CAP. 11 – Com as amigas
Os dias foram passando e a ansiedade para ver Samantha aumentava a cada dia, estávamos conversando bastante pelo telefone, ela me parabenizou pela entrevista na revista, fiquei sem graça com seus elogios, mas amei cada palavra dita com carinho, segundo ela, carregava uma revista na bolsa e assim que nos encontrássemos iria pedir para autografar.
Claro que foi para descontrair que ela disse aquilo, e para me deixar sem ação diante dela, o que eu estava começando a gostar, da forma como eu ficava desarmada com tudo que se relacionava aquela mulher.
Enfim, conheci através de fotos a pequena maravilha e fiquei encantada com a menina. Ruivinha com os olhos azuis, bem parecidos com os meus, a menina era linda, embora não fosse filha de sangue de Sam, me contou sobre a adoção. Mas as semelhanças eram enormes entre as duas.
As vezes ficávamos horas trocando mensagens, e assim virávamos as noites acordadas. Estava cada dia mais encantada com ela, e contando os minutos para estarmos juntas novamente. Por duas vezes tive que me controlar no final de semana para não pegar um avião e ir até ela, estava praticamente saindo de casa, mas algo me prendia e me impedia de ir.
Assim mais um mês passou, e nesse estava a caminho de Brasília para o congresso que haveria lá sobre Empreendedorismo, Fernanda e eu seguimos viagem na quarta, dois dias muito agitados entre palestras, reuniões e planejamentos. Encontramos com representantes de várias empresas do país e fora dele também, nos reunimos com equipes das nossas filias da P&H Coffee no Brasil.
Enfim, foi muito produtivo e gratificante participar de mais um Congresso, estava com planos de encontrar Sam por lá, mas ela não apareceu, foi frustrante, porque não havia comentado justamente para fazer a surpresa. Enfim, aceitei e mais uma vez o destino não quis que nos encontrássemos.
No sábado Ana se juntou a nós, naquele dia as apresentações acabariam ao meio dia, tiramos o restante da tarde para passearmos e comprar alguns mimos para darmos de presentes. Estávamos em um shopping quando avistei de longe uma loja enorme de brinquedos, resolvi entrar para dar uma olhada, comprei presentes para Isabela e quando percebi já estava com o presente da filha de Sam na sacola andando pelos corredores, ouvindo as graças de Nanda.
– Comprando presentes para uma criança, por acaso são para a Isa?
– Também, – sorri mostrando alguns embrulhos dizendo – e esse é um mimo para Diana, filha de Samantha.
Ambas me olharam curiosas, sentamos na praça de alimentação fazendo o nosso pedido, sorri e Ana quem perguntou:
– Quem é Samantha, sua nova namorada?
– Não amor, acho que essa é a nova Relações Pública da P&H Coffee.
Dessa vez foi a Nanda quem disse divertida, pegando algumas batatas e começando a comer fazendo deboche, sorri dizendo:
– Sim, a moça que vai trabalhar com você.
– Ela mesmo, falando nisso – me olhou curiosa perguntando – quando irei conhecê-la?
Sorri passando a mão no meu celular, abri minha galeria peguei uma foto que Sam havia me mandado e mostrando para as duas, dizendo:
– Ela vai estar no Rio na quinta-feira que vem.
Sorri, não tive como evitar, Fernanda me olhou sorrindo entregou o celular dizendo:
– Elas são muito lindas, agora muito me admiro de você andar com a foto da moça no celular, comprando presentes para a filha dela – tomou um gole de seu suco olhando para a namorada dizendo divertida – acho que dessa vez alguém prendeu o coração da nossa amiga, Ana.
Arqueei a sobrancelha para as duas e balancei a cabeça concluindo, só que dessa vez sem olhar para elas:
– Somos apenas amigas.
– Hei Bia, pra cima de nós? Qual é!
Dei uma mordida no meu lanche e as duas me olhavam ansiosas, depois de algum tempo disse sorrindo:
– Ok, acho que estou gostando dela sim.
– Agora sim, enfim a verdade aparece – bateram palmas me deixando sem jeito, dessa vez Ana quem perguntou:
– Mas, quanto tempo estão saindo, porque não nos apresentou ela?
Levantei a sobrancelha e me remexi na cadeira inspirando fundo sacudindo os ombros dizendo apenas:
– Saímos uma vez, foi com ela que fiquei ilhada na Aldeia, e depois só mantivemos contato via celular.
– Você saiu com essa garota uma vez e está envolvida assim? – Nanda disse admirada.
– Sim, qual o problema?
– Problema nenhum Bia, só que a Dora levou bem uns seis meses para conseguir ir para cama com você – Ana disse agora mais interessada que antes.
– Não pira Aninha, não tem nem comparação – cogitei. – Isadora é doida e muito mimada para o meu gosto, hoje me sinto muito aliviada por termos terminado, além disso, ela não chega nem perto do pouquinho que conheci de Sam
As duas se olharam, não estava gostando muito daquela cumplicidade toda contra mim.
– Mesmo assim, quando foi que você acabou gostando de alguém que só saiu um vez?
Dessa vez Nanda quem perguntava curiosa, dei de ombros e as duas sorriram. Passamos o resto da tarde conversando e eu fugindo das investidas das duas para saber mais sobre Samantha. Voltamos para o hotel e no domingo embarcamos para o Rio, logo após o almoço, quando cheguei em casa e estava entrando recebi uma mensagem, olhei o visor sorri, era ela.
SamQuando acordei, Eliza estava trazendo Diana do banho, começou a trocar a criança, que fugia dela o tempo todo, sorri, viu que eu estava acordada veio ao meu encontro bambeando pela cama e se jogando em cima de mim me chamando. Sorri recebendo ela com os braços abertos fazendo cócegas, quando ela enfiou aquela cabeleira ruiva no meu rosto, sussurrei:
– Está cheirosa, meu amor.
– Já dei o remédio para ela dona Samantha, a senhora estava dormindo e ela correndo pelo quarto.
– Minha sapequinha... – a grudei em meus braços e agradeci. – Obrigada Liza, o que seria de mim sem você na minha vida?
– Que isso dona Samantha, a senhora é um exemplo de mulher, e ainda passar por tudo o que passa, não é fácil – quando percebeu meu olhar, me olhou assustada se desculpando. – Desculpa, não deveria ter dito isso.
– Tudo bem Liza, sei que está comigo há muito tempo, tem liberdade para dar a sua opinião.
Ela ainda me olhou constrangida, mas sorri e comecei a brincar com minha filha que logo começou a bagunçar meus cabelos dizendo:
– Mamãe, mamãe... Sorvete.
– Mas nem pensar, mocinha! Passou a noite toda dodói, escolhe outra coisa – pareceu pensar e olhei para Eliza perguntando:
– Rebeca está em casa?
– Estava dormindo no sofá quando cheguei, acordou perguntando de Diana e depois foi para o quarto.
– Entendi, agora você mocinha – peguei minha filha apertando-a no colo dizendo – vá se arrumar que iremos sair.
– Oba, oba...
– Pode ir conosco, Liza?
– Claro, dona Samantha!
– Estamos combinadas, vou tomar banho e assim que tomarmos café vamos ao shopping, preciso comprar algumas roupas para essa mocinha que está crescendo muito rápido para o meu gosto.
Diana correu para os braços de Eliza, inspirei fundo, levantei e fui para o meu quarto. Rebeca estava jogada seminua na nossa cama, sinceramente não sentia mais nada por ela, as vezes até sentia repulsa por estarmos convivendo juntas na mesma casa sabendo do que ela andava aprontando, mas infelizmente. Enfim, pensar na minha covardia não ajudava em nada.
Quando saí do banheiro enrolada na toalha, ela se virou na cama e me olhou sorrindo e com malícia no olhar foi dizendo:
– Faz tempo que não a vejo nua em nossa cama!
– Se depender de mim vai continuar assim – gargalhou sarcástica dizendo:
– Ainda está com aquela ideia idiota de separação?
– Estou sim, embora você esteja brincando comigo.
– Não estou brincando com você, quero o melhor para nossa família.
Olhei fuzilando-a com os olhos a caminho do banheiro para me trocar dizendo:
– O melhor para nossa família? Passar noites e mais noites na rua, bebendo e gastando dinheiro com prostitutas, é isso que chama de melhor?
Ela levantou e me olhou irônica, com censura nos olhos dizendo amarga:
– Vou procurar na rua o que não tenho em casa.
Entrei no banheiro sobre as gargalhadas e provocações dela, quando voltei ao quarto, mal disfarcei a tristeza em meus olhos, suspirando disse:
– Enquanto você estava procurando na rua o que não tem em casa, eu passei duas noites acordada com nossa filha doente.
Comecei a caminhar para a porta quando ela levantou e veio em minha direção, tomei um susto, mas pareceu sincera quando perguntou:
– O que a Di tem? – fechei os olhos e disse cansada:
– Acredito que o restante dos dentinhos dela que estejam nascendo, estava chorosa e febril – quando a olhei, tentou passar a mão em meu rosto, desviei saindo do quarto, antes ainda disse – precisamos conversar sobre uma proposta de trabalho que recebi no Rio, é importante para mim.
– Se for relacionado aquele seu projeto sem futuro não quero saber.
– Tem a ver sim, mas não diz respeito só a ele – ela se jogou na cama resmungando:
– Depois conversamos sobre isso Samantha, agora vou dormir mais um pouco porque estou cansada.
– Claro, como queira.
Balancei a cabeça desanimada e segui para a cozinha onde preparamos o nosso desjejum e seguimos para o shopping, passamos o dia correndo com Diana pra cima e pra baixo. Almoçamos por lá mesmo e a tarde seguimos para o playground localizado ali dentro do prédio. Estava exausta, não aguentei o pique da minha filha e acabei sentando.
Peguei meu celular e fiquei pensando na ligação da Bia na madrugada e resolvi ligar para ela. Tocou três vezes e estava quase desistindo quando ouvi uma voz sonolenta do outro lado respondendo arrastada, sorri dizendo:
– Oi Bia!
– Sam?
– Desculpa, acordei você? – Ouvi barulho do outro lado, e logo ela disse:
– Não acordou não, estava levantando já.
– Sei, não é o que está parecendo.
Gracejei sorrindo, péssima mentirosa ela era, meu coração disparou, estava nervosa, não consegui dizer nada e ela brincou:
– Então, porque me acordou mesmo?
Sorria, parecia estar se espreguiçando do outro lado, sorri dizendo:
– Não disse que tinha te acordado, mentiu para mim.
– Uma mentirinha de nada – sorriu do outro lado sussurrando – você está bem? Como a pequena maravilha está?
Meu coração quase parou com ela preocupada conosco daquele jeito, há muito tempo não sentia aquela leveza em meu coração com alguém além de meu irmão preocupado comigo, respondi:
– Estamos bem, obrigada por perguntar. Ela bem melhor que eu, está correndo e brincando o dia todo e me levando a loucura.
Gargalhou do outro lado, aquela risada me fez arrepiar, me distraí não entendendo o que ela havia dito perguntei novamente:
– Desculpa Bia, não entendi o que disse!
– Perguntei quando que irei conhecer a pequena maravilha?
– Ah, espera que te mando uma foto.
– Claro.
Peguei e abri o Whats mandando algumas fotos de Diana sozinha e comigo para ela, depois retornei para o fone sorrindo:
– Essa é minha filhota.
– Ela é linda Sam, me atrevo a dizer que a mãe é mais linda, mas acredito que não irá gostar.
Fiquei encabulada, ela tinha um jeitinho peculiar de me deixar assim, sorri dizendo:
– Não sou não, minha bebê é maravilhosa.
– Foi o que eu disse!
E ficamos conversando um bom tempo até Diana vir cansada e adormecer em meu colo, prometi ligar depois para a Bia e seguimos para casa. Onde para variar não encontrei Rebeca, o que também foi um alívio, dei o restante do dia de folga para Eliza, embora ela morasse conosco, tinha vida fora de nosso convívio, e eu fiquei curtindo minha filha.
Assim os dias foram passando, entre ligações e vídeos chamadas com a Bia, Diana conheceu ela, as duas se deram bem logo de cara. Também, quem não gostava da Bia? Olha eu boba aqui fazendo elogios. Em uma dessas conversas, ela falou da nossa similaridade e eu contei que a Di era adotada, mas ela continuou afirmando que nós duas nos parecíamos muito. O sorriso era certo quando conversávamos.
No início daquele mês teria um congresso em Brasília, e como estava me desligando da empresa onde trabalhava, comecei uma semana dura de treinamento e não pude viajar, mas foi uma equipe em meu lugar. Estava com mais tempo livre para conversar com meu irmão e o pessoal sobre o nosso projeto. Na próxima quarta-feira iria viajar e estava ansiosa para reencontrar a Bia, deveria dizer que estava ansiosa para assinar o contrato com a “P&H Coffee” no dia seguinte, mas o encontro com a Administradora da empresa que estava tirando meu sono.
No domingo de manhã havia discutido com Rebeca, ela chegou bêbada em casa novamente e na hora do almoço falei sobre a minha oferta de emprego, dera de ombros nem se importando, deixei como estava e tentaria iniciar o assunto novamente quando ela estivesse sóbria. Fiquei assistindo com Diana na sala, Eliza tinha tirado o dia de folga então, estávamos só eu e minha pequena, mas logo ela adormeceu. A levei para o quarto e acabei cochilando também.
Acordei com pezinhos pequenos em meu rosto, sorri e fiquei brincando com ela até alcançar o celular e ligar para a Bia. Agora estávamos conversando quase que diariamente, sorri ao ouvir sua voz e senti meu peito se encher de carinho e amor... Estava me apaixonando por ela e isso começou a me assustar.
Fim do capítulo
Boa noite meninas...
Passando para atualizar, desculpa a demora, mas estamos de volta...
Volto logo com o próximo...
Bjs, se cuidem
Bia
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]