu adorei ter você aqui! – beijou a bochecha da militar – Embora saibamos que 2018 vai ser um ano difícil, pelo menos ele começou muito bem! – beijou a cabeça dela – E mais uma vez, você não inventou histórias mirabolantes pra poder ficar comigo. Mais uma evolução! -- sorriu

 

--Todo mundo sabe pra onde eu vim e porque. – confirmou satisfeita – Meu pai e Fernandão foram pro Rio com a família da Alê e só tio Goulart ficou na cidade. – contava – Ele disse que ia fazer não sei o que, não entendi muito bem. Aliás, ele tava tão estranho... parecia a ponto de explodir!

 

--E será que tudo isso foi porque você veio pra cá? – perguntou intrigada

 

--Não. – respondeu de pronto – Fernandão disse que ele tá assim não é de hoje. Quase nem conversou comigo e nem com ninguém. Nunca o vi daquele jeito!

 

“Será que isso tudo é culpa no cartório?” – Yara pensou – “Será que ele teve alguma coisa a ver com os atentados?” – intrigou-se – “Não, eu não posso falar nada sem ter boas razões pra justificar a suspeita. Do contrário, seria levantar um falso.” – considerou – E... você volta pra São Paulo agora na sexta mas vai pros Estados Unidos quando? – mudou de assunto -- Quando termina o recesso?

 

--Oficialmente termina nessa sexta mesmo, dia 05. – respondeu de imediato – Mas... eu vou passar duas semanas em São José pra resolver umas burocracias... – afirmou receosa

 

–Burocracias? – estranhou – E será que essas burocracias têm alguma coisa a ver com uma sensação de que me parece que temos algo no ar? – perguntou desconfiada – Sei lá, mas... algo me diz que você ainda não me disse tudo que deseja!

 

Gastou uns segundos antes de responder. – É, de fato eu não disse... – desvencilhou-se lentamente e se sentou na rede – Ganhei uma extensão de prazo pra ficar nos Estados Unidos até dezembro desse ano... – afirmou sem olhar para trás

 

--O que?? – sentou-se na rede também – Ah, então tio Goulart tá se consumindo em angústias mas não deixa de querer nos atrapalhar! – reclamou – Mexeu os pauzinhos pra conseguir te manter lá por mais 9 meses?

 

--Não foi ele... – continuava sem encarar a amada – Foi a Castrodeza... – calou-se esperando a resposta

 

--O QUE?? – levantou-se da rede – Ah, então, tá tudo explicado! – riu brevemente – Eu sou uma idiota! – passou a mão nos cabelos – Não tem mesmo outra qualificação pra mim! – saiu da varanda e entrou no quarto

 

--Yara, espera! -- levantou-se da rede e foi atrás da outra – Calma, deixa eu te explicar! – pediu

 

--Explicar o que, Elza? – respondeu revoltada enquanto começava a trocar de roupa – Eu já entendi muito bem! Não tem mais o que dizer, não! – sentia as emoções turbilhonando no peito – E nunca imaginei que um dia pudesse me decepcionar tanto com você como tô decepcionada agora! – não olhava para a outra

 

--Por favor, amor, me escuta! – foi até ela e segurou-a pelos ombros – Não é o que você tá pensando!

 

--Como não é, Elza? – desvencilhou-se da outra e começou a jogar os poucos pertences dentro da mochila – Pode até parecer, mas não sou tão idiota!

 

--Eu não quero nada com a Castrodeza, juro por Deus! – insistia tentando deter a amada – Meu interesse em ficar lá até dezembro é meramente político e eu tenho um plano que pode nos ajudar muito na...

 

--DANE-SE O SEU PLANO! – interrompeu a fala da outra e fechou a mochila – Eu já tô farta de todos esses planos que você sempre tem! – os olhos marejaram – Só que dessa vez você jogou baixo demais! – acusou

 

--Não faz assim, não diz isso! – pediu agoniada

 

--Eu entendi muito bem o que você fez! – afastou-se da negra – Você veio aqui e me deu uma esmola! – acusou – Você veio aqui e me fez feliz porque parecia que a gente tava numa boa, reatando depois de uma discussão, passando um réveillon em família como eu sempre sonhei! – começou a chorar – Você me iludiu, me fez acreditar que a gente tava evoluindo, mas não... Sua intenção era me dar uma esmola de amor pra poder ficar mais 9 meses nos Estados Unidos com a consciência tranquila!

 

Chorava também. – Não foi isso, não diz isso, Yara... – pediu

 

--FOI ISSO SIM! – gritou e calou-se por uns segundos – Você entrou na minha vida em julho do ano 2000! – rememorava – E nunca mais saiu do meu coração desde aquela noite no seu quarto de hotel em São Paulo! – chorava contidamente – E meu coração nunca vai deixar de ser seu, isso aqui – mostrou o anel que recebera de Elza há anos atrás – nunca vai sair do meu dedo! Juro! – prometeu – Mas pra mim chega!

 

--O que?? – sentiu o coração doer

 

--Eu passei os últimos 17 anos girando ao redor de você, aceitando tudo que você tava disposta a me dar, inclusive o fato de você me empurrar pra dentro de um armário da onde eu já havia saído há tempos! – olhava nos olhos – E aceitava tudo isso, mesmo sendo tão difícil pra mim, por te amar e pelo medo de te perder! – riu de si mesma – Só que, pra que, né? Bastou aparecer uma poderosa estadunidense pra virar tudo de cabeça pra baixo e te tirar de mim!

 

--Não diz isso porque ela não me tirou de você! – abraçou a indígena em desespero – Eu não quero ela, eu não a amo! – segurou o rosto da outra com as duas mãos – Eu amo você e só! – jurou

 

--Então prova! – provocou – Recusa essa extensão! – cobrou

 

--Yara, não faz isso... – pediu em desespero

 

--Eu nunca te pedi nada! Foi você quem sempre me pediu coisas em todos esses anos e eu sempre cedi! – alegou – Agora eu tô pedindo: recusa essa extensão e volta pra casa em março! – derramou uma lágrima

 

--Você não entende! – chorava mais – Se eu fizer isso vai dar tudo errado! Vai ser muito pior pra nós e pra...

 

--Vai ser muito pior pra quem? – interrompeu a fala da outra e novamente se desvencilhou – Você só pensa na droga da sua carreira? Acha que se recusar vai ser transferida pra algum lugar longe como foi com seu tio e Fernandão? – queria entender – Claro que não, Elza! Os contextos são bem diferentes! – gesticulou – E a coisa aqui entre nós agora é muito clara: ou você recusa e a gente continua ou você aceita e é o fim! – determinou

 

--Escuta o meu plano, você vai entender se... -- gesticulava

 

--Eu não quero escutar nada sobre plano nenhum, já disse! – interrompeu a outra novamente – Tô saturada, Elza, chega! – secou os olhos com as mãos e colocou a mochila nas costas – Responde o que vai ser? – insistiu – Você vai dizer sim ou não? -- fungou

 

--Não acredito que você consiga me colocar contra a parede desse jeito ameaçando terminar! – controlava-se para não cair num choro compulsivo – Não acredito que tudo que vivemos tenha sido tão pouco pra você! – olhava para a outra – Não acredito que esqueceu que venho nessa luta com você há tantos anos, mesmo não sendo comunista! – sentia o peito doer – Quem te passou tantas informações? Quem te orientou sobre drones, trabalho com dados e tantas outras estratégias que o Comuna incorporou? Acha que eu faria tudo isso se não te amasse a ponto de até colaborar com defensores de uma ideologia da qual eu discordo?

 

--E quem sempre esteve aos seus pés e dizendo sim a tudo que você pedia? – devolveu de imediato – Mas na hora que eu te peço uma coisa, UMA ÚNICA, em todos esses anos, o que é que você faz? – balançou a cabeça desgostosa – Tudo bem, Elza Machado, eu já entendi qual foi a sua decisão! – lutava para não chorar mais – Boa viagem pra você! – encaminhou-se até a porta

 

--Você prometeu que nunca me deixaria... – lamentou como uma criança

 

Yara se controlou para não tomá-la nos braços. – Não sou eu quem tá te deixando! – olhou para a amada – A decisão foi sua! – acusou

 

--Se você sair por essa porta, não espere que um dia a gente tenha qualquer chance de voltar! – ameaçou com o rosto banhado em lágrimas – Porque eu nunca vou te perdoar por isso! – desejava que a indígena cedesse

 

--Eu te amo, Elza Machado, -- afirmou com muita verdade – mas cansei de esquecer de mim por causa disso. – derramou uma lágrima sofrida e partiu

 

--Ela não pode ter me deixado! – Elza sentia-se triste e nervosa – Ela não pode ter me abandonado! – falava para si mesma – Não! – tremia nervosamente – NÃOOOOO!!!!!!!!!!! – berrou e caiu ajoelhada chorando em desespero

 

“Eu nunca mais vou me envolver com ninguém!” – Yara descia as escadas do hotel com o coração a mil – “Eu nunca mais quero saber de me relacionar, por mais que alguém venha a me encantar ou deixar excitada!” – controlava-se para deter o choro – “Acabou, chega!” – chegou no térreo e saiu andando apressadamente – “Ela não me ama!” – sentia-se arrasada – “Ela não me ama...” – sofria profundamente

 

 

Brasília, Distrito Federal

 

Jurema e Renata conversavam na penitenciária onde a loura continuava detida.

 

--Eu nunca imaginei que alguém do Comuna viesse me visitar, especialmente depois de tanto tempo. – olhava para a indígena – O que aconteceu pra você me aparecer aqui, assim, do nada? – queria saber

 

--Nem eu sei dizer. – respondeu com a verdade – Mas minha intuição me dizia pra fazer isso então eu vim. – cruzou as pernas – Não tô gravando, não tenho uma intenção escondida, pode ficar tranquila! – garantiu -- Também tenho que confessar que sua postura diante de tudo que vem acontecendo me impressionou. – olhava para a outra – Você assumiu o que fez, devolveu o dinheiro sujo, fez uma Deduração honesta... – pausou brevemente – Mas... uma vez que quando tudo isso começou você ainda era do Comuna, será que me diria o que é tá nas entrelinhas e você ainda não abriu? – perguntou intrigada – Muita inocência minha esperar que me responda?

 

Achou graça. – O pior é que não tem entrelinhas! – respondeu com a verdade – Eu cuspi a porr* toda na minha Deduração, mas como não pude provar algumas coisas, julgaram que foi inconsistente e daí ela foi anulada. – cruzou os braços – E minha condicional nunca sai! – lamentou – Acho que vou ficar aqui até o final da pena de 13 anos que decretaram pra mim!

 

Estudava o rosto da loura. – E você... cuspiu a verdade toda por orientação do seu advogado ou o que? – insistia em perguntar – Tudo bem, eu sei que você não tem obrigação de me responder nada, mas eu acho tudo muito estranho. Cadê o Romero, por exemplo?

 

Mudou a expressão ao se lembrar do homem. – Romero é filho de portugueses e tem visto europeu. A esposa e o filho dele também. – passou a mão nos cabelos – Meu advogado descobriu que eles fugiram do país dois dias depois que fui presa. – riu brevemente – Devem tá lá pela Europa, curtindo com a grana que entrou no caixa dele na época dos nossos esquemas! – deduziu – E eu assumi a merd* que fiz porque... – gastou uns segundos calada – Você pode não acreditar, mas... sair da minha casa, algemada, sob a cobertura da imprensa, ouvindo vaias e tudo mais... – lembrava-se do episódio – Foi uma vergonha que me feriu fundo na alma... – balançou a cabeça pensativa – Aí eu achei que tava na hora de parar de mentir, parar de armar... e parei.

 

Surpreendeu-se com o que ouviu. – E você sabe que tá servindo de bucha de canhão nessa história toda, né? – continuava intrigada – Sabe que o atentado que sofreu não foi simplesmente culpa da detenta que se matou. Foi uma tentativa de queima de arquivo!

 

–Vou te falar o que eu penso: -- debruçou-se sobre a mesa. – o Brasil tava precisando de alguma ação que viesse pra dar um freio na putaria dessa corrupção que nos caracteriza como país desde que eu me entendo por gente! Ninguém vai discordar disso! – olhava nos olhos -- Então não culpo a Caça Rato por ter me prendido, porque eu roubei mesmo! Fui uma canalha! – assumiu – Só que... na vida real, em nenhum país do mundo, os poderosos de verdade são presos ou punidos! Isso vai até um certo nível, depois para. Aqui não é diferente e eu vejo um monte de safado em liberdade e ninguém vai colocar um dedo neles! Fui burra por ter me envolvido com gente nesse patamar, porque aí só sobrou pra mim! – confessou mais uma vez – Outra coisa é que o Brasil é muito visado lá fora, porque tem muita riqueza aqui, então não sou ingênua de acreditar que a corrupção vai ser detida, porque não vai. Estamos só num movimento de mudança de direção. – sorriu – Ventos que sopram mais à direita! Bem mais! – abaixou brevemente a cabeça – Alda era uma mulher muito reservada e eu nunca tive problemas com ninguém aqui dentro, muito menos com ela. – lembrava-se da detenta – Nunca se soube dela recebendo visitas, mas de repente veio um homem. Ele apareceu umas quatro, cinco vezes e depois disso, ela fez o que fez! Esquisito, não acha?

 

--Você acha que ela, de repente, foi induzida a fazer o que fez? – debruçou-se sobre a mesa também – A primeira versão da imprensa não convenceu ninguém! Tentaram se aproveitar de preconceitos pra emplacar uma história que não colou!

 

--Pois é, mas ela se matou e infelizmente a gente nunca vai saber o que ela pensava e sentia. – fez um gesto breve – Às vezes fico me perguntando: será que esse homem não tinha ligação com o falecido marido dela? Será que não abusou dos sentimentos e dores dela? – especulava – O que seria mais conveniente que uma assassina que se mata? Os segredos morrem junto!

 

--Você disse isso à Polícia? – queria saber – Não ouvi a imprensa falando sobre essas visitas uma vez sequer!

 

--Disse, mas essa porr* toda corre sob segredo de Justiça. Por isso a imprensa não noticiou. – explicou – E já descobriram que o homem vinha maquiado, além de ter usado uma identidade falsa. Vai ser foda descobrir quem foi. – passou a mão nos cabelos – Mas eu também tô fazendo minha própria sondagem, porque tenho certeza que Alda não agiu sozinha. – contava – Quero descobrir quem foi que ajudou, porque talvez essa mulher seja a chave!

 

--Hum... – concordava com o que ouviu – Temos um camarada no Comuna que é primo de um carcereiro. – lembrou-se de Sérgio – Eu vou conversar com esse camarada e pedir que contate o primo. – pensava em mil possibilidades – Talvez ele seja amigo de alguém daqui e talvez isso possa nos ajudar a descobrir o que ainda não sabemos!

 

Renata gostou do que ouviu.

 

 

São Paulo, estado de São Paulo

 

--Um profundo sentimento de tristeza abatera-se sobre mim, oh garbosa, pois nunca meus olhos militares vislumbraram meu empoderado rebento sob tamanho manto de dor. – mirava o avião que partia nos céus – Elzinha desmanchara-se em prantos no regaço do meu colo tal qual bebê desmamado da genitora! – lembrava-se

 

--Eu acho que ela fez tudo errado! – Fernandão acompanhava o avião com os olhos – Entendo Yara completamente! No lugar dela também teria partido pro vai ou racha! – suspirou – Elza tem um plano que eu não sei qual é, mas não acho que ela esteja preparada pra encarar o que vai encarar.

 

--Vejamos o que será. – o homem respondeu simplesmente – Ela decidira-se pelo sacrifício e eu espero que o arrependimento não a consuma. – pausou brevemente – No entanto, temo que a empoderada e o prestimoso, cada um de forma distinta, estejam prestes a perder os respectivos rumos para um voo tranquilo em troca de pesadas turbulências nos céus da existência.

 

--E ele nem veio se despedir, né? – a sargento observou – O brigadeiro tá totalmente descompensado e Elza... tenho medo que chegue a esse mesmo ponto.

 

 

Goiânia, estado de Goiás

 

--Eu me preocupo com você, minha filha! – a idosa olhava para a indígena – Desde que você brigou com Elza naquele hotel, nunca mais foi a mesma! – observou – O tanto que chorou no meu colo, o olhar sempre tão distante, trabalhando como louca naquela faculdade, no Comuna, aqui dentro... – mostrava seu cuidado – Você carrega a mesma tristeza que marcou os derradeiros dias de minha Elissa e eu não quero e nem tenho preparo pra sobreviver a mais um suicídio de filha!

 

Segurou uma das mãos da mulher mais velha e deu um sorriso triste. – Eu não vou me matar. Tem minha palavra, dona Kedima!

 

--Há várias formas de suicídio, menina! Matar o corpo é só a mais óbvia! – retrucou de imediato

 

Gastou uns segundos calada. -- Todas as dores passam e essa também vai passar! – garantiu – Elza foi a coisa mais linda e a mais dolorosa que aconteceu na minha vida, mas eu vou superar essa amarga decepção que ela me impôs. Deus vai me ajudar! – olhava para Kedima – Vou dedicar minha vida ao próximo, exatamente como minha mãe fez e isso vai me bastar!

 

Deu um suspiro profundo. – Você podia ter ouvido o que ela tinha a dizer, podiam ter conversado melhor, mas enfim... já me surpreendo com o tanto que a relação durou. – pausou brevemente – Mas não guarde mágoas dela, isso não vai te fazer bem. Viva sua vida sempre pelo caminho reto e Deus vai dar tudo que você precisa, não necessariamente o que deseja.

 

Balançou a cabeça em concordância. – Amém! – beijou a mão da idosa – A benção, dona Kedima. É hora de ir trabalhar.

 

--Deus te abençoe, meu bem. – observou a mulher se levantar – E tenha sempre muito cuidado! Proteja seu corpo, sua alma e seu coração! – aconselhou – Você viu que mais uma pessoa da esquerda foi morta; dessa vez uma deputada influente e séria! Uma mulher forte e inspiradora como você! – destacava os fatos ocorridos na véspera – Esse trem tá desgovernado e não se sabe onde ele vai parar!

 

--Faremos isso parar, dona Kedima. Faremos parar! -- Yara deu um beijo na testa da idosa e partiu para a faculdade.

 

 

Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro

 

--Espero que não me tome por grosseiro, mas peço que o senhor seja breve. A agenda tá terrivelmente puxada! – o assessor foi direto ao ponto – Como deve saber, o Rio tá sob intervenção federal e esse é outro complicador. – olhava para o militar – Além do assassinato da deputada ter deixado a população inquieta. Já se passou uma semana e as pessoas continuam agitadas.

 

--Estou ciente, senhor, e entendo sua falta de tempo. Serei breve, fique tranquilo. – Goulart respondeu de imediato – Sou brigadeiro da Aeronáutica, sirvo o país em uma renomada instituição militar sediada em São José dos Campos e sou dono de um currículo e de uma reputação exemplares. – apresentou-se -- Pretendo ir para a reserva este ano, pois é chegada a hora pra isso. – cruzou as pernas – Estou aqui me colocando à disposição para dedicar todo meu tempo na campanha do senhor Montanauro. – ofereceu – Acredito que somente ele pode nos livrar da esquerdopatia que toma conta desse país há tantos anos! – afirmou convicto – “E se vierem armar pra cima de mim e me apontar como mandante dos atentados ocorridos até então, o deputado vai me entender e me ajudar!” -- pensou

 

Sorriu satisfeito. – Ora, brigadeiro, sua ajuda é mais que bem vinda! – afirmou de pronto e olhou rapidamente para o relógio – Tenho pouco tempo, mas vamos conversar! – propôs

 

 

Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos

 

Elza e Castrodeza conversavam em inglês na sala da mulher mais velha.

 

--Março chega ao fim e você permaneceu conosco! – exclamou satisfeita – Confesso que cheguei a pensar que desistiria no último minuto. – olhava para a militar – Misteriosa como é, sempre jogando a fruta sem deixar provar, uma pergunta que não queria calar martelava minha mente todos os dias: -- cruzou as pernas – e o que será que Elza Machado decidirá? – sorriu – Finally, now I have no doubts about your decision! (Finalmente, agora eu não tenho dúvidas sobre sua decisão!)

 

--Eu confesso que tive dúvidas, mas agora essa fase passou. – olhava para a outra – Ficarei e quero ficar aqui durante o tempo necessário para trabalhar naquilo que a minha nação e a sua me necessitem.

 

Balançou a cabeça satisfeita. – Sabe que eu não pediria essa extensão se você não fosse merecedora. – afirmou com seriedade – Mas também sabe que, -- debruçou-se sobre a mesa – meu interesse é muito maior! – olhava nos olhos

 

--Estou ciente de todas as coisas, mas também sou muito transparente e não deixarei de ser com você. – debruçou-se sobre a mesa igualmente – Não aceitei essa proposta somente por razões profissionais! – mirava o rosto da mulher com firmeza – There is something more! (Há algo mais!)

 

--Oh, sério? – perguntou interessada – E o que seria? – apoiou o queixo sobre uma das mãos – Já lhe disse que as maiores fontes de prazer vêm do amor e da guerra, não? – falava sedutoramente – Vênus e Marte, Afrodite e Ares...

 

Manteve-se firme no olhar, fazendo um charme discreto. – Não lhe prometo o prazer no amor, porque meu coração pertence a alguém que, apesar de tudo, permanece dentro de mim. – pensava em Yara – Mas quero lhe dar todo prazer na guerra. – caprichava no olhar -- Sendo que estaremos lutando pelo mesmo lado na batalha.

 

--Do que está falando, querida? – não entendeu – Make yourself clear, please. (Seja clara, por favor.)

 

--Se Montanauro ganhar as eleições, eu quero ser a Castrodeza do Brasil. – olhava nos olhos – E se você interferir, posso chegar nessa posição. – esclareceu – Basta um acesso direto ao... – pensava em como dizer em inglês – Ministério da Fazenda, Ministério da Defesa ou a Casa Civil. – sorriu cheia de charme – Uma vez que a porta seja aberta, o resto é comigo!

 

Castrodeza gastou uns segundos calada antes de soltar uma sonora gargalhada. – Elza, Elza, Elza... – respirou fundo – Não acredito que esteja me pedindo tanto em troca de... – gesticulou – Nada? – sorria – Qual o prazer nisso?

 

--Faça o que lhe peço e farei tudo que desejar dentro da política no Brasil. Sei ser convincente quando quero e é muito difícil me dizer não. – continuava firme

 

--Acha que por acaso não temos um grupo imenso de pessoas no seu país, totalmente à disposição da mesma forma? – encostou-se no recosto da cadeira e cruzou os braços – Por que precisaríamos de você?

 

--Porque essas pessoas estão a serviço do seu país! – respondeu de pronto – E eu estaria a SEU serviço! – esclareceu – Percebe a diferença? – observava a outra – Sei muito bem da sua rivalidade com Baroneza Price, a única mulher e negra que lhe faz frente neste país! O braço direito de Lord Crush em seu governo. – lembrava – Creio que nem ela tenha tido alguém tão politicamente à disposição no Brasil quanto você pode ter. – provocou – Quanto eu posso ser!

 

A mulher gastou uns instantes calada mirando o rosto da militar. – E o que você ganha nisso? – perguntou desconfiada

 

--Poder! – pausou brevemente – Preciso dizer mais?

 

Castrodeza sorriu e nada respondeu.

 

 

Goiânia, estado de Goiás

 

Yara discursava em apoio à greve dos caminhoneiros.

 

--Caminhoneiros independentes, povo brasileiro, é preciso que vocês entendam as origens dos elevados preços que têm sido cobrados pelos combustíveis no Brasil, incluindo até a alta do gás cozinha que tem feito tanta gente voltar pro fogão à lenha! – olhava para as pessoas – Não é apenas uma questão de impostos, do ICMS, como tem sido dado a entender! Os impostos são apenas uma parte dessa história! – gesticulava – Pouco depois do impeachment, o presidente Brener e seu homem de confiança dentro da Petrobraza alteraram a política de preços de combustíveis pra uma coisa absurda que só se vê nesse país! – explicava – E essa política compreende incluir na composição dos preços alguns custos que a nossa estatal NÃO TEM! – destacou -- Ela computa custos como se fosse uma importadora de combustíveis e tudo isso sob o pretexto de gerar uma concorrência honesta! – achava graça – E desse modo, combustíveis e gás de cozinha são vendidos aqui como se tivessem sido produzidos nos Estados Unidos e importados pra cá! Um verdadeiro absurdo! – falava com propriedade – Por isso, os preços ficaram tão mais altos! – esclareceu – E aí, as senhoras e os senhores podem dizer: Ah, mas isso ferra a população às custas de encher o caixa da Petrobraza! E eu lhes digo: NÃO! Porque quando a estatal faz isso, ela perde mercado pra um monte de importadoras, fica com refinarias ociosas e daí isso ainda facilita os planos do governo que quer vender essas refinarias, quer fazer uma privatização fatiada! – buscava deixar tudo claro -- Quem ganha com isso? Os produtores norte americanos, que nunca exportaram tanto pro Brasil como fazem hoje, as empresas importadoras de combustíveis e as empresas e fundos de pensão estrangeiros que desejam comprar nossas refinarias, já construídas e amortizadas! – andava de um lado a outro – E quem perde? A população, a nossa estatal e o Brasil enquanto país! – gesticulava – E se me perguntarem: se privatizar não resolve? Eu vou lhes dizer: NÃO! Se privatizar, os preços apenas vão subir e o custo de vida no Brasil só vai aumentar! – enfatizou -- A solução é lutar pelo fim dessa desastrosa política de preços de combustíveis! – continuava explicando – Pra vocês entenderem com uma comparação, imaginem que uma empresa de chocolates, que produz com custo bem baixo, pensasse assim: Deixa eu igualar meus preços com o do pessoal que produz lá fora a custos mais caros que os meus, só pra dar uma forcinha pra concorrência, coitados! – debochou

 

--Ela pode agir da mesma forma de sempre, mas camarada Yara parece uma flor que está murchando. – Jurema reparava entristecida – Eu me sinto tão culpada... estraguei a relação dela com a milica e com isso apaguei o brilho que era só dela! – lamentou-se arrependida – Ela não tava preparada pra isso...

 

--Não se lastime, porque foi a melhor coisa que podia ter acontecido! – Celeste respondeu de imediato – O tempo cura todas as dores, camarada. Ela vai superar!

 

 

Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos

 

--Sabe que embora o Z-Plane seja um projetaço, a coisa não vai fluir do modo como pensaram? Creio fortemente nisso. – Elza dizia – Ainda esperaremos mais pra ver os primeiros protótipos com maturidade tecnológica ao nível de testes em pequena escala. A equipe é séria, mas o desafio é imenso e os custos muito elevados!

 

--Importante sabermos disso agora pra alocarmos recursos da melhor forma. – Luiza respondeu – Eu priorizaria o trabalho com drones.

 

--Não abandonei essa frente, mas o Comando está atento e bem informado. – esclareceu – Eles não irão cometer erros de avaliação.

 

Observou o rosto da colega de trabalho. – Sabe, Elza, apesar de não ter nada com isso... – pensava em como falar – Você foi pro Brasil de um jeito e voltou outra pessoa. Embora faça tudo com o mesmo cuidado e dedicação de sempre, parece que algo em você se perdeu... – pausou brevemente – E eu lamento muito por isso.

 

Ficou sem graça com o comentário mas não desejava avançar no assunto. – São as coisas da vida. Invariavelmente vão passar.

 

--Espero que sim, porque você anda muito estranha. – teve coragem de dizer – Ouvi rumores que você e Castrodeza têm trabalhado bastante juntas... – pausou brevemente – Muito cuidado, Elza. Pessoas como uma mulher dessa são perigosas demais!

 

--Luiza, eu vou te pedir uma coisa. – olhava para a outra – Aconteça o que acontecer, por mais absurdo que te pareça, não me faça perguntas e confie em mim! – pediu – No momento certo, você vai entender.

 

A capitão estranhou o que ouviu mas nada respondeu.

 

 

Florianópolis, estado de Santa Catarina / Aberdeen, Condado de Gray Harbor, Escócia

 

Era madrugada e Yara olhava para o celular. Estava sozinha sentada nas areias da praia da Joaquina, ainda deserta e embalada por um vento frio. Em viagem por conta de uma defesa de tese, aguardava o momento de ir para a universidade pensando na vida. Após a decepção com a curta duração da greve dos caminhoneiros, mais uma vez, sentia-se como quem lutou em vão.

 

“Pelo menos o presidente da Petrobraza caiu e os planos de privatização fatiada foram adiados.” – pensava para se consolar

 

Navegando pelos contatos do QQOV? parou no número de Elza e dividia-se entre a vontade de procurá-la e nada fazer.

 

“Terminou, acabou e ela nunca me procurou pra dizer nada...” – pensava – “Não sou eu quem vai ligar!” – decidiu

 

Há quilômetros dali, Elza se encontrava diante do porto de Aberdeen, também numa viagem de serviço, e mirando o contato de Yara pelo celular. “Ela me deixou, me abandonou, fez o que prometeu que nunca faria...” – pensava com tristeza – “Posso morrer de vontade, mas não vou ligar.” – decidiu

 

A militar também estava triste por causa de algumas notícias que recebeu do Brasil, em especial após saber que Goulart decidiu que iria para a reserva e após isso, se dedicaria integralmente à campanha de Montanauro. “Foi uma medida muito drástica que não se justifica nem com toda simpatia que ele vinha demonstrando.” – pensava – “E ele também anda tão esquisito! Queria entender por quê!” – guardou o celular no bolso do sobretudo – “Mas sem cabeça pra pensar nisso agora... Especialmente com esse verão frio que nem inverno!” – buscava evitar, mas o pensamento estava todo focado em Yara

 

“Ando procurando pelo seu olhar,

Clareou o dia, você desapareceu,

Na estrada, no vento, qualquer outra rota estelar,

Na ilha deserta ou no inverno do norte europeu...”

 

Yara mirava o mar pensando em Elza. Olhou para o anel em seu dedo mindinho.

 

“Mergulhando ruas beijos ao luar,

Velejando bocas loucas pra beijar,

Mareou o oceano e a onda que veio e bateu,

Lembra a distância entre o seu mundo e o meu...”

 

Elza mirava a linha do horizonte pensando em Yara e em tudo que sacrificou. Questionava-se até que ponto tinha valido a pena. “No mês que vem faríamos 18 anos juntas...” – segurou o crucifixo pendurado em seu pecoço

 

“O aluguel venceu, meu time jogou, tudo aqui é seu e você não ligou,

De manhã choveu, o carro enguiçou, o sinal fechou, o amor não percebeu...”

 

A indígena pensava em tudo o que vivera até ali e se questionava sobre suas próprias decisões.

 

“Passo todo o dia e noites a vagar,

Solto no descaso, preso em seu olhar,

Na dança do tempo, só você meu bem é que não vem,

Durmo sabendo que você não vai voltar...”

 

“Ela nunca mais vai voltar pra mim...” – Elza e Yara pensaram em sincronia

 

“O aluguel venceu, meu time jogou, tudo aqui é seu e você não ligou,

De manhã choveu, o carro enguiçou, o sinal fechou, o amor não percebeu.

O aluguel venceu, meu time jogou, tudo aqui é breu e você não ligou

De manhã choveu, o carro enguiçou, o sinal fechou, o amor não percebeu...”

Vander Lee - Breu [1]

 

Tão longe e tão perto, em um frio dia do mês de junho, as duas mulheres uniam-se mentalmente pelo sofrimento.

 

(NOTA DA AUTORA: Reconheço que o capítulo foi bem triste, mas a vida tem destas coisas. E todas elas passam. Nunca podemos desistir!)

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Música:

 

[1] Breu. Intérprete e Compositor: Vander Lee. In: Naquele Verbo Agora. Intérprete: Vander Lee. Indie Records Universal Music. 2005. 1 CD, faixa 4 (4min28)

Obs: o título do capítulo não foi dado em função da música.

 


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Comentários para 30 - BREU:
Minh@linda!
Minh@linda!

Em: 18/02/2025

Meu coração está estrupiado!

Jureminha, linda!! Faça que nem Luiza e pare de dar em cima de Yara. Você não foi o iceberg, mas foi a ponta dele, também.

 

Yara tá de deixar o coração escangalhado!! Nem glórias, nem aleluias. Que breu, viu?!

 

Que bom que Edvania tá bem!! Isso me me deixa feliz!! Gil, também.

 

Que briga danada foi essa?

Isso tudo é ciúmes, também, misturado com o medo de perder a outra, e aí saem acusando independente das justificativas ditas.

 

Será que Elza se sentiu atraída pela Castrodeza? Não é impossível, né? Depois de tantos anos juntas... mas, daí ela querer ficar com a mulher, é bem diferente.

Eu confio no que ela sente por Yara!

Eu só não confio nas decisões que ela possa tomar.

E ela está sofrendo muito, também!

 

Se Yara continuar pensando que o amor não é pra ela, vai terminar depressiva.

 

Castrodeza não joga pra perder!

 

Elza tá o pó da rabiola!!

 

Meu coração tá todo moidinho!!

 

Poxa Elza! assim fica difícil!!

Tu vai ver Yara como se já tivesse um plano formado pra engabelar ela.

Faz algo que ela sempre quis.

Deixou ela que nem criança feliz, pra depois jogar a bomba!

Tava na cara que daria em merda.

 

Que vida bandida, viu?!

A casa caiu!!

O céu desabou!

Tá tudo indo pelos ares...

Tá tudo tão escuro, que tá difícil até pra cego andar.

 

A sensação de tá fazendo papel de idiota, dói tanto... Mas deixa ela falar Yara!! Eu acredito que ela tem um plano.

Militar é estrategista!

 

Meu coração tá todo embolorado!!

 

Yara tá com o coração cheio de incertezas. 

Se sente decepcionada!

Ela já não quer mais entender ou aceitar...

Ela tá cansada de sempre ceder, correr atrás, tentar...de achar justificativas...

Ela quer o mundo com você, pra você, com seus sonhos e ideologias.

 

E Yara não deixa Elza falar!!

Ô, angustia danada!!

 

Elas terminaram mesmo!!

 

O Prestimoso Machado é o detentor das respostas!

 

Eu espero que isso seja resolvido logo, Autora!

 

Elza tá sofrendo, também.

E Dona Kedima deixando a gente, mais preocupada, ainda.

Sim! Há várias formas de morrer, mesmo em vida.

 

E que plano de Elza é esse!? Eu espero que seja, mesmo, o PLANO, pra compensar tamanha dor e sofrimento.

 

... e você ainda termina o capítulo, Autora, com Vander Lee.

 

 

 

 

 

 


Solitudine

Solitudine Em: 21/02/2025 Autora da história
Olá querida!

Não tem muito o que dizer aqui. Capítulo intenso, triste, duro. Pedia um Vander Lee como pano de fundo.

Em algum momento aconteceria. Elas vinham numa espiral de mal entendidos e Elza fez tudo errado; Yara chegou no limite e foi fácil interpretar pelo pior lado.

E o país convulsionando...

Coincidência ou não? Vejamos.

Beijos,
Sol


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PaudaFome
PaudaFome

Em: 07/07/2024

Que plano é esse Elza??? Tristeza... você com trilha sonora é demais!


Solitudine

Solitudine Em: 10/07/2024 Autora da história
Olá querida,

Obrigada por gostar tanto. Essa canção tem história comigo.

Beijos,
Sol


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Ontracksea
Ontracksea

Em: 18/01/2024

Aim eu sabia que isso ia acontecer! Elza pensa que Mata Hari e fez tudo errado igual Fernandão falou. E Mata Hari se fu então Elza não tá no caminho, Senhorrr!!!

Finalzinho triste hien Jasin? Você é má!!! Jajaja


Solitudine

Solitudine Em: 21/01/2024 Autora da história
kkkkkk Verdade, Mata Hari não experimentou um desfecho muito bom para suas atividades, porém, ao contrário de Elza, ela se envolveu na espionagem por influências e não porque tenha realmente desejado.

Eu sou má? Que nada... são os retratos fictícios da vida que eu tenho que retratar. Como li de uma amiga comentadora, até a Barbie caiu na real diante da vida cor de rosa. rs

Beijos,
Sol


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Femines666
Femines666

Em: 05/04/2023

Só te perdoei esse final porque mais uma vez escolheu a música perfeita!


Solitudine

Solitudine Em: 08/04/2023 Autora da história
Obrigada! rs
Beijos,
Sol


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Femines666
Femines666

Em: 05/04/2023

Chorei... você judia da gente autora! 

Mas eu adoroooo! Kkkkk 


Solitudine

Solitudine Em: 08/04/2023 Autora da história
kkkkkkkkkkkk Eu judio? Eu não; a vida. Mas a vida também acaricia. São os seus momentos cíclicos.
Beijos,
Sol


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Femines666
Femines666

Em: 05/04/2023

Não!!!!! Elza não podia ter feito a coisa como fez! Natural que Yara se revoltar-se tanto! E quem não?? Elza tá que nem Goulart só fazendo merda!

Jurema fez bem em ter ido ver Renata. Elas podem fazer um barulho 


Solitudine

Solitudine Em: 08/04/2023 Autora da história
kkkkkkkk
Elza agiu como se quisesse manipular Yara e com isso a indígena se ressentiu e não acreditou nas reais intenções dela.
Jurema teve uma boa ideia como se verá.
Beijos,
Sol


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mtereza
mtereza

Em: 11/02/2023

A confesso que chorei no capítulo poxa Sol faz isso não com o coração da gente que diacho de plano e esse da Elza e por logo agora ela só resolveu contar quando já era tarde para as duas que até então contavam tudo uma a outro e a Yara poderia ter escutado tbm né agora acho que elas ficarão cada vez mais afastadas tristeza 


Resposta do autor:

Olá minha querida!

Espero que esteja bem.

Lembre-se sempre que Elza e Yara refletem em muitas coisas o clima do Brasil fictício que estou retratando. 

Há um provérbio árabe que diz: Não declares que as estrelas estão mortas só porque o céu está nublado.

Entende o ponto? ;)

Confia na caipira e não desista de acompanhar. Espero poder contar com sua companhia até o final.

Beijos e obrigada por vir,

Sol

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Samirao
Samirao

Em: 10/02/2023

Reli o CAPS. O conto tá perfeito muito bem pensado como tudo que você escreve mas a separação das duas foi doída. Toda vez que você escreve sobre separações é assim e me toca bem fundo. Tem coisas que ficam bjuss


Resposta do autor:

Olá querida!

Projetamos na ficção uma série de coisas. Quem escreve e quem lê.

Obrigada por sempre me acompanhar.

Beijos,

Sol

Responder

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Gold
Gold

Em: 09/02/2023

Eu sabia elas já lutavam juntas a muito tempo e agora vc mostrou isso. Não aceito elas separadas não!! Junta elas de novo autora? Cruzando dedos!


Resposta do autor:

Olá querida!

Então você percebia que Elza apoiava Yara em suas ações? Muito bom!

Vamos ver o que vai acontecer. Confia, querida.

Beijos,

Sol

Responder

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Young
Young

Em: 09/02/2023

Olá Solzinha,

Terminei a leitura impactada! Que capítulo!

Sabe quando você não gosta, mas gosta? Eu não gostei do que aconteceu e chorei ao final, mas o capítulo foi perfeito dentro da coerência da história. Elza foi muito teimosa! Ela cisma com esses planos e não vê mais nada! Talvez tenha insistido em ir porque se sentiu traída e abandonada, mas a Yara esperou tanto, suportou tanto... Eu entendo que ela tenha ido pra decisão. Acho que no lugar dela eu faria a mesma coisa. Que dó!

Machado e Fernandão ficaram de mãos atadas. Dona Kedima tem medo que Yara se mate por dentro. Fiquei aqui pensando em como a política é capaz de tudo isso, porque é né? Lembra que mestre Moa morreu numa discussão de bar?

Goulart cada vez mais metendo os pés pelas mãos. E a Renata parece que vai tomar jeito. 

Ansiosa pelos próximos e com todos os dedos cruzados por Elza e Yara. Quero muito que as duas se acertem!

Young Cy

 


Resposta do autor:

Olá querida!

kkkk Gostei do paradoxo "gosto/não gosto" e acho que entendi seu ponto. Você resumiu tudo perfeitamente bem! Fico sem ter o que comentar, especialmente porque não desejo adiantar o que pretendo.

Continue acompanhando e espero não decepcioná-la ao final.

Beijos.

Sol

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 09/02/2023

Eita! Mais são tapadas kkkk


Resposta do autor:

kkkkkkkkkkkk Você sempre resume muito bem!

Vamos ver quando a visão vai desanuviar.

Obrigada por sempre aparecer aqui.

Beijos,

Sol

Responder

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Alexape
Alexape

Em: 08/02/2023

Mata a Alexa... quanto mais esse conto me maltrata mais eu gamo!!!! Ô perdição!  ;)


Resposta do autor:

Mato não!!!

Está gamada na perdição? kkkk Espero mantê-la assim, mas viva e sem sofrimento! rs

Beijos,

Sol

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Yoko tsuko
Yoko tsuko

Em: 08/02/2023

Sensei foi sofrido. Ainda tenho esperanças!

Você escreve muitíssimo bem!

YT


Resposta do autor:

Olá querida!

Esperança sempre!!! Confia!

Obrigada pelo carinho.

Beijos,

Sol

Responder

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Joabreu
Joabreu

Em: 08/02/2023

Boa noite,

Restô servindo de abrigo pra minha leitura. Minha mãe pegou o amargor da Lima da Pérsia, misturou com Absolut, cravo, canela e açúcar de coco. Juntou outros sabores em pitadas e o drink ficou divino. Ela hitou as usual!

O sabor forte de doce e amargo casou com o capítulo. Too hard,  too good!  Eu não queria que fosse assim mas a vida por vezes é assim. Life sucks sometimes, U know?

*

*

*

Elza tem um plano. Vai dar ruim? Vai dar bom? Só a autora sabe.

Elza e Yara serão um casal again? Continuo shippando. 

E a Castrodeza, como vai jogar? Ela ainda não provou da sobremesa. 

?—?/

Eu já sei que você é divástica e muito foda. Aguardo confirmar no final. o.o

*

*

Minha crush disse que você arrasa.

Jo  Abreu{}{}


Resposta do autor:

Este veio repetido. Obrigada por tentar falar com esta caipira.

Beijos,

Sol

Responder

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Joabreu
Joabreu

Em: 08/02/2023

Boa noite,

Restô servindo de abrigo pra minha leitura. Minha mãe pegou o amargor da Lima da Pérsia, misturou com Absolut, cravo, canela e açúcar de coco. Juntou outros sabores em pitadas e o drink ficou divino. Ela hitou as usual!

O sabor forte de doce e amargo casou com o capítulo. Too hard,  too good!  Eu não queria que fosse assim mas a vida por vezes é assim. Life sucks sometimes, U know?

*

*

*

Elza tem um plano. Vai dar ruim? Vai dar bom? Só a autora sabe.

Elza e Yara serão um casal again? Continuo shippando. 

E a Castrodeza, como vai jogar? Ela ainda não provou da sobremesa. 

?—?/

Eu já sei que você é divástica e muito foda. Aguardo confirmar no final. o.o

*

*

Minha crush disse que você arrasa.

Jo  Abreu{}{}


Resposta do autor:

Olá querida!

Você e o restaurante da sua mãe estão quase fazendo parte do conto! rs

Eu não entendo de drinques, a caipira também é fraca para bebida e não tem afinidades. Mas confio no seu julgamento.

Você fez perguntas cruciais, mas não posso responder para não ser sem graça e antecipar o trem todo. É o spoiler, certo? :P

Obrigada por seus elogios. Espero poder corresponder às expectativas.

Agradeça a sua crush por mim, por favor.

Beijos,

Sol

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Dandara091
Dandara091

Em: 08/02/2023

Alô autora!

Capítulo pesadão mas necessário. Perdeu Elza, tem que aprender a dar valor. Esperando ver Montanauro mandar Goulart pra vala!

Tô na área e ligadona. 

#aprendesdarvalorelza

#faltougloria&aleluia

#cancelagoularr


Resposta do autor:

Olá querida!!

kkk Já quer ver Goulart na vala? Eita, que ela pegou nojo do homem! rs

Esses seus hashtags me divertem!

Beijos,

Sol

Responder

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Mille
Mille

Em: 08/02/2023

Oi Sol 

Que capítulo foi esse viu, duas cabeças duras mais a Yara fez tudo e chegou o limite, e a essa decisão da Elza em ir para os Estados Unidos foi demais ainda mais com a poderosa idola dela.

Jurema visitando a Renata, bom espero que ela encontre as pessoas que tentaram elimina-lá.

Tio Goulart acha que esta a salvo com o Matadouro kkkk esse será o primeiro a deixar ele a ver navios.kkk

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Olá queridíssima!

Esse capítulo foi duro, não? E nossas garotas se perderam em meio ao tumulto da vida. Será que novamente irão se reencontrar dentro e fora de si? Vejamos.

Jurema está disposta a ajudar. Vejamos se terá sucesso.

Goulart está cada vez mais enrolado. Vamos ver as consequências e as decisões que ele vai tomar.

Não desista, viu? Confia na caipira!

Beijos,

Sol

Responder

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Irina
Irina

Em: 08/02/2023

Kotinha!

Torturaste o coração dessa vossa fã. O capítulo foi ótimo porém estive a chora ao final. A música é bela, melodiosa e nos aranca lágrimas de saudade e dor.

É a vida, pois? Continue. A saga me prende e ainda fico a sonhar. Teus enredos sempre nos trazem belos finais.

Com estima,

Irina


Resposta do autor:

Oh, minha querida! Não quero torturá-la, longe disso! Veja o capítulo como as vicissitudes da vida, que vêm mas passam.

A música é linda, não? Muito instrumental, interpretada com paixão... Ela marcou um certo ano da minha vida, quando estudava fora.

Confia na caipira!

Obrigada por sempre estar vindo aqui!

Beijos,

Sol

Responder

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Seyyed
Seyyed

Em: 08/02/2023

Cararra caipi! Tu faz da gente o que bem quer! Se escreve pensando riam a gente ri. Se pensa amem a gente ama. E se pensa chorem a gente abre o bocão e eu abri o meu. Capítulo foda mas doeu. Eu fiquei meio na dúvida de umas coisas mas quero ver no meu camarote. Jurema ponha Renata na linha e depois quem sabe? Hehe Goulart é sem comentários 


Resposta do autor:

Olá querida!

Nossa, não sabia que tenho tamanha influência! Espero não tê-la machucado apenas deixado aquela nostalgia que o capítulo trouxe. Ainda assim, de forma passageira.

Vamos ver o que vai acontecer, pois o jogo está posto e as peças estão sendo movidas.

Continue aqui; não abandone a caipira, por favor. :P

Beijos,

Sol

Responder

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Samirao
Samirao

Em: 08/02/2023

Esse Caps falou fundo em mim. Talvez em nós. Não consigo comentar mas continuo amando a história. E vc! Bjuss


Resposta do autor:

Olá querida!

I ghanili, ya habibi. Behebik ya.

Beijos,

Sol

Responder

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Zaha
Zaha

Em: 08/02/2023

Hola,

Capítulo tenso, cheio de surpresas ou não. Às coisas não caminhavam bem, porém, não se imaginava que chegaria a esse ponto em todos os setores 

Goulart tava morte de medo e decidiu se juntar a Monta pra não sobrar pra ele, veremos, no futuro,o que espera...

Elza e Yara, bem, entre tapas e beijos, a coisa funcionou por muito tempo, mas era de se esperar que em algum momento haveria um corte de as cosias n mudassem. Para um mudar o outro TB tem, senão reagirá da mesma forma sempre. Algumas vezes a ruptura acontece pois ninguém cede, fica com seus achismos. Cada mundo interno é particular, suas vivências ditam seu comportamento, mas devemos refletir para mudar e ver o que é importante. Mas o que é importante? Elza presa seu trabalho, não cedeu as chantsgens de Yara que n sabia mais o que fazer... Quem tá errada? Nenhuma... São escolhas de vida, cada uma na sua luta. Elza poderia voltar? Sim, mas pra Yara ser feliz, ela teria q tá triste e vice-versa... Desde o ponto inicial da briga sobre a Cazabruaca, Yara não acreditou,pós já tava insegura. Ela atuou desde aí, desde o medo de perder, por se achar menos que a outra e que Elza ia fazer algo com a outra pq como QR crescer e ter poder pra poder usar a benefício do país trocaria. Mas Yara esteve bem errada, mas quem pode dizer algo. Desde a visão dela e o que ela podia ver, era isso. Porém,poderia ter escutado Elza. Elza errou em aparecer e n contar logo, ficou parecendo que queria acalmar as cosias e piorou... Elza, realmente do admira a mulher, porém, agora, n sabemos o q poderá passar... Ela quer algo e a outra vai pedir algo em troca, n sei se Elza vai escapar ou negar pra obter o q quer....e dps Yara vai acabar afirmando sua dúvida...espero que não

Yara se comporta como adolescente em relação a n ter.mias ninguém. Mas ainda tá cedo. O tempo melhorará tudo, amadurecer é preciso. As duas precisam. Às vezes a separação é boa, pois as duas n podem ver o de fora, pois estão dentro. E as cosias que acontecerão ditaram o futuro! A vida é assim um ida e volta....o perdão é necessário. O orgulho dita e se n tem acordo, ceder, é ruptura. Tem outras coisas no meio...elas vem de anos brigando. O fio tava rompendo aos poucos. E n tinha nada que pudesse fortalecer... Elza deveria n ter aceitado? Não sei... Yara deveria ter entendido e confiado? Bem, desde fora, lendo, sim, mas a respeito do q via. N podemos dizer nada....

Agora as duas queriam enviar msg, mas nenhuma vai ceder. 

Sobre o que Elza falou sobre Yara ficar c glória c todas. Verdade que, apesar de leal, ela é mais sexual... Mas nas brigas de fala crueldades em base a inseguranças que já tinha...só explodiu no momento mais tenso. As duas falaram coisas que ferem muito, mas nada que o tempo , perdão e conversa.madura n resolva...mas agora elas n podem ver...

Muita coisa vai acontecer....esse capítulo,pulou no tempo, mas pude chegar. Fiquei perdida no começo. Imagino que terá no próximo mais viagem no tempo....

Renata e Jurema vão ter algo.. por agora, as cosias andam , bem! Renata terá apoio e resolveram o caso e ajudará a sair daí em menos tempo e agora ela fará o correto...eu sei!! Ela aprendeu!!

Saludos

 


Resposta do autor:

Lailinha!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Lailesca, Principesca, Sadikiiérrima, Mon Cher, Dahab Doré Djan!

Atletovisky!!! Corre palavra e vê se alcança ela!! rs

Em primeiro lugar, deixe-me ficar feliz por você ter vindo! Sinal de que não quer mais ficar rompida comigo (assim espero) e de que estamos nos ajustando. Muito, muito obrigada por reconsiderar.

Espero também que esteja bem. Por aqui demos uma caída e estamos nos reerguendo. Eu sei, tenho fé convicta, de que conseguiremos superar.

Agora vamos ao seu comentário propriamente dito.

Lembrando sempre que Elza e Yara reflete propositadamente as tensões ocorridas no Brasil, o capítulo traz todos estes elementos. Eu não dei salto no tempo. Desde julho de 2015 (aniversário delas no Chile) não pulei mais. O ano de 2016 ganhou dois capítulos (Ponto de Inflexão), 2017 teve um (Creperus) que ainda levou uns meses para Breu, o qual termina em junho de 2018. O próximo concluirá o ano de 2018 e seguiremos sem mais saltos. No máximo pularei alguns meses, mas não tenho pulado os anos desde 2015. A dica é dada nas falas das personagens. É que são muitos fatos acontecendo.

Eu gostei muito do que você percebeu sobre elas duas. É bem nessa linha. E o caso do Goulart ainda terá outros desdobramentos como você verá. Renata está se encontrando e Jurema vai ajudá-la nesse processo. Ainda não acabei de escrever, pelo contrário, a cada capítulo que concluo vou postando. Mas já está tudo escrito na minha mente, porém pode mudar. Eu deixo sempre o Tao da história fluir. Eu o conduzo e ele me conduz, também com influências de vocês, mesmo que não percebam.

Vou tentar levar maama para espairecer longe daqui nesse feriado de carnaval e pretendo não tocar em computador, então buscarei adiantar as coisas pelas noites e madrugadas insones. Vejamos se consigo.

Espero que tenha uma ótima semana.

Beijos caipirescos,

Sol

Responder

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Lea
Lea

Em: 08/02/2023

Sem forças mentalmente,para comentar sobre o capítulo.! 

Essa taurina que vos fala, é muito emotiva!

*

Boa tarde, Sol!


Resposta do autor:

Olá minha querida!

Espero que esteja bem.

Esse capítulo foi tenso, triste, como foram aqueles momentos do ano de 2018. Pelo menos assim eu senti. Elza e Yara refletem o Brasil que eu consigo ver.

Continue acompanhando e confie na caipira. Obrigada por sempre vir aqui.

Beijos,

Sol

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E-mail: contato@projetolettera.com.br

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