• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • ACONTECIMENTOS PREMEDITADOS
  • Capitulo 6

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • DESTINO - Série One Wolf - Livro 2
    DESTINO - Série One Wolf - Livro 2
    Por Ellen Costa
  • O reflexo de nós!
    O reflexo de nós!
    Por Bia Ramos

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

ACONTECIMENTOS PREMEDITADOS por Nathy_milk

Ver comentários: 3

Ver lista de capítulos

Palavras: 6245
Acessos: 1255   |  Postado em: 24/10/2022

Capitulo 6

Capítulo 6

 

         Eu acordei em um pulo. Completamente assustada. Onde estou? Ah, no meu quarto. Merda. Minha respiração está descompassada, acelerada, sem contar meu coração quase saindo pela boca de tão rápido. E o suor, estou molhada. Mais uma noite de pesadelos. Merda, mil vezes merd*. 

           Sentada na cama, olhando no escuro para o nada, minha respiração e o coração foram lentamente voltando ao normal, mas a imagem do sonho, da Fabi sangrando não saia da minha mente. Se eu dormir novamente vou voltar a ter pesadelo com ela, estou cansada. Quero dormir, mas não quero ver isso de novo. Que horas são? Peguei meu celular, estava quase que na outra ponta da cama, mostrando o quanto devo ter me mexido. 2h40 da manhã. Preciso dormir mais um pouco. 

          Levantei em silêncio, o máximo possível, fui ao banheiro. Água fria sempre me ajuda. Abri a torneira e com a mão fiz uma conchinha. Primeiro joguei no rosto, uma, duas, três, quatro vezes. Depois peguei um pouco de água e joguei na minha nuca e esfreguei, repeti mais duas ou três vezes. Coloquei os punhos embaixo da água corrente e deixei por alguns segundos. Isso sempre me acalma. 

            Voltei para o meu quarto. Abri a janela, na esperança que o calor de novembro não entrasse e que alguma brisa aliviasse o mormaço, mas fui habilmente enganada. O calor entrou no quarto sem piedade, o incômodo da situação se tornou pior. Abri o guarda roupa e puxei um ventilador lá de dentro, liguei na tomada e deixei ele rodando, tentando gerar algum vento. Deitei mais uma vez na cama, estou com sono e cansada, preciso dormir. O escuro do quarto começou a preencher meus olhos, fazendo eles fecharem, com força e pesar. 

A imagem da Fabi apareceu novamente, o cabelo estava solto, escuro, o sorriso encantador. Devia estar com uns dezesseis anos, não mais que isso. Estava com uma calça colada, de academia. Uma mochila de lado, fazendo um ombro ficar mais elevado que outro. Eu não consegui olhar para mais nada a não ser ela. Ela entrando na academia em que eu trabalhava. Subiu as escadas em direção ao vestiário. Quando voltou estava com uma camiseta colorida, larga, de exercício. Eu fui apenas acompanhando com o olhar, perdida, encantada. As esteiras ficavam no mesmo piso do vestiário, quase de frente com a recepção, mas em cima. Eu conseguia ver ela subindo no equipamento. A Fabi começou a correr, primeiro devagar, depois mais rápido, cada vez mais acelerado. Levantou a cabeça e olhou pra mim, sangue, mais sangue, sangue vermelho escuro, saindo da boca, manchando ela. Tudo ficou escuro ao fundo, apenas sobrou a imagem dela, a Fabi tentava falar algo enquanto corria, mas só tinha sangue, quando ela ia fala o sangue espalhava.

Acordei com o barulho da minha respiração. Minha boca está seca, craquelando. O corpo suado do pesadelo, mais um pesadelo. Que noite. Levantei com raiva. Fui até a lateral do quarto e apertei o interruptor, merd*, mil merd*s. Olhei mais uma vez o celular, 3h50 da manhã. Não vou tentar dormir de novo, não quero. Voltei ao banheiro e repeti o ritual, água no rosto, água na nuca e água no punho. Será que se eu colocar água no cérebro ajuda?

Um pouco mais calma voltei ao meu quarto. Peguei o ventilador, enrolei ele e levei para a sala, liguei na tomada e deixei funcionando. Voltei ao quarto, minha mochila estava no canto, quase que jogada, abri ela, nem precisei procurar, enfiei a mão e puxei a apostila mais surrada de lá. Um pouco mais a frente estava meu estojo, peguei ele também. Segui novamente para a sala, acendi a luz, puxei a toalhinha de crochê da minha mãe e coloquei tudo em cima da mesa. Abri a janela, tentando mais uma vez ter um vento. 

Fui até a cozinha, enchi uma caneca como café velho da garrafa, coloquei no microondas por 15 segundos. Enquanto a caneca girava lentamente dentro do aparelhos comecei a dar risada sozinha. Um dia eu tomo café de baunilha, no outro café requentado. O que a Bruna falaria se me visse com um canecão desse de café requentado? No mínimo diria que eu preciso provar o café requentado sabor algodão doce com canela aromatizado. COnsigo imaginar a voz dela e a carinha que faria, rindo da minha inabilidade em apreciar um café. 

Voltei para sala, posicionei o café no apoio de copo e sentei na cadeira antiga de metal. Estiquei o braço e puxei a apostila do concurso de delegado para mais próximo. Abri na página que o post-it verde marcava. Dentro já estava as folhas de resumo que faço. Segundo o Cantão são resumos que só eu entendo, porque estão psicografados na pior caligrafia do mundo. Eu entendo, então fechou. Um gole comprido de café requentado e comecei a ler sobre direito penal. Estou sempre tentando associar as matérias da faculdade com a matéria que estudo para o concurso, meio que otimizando o tempo. 

Eu estava tão concentrada na minha leitura que nem percebi minha mãe em pé, na porta da sala, me olhando estudar. Só percebi ela quando levantei a cabeça para mais um gole de café. 

- Bom dia Filha, já estudando?

- Oi mãe, não consegui dormir, então vim estudar. Melhor que ficar enrolando.

- Não está cedo pra você? São 4h40 ainda. 

- Está cedo sim, daqui a pouco o celular toca. Eu tenho que levantar às 5h mesmo. Ainda não fiz café. A senhora quer que eu busque pão?

- Não precisa Flavinha. Vou passar um café fresco. 

- Tudo bem. Quer que eu libere a mesa mãe ou posso ficar mais um pouco?

- Fica estudando filha. - olhei de relance para ela, já estava com quase 60 anos, prestes a aposentar. Acorda cedo todo dia, atravessa a cidade e trabalha como copeira em um escritório de informática, foi o emprego que uma conhecida arrumou depois de tantos “bicos” que ela fazia para segurar a casa depois que meu pai sumiu. Nessa época eu já ajudava como podia, mas não era suficiente o que uma criança ganha trabalhando na feira. 

      Quando o despertador tocou 20 minutos depois, lá no quarto, eu recolhi meu material de estudo, cansada mais que o batman. Meu quarto estava mais abafado que de madrugada, abri o guarda roupa, peguei uma muda de roupa de serviço, que é a calça preta e a camisa da polícia. Dobrei ela de um jeito meio que certo e enrolei. Peguei uma camisa social no cabide, essa é pra aula da faculdade de hoje. Abri a gaveta de baixo, bermuda de corrida, top e camiseta. Essas ultimas peças eu já vesti, como não teve nenhuma ocorrência policial essa noite, vou seguir minha programação normal, academia, delegacia e faculdade, depois se eu tiver sorte, dormir. Coloquei a bermuda, por cima vesti minha calça jeans e o tênis de correr. O coturno de trabalho eu deixo na delegacia. 

        Abri minha mochila e coloquei lá o kit do dia. A apostila para delegado, sempre deixo na bolsa para quando tenho tempo livre, caderno da faculdade, roupa de trabalho, roupa para ir a aula. No espaço da base da bolsa coloquei toalha, sabonete, kit de higiene pessoal. Agora só falta voltar na cozinha e pegar as marmitas e comida do dia. Passei no banheiro para uma higiene matinal, mesmo considerando que o dia começou há várias horas. Meu cabelo está bem longo já, dá um bom trabalho cuidar dele solto, mas só prendo no DP. 

      Voltei no quarto, peguei minha mochila e segui para a sala. Minha mãe ja tinha colocado a mesa para o café. Esse é um hábito que nunca me importei, mas sempre que ela pode fazer eu não retruco e participo de bom grado. Em cima da mesa tinha a garrafa de café preto e o caneco com leite, pão de forma e manteiga. Passei direto e fui até a cozinha, peguei a marmita que ela montou ontem a noite, confesso que meus olhos estão fechando de cansaço, peguei algumas frutas que ela tinha comprado na semana. Levei tudo até a sala, posicionei a mochila em cima do sofá , abri e organizei as comidas dentro daquela bolsa de varios kilos. Essa é a saga de passar o dia fora de casa. 

- Senta aqui Flávia, daqui a pouco você arruma o resto - por sorte eu já tinha terminado de organizar tudo, sentei na mesa. Minha caneca estava lá, montei um café com leite, sob o olhar atento da minha mãe. Ela não desviava o olhar,, quer falar algo, 

- Fala mãe.

- O que?

- A senhora está me seguindo com os olhos, o que precisa falar.

- Nada, você está com cara de cansada. 

- Claro que estou, não consigo dormir, vivo de café, trabalho e estudo. É o que tem pra hoje. 

- Teve pesadelo de novo?

- Tenho toda noite mãe, todos os dias. 

- Com a Fabi?

- Sim, é sempre com ela os pesadelos. 

- Precisa esquecer essa menina, precisa ir em frente.

- Não é nem seis da manha mae, toma seu cafe. Não quero discutir mais uma vez sobre isso. - falei educada e firme, cortei o assunto de imediato, antes que comece.

- Como está no serviço?

- Está meio corrido, mas tudo bem. A faculdade logo acaba o semestre. Estou cansada, está difícil de segurar tudo. 

- Falta pouco, só mais um ano e você se forma, fica tudo mais tranquilo. Olha onde você chegou. 

- Sim, estou contando com isso acabar logo - um silêncio se fez na mesa, continuei tomando meu café, passei uma manteiga no pão e dobrei ele no meio. Fico puta com coisas assim, eu dou uma boa porção do meu salário para ajudar na casa, a outra porção uso para pagar a parcela do apartamento e organizar minhas coisas. Minha mãe some com o dinheiro, compra as coisas para minhas tias, compra em cigarro, só não gasta em álcool porque não tem o costume de beber. Não gasta nem com aluguel pois conseguimos esse apartamento de habitação social anos atrás, a mensalidade dá pra ser paga sem nem atrapalhar as contas. Conto os segundos para morar sozinha, dar uma grana pra ajudar ela, mas ter esse espaço. Ela continuou me olhando, vem bomba aí. 

- A Beta me ligou ontem - claro que ia vir bomba

- E ela precisa de quanto? A dívida que a senhora pagou mês passado não foi o suficiente. 

- Ela é sua irmã, não fala assim FLávia. 

- Ela só liga quando precisa de mais grana do que a senhora já dá pra ela - ela fez uma expressão de surpresa, com vergonha - Ah, achou mesmo que eu não sei que você paga as dívidas de droga dela? Que ela passa quase toda tarde aqui e só vai embora antes de eu chegar? Achou mesmo?

- Ela é sua irmã Flavia, precisa de ajuda. 

- Nunca foi minha irmã, vai continuar sem ser. 

- Ela falou que está indo embora um tempo, que estão caçando ela porque ela deve para um cara. 

- Qual a novidade mãe? Ela sempre tem uma dívida, ela sempre arruma um problema e ela sempre busca você.

- Flavia.

- A senhora quer o que? Que eu pague mais uma dívida de drogas dela? Quando eu tive que convencer a mãe da Fabi que eu não usava nada, que eu não traficava e que eu não era má pessoa foi deprimente, vergonhoso, mas foi fácil. Imagina eu fazer isso para uma banca de seleção para delegados? Vai ser lindo explicar que pagar a dívida de uma drogada não alimenta o tráfico, explicar o que vou fazer se ela for presa e der entrada no meu plantão. Ela já me tirou muita coisa, meu sonho ela não vai tirar. 

- Se você não pagar a dívida dela, vai tirar minha filha de mim - ela falou isso gritando, batendo a mão na mesa. 

- Eu não passo a mão na cabeça de bandido - levantei da mesa, fui até o sofá e peguei minha mochila e joguei nas costas, o silêncio era gritante. Fui em direção a porta, abri a maçaneta, mas antes de sair, olhei pra minha mãe e falei - Eu também sou sua filha. 

Bati a porta atrás de mim, desci os 120 degraus com um ódio mais do que mortal. Desci tão rápido que não lembro de eu descendo, apenas voltei a ver quando parei de frente com a minha moto. Coloquei a chave no cadeado lateral e peguei o meu capacete. Acertei a mochila e subi no veículo, coloquei o capacete por cima do cabelo solto mesmo. Chave no contato, virei ela e apertei o pedal da ignição. Segui devagar até o portão, buzinei para o porteiro acordar, são 6 da manhã, não é perdoável um porteiro dormir esse horário. Assim que o portão abriu eu saí acelerada, sai quase sem respirar, sem sentir o que eu fazia com a moto. 

Fui cortando pelas ruas da Brasilândia, quase por dentro da favela até chegar na Inajar de Souza, onde consegui ter mais espaço. Preciso de um posto de gasolina, preciso agora, qualquer lugar para parar. Meu estômago está mexendo, sacudindo. Todo o café preto e o café com leite estão mexendo aqui dentro. Caralh*, um posto de gasolina. Achei, logo a frente. Nunca foi tão longo o espaço de um único quarteirão. 

Parei a moto e desci em um flash, tirei o capacete e um jato saiu da minha boca, foi só o tempo de tirar o capacete. Mais um, dois jatos. Gosto ruim na boca. Levantei a cabeça, será que tem loja de conveniência aqui?

- Moça, tá bem? - o frentista veio em minha direção.

- Tudo bem sim. Vou pegar um água. Comi alguma coisa ruim pela manhã. Posso deixar a moto aqui? Atrapalha?

- Não moça, pode ir lá, fico de olho pra você. 

- Obrigada - sai andando pelo posto de gasolina, carregando o capacete na mão. Meu estômago continuava a revirar, mas não comi nada de errado no café não, estou passando mal de raiva mesmo. A Alice era minha irmã mais velha, 7 anos de diferença. Ainda na adolescência começou a ver que os produtos bons custam caro e que não tínhamos esse dinheiro, alguém cantou a letra que ser aviãozinho dava uma grana. E assim Alice se tornou traficante, morreu faz 3 anos em uma troca de tiros após a polícia invadir o armazém em que, entre aspas, trabalhava. Antes disso Alice ofereceu a ROberta, 3 anos mais velha que eu, sua primeira carreira de pó, sua primeira pedra, o primeiro baseado, doce ou qualquer outro nome ou droga que conheçam. Desde então a Beta, usa de tudo um pouco, deve para todos e usa o amor de mãe para limpar sua barra. Eu só sou a filha sapatão que sempre trabalhou, estudou, nunca deu trabalho e ainda por um bom tempo deu dinheiro para pagar as dívidas da Roberta. Mas há 3 anos eu não dou dinheiro, há 3 anos eu não sou mais eu.

Entrei na loja de conveniências, com o estômago mais que embrulhado e pedi uma água com gás, a mais gelada que tinha. Assim que a mocinha me entregou e que eu dei a nota de dinheiro, abri a garrafa e virei um gole. A acidez foi descendo pela boca e depois pelo esofago, alcalinizando a sensação de mal estar e de náuseas. Acho esse um dos melhores remédios. 

Voltei a minha moto, agradeci o frentista. Já montada, virei o resto da garrafa, coloquei o capacete e liguei a ignição. Voltei para a avenida Inajar e segui meu trajeto até a Consolação. Faço tantas vezes esse caminho que se eu soltar essa moto, ela vai sozinha, quando eu tinha o carro ele fazia isso também, andava sozinho. Acabei vendendo ele para completar a entrada do apartamento. 

O trajeto foi bem conturbado, eu estava melhor do enjoo, bem melhor mesmo, mas com raiva e decepcionada. Sempre fico decepcionada nessa situação. Entrei pelo Anhangabaú, e fui cortando por dentro do bairro, em direção a rua que fica a delegacia. O DP é exatamente no meio entre a academia e a faculdade. Procurei minha vaga de sempre na frente do casarão e coloquei minha moto, estacionada a 90o. Entrar no serviço a essa hora é um tiro no pé, mesmo que seja apenas para acessar o vestiário e deixar algo no armário. Então segui pela ruela em direção a Rua Augusta, segurando o capacete na mão e o peso todo da mochila nas costas. 

Quando parei em frente a academia respirei fundo, esse é um dos lugares que mais me acalma e me permite esquecer do mundo, de tudo e todos, mesmo eu estando aqui por um objetivo específico, condicionamento físico para o teste de Delegado. A porta automática se abriu, e tive acesso a parte da recepção, conheço os atendentes do horário, apesar de não ter conversado com nenhum deles. Comprimentei os dois, coloquei o dedo no identificador de digitais e girei a catraca. Segui até o final do corredor, por entre os aparelhos, em busca do vestiário. 

O vestiário é um retângulo, os armários ficam do lado de fora, dentro a direita tem um espelho enorme, com um banco de cimento. A esquerda, os box com chuveiro e os sanitários. Entrei e coloquei minha mochila em cima do banco. Eu já estava vestida, coloquei a roupa de treino antes de sair de casa, antes da confusão toda. Puxei da lateral da bolsa minha garrafinha com os produtos que uso para dar uma energia, coloquei ao lado da bolsa. Sentei no banco e tirei o tênis, puxei a calça jeans, ficando apenas com a bermuda de lycra. Coloquei de volta o tênis. Puxei minha camiseta grossa, dobrei ela corretamente e enfiei a mao na minha bolsa atrás da minha camiseta de corrida. Tenho certeza que trouxe ela. 

- Mas essa academia está sendo muito bem frequentada hein?! - olhei rápido para o lado, será que o comentário é comigo? Quando olhei o cotoco de 1 metro e meio, sem salto, o cabelo meio preso, meio solto no coque, eu entendi, o comentário é pra mim. 

- Não é que é verdade, muito bem frequentada - foi o que eu respondi para a Bruna, sorrindo. Mas que merd* de resposta é essa Flávia? - Bom dia Bru - Me aproximei dela, no ápice do meio 1,80m, quase que colocando uma escadinha pra Bruna. Os braços dela até ficaram por baixo do meu, mas foi um abraço tão gostoso, acabei curvando um pouco as costas e apoiando minha cabeça nos ombros dela. Puxei o ar de em volta dela, que perfume gostoso. minhas mãos encostaram na pele dela, macia! Meu dia nem começou e já está péssimo, confesso que abraçar a Bruna me deu pelo menos uma paz, uma calma que eu estava precisando. Eu acabei ficando mais tempo no abraço que o normal. Ela não se soltou, não se afastou, ficou ali, no abraço. Apenas nos soltamos quando uma outra garota entrou no vestiário. 

- Você não está bem. Tudo bem que não te conheço, mas está abatida, triste. 

- Eu não dormi quase nada essa noite, discuti com a minha mãe agora cedo, com nauseada o caminho todo. Um dia pesado, mas te ver está fazendo ser um dia melhor - falei isso voltando a procurar minha camiseta na mochila. Ela colocou uma malinha de ginástica super feminina em cima do banco, mas já estava trocada. Usava uma calça legging preta com a lateral de tela transparente e um top cinza, todo estiloso, elegante, de alcinha. Tentei não olhar tão atento ao corpo da Bruna, mas meu lado selva não conseguiu. O corpo não era trabalhado na malhação, mas era um corpo natural bem bonito. Quase que em automático veio a imagem da Fabi na academia, quando nos conhecemos. A única diferença gritante é a Bruna ser um gnomo perto da Fabi. Sentou ao lado da mochilinha dela e continuou falando.

- De mãe, pai eu não sou boa pra conversar, mas de alegrar o dia eu sei! - e abriu um sorriso brincalhão, jovial - O que tanto procura na mochila?

- Esqueci minha camisa de corrida, essa aqui é quente. 

- Treina só de top, seu abdome é uma delícia, pode deixar ele de fora. - Quase engasguei. Não me acostumei ainda com as diretas dela, devo ter ficado vermelha, porque ela me olhou tentando segurar a risada, mas com um sorriso lindo de quem havia aprontado. 

- Vou treinar com essa mesmo. Nunca te vi aqui. Treina em que horário? - ela consegue tirar minha marra, fico vulnerável perto da Bruna.

- Eu sou mais do time que paga e nunca vem. Venho duas ou uma vez por semana, no máximo. MAs não uso essa academia, vou na unidade de cima, que é bem mais perto da redação - fomos conversando em direção ao armário para guardar as malas. 

- E veio hoje porque? Digo, veio no mesmo horário que eu - aff FLávia, ela pode fazer o que ela quiser né boco, nem parece a pegadora que é, sem saber conversar com a menina.

- Me contaram que você vem cedo, achei uma boa opção vir te ver. Ah, você me deixou no vácuo ontem. - paramos em frente ao bebedouro para eu encher minha garrafinha. 

- Quem te contou? E Como assim, te deixei no vácuo? Quando?

- Respondi sua mensagem ontem, estou esperando até agora seu retorno. - Puta merd*, verdade, eu nem olhei o celular, estava falando com ela ontem e apaguei, depois estava tão atordoada com o pesadelo que nem olhei. 

-Puta merd*, verdade. Nem olhei o celular hoje, dormi conversando com você ontem. Me dá um desconto, por favor, a noite foi difícil, dormi duas horas no máximo. 

- Humm, vou pensar em um jeito de você aliviar essa falha aí - e mandou mais um sorriso sacana, que eu estou começando a gostar muito. Paramos na barra de alongamento, comecei com a panturrilha, depois fui subindo alongando os grupos musculares. Em geral eu sou concentrada, mas a academia é o meu espaço de flerte e pegação. Sempre olho para as meninas, troco olhares, descolo uns beijinhos. Mas com a Bruna treinando comigo eu fiquei meio travada, parece que um dos poderes dela é esse, fazer eu ficar tímida, atrapalhada. 

- Você vai fazer musculação direto ou vai correr? - perguntei pra ela depois de eu alongar, entre um gole ou outro de energético. 

- Eu sigo você. Não corro, mas posso fazer uma caminhada. 

- Fechou, vamos subir. As esteiras ficam lá em cima. 

- Você vai fazer alguma coisa no sábado? - ela perguntou

- Sábado cedo vou ir buscar as chaves do meu apartamento e depois vou jogar rugby.

- Comprou um apartamento?

- Financiei na verdade. Eu dei o que eu tinha guardado de dinheiro e financiei o resto. Aquele dia que fui lá no você trabalha, estava indo buscar uma documentação.

- Onde é o ape?

- Aqui perto, no Anhangabaú. É perto do DP, perto da faculdade. 

- Vai facilitar muito pra você. É pertinho de tudo. 

- Sim, levo quase uma hora todo dia de trajeto. Hoje só foi mais rápido porque eu estava puta da vida, perdi a noção e acelerei. 

- Mas porquê perguntou do sábado?

- Por nada, só pra puxar assunto. 

- Vou ligar a esteira, tudo bem?

- Voa! - Sorri pra ela, achei engraçado o voa. Liguei a esteira em uma velocidade leve, de aquecimento. Depois de 10 minutos comecei a dar tiros de velocidade. Todo o tempo ela ficou caminhando, calma, mas consistente. De tempos em tempos eu dava uma olhadinha na Bruna pelo espelho, as vezes ela percebia e voltava com um sorriso ou com uma língua de fora, outros nem reparava. Quando deu uma distância de 4 quilômetros mais ou menos eu estava já bem suada e cansada, coloquei a esteira no modo caminhada para normalizar a frequência cardíaca.

- Vou só completar o tempo e vou pros equipamentos. Vai fazer o que agora?

- Hoje é braço, mas posso acompanhar você. Faço os mesmos exercícios, com menos peso. Pode ser?

- Bru, é melhor você fazer a sua planilha. O meu é bem pesado, não quero você com dor ou machucada. 

- Tá, vou fazer a minha. Mas faço braço com você. Tudo bem?

- Claro. Os pesos ficam naquele espaço ali - mostrei pra ela a área de treino livre, um pouco ao lado da área das esteiras. Ela abriu o celular, procurando o treino dela, enquanto eu enchia mais a garrafinha de água, eu estava pingando como em um sábado de verão as 12h. Ela foi em direção aos halteres, enquanto eu deitei no emborrachado para começar a fazer flexão. Confesso que ela achou o melhor dia para me assistir treinando, fico muito gostosa depois do treino de braço, pelo menos me sinto assim. 

A Bruna ficou me olhando enquanto eu fazia a primeira série de flexões de braço. É um exercício tão pesado que não dá nem para olhar para o lado, então me concentrei mesmo. Quando terminei a série agachei, apoiando um dos joelhos no chão. 

- Eu não consigo fazer nem meia dessas aí, você é forte. - Ela falou em pé, me olhando. 

- Eu já faço a um bom tempo. Mas comecei sem nem conseguir encostar no chão. Se quiser fazer, precisa começar. Pega um colchonete, te explico como faz - ela concordou com a cabeça, entusiasmada. Acampei ela indo até o suporte de colchonetes, ela me chama a atenção mesmo, falando em relação ao corpo, facilmente seria uma das minhas investidas da academia, o problema é o quanto eu fico tímida e perdida quando começamos a conversar. 

- Gostou do top? - merd*, ela percebeu que eu estava secando. Mas não falou com raiva não, falou no flerte mesmo, melhor eu me soltar.

- Gostei do conjunto todo da obra - e mandei o mesmo olhar sacana dela. Pela primeira vez a Bruna ficou sem graça, mas em segundos já estava de volta. 

- Bom saber que tem gente que gosta. Peguei o colchonete.

- Coloca ele aqui. Agora vem aqui, fica em quatro apoios, com as mãos pra frente.

- De quatro, sem nem um beijinho antes? - eu entendi a piadinha dela, mas só sacodi a cabeça. É melhor mesmo eu me soltar e aproveitar, logo eu dou um corte e nem curti o flerte todo.

- Sim. Fica em quatro apoios - ela ficou na posição que pedi - Agora joga seu corpo aqui pra frente, apoiando nos braços o peso do tronco - passei a mão pela barriga dela, delicadamente, mas acertando a postura dela no exercício. Ela entendeu claramente o recado pelo olhar que fez.- Agora vai soltar o peso do corpo no braço, não nas costas. Ok? Vou ficar te segurando. Pronto?

Ela sacudiu a cabeça, mostrando que estava pronta. Eu fui apoiando o tronco dela, segurando a barriga. A cada exercício que ela fez eu contei, um, dois, tres, quatro. 

- “Vamo”, mais um Bru! Só mais um. - Mas não teve mais um, depois da quarta execução o corpo dela cedeu e caiu no colchonete. 

- Pesado isso aí. Nossa. 

- Você foi super bem, quatro execuções, pra quem não faz nenhuma. Entendeu como faz?

- Entendi, o difícil vai ser fazer sem você me segurando - Falou segurando a minha mão e olhando pra mim. 

- Para com isso maromba, só fazer. Eu vou continuar minhas séries e você faz mais 3 séries de flexões também. Faz o quanto conseguir, vou ficar olhando você fazer. - Fiz mais 15 flexões, depois observei ela fazendo as dela, sempre colocando a mão aqui ou ali já que ela deu essa liberdade. Esse jogo de morde e assopra eu sou boa, não sou boa em namorar, nem quero, mas em flertar eu sou boa. 

O resto do treino foi desse mesmo modo, ela ia fazer algum exercício eu acabava dando alguma dica, ajudando com algum peso. Em nenhum momento deixei de fazer o meu com qualidade, pelo contrário, eu estava adorando ela me olhar fazendo as séries.

- Terminou Flavinha? Estou morta. 

- Nem começou Bru. 

- Nem comecei?! Estou a quarenta minutos puxando ferro com você. 

- Terminei sim, vamos descer. Quando você quiser vir, eu sempre treino nesse horário. Você tem meu celular, só me mandar uma mensagem. 

- Vou pensar nisso, se quero ser torturada por você. Você treina pesado. 

- Falei pra você não seguir minha planilha, não me ouviu. Amanhã vai estar toda dolorida. - descemos a escada da academia, na missão de ir para o vestiário, banho e vida. A escada que separa os dois andares é chanfrada de grade, dando visão das cadeiras de massagem e da recepção. Quando bati o olho a Vic estava na recepção, ela acabou olhando, não consegui desviar a tempo. Antes mesmo de eu terminar a escada, ela já estava sorrindo fora da recepção. Eu não tenho vergonha alguma do meu passado, pelo contrário me orgulho da pegação sem causa, eu e a Vic ficamos umas 2 ou tres vezes, não mais que isso, quando começou a querer algo sério eu dei um perdido. Ela trabalha no horário da noite, quase não nos vemos. 

- Mas olha quem está treinando hoje? Como você está linda? - ela falou vindo na minha direção. Que situação chata, a Bruna estava do meu lado. 

- Você que sumiu, ainda a noite? - Comprimentei com o maximo de cuidado, não tenho nada com a Bruna, isso é óbvio, mas não quero uma situação incômoda. 

- Ainda estou a noite Flavinha. E como vai tudo?

- Corrido Vic, faculdade, serviço. Quase não paro. 

- Flávia, vamos indo? Tenho horário - A Bruna passou a mão pela minha cintura, falando isso, de um modo quase que mal educado marcou o território dela, sem nem ser dela. Eu fiquei bem sem graça, sorri para a Vic, ela entendeu o meu desconforto e o recado da Bruna. 

Assim que seguimos em direção ao vestiário, sem interrupções, a Bruna soltou a mão da minha cintura. Paramos no armário para pegar as bolsas sem nenhum comentario, mas em um clima normal. Assim que entramos eu coloquei a bolsa no banco de cimento e sentei, exausta do treino. Olhei pra ela, logo atrás, também colocando a bolsa no banco. 

- Vou ter trabalho com você Dona Flávia. 

- Trabalho? Porque?

- A Bia ontem, essa garota aí hoje. 

- A Bia? A Bia do Cantão. Não viaja Bruna. 

- Ela te olha de um jeito que até dá medo de chegar perto. 

- Um que a Bia é bem hetero, outra que ela é super tímida, perdida. Com a Bia não há preocupação. 

- Hum tá bom.

- Bruna, estamos nos conhecendo só. Vai com calma. Eu sou um bicho bem aredio, se apertar muito eu fujo. - Eu sou muito franca nas coisas, não tenho nada com ela para tomar bronca e ela ainda fazer cena.

- Sim. - apenas respondeu isso, segundos depois falou - Vou tomar um banho rápido.

- Tudo bem - sorri pra ela. Eu rapidamente levantei e fui até o sanitário, eu não queria o incômodo da cena dela tirando a roupa. É uma vestiário, coisa normal a se fazer, mas a situação é diferente. Assim que ouvi o barulho do chuveiro eu saí da cabine, voltei para o local da bolsa, separei rapidinho as minhas coisas. Tirei a roupa, no espaço comum e corri para a cabine. Pode parecer bobagem, mas não me sinto à vontade, e se algo aprendi na vida é não me forçar no que não quero fazer. 

Tomei meu banho na minha velocidade habitual, portanto bem rápido, acabei antes dela terminar. Mas quis evitar de novo a situação incomoda de ficar sem roupa ou ver ela sem roupa. Esperei ela terminar, me troquei dentro do chuveiro mesmo. Quando sai, eu já estava de calça jeans preta e um top limpo. Olhei rápido pra ela, a Bruna já estava vestida, com uma calça jeans, camisa social, ainda descalça. Me inclinei na minha bolsa, para pegar meias limpas e senti os olhos dela me seguindo. Olhei de rabo de olho pra ela.

- Você é linda fazendo flexão, mas só de top, com esse abdômen de fora - respirou profundo - eu me perco.

- Hahahaha, vou colocar uma blusa - não consegui responder mais nada, que vergonha.

- Você é sempre tímida Flavinha? - falou sentando no banco de cimento. 

- Não muito , em geral sou bem firme. É que é estranho, raramente estou na posição de presa.

- Você fica linda tímida. Desculpa o que fiz lá fora, vou pegar leve. Gosto muito de conversar com você. Não quero perder isso. 

- Tudo bem. Eu sou muito sincera sempre, achei justo falar. 

- Fez bem. O Bibo falou bastante de você ontem, jantei com ele. 

- Ah, foi com você. Ele comentou que iria jantar com uma amiga. 

- Foi ele que me contou que você treinava aqui e falou o horário.

- Tinha que ser ele. Eu não tava acertando os pinos de quem tinha te contado dos meus horários. - respondi colocando minha camiseta preta da polícia, pronta para ir trabalhar. 

- Flavinha- olhei pra ela - Eu tenho uma reserva em um restaurante Vietnamita para amanhã a noite. Quer ir comigo? - ela estava meio tensa, quase que com medo. 

- Quero. - assim que eu aceitei os ombros dela ficaram leves. 

- Ótimo. Amanhã. 

- Putz, amanhã ainda é sexta. A reserva é só pra amanha? É que de sexta eu tenho aula, e amanhã tenho prova. Não posso faltar. Será que você consegue mudar a reserva?

- Eu posso tentar. Como é para escrever uma matéria, pode ser que eu consiga. Se eu não conseguir vamos em outro lugar no sábado, sem problemas. 

- Não, e você vai ir sozinha? Não. Tenta trocar. Porque além de eu conseguir ir, no sabado consigo ir em casa, tomar um banho, vir bonitinha, limpa. - Sorri pra ela, mexendo o corpo como se mostrasse a limpeza.

- Eu vou tentar trocar a reserva e te falo mais tarde, pode ser?

- Sim. No sábado vou ir jogar, talvez o cantão vá também. Não quer ir junto?

- No sábado não dá. Eu tenho que entregar umas coisas que estão no meu apartamento. Mas no sábado a noite estou livre. 

- Então fechado. Vê se muda a reserva, se não vamos em outra coisa. 

- Você já vai pra delegacia?

- Pensei só em passar na padaria aqui do lado, pegar um suco e alguma coisa pra comer e ir. Estou em jejum.

- Você fez tudo isso de exercício sem comer?

- Na verdade eu comi em casa, mas estava passando mal no caminho, não sobrou nada no estômago. 

- Se quiser eu te acompanho. Preciso comer antes de ir pro jornal. Enquanto meu padrinho não voltar de férias, eu estou no purgatório. 

- Eu ia pegar e ir tomando. O DP fica a duas quadras daqui. 

- Tudo bem, pego também, como na gráfica, antes de aparecer na redação. NA gráfica ninguém me incomoda. 

-Tudo bem mesmo? É que eu estou em cima do horário já. 

- Claro Flavinha, fica tranquila. - atravessamos a rua até a padaria, onde pedi uma vitamina e ela um café e uma torta de frango - Se você quiser ir indo, pode ir. Eu vou pedir um uber até a redação. 

- Eu estou com a moto na delegacia, quer que eu te leve lá?

- Não precisa não, já está no seu horário. Eu tenho tempo ainda. 

- Certeza?

- Claro Flávia. Mas só deixo você ir depois de me dar um abraço - eu automaticamente sorri, como consigo ser tão tímida e travada com ela? Estiquei meus braços novamente e ela se encaixou embaixo deles, por já estar usando salto, a altura subiu alguns centímetros. Foi mais um abraço gostoso, demorado. Dei um beijo na bochecha dela, em despedida. Mas a vontade era mesmo beijar a boca, mas não aqui em uma lanchonete segurando uma vitamina. 

- Você confirma o lance da reserva, se consegue mudar pra sábado? Se não der vemos outro lugar. 

- Vejo e te conto. Não esqueça que você também pode mandar mensagem viiu?! Já tem meu número. 

 

- Entendi o recado Bruna - fiz uma cara de que “tão óbvio”. Beijei o rosto dela mais uma vez e sai quase que correndo da lanchonete. A delegacia é perto, mas meu horário está em cima. Cara, eu tenho um encontro? É isso? Não faço isso a anos, tipo anos. Essas meninas que eu fico é só pegação, não tem encontro, não tem segunda vez, em geral é em alguma balada ou alguém que já tinha contato por trabalhar, visto os problemas que tenho no DP por exemplo. Caramba, nem sei mais como se faz isso.

 

 

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 6 - Capitulo 6:
Lea
Lea

Em: 04/01/2024

Flávia merece ser feliz!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Elliot Hells
Elliot Hells

Em: 29/10/2023

Adoro a Bruna... 

 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 25/10/2022

Eita Flávia a Bruna chegou marcando seguro.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web