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Fique por Leticia Petra

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Palavras: 4472
Acessos: 3619   |  Postado em: 25/04/2022

Capitulo 16 - Mantenha o controle.

 

— Eu não queria ir embora, adorei muito esse lugar. – Caio e eu estávamos no estabulo. – Quem diria, Oli, você virou mesmo uma agro girl.

— Deixa de palhaçada... – Não pude deixar de rir.

— Sério, jamais pensei que iria encontrar outra pessoa no lugar daquela patricinha que sou amigo. Você mudou muito, Oli, mas por mais que eu não amasse a sua versão anterior, essa com toda certeza me deixa muito orgulho. – Ele segurou a minha mão.

Éramos observados por Safira e Zoe.

— Sinto que encontrei o meu lugar aqui, se não fosse essa confusão de sentimentos em meu coração, diria que nunca foi tão bom ser eu. – Lembrei de Zoe pela milionésima vez.

— Acho que sei como se sente, Oli...

O encarei.

— Rodrigo rejeitou todas as minhas tentativas de conversar e eu me sinto muito culpado por estar feliz, jamais imaginei que um dia me envolveria com o seu tio. – Um sorriso triste enfeitava a face bonita.

— É um pouco estranho, preciso confessar, mas quem somos nós pra contestar as escolhas do coração?! Como é estar com ele? – Caio voltou a olhar para o teto.

— Me sinto nervoso todas as vezes que ele se aproxima, quando ele me beija é como se tudo parasse, detesto dizer isso, mas nem mesmo com o Rodrigo experimentei algo parecido. – Eu entendia perfeitamente.

— Vai ser muito doido quando toda a minha família souber disso. – Sorri ao imaginar a cara de bobalhão de todos.

— Aí, nem me fale disso... ainda não contei nada para os meus pais. – Caio levou a mão ao rosto. – Deus, eu apaixonado pelo pai e você pela filha.

— Seria cômico, se não fosse trágico. – Sentei.

— Você deveria ir atrás dela... deveria mesmo dar uma chance a si mesma. – Caio ficou de pé. – Vamos? Já passa da meia noite e terei que voltar cedo pra Belém.

Saímos do estabulo em silencio, seus dizeres se repetiam em minha cabeça.

      Queria poder exorcizar todos aqueles sentimentos, todas aquelas duvidas e seguir em frente, me dedicar a mim mesma. Jamais imaginei que amar alguém seria assim tão complicado.

“Ir atrás dela? Eu deveria?”

      Entrei no quarto, Caio foi para o banheiro e eu me sentei na beirada da cama, mas me assustei ao ver Maria Eduarda entrar como se fosse um foguete, ela trancou a porta e ficou encostada nela, me olhando com uma expressão apavorada.

— O que aconteceu? Por que está assim? – Fui até ela, ficando muito preocupada.

— Eu fiz uma tremenda besteira, Olivia, sou uma idiota completa. – Arqueei as duas sobrancelhas.

— Do que tá falando, Duda? O que você fez? – Estava ficando cada vez mais preocupada.

— Eu estava discutindo com a idiota da sua irmã, ela me tira completamente do sério. Às vezes tenho vontade de achatar aquele narizinho empinado. – Arregalei os olhos.

— Que se passa? – Caio voltou do banheiro.

— É o que estou tentando entender. – Duda estava tremula.

— Não me odeie por isso, Oli, por favor...

— Duda, pelo amor de Deus, o que aconteceu? – Ela foi até a janela.

— Sua irmã e eu estávamos batendo boca, ela já estava me irritando e eu juro que não sei o que me deu, eu... eu a beijei. – Abri a boca, totalmente surpresa.

Olhei para Caio e eles estava com os olhos arregalados.

— Ok, começa do início... ela te correspondeu? – Caio perguntou.

— Por alguns segundos sim, mas depois ela meteu a mão na minha cara e eu entrei em pânico, sai correndo. – Duda estava muito aflita. – Aaah, Deus! Que droga eu fiz?

— A Marina deve tá pirando também, te aconselho a não chegar perto por enquanto. O que deu na sua cabeça, um beijo? – Ralhei.

— Eu também não sei, gente. Perdi a cabeça, aquela patricinha idiota me deixa tão...

— Excitada?

— CAIO! – Duda e eu dissemos juntas.

— O que, minha gente? Foi assim que a sua irmã aí começou com a Zoe. Briga pra lá, briga pra cá e agora estão aí. – Aquela conversa estava saindo do rumo.

— Não sou a pauta dessa conversa, não me olhem desse jeito. Você dorme aqui, Duda, assim evita conflitos com a Marina. – Passei a mão sobre a testa.

— Não estou afim da Marina, ouviu? – Minha irmã disse diretamente a Caio. – Foi só um momento estranho.

— Sei... vamos dormir, infelizmente terei que voltar a realidade amanhã. – Ele se jogou na cama. – Morrendo de saudade do Bernardo.

     Deitamos, cada um preso em seus próprios dilemas e emoções. Mais uma vez foi difícil dormir e a Zoe foi a minha tortura até pegar no sono. Tive um sonho estranho, acabei acordando na madrugada e não pude mais dormir. Sonhei que a Zoe se casava com um homem, não podia ver o seu rosto. Aquilo me angustiou muito, me fazendo querer ligar para ela no mesmo momento.

Entretanto, me controlei e fui para o escritório terminar algumas matérias acumuladas.

 

Segunda.

       Era sete da manhã quando me despedi de Caio, ele teria que voltar a tempo para o trabalho. Foi difícil o ver indo, mas a vida adulta o chamava. Fui para o estabulo, dei banho nos cavalos, assisti algumas aulas e agora estava encarando o celular.

Entrei nas redes sociais de Zoe e então vi algo que me deixou extremamente incomodada. Não, incomodada era pouco, eu fiquei puta.

— É claro, ela tá nas baladas e... – Pressionei meu maxilar. – Quem é esse cara?

Zoe estava sendo abraçada por um loiro sem graça, a foto havia sido postada por João.

— O que eu esperava? Que ela estivesse deprimida igual eu? Droga!

— Tudo bem aqui? – Minha mãe entrou no escritório.

Sua expressão me deixou curiosa.

— O que foi, mamãe? – Ela sorriu.

— Você parece tão madura... olhando daqui, me lembrou uma grande empresária. – Retribui o sorriso, não querendo que ela percebesse meu estado. – Mudou tanto, já me sentia orgulhosa de você e agora, mais ainda.

— A senhora vai me fazer chorar, mãe. – Ela veio até a mim, tocou a minha face.

— Vim apenas saber se quer comer algo, faz horas que está aqui. – Bloqueei a tela do celular.

— Pode me ajudar com essas coisas? – Um sorriso genuíno enfeitou o rosto bonito.

— Claro que ajudo...

“Quem é ele? Merda! Respira, Olivia. A culpa é toda sua, idiota!”

     Passamos a tarde toda ali, meu tio Bernardo ligou e mesmo sem perguntarmos, disse que a Zoe e o João haviam viajado para a inauguração de duas filias e passariam um mês todo fora. A notícia me deixou com um misto de alivio e decepção. Já não sabia mais o que pensar, então novamente depositei toda a minha energia nos estudos.

Não tinha o menor direito de cobrar algo dela...

 

1 mês depois.

      Em poucas horas deixaríamos a fazenda e eu me sentia triste, voltar a realidade não seria exatamente um alivio, mas era preciso. Decidi me despedir de Zoe e Safira, as deixei livre pela fazenda e ambas pareciam até mesmo felizes.

— Vou sentir saudades de vocês, meninas. – Olhei ao redor.

— Olivia, vamos? – Eric colocou a mão sobre meu ombro.

— Decidimos se vamos ou não aceitar a proposta da minha mãe? – Meu irmão me puxou para um abraço.

— Pequena Olivia Palito. – Não pude deixar de rir. – O que você quer? De verdade...

— Não queria mais ficar sob o controle do dinheiro deles. – Eric se afastou e me encarou.

— Então pensamos igual. Confia em mim? – Me escondi em seu peito.

— Totalmente...

      Marina e minha mãe foram a frente, um dos seguranças dirigia e o outro conduziu o carro em que os meus irmãos e eu estávamos. Ben estava empolgado em voltar a cidade e rever Mina, o que estava deixando Eric um pouco preocupado, ele não queria que o filho fosse magoado.

E eu entendia, afinal havia toda a questão da transição de Benjamin.

      Chegamos no fim da tarde e fomos para a casa da minha mãe e não foi uma das melhores sensações. Havia tantas lembranças, boas e ruins, em cada parte e jamais poderiam ser esquecidas.

— Sentem, vamos decidir o que fazer. – Minha mãe pediu e foi o que fizemos. – Quero uma resposta.

Duda, Eric e eu nos olhamos.

— Senhorita Betina, a gente conversou e eu tenho uma outra proposta a fazer. – O encarávamos. – Duda e eu iremos procurar trabalho nos próximos dias, vamos ficar em um kit net...

— Não podem ser tão imprudentes. – Ela ficou de pé.

—Será temporário, só até nos firmamos em um trabalho. – Eric continuou. – Eu aceito o apartamento, mas com a condição que aceite que todo o valor seja pago por nós, não será tudo de uma vez, mas uma quantia todos os meses. Nos dê dois meses...

Minha mãe ficou calada por vários segundos, Marina se mantinha séria.

— Entenda, senhorita Betina, somos muito gratos por tudo que fez por nossa irmã, a senhora soube educar a Oli e deu muito amor a ela, mas estamos acostumados a trabalhar por aquilo que queremos. Um apartamento de três quartos em uma área boa, com toda certeza não foi barato e não podemos aceitar de mãos beijadas. – Duda completou.

— Mamãe, eu acho que esse acordo não é nenhum absurdo, devemos aceitar. – Marina olhou para Duda. – Podemos resolver a questão do emprego... fiquem alguns dias, enquanto procuram o kit net.

Mais parecia uma ordem, do que um pedido. Tão típico da família Cavalcante.

— Posso colocar você e a Duda em uma das filias e...

— Não, mãe... – A interrompi.

Todos me encararam.

— Vamos conseguir o trabalho sozinhos, só aceite a outra proposta. – Duda segurou a minha mão.

— Tudo bem, eu aceito o que me propuseram... já vi que a teimosia é algo que tá no sangue. – Ela passou a mão sobre a cabeça. – Vão se acomodar, vou mandar preparar algo pra comer.

De volta a realidade.

      Duda e eu dividimos meu antigo quarto, Eric e Ben foram para o de hospedes. Depois de comer, nos reunimos para decidir onde iriamos começar a procurar trabalho. Teria que encontrar algo que coincidisse com a faculdade.

      Fomos convidados para almoçar na casa do meu tio, segundo ele, seria uma forma de conhecer os meus irmãos. Soube que João havia voltado de viagem, mas a Zoe ficaria mais um tempo. Um mês desde que tudo aquilo aconteceu, até pensei em seguir o conselho de Caio e ir falar com ela, ligar, procurar saber quem era aquele cara na foto, porém havia algo que me impedia.

Meu telefone tocou.

— Soube que uma bela mulher voltou a cidade... – Sorri ao ouvir a voz de Yuna. – Queria muito a sua companhia em um jantar.

— Comida coreana? – Ela me fazia bem, mesmo por uma simples ligação.

— Chefe Mina... – Sua risada encheu meu coração de paz. – Ah, ela queria muito que você convidasse o Ben.

— Eu aceito e tenho certeza que ele também. Vai ser bom te ver... – Confessei.

— Não imagina a saudade que estou. Posso te buscar as nove? – Olhei as horas e seria dali a uma hora.

— Vou te esperar aqui, também senti saudades...

      Passamos mais alguns minutos conversando, depois encerrei a chamada e fui até o Eric, que permitiu que o Ben fosse comigo. Nos arrumamos e as nove em ponto, Yuna chegou e foi novamente bem recebida por todos.

Fomos o caminho todo conversando.

— Mina? Chegamos! – A garota veio toda contente e abraçou Ben por alguns segundos.

— Fico tão feliz que vieram, quero muito que provem tudo que fiz. – Ela me abraçou também.

— Tenho certeza que vamos comer de tudo. Ben, a Mina é um chefe incrível... – Ele sorriu.

— Podiam dormir aqui, amanhã é sábado. – Yuna e eu nos olhamos.

Os dois nos encaravam em expectativa.

— Bem, vou ter que ligar para o Eric. – Peguei o celular.

— Obrigada, tia... – Ben me beijou a bochecha e saiu com Mina para a cozinha.

      Liguei para o meu irmão e ele concordou, dizendo que confiava em mim, afinal Benjamin é meu sobrinho. Jantamos entre conversas e risadas, depois do jantar os dois foram para a sala ver filmes, enquanto Yuna e eu ficamos na sacada do seu quarto bebendo vinho.

— Você já bebeu quatro taças, me dê isso aqui. – Yuna pegou a taça da minha mão.

— Me sinto bem. – Sorri. – Yuna, eu me sinto em paz quando estou com você.

— Fico feliz em saber disso. – Nos encaramos e estávamos muito próximas. – É totalmente reciproco.

A puxei para um abraço.

— Posso ficar aqui? – Podia ouvir as batidas do seu coração.

— O tempo que quiser, adoro sentir seu calor. – Fechei meus olhos.

Sentimentos confusos me visitaram outra vez.

 

 

28 de maio, sábado.

— Não se preocupe, vou estar na comemoração, papai. Falta pouco trabalho para terminar e poderei ir. – Desliguei o notebook. – Fizeram um excelente trabalho e a loja ficou magnifica.

— Conversei com o gerente e ele está impressionado com a sua liderança, filha. Ele até mesmo chegou a perguntar se você não gostaria de permanecer. – Fui até a janela. — No Nordeste, foi do mesmo jeito.

Manaus era uma bela cidade.

— Me sinto lisonjeada, papai, mas meu lugar é aí. – Senti vontade de perguntar por Olivia, mas me segurei. – Vou desligar, na terça estarei aí.

— Tudo bem filha, cuidado e qualquer coisa que precise, não hesite em me ligar.

— Obrigada, papai. Se cuide...

A chamada foi encerrada.

      Troquei de roupa e desci dar uma volta pelas redondezas do hotel, comprar algumas coisas e tentar relaxar, pois os últimos dias haviam sido de muito trabalho. Peguei o elevador e ao chegar no andar do hall, fiquei surpresa com quem encontrei.

— Você tá me seguindo? – O loiro levantou as mãos para o alto e sorriu.

Sai do elevador.

— Não, eu não estou te seguindo. – Ele sorriu. – Estou aqui com o meu irmão, você sabe, aquele papo de você precisa se interessar pelas coisas da família.

— E por que não disse que estava aqui? – Ainda estava desconfiada.

— Queria fazer uma surpresa, estava indo pro seu quarto agora e te convidar pra almoçar. – Ergui a sobrancelha.

      Desde o dia da boate, trocamos os números e conversávamos algumas vezes. Ele é um homem bonito e divertido, mas a minha cabeça e o meu corpo desejavam outra pessoa, por que me esforçasse para que fosse de outra forma, não obtive sucesso.

— Não sou um maluco, eu juro. – Ele sorriu outra vez.

— Ok...

     Decidimos ir a um restaurante de comidas locais, Valentin falava sobre as irmãs, no dia da exposição e na boate, percebi o quanto eram próximos e se davam bem. Por falar naquelas duas, inevitavelmente, elas adentraram a minha vida e viviam fazendo vídeo chamadas para encher meus ouvidos de bobagens.

Confesso, era divertido.

— Meu irmão recebeu o convite da festa de aniversario do grupo Cavalcante. – O encarei.

— Eu pedi que enviasse, mas não pelo seu irmão, é claro. – Valentin gargalhou.

— Você também não gosta do meu irmão? – Tomei um gole do suco.

— Ele é um politico patife, envolvido em escândalos de corrupção. Se eu puder te dar um conselho, não entre para esse mundo. – Ele ficou em silencio por alguns segundos.

— É disso que tento me esquivar, essa viagem, confesso que só aceitei porque a ideia de te encontrar não seria nada ruim, na verdade, seria um grande alivio. É muito difícil ir contra a maré, Zoe... – Me recordei de Olivia, ela também passou por essa pressão.

Como ela estaria? Será que pensa em mim? Certamente, deve está feliz com a tal Yuna.

— Acho que entendo, mas também acho que você deveria se rebelar, se caso for a sua vontade. – Ele não deixava de me olhar. – Sigo os passos do meu pai porque o mundo dos negócios é algo que de fato me fascina, faço com prazer...

      Valentin ficou em silencio, parecia ponderar as minhas palavras. Terminamos de almoçar e ainda andamos um pouco pela praça e quando já se passava das 14:00hrs, decidimos voltar ao hotel.

Ele fez questão de me levar até a porta do meu quarto.

— Obrigada por ter aceitado meu convite. – Ele sorriu. – Podemos marcar algo pra amanhã?

Pensei por alguns segundos.

— E o que seria? – Valentin pegou o celular e o virou para mim.

— Gosta de opera? Uma companhia estará se apresentando amanhã no teatro. – O loiro era charmoso, isso eu confesso.

— Tudo bem, eu aceito. – Precisava sair na inercia de trabalho e quarto de hotel.

— Passo para te buscar as nove. – Valentin se aproximou e beijou a minha bochecha. – Desculpa estragar as coisas, mas você é uma mulher muito linda, Zoe.

Aquilo me causou uma sensação estranha, sensação de estar traindo alguém.

“Bobagem, a Olivia tá com outra agora e eu não tenho nada que me sentir assim.”

      O puxei para um beijo, esperei por sentir algo, mas não aconteceu. Me forcei a continuar o ato, não que ele beijasse mal, não era nada disso, entretanto faltava alguma coisa e eu sabia que só uma pessoa poderia me despertar tais sensações.

Era totalmente frustrante.

— Te vejo amanhã... – Rompi o beijo.

Valentin novamente sorriu.

— Até amanhã. – Ele se afastou, indo para o elevador.

      Entrei no quarto, coloquei a mão sobre a cabeça e não pude evitar de me sentir culpada. Desde quando me sentia incomodada por usar outro corpo ou outra boca para me satisfazer? Nunca fui uma puritana, sempre fiz e me satisfiz sem objeções ou quaisquer problemas.

— Tudo isso é culpa sua, Olivia.

      Me senti um pouco sufocada, no último mês me afoguei no trabalho e nos remédios para dormir, pois se me permitisse, ficaria a noite toda acordada, pensando nela. O amor pode ser bonito nos livros, nos filmes, mas na vida real ele dói, arde, rasga o peito.

Me encarei no espelho, toquei meu cabelo.

      Peguei meu celular e minha bolsa, deixei o quarto outra vez, com destino ao salão de beleza. Sei que cortar o cabelo não resolveria nenhum problema amoroso, um psicólogo talvez, mas precisava começar por algum lugar.

— Boa tarde... – Um rapaz simpático me recepcionou. – O que a senhorita irá querer?

Olhei para uma revista.

— Boa tarde. Quero um corte curto... – Sentei.

— Um Chanel? Long Bob? – Me olhei no espelho.

— Não, quero mais curto... baixo dos lados e bastante cabelo em cima.

— Vai ficar ainda mais gata. – O rapaz deu dois tapinhas meu ombro. – Vamos começar.

      Quando cheguei no hotel, tomei um longo banho, me encarei no espelho e a mudança foi totalmente radical. Deixei o banheiro com o barulho do celular, olhei na tela e era o João. Atendi a vídeo chamada e a reação dele me divertiu.

— Zoe, nossa... você tá maravilhosa. – Não pude deixar de rir.

— Obrigada... também gostei do resultado.

— Caramba, até esqueci o que iria dizer. – Podia ouvir várias vozes ao fundo.

— Festa? – Ele olhou em volta.

— Seu pai convidou sua família pra socializar outra vez, mas a coisa se estendeu um pouco. A Olivia e os irmãos também estão aqui. – Só de ouvir seu nome, podia sentir meu corpo reagir. – Você está bem?

— Sim, eu estou sim...

      Passamos algum tempo conversando, João e eu havíamos nos tornados muito próximos e eu era extremamente grata a ele por ter estado ao meu lado. Nunca foi do meu feitio demonstrar meu lado fraco, mas a muralha ao redor das minhas emoções estava no chão e ele foi, na verdade, está sendo de suma importância na minha vida.

 

Domingo.

      Havia muitas pessoas no teatro, segundo Valentin, o governador estava em um dos camarotes. Fazia algum tempo que não assistia uma opera e foi muito relaxante, a companhia era internacional e foi ovacionada no fim da apresentação. Decidimos ir a um restaurante comer massa depois.

— O que foi? – Valentin sorriu. – Você não para de me olhar.

— Você ficou uma deusa com esse corte. – Ergui a sobrancelha. – Achei que não era possível você ficar mais bonita.

— Isso tudo é pra me levar pra cama? – Ele riu baixinho.

— Morro de vontade de leva-la pra minha cama, isso é fato, mas também quero algo além. – Franzi o cenho.

— Valentin, será mais fácil se as coisas entre nós sejam apenas carnais. – Ele tocou a minha mão.

— Terei paciência, Zoe, pois estou ciente que você já tem alguém no coração. Desde que te vi a primeira vez, não paro de pensar em você e sinceramente, não me importo de esperar... – Aspirei o ar com força. – Não vou te pressionar, por enquanto aceito o que queira me dar.

      Ele mudou de assunto, incrível que em nenhum momento as minhas palavras não pareceram afeta-lo. Pessoa certa na hora errada? Se ele soubesse que há anos a porr* do meu coração havia se fechado para uma única pessoa. Que patético! Me tornei extremamente patética.

Quando iria retomar o controle de minhas emoções?

      Por Deus, havia um homem lindo e gostoso bem a minha frente e eu não conseguia parar de pensar em alguém que deveria estar nos braços de outra pessoa, quem sabe até mesmo fazendo amor nesse exato momento. Pensar nessa possibilidade fazia o meu sangue ferver, imaginar Olivia sendo tocada da mesma forma que eu fiz.

“INFERNO!”

— Vamos voltar pro hotel? Quer dormir no meu quarto essa noite? – Valentin abriu a boca de leve.

— Claro! Vou pedir a conta...

      Naquela noite me entreguei aos prazeres da carne, tentei afastar qualquer mínima lembrança dela, pois precisava recuperar a direção, as rédeas da porr* da minha vida. Queria e necessitava seguir em frente, não podia passar o resto dos meus dias sofrendo. A Zoe de antigamente precisava retornar.

 

31 de maio.

      Valentin havia vindo na segunda de noite, nos encontraríamos na comemoração logo mais, trocamos mensagens o dia inteiro. Quando cheguei à Belém, já se passava das dez da manhã e decidi ir para o meu apartamento, pois soube por João que Olivia estava no condomínio e vê-la era a ultima coisa que eu queria.

Logo agora que voltava ao meu normal.

Ouvi batidas na porta.

— Oi... – Franzi o cenho. – Te vi chegar hoje de manhã.

— Entra. – A irmã de Yuna estava com uma travessa nas mãos. – O que é isso?

— Ah, uma coisinha que fiz e como somos amigas, resolvi te fazer de cobaia também. – Ergui as sobrancelhas.

Amigas?

— Nossa, agora que reparei, você ficou ainda mais linda com esse corte. Combinou muito com você. – O que estava se passando? – Onde fica a sua cozinha?

— É por aqui...

Mina não parava de falar, a avalanche de informações me deixou sem reação.

— Vou servir pra você, mas quero uma opinião sincera. – Ela me deu a primeira colherada.

Eu não fazia ideia do que era, mas o sabor era divino.

— Isso é muito bom... – Ela sorriu.

— Isso! – Mina comemorou e não pude deixar de rir do gesto.

      Ela passou a tarde inteira em meu apartamento, me fez assistir filme e até mesmo se propôs a fazer uma pipoca gourmet. Sua companhia foi divertida, a menina é boa de papo e muito engraçada.

 

      A noite chegou, terminei de me vestir para a festa de aniversario do grupo Cavalcante, onde estaria todos os acionistas, gerentes e afins. Mina havia dito que também iria, ela também falou que a irmã estaria lá com o pai.

É claro que estaria.

      Valentin se propôs a vir me buscar e na hora certa, ele chegou e quando chegamos ao local do evento, notei que meu pai não havia mesmo poupado investimento. Uma regra foi colocada, pois ainda estávamos em meio a uma pandemia, todos os convidados só entrariam com a comprovação das três doses, algo que João não abriu mão.

— Meu irmão e seu show. – Valentin apontou discretamente para onde o governador era bajulado pela mídia. — Ainda bem que o meu pai não veio, pois seria impossível de ficar.

— Só ignore...

      Seguimos para dentro e tudo estava impecável, notei que a banda de música local foi contratada, conforme a minha dica. Valentin e eu fomos para a mesa separada para nós, logo Violeta e Iris chegaram, também sentando conosco.

— Obrigada por nos convidar pra sentar com vocês, Zoe, iria ser um saco ficar com meu irmão. – Iris olhava ao redor. – Onde está seu pai e os outros?

      Os membros da família ficariam todos na mesma mesa, o que me deixava levemente nervosa, pois Olivia sentaria conosco. Seria uma noite longa demais e eu pedia a qualquer entidade soberana que me desse força.

— Ele foi recepcionar os convidados. Logo se juntará a nós... – Tomei um pouco de vinho.

      Marina chegou junto com a minha tia, apresentei Valentin, Iris e Violeta, que engataram algumas conversas. Os minutos se passavam e uma inquietação tomava conta, tentei aliviar a tensão com o vinho, porém não resolveu.

— Olivia chegou... ainda bem que a Yuna a convenceu a vir. – Marina falou, olhando para a entrada.

Me mantive parada, não desejando olhar. Iris me encarou e eu pude ler em seus lábios um “é ela?”, e eu apenas confirmei com um acenar de cabeça.

— Boa noite. – Aquela voz me arrepiou inteira.

“Mantenha o controle, Zoe.”

      Ela sentou a minha frente e quando nossos olhares se cruzaram, pude ver a sua expressão de perplexidade. Seu olhar correu por toda a minha face, meu cabelo. Senti que as minhas forças estavam indo embora. Naquele momento, o desejo de ir até ela e abraça-la, toca-la e não deixar que ninguém mais o fizesse foi gritante.

Tão linda quanto a última vez...

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Capitulos importantes e muita coisa vindo.

Bom dia, minhas queridas.

 


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Comentários para 16 - Capitulo 16 - Mantenha o controle.:
patty-321
patty-321

Em: 25/04/2022

O reencontro  até que enfim . Vão sair faisca. Ansiosa pelo  próximo 


Resposta do autor:

Aah, também tô ansiosa pelo próximo. E ele está pronto para vocês. 

Responder

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Rosiane
Rosiane

Em: 25/04/2022

Olá autora!

Eu gosto muito da Olivia, apesar dela não ter feito nada quando a Zoe se declarou eu terminou o relacionamento que estava iniciando, pra deixar em aberto uma possibilidade.  

Mas na minha opinião a Zoe é muito instável, pois se relaciona com muitas pessoas diferentes e isso deixa qualquer um inseguro. E gostar é não demonstrar é complicado, principalmente quando se passa anos implicando e irritando alguém. Enfim torço pra torço Olivia e a Yuna, acho que seria algo calmo e tranquilo 

Continuação please


Resposta do autor:

Olá, querida.

Acho que justamente pela instabilidade da Zoe, a Oli petrificou. Quando comecei a escrever, pensei em personagens que chegassem mais proximo do real, personagens em construção, evolução para que voces pudessem acompanhar isso a cada linha. Gosto de ver o envolvimento de vocês, é recompensador.

Entendo seu ponto e concordo, mas confesso que sou team Zoe, a gente tem umas coisas em comum. rs

Breve volto com o proximo.

Responder

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 25/04/2022

Eita agora vai ou racha essa fila anda.


Resposta do autor:

Momento de aprendizado para as nossas meninas.

Responder

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Lea
Lea

Em: 25/04/2022

É preciso seguir em frente, porém o coração é difícil de controlar!

 


Resposta do autor:

Acho que seguir em frente é o melhor que as duas podem fazer. Começar do zero pra ver as coisas com outros olhos.

Responder

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