SECRETUM
Goiânia, estado de Goiás
“Tarde que me invita a conversar con los recuerdos (Tarde que me convida a conversar com as lembranças),
Pena de esperarte y de llorar en este encierro (É uma pena esperar por você e chorar neste confinamento),
Tanto en mi amargura te busqué sin encontrarte (Tanto na minha amargura te procurei sem te encontrar),
Cuándo mi alma, cuándo moriré para olvidarte... (Quando minha alma, quando vou morrer para te esquecer....)”
Kedima havia acendido uma vela próxima ao porta retrato com a fotografia de sua filha. Estava sentada na cama, olhando sem ver o céu através da janela.
“Quiero verte una vez más, estoy tan triste (Eu quero te ver mais uma vez, estou tão triste),
Y no puedo recordar por qué te fuiste (E eu não consigo lembrar por que você foi embora)...”
Yara se aproximou da porta do quarto da idosa, mas se deteve ao ouvir a canção.
“Quiero verte una vez más y en mi agonía (Eu quero te ver mais uma vez e na minha agonia),
Un alivio sentiré y olvidada en mi rincón (Vou sentir um alívio e esquecida no meu canto),
Más tranquila moriré... (Mais calma eu vou morrer...)”
Libertad Lamarque - Quiero Verte Una Vez Más [1]
“Depois eu volto.” – a indígena pensou com pena da outra mulher – “Agora é hora dela viver o luto do coração.” – afastou-se
***
--Pensei que você não vinha mais me ver hoje! – Kedima comentou olhando para a indígena – Tava aqui doida pra saber das peitica que o advogado te falou e nada de você vir!
--Eu vim antes, mas a senhora tava ouvindo seu disquinho... – respondeu com mansidão – Não queria atrapalhar o seu momento. – olhava para a outra – Respeito muito esse luto pela sua filha e saiba que rezo sempre por ela, usando aquele terço que foi dela e a senhora me deu! – dizia a verdade
Abaixou a cabeça brevemente. – Obrigada, querida. – sorriu – De verdade! – gastou uns segundos calada -- Mas agora vamos falar dos vivos. Desembucha aí e me explica o que houve! Quero saber o detalhe da peitica! – pediu – Advogado com novidade em pleno começo de fevereiro é de se chocar!
Achou graça. – O advogado falou que o Ministério do Meio Ambiente assumiu a responsabilidade pelo assentamento dos índios no território que pertenceu aos Kenko Wiwa e que a Universidade Federal do Amazonas, o Movimento dos Povos Originários do Brasil e a Comissão Nacional dos Religiosos Católicos do Brasil serão envolvidos como partes interessadas pra acompanhar o processo e garantir que será sustentável, exatamente como pleiteamos em juízo.
--Hum. – gostou do que ouviu – Então quer dizer que o governo vai mesmo fazer o que deve? – perguntou interessada
--Sinalizaram assim, mas vamos ver. – balançou a cabeça – O Comuna também tá acompanhando e eu vou ficar em cima! – lembrou-se de um fato – Sabe o que me ocorreu? -- franziu o cenho -- Uma vez que finge que trabalha na Secretaria de Estado dos Direitos do Povo, é capaz de Renata vir seca em cima pra aparecer se o governo marcar qualquer evento pra fazer alarde sobre o assentamento dos índios!
--Com certeza! Ela não vai perder a chance de se amostrar! – a idosa concordou – Se vier te dar beijo de novo, meta-lhe a mão no meio das fuça, viu, menina? – gesticulou enfática
Achou graça novamente. – Pois pode acreditar que ela nunca mais me beija nessa vida! – afirmou enfática – E eu vou dar meu jeito dela não conseguir aparecer nesse caso! – decidiu -- Camarada Celeste disse que quer conversar comigo sobre ela mas ainda não sei o motivo.
--Nunca dê bobeira com aquela uma! – aconselhou – É um olho no gato e outro no peixe! – gesticulou brevemente -- E o doutorado? – a idosa continuava perguntando – Quando que você vai pra Brasília?
--Só em março. – fez um carinho breve na mão da idosa – A senhora ainda vai ter que me aturar até lá! – brincou
--Ter você aqui é um prazer! – abriu os braços e a indígena deitou no colo dela – Minha menina... – beijou a cabeça de Yara – Agora me fale de sua namorada que eu quero mais é curiar! – acariciava os cabelos da jovem – Vocês têm conversado direitinho?
Sorriu. – Sim, a gente conversa pelo NSM, que é um jeito de bater papo pelo computador. – explicou -- Ela se acomodou no alojamento universitário mas disse que vai dar um jeito de depois alugar um pequeno apartamento pra ficar morando independente. – vislumbrava o rosto da amada na mente – As disciplinas do doutorado vão começar em março, mas enquanto isso ela tá fazendo um curso de inverno sobre turbinas em uma empresa de aviação. – repetia o que Elza havia lhe contado
--É bom... – continuava acariciando a cabeça da indígena – Eu gostei daquela moça e olha que meu detector de canalhas é tiro e queda! – afirmou enfática – É uma boa menina pra você se aquietar e manter essa curnicha sob controle! Finalmente acabou-se aquela fase bandida!
Riu brevemente. – Que bom que a senhora faz gosto no meu namoro e que acha que minha Elzinha é uma boa pessoa!
--Vocês só precisam ter paciência e muita sabedoria, porque a distância traz saudades mas também traz insegurança. – aconselhou – E medo e insegurança costumam ser péssimos conselheiros, principalmente pra duas bicha custosa como vocês duas!
Fechou os olhos sorrindo. – Vamos ter paciência... – respondeu com mansidão – A gente quer muito que dê certo!
***
--E daí você precisa ficar atenta, camarada, porque Renata vai ficar de olho! Qualquer deslize seu, ela vai usar contra você! – Celeste advertia preocupada
--Mas eu não cometo deslizes que ela possa usar contra mim! – Yara retrucou de pronto – Não sou perfeita, mas o que eu faço de comprometedor ou irregular? – questionou – Não roubo, não me envolvo em negociatas... Tô completamente tranquila!
Celeste mirou o rosto da indígena e pensou antes de responder: -- Eu não sei se você tem condição de ficar tão tranquila, camarada...
--Oxe, como assim? – não entendeu – Camarada Celeste duvida de minha honestidade agora? -- indignou-se
--Não é isso! – retrucou de pronto – Mas você já se envolveu numa situação muito delicada e se ainda se mantém nela, isso pode te colocar em posição que inspire desconfiança diante de todo o Partido!
Celeste e Yara conversavam ao final do dia em um quiosque na praça Tamandaré.
--Será que poderia ser mais clara, camarada? – a indígena não conseguia entender
--Então... – passou a mão nos cabelos -- Já tem um tempo que camarada Natália me falou do seu envolvimento com uma militar; uma tal de Elza Machado...
--Não acredito! – reclamou surpreendida – Mas Natália é uma língua de trapo, fuxiqueira dos infernos! – deu um soco no ar – “Ô, meu caminho do Gólgota, maldita hora que fui desabafar com ela!” – pensou revoltada
--Calma, camarada, ela não me comentou por fofoca, mas por medo! Por ter cuidados com você! – Celeste esclareceu – Depois que ouvi o papinho de Renata e Romero lembrei disso, fui pesquisar sobre essa militar e descobri coisas muito preocupantes! – continuava falando – Essa Elza tem se destacado como uma formadora de opinião no Vale do Paraíba, defendendo ideais militaristas e valores do Capitalismo, visitando as escolas da região e publicando um periódico que tem sido bem recebido no meio civil. – pausou brevemente
“Dessa eu não sabia!” – pensou – Tá, mas qual é o problema, camarada? – olhava para Celeste – Além de tudo, o Comuna não pode se meter na minha vida amorosa! – argumentou
--Eu sei disso, camarada, mas se você se envolve com alguém com esse perfil, no extremo oposto do nosso espectro político, você passa a ser vista com desconfiança! – afirmou convicta
--Isso é um absurdo, camarada! – protestou indignada – Eu sempre estive envolvida em todos os movimentos que o Comuna encampou desde que ingressei nesse Partido! Vocês não veem isso? – reivindicou – Sem falsa modéstia, liderei a maioria deles! – levantou-se rapidamente – Onde estavam Renata e o grupo de apoiadores dela nos movimentos que levamos pra rua contra os erros que desde já observamos no governo Luiz Horácio? – perguntou revoltada – Onde eles estavam nos protestos que fizemos nesse mês de fevereiro? – cobrava – Se não fosse pelo nosso barulho, Luiz Horácio não teria proibido a jogatina nesse país, que tava servindo de pano de fundo pra uns e outros aí lavarem dinheiro! E muito dinheiro! – gesticulava – Será que o pessoal esqueceu da obra dos milhões que ela queria fazer na sede e eu trabalhei pra brecar? – balançava a cabeça negativamente – E aí, com tudo isso, quem pode ser vista com desconfiança sou eu e não ela? – riu por achar absurdo – É ridículo! – colocou as mãos na cintura
--Vem aqui, calma! – levantou-se também e gentilmente fez a indígena se sentar de novo – Entenda, camarada, eu concordo com tudo que diz, mas a política não é o que a gente sonha, ela é o que é! – sentou-se mais uma vez – Você tá totalmente com a razão, mas lembre-se que a inércia diante do governo de Luiz Horácio não é uma postura só de Renata e seu grupo de apoiadores! – explicava – Essa inércia está em quase toda a esquerda, nas centrais de trabalhadores e na maioria dos sindicatos de classe. – olhava para a indígena – Essa inércia no meio da militância nos causa revolta, mas é normal e aceitável pra muitos! – segurou uma das mãos de Yara – Porém, se ficar patente que você tem um relacionamento com alguém que começa a ganhar peso no lado oposto do nosso espectro político, você pode sim ser vista como uma possível traidora! – advertiu – E Renata vai usar tudo que tem e o que não tem pra convencer os camaradas quanto a isso!
Respirou profundamente e gastou uns segundos calada. – Eu falei com Natália sobre uma coisa que aconteceu no ano 2000! – passou a mãos nos cabelos – Estamos em 2004 e... – pausou brevemente – Nem sei por onde Elza anda! – desviou o olhar ao mentir
--Então continue sem saber! – aconselhou – Creia que será melhor pra você assim!
Yara ficou calada pensando no que ouviu.
São Paulo, estado de São Paulo
--Aqui está tudo que descobri sobre a tal indígena comunista, meu amigo. – entregou um envelope de papel pardo ao outro – Nascida como Yara Cayê em 15 de junho de 1976 na extinta tribo Kenko Wiwa, divisa entre Amazonas e Roraima, ela foi registrada como Yara Saraíba em 1979 por Alice Saraíba, uma ex missionária católica que a criou até sua morte em Olinda em 1989. – contava o que apurou – As duas viveram sempre às expensas da Igreja Católica, em casas de religiosas e abrigos comunais. Depois da morte de Alice, Yara continuou sob os cuidados da Igreja até 1993, quando se mudou para Goiânia e logo no ano seguinte se filiou ao Partido Comuna.
--Hum... – Goulart examinava os documentos – Alguma ocorrência relevante nesse meio tempo? – perguntou interessado
--A Igreja blinda muito as informações sobre os seus, você sabe. – o homem respondeu de pronto – Não tive acesso a grande coisa, mas não creio que haja nada digno de nota.
--Copiado! – Goulart continuava lendo os papéis – E o que mais você me diria, além do fato de que ela se tornou uma grande liderança entre os comunistas, de acordo com o que estou lendo aqui?
–Ela é formada em Ciências Sociais pela UnB, onde tirou o mestrado, iniciou em março deste ano o doutorado naquela mesma Universidade, é membro da direção do Movimento dos Povos Originários do Brasil, atua no Conselho dos Originários da Capital e é uma das conselheiras do Centro da Cultura Indígena no Brasil. – acrescentou mais informações – Lésbica assumida, vive em um abrigo para LGBTs mantido por uma viúva e doações de voluntários. Parece que o Comuna é um dos mantenedores do tal abrigo.
--Minha nossa! – Goulart arregalou os olhos – “Além de tudo isso! Lésbica assumida!” – pensou preocupado
--Yara representa uma extrema esquerda, que não concilia com a ordem estabelecida, flerta com a Anarquia e prega a revolução total pra estabelecer uma sociedade comunista e descentralizada. – explicou – Típica pessoa iludida e sonhadora, que não liga pra dinheiro, poder, nada disso. Ela só quer ver o Comunismo implantado no mundo. – pausou brevemente – Não me parece ser uma pessoa desonesta, muito pelo contrário. Mas é alguém que não deveria crescer muito politicamente, senão o que ela defende também crescerá no seio da população!
Balançou a cabeça e guardou os documentos no envelope. – Obrigado, Garcia. – agradeceu ao amigo – Muito obrigado por ter feito esse levantamento. Fico te devendo essa!
Os dois homens conversavam em um restaurante da cidade.
--Não posso usar os recursos da Inteligência Nacional pra questões particulares mas você nunca me pediu nada e eu te devia um favor. – Garcia respondeu solícito – Estamos quites! -- sorriu
“Agora eu tenho que conversar com Elza e situá-la muito bem no meio dessa coisa toda!” – Goulart pensou
Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos
--Eu mal posso acreditar que o senhor tá aqui comigo, tio Goulart! – Elza exclamou empolgada enquanto caminhavam de braços dados pelo Charles River Yacht Club – Amei receber essa visita pra esquentar o já quentinho mês de julho! – sorriu – E também amei saber que o senhor finalmente foi promovido a coronel!
Sorria também. – Há rumores ainda não confirmados que estou sendo cotado pra assumir uma diretoria no Centro Tecnológico. – contou a novidade – Isso me tiraria do Instituto mas... seria uma boa mudança, não?
--Jura? – parou de andar e o abraçou com força – Ai, seria um sonho se fosse verdade! – romperam o abraço – Quer dizer, vai ser verdade, tô levando fé! – olhava para ele
--Vamos aguardar! – olhava para a jovem – Não é prudente comemorar antes da conquista chegar!
--Tá certo... – voltaram a andar – Mas tô levando a maior fé! – pausou brevemente – E meu pai e Fernandão? Não ficaram tentados em vir me ver junto com o senhor? – perguntou – Quando eu expliquei que ficaria aqui apesar das férias universitárias do meio do ano, senti que meu pai ficou meio tristonho.
--É, mas ele entendeu que você tá fazendo um curso de verão e que deseja aproveitar ao máximo a estadia aqui. Ele sabe que é o melhor pra sua carreira! – Goulart esclareceu – Machado e Fernandão não vieram por questões financeiras, mas disseram que ano que vem provavelmente estarão prontos e com o visto americano nos respectivos passaportes. – gastou uns segundos calado antes de recomeçar a falar – Aliás, Elza... falando em sua carreira... – pensava em como iniciar o assunto -- Devo lhe dizer que fiz esse esforço em te visitar não só pra te rever e contar as novidades mas porque precisamos ter uma conversa muito, muito séria!
Estranhou. – Sobre o que? – não imaginava a razão
Pararam de andar e o homem se apoiou em uma mureta de frente para o Charles River. – Sobre você e aquela indígena que passou o natal do ano passado conosco. – olhava para as águas – Yara Saraíba!
Sentiu o coração disparar mas se conteve. – E o que há pra falar sobre ela e eu? – apoiou-se na mesma mureta
Mirava um ponto no infinito. – Quando você era adolescente e teve alguns problemas... naquela fase em que começou a contar mentiras pra nós... – lembrava do passado – Houve um momento em que senti que Graça me escondia algumas coisas. – pensava nos fatos – Por muitos anos achei que você havia... se envolvido mais intimamente com um rapaz e tido problemas por causa disso, mas... – respirou profundamente – As peças do quebra-cabeças foram se encontrando na minha mente. – olhou para a jovem – Você é lésbica, não é, Elza? – perguntou à queima roupa
--Tio... – ficou totalmente constrangida e desviou o olhar
--Yara não é amiga de nenhuma tenente Bárbara de Brasília. Aliás, essa tenente sequer existe, conforme procurei saber! – continuou falando – Não sei como se conheceram, mas você mantém um relacionamento com ela, não é isso? – virou-se de frente para a negra – Vocês são amantes! – afirmou enfático
Abaixou a cabeça brevemente e cruzou os braços. – Onde quer chegar, coronel Goulart? – olhou nos olhos
--Vou lhe dizer onde! – olhava nos olhos também – Eu não tenho problemas com o fato de você ser lésbica! Nenhum! – dizia a verdade – Continua sendo como sempre foi: uma filha pra mim! – falava com emoção – Mas não quero que se envolva com alguém que pode destruir tudo que sempre lutou pra conquistar em toda sua vida!
Sentiu-se em parte aliviada pelo que ouviu, mas ainda tensa. -- Por que diz isso? – não entendia – Me diga onde quer chegar, por favor! – insistiu
--Elza, eu pedi pra um amigo da Inteligência levantar tudo sobre aquela moça! – a negra ficou pasma – Ela parece ser uma pessoa honesta e até muito sonhadora, mas é uma comunista radical, liderança no meio de gente anarquista que não quer conciliar com nada, apenas com uma revolução que vire esse país de cabeça pra baixo! – gesticulava – Se chegar ao conhecimento de qualquer oficial general que você está envolvida com alguém assim, sabe o que pode te acontecer? – perguntou provocador – Ver sua carreira minguar! – afirmou enfático – Você viu o que aconteceu comigo porque agi como um patriota, exigi satisfações por causa daquele atentado frustrado e lutei contra os desmandos de um governo! Por ordens de cima fui transferido pra longe e me anularam por anos no meio da pesquisa! – tentava convencê-la – Se souberem de você e Yara, vai pairar sobre seu nome uma aura de desconfiança e você nunca mais terá progresso algum! Nunca mais! – falou um pouco mais alto -- Será uma militar de periferia até o fim dos seus anos na ativa! – olhava para a negra – É o que você quer, me diga?
A mulher passou a mão nos cabelos e nada respondeu.
--Afaste-se dela pro seu próprio bem! – aconselhou – Você pode perfeitamente encontrar uma mulher melhor do que ela e muito mais afinada conosco! – considerou – Não seja como Fernandão, que escreveu na testa que é lésbica e colhe os maus frutos disso em todos os compartimentos da vida!
--O senhor não precisa se preocupar tanto comigo a ponto de mobilizar até a Inteligência Nacional, tio! – respondeu com mágoa – Sim, eu sou lésbica e nunca pretendi colocar isso no jornal. – admitiu – Meu estilo é esse que o senhor vê, é o meu natural. Fernandão tem o jeito dela, um tanto masculinizado, porque é do temperamento dela e não do meu. – pausou brevemente -- Aquele natal lá em casa, os dias em São José, foram uma despedida. – mentiu – Yara e eu... nós sabemos que não há como conciliar! – respirou fundo – Nós sabemos que há um mundo de coisas a nos separar! – olhava para o homem
--Então... vocês terminaram? – perguntou desconfiado
--Pode pedir aos seus amigos da Inteligência pra hackear meu computador e meu celular! Eles vão confirmar isso pro senhor! – blefou – Já que o que está ouvindo de mim não lhe é suficiente pra entender! – afirmou chateada
--Calma, Elza! – pediu um tanto constrangido – Eu não posso e nem quero ficar usando os recursos da Inteligência pra questões particulares. – dizia a verdade – Pedi a um amigo pra pesquisar sobre Yara porque ele me devia um favor, mas acabou. Não vai virar um hábito. – garantiu – Se você diz que terminaram, eu acredito em você. – desejava que fosse verdade
--Sou uma mulher objetiva, tio Goulart! Conquistei muitas coisas e tenho muito mais pela frente! – olhava nos olhos – Eu tô aqui, não tô? Estudando no MIT como disse que faria! – abriu os braços brevemente – Quantos conseguiram isso? – sorriu -- Não deixo que nada me atrapalhe se quero chegar a algum lugar e eu quero progredir!
Sentia firmeza nas palavras dela. – Fico tranquilo ao ouvir isso, porque eu tava disposto a argumentar de todas as formas pra te convencer a se afastar daquela comunista! Faria o que fosse preciso fazer!
--Não será necessário! – voltou a olhar para as águas – A vida deixou claro pra nós que nossos caminhos devem seguir separados e não estamos dispostas a lutar contra isso! – mentiu mais uma vez
--Fique tranquila, Elzinha! – segurou-a gentilmente pelos ombros – Esse assunto morre aqui! Eu não comentei sobre isso com ninguém! – dizia a verdade – E juro que não vou comentar! – abraçou-a – Você é como se fosse minha filha e eu não deixaria que nada de mau lhe acontecesse!
--Eu sei, tio. – continuava abraçada com o homem – Eu sei...
Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos / Brasília, Distrito Federal
Aziza: E daí ele me disse que acionou até a Inteligência Nacional pra pesquisar sobre você!
Aziza: No final me ocorreu que criamos essas contas com nomes fake e foi até bom
Aziza: Se alguém da Inteligência foi invadir minha conta de e-mail encontrou foi nada!
--Eu não acredito nisso! – Yara resmungava consigo mesma – Aquele Goulart chega a ser maníaco! – estava pasma
Iacina: Criamos essas contas por brincadeira nossa, não era pra se esconder de ninguém!
Iacina: Fico revoltada com tudo isso!
Iacina: Não falei que até camarada Celeste me veio com essa de que eu tinha que me afastar de você?
--É gente se metendo de ambos os lados! – Elza reclamava sozinha – Parece que ninguém tem uma vida pra cuidar e vem meter o bedelho na nossa!
Aziza: Quando eu voltar pro Brasil em dezembro conversamos melhor sobre isso
Aziza: Agora eu não queria perder nosso tempo com esses assuntos chatos, amor!
Aziza: Temos tão poucas horinhas por dia pra conversar... :(
Iacina: E quando você vem?
Iacina: Vai mesmo desviar de rota e pousar em Brasília? :)
Aziza: Confia em mim, meu bem!
Aziza: Quando tudo estiver certo, te digo quando e qual horário de chegada do voo
Iacina: E eu vou dar meu jeito de estar lá te esperando
Iacina: Por sua causa comprei até um notebook num templo do Capitalismo!
Riu gostosamente. – Eu não aguento quando ela diz isso! – falava sozinha – Não é shopping, é templo do Capitalismo! – voltou a digitar
Aziza: Hum, então eu sou capaz de fazer a minha comunista consumir num templo do Capitalismo?
Aziza: Tenho esse poder todo? ;P
Iacina: Você sabe que tem!
Iacina: Sabe que consegue me deixar fora me de mim!
--Ô, glória e se consegue! – Yara admitia para si mesma – Quando ela vem esbanjando aleluia eu chamo até urubu de meu louro! – balançou a cabeça – Ô, minhas sete chagas, Ave Maria...
Aziza: É mesmo? Parece que faço até você prometer o que não quer, né?
Aziza: kkkkk
--Ela ficou tão louca com aquele meu strip tease que prometeu que ia passar o natal lá em casa sem nem saber o que tava dizendo! – Elza lembrava divertida
Iacina: Isso, ri dos povos originários! Tripudia!
Iacina: Castiga essa espécie em extinção!
Aziza: kkkk
Aziza: Own amorzinho, mas eu sou tão boazinha pra você...
Aziza: Dou beijinho, faço carinho, faço massagem...
--Ô, glória santa, nem me lembra disso que a hosana fica doida! – a indígena continuava falando sozinha
Iacina: Isso não se faz!
Iacina: Você sabe que tô aqui no alojamento, quarto coletivo...
Iacina: Não posso ficar pensando ou lembrando de certas coisas...
Iacina: E você já tá num apartamento alugado, sozinha... É covardia comigo! rs
--Ei, eu não tinha pensado nisso até agora! – Elza considerou – Ela tem colegas de quarto!
Aziza: E quem divide quarto com você?? Quantas garotas??
Aziza: Elas são bonitas???
--Nossa! – Yara achou graça – Não me diga que ela resolveu ficar com ciúmes agora?
Iacina: Somos quatro aqui. Milagrosamente elas ainda não vieram pra cá, mas a qualquer momento chegam
Iacina: Não se preocupe! Sou fiel!
Iacina: E elas são todas hetero
--Ah, tá! – Elza fez cara feia – Até parece que é assim, esse negócio de hetero!
Aziza: No meu quarto de alojamento as meninas tiravam onda de super hetero!
Aziza: E eu consegui a Patrícia sem grande esforço!
--Humpf! – fez um bico – Então a tal dividia quarto com ela? – Yara considerou de cara feia – Ainda bem que ela saiu do alojamento do MIT!
Iacina: Isso é você que sabe seduzir!
Iacina: Eu não sei e nunca nem seduzi ninguém!
Aziza: Ah, é! Não sabe e faturou quatro antes de mim!
Aziza: Eu lembro tá?
Aziza: Até uma paraguaia caiu na tua lábia comunista!
Riu gostosamente. – Até parece que eu tenho lábia! – a indígena afirmou divertida – Tenho tanta lábia que a mulherada sempre me dispensou sem dó nem piedade!
Iacina: Fico lisonjeada com esse ciuminho, porque eu sinto ciúmes de você também
Iacina: Esbanjando aleluia nos Estados Unidos, linda, leve e solta!
Iacina: Dessa parte não gosto de pensar!
--Esbanjando aleluia, veja só! – a negra riu – Ela fala cada coisa!
Aziza: Pois minhas aleluias são exclusivas!
Iacina: É mesmo? De quem?
Aziza: Quando eu chegar no Brasil, te falo
Aziza: ;)
--Não vejo a hora de dezembro chegar! – Yara suspirou – Não vejo a hora! – sorriu – Vou bolar uma surpresa tão massa que ela nunca vai esquecer!
Goiânia, estado de Goiás
--E aí eu fiquei muito puta! – Renata reclamava ao celular – O governo bancou uma tremenda cerimônia em Manaus, a ministra do Meio Ambiente compareceu, pessoal da Universidade Federal do Amazonas, os padres, movimentos indígenas, a porr* toda e eu só fiquei sabendo depois, porque vi na televisão ontem! – caminhava pelas ruas do centro da cidade – Tô muito puta, cara! Puta nas calças!
--Mas não se falou nada no Comuna! – Romero respondeu do outro lado – Yara foi nisso aí?
--Claro que foi, né? – respondeu mal humorada – Deu entrevista e ainda disseram que ela ia colar com o pessoal da Federal do Amazonas também pra ver as merd*s lá do doutorado dela! – gesticulou – Palhaçada!
--Então com certeza Yara combinou com os camaradas e o setor Jurídico lá no Comuna pra todo mundo ficar quietinho e a notícia desse evento não ser sequer comentada! – Romero concluiu – Você é a presidente do Partido, porr*! Tem que dar um esporro em geral no próximo Colegiado! – aconselhou – Pelo menos o setor Jurídico tá merecendo uma punição!
--Eu sei lá, ainda não sei como vou tratar isso! – respondeu chateada – Ou nem vou, deixo rolar... de repente é uma fingir que não sei que tomei essa bola nas costas! – conjecturou – Chega de ter derrota exposta diante de Yara, né? – pausou brevemente – Tô chegando no prédio da Secretaria vou ter que desligar.
--Vai lá. Depois a gente conversa! – Romero se despediu
--Tchau! – desligou o celular e entrou no edifício
***
--Essa é a necessidade que a Secretaria tem por ora. – entregou um envelope aos homens – Eu tô fazendo uma tomada de preços geral antes de autorizar que se jogue o processo de licitação na rua. -- Renata estava reunida com dois empreiteiros – Então peço que me deem uma estimativa do valor do serviço daqui a, no máximo, uma semana, pode ser? – olhava para eles
Os homens se entreolharam e sorriram um para o outro.
--Há quanto tempo a senhora se envolve com obras públicas, dona Renata? – um deles perguntou
--Pela Secretaria é a primeira vez. – respondeu com a verdade – Me pediram pra tratar disso porque encampei uma obra na sede do Partido que presido. – exibiu-se
--Não sei como foi lá, -- o outro homem começou a falar – mas aqui pode ser de um jeito bem interessante. – sorria malicioso – A gente pode fazer um acordo e deixar essa bola redondinha pras duas partes. – propôs – Se a senhora der uma... força pra nossa empresa, -- olhou rapidamente para o colega – pode rolar um percentual de agradecimento.
--Agradecimento? – perguntou desconfiada – “Eles tão me oferecendo propina?” – a loura perguntou-se
--E a gente sabe ser grato! – novamente o primeiro homem se manifestou – Vinte por cento de muito... é muito! – sorria – Tem sido assim há mais de 20 anos!
“Puta que pariu!” – Renata pensou animada – Vamos conversar melhor sobre essa obra, senhores! – sorriu para os homens
Brasília, Distrito Federal
--Foi muito emocionante, professora! – Yara conversava com sua orientadora – Não digo o evento em Manaus, porque aquilo lá foi pura propaganda política, mas quando viajamos pro Alto Alalaê e vimos os índios assentados nas terras que foram do meu povo... Nossa! – sorria – Fiquei tão feliz de ver todos aqueles indígenas tendo uma chance de recomeçar e viver de modo sustentável, sabe?
--Eu vi a reportagem na TV e achei o máximo! – Beatriz respondeu animada – Tão bacana ver como que um processo que nasceu de um sonho alimentado por você e pelo falecido Paulo chegou tão longe e com consequências tão relevantes na vida de um monte de pessoas!
–Não sei explicar pra senhora o significado que tudo isso tem pra mim! -- gesticulava – Também fiquei empolgadíssima com o plano de trabalho que o pessoal da UFAM desenhou e achei que a linha de pesquisa da professora Joacyra tem tudo a ver com o que penso em propor na minha tese!
--Ah, eu sei, ela me ligou pra conversar sobre isso! – contou a novidade – Batemos um longo papo e trocamos alguns e-mails também! – fez um gesto rápido – Tá tudo certo e ela será sua co-orientadora nesse doutorado! – sorria – Semana que vem ela vai te passar um material pra você pesquisar!
“Minha Nossa, essas professoras não perdem tempo!” – pensou surpreendida – Ah, que bom... – não sabia o que dizer – Se as senhoras já se entenderam, né? – passou a mão nos cabelos – “Agora só me resta levar cipoada no lombo de duas orientadoras ao invés de uma! Ô, minhas sete chagas, castiga chicote de fogo!” -- pensou
--Ela, inclusive, me despertou pra uma coisa que eu não havia pensado! – Beatriz continuou falando – A gente podia batalhar um período sanduíche pra você no exterior! – olhava para a orientada – Você tá prestes a concluir as disciplinas, então se correr e apresentar a qualificação até junho do ano que vem, dá pra viajar logo em janeiro de 2006. – fazia planos – Aí ficaria um ou dois anos fora, com o compromisso de defender a tese lá e aqui, ao retornar! – gesticulava – Isso também nos daria uma proximidade muito bem vinda com uma Instituição tradicionalíssima com a qual tenho interesse de trabalhar já há um tempo!
--Que seria qual? – perguntou curiosa – “Pra onde será que elas querem me mandar?” – pensou desconfiada
--Universidade Estatal de Moscou! – debruçou-se sobre a mesa – Você não quer estudar como a economia marxista pode ajudar na inserção dos povos originários na sociedade? Qual melhor lugar pra se aprofundar em economia marxista senão no país que, com todos os erros, mais a levou a sério?
Yara ficou calada pensando na possibilidade.
Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos
Elza lia um livro em um café ao final do dia enquanto aguardava ser atendida. Após alguns minutos de espera, uma mulher de sua faixa etária trouxe o lanche que havia pedido.
--Excuse me, ma’am! (Com licença, senhora!) – a garçonete falou ao se aproximar -- Here it is! (Aqui está!) – começava a servi-la
--Thank you! (Obrigada!) – agradeceu educadamente
--So, can I help you with…? (Então, posso ajudá-la com...?) – olhou para a negra e se impressionou – Elza?! – perguntou boquiaberta -- Você aqui??
--Hã? – levou um susto – Carla?! – ficou pasma – “Gente, não é possível! Como envelheceu!” – pensou em choque – “E engordou...”
--Gente, há quanto tempo! – abraçou-se com a bandeja – Garota, você tá... – reparou na outra – Simplesmente deslumbrante! – sorriu – O que faz aqui? Turismo ou...?
--Tô fazendo doutorado no MIT. – respondeu tentando ser natural – E você agora mora aqui? Não havia ido com seu pai e a mulher dele pra Miami? – lembrou do postal que recebera
--Ah, mas você nem imagina! – revirou os olhos – Meu pai arrumou uma amante, acabou ficando sem as duas, perdeu o emprego, rodamos por vários lugares até que ele colou com outra mulher e se mandou com ela. – resumia a história – Eu já tava de maior e ele preferiu ficar só com ela. Aí me ferrei, né? – deu um sorriso triste – Hoje eu vivo com uma pessoa, ralo trabalhando aqui e passeando com cachorro dos outros nos finais de semana.
Ficou pasma com o que ouviu. – Sinto muito por você. – afirmou simplesmente
--É muito ruim confiar em quem não tem palavra e promete o que não pretende cumprir! – Carla se queixava – Larguei tudo porque ele me prometeu a família de verdade que eu era doida pra ter e, no entanto, só me ferrei...
--Carla! – o gerente chamou – There are other costumers waiting for you! Hurry up! (Há outros clientes esperando por você! Anda logo!) – demandou impaciente
--Dá licença, Elza. – pediu envergonhada – Prazer te rever! – deu tchauzinho e se afastou
--Tia Auxiliadora era a sua família e você não deu valor... – a negra falava baixinho consigo mesma – Seu pai fez com você o mesmo que você fez com ela e comigo. – balançou a cabeça – I’m so sorry, Carla. (Sinto muito, Carla.) – preparou-se para comer
Brasília, Distrito Federal
Elza chegava no aeroporto de Brasília às 6h30. Após recolher sua bagagem e passar pela alfândega seguia para o local de translado para o XS Estacionamento, conforme havia sido orientada por Yara. “De acordo com o que ela me explicou, é por aqui.” – prestava atenção no lugar
--Daqui pra frente é tudo comigo! – uma voz conhecida a surpreendeu
--Yara? – virou-se para trás e a abraçou com força – Ai, que saudade! – fechou os olhos
“E mesmo depois de uma viagem dessas, ela me chega transbordando de aleluia e toda cheirosa!” – a indígena pensava embevecida – “Ô, minha mirra, Ave Maria!” – beijou a bochecha da namorada – Cumprimento você como desejo assim que a gente sair do meio do povo. – sussurrou no ouvido
--Ai... – suspirou ao romperem o abraço – E o que você planejou pra nós, minha rebelde preferida? – sorria
--Você vai ver. – piscou para a negra – Confie em mim!
***
--Depois de aturar um voo com duas conexões, turbulência e assentos desconfortáveis, receber uma massagem dessas tá maravilhoso! – Elza falava com os olhos fechados
--Conheci um pessoal entendido de massoterapia e medicina Ayurvédica num evento que aconteceu na UnB no meio do ano. – Yara dizia enquanto massageava as costas da outra – Aí me inscrevi no cursinho de três dias que eles ofereceram e levei o trem a sério! – pressionava cuidadosa e vigorosamente na altura das escápulas – Lembrando sempre de guiar os movimentos no sentido das fibras musculares. – fazia conforme falava – Assim não causa dor e melhora a circulação da pessoa. – pegou um pouco mais de óleo e passou nas mãos – Você tá estreando minhas habilidades massageadoras! – afirmou em tom brincalhão
Elza e Yara vestiam apenas calcinha. A negra estava deitada de barriga para baixo enquanto Yara estava cuidadosamente sentada sobre seus quadris.
--Aprendeu direitinho, porque tá ótimo! – a militar sorriu – Também amei o aromatizador reciclável que você fez pra ocasião. – abriu os olhos
--Já demos atenção aos braços, às pernas, estamos concluindo com as costas... – massageava alternadamente entre os ombros e os quadris da namorada – Os próximos serão os pés. – empenhava-se para agradá-la
--Tô ficando tão relaxada que vou acabar dormindo... – comentou dengosa
--Você não disse que tá sem fome? Se dormir não tem problema. – encerrava a massagem nas costas – Almoçamos mais tarde. – saiu de cima da parceira – Agora vamos deitar de barriga pra cima? – ajudou-a a se virar – Hora de cuidar dos pés! – foi para a ponta da cama e segurou o pé esquerdo da militar – Vamos começar por esse aqui! – beijou-o antes de massagear
Olhou para a indígena com carinho. – Você é um amorzinho! – sorriu – Tô adorando tudo isso! – deliciava-se com a sensação da massagem – Só não queria estar tão quebrada e... naqueles dias! – revirou os olhos
--Uma coisa de cada vez, querida. – a indígena respondeu enquanto pressionava a sola do pé da amante – Espero que a massagem ajude a consertar essa parte do quebrada e hoje eu planejei da gente só descansar mesmo. – olhou para a negra – E estes dias de sinal vermelho não vão durar pra sempre! – afirmou com tranquilidade – Felizmente coincidiram com os meus! – piscou para ela
--E cê não vai me contar o que vai fazer comigo, Yara Saraíba? – perguntou melosa
--Pra que, se você verá tudo com seus próprios olhos? – massageava o peito do pé – Não confia em mim, Elza Machado? – provocou
--Se não confiasse, não estaria aqui com você. – fechou os olhos novamente – Agora me conta como a minha comunista preferida me sacou um carro e essa casinha aqui? Aliás, eu nem sabia que você dirigia!
--Dirijo, uai, tem que levar os trem do Partido por lá e cá! Aí tive que aprender pra poder ajudar na organização dos movimentos. – continuava massageando – Esse Golzinho simpático que te buscou no aeroporto é de camarada Omar. Pedi emprestado pelo tempo que você vai ficar aqui, ele não me fez perguntas e emprestou. A condição é que eu o devolva limpo, abastecido e sem problemas. – explicava – Essa casa, tão pertinho da Capela de Nossa Senhora, é de um missionário que aluga pros viajantes. – pegou o outro pé para massagear – Coisas simples, bem diferentes do seu estilo mais chique, porém limpinhas e acolhedoras. – começou a pressionar a sola – Tem um restaurante vegano aqui perto, aonde pretendo que a gente almoce, e tenho certeza que você vai gostar da comida!
--Tô nas suas mãos, amor. – respondeu com os olhos fechados – Pode fazer o que quiser comigo... – afirmou com malícia
“Ô, glória!” – pensou satisfeita
Alto do Paraíso, estado de Goiás
Yara e Elza meditavam sentadas sobre uma pedra no topo de uma cachoeira. Estavam encostadas nas costas uma da outra.
Respirou fundo e abriu os olhos. – Que sensação deliciosa! – a negra exclamou – Eu nunca havia experimentado isso!
A indígena também respirou fundo e abriu os olhos. – Sintonizar com a Natureza é maravilhoso! – movimentou-se para se levantar – Agora, é hora de fazer uma coisa muito excitante: – estendeu a mão para a namorada se levantar – saltar daqui de cima! -- sorriu
--Oi?? – perguntou em choque ao se levantar – Saltar daqui? – caminhou até a beirada da pedra – Gente, e tem o que? Dez metros? – olhava para baixo
--Exatamente! – parou ao lado dela – Aquele delicioso poço que nos espera lá embaixo se chama poço do pulo não à toa! – deu um esbarrãozinho no ombro da outra – Não imaginei que uma capitão de Aeronáutica tivesse medo de um salto desses! – provocou divertida
--Medo? – olhou para a namorada – No way, honey! Apenas falta de hábito, mas eu encaro! – afirmou resoluta
--Então é hora de colocar as roupas no saco plástico, ficar só de biquini e saltar! – começou a se despir – E nessa trilha que a gente vai fazer, ainda é possível dar uns cinco ou seis saltos!
--Tipo treinamento militar? – Elza começava a se empolgar – Tô dentro!
***
--A primeira vez que eu acampei aqui no Jardim de Maytrea foi uma coisa mágica! – Yara lembrava – Lembro que os guias disseram que existe uma placa de cristal gigante, que vai de Alto do Paraíso até Brasília! Parece que foi vista até por um satélite da NASA. – olhava para Elza – Essa placa é um verdadeiro catalisador, transferindo energia do Bem pra quem se dispõe a entrar em sintonia com o Alto! – repetia o que ouviu
--Que interessante! – Elza ouvia com atenção
Era final de tarde e as duas estavam sentadas do lado de fora da barraca de camping, apreciando o pôr do sol.
--Sabe, Elza, eu sempre quis ter uma namorada pra fazer coisas como o que estamos fazendo nesses dias. – olhava nos olhos – Conversar, sentir a Natureza no esporte e na meditação, acampar sob um céu lindo como esse, -- apontou brevemente para cima – num lugar especial como Maytrea... – sorriu – E fazer até uma serenata! – confessou encabulada – Mas eu não sei tocar instrumento algum e nem sei compor música tipo serenata, então... – gesticulou – Fiz um rap pra você e se não achar muito ridículo gostaria de cantar pra você ouvir. – pediu timidamente
--Ridículo, que é isso? – respondeu de pronto – Eu tô adorando tudo que a gente tá vivendo! E vou amar ouvir o meu rap. – sorria – Canta pra mim?
--É um rap lento. Mais ou menos assim: -- fechou os olhos – Você chegou e eu não pude acreditar, -- gesticulava – você tirou, minha cabeça do lugar, -- cantava como quem se declara -- porque a gente é muito diferente, ao mesmo tempo, é muito igual, porque a gente se entrega quando sente, não tem lamento, é visceral. – abriu os olhos – Você sofreu, sofri também, e se escondeu, não quis ninguém! Não fica assim, confia em mim, eu quero uma chance e mais que um romance! – sorriu -- Não sei porque, mas eu te chamo, tente entender, que eu te amo!
--Own! – segurou o rosto da indígena com as duas mãos e a beijou com carinho – O que você tá fazendo comigo, hein, Yara Saraíba? – perguntou emocionada
--Eu quero você, Elza Machado! – afirmou com intensidade – Eu não sei como pode ser isso, não entendo o que eu sinto, mas eu quero você e fim!
--Eu te amo! – beijou-a novamente – Amo! – beijou-a mais uma vez
--Vamos... pra... barraca? – perguntou entre beijos
--Uhum... – beijou-a novamente – “E dessa vez meu pai e Fernandão não virão me atrapalhar!” -- pensou
***
--Sabe que eu adoro ficar assim nos seus braços depois que a gente faz amor? – Elza comentou dengosa – Adoro receber esse carinho que você me faz... – sorria
--Também adoro esses momentos. – beijou a cabeça da amada – E tá gostoso aqui, né? Friozinho do lado de fora e a gente assim agarradinha dentro do saco de dormir! – sorriu também
--Eu queria que o tempo parasse... – a militar desejou – Dá uma pena ir amanhã pra Goiânia, porque daí depois de amanhã volto pra casa... – pensava em voz alta – Claro que tenho saudades da família, quero revê-los, passar o natal junto, mas o triste de tudo isso é ter que me despedir de você...
--Também sinto assim, mas ao todo teremos vivido onze maravilhosos dias de irresponsabilidade juntas! – brincou e elas riram – Por sua causa, capitão Elza Machado, perdi uma semana de trabalho na repartição onde estou como cedida e mais uma semana de aula no doutorado! – destacou – Tudo bem que deixei todo mundo advertido, mas serei descontada em um e tomarei falta em outro! Sorte que nessa semana a repartição já entrou em recesso de final de ano e que a disciplina que tô cursando agora termina com a entrega de um trabalho, que eu vou apresentar no dia 27. – acariciava as costas da namorada
--E por sua causa, militante Yara Saraíba, tive que estudar como louca pra entregar dois trabalhos uma semana antes do prazo, fiz um malabarismo imenso pra voltar pro Brasil às escondidas e vou fazer outro pra fingir que chegarei no país só depois de amanhã! – acariciava o braço da indígena – Vou ter que fazer um tremendo teatrinho quando der de cara com papai, tio Goulart e Fernandão no aeroporto de Guarulhos!
--É dessa parte que eu não gosto! – Yara reclamou – Essa mentirada toda! – fez cara feia – Somente dona Kedima sabe que eu tô com você aqui. Claro, eu também não daria satisfação pro país inteiro sobre a nossa vida, mas não vou poder nem te levar pro abrigo pra ver ela, pra não dar de cara com ninguém do Comuna! – suspirou – Vou dar um jeito de escapar com ela pra nos fazer uma visitinha amanhã na casa onde pousaremos em Goiânia. De repente lanchamos juntas.
--Depois de tudo que ouvi do tio Goulart e do que você me disse que sua camarada Celeste falou, pensei muito na nossa situação e tenho uma proposta pra te fazer. – levantou a cabeça para olhar para a amada – Mas não agora. Conversemos sobre isso depois. – beijou-a – Ainda quero curtir essa parte mais romântica, sem contar que tem uma coisa que preciso urgentemente ressignificar pra você e farei isso amanhã! – beijou-a novamente antes de voltar a se deitar no colo dela
--E o que seria? – perguntou curiosa
--Não é só você que preparou surpresas, Yara Saraíba! – sorriu ao fechar os olhos – Eu também! – pausou brevemente – Me aguarde!
“Ô, glória!” – pensou empolgada
Goiânia, estado de Goiás
Yara entrava em casa ao final do dia.
--Querida, cheguei! – cumprimentou brincalhona – Dona Kedima te desejou boa viagem mais uma vez, além de um natal cheio de Paz de Cristo! – colocou as chaves do carro sobre a mesinha da sala – Elza? – estranhou o silêncio – Será que ela saiu? – foi para o quarto e acendeu a luz – Misericórdia! – arregalou os olhos
--Você me chamou de Elza?! – perguntou arrogantemente – É capitão Elza pra você, Yara Saraíba! – olhava para a indígena – Capitão Elza! -- repetiu
--Ah... – não sabia o que dizer – É...
A militar usava uma blusa branca baby look bem justa ao corpo, em cujos ombros estavam presas suas platinas de capitão. O cinto do uniforme marcava-lhe a cintura, abaixo da qual a cavada calcinha azul marinho lisa se destacava. No alto de seus Scarpin, orgulhosamente ostentava o quepe de oficial na cabeça.
--Vai ficar aí parada esperando o que? – perguntou com firmeza – Hein? – foi até a indígena e a segurou pelos ombros da blusa – Quem manda aqui sou eu, entendeu? – imprensou-a contra a parede – Alguma dúvida? – perguntou com os rostos e corpos bem próximos
--Não... – respondeu abobalhada
--Não, senhora! – corrigiu – Entendeu? – segurou-a pelo queixo – Não, senhora!
--Não, senhora! – repetiu como boba – O que deseja que eu faça... senhora? – começava a entrar no jogo
--Hum... – afastou-se um pouco – Tira essa roupa suada de rua agora! – ordenou sensualmente
--Agora! – tirou a blusa e os tênis rapidamente
--Devagar! – cruzou os braços – Bem devagar! – reparou na outra de cima a baixo
--Como quiser, senhora. – Yara começou a tirar o short jeans bem devagar, sem romper o contato visual – Como quiser... – tirou o sutiã e na sequência a calcinha
Elza estava excitada mas se controlava em seu desejo. Tirou o cinto sensualmente e o envolveu no pescoço da indígena. – Posso saber por que demorou tanto a voltar? – imprensou a indígena novamente contra a parede – Eu não gosto de ficar esperando! – enquanto a mantinha cuidadosamente segura pelo pescoço, deslizou a outra mão desde os ombros até a barriga da outra – Definitivamente não gosto! – pressionava seu corpo contra o dela
--Engarrafamento, senhora... – respondeu cheia de desejo ao se arrepiar
--Engarrafamento? – provocou o sex* da amante com um roçar de dedos – Posso acreditar nisso? – olhava nos olhos
“Ô, minha via Crucis, que tortura deliciosa!” – pensava excitada – Pode, senhora!
--Você não tem sido disciplinada como deve ser. – sussurrou no ouvido – Admite isso? – mordeu-lhe a orelha devagar – Responde! – continuava roçando os dedos de leve
--Sim, senhora! – sentia o corpo arrepiar
--Eu tenho que te castigar por isso! – soprou o pescoço da indígena suavemente – Não tenho? – continuava provocando
--Tem! – a excitação a dominava cada vez mais – Senhora!
--Ainda bem que você reconhece! – abaixou-se devagar e mordeu-lhe um mamilo lentamente – Ainda bem! – fez a mesma coisa com o outro
--Misericórdia! – o coração acelerou
Levantou-se novamente. – Clamando por misericórdia? – empurrou-a contra a parede de novo – Não vai adiantar! – sorriu insinuante -- Agora você vem! – puxou-a pelo cinto no pescoço até a cama – E senta aí! – empurrou-a para que se sentasse
--O que a senhora quer, capitão? – Yara perguntou faiscando de desejo
--Você! – sentou no colo da namorada, tirou o quepe e a beijou com paixão
Yara retirou a blusa da outra enquanto se beijavam e mordiam, reverteu as posições e tirou a calcinha da parceira puxando-a com os dentes.
--Vem! – tirou os próprios sapatos e se movimentou rapidamente de costas para deitar o corpo inteiro na cama – Vem! – puxou-a novamente pelo cinto no pescoço
A indígena removeu o cinto do pescoço e deitou-se sobre a negra beijando-a com fúria. Perderam-se em um gostoso amasso entre beijos ardentes e mãos que se exploravam com ansiedade.
***
--Não foi muito ortodoxo isso, né, capitão Elza Machado? – beijou-a e riram
--Uma mulher que flerta com o Anarquismo tá reclamando disso? – fingiu-se indignada – Quero ir no Comuna agora pra dar queixa, porque não peguei uma comunista legítima! – mordeu o lábio da indígena
Achou graça. – Você faz cada coisa que me deixa doida! – abraçou-a pela cintura com força e a beijou
As duas estavam sentadas nuas na cama. Elza envolvia a cintura da namorada com as pernas.
--Eu tinha que ressignificar uma farda pra você. – acariciava o rosto da indígena – E acho que consegui! – sorria
--Você consegue tudo que quer. – beijou-a demoradamente
--Ai... – suspirou – Tá cada vez mais difícil me despedir de você amanhã, viu? – olhava para Yara com carinho – Queria tanto poder passar o natal do seu lado... – desejou – Pena que não seja possível... – lamentou
Yara ficou uns segundos contemplando o rosto da amada antes de voltar a falar. – Vamos fazer assim: -- segurou o rosto de Elza com as duas mãos – primeiro a gente limpa nossa mente de toda essa sensualidade que nos dominou nessa noite. – propôs – E daí, a gente reza junta e pede pra Cristo Jesus nascer em nossos corações. – fazia carinho na namorada – A gente pede pra Ele nos ajudar a jogar fora todo rancor, todo ranço, toda mágoa, todo mal que exista empobrecendo nossa alma. E com a casa limpa, Ele pode vir morar. – sorriu – Natal é isso, amor! Natal é quando a gente se torna um mundo onde o Cristo possa nascer! – olhava nos olhos – Quantas vezes for necessário!
Emocionou-se com o que ouviu. – Fico impressionada em como você consegue me tocar fundo sem fazer esforço, com esse jeitinho tão humilde! – sorriu com os olhos marejados – Se o verdadeiro natal é isso, quero passar ele com você! -- encostou testa com testa -- Aqui e agora!
--Então vamos rezar? – pediu com carinho
--Vamos! – fechou os olhos
Elza e Yara oraram juntas em silêncio, cada uma a sua maneira. Ao final, sentiram-se leves e renovadas no Amor que vem do Alto e une todos aqueles que sintonizam com a Grandeza da Vida.
--Feliz natal, Elza Machado! – abraçaram-se com força
--Feliz natal, Yara Saraíba! – derramou uma lágrima de felicidade
***
--Então é aqui que a gente se despede. – Yara falava com Elza dentro do carro – Pra se ver de novo... no final do ano que vem?
--Se nada melhor acontecer, vai ser assim. Ao final de 2005. – acariciavam-se as mãos – Usando e abusando da internet enquanto isso! – sorriram – Mas, olha, temos agora que conversar sobre a parte chata! Como vai ser daqui pra frente. – olhava para a outra – E eu tenho uma proposta a te fazer, porque do contrário, a gente não vai conseguir permanecer juntas!
--Você falou que tinha uma proposta. – lembrava do que a negra lhe dissera – E qual seria, linda?
--Vamos fingir que não estamos juntas! – afirmou diretamente – Somente dona Kedima saberá da sua parte e da minha somente Fernandão. – aconselhou
--Foi mais ou menos o que aconteceu desde minha conversa com camarada Celeste e a sua com seu tio. – argumentou – Mas eu fiz isso porque queria conversar com você sobre essa situação pessoalmente. Não tô disposta a passar a vida me escondendo!
–Esse teatro tem que durar, amor! – Elza objetou -- E se a gente se encontrar em público, manifesta indiferença. Dependendo, até antipatia! Se alguém perguntar, estamos solteiríssimas!
--O que?? – soltou a mão da outra – Peraí, ouve o que você tá me falando! – protestou
--Você quer ser execrada no meio do movimento Comunista? Quer perder todo o respeito que conquistou no meio dos camaradas até então? – provocou – Sua camarada Celeste não mentiu em coisa alguma do que te disse! – argumentava – Da mesma forma que eu não quero ser anulada na minha carreira e embarreirar tudo que ainda pretendo conquistar dentro dela! – afirmou enfática – Não quero ter que aturar tio Goulart buscando maneiras de nos afastar! E se ele procurar bem, com certeza encontra, especialmente agora que assumiu uma diretoria no Centro Tecnológico!
--Não acredito nisso... – riu por achar absurdo
--Amor, me escuta! – segurou o rosto da outra com delicadeza – É isso ou uma relação que não vai durar! Nós já temos a distância pra atrapalhar, não dá pra ter outras coisas somando contra!
--Elza... – desvencilhou-se reticente – Não dá pra manter uma coisa assim indefinidamente! – protestou – Eu não vou largar a militância nem tão cedo! Se é que um dia vou largar! – gesticulou – E você não vai pra reserva amanhã, tem muitos anos de trabalho pela frente! – contra argumentava – Vamos viver nesse teatrinho por quantos anos? Trinta?
--Me dá uma chance e vamos fazer o que eu tô propondo? – pediu – Você mesma me disse que céu e terra passam, menos a Palavra!
--Elza... – passou a mão nos cabelos revoltada
--Por favor? – beijou-a – Pelo menos até meu período nos Estados Unidos acabar, amor? – beijou-a novamente
--Até 2007?? – perguntou indignada
--E se você for pra Rússia estudar, a gente pode dar um jeito de se encontrar na Europa! – planejava – Quem sabe em Portugal? – beijou-a – Hein? – beijou-a novamente
Yara não respondeu, apenas retribuiu o beijo e não quis mais ouvir.
Fim do capítulo
Solitudine postando. Prometo que responderei a todos os comentários o mais breve possível. Maama está doente e tenho muitas dificuldades por agora.
Desejo a todas um natal belíssimo e que nossos corações sejam sempre um mundo receptivo onde o Cristo possa nascer. Fiquem com Deus e muita Paz!
Música:
[1] Quiero Verte Una Vez Más. Intérprete: Libertad Lamarque. Compositores: Francisco Canaro e José María Contursí. In: Lo Mejor de Libertad Lamarque. Intérprete: Libertad Lamarque. RCA, 1967. 1 disco vinil, lado A, faixa 3 (3min17)
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Em: 04/02/2025
Aqui, é início de fevereiro, também!! e dona Kedima entra ano e sai ano com esta dor, misturada com saudade.
Quando alguém tira a própria vida é porque existir se tornou insuportável. Por isso é necessário pedir ajuda pra que o fardo fique mais leve e a vida mais colorida. Mas pra quem fica, resta a culpa e a sensação de que poderia ter feito mais.
Já, Yara, deu um olé em Renata e deixou a mulher a ver navios e, bem longe do momento tão esperado de reparação histórica feita a favor dos Povos Indígenas.
E pra piorar, mas não tão surpresa, assim, Renata irá se bandear para o time dos corruptos do nosso país: do dinheiro na meia, dinheiro na mala, do entocado na cueca e, do jogado pela janela. Tá fazendo carreira,viu, fi?! Se continuar desse jeito vai fazer supletivo na cadeia.
Enquanto isso, Yara corre atrás do doutorado com possibilidade de até ir pra Rússia. Vigia, viu! o clima por lar ainda é tenso.
Tanto Yara quanto Elza, me parece, que não tem noção de tudo que as separam. Foi preciso tanto Camarada Celeste, quanto Goulart fazê-las perceber as questões existentes entre elas.
Camarads Celeste foi sabia em seus conselhos, mesmo que Yara tenha se sentido indignada. Até porque há uma tendência de se normalizar o que é errado e crucificar o que é certo.
Já Goulart, ainda, não tenho muita paciência pra ele. Esperar até onde ele vai com essa vigilância, toda, e com o: "eu te aceito mas não se mostre" é bem a cara dele! Não me pareceu só preocupação...Até Fernandão entrou na roda.
E o que resta é manterem-se em segredo.
Elas já estão com 28 anos é?!
Tá parecendo criança, quando cresce rápido, fazendo a gente se sentir velha.
Fiquei curiosa com os codinomes delas!
Descobri que Azizá na cultura Africana, significa Preciosa ou Poderosa. Bem Elza! E que são seres considerados sobrenaturais e que vivem nas florestas.
Já Lacina significa Borboleta de Asas Douradas. É o nome de uma personagem fictícia, que viveu na floresta amazônica no século XVIII. É uma índigena que viveu intensamente a cultura do seu povo e o perigo e as belezas da floresta.
Copiei do Google, claro!
Menina! O mundo capota, viu!?
Carla, no final não se deu bem em suas escolhas e ainda foi deixada pra trás pelo pai. A gente sempre acaba tendo o retorno de nossos atos, né?! Sejam bons ou ruins! Mas, o mais intrigante com pessoas como Carla, é que elas não tem noção ou remorso do que causam. É como se fosse tudo natural.
Mudando de assunto...que Lua de mel foi essa, em!? Com direito até a striptease pra ressignificar.
Yara tá sempre se jogando das alturas, né!? Achou a parceira perfeita, agora. Andar já é perigoso...rs.
Eu acampava quando era criança, com a turma da igreja. É muito bom o contato com a natureza. Mas, durante à noite, no escuro, só rola sons esquisitos, né? Eu ficava sempre grudada em alguém.
Rolou até rap romântico!
Onze dias de Amor!!
Ri muito com esse: Querida, Cheguei!! (Não é a mamãe) Curtia muito família dinossauro kkk
Elas estão muito fofas e super sintonizadas no verdadeiro espírito natalino.
Não vejo outra saída pras duas, a não ser namorar às escondidas. E o fato de ser à distância, ajuda, também.Yara até tenta argumentar, mas já é voto vencido e lobotomizado kkk Elza sabe como deixá-la sem palavras.
Minh@linda!
Em: 09/02/2025
Eu sei que exatas não é o meu forte kkkkkk
Mas Yara menciona que elas estão em 2004 e o dossiê de Goulart menciona que ela nasceu em 1976. E como elas só tem meses de diferença...
Quero meu ponto, viu!?
Minh@linda!
Em: 10/02/2025
... tratando-se de alguns países, a sensação é que em qualquer época pode ser perigoso. Mas, percebi que elas estão no início de 2000.
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PaudaFome
Em: 02/07/2024
Super apaixonada por esse amor secretum! Tenho maior dó da Kedima com saudade da filha...
Solitudine
Em: 10/07/2024
Autora da história
Olá querida,
Ya Kedima sofre a dor da saudade motivada por culpa. Duro demais!
E quem não gosta de um secretum? rs
Beijos,
Sol
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Ontracksea
Em: 17/01/2024
Jasin tudo bem hoje?
Embalei a madrugada lendo e nem quis saber de comentar. Essa história é muito envolvente! Bem disseram que era tipo Romeu e Julieta do Brasil polarizado e é do tipo! Muito bom! Você trouxe até a lembrança da guerra fria EUAxRússia!
Amando ver Elza e Yara nesse amor secretum! Tô apaixonada pelas duas! jajaja
PS: Jasin Solitudine você é da área de informática? Como sabia da Ontrack e o vinculado com a Seagate?
Solitudine
Em: 20/01/2024
Autora da história
Olá querida!
Estamos aqui na luta! rs
Que bom que a escrita te empolgou. Fico feliz em saber que você recebeu recomendação positiva da parte de outras pessoas e que a leitura esteja te instigando. Você captou bem a menção à Guerra Fria!
Apaixonada pelas duas? Ih, será alvo de ciúmes em dobro! rs
Como eu sabia da Ontrack e da Seagate? Caipira que tem um precioso HD avariado e roda o mundo para tentar recuperar os dados. Eis a explicação. rs
Beijos,
Sol
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Samirao
Em: 23/10/2023
De secretum a gente entende né honey? Huahuahua
Nessa palhaçada que o site tem de apagar teus comments comeram tuas estrelas! Fiquei muito puta!
Solitudine
Em: 11/11/2023
Autora da história
Se entendemos!!!!!! rs
Calma, menina! Esquece estrela e esquece comentário apagado.
Beijos,
Sol
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Femines666
Em: 01/04/2023
Entendo Elza. No caso delas, pelo menos nessa fase o segredo era necessário. Eu adprarviver esse segredumm kkkk
Solitudine
Em: 08/04/2023
Autora da história
kkkkkkk Não é bom viver em segredo, mas para certas pessoas, como eu, torna-se um refúgio. Em muitos momentos doloroso.
Beijos,
Sol
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Dessinha
Em: 26/12/2022
Belíssimas!
E Yara é um amor, né gente? Como pode um trem bom desse.. Ah, uma Yara em minha vida.. adoro ela.
Felizaça pela Elza estar assim, tão de boas aceitando o amor que veio, e eu confesso que eu seria um pouco Elza assim, mais racional pra não perder o amor logo. O amor 'secretum' é uma delícia também de se viver, embora tenha lá seus momentos difíceis... mas para nao nos perder a gente enfrenta.
Beijos!
Resposta do autor:
kkkk Olá querida!
Você gosta da Yara? Cuidado que Elza é ciumenta! rs
Eu falo de amor secretum por experiência própria e é possível levar, mas no caso delas há muitos obstáculos. Vejamos como se saem!
Continue acompanhando e volte sempre! Você joga a caipira no vento e isso é maldade com a espécie em extinção! kkk
Beijos,
Sol
PS: repetindo, Feliz 2023!!!
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Dandara091
Em: 25/12/2022
Alô autora!
Chegou chegando! Mandou ver no natal!
#elza&yara
#feliznatalautora
#nataldecura
#saidoarmarioelza
Resposta do autor:
kkkkkk Olá querida!
Adorei esses hashtags, como sempre. Obrigada pelos votos de cura! Reitero todos os meus a você e aos seus!
Beijos,
Sol
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Alexape
Em: 25/12/2022
Oiê!! Feliz Natal!!! Elza é uma delícia de seduções. Yara é romantismo e paixão. Acho que tô me apaixonando por uma três. E agora Alexa???
Resposta do autor:
Obrigada! Reitero meus bons votos a você e aos seus!
Apaixonando por uma três, como assim? Você quer um triângulo com elas duas? kkk Alexa, comporte-se! Ô glória! rs
Beijos,
Sol
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Young
Em: 25/12/2022
Olá Solzinha!
Como foi de natal? Espero que muito bem, apesar de tudo. Estimo as melhoras da sua maama.
Foi uma grata surpresa ler este capítulo natalino, cheio de coisas românticas e quentes e as intrigas da vida. Às vezes as hipocrisias nos prendem, mas qual será o momento de romper com isso? Necessário!
Ansiosa pelos próximos e amando a história. Já shippo Elza e Yara há tempos!
E que venha um 2023!
Young Cy
Resposta do autor:
Olá querida!
O natal foi bem, obrigada por perguntar e obrigada pelos votos de cura.
Reitero meus bons votos e desejos a você e aos seus!
Sim, esta é a grande pergunta: qual será o momento de romper com essas hipocrisias?
Obrigada por estar sempre aqui.
Beijos,
Sol
FELIZ 2023!
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Irina
Em: 24/12/2022
Kotinha querida!
Sabia que tu irias nos brindar com algo natalino! Desejo a ti e aos teus este coração manjedoura, onde o menino Jesus esteja a nascer todos os dias! E desejo a cura para vossa mãe. Feliz natal Kotinha! Feliz natal Samira!
Minha identificação com este conto é inexplicável! Estou a acompanhar com emoção e interesse. Sonho em ver Elza e Yara juntas até o final!
E alguém não?
Com estima,
Irina
Resposta do autor:
Olá querida!
Agradeço pelo seu carinho e reitero os bons votos que deixei para você e os seus! Que Jesus também habite o seu coração diariamente!
Obrigada pelos desejos de cura.
Fico feliz com tamanha identificação que percebo e muito me honra!
Continue acompanhando!
Beijos,
Sol
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Seyyed
Em: 24/12/2022
Caipira querida desejo um Natal maravilhoso e saúde pra mãe!
Capítulo foda e cheio das aleluias hehe Tô na mesma que eu li aqui e quero ver como fica essa treta que Elza me arrumou no pós impeachment.
Resposta do autor:
Olá querida!
Também reitero os bons votos que deixei para você e os seus e agradeço pela sua presença constante! Obrigada pelo carinho conosco!
kkkk
Vamos ver onde tantas aleluiais vão parar... ou não! rs
Beijos,
Sol
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Mille
Em: 24/12/2022
Oi Sol
Primeiramente desejar melhoras para sua mãe, e que Deus possa dar a saúde dela. E desejar um feliz Natal, repleto de amor, paz e muita saúde.
E essas adversidades em suas opiniões tão contrária, os opostos se atraem. Elza é Yara terão um grande caminho para poder caminharem juntas.
Para Yara é difícil se esconder e fingir como a Elza sugeriu. Mais ela já entrou sabendo que a Elza não é assumida e com certeza vai empurrar.
Renata pela puta com a Elza e com certeza vai aprontar e já está levando cantada para "mamar" a custa do povo. E assim é a arte é a realidade onde esse redondinho aí quem paga é nós.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Obrigada querida!!!!!!!!!!!!
Eu reitero os bons votos que deixei em reposta de comentário anterior e agradeço de coração pelo seu carinho conosco!
Elza e Yara têm muitos obstáculos diante de si. Como enfrentão cada um deles fará toda diferença!
Renata está querendo entrar no circuito da propina. Vamos ver no que vai dar isso!
Beijos,
Sol
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Samirao
Em: 24/12/2022
Amoreee!!! De novo lutei pra lembrar da senha! Huahuahua Mas entrei na sua conta e coloquei um "que" esquecido ao final do CAPS. E que CAPS, amei!!! Esses amores escondidos parecem até o caso de uma caipira e uma advogada né habibem? Huahuahua Menos a parte de fingir antipatia. Tô adorando o conto e super curiosa em como vai ser do impeachment pra frente Feliz natal e todos os beijos de cura pra minha eterna sogra. Te amo! Bjuss
Laila Douradona, como assim não tem ninguém tipo Elza ou Yara solteiras por aí?? Honey vc já viu que sou nada modesta né? Tô linda leve solta empoderada e gostosa solteirérrima. Habibem é uma delícia além de tudo é prendada inteligente e ecológica e tá solteirérrima apesar do meu esforço! Huahuahua Discordo de vc dizer que não se encontra esses tipos solteiras. Change your mind mon cher
Feliz natal pra todas! Obrigada Lea!!
Resposta do autor:
kkkkkkkkkkkk
Você tem experiência com amores escondidos, é mesmo? kkkk Essa parte do fingir antipatia é um pouquinho demais, não acha? rs
Fico feliz que esteja adorando o conto!!
Mas, a parte final desse comentário me cheira a confusão... Como diz você: oh, my...
Beijos,
Sol
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Joabreu
Em: 24/12/2022
Boa tarde,
Li o capítulo em grande estilo, no restaurante da minha mãe e bebendo um vinho divino. Valeu a pena a preparação. Hiting again diva! You rock!
Elza quer abrir mão de nada. Relacionamento às escondidas por causa dos milicos e dos comunas? No way! Quero ver o desenrolar.
Não demora a postar tá? Antes da virada quero mais dois! Lol Trollando
Jo Abreu {}
Em tempo: feliz natal e saúde!
Resposta do autor:
Em tempo: beijinhos!!
Sol
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Joabreu
Em: 24/12/2022
Boa tarde,
Li o capítulo em grande estilo, no restaurante da minha mãe e bebendo um vinho divino. Valeu a pena a preparação. Hiting again diva! You rock!
Elza quer abrir mão de nada. Relacionamento às escondidas por causa dos milicos e dos comunas? No way! Quero ver o desenrolar.
Não demora a postar tá? Antes da virada quero mais dois! Lol Trollando
Jo Abreu {}
Em tempo: feliz natal e saúde!
Resposta do autor:
Olá querida!
Nossa, que coisa chique! rs
Elza e Yara não querem abrir mão de coisa alguma, melhor dizendo. Mas sim, vamos ver como se sairão! rs
kkk Bem, acabaram sendo postados, não? rs
Também já te desejei bons votos e reitero meus melhores desejos a você e aos seus!
Beijos,
Sol
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Lea
Em: 24/12/2022
FELIZ NATAL,Sol! FELIZ NATAL Samira!
Saúde à sua maama!
Resposta do autor:
Olá querida!
Já te desejei bons votos na resposta ao comentário anterior, mas reitero meus mais puros desejos de Bem na sua vida e dos seus. Obrigada por seu carinho conosco!
Não suma!! Volte sempre! rs
Beijos,
Sol
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Marta Andrade dos Santos
Em: 24/12/2022
Eita confusão tá complicado.
Resposta do autor:
Olá querida!
E haja complicação! Veremos como as duas lidarão com esta problemática! rs
Beijos,
Sol
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Zaha
Em: 24/12/2022
Boa noite, querida Sol!
Cuida da sua maama, seja a força que ela precisa e você, que possa absorver a força da sua família e das tantas pessoas que te amam!!!!
Espero que ainda assim, consigam passar um natal , da melhor forma possível! Tendo muita fé, esperança e que a paz de Deus caía como um manto acalmando seus corações .
Essas reuniões naratalinas são difíceis para muitas pessoas que perderam um familiar, então pedimos por elas também!!
Apesar que é fevereiro, Kedima me tocou com sua canção para sua filha!!! Até pensei que fosse natal aí TB! Suas orações constantes,um bálsamo para qualquer alma em sofrimento como da sua filha ....
Kedima é uma ótima conselheira, ainda bem que Yara tem ela!!
O problema do meio político ou mediático, é que não importa se você fez 200 mil coisas boas , quando você erra uma ou umas, ficou manchada. É ladrão. Te lixam, se esquece tudo!; E já que Elza tá no outro extremo, é complicado fazer o outro acreditar em tudo pelo qual Yara luta, conseguiu!!!
Problemas começarão pra tudo que é lado, só estamos no começo da caminhada!!!!! E essa relação que mal começou....mas as duas têm que ser fortes. Continuar em silêncio, cuidadosas!!
Hay amores complicados....
Ainda bem que o tio não resolveu futucar mais, poderiam ser descobertas mesmo com contas falsas ...
Goulart me surpreendeu gratamente, apesar do que disse, certa razão tem, já que Elza presa mais que nada a profissão. Ela terá que escolher em algum momento quando não puder mais esconder....Yara tb!!! Complicado....bastante!! Mas ela pode ser professora universitária....o amor requer sacrifícios....kkkkk
Renata não presta.....num salva nem um fio de cabelo....
Que lindo isso tudo na estória,se na vida real pudesse ser assim, todos os índios podendo recuperar o que um dia foi deles e recomeçar....mas falta muito pra isso!!!
Carla tem pagado as consequências de suas ações, espero que possa aprender e tenha novas oportunidades.....sempre chega qndo aprendemos!!!
Que lindo o Momento delas... estão tão fofinhas e amorzinhas juntas!! Casal super empoderado!!!! Gosto de casais assim!!!
Yara mostrando pra Elza seu lado aventureiro, MT bonitinho TB elas fazendo esses programinhas, é importante elas terem esses momentos e lembranças, vai fortalecer, vão conhecer mais uma à outra ... E namorar é isso, né?! Uma entrar no mundo da outra!!! Elza tava necessitando conhecer um pouco mais da realidade de Yara. No shopping não tem essas paisagens!!! Nada se compra, tudo está disponível pela natureza que Deus fez, mas tem que cuidar TB!!
Yara , eu nunca digo nada de vc, mas agora vc tá enojando o baba!! Você sabia que ela n era assumida e que dificilmente ela viverá livre, não por muito tempo, pra família, sim, mas depois é complicado. Ninguém tá pedindo grandes sacrifícios, mentir é horrível eu n estaria aí, mas n sou eu!!RS. Mas você entrou numa relação que já sabia as regras....uma tem q ceder, n será pra sempre que vc tem aceitar ... Ao menos vai vendo como podem fazer... Claro que a parte maluca de Elza fingir em público eu n concordo e nem acho que dará certo!! Quando a indiferença é óbvia demais, algo tá errado!!! Goulart vai logo tirar de letra .....
Eu acho que elas deveriam ficar invisíveis, falar como estão, quando puderem, se verem. Esperar as duas terminarem os estudos...na Europa elas teriam mais liberdade por um tempo.. deixar fluir é o melhor pro momento.. n passou MT tempo que tão juntas, assim que não tem que decidir ainda nada.....Yara tá impaciente em pouco tempo! Pra que tanta presa....quer se livrar na primeira dificuldade? Vai ter muitas....vai terminar a relação, depois, vão voltar...eu sei que vai ter é drama!!! Pra uma relação assim, tem que ser fortes, seguras, maduras porque é MT difícil!!!!
Muitas pessoas tem que viver assim por muitos anos...tem gente que namora há mais de 20 anos, morando em cidades separadas, porém perto e se vêem de 15 em 15 e não podem se assumir ,outras, preferem não fazer, pois estão cômodas e no trabalho TB! Com a família basta, mas deve ser difícil vivir assim! Por isso, devemos lutar por leis que nos defenda para que possamos viver livres, todos nós!!!! Mas ainda existe a questão familiar, medo de perder o carinho.....eu n sei TB o que é isso....nunca tive medo! Mas pra isso não existe lei, só conscientização e descontruir idéias impostas ao longo de gerações sobre a população LGBTQIA+..
Nossa, quando li o título " SECRETUM "parecia esses grupos de universidades Americanas....me lembrei logo kkkk.
Bem, ficamos por aqui!
Feliz dia do menino Jesús!!!!
Resposta do autor:
Olá queridíssima sadikíissima Lailíssima!
Seus bons fluidos deixados nestes votos tiveram força, pois como te comentei, maama teve um momento de melhora no natal. Já passou, mas batalhamos por uma cura e vamos conseguir, se Deus quiser!
Espero que você também tenha tido um grande e harmonioso natal e que esteja esbanjando força!
Sorte de Yara em ter uma Kedima!
Você falou muito bem sobre os problemas que cercam a relação entre Elza e Yara. Mas no caso do assentamento dos indígenas, claro que existe uma licença poética por conta do genocídio que vitimou a tribo de Yara, mas há trabalhos de assentamentos que às vezes são vitoriosos. Aconteceu muita coisa desde que mataram o pobre índio pataxó queimado em Brasília. O fato é que são pequenas vitórias e temos um grande e longo caminho pela frente. O governo que acabou de acabar também foi muito cruel nesse sentido.
Sim, Lailinha, namorar é o que você descreveu. Concordo.
Yara é assumida, não tem ninguém para lhe cercear enquanto lésbica e vive em meio super receptivo a essa realidade. Elza não. Então ela tem dificuldades em entender o lado da outra, mas está tentando. rs
O Secretum foi uma alusão aos documentos secretos do império romano. Viagem de caipira! rs
Beijos caipirescos,
Sol
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Solitudine Em: 09/02/2025 Autora da história
Olá querida!
Ya Kedima vive um luto permanente. Algo muito difícil de se lidar, devo dizer. Yara traz alegria para ela e é recíproco.
Renata ainda vai aprontar e surpreender muito. Vá vendo. Mas Yara não vai deixar a vida dela tranquila dentro do Comuna; isso nunca!
Calma que nessa época em que Yara estava com planos de Rússia não havia uma guerra. Começo dos anos 2000.
A idade delas? Você sabe quando nasceram e sabe em que ano estão. Olha o lado professora aflorando na caipira: calcule aí quanto dá (valendo nota!). kkk
Aliás, ainda no modo professora, felicíssima que Minha Linda fez uma pesquisa sobre o nicks. Nota dez!!!
Eu amo acampar! Saudades! E Elza e Yara aproveitaram bem dos onze dias de amor. Vejamos como aproveitarão os próximos!
Quanto à Carla, você foi cirúrgica. Ela ainda não se deu conta que colheu o que semeou.
Beijos,
Sol