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Tempus Agendi - Tempo de Agir por Solitudine

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Palavras: 7752
Acessos: 11462   |  Postado em: 04/01/2023

Notas iniciais:

Título escrito em turco. Nome da bela canção que é transcrita neste capítulo.

Quer dizer: MEU AMOR ESTÁ CONFIADO SOMENTE A VOCÊ

BIR TEK AXKIM VAR SANA EMANET

 

 

São José dos Campos, estado de São Paulo

 

--Agora eu quero tirar uma bem agarradinha com a minha esposa e essas flores ao fundo, bem assim! – Alana pedia gesticulando – E depois mais outra ali perto, -- apontou para o muro – mais umas ali do lado daquele arranjo e outras de frente pro espelho com um efeito meio difuso no fundo, sabe como é?

 

--Vamos fazer tudo isso aí! – Fernandão aceitou de imediato – Vem, Soraya, capricha nas fotos! – chamou a fotógrafa – Do jeito que a minha amada tá pedindo! – sorria

 

--Fernandão aceita de boa tudo que Alana inventa! – Alessandra comentou bem humorada – Agora haja de tirar foto! – riu

 

--Elas tão felizes, né? – Elza reparava satisfeita – Parece que tão vivendo um sonho! – sorria -- Também fico feliz de ver isso!

 

--Podia ser melhor se o casamento homoafetivo fosse garantido por lei! – Jonas comentou chateado – A edição mais recente do Código Civil, que é de 2002, deixou esse ponto de fora! Ainda não temos perspectivas concretas de sucesso nesse sentido, apesar de todas as lutas. – olhava para Alessandra e Elza – Triste que em pleno apagar das luzes de 2006, Fernandão e Alana ainda não consigam ser legalmente reconhecidas pelo que decidiram se tornar hoje, ou seja, uma entidade familiar.

 

--Verdade, amor! – Alessandra concordou -- Absurdo que Fernandão teve que deixar a vila e se mudar pra esse prédio aqui porque a Força Armada não reconheceria Alana como esposa dela! – criticou

 

–É verdade que é lastimável que até hoje as coisas sejam desse jeito pra população LGBT, mas em relação ao fato da Fernandão ter deixado a vila militar, foi uma decisão dela. Ela nem quis tentar ver como a Aeronáutica veria a situação. – Elza explicou – No entanto, a notícia boa em meio a tantos problemas é que finalmente ela encontrou o amor que tanto buscava! – sorriu – E Alana da mesma forma!

 

–Pois é, amiga! – Alessandra concordou -- Só lamento que minha tia Norminha parece ainda não ter alcançado o mesmo sucesso! – piscou

 

--Ui, ui, ui, meu general, mas você fica tão másculo com esse tipo de roupa! – Norminha buscava seduzir Goulart – O bom dos homens militares é que o tempo passa e vocês continuam com tudo... – deslizava as mãos pelas costas dele – Durinho! – apertou-lhe as nádegas

 

--Opa! – o homem arregalou os olhos ao sentir a pressão – Eu... – pensava no que dizer – Vou conferir se o buffet tá chegando pra entregar todos os comes e bebes de acordo com o que foi encomendado. – preparou-se para correr – Até logo! – foi até o elevador e entrou

 

--Mas eu ainda pego esse general! – Norminha deu um soco na mão

 

--Acho que o estado de São Paulo puxava por alguém da minha família de alguma forma. – Malu falava para Machado – Primeiro fui eu que morei e trabalhei na capital por tantos anos, depois Alê que estudou o curso técnico na cidade e agora é Alana que veio pra morar aqui em São José. – olhava para o homem – Alê e eu voltamos pro Rio, mas Alana foi realmente fisgada! Ela veio pra ficar! -- sorria

 

--Alegrai-vos, rejubilai-vos, oh, donairosa senhora, pois vossa familiar não poderia ter logrado melhor fadário! – o homem respondeu de pronto – A garbosa sargento curvou-se aos apelos do amor e nada mais fará além de agraciar a amada daquele coração feminil com louçãos e benfazejos galardões de afeto! – gesticulava – Não mais torpes labéus, não mais a desdita amorosa! Hasteia-se hoje, nos recônditos das almas, o mais belo pendão da esperança!

 

--Ah, é. – respondeu sem saber o que dizer – “Meu Deus, mas que língua é essa que ele fala?” – pensava intrigada – “Entendo nada!”

 

--Gente, chegou outra convidada! – Aline anunciou ao entrar no salão – Mana, Fernandão, -- chamou -- eu tava recebendo o rapaz do gelo e a moça apareceu na portaria, mas eu não conheço, tá? – sorriu – Ela disse que era militar também, convidada e eu deixei entrar. – esclareceu

 

--Quem será? – Fernandão perguntou curiosa – Ela não subiu junto com você? – não entendia

 

--Com licença! – a mulher cumprimentou ao entrar no salão de festa – Dei uma passadinha no banheiro pra retocar a maquiagem, perdoem! – reparou no ambiente procurando por Elza – Olha, espero que gostem do presentinho que comprei. — olhou para as recém casadas -- Fui pra São Paulo exclusivamente por vocês duas, viram? – caminhou para se aproximar delas

 

“Quem convidou essa mulher?” – Fernandão pensou intrigada – “Não me diga que...?” – sorria por educação

 

--Não acredito! – Elza resmungou revirando os olhos

 

--Essa aí é a tal da Luiza? – Alessandra perguntou aos cochichos

 

--A própria! – bebeu um gole de suco – Tio Goulart não brinca em serviço! – resmungou

 

--Pode deixar, amiga! Em retribuição vou botar a maior pilha na tia Norminha pra não deixar ele ter sossego nesse casamento! – continuava cochichando – Aliás, ela já tava pilhada desde o começo, né? -- riram

 

“Ai, ai, tio Goulart... até quando o senhor vai insistir nisso?” – pensava enquanto reparava em Luiza conversando com as noivas – “Mas tudo bem... o senhor não pode evitar que dentro de poucos dias Yara e eu estaremos juntinhas em outro lugar bem longe daqui!” – sorria vitoriosa

 

 

Budapeste, condado Peste, Hungria

 

--Amor, eu tô impressionada com o poder que o nosso suado dinheirinho tá tendo nesse país! – Elza comentava satisfeita – E simplesmente amei esse tal de Balneário Gellért! – reparava no lugar – Uma art nouveau maravilhosa, essas cerâmicas turquesa, os mosaicos... – admirava – Sem contar que é delicioso esse banho quentinho pra quebrar o frio que tá fazendo lá fora! – sorriu para a amada – Nem me incomodei de ser uma piscina pública, porque mulheres e homens ficam separados. – comentou – Adoro ambientes exclusivamente femininos! – piscou maliciosa

 

--E essa cidade é interessante, né? – Yara concordava – O rio Danúbio dividindo o lugar em lado Buda e lado Peste, comida boa, história riquíssima... – curtia a água da piscina – Eu não sabia que aqui tinha isso de balneário. Só quando parei pra pesquisar é que encontrei informações.

 

--E encontrou também um hotel ótimo, porque adorei o lugar onde a gente tá hospedada!

 

--Até que enfim dei uma dentro numa viagem encontro no exterior! – Yara respondeu aliviada – Ô, glória! – benzeu-se

 

--Boba! – achou graça e deu um tapinha no braço da outra – Cê sabe que eu amo me encontrar com você! – sorria – Mesmo que seja nos piores muquifos da Europa! – piscou

 

Riu brevemente. – Sorte a minha! – piscou também – E nessa cidade ainda temos uma outra vantagem, que é o idioma. Nem eles entendem a gente, tampouco a gente entende eles. – comentou bem humorada – Não à toa Chico Buarque escreveu que o húngaro é “a única língua que o diabo respeita”! – fez aspas com os dedos

 

Achou graça – E eu concordo, sabe? Que língua louca! – curtia as águas – Eu ouço ou leio e no final entendo absolutamente nada! – afirmou enfática – Igual a isso é só a letra da Fernandão quando tá emocionada! Tinha que ver ela assinando o nome na cerimônia simbólica de casamento! – lembrava – Pareciam hieróglifos! -- brincou

 

--Humpf! – a indígena fez um bico – Até agora eu não posso ouvir falar desse casamento que lembro da cara de pau da tal da tenente Luiza! – lembrava do que Elza lhe contou – E não bastasse aparecer no casamento de quem ela mal conhece, ainda foi pra festa de ano novo de vocês!– reclamava -- É muito da oferecida!

 

--Convites do tio Goulart... – esclareceu – Mas não fica chateada, amor! – pediu com carinho – Te contei tudo que aconteceu e eu te juro que não dei a menor chance de aproximação pra ela! – dizia a verdade

 

--Vamos mudar de assunto, por favor, minha linda, porque essa coisa de tio Goulart e suas intrigas me aborrece demais! – encostou-se na parede da piscina – Fale da sua tese e de quando pretende defendê-la. – pediu para mudar de humor – Eu gosto quando você me explica sobre o mundo da Engenharia. -- sorriu

 

--Hum, que fofinha! -- encostou-se na parede ao lado de Yara – Eu tô focando em sensoriamento remoto com veículos aéreos não tripulados, abordando visão computacional e um pouquinho de Deep Learning. Aliás, é um dos temas que destaquei na nossa proposta ao Ministério da Defesa: uso desse tipo de tecnologia voltado à vigilância e combate. – explicava – Mas quando digo combate é no sentido de deter e inibir coisas como o tráfico dos nossos recursos no norte do país, invasões de territórios indígenas, queimadas... Não penso em finalidades belicosas. – gesticulou – Quando cheguei no MIT fiquei tentada a investir em aerodinâmica e hipersônica mas acabei mudando de trajetória. – sorriu -- Meu orientador inicial não gostou muito, mas dei meu jeito de mantê-lo no circuito porque, afinal de contas, ele tem investido muito em Deep Learning, eu também entrei nessa, então... – olhava para a amada – O problema é que agora tenho três orientadores! – cobriu o rosto brevemente com uma das mãos – E eles querem que eu defenda a tese em novembro!

 

--Ih, que coincidência! – achava interessante -- Também acabei ficando com três orientadores, mas é um na Rússia e as duas originais no Brasil! – contava – E todos eles querem que eu defenda a tese em novembro sem falta! – olhava para Elza – Agora cismei, -- bateu uma palma -- a gente vai conseguir, assim como conseguiu defender nossas respectivas qualificações na época em que eles nos mandaram!

 

--Deus te ouça! – postou as mãos brevemente – Vamos combinar duas coisas, amor? – propôs – Quando eu acabar de escrever, você lê minha tese. E quando você acabar, eu leio a sua! – segurou uma das mãos da indígena – Vou adorar saber como você entende a forma que a economia marxista pode ser útil pra manter os povos originários em suas condições ancestrais de modo sustentável no mundo de hoje.

 

--Concordo! E vou ler sua tese mesmo sem entender um ai do assunto que tá sendo tratado! – riram – Mas você falou de duas coisas a combinar. Qual seria a segunda? – perguntou curiosa

 

--Um último encontro nessa vida de sonhos e irrealidades que temos vivido no exterior! – acariciavam-se as mãos – A gente viaja em setembro, tipo assim, dez dias off! – contava sua ideia – Vamos falar pros nossos orientadores que a gente precisa dar uma despressurizada, viajar e voltar com energia redobrada pra defender a tese em novembro, que tal?

 

--Adorei essa ideia, capitão Elza Machado, mas concordarei sob uma única condição! – pediu forjando formalidade – Eu escolho o lugar e providencio tudo! Igual fiz aqui em Budapeste.

 

Estranhou o pedido. – Amor, nada contra, mas vai ficar pesado pra você... – falava com jeito – Deixa que eu cuido dessa vez? – pediu gentilmente – Também sei ser romântica, Yara Saraíba... – desencostou-se da parede e parou diante da outra

 

--Então façamos assim: eu providencio tudo e a gente divide os gastos. – insistiu – Quero preparar algo muito, muito especial! Confesso que já até sonhei com o que tenho em mente... – piscou para ela – Confia em mim, capitão?

 

--Cê sabe que eu confio... – aproximou-se mais – Completamente! – segurou-a pelo queixo – E adoro as surpresas românticas que você me faz. – confessou – Eu fico tão... derretida... – mirava os olhos e lábios da amada

 

--Vai me beijar em público, Elza Machado? – abraçou-a pela cintura – Nessa piscina feminina húngara, pouco habitada nesse momento? – encarava o olhar da namorada

 

--Em público não, especialmente porque esse povo parece que nunca viu gente negra, mas... – submergiu rapidamente e puxou a amante pelo pescoço, beijando-a debaixo d’água

 

 

Brasília, Distrito Federal

 

Membros do Comuna acampavam na garagem da sede do Instituto Nacional de Reforma Agrária. O Partido se somava ao Movimento dos Sem Posses, cobrando a realização da reforma agrária e protestando contra os 11 anos de impunidade do massacre ocorrido no Pará.

 

--Eu alimentei muitas esperanças de que esse governo faria a reforma agrária. – Nelson dizia – Como uma das lideranças dos Sem Posses, cheguei a discursar pros meus companheiros dizendo que havia chegado a nossa vez! – riu de si mesmo – Luiz Horácio tá no segundo mandato e nada dessa reforma acontecer!

 

--O partido dele fez um rebuliço em 99 em torno da auditoria da Dívida Pública, -- Celeste lembrava – mas até agora vê se eles falam dessa auditoria? – fez um gesto revoltada – Que nada! – balançou a cabeça contrariada – E o tal do apagão aeronáutico tá durando até agora! Não ouço proposta que apresente uma solução!

 

--Mas nisso aí o governo vai ter que ceder! Os controladores de voo tão planejando uma greve daquelas e dessa vez até os militares vão aderir! – Jurema olhava para os demais – Com todos os aviões parados no solo e os demais impedidos de pousar nesse país, quero ver se o governo vai continuar jogando duro! – gesticulou – É seguindo esse exemplo que nós temos que ficar acampados aqui e fazendo pressão até um projeto de reforma agrária ser minimamente esboçado! – passou a mão nos cabelos – Nem que eu seja exonerada do meu emprego, mas a gente não pode arredar pé!

 

--E ninguém arreda pé mesmo! – Nelson concordou – Sem Posses é luta! Comuna é luta! – gritou socando o ar com o braço esquerdo

 

--É luta! – os demais repetiram o gesto

 

“Aposto que foi camarada Yara quem contou dessa greve dos controladores de voo pra camarada Jurema!” – Celeste pensou desconfiada – “Tô besta que mesmo tão longe, ela e aquela militar de direita mantenham contato tão estreito por internet!” – ajeitou os cabelos – “Ou será que não é só por internet?” – considerou – “Mas eu li no periódico dos militares que ela tá estudando nos Estados Unidos...” – lembrava – “Ah, eu não quero nem pensar nisso! Mas quando a camarada chegar aqui, vou fazer o que puder pra essa mulher sair da vida dela de vez!”

 

 

Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro

 

--Eu sou Renata Vilani, a sua deputada federal! -- gesticulava – Aquela que se elegeu graças ao trabalho duro junto ao povo pobre e sofrido, junto aos LGBTs, cujos direitos básicos ainda nem são garantidos por lei! – fazia uma média – Importante deixar claro que luto por melhores condições de vida pra nossa população, luto pela administração correta da coisa pública, luto pra que os LGBTs possam ter direito legal ao casamento, à adoção, ao nome social, à receber pensão do ou da ex! Luto pelos invisibilizados de toda ordem! – falava com ênfase – E hoje eu tô aqui, na cidade maravilhosa, e me dirijo a vocês após a cerimônia de abertura dos Jogos Mega Americanos de 2007! – sorria – É com muito orgulho que a gente tá sediando um evento tão importante e...

 

--Peraí, Renata, parei de gravar! – Romero interrompeu a fala da outra – Você começou falando uma coisa, agora já puxa o assunto da abertura dos jogos... não ficou legal! – reclamou – Não tava falando da tua luta pelos fracos e oprimidos, minorias e tal? Agora tem que dizer que você se empenha tanto em saber cuidar da coisa pública que correu atrás de fazer um supletivo do 2º grau, uma faculdade de contabilidade e agora tá buscando uma pós na área de obras públicas! – gesticulou – Aí fala também dos cursinhos que você fez sobre Direito Homoafetivo e de Gênero, fala dos grupos que você apoia... – aconselhou – O povo tem que acreditar que há anos sua vida tem sido só de luta e estudo! Começando desde o momento em que você assumiu a presidência do Comuna! – acabou achando graça – Capricha no marketing pessoal, deputada! Porr*! – sorria

 

--Calma, Romero, eu tava indo noutra linha! – retrucou bem humorada – Não pensei de meter isso de estudo no meio, porque alguém pode pesquisar minha vida e descobrir que enrolei por anos no CEFET até ser expulsa! – considerou – Sabe como é, um prato feito pra oposição!

 

--Eu hein, Renata, perdendo a malandragem? – o homem estranhou – Você diz que naquela época a sua vida era só militância e você não percebia o valor do estudo. Era jovem, sonhadora, esse tipo de papo... – aconselhou novamente – Mas quando assumiu a presidência do Comuna você se viu diante de um puta desafio e decidiu que era hora de estudar e meteu a cara! – olhava para ela – O povo valoriza muito isso de diploma! Não viu hoje na cerimônia de abertura? – destacou – Muitos vaiaram Luiz Horácio e rolou aquela conversa de sempre: como pode um presidente ignorante, sem formação, sem nível superior...? Essas merd*s!

 

--É verdade! – concordou – O povo se impressiona com essa porr* toda de diploma e o escambau! – balançou a cabeça pensativa – Volta a gravar aí! Já sei o que vou dizer! – decidiu

 

 

Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos

 

--Agora entendo porque você nunca volta pro Brasil nas férias de meio de ano. – Goulart comentou quando entraram no apartamento onde Elza vivia – Aqui é bem interessante nessa época de verão. – sentou-se no sofá – Quando estudei nesse país eu não voltava pro Brasil em época nenhuma porque Graça estava comigo e a diferença de câmbio entre nossa moeda e o dólar era assustadora! – lembrava – Não dava pra ficar esbanjando com passagens aéreas, que eram caríssimas! Então voltamos só quando terminei.

 

--Sempre tem algo interessante a fazer por aqui. – sentou-se no sofá também – Um curso de verão, uma viagem... – cruzou as pernas – Os voos pro Brasil ainda são caros, então eu me poupo pro final do ano. – olhava para o tio – E nesse ano, volto de vez! – sorriu – Se Deus quiser, com a tese muito da bem defendida e aprovada!

 

--Você vai defender quando? – perguntou curioso – Será que eu poderia vir assistir?

 

--Claro que pode! A menos que o trabalho lhe impeça! – respondeu de pronto – Assim que tiver definido a data, eu lhe aviso. – prometeu

 

--Mas em que mês você vai defender? – insistiu – Eu não posso ver essas coisas em cima da hora, você sabe.

 

--Em novembro! – ajeitou-se no sofá – E como o senhor já deve ter percebido, tô totalmente focada em conseguir cumprir esse prazo. Não quero deixar pra dezembro, não!

 

--É, eu percebi. – balançou a cabeça concordando – Mas eu não vim pra cá pra te perturbar. – esclareceu – Fico aqui por três dias e na sequência inicio uma missão que recebi do Centro Tecnológico. – informou – Vou encontrar com o brigadeiro Lima no aeroporto e seguiremos juntos no carro que aluguei. – contava – Meu desejo nessa breve estadia aqui era apenas te rever e amenizar as saudades! – sorriu

 

--Além de me vigiar e garantir que eu não estaria em algum lugar com... quem não devo, não é isso, coronel? – provocou

 

Ficou sem graça. – Ora, Elza... – cruzou as pernas – Que tom é esse comigo? – não sabia o que dizer – Às vezes me parece que você esquece que sou seu tio!

 

--Muito pelo contrário, eu NUNCA esqueço disso! – afirmou enfática – Mas o senhor, por outro lado, esquece que já sou uma mulher adulta e me trata como adolescente até hoje! – reclamou – Eu não sou idiota, coronel Goulart, e percebo que além de continuar marcando em cima de mim, o senhor tem feito de tudo pra me aproximar da tenente Luiza! – olhava para o homem – Mas eu não estou interessada nela, sinto informar!

 

Deu um suspiro profundo antes de responder. – Elza, eu também não sou idiota e não acredito que você se livrou daquela índia comunista de todo! – afirmou diretamente – Especialmente depois de Alana ter me mostrado... “que bonitinha a boneca mamuska que Elza deu pra gente!” – fez aspas com os dedos – “Olha só coronel, é um monte de bonequinha, uma dentro da outra!” – repetia a fala da mulher

 

“Mas Alana é uma língua de trapo, puta merd*!” – pensou contrariada – E qual a relação entre Yara e essa boneca? – fingia não saber – Eu não posso ter comprado numa loja há dois quarteirões daqui, onde vendem produtos importados do mundo inteiro? Precisa que Yara venha me ver e me dê? Ou me mande pelo correio, não sei qual a sua ideia? – blefava – “Sorte que descobri essa loja há pouco tempo. Amanhã mesmo levo ele lá depois que voltar do MIT!” – pensou

 

--Ora, Elza, pare com esse teatro! – levantou-se contrariado – Se eu sei que ela foi estudar na Rússia, você também sabe! – andava de um lado a outro na sala

 

--Não sou eu quem flerta com agentes da Inteligência, tio! Não pesquiso sobre a vida de Yara! – continuava impassível – Pega meu notebook e olha meu histórico de visitas! – sugeriu – Pega meu passaporte e procura um visto da Rússia! – desafiou – E se o senhor pesquisar bem direitinho, vai ver que Yara, por ideologia, jamais colocaria os pés aqui, nesse país.

 

--Vocês devem se encontrar em outros países! – arriscou

 

Elza riu gostosamente. – Ai, ai, tio Goulart. – levantou-se do sofá também – Às vezes o senhor delira!

 

--Deliro? – retrucou revoltado – Eu até hoje não engoli o sumiço do meu passaporte, Elza! – acusou – Não engoli! -- gesticulou

 

Riu novamente. – O seu passaporte some no Brasil e a culpa é minha? – perguntou fingindo-se indignada – Ou foi Yara e os agentes russos que ela deve ter conhecido por lá? – ironizou – Olha, eu vou fazer uma coisa! – foi até o cofre na sala e o abriu retirando um documento – Pega o meu passaporte, tio Goulart? – estendeu o braço segurando o documento diante do coronel – Já que não parou de investigar até hoje e duvida do que eu falo, pega isso aqui e lê! – oferecia – Vê por onde eu tenho andado pra me encontrar com Yara ao redor do mundo? – olhava para o homem – Não confia em mim, então vou facilitar o seu trabalho de espionagem! Pega o meu passaporte e tire suas próprias conclusões! – aguardava uma atitude dele – “Ai, meu Deus, que ele não pegue!” – pensou disfarçando os sentimentos o máximo que podia

 

“Ela não faria uma coisa dessas se não estivesse falando a verdade!” – o coronel pensou – “Seria arriscar demais e não saberia se explicar se fosse desmascarada!” – considerou – “Talvez eu tenha mesmo passado dos limites...” – abaixou a cabeça – Guarde seu passaporte. – pediu – Confio em você. – pausou brevemente – O medo faz um pai tomar atitudes impensadas e... você sempre foi a filha que não tive... e quero o seu melhor... – dizia a verdade

 

Recolheu o documento para junto de si e voltou até o cofre. – Também sempre o considerei como meu verdadeiro pai, tio Goulart. Sabe disso! – guardou o passaporte e fechou o cofre – Mas não me agrada essa eterna desconfiança, tampouco essa coisa desagradável junto com Luiza. – olhou para ele novamente – É constrangedor! – queixou-se – O que faria se eu me dedicasse a juntá-lo com dona Norminha, hein?

 

--Nem me fale daquela doida! – revirou os olhos e se aproximou de Elza – Tudo bem, minha querida, eu não vou mais me... – pensava em como dizer – Vou deixar sua vida amorosa em paz! – afirmou de cabeça baixa – Me perdoe se a coloquei em situações constrangedoras. – pediu com humildade

 

--Outra coisa: -- destacou – se der tudo certo e eu sentir que vou conseguir defender a tese em novembro sem atropelamentos, pretendo fazer uma viagem de dez dias em setembro pra espairecer. – decidiu contar – Pelo amor de Deus, não vá ficar pensando que vou me encontrar com...

 

--Não! – interrompeu a fala da outra e olhou nos olhos dela – Eu não vou pensar nada! – prometeu – Faça sua viagem em setembro e eu não vou pensar em nada! Prometo! -- garantiu

 

Sorriu com carinho. – Vem aqui, meu coronel turrão! – abraçou-o com força – Apesar de todas essas suas coisas, eu o amo muito! – dizia a verdade – “Meu Pai, me perdoe por mentir tanto pra ele, mas tem que ser assim pelo bem de todos!” – falava mentalmente com Deus

 

--Também te amo, minha filha! – fechou os olhos – “Ela não quer nada com aquela comunista!” – queria acreditar – “Posso e devo ficar sossegado!” – pensava

 

 

Goiânia, estado de Goiás

 

Celeste tomava um café no abrigo de Kedima.

 

--Eu fico impressionada, sabe? – a mulher dizia ao cruzar as pernas – Camarada Yara tá tão longe, mas ela não deixa de acompanhar de perto os assuntos que se passam no Brasil! – olhava para a idosa – De vez em quando conversamos por e-mail, ela também troca uns e-mails com camarada Jurema numa frequência maior, até por causa da presidência do Partido... – comentava – E eu fico boquiaberta! Parece que tá aqui do lado e não em plena Rússia! – bebeu um gole de café

 

--Hoje em dia esses trem de internet ajuda, né? – respondeu antes de beber um gole de café – Além do mais aquela menina deve tá até estranhando. Acostumada que sempre foi a fazer um monte de atividade ao mesmo tempo, lá naquela Rússia ela só tem o doutorado. – sorriu

 

–Ah, mas não se engane, dona Kedima! – advertiu bem humorada -- Desde que chegou lá, a camarada faz um esforço pra se inteirar com o Partido Comunista Russo, conhecer as dissidências... Com certeza ela nunca teve essa fase de se dedicar somente ao doutorado! – bebeu mais um gole de café

 

--É, eu tô sabendo! – concordou – São uns trem de via marxista, leninista, trots... cumé? – não sabia – Ah, um monte de pistinga aí, você há de saber! – fez um gesto despreocupado – E ela também peleja pra aprender a língua daquele povo! – finalizou o café

 

Achou graça. – Também já tive a minha fase de tentar aprender russo, mas desisti! – Celeste comentou ao finalizar o café – Além de adotarem um alfabeto diferente do nosso, ainda tem as declinações! E foram elas que acabaram comigo! – revirou os olhos e gastou uns segundos calada – Como a senhora e ela se comunicam, à propósito? Aqui no abrigo não tem internet...

 

--Por carta! – respondeu animada – Ela me escreve duas vezes por mês e eu escrevo de volta! – sorriu – Adoro carta!

 

--Ah, sim... – balançou a cabeça concordando – E... sabe? Eu fico preocupada com ela sozinha lá por tanto tempo. Esses estrangeiros são pessoas tão frias, né? – colocou xícara e pires em cima da mesinha – Será que camarada Yara não teria arrumado alguma namoradinha pra esquentar o coração? – sondava – Camarada Natália me falou que ela andava perdida de amores por uma militar de São Paulo... – prestava atenção na outra

 

--Militar de São Paulo? – franziu o cenho – Ih, mas você tá desatualizada, viu, fi? Essa aí já rodou há muito tempo! – estalou os dedos para frisar – Yara tá sozinha! – afirmou convicta – E deixe a curnicha dela quieta, que eu não quero saber de minha menina com mulher estrangeira, não, eu hein! – fez cara feia – Deus me livre que ela se enrabiche com uma por lá e não queira mais voltar!

 

Ficou um pouco sem graça. – Calma, dona Kedima! Não tá mais aqui quem falou! – fez um carinho rápido no braço dela – Deixemos a... curnicha da camarada quieta, né? – brincou -- “Ela não deve saber de nada...” – pensou – “Ou então é verdade e Yara e a milica terminaram. Talvez troquem uns e-mails de quando em vez, não sei...” – considerou – “Tudo isso é tão estranho! Será que Yara teria coragem de mentir até pra dona Kedima?” – sorria para disfarçar

 

“O mal desse povo é achar que porque a gente é velha é pomba lesa!” – a idosa sorria também – “Na escolinha da sacanagem da onde você veio, camarada Celeste, eu tirei diploma de doutora!” -- pensava

 

 

Istambul, província de Istambul, Turquia

 

Elza e Yara entravam no quarto de hotel.

 

--Amor, eu tô completamente apaixonada por essa cidade! – a militar comentou ao colocar várias sacolas sobre uma cadeira – Você não poderia ter sido mais perfeita na escolha! – sorria para a amada – E os preços são maravilhosos! – aproximou-se para beijá-la nos lábios – Adorei toda programação que fizemos hoje! – envolveu o pescoço da indígena com os braços

 

--E de quebra, -- abraçou-a pela cintura -- deu uma impulsionada e tanto no PIB da Turquia, porque comprou foi trem! – brincou e elas riram – Tô até com medo de voltar praquele tal de Grande Bazar! – beijou-a

 

--Gente, mas é tanta coisa linda, diferente e com bom preço! Não dá pra deixar passar! – beijou-a novamente – A única coisa daqui que eu não gostei foi o assédio masculino! E quando eles veem a gente parece que nunca viram mulher, né? Que saco!

 

--Questões culturais... Duas mulheres viajando sem homem em um país onde o status entre os sex*s é bem desigual, acaba dando nisso. Tenhamos paciência, até porque é a terra deles e também conhecemos muita gente simpática! – beijou-a – Além do mais, eu não os culpo, porque também fiquei meio abestalhada quando vi tamanha beleza negra naquela chopada! – lembrava – Ainda que na ocasião tenha sido só guerra! – riram e se beijaram

 

--Mesmo naquela ocasião te achei um charme! – beijaram-se demoradamente – Hum... amor, vamos jantar no restaurante do hotel? – propôs melosa – Achei ele tão acolhedor... – sorria

 

--Como quiser. Acho que o dinheiro dá! – riram novamente – Mas, antes, que tal um bom banho e bem juntinhas, hein? – beijou-a

 

--Sim! – mordeu o lábio inferior da indígena – Mas não vem abusar de mim porque não sei se os outros podem ouvir o que se passa no banheiro e tenho medo de ser presa por isso! – riram novamente

 

--Vou me comportar angelicamente! – prometeu ao beijá-la

 

--Também vou! – beijou-a mais uma vez e se desvencilhou delicadamente – Vamos fazer um cruzeiro pelo Bósforo amanhã? – propôs ao abrir o armário do quarto – Também queria pegar aquela ponte pra passar pro lado asiático da cidade! – falava com empolgação – Podemos ir de ônibus mesmo, que acha? – pegava nova muda de roupa

 

--Nós mal chegamos e o roteiro que programei é bem intenso. – foi até o armário também para pegar suas roupas – Confie em mim que a gente faz tudo de mais massa que tem pra fazer nessa cidade. Nem que eu comece passando fome em Moscou e termine em Brasília! – brincou – “Aliás, passei muito mal de boca nesse período sanduíche!” – pensava – “Por amor a gente fica mais sem dinheiro que o habitual!”

 

--Já te disse que as coisas mais pesadas financeiramente ficam comigo! – olhou para a amada – E fim de discussão! – caminhou até o banheiro – Yara Saraíba, hora do banho! – ordenou bem humorada

 

--Tô indo, capitão! – respondeu brincalhona

 

***

 

 

--Dá uma pena de ir embora, né? – Elza vestia sua camisola – Foi tão lindo assistir o pôr do sol perto da mesquita azul... Esses dias aqui em Istambul foram um sonho! – sorria – Nunca fiz uma viagem tão maravilhosa na minha vida! – pausou brevemente – Pra ser mais justa, essa viagem e aquela nossa em Goiás e Brasília foram as melhores que já fiz! – reconheceu – Sem desmerecer as outras, é claro! – sentou-se na cama

 

--Concordo, mas... – foi até o aparelho de som do quarto e colocou um CD – Informo que ainda não terminou! – virou-se de frente para a amada – Eu tive um certo trabalho pra conseguir a tradução dessa música, mas nada que uma camarada do Partido Comunista Russo não pudesse me ajudar! – sorriu – Quando a escutei pela primeira vez fiquei encantada, mesmo sem saber o que se falava. Depois que entendi, meu coração se identificou! – contava a história -- Enquanto ela cantar, eu recito pra você o que tá sendo dito. E se concordar, será a nossa canção! – apertou o play -- Te peço que apenas sinta, meu amor! -- olhava nos olhos

 

Levantou-se da cama. – Com você eu sempre sinto! -- sorriu

 

“Sen kalbime hem yara,

Hemde ilâç oldun aslında…”

 

--Você machucou meu coração, -- aproximava-se devagar -- ao mesmo tempo se tornou um remédio. – recitava com muito sentimento

 

“Gözlerin bana dokunduğunda,

Yanmadığım kadar yandımda...”

 

--Quando seus olhos me tocam, -- segurou uma das mãos de Elza -- queimo como nunca queimei antes! – com o outro braço, envolveu-lhe a cintura. A negra levou a outra mão ao ombro da indígena

 

“Günah olsa bile tenin bana,

Vazgeçemem inan senden asla...”

 

--Mesmo que sua pele seja um pecado para mim – começaram a dançar lentamente -- acredite em mim, eu nunca desistirei de você!

 

“Koy beni gecene,

belkide günexe,

Hasret kalmışız bir bilen yok,

Sanma ki olacak senden sonra hayat,

Öldüm farz et beni bir soran yok...”

 

--Me coloque em sua noite ou talvez no sol, nós desejamos sem ninguém saber! – perdiam-se no olhar uma da outra -- Não pense que haverá uma vida depois de você! – dançavam como em uma valsa -- Suponha que eu morra, ninguém perguntaria por mim.

 

Elza derramou uma lágrima de emoção.

 

“Rüzgara beni sor,

yağmura beni sor,

Sanma ki bir hevesten ibaret,

Kalbine beni yaz,

ömrüne beni yaz…”

 

--Pergunte por mim ao vento, pergunte por mim à chuva! – emocionava-se também -- Não pense que é apenas um capricho! – derramou uma lágrima -- Escreva-me no seu coração, escreva-me na sua vida! -- pediu

 

“Bir tek aşkım var sana emanet!”

 

--Meu amor está confiado somente a você! – Yara declarou encerrando a tradução da música – Sei que nestes dois últimos anos vivemos uma realidade que nunca mais vai se repetir! – falava o que sentia – E tenho medo, porque nunca vi um relacionamento onde tanta gente se mete pra jogar contra! – continuavam dançando – Mas eu quero que saiba que tudo vivido a seu lado até então foi verdadeiro e único! – derramou outra lágrima – E eu quero você comigo até o fim! Seja lá o que esse fim represente!

 

--Ai, amor... – lutava contra o choro emocionado – Eu te amo, te amo e quero que esse fim nunca chegue pra nós! – segurou-a pelo rosto –Nunca! – beijou-a com intensidade

 

“Sen kalbime hem yara (Você machucou meu coração),

Hemde ilâç oldun aslında (Ao mesmo tempo se tornou um remédio)...”

 

Camisolas foram jogadas pelo quarto.

 

“Gözlerin bana dokunduğunda (Quando seus olhos me tocam),

Yanmadığım kadar yandımda (Queimo como nunca queimei antes)...”

 

Beijavam-se e acariciavam-se como se desejassem memorizar cada pequena parte do corpo uma da outra.

 

“Günah olsa bile tenin bana (Mesmo que sua pele seja um pecado para mim),

Vazgeçemem inan senden asla (Acredite em mim, eu nunca desistirei de você)...”

 

Yara sentou-se na cama e Elza sentou-se em seu colo. Não paravam de se beijar e tocar.

 

“Koy beni gecene, belkide günexe (Me coloque em sua noite ou talvez no sol),

Hasret kalmışız bir bilen yok (Nós desejamos sem ninguém saber),

Sanma ki olacak senden sonra hayat (Não pense que haverá uma vida depois de você),

Öldüm farz et beni bir soran yok (Suponha que eu morra, ninguém perguntaria por mim)...”

 

Deitaram-se de lado, uma de frente para a outra. Pernas entrelaçadas, mãos buscando abrigo prazeroso no sex* uma da outra.

 

“Rüzgara beni sor (Pergunte por mim ao vento),

Yağmura beni sor (Pergunte por mim à chuva),

Sanma ki bir hevesten ibaret (Não pense que é apenas um capricho),

Kalbine beni yaz (Escreva-me no seu coração),

Ömrüne beni yaz (Escreva-me na sua vida)...”

 

Gemiam e respiravam com sofreguidão, imantadas no olhar uma da outra.

 

“Bir tek aşkım var sana emanet! (Meu amor está confiado somente a você!)”

Müge Zümrütbel - Bir Tek Axkim Var Sana Emanet [1]

 

Atingiram o orgasmo juntas e se abraçaram com força, desejando parar o tempo para sempre.

 

(Nota da autora 1: esta canção turca é lindíssima! Para quem quiser ouvir: Muge Zumrutbel Bir Tek Askim Var Sana Emanet Legacy Dizi Muzikler Single - Bing video)

(Nota da autora 2: a música também faz parte da trilha sonora do seriado turco Emanet, que maama assistia, e, dentre outras cenas, embalou o casamento das personagens principais Seher Kerimoglu e Yaman Kirimli. Na ocasião os dois dançam juntinhos. A cena retratada entre Elza e Yara não é um plágio e fiz questão de colocar esta nota posterior porque me lembrei disso)

 

 

Guarulhos, estado de São Paulo

 

Elza desembarcava para ficar de vez no Brasil. Empurrando seu carrinho de bagagens, foi gratamente surpreendida ao avistar pessoas conhecidas que a aguardavam.

 

--Ai, não acredito!! – deu dois pulinhos e correu para junto da família – Que surpresa boa! – abraçou o pai – Veio todo mundo, que maravilha! – rompeu o abraço para cumprimentar os demais – Tio Goulart, Fernandão, Alana, vem aqui gente! – abriu os braços para recebê-los

 

--Comemorai-vos, rejubilai-vos! – Machado clamava emocionado – Eis que a pomba negra do Vale do Paraíba novamente pousa em seara bendita para dar seguimento à missão honrosa que lhe cabe neste solo pátrio, amado, idolatrado, salve, salve, Brasil! – prestou uma continência rápida – Seja bem-vinda, minha capitão empoderada, herdeira de metade dos cromossomos que animam este meu corpo varonil de militar! – saudou

 

Goulart achou graça do que ouviu. – Graças a Deus você chegou bem! – sorria para a jovem – Infelizmente não pude assistir sua defesa de tese, mas quero ouvir você contar cada detalhe sobre como foi! – pediu empolgado – Agora vou buscar seu carrinho de bagagens! – olhou para o veículo – E tá cheio, nossa! – exclamou

 

--Trouxe mil presentinhos pra todo mundo! – Elza respondeu enquanto permanecia de braços dados com Fernandão e Alana – Vocês vão enlouquecer quando verem o que trouxe da Turquia, gente! Cada coisa espetacular!

 

--Ai, eu tô doidinha pra ver, ouvir suas histórias e fofocar tuas fotos! – Alana comentou – Por que você não dorme lá em casa hoje, hein? – convidou

 

--Calma, querida, deixa ela chegar! – Fernandão beijou a bochecha de Elza – As portas do nosso lar estarão sempre abertas pra ela, quando quiser!

 

Enquanto isso, em São José...

 

--Pelos meus cálculos, daqui a duas horas Elza chega na cidade. – Luiza olhou rapidamente para o relógio – Dá tempo de sobra de me produzir e chegar deslumbrante pra recebê-la em casa! – falava consigo mesma – Quero ver como vai ser a reação dela dessa vez! – mandou um beijo para si mesma pelo espelho – Hum, Luiza, cê tá ficando tão ousada! – riu brevemente

 

 

Brasília, Distrito Federal

 

Yara seguia despreocupadamente empurrando seu carrinho de bagagem quando se surpreende com a visão de pessoas queridas.

 

--Dona Kedima, camarada Celeste, camarada Omar! – abriu um sorriso de felicidade – Ítala, até você veio! – largou o carrinho e correu para abraçá-los

 

--Own, minha menina, quantas saudades! – a idosa abraçou-a com força – Deixe ver você direitinho! – desmanchou o abraço para reparar – Tá seca! – exclamou preocupada – Aquele povo te deixou passando fome, que negócio é esse? – perguntou surpreendida – Até a cara tá murcha! – apertou a bochecha da indígena

 

--Calma, dona Kedima! – Yara achou graça – Eu tô bem, não se preocupe.

 

--Deixa um pouquinho dela pra gente! – Celeste pediu – Ah, sua danada! – abraçou-a junto com Omar – Você faz falta, viu? – beijou a testa dela

 

--Camarada, seja bem-vinda de volta! – Omar saudou – O Comuna inteiro não vê hora de te reencontrar! – sorria

 

--E eu? Não ganho abraço? – Ítala cobrou bem humorada

 

--Claro, uai! – foi abraçar a amiga – Adorei reencontrar vocês aqui!

 

--Agora simbora pra Goiânia, que o pessoal do abrigo tá tudo lá te esperando! – Kedima falou batendo uma palma – E tem bolo, milho, um monte de trem gostoso pra você!

 

--Oba! – Yara exclamou – “Vou tirar a barriga da miséria!” – pensou esfomeada

 

 

Goiânia, estado de Goiás

 

Yara confraternizava com o pessoal do abrigo após chegar do aeroporto de Brasília.

 

--Você fez muita falta! – Jurema dizia cheia de charme – Logo que janeiro começar, vou te passar de volta a presidência do Comuna. – bebeu um gole de refrigerante – E teremos que passar um tempo juntinhas pra que eu te faça a passagem de serviço como deve ser! – piscou para a outra

 

Ficou envergonhada e desviou o olhar. – Com certeza! – não sabia o que dizer – Mas deixemos 2007 acabar primeiro, né? – comentou meio sem graça – Ainda temos um tantinho de tempo pra eu realmente chegar, respirar fundo e defender a tese aqui no Brasil. – passou a mão nos cabelos – Afinal de contas, só defendi na Rússia mas a Universidade de origem foi a UnB.

 

--Menina! – Kedima chamou por Yara – Vá lá na cozinha e pegue aquela panela de pequi que tá em cima da pia. – ordenou – E você, Jurema, ajuda a servir os refrigerante, por favor. – arrumou ocupação para a outra – “Essa moça não saiu de cima de Yara desde que ela chegou, Ave Maria!” – a idosa pensou – “Curnicha de menina lésbica é feroz, Deus me defenda!” – pensava

 

Yara aproveitou a deixa e foi até a cozinha fazer conforme foi pedido. “Estranhei não ter visto Damiana até agora.” – pensou – “Melhor assim, menos um problema!”

 

--Saudade, hein? – uma voz de mulher se fez ouvir – Mas antes tarde do que nunca!

 

“Pensando na diaba...” – Yara revirou os olhos – Oi, Damiana, tudo bem? – virou-se na direção da voz – “Ô, glória!” – arregalou os olhos – “Ô, meu Santo Sudário, me cubra desse mal!” -- pensou

 

--Pensou que eu não viria te receber? – Damiana se aproximava nua – Quero te dar muito mais que só boas vindas! – pulou em cima da outra e enroscou as pernas na cintura dela – Hoje você não me escapa! – tentou beijá-la

 

--Você tá doida, menina? – quase caiu em cima da pia – Sai de mim, criatura! Ô, tentação louca! – buscava desvencilhar-se dela – “Eita que parece até uma sangue suga!” – pensou enquanto sentia fortes ch*pões no pescoço

 

--Mas que pouca vergonha é essa aqui?? – Jurema perguntou revoltada ao aparecer na cozinha – Larga ela, sua tarada! – aproximou-se das duas e começou a dar tapas em Damiana – Larga ela, safada! Ordinária! – e tome de bater

 

--Eu tava tentando escapar, – Yara conseguiu se desvencilhar -- mas ela não...– levou um tapa no meio da cara -- Ave Maria! – exclamou abestalhada

 

--Ai, desculpa, Yara! – Jurema pediu envergonhada – Era pra ser nela, na peladona! – olhou condoída para a outra indígena

 

--Quer me deixar em paz, sua mal-amada? – Damiana revidava batendo em Jurema – Não ouse tentar me agredir!

 

--Sua piranhuda, você não toque em mim! – Jurema agarrou-lhe pelos cabelos

 

--Ah!! – Damiana gritou ao dar uma rasteira em Jurema fazendo com que as duas caíssem no chão

 

--Gente, que babado é esse?? – Sidney exclamou afetado ao chegar na cozinha – Dona Kedima, corre aqui! Damiana e Jurema rolando no chão e caindo no pau por causa de Yara! – falava alto – Detalhe que Damiana tá toda nua, né? O básico! – achava graça

 

--O QUE?? – Kedima berrou e veio correndo ver – Mas que patifaria é essa aqui no meio da minha cozinha??

 

--Tô apostando cinquentinha na Jurema! – Roberto falou animado – Quebra ela, Ju! – gritou

 

--Minha nossa! – Ítala arregalou os olhos – Parece até rinha de galo, meu Deus! – exclamou apavorada – “Quisera eu ver mulher vestida e mulher pelada brigando por mim...” -- suspirou

 

E de repente, o fuzuê era generalizado.

 

“Lar doce lar...” – Yara sentia-se perdida – “O duro vai ser contar tudo isso pra Elza!” – levou a mão ao rosto esbofeteado – “Jurema tem a mão pesada! Castiga, chicotinho de fogo!” -- pensou

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Solitudine postando. Espero que gostem. Beijos

 

Música:

[1] Bir Tek Axkim Var Sana Emanet. Intérprete: Müge Zümrütbel. Compositor: Ennder Gunduzlu. Intérprete: Müge Zümrütbel. 2021 (3min24)

 


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Comentários para 22 - BIR TEK AXKIM VAR SANA EMANET:
Minh@linda!
Minh@linda!

Em: 11/02/2025

Kkkkkkkkkk

Fernandão foi flechada, mesmo, viu?! E haja foto...

Eita, sapatão emocionada kkk

Que bom que elas estão felizes!

É uma pena que Norminha não tenha sucesso em suas investidas. Seria uma forma de deixar Goulart bem ocupado.T

ô sentindo que há uma possibilidade de interesse entre Malu e Machado. Torço pelo casal M M ! Só não sei se eles falarão a mesma língua rs rs. Machado é muito engraçado kkkkkk vou sentir falta dele quando o conto acabar.

Eu gosto de Luiza! Não curto o fato de Goulart está manipulando os sentimentos dela, por Elza, pra tentar atrapalhar as meninas. E ela tá sempre renovando as esperanças de ficar com Elza, por causa dele. Só tá faltando ela entender que as investidas não terá um retorno.

Celeste tá indo pelo mesmo caminho encorajando Jurema.

 

E Renata só escala na malandragem da politicagem. 

 

Eita! Rolou um papo brabo entre Elza e Goulart!! Ela mente com convicção... e Goulart acreditou... a menina é raçuda e blefa bem kkk

Acho que Yara não conseguiria, não.

Eu também não conseguiria, não.

 

Que conversa, braba,viu?!

"Também sempre o considerei como meu verdadeiro pai, tio Goulart."

Oxe!!! Machado não merece isso, não. 

 

Eu lembro quando ainda se recebia cartas, a emoção que era...

Hoje em dia é tudo tão vazio. Pelo menos, quase tudo.

 

"Meu amor está confiado somente a você!"

Foi um momento muito lindo!!

 

Eu não copiei Machado com o " Pátria amada idolatrada salve, salve, não, viu?! Apesar de já se esperar, sendo ele um militar. 

Minha mente viaja com as coincidências neste conto kkk

 

Ainda estou curiosa...e vc não respondeu minha pergunta.. identifico algumas coisas da moça que você gosta em Elza, semelhantes as mulheres dos outros contos... 

Mas Elza é diferente!! Há coisas nela que só nós mulheres pretas, vivemos e sentimentos. Tenho curiosidade em saber como você criou ela.

Se for possível, claro.

 

E as aventuras amorosas em terras estrangeiras acabaram!

 

Duro não dorme, não, Dona Kedima! E namorar sendo temporariamente dura, da nisso: "Emagrece"

 

Mas que rebuceteio foi esse!? kkkkkkkkkkkkkk

Jurema e Damiana não tem mais o que fazer, viu?! 

Que Hosana abençoada, essa, de Yara!! 

 

Só Dona Kedima, mesmo, pra botar ordem neste abrigo.


Solitudine

Solitudine Em: 13/02/2025 Autora da história
Boa noite, querida!

Fernandão encontrou seu amor e não quer outra vida. Luiza e Jurema estão à procura, mas batem às portas erradas. Será que ficarão de mão doída?

Elza sabe jogar. Pelo menos ela crê que sim. Dessa vez deu certo!

Eu sabia que a passagem na Turquia mexeria com você. Diz que não, mas é uma romântica, além de ter o seu pezinho na erudição, haja vista que até partilha do parnaso de Machado! rs Muito boa essa identidade toda; me deixa feliz!

kkkkk A primeira que escutei esse trem de rebuceteio foi por aqui, com minha amiga Gabi Regi. Até hoje acho graça disso!

Agora vamos à pergunta:
"Ainda estou curiosa...e vc não respondeu minha pergunta.. identifico algumas coisas da moça que você gosta em Elza, semelhantes as mulheres dos outros contos... "

E quem seria a moça que eu gosto?

"Mas Elza é diferente!! Há coisas nela que só nós mulheres pretas, vivemos e sentimentos. Tenho curiosidade em saber como você criou ela."
Não sei responder isso. Meu processo de criação é assim (e juro que é verdade): eu penso na realidade daquela personagem, aí faço uma imersão mental a cada vez que penso nela. E flui. Faz sentido ou você acha que é causo caipiresco?

Seja como for, juro que respondi com a verdade.

Beijos,
Sol



Minh@linda!

Minh@linda! Em: 14/02/2025
Vixe! Desculpa! Eu jurava que você gostava da moça que se despediu...


Bom!! Quanto ao seu processo de criação da personagem, não cabe a mim duvidar. Se você tá dizendo, eu acredito ué!



Solitudine

Solitudine Em: 21/02/2025 Autora da história
Olá Minha Linda!
Ah, agora entendi. Você fala de Samira (Samirao, aqui no site). Ela é minha ex. Viramos amigas. E sim, ela inspirou traços de várias personagens de meus contos, inclusive da Elza (mesmo não sendo negra). Mas a Elza tem o algo mais que você captou


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PaudaFome
PaudaFome

Em: 03/07/2024

Eu acho incrível como você sempre tem a música perfeita pro momento. Até em turco!!! Fiquei toda apaixonada emocionada e terminei de morrer de rir nesse final kkkk


Solitudine

Solitudine Em: 10/07/2024 Autora da história
Olá querida,

Gostou do romantismo turco que terminou a la pastelão? kkk

Beijos,
Sol


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Ontracksea
Ontracksea

Em: 17/01/2024

Lindo capítulo, linda música, lindo tudo!!!!!!! E muito divertido ao final!!! jajaja


Solitudine

Solitudine Em: 20/01/2024 Autora da história
Olá querida,

Fico feliz em sentir essa sua percepção!

Beijos,
Sol


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Femines666
Femines666

Em: 02/04/2023

Agora que eu já ri tudo que tinha pra rir... Como você conseguiu uma música turca tão perfeita,  tão sob medida pra elas desse jeito??????? Fico impressionada!

Eu amei esse capítulo! Vai pro meu top five nessa história!


Solitudine

Solitudine Em: 08/04/2023 Autora da história
Olá querida!
Foi graças a maama que conheci a música e achei lindíssima. Aí, escrevendo o capítulo, lembrei. Neste caso foi pura sorte que tenha se encaixado tão bem!
Que bom que o capítulo te agradou!
Beijos,
Sol


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Femines666
Femines666

Em: 02/04/2023

Kkkkkk que final foi esse? kkkkkkk

 


Solitudine

Solitudine Em: 08/04/2023 Autora da história
kkkkkkkkk Gostou?


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Femines666
Femines666

Em: 02/04/2023

Parei antes de começar a parte da Turquia porque vou ter que sair.

Tudo bem que pela internet muita coisa se descobre mas lendo seus contos já deu pra perceber que você conhece simplesmente o mundo! Já esteve em todos os países que aparecem nos seus contos? É a segunda vez que vejo Turquia. Lembro que a Isa foi dançar lá e Diva apareceu toda querendo! Kkkk

Elza é muito sangue frio! Que blefe pra cima do Goulart! Amo essa mulher!!!!! Yara também é um sonho bom! Sabe que eu queria as duas?? kkkkk


Solitudine

Solitudine Em: 08/04/2023 Autora da história
Olá querida!
Conhecer o mundo é algo muito mais amplo e eu seria muito mentirosa se dissesse que conheço um planeta desse tamanhão todo. Mas rodei bastante e prefiro sempre escrever sobre lugares onde já estive. A Turquia me encantou muito, por isso ela apareceu em mais de um conto (e que massa que você lembrou!). Mas nunca estive na Rússia, por exemplo. Repare que não descrevi nada de lá.
Elza teve um sangue frio absurdo!!!!
Queria as duas??? Eita, que ela é gulosa! Cuidado que ambas são ciumentas! kkk
Beijos,
Sol


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Femines666
Femines666

Em: 02/04/2023

Autora atacando em turco! O título já me animou! Partiu leitura!


Solitudine

Solitudine Em: 08/04/2023 Autora da história
Que bom! kkkk
Beijos,
Sol


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Samirao
Samirao

Em: 23/03/2023

De volta os 14 coments


Zaha

Zaha Em: 25/03/2023
15 é melhor .....



Solitudine

Solitudine Em: 25/03/2023 Autora da história
kkkkkk Vocês são duas doidas!
Beijos,
Sol


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Zaha
Zaha

Em: 12/01/2023

Boa noite,

 

Eu aqui, again!!

 

Dessa vez li de uma, sem parar, nem escrever kkkk. Vamos ver se Dory consegue!! 

 

Eita que esqueci tudo!!!

 

Vamos pelo finalGente que barraco foi esse na casa de dona Kedima. Mulheres loucas, chega assim agarrando e nua e Yara rica tentada ainda...eu hein! Elza nem sente pingo de nada. Esse povo pra frente vc tem q ser direto todo o tempo, isso de fugir n presta!!!

 

Luiza é outra sem noção e semacol...eu hein!!! 

 

Que lindo a viagem delas pra instambul....que pena que vc n disse sobre as viagens de balões... Sempre quis fazer! É lindo! Faltou isso!! 

 

Adoro Russo TB!! Vc sabe? Só n gosto de inglês...RS

 

Goulart parece que acreditou e Elza....essa de Elza é velha. Vc jura de pé junto e ainda diz que vai mostrar pq sabe que o outro n vai querer ver kkk. Entendo que queira o melhor, mas todo pai diz isso, mas o melhor pra eles ,n é pros filhos, n entendem, acham que sabem de tudo e do que a outra quer mesmo com riscos!!

 

 

 

Celeste pensa que Kedima é besta! Eu disse q ela ia pescar logo! Espero q ela fique na dela...para de enfiar o bedelho aonde n foi chamada... Que coisa ...entendo, mas , a pessoa tem o livre arbítrio TB...essa Jurema TB...briga de galo por Yara! Kkk. 

 

Gostei de como elas vem se comportando, mais maduras e gostei muito do que Elza falou com Goulart. De frente, ainda que tenha mentido. Vamos ver até quando ele aguenta

 

Por ser Dory, n vou poder analisar direito, se bem que esse capítulo foi sussa...

 

Norminha, quero que pegue logo Goulart e a outra Machado que só me faz rir cada dia mais!! Kkkk

 

Diga de n dou foda...eu disse que iam descobrir sobre o presente russo...ainda mais esse presente tradicional.. símbolo Russo dos presentes!! RS

 

Renata cada dia pior! Uma verdadeira política malandra . Falando o que o povo quer ouvir, sobre essas lutas que ela tá nem aí...pior que acho que sai elegida

 

Sobe a lei LGBT.... Espero que com Lula no poder possa chegar mais perto essa lei. Pois apesar do casamento igualitário, n tem os mesmos direitos do casamento hétero como aqui! Aqui ninguém diz um pio, podem te olhar ou parar 5 segundos ejaistod vc diz q é casada c uma mulher, mas dps continuam falando como e nada...alguns porque realmente respeitam outros pela lei ou pq os Argentinos n são diretos falando o que pensa...poucos casos vão aparecer. Quando conseguimos ganhar essa luta aqui, fiquei tão feliz! Fomos uma das primeiras a casar aqui em Mardel!!! E eu vivo super livre..ninguém nunca disse nada. Mas ser feminina é diferente. Pq minha esposa sim recebe olhares. Fecham a cara e tal e qndo eu tô dizem: que amor vc é, que lindo q vc é de Brasil, de Salvador? Q tá fazendo aqui nesse frio....é impressionante, mas como a maioria são idosas, eu n digo nada.. mas sempre deixo claro! A n der que digam algo e eu falo de forma calma, nem brigo, apenas esclareço algumas coisas, por sorte pode conversar, se é alguém que não. Eu n digo nada... perder energia. Mas como disse. Eu mesmo nunca sofri, minha esposa sim e juntas, só uma vez e pior q foram brasileiros de férias aqui...é cada uma kkkkk. Mas eu nem me abalei , continuei no show de MPB abraçada....eu vivo muito natural pq pra mim é natural. Como te vem, te tratam....se te vem mal, te maltratam.... ninguém vai fazer isso comigo. Mando um sorriso e digo, TD bem? Passa algo? E só mudar de assunto e resolve qndo vc sente a vem algo. Mas as vezes eu analiso antes de dizer. Pq os Argentinos perguntam até a cor da calcinha kkkk. Aqui vc pode dizer "pareja" que é unisex, mas qndo perguntam o nome...lascou kkk. Aí, eu vejo de é do tipo que vai levar de boa ou vai respeitar ou é os q vou gastar energia a toa e então esses eu digo: Ronny( é apelido de Verônica nos USA. Toda Verónica lá, terminam chamando assim e Nina TB tinha esse apelido na internet). 

 

Tava pequeno, achei que falar um pouco da minha vida assumida ao 100% e como vivo seria legal!! Acho...

 

Bem, cuide -se!!! Maama TB, pois tem muito ainda por viver e fazer!!! Viver bem, com as plantinhas que ela tanto gostar, comendo do que vem da terra... viu, lembrei! Dory é seletiva kkkkkkk

 

Beijos caipirescos!!!

 

PS: Amanhã ,vejo se posso ler! Meu dia foi cheio de coisas q amo, voltei tem pouco tempo!! Praticamente, meu dia é academia, nadar, correr e funcional,academia de novo. Amando....e ainda tenho energia.... Quando voltar pra facul, vou entrar no time de futebol da facul como antes kkkkk. Falta isso pra eu tá 100% realizada. Sinto muita falta.... Sempre esteve comigo desde os 7 aninhos...minha paixão!!! 

 

 

 

 

 

 

 

 


Resposta do autor:

Olá Lailuska Sadikushca Dorusca!

Ave Maria que essa mulher virou uma atletusca que ninguém segura! É só treino, marombas e altas práticas esportivas!!! Segura, Pai! rs

Elza é uma estrategista. Ela jogou com Goulart, apostou alto e ele caiu. Yara ainda não consegue ser assim, ela não sustenta o jogo do blefe desse jeito, no olho no olho por tanto tempo.

Istambul não tem passeio de balão, Lailinha. Isso ocorre um outras cidades turcas, especialmente a Capadócia. E nessa viagem elas ficaram apenas na capital. Por isso não teria sentido falar de balões. ;)

Seu comentário foi muito bom, não se preocupe. Já lhe disse: isso aqui não é uma prova e nem vale nota. Relaxe.

Falar russo é um grande dilema, porém posso te dizer que até hoje escrevo meus segredos em cirílico (alfabeto que eles usam) e ninguém nas cercanias entende nada! kkkk

Você vem comentando sobre Renata e eu esqueço de responder. Ela se perdeu há muito tempo e agora entrou no iludido mundo da contravenção do colarinho branco. Tudo termina um dia, vejamos como será este "fim" para ela.

Olha só, agenda cheia de marombices!!!! Mata a caipira com água na boca, fi!

Obrigada por sempre lembrar de maama!

Beijos caipirescos,

Sol

Responder

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Pitching
Pitching

Em: 07/01/2023

Amando!!!!!


Resposta do autor:

Olá, tudo bem?

Fico feliz em saber! Obrigada!

Beijos,

Sol

Responder

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Lea
Lea

Em: 06/01/2023

É uma mistura de sentimentos esse livro... ADORO todos eles!

Tirando alguns encostos,adoro os personagens!

*

Bom final de semana,Sol!


Resposta do autor:

Olá querida!!!!!!!!

Fico feliz que tenha voltado que o conto esteja te envolvendo. Adorei a parte dos encostos! kkk

Some não, volte sempre!

Beijos, Sol

E bom final de semana!

Responder

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mtereza
mtereza

Em: 05/01/2023

Oi Sol amei o capítulo agora vamos ver como será a história delas daqui para frente apostando que será muito difícil para as duas ficarem juntas ansiosa pelos próximos capítulos.


Resposta do autor:

Olá querida!

Continue acompanhando e voltando aqui para me dizer o que acha. Temos muita coisa ainda pela frente!

Beijos,

Sol

Responder

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Gold
Gold

Em: 05/01/2023

Saí da moita de novo pra elogiar e dizer que adorei a música. Também fala turco?


Resposta do autor:

Olá querida!

Obrigada por continuar saindo da moita. Saia sempre!

Beijos,

Sol

PS: Não falo turco. Mas acho uma língua muito melodiosa.

Responder

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Dandara091
Dandara091

Em: 05/01/2023

Alô autora!

E que capítulo! 

Quero morar no abrigo da Kedima, só digo isso!

#elza&yara

#partiuistambul

#saidoarmarioelza

#abrigoabundaemaleluia


Resposta do autor:

kkkkkkkkkkkkkkkkk

Você é outra que me diverte muito!

Obrigada e continue aqui!

Beijos,

Sol

Responder

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Young
Young

Em: 05/01/2023

Oi Solzinha!

Que capítulo tudo!!! E que final maluco! Fui da emoção ao riso!

Ansiosa pelos próximos capítulos!

A música foi a escolha perfeita. Parabéns!

Young Cy


Resposta do autor:

Olá querida!

Que bom que o capítulo mexeu com suas emoções!

Fique conosco e continue vindo dizer o que está achando, por favor!

Eu sou suspeita porque amo aquela música! rs

Beijos,

Sol

Responder

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Joabreu
Joabreu

Em: 05/01/2023

Bom dia, 

Você é uma graça, autora. Gostei do seu jeito de responder até os duplicados. Fazendo um esforço pra falar como você entende lol

Capítulo delicioso e apaixonante. O final foi bárbaro! lol  Ansiosa pelo desenrolar. Ver se Elza vai ou racha!

E a vtzeira foi eleita... pqp!

{} quer dizer abraço, viu?

Jo Abreu  {}


Resposta do autor:

Olá querida!

Obrigada pelo carinho e pelo esforço com esta caipira desantenada! rs

Vamos ver o que será de Elza e Yara no meio de tudo que foi acontecendo. E sim, Renata foi eleita... fazer o que?

Obrigada pela tradução! {}

Beijos,

Sol

Responder

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Seyyed
Seyyed

Em: 05/01/2023

Puta que pariu Caipi que capítulo foda!!! E a música, puta merda! Arrepiada até os cabelinhos mais sem vergonha que tenho hahaha Esse amor das duas pode até acabar, não sei qual é a tua mas é infinito enquanto dura! Empolguei com Istambul e já tô pronta pra embarcar e viver um romance às escondidas por lá  só me falta dinheiro tempo e o mais básico, a mulher. Se alguém aí quiser me dar uma força tô dentro! Hahaha 

Cararra depois de tanto amor tu me vem com Damiana peladona e a atracação dela com Jurema tudo doida pra pegar Yara hahaha Ítala tô que nem tu guria!

E agora Caipi? Como vai ficar a relação???


Resposta do autor:

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Você me diverte muito!

Como vai? Espero que esteja bem, apesar de sem tempo, dinheiro e namorada. rs Não estamos muito diferentes...

Como vai ficar a relação? Aguarde as cenas dos próximos capítulos.

Beijos,

Sol

Responder

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Irina
Irina

Em: 04/01/2023

Kotinha,

Que capítulo!!! Superas-te a cada um deles!

Elza e Yara foram escritas em meu coração, do jeito que a canção que escolheste pediu.

Amo-te, minha eterna Kotinha!

Com estima, 

Irina


Resposta do autor:

Olá querida!

Fico feliz em sentir tudo isso de você e agradeço demais pelo seu carinho!

Com todo amor e estima,

Sol

PS: Por que você me chama de Kotinha? O que seria? Ainda não descobri... rs

 

Responder

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Mille
Mille

Em: 04/01/2023

Olá Sol 

Kkkk

Yara voltando pro Brasil e briga para disputar de quem fica com ela kkk

Goulart e Celeste não maior curiosidade para descobrir Elza e Yara juntas. Kadima não quer saber e tirou a Yara da mira.

Mais até quando elas viveram se escondendo??

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Olá querida!

Viu que barraco no abrigo? Dona Kedima fica doida! kkkk

Goulart e Celeste desejam separar um casal que, por ideologia, ambos consideram inaceitável. Vamos ver como estas duas mulheres lidarão com tudo isso agora que estão de volta às respectivas realidades no Brasil.

Beijos,

Sol

Responder

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Samirao
Samirao

Em: 04/01/2023

Esse capítulo foi muito especial e eu entendi perfeitamente o que significa. Vc acaba comigo!!!! Haja o que houver esteja eu ou vc onde estiver BIR TEK AXKIM VAR SANA EMANET!

Me perdoe por todos os meus erros peço perdão a todas as pessoas daqui que eu eventualmente magoei pois nunca foi nessa intenção. Bjuss


Resposta do autor:

Olá Samira,

Sim, foi muito especial. De minha parte não há o que perdoar!

Bismillah! Behebik ya, hayati.

Beijos,

Sol

Responder

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Alexape
Alexape

Em: 04/01/2023

Eu amei!!!! E achei lindo!! Que música perfeita você selecionar! Vou ouvir no Spotify. Nota mil!!!!!!

 

Copiando outra leitora #elza&yara


Resposta do autor:

Olá querida!

Obrigada por me deixar saber que gostou tanto. A música é muito especial.

Beijos,

Sol

Responder

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