A AUTORA por Solitudine
DEZEMBRO
“Era uma mulher!” – pensou ao ouvir a ligação cair – Uma mulher... – olhou intrigado para a esposa
--E você pensou que fosse quem? Um amante? – desejava reverter a situação – Eu não aguento mais esse controle, Samir, essa vigilância toda! – chorava – Você acha que eu tenho um amante? – olhava para ele – Eu nunca tive outro homem na minha vida, nunca! – falava a verdade
--Sazii... – não sabia o que dizer
--Você ouviu, era uma mulher e não um amante! – continuava chorando – “Era a mulher que eu amo!” – pensou ao cobrir o rosto com as mãos
--Eu não entendo... – colocou o celular da esposa sobre o móvel – Essa sua amiga... por que desligou?
--Você berrou com ela, será que não percebe? – virou-se de costas para o homem – “O que será que Vera vai pensar, meu Deus?” – preocupou-se
--Eu... – foi até a esposa e a abraçou – Sazii, me perdoe, eu...
Desvencilhou-se dele com raiva. – Você não me deixa nem rezar em paz! – acusou – Não me deixa desabafar com uma amiga em paz! – não parava de chorar – Baba está internado, tenho medo, me sinto confusa... – soluçou – Eu me sinto tão confusa, tenho tanto medo... – chorou com muita dor
--Sazii... – envergonhava-se das atitudes que tomou naquele dia
--Deixa eu ficar sozinha... – pediu sob lágrimas – Eu quero ficar sozinha... – soluçava
--Sazii, eu fico aqui e consolo você! – insistiu
--EU QUERO FICAR SOZINHA, VOCÊ NÃO ENTENDE? – berrou
--Sazii? – estranhou a atitude
Latifah ainda estava acordada e ouviu o berro, porém sem entender o que a mãe havia dito. – Que é isso, gentem? – arregalou os olhos – Não me diga que papys voltou a atacar? – pegou o celular e foi procurar pelos pais – Acabar com isso! Chega dessa merd*! – afirmou decidida
--Vá embora, por favor... – a morena se abaixou no chão e se encolheu toda – Eu quero ficar sozinha... – chorava – Me deixa sozinha... – deitou-se
Sem saber o que fazer, Samir saiu do cômodo e deixou Sayruci chorando copiosamente.
--Mas o que é que tá acontecendo aqui, hein? – Latifah deu de cara com Samir deixando o cômodo – Você bateu nela, foi isso? – olhava para o homem de cara feia – Bateu nela, responde? -- ouvia a mãe chorar – Ficou surdo? – perguntou enfurecida
--Isso são modos de falar comigo, menina? – perguntou indignado – Sou seu pai, Latifah, seu pai! – respondeu com o dedo em riste
--E não tem moral pra ficar nervosinho uma vez que se porta como um covarde que bate na mulher! – respondeu no mesmo tom – Eu disse que se você batesse nela de novo... – mostrava o celular
Ficou magoado com o que ouviu mas se conteve. -- Não bati! – respondeu com a verdade – Se duvida, pergunte a sua mãe! – sentia-se perturbado – Converse com ela! – foi embora dali
Latifah entrou no cômodo encontrando a mãe deitada no chão e chorando muito.
--Own, mamys... – sentou-se no chão e a acolheu nos braços – Chorando encolhidinha aí que nem um bichinho? – sentia muita dó – Own, chora não... – beijou a cabeça dela – Chora não... – emocionou-se com a situação
Sayruci abraçou-se com a filha e nada respondeu. Continuava chorando e sentindo muita dor.
***
--São Paulo é igualzinho a gente vê na TV e muito mais, não sabe? – Abigail contava para Rita e Jailson – Tem tanta coisa, tanta modernidade, uma ruma de gente andando por todo canto que só vendo! – gesticulava – E tanto japonês, chinês, esse povo dos zoínho puxado vendendo de tudo e mais um pouco!
--E vende as coisa barata? – Rita perguntou curiosa
--Diz que é cada coisa das mais moderna do Japão! – Jailson exclamou empolgado – E da China!
--Tem pra todo bolso, mulher. – pegou uma sacola plástica – E falando nisso, trouxe umas lembrancinha pra vocês. – entregou o presente de Rita – Repare não que eu sou pobre, vocês sabe. – entregou o de Jailson
--Mulher, que bolsa linda!! – arregalou os olhos – Tem até um bichinho pendurado, espia!
--É de marca, Rita! – Jailson reparava – Olha o que eu ganhei! – sorria todo prosa – Blusa e bermuda da Bike! Tô chique! – estava feliz – “Vou tirar onda no forró!” – pensou
--Comprei tudo na 25 de Março. – contava – É tanta coisa bonita e bicho que toca, bicho que pisca! – aproximou-se dos dois e falou mais baixo – Comprei até um chaveiro que toca pra Duarte!
--Pra Duarte? – perguntaram em coro
--Oxe! – Rita não entedeu
--É só assobiar que o bicho toca! – continuava falando baixo -- Assim se a gente quiser saber se ele tá por perto, bastou assobiar, não sabe? – todos riram
--Agora que já contasse como foi com tua tia e mais na cidade, fale do tal do Congresso. – Rita pediu – Fizesse sucesso?
--Ói, nas tuas férias, Rita mais eu bem demo umas dedada no computador, modos de te dar ponto! – o homem comentou sorridente – Fiz tanto tec-tec que até a cabeça do dedo inchou, espia! – mostrou o indicador
Abigail gostou do que ouviu mas não pretendia falar do Congresso. – Agradecida a vocês. – parou diante do computador – O Congresso foi interessante, marquei presença... – gesticulou brevemente – Fiz um discurso no encerramento... – distorceu a realidade
--Fizesse, mulher? – Rita se surpreendeu – Então... Tu agora tá famosa no meio! – concluiu sorridente
--E isso dá dinheiro? – Jailson perguntou empolgado
--Calma, que ainda falta passar muita água por debaixo dessa ponte. – Abigail comentou cuidadosa – Agora vamo labutar que o dia começa! – bateu uma palma – Simbora!
Os três ocuparam seus respectivos postos e deram início a mais um dia de trabalho.
--Morada dos Deuses Palace Hotel, bom dia? – Abigail atendia ao telefone
--Recepção, bom dia! – Rita atendia a uma chamada interna
Jailson correu para auxiliar um casal que descia para fazer check out.
***
--Desculpe vir lhe incomodar, mas eu precisava muito conversar com a senhora. – Samir iniciava a conversa – Sei que não está sendo fácil com meu sogro internado, só que... eu não conseguiria esperar mais. – falava com formalidade
--Sem problemas, Samir. – Zorayde respondeu ao beber um gole de chá – Você pode me procurar para conversar sempre que precisar. – cruzou as pernas – “O que será que ele quer?” – estudava o rosto do homem
--É sobre meu casamento com sua filha. – cruzou as pernas também – Aconteceu uma situação na noite em que voltamos do hospital que me fez refletir bastante. – sentia-se envergonhado – Sazii foi rezar escondida no jardim e eu... Eu acho que atrapalhei esse momento dela. – abaixou a cabeça – Ela sofria pelo pai. – entrelaçou os dedos das mãos – Depois, mais tarde, de madrugada na verdade, surpreendi ela em uma ligação telefônica e fiquei louco. – pausou brevemente – Pensei que se tratava de... – olhou rapidamente para a sogra – Um amante.
--Hum... – ouvia atentamente
--Eu gritei com ela, peguei o telefone e gritei com a pessoa do outro lado e qual não foi minha surpresa quando percebi que era uma mulher!
--Uma mulher? – perguntou desconfiada
--Sazii teve uma crise de choro e me jurou que fui o único homem da vida dela... – descruzou as pernas e esfregou o rosto com as mãos – Morri de arrependimento!
--Eu apostaria o fígado que ela diz a verdade! – respondeu enfática – Sayruci não está interessada em outros homens, Samir! – olhava para o genro – “Até porque sempre gostou de mulheres.” – pensou contrariada
--Acredito nisso. – respondeu envergonhado – E refleti muito honestamente que eu não soube cativá-la. – admitiu – Eu não soube fazer com que construíssemos um amor.
--E aonde você quer chegar? – bebeu o último gole de chá – O que quer eu faça? – foi direto ao assunto
--Por favor, me ajude? – pediu como um menino – Eu amo sua filha, não imagino a vida sem ela! – falava como se sentia – Eu preciso de ajuda pra poder finalmente conquistá-la, mas não sei o que fazer! Não sei como fazer! – olhava nos olhos da sogra – Desde que voltou de São Paulo Sazii absolutamente não aceita que eu a toque! – confessou – Não que algum dia ela tenha gostado, mas... parece que ficou pior. – levantou-se e andou um pouco pela sala – Latifah já andou me dizendo poucas e boas e eu refleti e vi que fui agressivo, fui violento com ela, não devo ter sido um homem muito interessante nos outros quesitos... – pensava em sex* – Não sei o que fazer pra reverter isso, mas eu quero! Eu preciso! – implorava ajuda com os olhos
“Será que Sayruci está tendo um caso com uma mulher?” – pensou intrigada – Samir, uma vez que está me dizendo essas coisas, posso também ser transparente com você e lhe dizer minha opinião. – olhava para o homem – Minha filha se queixou comigo uma vez sobre ser vítima de violência de sua parte. Fosse verbal e até mesmo física! – percebeu que o homem abaixou a cabeça envergonhado. -- Embora eu não seja a favor de um divórcio, não gostei de saber disso! – falava com firmeza – Saiba que meu marido nunca me encostou um dedo com intuito de me agredir! – pausou brevemente – Não era isso que eu esperava para minha filha quando aceitamos o casamento dela com você! Sorte a sua que ela não tenha levado o ocorrido ao conhecimento da polícia!
Ajoelhou-se diante da sogra. – Se soubesse o quanto me arrependi por isso! – dizia a verdade – Reconheço que fui um grosso, ignorante, idiota! – os olhos marejaram – Não tem perdão pro que fiz, mas agi assim por desespero! – tentava se justificar – Por mais que eu tentasse trazer Sazii pra junto de mim, parecia que mais longe ela ficava... então recorri à violência como recurso...
--Sabe que isso NÃO É aceitável! – respondeu com um tom mais firme
--Sei sim... – abaixou a cabeça – Vou compreender se não quiser me ajudar... – respondeu com humildade
--Tudo bem, Samir. Fique tranquilo. – respondeu calmamente – Dê um tempo pra ela, não a procure por enquanto e confie em mim que vou conversar com ela. – pensava em mil coisas – Sei como ajudá-lo, mas terá que ser paciente, além de me prometer que nunca mais será violento com ela!
--Obrigado, minha sogra! – sorriu agradecido – Prometo que serei digno dessa ajuda! Prometo que nunca mais serei violento com Sazii!
--Tenho certeza. – sorriu – “A primeira coisa que farei é contratar um detetive para descobrir tudo que Sayruci fez em São Paulo!” – decidiu – “E com essas informações nas mãos, vamos ter uma conversinha entre mãe e filha!” – pensou – “Eu não quero que minha filha descambe em loucuras por aí!”
***
Abigail pesquisava seu ibope no site da Academia Lésbica.
“E agora, como vai ser depois do fiasco no Congresso?” – pensava – “Mantenho o projeto Gail, desisto, reformulo?” – questionava-se – “As miseráveis continuam não lendo!” – reparava no número de leituras – “Não fosse as dedada de Rita, Jailson e mais eu, continuava com meia dúzia de acessos...” – suspirou – Oxe, tem comentário novo? – sorriu ao perceber que uma leitora real lhe escrevera – Simbora ler! – clicou em cima
Boa noite autora! Estou amando esse conto! Os mistérios do antigo Egito apresentados através de sua escrita única e inspiradora me fazem perder o fôlego! Posta mais que estou ansiosa para ler! Mal tenho dormido todas as noites só na espera!
--Finalmente! – sorria de orelha a orelha – Uma fã que soube ver o meu valor! – continuou a ler
Também devo dizer que estive presente nos quatro dias de Congresso da Academia Lésbica e não pude deixar de notar sua presença. Primeiro chegando deslumbrantemente de limosine em plena capital paulista e depois arrasando no encerramento do evento com aquele discurso provocador.
Só tenho uma palavra: soberba!
--Ave Maria, mas essa é fã mesmo! – estava toda prosa
Onde Paty Golezzo anda que não escreve uma linha sobre Gail Nasser? Difícil explicar isso aí.
Mas eu fui arrebatada pelo seu talento incomparável e estou disposta a te promover Brasil afora. Tenho influências e contatos.
Se interessar, me liga: 82 930891457.
Beijocas!
Mal podia acreditar. – Mas pia só isso, o plano acabou dando certo! – estava animadíssima – É claro que eu vou ligar pra essa fã, ah, se vou! – desmanchou o sorriso – Mas sem crédito não dá... – lembrou-se do detalhe – Deixe estar... – espremeu os olhinhos – Ligo do hotel quando Duarte der uma sopa!
***
--Paty, deixa eu te contar, acho que você vai precisar dar uma atenção ao conto daquela louca de pedra da Gail Nasser! – Bruna advertia ao telefone
--E por que? – não entendia
--Acabei de gerar as estatísticas do mês de novembro e o conto dela foi o mais acessado no período. – olhava para a tela do computador – Passou na frente até das Dez Mais. E de todas elas! – frisou
--O que??? – não acreditava – Será que ela armou alguma mutreta, hein? Kaozeira como é... – desconfiava
--O contador do site é simples, amiga, ele só conta os acessos e nada mais. – esclareceu – Com ou sem mutreta, você sempre escreve uma coluninha sobre a autora do conto mais lido do mês. E dessa vez é a Gail!
Acabou achando graça. – Figura... – balançou a cabeça – Tá bom, eu vou ler aquilo e escrever a respeito. – concordou – Minha última coluna de 2015 será sobre Gail Nasser, quem diria? – não acreditava
--Faz parte, amiga. Se consola com a penúltima, que foi sobre o Congresso e bombou!
--É isso aí. – terminava de arrumar a mesa para o lanche – Eu vou comer uma coisa aqui rapidinho e já vou ler o conto dela. Amanhã ou depois eu lanço a coluna. – sentou-se na mesa
--Tá bom, valeu. – agradeceu – E no mais, amiga? Você rodou, enrolou, desconversou e até hoje não respondeu! Pegou alguém no Congresso? – queria saber
--Hum, quisera... – respondeu pensativa – Desde o término do meu namoro com a Drica tô largada geral. – lamentou – Nem resfriado eu tô pegando! – reclamou
--Vai ver cê anda muito exigente!
--Eu acho que tá é faltando sapinha no mercado! O brejo anda seco, amiga!
--Só se for aí no Rio, porque aqui em São Paulo as sapinha tão batendo cabeça!
--Jura?? – ficou surpresa ao saber – Mas como pode ser se estive aí por conta do Congresso e nada?
--Porque você bebeu, comeu, respirou, viveu só o Congresso! – justificou – Vem de boas que você vai ver só!
--Hum... – pensava no fato -- Acho que nas férias vou tirar uns dias por aí! – considerou
--Vem que você não vai se arrepender! – incentivou
--Coisa a se pensar... – achava a ideia interessante
***
Sayruci passava a noite com pai no hospital. O homem também vinha apresentando problemas renais e já havia se submetido a duas dolorosas sessões de hemodiálise. Após fazer uma fervorosa oração em favor dele, ficou pensando na vida e em sua situação com Vera. Desde que fora surpreendida por Samir não ligou mais para ela, tampouco escreveu. Sentia-se extremamente em dúvida quanto ao que fazer, pois não via futuro para aquele relacionamento ao mesmo tempo em que não desejava desistir dele.
“Como poderia ser? Eu não tenho uma renda, sou uma prisioneira do casamento e da família e tenho medo de jogar tudo pro alto e romper com a vida que levo aqui.” – refletia sobre a realidade – “Vera é tão pobre, tem uma vida tão dura...” – sentia pena da outra – “Eu não teria apoio de ninguém, nem mesmo de Latifah. Duvido muito!” – mirava um ponto no infinito – “Vera se apresentou inteira pra mim e ela sequer sabe meu nome! Isso não é certo, não é justo com uma pessoa tão sofrida!” – debatia-se em seus dilemas – “Eu conto a verdade a ela? Digo quem eu sou e confio que ela não vai me expor?” – sentia-se em dúvida – “Ah, Deus do Céu, o que fazer?”
Amin acorda e lentamente vira a cabeça para a direção de Sayruci. Percebeu que ela estava completamente absorta em seus pensamentos e gastou uns segundos admirando a morena. Mentalmente lamentava muito por não ter sido o pai como agora entendia que ela merecia. --Filha? – chamou com voz fraca
--Baba! – levantou-se rapidamente e foi até ele – Precisa de alguma coisa? Está sentindo alguma coisa ruim? – perguntou preocupada
--Não... – respondeu calmamente – Queria apenas conversar com você. – deu um sorriso cansado – “Algo me diz que não teremos outra oportunidade”. – pensou pesaroso
--Estou ouvindo. – falou com brandura – O senhor já pensa em como será a festa de natal? – perguntou apenas para dar mais leveza ao clima
O homem sorriu sem nada responder a respeito. Não acreditava na possibilidade de passar as festas fora do hospital. – Preciso lhe dizer algumas coisas...– olhava para ela – Afinal de contas, em todos estes anos pouco pudemos conversar. – pausou brevemente – E única e exclusivamente por minha culpa.
--Vamos conversar então. – estranhava a atitude do pai – “Será que ele acha que vai morrer?” – perguntava-se
--Durante minha primeira sessão de hemodiálise, ouvi a conversa de umas enfermeiras. Elas não sabiam que eu podia entender o que estavam dizendo. – calou-se por uns instantes – Uma delas comentava que Deus mostra as coisas o tempo todo e as pessoas não veem porque não querem. “Tão rico, tão arrogante, tão nariz em pé e agora taí, fazendo hemodiálise igual a qualquer um.” – imitou a fala da mulher – E a outra respondeu assim: “Eu não sei a quem dona Sayruci puxou. Tão boa criatura que é.” – olhava para a filha – Ouvi quando ela disse que você ajudou a família dela na enchente do ano passado com o dinheiro da venda de uma joia que parecia uma coroa. – revelou – Deduzi que era a tiara que lhe dei quando Latifah nasceu.
A mulher abaixou a cabeça e nada respondeu.
--Morri de orgulho! – confessou
Sayruci ficou espantada. “Nossa! Ele realmente pensa que vai morrer, daí!” – olhou para o pai
--A conversa delas me fez pensar na vida, sabe? – engoliu saliva – E lembrar de tudo que seus avós me ensinaram mas eu não quis aprender. – confessou – Me fez pensar no homem que fui ao longo da vida: um filho que acreditava ser mais sábio que os pais, um marido infiel, um patrão explorador, um pai péssimo e um avô distante! – derramou uma lágrima
--Baba... – segurou a mão dele – Não acha que deveria esperar se sentir mais forte para ter esse tipo de conversa? – aconselhou com brandura – As emoções podem lhe deixar sobressaltado...
Sorriu. – Sabe quando o coração pede ardentemente pra você fazer alguma coisa? O meu está me pedindo, me implorando, gritando... – calou-se brevemente – Deixe-me falar, por favor. – pediu com humildade
--Perdoe, baba. – balançou a cabeça – Desabafe, então.
--Onde estão seus irmãos agora? – segurava a mão da filha com carinho – Khalid não vem porque a esposa quebrou a perna, Mohamed falou que final de ano é complicado por causa dos negócios e Halil... – achou graça – Esse aí deu nem satisfação! Se limitou a mandar um bonequinho pelo QQOV? desejando melhoras. – pensava nos filhos – Eu sei porque é assim... Eu não soube cativar meus filhos... – admitiu – Mal puderam andar pelas próprias pernas e foram embora pra poder experimentar o gostinho da liberdade. – não culpava os filhos – Só você ficou, minha melhor filha. Aquela que eu e sua mãe nunca deixamos ser feliz...
--Baba... – os olhos marejaram
--Eu não tenho mais tempo de reverter tudo errado que fiz! Não tenho mais tempo de ser carinhoso com você... – apertou a mão da filha – Mesmo com todo meu dinheiro não posso voltar atrás e te deixar brincar como qualquer criança, não posso permitir que você estude na escola técnica ou permitir que se forme na faculdade... – controlava-se para não ceder ao choro – Não posso voltar atrás e deixá-la se casar com a pessoa que seu coração mandasse, não posso... – pensava nos erros que cometeu – E agora sequer posso interferir pra sua mãe a deixar em paz. – engoliu saliva – Comigo anulado aqui dentro, quem manda em tudo, inclusive no meu dinheiro, é Zorayde...
Sayruci secou os olhos com as costas da mão. Não conseguia falar coisa alguma.
--Então eu só posso te pedir duas coisas, filha. – derramou uma lágrima – Não se permita mais ser esmagada como sempre foi! – falava com a maior firmeza que podia – Seja sábia, prepare os caminhos primeiro e só depois parta pro confronto direto! Saiba se proteger! – pensava na esposa e no genro – E lembre-se que você pode não ter renda, mas tem joias e elas valem muito! Não só pra que ajude os outros mas para ajudar a você mesma! – respirou fundo – É doloroso demais amargar a culpa de ter te deixado a infelicidade por herança... Quero tentar ao menos com minhas palavras te ajudar a ter forças pra lutar!
--Baba... – não sabia o que dizer
--Você precisa acreditar que é capaz! – aconselhou – Precisa acreditar que tem condições de finalmente tomar suas decisões por si mesma!
“Se ele soubesse o quanto desejo ardentemente ter forças...” – pensou
--Não tenha raiva da sua mãe... – respirou fundo – Ela não era assim... Eu ajudei muito pra que ela se tornasse a mulher de pedra que se tornou... – confessou – Mas seja sábia, ouça o que diz seu pai. E tenha muito cuidado com suas emoções, pra que elas não a deixem vulnerável...
Ouvia calada.
--E a segunda coisa que preciso lhe pedir... lhe implorar na verdade... – engoliu saliva – Perdoa seu baba? – pedia com muita humildade – Perdoa, filha?
Sem dizer uma palavra Sayruci abraçou o pai e ambos choraram por tudo aquilo que se passou e não poderia mais ser mudado. No entanto, em seu coração, a mulher renovou as esperanças de que poderia ser capaz de vencer as próprias fraquezas para mudar de vida e ser feliz.
***
Abigail estava indócil. Ao saber que Paty Golezzo havia citado seu nome na coluna da autora do mês, mal conseguiu se concentrar no trabalho. Chegando em casa, nem foi tomar banho ou comer. Imediatamente ligou o computador e buscou o que a outra escreveu.
--E eu que nem me atinei que aquelas dedada podia me dar o presente de ser a autora do mês! – estava empolgada – Abigail, teu plano deu certo e como deu! Tu se superasse! – preparou para ler
Autora do Mês: Novembro
Por Paty Golezzo
Olá meninas!!
Como acontece todo mês, eis que venho comentar a autora que mais se destacou no mês de novembro. Esse mês maravilhoso no qual conseguimos a vitória de realizar o Primeiro Congresso Nacional de Literatura Lésbica, sobre o qual cantei em verso e prosa no meu último texto.
A vida é recheada de surpresas e qual não foi a minha ao descobrir que a revelação de novembro foi simplesmente a novata Gail Nasser, que surgiu no lesboverso de repente e participou do Congresso investindo pesado em sua “proposta egípcia”.
--Ave Maria! – sorriu – Ela teve que dar o braço a torcer! – comemorou
Gail se diz egípcia e a propaganda ao redor dela insiste em afirmar que se trata de um fenômeno; uma autora lésbica que conseguiu a proeza de fazer sucesso no norte da África e no Oriente Médio, apesar de todo conservadorismo e austeridade extremos que imperam naqueles lugares. A autora também teria concedido entrevistas de longa duração para o canal Al-Jandirah, em que uma delas teria durado até impensáveis 8h, imaginem!
Curioso que qualquer busca na internet não revela citações sobre Gail Nasser em lugar algum, a menos no próprio site da Academia Lésbica onde ela postou o único de seus contos que tivemos a oportunidade de conhecer.
Usei um tradutor e escrevi o nome de Gail em caracteres árabes, sendo que nem assim pude encontrar qualquer menção sobre ela. Hum...
Para quem gosta tanto de um mistério, eis uma enigma a ser desvendado. Será que esta egípcia não seria uma brasileiríssima da gema querendo chamar a atenção com um fake pretensioso demais?
--Oxe! – franziu o cenho – Então essa bicha ao invés de encher minha bola tá querendo me detonar?
Sobre o conto, Lésbicas da Faraó me pareceu uma espécie de Frankstein literário, no qual se mesclam nítidas imitações do estilo de cada uma das Dez Mais. A história não prende, não cativa, peca por um imenso desconhecimento sobre o Egito e sua cultura (até eu percebi, vejam só!) e te deixa pensando sobre qual seria a mensagem que essa autora quer nos passar.
Recheada de expressões como: “vixe, pia essa ruma de múmia”, “a sala da Faraó estava em petição de miséria” e “faça o que eu digo ou aquele deus com as fuça de pombo te pega!”, é até uma piada se pretender ser uma narrativa séria e precisa quanto às tradições egípcias. O conto vai do nada para o lugar nenhum e é preciso muita paciência para ler até o final. Quer dizer, ainda não chegamos ao final pois a autora afirma restarem mais dois capítulos para concluir. Será que ainda tem jeito de melhorar? Um milagre ao final da história? Não sei, mas do pouco que conheço de literatura lésbica, duvido muito!
--Mas pia só pra isso, que fuleiragem da porr*! – reclamava furiosa – Bicha invejosa!
E por fim, profundamente intrigada em como tal conto conseguiu fazer tamanho sucesso para alcançar repentinamente cerca de 100 mil leituras em um único mês, fui ler alguns dos comentários recebidos e choquei. Qual não foi a minha surpresa ao perceber que as leitoras consistiam de perfis criados após o surgimento de Gail e que só comentam no conto dela! Diga-se de passagem, basicamente dois comentários que se repetem sempre sob nomes diversos e tão ímpares quanto Jailsina e Jailsônia.
--Humpf! – fez um bico – Bem que eu falei pra Rita e Jailson parar com aquela pistinga de copiar e colar as mesma coisa, não sabe?
A única coisa realmente verdadeira ao redor de toda essa situação foi que a renomada autora Khaalii fez um comentário de incentivo à polêmica Gail. Solidariedade entre as autoras? Deve ser.
Definitivamente não recomendo a leitura, a menos que vocês estejam sem nada interessante para fazer.
Dou nota 2,0 (só não carimbo um zero bem redondo porque, afinal de contas, criatividade para inventar loucuras ela tem de sobra!).
Esta que vos escreve se despede.
Beijos,
Paty Golezzo
–A bixiga não escreveu uma coisa que prestasse! – estava furiosa – Mas deixe estar, Paty Golezzo. Tu ainda vai comer na minha mão, visse?
***
Vera chegava na porta de uma verdadeira mansão no bairro de Higienópolis para entregar a última encomenda de chocolates eróticos do dia. Uma mulher residente naquele endereço simplesmente solicitou pouco mais de 50 peças de diversos tamanhos, cores e formatos.
“Isso é que gostar de uma sacanagem de chocolate!” – pensava ao estacionar
Tocou a campainha e foi prontamente recebida por um segurança alto, forte e mal encarado.
--O que a senhora quer? – perguntou de mau humor
“Moço simpático que chega dói!” – pensou ironicamente – Entrega de chocolate para a senhora Romilda Jansyon. – respondeu seriamente
Desconfiado o homem passou um rádio para alguém no interior da casa. Dentro de instantes, um mordomo vestindo fraque se apresentou seguido por um outro homem uniformizado e muito baixinho. Estalou os dedos e o colega abriu o portão.
“Eu hein! Parece dois pinguins perdidos nesse calor!” – pensou com vontade de rir – Chocolate para a senhora Romilda. – anunciou novamente
O mordomo reparou em Vera de cima a baixo com desprezo e respondeu: -- Deixe tudo aqui e nós levaremos. – estalou os dedos e o baixinho forrou uma espécie de carpete no chão – Aqui! – apontou
Sem pestanejar, Vera abriu o porta malas do carro e começou a retirar as peças, posicionando-as sobre aquele carpete. O segurança e os outros dois homens apenas observavam sem nada fazer.
--Tá tudo aí. – apontou
O mordomo estalou os dedos e os outros dois homens se posicionaram um de cada lado do carpete. Seguraram nas pontas e o levantaram.
--Mantenham bem esticado! – advertiu – E muito cuidado para não avariar nenhuma das peças de madame.
--Sim senhor! – ambos responderam antes de seguir para dentro
--Bem, tudo certo, então tá então! – Vera deu um tchauzinho – Tô indo. – preparou-se para partir
--Senhora, por gentileza? – o mordomo chamou
--Sim? – olhou para o homem
--Saberia dizer se madame teria encomendado também o... – pigarreou – pintinho de chocolate tamanho XG com recheio de leite condensado com brigadeiro? – aguardava a resposta
“Ah, é aquele que parece um cabo de vassoura!” – lembrou – Pediu sim, uai. – confirmou
--AHAHAH!!!!! – deu um grito fino e pulou batendo palminhas – Esse natal promete! – imediatamente se conteve e respondeu com formalidade – Obrigada. – sacou umas notas do bolso da calça – Para a senhora. – estendeu a mão e Vera recebeu – Aproveite bem e com sabedoria! Nada de bebedeiras! – recomendou com arrogância – Com licença! – fechou o portão e se retirou
--Bebedeira, até parece, uai! – entrou no carro e olhou para a gorjeta que recebeu – Ah! – riu brevemente – Ele me dá quatro reais e fala pra usar com sabedoria. – ligou o carro – Só me aparece gente doida, Ave Maria! – partiu
Horas mais tarde, Vera terminava de tomar banho e decidiu se deitar um pouco. Havia trabalhado no conserto da bomba d’água do prédio e estava cansada, porém sem fome. Pegou o celular e decidiu verificar se havia alguma mensagem de Khaalii.
“Ela nunca mais me procurou desde aquele dia.” – pensava – “Será que ela é casada com aquele homem que berrava feito um condenado?” – sentia-se insegura – “Será que prima Socorro tem razão e ela não passa de uma mulher hetero gastando o tempo com uma lésbica disponível?” – não queria aceitar aquela possibilidade – “Ai, Khaalii, você deixa a caipira doida...” – constatou um e-mail dela – Eita! – sentou-se rapidamente – Como que tava aqui desde ontem e eu não vi? – clicou para ler
Vera querida, minha doce caipirinha,
Espero que esteja bem e começo te pedindo perdão. Perdão por nunca mais ter lhe procurado até então, perdão pelo que aconteceu naquela noite em que te liguei.
Você ouviu uma voz masculina. Um homem berrou comigo, berrou com você e certamente ficou no ar aquela dúvida sobre quem seria ele. Ainda não é a hora de eu me revelar para você, mas posso lhe dizer que se trata de um grande opressor na minha vida e com o qual tenho que tomar muito cuidado.
--Quem será esse sujeitinho canalha? – revoltou-se – Será que o miserável é do tipo que tem coragem de bater em mulher? – questionou-se preocupada – Então deve ser por causa dele que ela tem tanto medo, uai! Tem medo que o canalha descubra do que ela realmente gosta! – voltou a ler
Ontem uma pessoa da minha vida se despediu desta Terra, mas apesar disso estou muito tranquila vivenciando esse luto. Tivemos tempo de desabafar muitas coisas e de exercer a graça do perdão conforme Deus nos ensina.
Pode parecer estranho, mas foi algo que me deu mais coragem para lutar por mim mesma e vencer o medo que me mantém presa dentro de mim. Peço apenas que tenha paciência comigo pois não estou brincando com seus sentimentos ou me aproveitando.
Eu te amo, sua caipira saliente! rs
Ficou toda prosa ao ler aquela declaração. – Ela me ama! – sorriu
Sei que sua posição é mais delicada neste relacionamento que começamos sem planejar. Você sabe nada sobre minha identidade, mas repito que me conhece melhor que ninguém.
Na devida hora vou me apresentar para você, da mesma forma que tão humildemente você fez para mim. Por favor, paciência. Por favor, me espere!
--Espero, Khaalii! Eu espero! – estava emocionada
Você foi a melhor coisa que 2015 me trouxe!
Feliz natal, meu amor!
E que em 2016 nos encontremos de novo! Estou ansiosa por isso!
Com amor,
Khaalii
--Eu acho que a gente bem tá namorando! – concluiu empolgada – Ave Maria, ganhei uma namorada incrível, inteligente, delicada, linda que chega dói, gostosa, boa de cama... – suspirou – E ainda por cima é a melhor autora do mundo! – sorria como boba – Obrigado, viu? – olhou para cima e se levantou – A caipira tirou a sorte grande! – começou a dançar – Uh, caipira, uh, caipira, uh, caipira!! – pulava como criança
De repente, fortes batidas se fizeram ouvir. O vizinho do apartamento de baixo dava cacetadas com um cabo de vassoura no teto. – porr*, Vera, dá um tempo! – gritou – Continuar nessa não pago o condomínio! -- ameaçou
--Mas que inferno! – parou de pular – Síndica sofre, viu?
***
--Olhe, que eu tô muito agradecida de você ter se deslocado de Maceió até aqui só pra vir me ver, não sabe? – Abigail comentava sorridente – Inda mais nesse período corrido entre natal e ano bom!
--O que uma fã não faz pela autora preferida, né, mulher? – perguntou bajulando – Ia até pro Egito mesmo, se fosse necessário! – sorriu
“Eita, que essa aí é fã! Muito fã!” – pensou toda prosa
--Eu li o que a talzinha da Paty Golezzo escreveu sobre ti na coluna dela! – franziu o cenho – A bicha destilou inveja do começo ao fim! – gesticulou
--Ainda bem que é você a dizer isso e não eu... – respondeu com falsa modéstia – “Ói como que ela ficou mordida com a fuleiragem daquela bicha!” – estava radiante
Abigail e sua admiradora conversavam na praça de alimentação do Natal Shopping.
--Mas eu sei o que é isso e vou te dizer! – debruçou-se sobre a mesa – Esse meio de autora lésbica é tudo uma patotinha, sabe como? – gesticulou – Elegem umas e outras aí pra promover, enchem a bola delas, muita bajulação, muita puxação de saco e a mulherada toda vai na onda! – fazia uma intriga – Aí começa a ler só aquelas autoras ali. Todo mundo que começa a ler, vai seca naquelas autoras ali, da patotinha! – explicava seu ponto de vista -- Pode surgir quem for, uma autora que bote as bicha tudo no chinelo, mas se não faz parte da patotinha NÃO TEM CHANCE! – enfatizou o final da frase
--Tá certa... – concordava balançando a cabeça
--E esses número de leitura gigantescos, esse tanto de comentário de mulher de toda parte, hum! – continuava falando -- Tudo combinado! – deu um soco na mesa
--E é? – respondeu intrigada
--Claro que é! – afirmou enfática -- Aí depois Paty Golezzo vem falar de você! Insinuar que foi tudo armação... E as mutreta que as autoras da patotinha fazem, por que ela não vê? Te digo porque: porque ela faz parte dessa fuleiragem! – olhava para a outra – Eu entendi muito bem qual foi a sua intenção o tempo inteiro e apoiei integralmente! – deu um soco na mesa
--Entendeu? – perguntou desconfiada – “Que será que ela entendeu?” – pensou
--Óbvio que você não é egípcia! Gail Nasser é um perfil fake. – afirmou sem rodeios – Mas você criou uma aura de mistério e frisson ao redor dela porque sabia que de outra forma seria só mais uma, com um punhadinho de leitoras daqui, um tantinho de leituras ali... – gesticulava enfaticamente – Você investiu num plano ousado pra se destacar, conseguiu, botou as Dez Mais no bolso nesse mês de novembro e deu no que deu! – outro soco na mesa – Como você não é da patotinha de Paty Golezzo, a moça deu um pití e foi deselegante o suficiente pra querer te detonar na coluninha de merd* que ela escreve! -- acusou
“Ave Maria, mas que fã que eu arrumei!” – estava orgulhosa – Ói, vou te contar... eu não poderia ter dito melhor! – concordava com tudo que ouviu
--E agora é hora da gente continuar botando essa mulherada toda no bolso! – aproximou-se mais da outra – Podemos fazer a coluninha daquela uma ter efeito contrário ao que ela queria e atrair centenas, milhares de leitoras pra querer conhecer a obra de Gail Nasser! – usava gestos de efeito – Se eu que sou exigente pra danar, li aquele conto e fiquei encantada, arrebatada, abestada, faz ideia as outra mulher! – sorriu – Posso fazer de você a maior autora lésbica do Brasil! – prometeu – Do Brasil? Haha! – riu brevemente – Do mundo!
--Vixe! – arregalou os olhos – Mas como? – estava indócil – “Essa fã era tudo que eu queria!” -- pensou
Cruzou os braços – Quer saber como? – fez um mistério – Me contrate e você vai ver!
--Contratar? – surpreendeu-se
--Vou te mostrar uma coisa. – pegou o celular – Já ouvisse falar em Miss Good? – perguntou como quem não quer nada
--Oxe, e como não? – respondeu de pronto – A mulher escreveu até uns capítulo praquele seriado Lena, A Princesa Faceira! – lembrava
--Espia aqui! – entregou o celular à outra
--Vixe! – arregalou os olhos – Pois se não é Miss Good, Judy Lawful, Maitê Oi’Donnor e você tudo agarrada? – estava pasma
--Essa foto aí nós tiramos depois das gravações do episódio Heart of Dryness, na sexta temporada do seriado. – exibia-se – Quem bateu foi o Job. – falava cheia das intimidades
--Job?? – não sabia quem era
--Jobert Clampert, o diretor e marido de Judy. – olhou para as unhas e as limpou – E ouve mais essa, eu tanto que disse pro cabra: homi, não mate Lena no final que isso não vai prestar! – gesticulava – Miss Good também falou: homi, escute o que Teodora tá dizendo... – lembrava do episódio – Mas o cabra era teimoso que só uma peste, né? Deu no que deu! Matou Lena e depois não entendeu porque as fã ficaram fula da vida!
Abigail estava impressionada. “--Ave Maria, que essa mulher tem poder, não sabe?” – devolveu o celular à outra – Eu tô besta! – confessou – Mas tenho que admitir uma coisa... sou lisa que nem um coco! Tenho dinheiro modos de lhe contratar, não... – abaixou a cabeça – “E quanto não haveria de me cobrar uma mulher dessa?” – pensou
Supreendeu-se com o que ouviu. – Ora, mas... – sorriu sem jeito – Você bancou uma produção no Congresso! – falava das montagens que Gail usava – E no primeiro dia chegasse de limosine! – lembrava – Você tinha até uma assessora, que eu lembro! – argumentou – “E que mulherzinha grande e sem graça, vou te contar!” – pensava em Vera
--Ah, mas aquilo ali... – não encarava a outra – Eu fiz um tanto de hora extra e bico pra juntar um dinheirinho e ainda tive ajuda de uma tia, não sabe? Não fosse isso...
--Hum... – pensava na situação – E você não podia pedir uma ajudinha pra essa sua tia aí? – insistiu – É de seu futuro que estamos falando!
--Ah, tenho cara pra isso não! – respondeu de pronto – E ela é idosa! Quem explora idoso é amaldiçoado, Deus que me livre! – benzeu-se
Deu um suspiro profundo. – Bem, eu não te cobraria muito... – cruzou as pernas – Só um investimento inicial de R$20 mil e depois umas suaves prestações que seriam calculadas na medida que fossem chegando os convites pra fazer novela, comercial, essas coisas....
--Vinte mil?? – chocou – Tenho não... – respondeu em voz bem baixa – “Também, pudera! Uma mulher influente dessa não podia cobrar barato...” – pensou
--Façamos assim. – sacou um cartão da bolsa – Pra começar, você investe R$5 mil, pronto! – entregou o cartão a outra – E a gente vai negociando conforme o sucesso acontecer. – sorria
--Vou pensar... – respondeu ao receber o cartão
--Pense mesmo, sem pressa... – continuava sorrindo – Te procuro lá pro final de janeiro, aí você me responde. Pode ser?
--Tá certo. – concordou timidamente
--Agora eu tenho que ir. – levantou-se – Prometi a Maria Betsaida que passava na casa dela ainda hoje – pegou a bolsa -- e não posso furar com ela. – exibia-se – Pegar um avião correndo e pousar em Salvador o mais rápido!
--Vixe! – arregalou os olhos novamente ao se levantar também – “Essa é poderosa mesmo!” – não deixava de se surpreender
--A gente se vê! – deu beijinhos de comadre – Tchau!
--Tchau! – despediu-se e ficou olhando para o cartão da outra – Teodora Blumberg, promoter, especialista em TV, cinema, música e literatura LGBT. – balançava a cabeça impressionada – Quisera eu ter condição de contratar uma mulher dessa! Minha vida tava ganha! – desejou
***
Quitéria e sua advogada conversavam ao telefone.
--Ontem finalmente recebi pelo correio as cópias autenticadas de todos os documentos de Abigail que pedi por sua orientação. -- a idosa dizia – Liguei pro hotel pra conversar com ela e dizer que tinha recebido tudo, mas continuei sem falar toda a verdade a respeito disso.
--Se a senhora está certa de que quer beneficiá-la com todos os seus imóveis e ações transferíveis por que ainda faz um certo mistério sobre isso? – Érica não entendia – No primeiro momento a senhora queria conhecê-la melhor, mas e agora?
--Durante nossa prosa de ontem ela acabou me falando que foi procurada por uma tal de Teodora Blumberg, que prometeu mundos e fundos em relação a carreira de autora lésbica que Abigail sonha em deslanchar.
--Oi? – não captou a ideia
--Mediante pagamento de uma quantia, que ela não me disse quanto seria, só falou que era um valor alto, a tal mulher disse que faria dela a autora mais renomada do mundo. – contava – Ou seja, nitidamente uma golpista, não sabe?
--Hum.
--Se Abigail souber que terá o tanto de dinheiro que ela vai ter, com certeza vai cair nas mãos de golpistas desse tipo a cada semana! – explicou o motivo de manter segredo
--E o que a senhora vai fazer então? – continuava curiosa
--Vá tratando desse processo, faça tudo direitinho como tem que ser. Quando ela tiver que assinar alguma coisa, me diga que darei um jeito de fazer acontecer. – pediu –Mas, por enquanto, eu vou esperar ela finalmente amadurecer. E eu sei que ela vai. – afirmou convicta – Abigail é uma pessoa boa, só um tanto iludida e ainda focada em coisas que não levam ninguém a lugar nenhum, mas ela vai crescer.
--E como a senhora tem tanta certeza disso?
--Porque o professor dela será o mesmo que o meu: o tempo. – respondeu com sabedoria – Nem que seja depois de morrer, verei isso acontecer. Oro a Deus todos os dias desde que a conheci!
--Que Deus lhe ouça, então! – Érica desejou -- Que a senhora veja essa mudança em vida, porque não tá em hora de pensar em morte!
--Ele vai ouvir... sempre ouviu! – pausou brevemente – Eu que demorei a ouvir o que Ele me dizia a todo momento...
***
--E tu acha que essa mulher é papo quente? – Rita perguntou preocupada – Esmola grande cego desconfia, mulher! – advertiu
--A esmola seria grande se ela dissesse que ia me ajudar de graça! Mas longe disso, né? – argumentou
--Já pensasse que pode ser uma golpista?
--Que golpista que nada! – fez cara feia -- E eu não vi a foto dela agarrada com Miss Good e as artista? Se fosse golpista não passava nem perto desse povo!
--Pode ser montagem, não sabe? – continuava desconfiada – Hoje em dia o povo pega foto de um, bota junto doutro... Ói, tem gente com tino pra fazer coisa que até Deus duvida! Não ver os tal de hacker?
--Pois eu te digo que a foto era legítima! – afirmou com certeza – E a mulher entende é muito de literatura lésbica! Tinha que ouvir o que falou de mim e de meu conto, não sabe?
--Bem... já dizia minha vó: desengano dos olhos é furar eles! – começou a usar o computador da recepção – Cuide de não se perder por vaidade. Já dizia o rei Salomão: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade debaixo do sol!”
--Humpf! – fez um bico – Pia pra isso; Rita fazendo citação! – voltou ao trabalho também – Só me faltava essa! – resmungou – “Veja se uma mulher elegante e linda como aquela vai ser golpista? Duvido!” – pensou – “Ainda mais em sendo minha fã, muito fã!”
***
--Mamys! – Latifah se aproximava com uma taça de espumante – Você organizou essa festa de réveillon maravilhosa e cheia de glamour aqui no hotel e nem se diverte? Fica aí sozinha olhando pro céu? – perguntou afetada – Vim aqui fazer umas selfies pra jogar no meu Fuçagram e levei um susto de te ver sozinha nessa penumbra! – bebeu um gole – Tá assim por causa do vôvys?
Sayruci olhou para a filha. – Não achei certo essa festa tão perto da morte do baba. – afirmou com sinceridade – Mas maama achou que ficaria muito deselegante a família não mostrar opulência na virada do ano, especialmente no hotel. E Samir prontamente concordou. – olhou novamente para o céu – Então fiz o que me foi pedido mas não participo. Só isso.
Achou graça. – Você sempre vai ser a figura alone in the dark, né, mamys? – perguntou brincalhona – Nem com o sucesso que fez nas minhas lives, a senhora Sayruci Ajami Hafeez deixou de ser assim! – provocou divertida
--Sua... mamys é uma pessoa sem graça, filha. – respondeu com um sorriso triste – Ainda não se acostumou com isso?
Latifah bebeu mais um gole de espumante e ficou reparando na mãe. – Não te acho sem graça at all. Só um pouco paradinha. – brincou e as duas riram – Olha só... – aproximou-se um pouco mais – Fui convidada pro carnaval na Paulista. – contava cheia de ideias – Quer ir comigo? – piscou – Tomar conta da sua filhona e eventualmente dar uns perdidos pela capital e super bem acompanhada? – pensava em Orlandinho
Sayruci sentiu as bochechas arderem. – E o que eu faço com seu pai, hein? – perguntou preocupada – Samir jamais deixaria uma coisa dessas acontecer! – afirmou enfática – “Ele anda até muito mansinho pro meu lado mas nem por isso deixou de querer me controlar!” -- pensou
--E se eu te disser que ouvi, assim, por um descuido, -- enrolava uma mecha de cabelo nos dedos -- uma conversinha dele com uns sujeitos do meio empresarial falando de uma viagem de negócios no começo de fevereiro? – fofocou – Ele vai bajular uns clientes do falecido vôvys na Síria e depois trazer todo mundo pra cá. – contou -- Só se prepara pra bolar entretenimento pra esse povo quando eles vierem e tá tudo certo!
--E como você sabe que Samir não vai querer que eu vá nessa tal viagem?
--Um dos sujeitos falou que os carinhas lá não gostam de negociar perto de mulheres, então que o ideal seria o papys viajar sozinho. – respondeu prontamente – Ele até não gostou, daí, mas sabe como é: se os negócios exigem... – sorria – É nessa hora que se chama urubu de meu louro! – brincou e riu
Sayruci achou graça também e ficou pensando em mil possibilidades.
--E tem outra! – continuava falando -- Eu já dei vários escrachos no papys por conta daquela parada tosca de homem das cavernas que bate na mulher! – falava afetadamente – Dia desses peguei a Lei Maria de Lourdes e esfreguei na cara! – gesticulava -- No começo ele argumentava, agora fica naquela dumb face pra ver se me comove. – fez um bico – No way!
--É mesmo? – não sabia do fato
--É... – bebeu um gole do espumante olhando para a mãe -- Confesso que quando você falou do que rolava, eu entendi mas a ficha não caiu, sabe? – gesticulou afetada -- Mas depois daquele dia que te vi tão desprotegida e chorando encolhidinha no chão, fiquei muito puta com essa situação toda! – lembrava – Aí parei pra pensar e conectei com a realidade. – estalou os dedos – Pensei assim: Latifah, conecta, papys bateu na mamys, papys oprime debaixo do seu narizinho! Cadê a sororidade? Afinal de contas, somos mulheres, sangue do sangue! A gente tem que chegar junta, né? – sorriu para a mãe – Com tudo isso, papys não tem nem como me dizer não!
Sayruci gostou do que ouviu e ficou orgulhosa da filha.
Fim do capítulo
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Femines666
Em: 24/03/2023
Adorei que a Latifah finalmente teve uma atitude digna com a mãe e se posicionou bem diante da brutalidade do pai! Não aguento Paty revoltada com a Gail egípcia! Kkkk Essa Teodora é a maior golpista! Kkkk E vamos ter Sayruci e Vera de no em São Paulo!!!!
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Samirao
Em: 23/03/2023
E falta um!
Solitudine
Em: 26/03/2023
Autora da história
Completou, não foi? Agora sossega!
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Seyyed
Em: 15/10/2022
Porra até que Latifah se ligou da violência que rola com a mãe dela e Samir foi pedir arrego pra sogra que até que enfim também mandou parar a putaria com a Say. Morri de rir com a coluna da Paty mas Bigail arrumou uma fã! Hehe Só que não!! A fã quer é $$ Vera toda namorando e Say com chance de voltar pra Sampa. Gostei do momento com o pai dela
Resposta do autor:
Olá querida!
Vejo que continua firme e forte comentando! Isso me alegra!!
Latifah demorou a entender mas ver a mãe naquele estado fez com que ela finalmente despertasse quanto ao que se passava dentro de casa. Samir respeita muito a sogra e se envergonhou da situação, após aquele constrangimento na frente da filha.
Paty é direta e reta nas colunas dela e Abigail não gostou nada do que leu. Teodora veio com uma conversa de fã mas é o que você disse. Ela quer é dinheiro.
Sayruci teve a conversa que faltava ter com o pai. E está toda empolgada com a possibilidade de rever uma certa caipira! rs
Beijos,
Sol
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Cristina
Em: 14/04/2022
Oi Sol!!!!!!
Lá vai Abigail entrando em outra enrascada!!!kkkkk
Gostei muito da conversa de Baba e Sayruci! Sempre há tempo de reconhecer os próprios erros! Nada como a humildade para nos fazer enxergar!!!
Beijos!
Resposta do autor:
Olá minha querida novamente!
Abigail na sede pelo sucesso acaba se metendo em cada uma, não? kkk
Foi muito boa essa reconciliação entre pai e filha. Sayruci precisava.
Beijos!
Muita paz e conforto.
Sol
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sonhadora
Em: 12/04/2022
Nossa! Como fiquei triste com aquela cena da Say chorando! Quem nunca chorou assim?... Poxa, a Abigail caindo no conto daquela gaita....espero que ela perceba logo.
Beijos de luz!
Resposta do autor:
Olá querida!
Estou feliz de ver que você voltou com tudo!
Sim, Sayruci sofre muito no relacionamento com Samir, presa nessa gaiola de luxo onde foi metida e da onde não consegue sair.
Abigail quer sucesso. Aí fica cega mesmo diante do óbvio. Vamos ver no que dá.
Beijos,
Sol
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Samirao
Em: 27/02/2022
Habibem, posta o outro hoje, min fadlik!!!! Eu nem vou poder ler amanhã... posta hj posta? Per favore, please, sil vous plait... olha minha cara de ansiosa crônica huahuahua
Resposta do autor:
Dona Samirão, a senhora é um bichinho muito pidão! rs
Resposta do autor:
Dona Samirão, a senhora é um bichinho muito pidão! rs
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mtereza
Em: 26/02/2022
A Abgail caindo na lábia de uma golpista ver só nem a história de vida dela a fez safa para essas coisas ela por vezes é muito ingênua .
Esse Carnaval em Sampa promete viu bjs Sol bom Carnaval
Resposta do autor:
Olá querida, tudo bem?
Abigail caiu na lábia por uma única razão: Teodora soube convencê-la puxando pela vaidade. Aí, já viu. Esse ainda é o ponto fraco da nossa querida potiguar!
Sim, este carnaval paulistano promete! Continue acompanhando, viu?
Beijos!!
E bom feriado!
Sol
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Samirao
Em: 26/02/2022
Não esquece mais um CAPS no carnaval. Pleaseeee? Até acertei teus "trem" aqui habibizinha PS Teodora não tá de todo errada parece até eu falando huahuahua bjuss
Resposta do autor:
Samirão,
Vou pensar no seu caso. Talvez, eu poste um capítulo na segunda.
Eu vi os trem acertado! rs
Esse papo da Teodora veio da onde mesmo, Samira? kkkkkk
Beijos,
Sol
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Samirao
Em: 26/02/2022
Esqueci... amei as frases do conto pia só essa ruma múmia, sala em petição de miséria e deus com as fuça de pombo! Huahuahua Eu quero ler Lésbicas da Faraó e aqueles outros contos que já pedi se vira!!!huahuahua
Resposta do autor:
Queridíssima Samirona!
Já te disse e repito: tem que pedir para as autoras certas. Lésbicas da Faraó não é comigo, mas com Abigail. rs
Beijos,
Sol
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Samirao
Em: 26/02/2022
Bom dia habibem!!!!! Say foi bem espertinha pra virar o jogo e deixar o cafa se sentindo podre e Latifah teve noção e mandou bem mas deu peninha ver que tanto chorou ai tadinha. Zorayde vai perturbar no carnaval mastomara que elas deem um migué na maluca huahuahua morri de rir do papo de Bigs com a golpista. E princesa faceira puta q paroles huahuahua vc anda muito fofinha caipira vai ganhar presentinho e eu quero mais caps quero ver esse Carnaval huahuahua bjusss
Resposta do autor:
Boa tarde, Samirão! (kkk)
Já percebi que você andou na minha conta, inclusive corrigindo o erro que Lailinha me apontou. Obrigada (ou não! kkk).
Sayruci de fato virou o jogo mas com sinceridade sofreu bastante. Aquele choro não foi fingido! Longe disso! Latifah se sentiu tocada pela cena e descobriu finalmente que violência doméstica não é uma coisa qualquer.
Zorayde está morrendo de medo de perder o controle da filha. Da primeira vez ela conseguiu frustrar o relacionamento de Sayruci com Valéria. Agora pretende repetir e dose. Na cabeça dela, acha que está fazendo o certo.
Gostou da Princesa Faceira? Sabe que eu adorava aquele seriado? E fiquei danado que Lena foi morta no Japão. Bem que Job podia ter ouvido os conselhos de Teodora! kkkk
Vou ganhar presentinho? Oba! Cadê?
Beijos,
Sol
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Zaha
Em: 25/02/2022
Boa noite Rainha das caipiras!! A noite n tá linda??? Sextouu!!!!!!!!!!!!
Quantas variante do meu nome vc vai inventar?! Kkkk.
Querida, quando Lailicha entra em certa intimidade com as amiguetes são so palavrinhas carinhosas....kkkkkkkk. A sua foi original!!
Acho bom vc ser ao 100 % de confiança e sua sombra tb!! Apesar dos pequenos deslizes de vcs!! rsrs. Mas tamos na paz!! J
Ah, pra começar, ajeita aí o verbo é “tive”. Só se for um caipira brabo que num conheço. ;D. Tá bem no comeco...manda sua sombra ajeitar aí! ;D
Say tá com a vida mais complicada que nunca, a mae ficará em cima agora, mas com a conversa do pai, agora ela terá mais forca, sim, será duro, terá que ser paciente, ter inteligência emocional para poder construir seu novo futuro. Não mais deixar que os demais lhe digam como será sua vida, será muito duro pq a mae tb tem suas artimanhas, sabe segredos, chantagem vai vim grande!! É tao difícil, sofrerei ao longo da história com ela.
Sim, sempre tem u personagem que eu não vou com a cara e essa é Pati dessa vez. Nem sempre quando não vamos com a cara de u quer dizer que seja má, pode ter ideias e maneiras que não compartimos, mas ser boa, afinal n somos pefeitos, temos nossas coisas...
Abigail mais alienada que nunca, porque é tao difícil ver? “O pior cego é aquele que não quer ver”.
E agora com essa tal aí, colocando mais fogo, incentivando sua realidade já tao distorcida...
Nota da leitora mais exigente do planeta: Não brinque com minha Xena, sou fanática, tenho posters, E TUDO!!mas morri de rir!!!!!!!E amo Myss, li todos os contos dela e reli e li e reli ......até em inglês ela muda a disgraca do nome....rumm. Mas sabe, vc é uma verdadeira lésbica pura pq viu Xena e no tempo certo!!!!!! ;D.
Vou matar Abi, bicha abestada, acorda, misera, num ver que essa maldita Teodora é uma pilantra, golpista!!!Todos os golpistas bons tem boa presença, filhota besta!! Tia Quity até já viu!!
Bem, Pati, foi um pouco crua demais, poderia ter sido uma crítica mais construtiva sobre o texto de Abigail. Porém o que falou não deixa de ser verdade, uma parte e a razão é outra tb, mas enfim! Abigail um dia terá que ver a realidade, seja feia ou não, a assuste ou não, a deixe quebrada ou não. Quanto mais tarde, pior será! A queda vai ser bem intensa! Só espero que n gaste a herança toda...
Bem, bontinho o e-mail de khaalii, essa viagem será longa, será que o amor será suficiente para que elas possam ultrapassar as barreiras? A mae de Say pode inventar muitas coisas quando descobrir quem é Vera e ela vai saber!! Espero que Vera esteja bem plantada!!
Esse “chega dói” seu, me mata!! Kkkkkkkk.
Oxente, mas a mulher n fez nada pra ser boa de cama, passivona foi...rum...mas, tá bom,então...rsrs
A caipira devia fazer a dança do siri kkkkkkk
Isso aí, como te ensinei Solcito, se n faz parte do club da Luluzinha, n tem como...kkkkk.
Olha, só, a caipi publicou sexta, parece que o que falei entrou no inconsciente dela HAHAHAHAHHAHAHHAHHH
Ei, uma Rose luz comentou, acho q era uma de suas amiguetes pela forma q falou: disse que logo que tudo se acalmar, vem ler! Lailinha tem um fucagram fulero e simples, mas saiu add toda rede sapa!! Povo solidário!!! A Rose, encontrou Solitudine, pq uma coisa leva a outra... Se eu tivesse colocada Jasin, n ia rolar, Solitudine só tem vc e a música kkkk.
Vou usar meu magnetismo que é forte pra que sus ex leitoras e amiguetes encontrem esse fucagram que criei!! Só pq vc tá se comportando bem....huahauhauhauhu
Dumb face hahahahaha
Latifah até que pega certo de vez em quando...espero que venha mais com seu amadurecimento!!
Essa viagem vai abalar de novo, mas, a mae do capeta tá no ar!
Bom carnaval, estude e trabalhe bastante.. trabalhar, trabalhar, trabalhare divertir un poquetin!! E beijo em sua maama e um abraco! Hj meu magnetismo tá puro!! Pode confiar!! :).
Beijos vacoíde!!
Resposta do autor:
Boa tarde, Lailérrima! Lailíssima! Lalilests, Lailitcha, Lailesca, Lailovisky, Lailikii! Veja quantas variantes! rs
Vamos ver como Sayruci administra sua vida real versus os sonhos e desejos que alimenta. E como sobreviverá ao controle da mãe, novamente vigiando para a filha não escorregar pelos "tortuosos" caminhos da vida lésbica. E Latifah... vamos ver como se sairá nessa também.
Vera está se sentindo nas nuvens. Será que ela vai permanecer lá em cima ou vai cair de lá? Aguarde!
Ei, como diria nossa amiga Abigail, não tem essa de passiva e ativa. Deixemos estas classificações para os verbos! rs Sayruci não ficou parada observando e sentindo prazer. Ela também interagiu e do que fez a caipira gostou bastante! kkkk
Abigail foi seduzida pelas palavras de Teodora. Bajulando, elogiando e falando tudo que ela queria ouvir. O que será que ela vai fazer ao final? Pagar o dinheiro ou não? Tia Quitéria já percebeu que o ponto fraco de Abigail é a vaidade, assim como Rita sabe disso também. Basta Abigail cair em si.
Clube da Luluzinha? Você partilha da teoria que Teodora falou para Abigail? Conheço uma pessoa que vive me dizendo isso! kkkk
Sim, claro que conheço a Rosinha! Grande amiga! Tenho orado há muito para que as coisas na vida dela se resolvam.
Abigail está louca para conhecer alguém com a sua rede sapatanesca! kkkk Solitudine só tem eu!!!!!!!!
Esse magnetismo lailesco tem até cor: é dourado! E reluz!
Beijos!!!!!!!
Sol
PS: Que bom que agora te sinto bem melhor!
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Mille
Em: 25/02/2022
Oi Sol
Bigail caindo nas garas da golpista e achando que é para ajudar.
Aí aí a Suzi tem que ficar ligada porque mamys vai marcar colada nela e se ela dar um pulo na cerca no Carnaval vai ficar ficar nas mãos dela. Tem que ser inteligente e fazer um pé de meia e dar adeus e se libertar.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Olá Mille!
Tudo bem?
Sabe como é, a golpista foi justamente no ponto fraco da nossa Abigail, ou seja, cativou pela vaidade. Vamos ver no que vai dar isso! rs
Sayruci nem desconfia que Zorayde está de olho, mas ela é medrosa. O que será que vai aprontar?
Está gostando dessa loucura de conto? Espero que sim.
Beijos,
Sol
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Solitudine Em: 26/03/2023 Autora da história
Muitas coisas acontecendo! Vamos ver como será esse grito de carnaval!
Beijos,
Sol