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A AUTORA por Solitudine

Ver comentários: 16

Ver lista de capítulos

Palavras: 11163
Acessos: 14745   |  Postado em: 20/02/2022

Notas iniciais:

Samira, você ganhou a aposta. Segue o capítulo novo antes da quinta.

O CONGRESSO

 

 

 

Abigail havia acabado de acordar e reparou que a tia ainda dormia. Sem fazer muito barulho foi para o banheiro tomar banho. Ao sair, foi para a cozinha e começou a preparar as coisas para o café da manhã.

 

--Bom dia! – Quitéria cumprimentou sorridente – Dormiu bem?

 

--Bom dia, tia! – olhou para a mulher e sorriu – Como um anjo! – enxugou as mãos no pano de prato – Eu deixei tudo nos esquema só que não sei direito onde a senhora guarda as coisas... – comentou meio sem graça

 

--Ora, por favor! – fez um gesto e começou a tirar itens do armário – Você fez viagem longa, encarou engarrafamento, chegou tarde ontem, não é pra ficar aqui trabalhando. – foi até a geladeira

 

--Ah, mas eu não fico aqui de madame! – ajudava a idosa – Sempre fiz de tudo numa casa e não vou deixar de fazer agora, não sabe?

 

Reparou na mulher mais jovem. – E quais são seus planos na cidade, minha filha? – perguntou curiosa

 

--Conto pra senhora. – respondeu empolgada – Ideia é o que não me falta!

 

***

 

Haviam terminado o café e permaneceram conversando na cozinha. Quitéria ouviu atentamente o relato da sobrinha sobre o fenômeno Gail Nasser e os planos que tinha em mente para turbinar sua carreira de autora lésbica.

 

--É... – achava tudo aquilo muito esquisito – Deixa eu ver se entendi: -- olhava para a outra – você quer fazer tudo isso aí que me contou pra poder ter sucesso na internet com as moças... lésbicas. – pensava em como dizer – Mas como que isso vai melhorar sua situação financeira, se as história fica tudo de graça disponível pra quem quiser ler? – não entendia

 

--Porque uma coisa puxa a outra, tia! – falava empolgada – Com uma ruma de fã clamando meu nome no mundo virtual vem o desejo de comprar meus livro e livro gera um dinheiro! Também vêm as entrevistas, convite pra fazer propaganda, canal no SeuTubo e tudo isso gera mais dinheiro ainda! – devaneava – E hoje em dia com a velocidade que as coisa acontece na internet, bota aí uns dois ou três ano e tô rica! – viajou na maionese

 

“Será possível uma coisa dessa?” – achava incrível – E... seu sonho é esse, ficar rica? – queria entender como a sobrinha pensava

 

Abigail desmanchou o sorriso lentamente e se levantou. – O dinheiro é só uma parte da situação... – encostou-se no mármore da pia – Sempre fui lisa demais e queria deixar de saber o que é isso. – cruzou os braços – Queria deixar de precisar fazer conta no centavo sempre que preciso comprar comida ou roupa ou qualquer coisa básica pra sobreviver...

 

Quitéria sentiu tristeza e desconforto ao ouvir aquele relato por causa da culpa que a atormentava.

 

--Mas o principal de tudo isso não é dinheiro, não... – mirou um ponto no infinito – Vou confessar pra senhora. – pausou brevemente -- Eu queria ao menos uma vez e em alguma coisa na vida me sentir bem sucedida! – andou um pouco pela cozinha – Sabe que nunca fui magra, né? E nem bonita... – viajou no tempo

 

“--Gordona, gordona, saco de areia!!! – crianças cantavam zombando

 

--Bigail é pura fuleiragem! – um garoto falou – Feia, baixinha e gorda! – apontou e riu – Pia só o bucho!

 

--Hahahahahaha... – crianças riam

 

Enfurecida e magoada, pegou um baldinho plástico, encheu de lama e arremessou contra os colegas, que ficaram enojados.

 

--Ri agora, bando de besta! – controlava-se para não chorar – Ri! – jogou lama nos outros mais uma vez – Ri, ó! Hahahahaha! – zombava

 

--Tia, Bigail tá jogando lama em nós! – uma garota chorava dando queixa à professora

 

--Bigail! – a professora chegava de cara feia – A hora do recreio não é pra isso, não! – ralhou – Vai ficar de castigo!”

 

--É muito difícil ser uma mulher feia e gorda. – continuava desabafando – Até no meio das lésbicas... – suspirou

 

“--Parece que aquela Bigail é a fim de você. – uma jovem comentava com outra – Já reparasse no jeito como te olha?

 

--Já e finjo que nem é comigo! – respondeu de imediato – Quem abraça dragão é São Jorge! – brincou – E meu nome é Neide! – riram

 

--São Jorge musculoso, porque a bicha é pesada! – riram mais uma vez

 

As moças estavam no banheiro do colégio. Abigail ouvia a tudo com tristeza e sem ser percebida, pois estava dentro de uma cabine usando o sanitário.”

 

--Nunca fui boa aluna, não sabe? – gesticulou um pouco – Era daquelas que estudava como égua mas passava em cima da média, ali, no limite. – pausou brevemente – E encarei também muito preconceito por conta do modo como mãínha ganhava a vida e de onde nós morava... – viajou no tempo mais uma vez

 

“--Eita, Celinha, corre aqui! – Daysemar chamava ao ver Abigail entrar em casa – Tua filha chegou toda arrebentada, não sabe?

 

--O que?? – apareceu na sala correndo – Ah, menina... – levou as mãos aos lábios – Ô, meu amor... – abraçou-a com carinho – Vem cá, sente aqui. – sentaram-se no sofá – Quem foi o filho de uma égua que fez isso contigo? – reparava em cada ferimento no corpo da jovem

 

--Foi no colégio, mãínha... – respondeu cabisbaixa

 

--Mas por que, meu Deus do céu? – estava aflita -- Dayse, faz favor, traz uma caneca d’água e mais os troço de curativo, pelas caridade. – olhou rapidamente para a colega

 

--Instante! – foi providenciar

 

--Bateram em Bigail, foi? – Silmara veio para ver

 

--Como assim, bateram na menina??? – Tonha chegava furiosa – Vá contando tudo no detalhe, Bigail! – ordenou – Hoje mesmo falo com Zé Barata e ele vai juntar uma ruma de homi pra dar uma lição nos peste que te fizeram mal! – gesticulava furiosa – E ai dele que não me atenda!

 

Tiana, Vitória, Marion, Carmenita, Zefinha, Moema e Maria Elisa ouviram o falatório e vieram também.

 

--Diga, filha, o que foi que aconteceu? – Celinha acariava o rosto da jovem

 

--Uns moleque abusado que tem lá no colégio mãínha... – controlava-se para não chorar – Ficaram fazendo troça de mim, mangando, dizendo coisa que me enfezou, aí eu fui encestar eles... – contava – Só que como eu era uma e eles três, levei a pior...

 

Daysemar chegava com o material de curativo e água. – Limpar essas ferida, menina. – ajoelhou-se diante da jovem

 

--Agradecida. – Celinha olhou para Dayse – Agora deixe cuidar de você, muiézinha... – voltou a atenção para a filha

 

--E o que os desgraçado covarde tanto falaram pra te enfezar? – Moema perguntou penalizada

 

--Eu quero é os nome da cada um! – Tonha deu um soco na mão – Não me interessa o que falaram, bater na menina é que não admito!

 

--O que eles falaram? – Carmenita insistiu – Tem que saber!

 

--Eles disseram... – pensava no que dizer – Bestagem de garoto... – não teve coragem de confessar que zombaram de sua mãe

 

Celinha ficou triste porque imaginava o que teria acontecido.”

 

--Era muito preconceito, tia... – lembrou de outro epsódio

 

“--Ah! – a mulher desmanchou o sorriso ao abrir a porta – Você? – ficou sem graça – Entra.

 

A jovem entrou segurando seus cadernos. -- Luciana me convidou pra fazer o trabalho de grupo aqui. – justificou-se

 

--É... – reparava na outra – Um instante? – pediu ao se retirar da sala

 

Logo Abigail começou a ouvir mãe e filha discutindo, mas não conseguia entender. Aproximou-se da parede e encostou o ouvido para poder saber o que tanto falavam.

 

--Mãínha, ela é de meu grupo, se convidei as outra não tinha como não chamar ela! – a moça argumentava

 

--Você sabe onde essa menina vive? – protestou – Eu não quero uma filha de puta na minha casa e muito menos quero você de fuxico com ela! – falava alto -- Tinha que ser proibido uma menina dessa estudar na escola junto com as moça de família!

 

--A escola é pública, mãínha! – Luciana retrucou

 

--É pública mas não devia aceitar! – argumentou – É por isso que o Brasil não vai pra frente!

 

Abigail ficou triste, abriu a porta e partiu.”

 

--Quando fiz dezoito e saí da Casa de Tonha eu quis apagar tudo! – secou os olhos marejados – E é por essas e outras que não gosto de pensar em passado e nem em muita coisa! – fungou – Nunca consegui bom emprego, mas foi um milagre ir trabalhar naquele hotel que me explora. – pausou brevemente -- Pelo menos lá eu não tenho que aturar certas patifarias! – lembrava-se do assédio sexual sofrido em empregos anteriores

 

Quitéria também secou os olhos com as mãos. – Eu entendo isso. Entendo muito bem! – balançou a cabeça – Em Natal eu quase não saía depois que virei puta. – confessou – Morria de vergonha de ser apontada na rua, dos olhares de reprovação, dos cochichos e risadinhas... – lembrava do passado – E quando vim pra cá também não foi fácil... Ninguém sabia de minha vida no Cabaré mas eu era amante de homem casado, vivia sozinha nesse apartamento... – sorriu tristemente – Foi fácil não...

 

--É tudo muito injusto, tia! – sentou-se novamente – O mundo cria as putas, explora elas até o bagaço e mesmo assim cospe em cima com nojo da carne que usou e abusou em proveito próprio!

 

--É verdade... – concordou

 

--Mas, enfim! – suspirou – Escrever conto lésbico é o que realmente gosto de fazer! É o que me satisfaz, me dá prazer, não sabe? – sorriu – Ter destaque, ter reconhecimento como autora é tudo que eu queria pra sentir que ao menos em uma coisa na vida, UMA! – mostrou o indicador – Eu fui capaz de ser bem sucedida!

 

Quitéria sentia muita dó daquela mulher. – Mas... você tem condição de bancar esse plano que bolou pra fazer sua carreira decolar? – não acreditava

 

--Fiz muito bico e hora extra, tia, e sua gentileza de ter me dado as passagem me ajudou muito! – olhava para a idosa – Dou meu jeito, nem que passe fome em Natal quando voltar pra casa! – sorriu encabulada

 

Quitéria analisava o rosto da sobrinha e pensava no que fazer. – Vamos fazer assim... – segurou uma das mãos dela – Eu vou lhe ajudar com isso! – propôs

 

--Mas tia? – arregalou os olhos – Deus que me livre de ficar em sua casa e lhe explorando pra investir no meu sucesso! – não achava certo – Quem explora idoso é amaldiçoado! – benzeu-se

 

“Coitada, ela realmente pensa que sou pobre!” – constatou – Eu sou viúva, sem filhos, gasto pouco... – acariciava a mão da sobrinha – Tenho minhas economias e você não há de me fazer desfeita! – brincou

 

“Ave Maria!” – Abigail pensou empolgada – “Deus ouviu minhas preces!” – sorriu emocionada – Obrigada, tia! – abraçou-a com carinho – Ai, muito obrigada!

 

--Não precisa agradecer, minha filha... – fechou os olhos – “Tenho uma dívida com vocês de mais de cinquenta anos...” – pensou ao derramar uma lágrima

 

“Agora eu vou procurar aquela motorista Vera!” – planejou – “Tenho que contratar a bicha o mais rápido possível!” -- pensava

 

***

 

Sayruci e Latifah já haviam aparecido juntas por quatro vezes no canal da jovem e a dupla estava sendo muito bem recebida pelo público. Satisfeita com isso, Latifah passou a ter um pouco mais de diálogo com a mãe, bem como a deixá-la pouco mais a par de sua intensa vida social.

 

--Mamys, meados desse mês tô indo pra São Paulo! – anunciou no café da manhã – Mil coisas acontecendo naquela cidade: desfile de moda, lançamento da nova coleção de joias da Viveráh, evento lésbico...

 

“Oh! Será que ela fala do Congresso?” – pensou interessada – E... você frequenta eventos lésbicos? – perguntou com jeito – O que seria esse evento, ao certo? – tentava obter detalhes sem demonstrar tanto interesse

 

--Frequentar não frequento, mas vai ser um tal de um congresso literário que tá deixando meus seguidores LGBT de cabelinhos em pé, especialmente a parte L desse grupo! – repondeu bem humorada – Eu não tenho paciência de ficar ouvindo a mulherada falar de literatura, daí, então pensei em só passar por lá, dizer um oi e me mandar! – mordeu um pedaço de pão sírio

 

“O mundo é muito pequeno! Se ela soubesse que fui convidada a participar...” – pensou – Quando seu pai e nossa família souberem que você foi nesse evento vão ter um troço! – comentou antes de dar uma garfada na salada de frutas – “E maama virá atrás de mim para saber sobre a doutrinação lésbica que tenho feito com você!” – revirou os olhos pensando

 

--Eles não vão saber, não farei alarde. Nossa família não assiste o conteúdo que eu gero, só quando tem uma treta como foi aquela da Telminha! – respondeu despreocupada – E qualquer coisa, invento umas historinhas e te levo comigo! – bebeu um gole de suco

 

--HEIN? – arregalou os olhos

 

Achou graça. – Calma, mamys, as lésbicas não vão nos agarrar apesar dos nossos irresistíveis olhinhos verdes! – riu

 

“Se você soubesse como desejo ser agarrada...” – pensava em Vera – Não fiquei com medo das mulheres, minha filha, levei foi um susto! Já pensou isso? Dizer o que ao seu pai? Nunca viajei sem ele desde que nos casamos!

 

--Ih, mamys, conecta, moderniza! – estalava os dedos – Tem que aterrizar no século XXI com urgência! – gesticulou afetadamente – Look at me, agora cismei: cê vai comigo pra Sampa! Arruma as malas! – bebeu mais um gole de suco

 

“Não acredito!” – pensava em êxtase – “Eu vou pro Congresso!” – controlava-se para não gritar de felicidade – “Será que devo procurar pela Caipira e marcar um encontro com ela?” – sentiu o coração acelerar – “Calma, Sayruci, uma coisa de cada vez!” – bebeu um gole de suco

 

***

 

Abigail e Vera seguiam de limosine para o local do Primeiro Congresso Nacional de Literatura Lésbica. A potiguar descobriu uma empresa clandestina que oferecia o serviço e depois de muito pechinchar e negociar, agendou uma corrida para o primeiro dia do Congresso.

 

--A gente podia ter vindo mais cedo. – Vera comentava – Pegar o Congresso logo no começo, pra ver a abertura, ouvir as palestra. – passou a mão nos cabelos – Vamos chegar muito tarde.

 

--Vamo chegar é na hora certa! -- discordou de pronto – Toda grande presença chega depois do povaréu e não antes! -- ajeitava seus trajes – Mas, então... Vamo repassando o plano pra não ter gafe nem aperreio! – Abigail advertia – Nós vamos fazer o credenciamento no Congresso e você vai dar seu jeito de deixar todo mundo saber que: – mirou um ponto no infinito – Gail Nasser, sucesso absoluto no mundo árabe, chegou pra abrilhantar o evento! – gesticulava – Ah! E sem esquecer de destacar a coisa egípcia, visse? – olhou para Vera

 

“Nunca vi egípcia falando visse!” – o motorista pensou divertido

 

--Você não acha um trem arriscado por demais esse negócio de autora egípcia? – Vera perguntou preocupada – Podia pelo menos dizer que é filha de egípcios e nasceu no Brasil, uai! – prestava atenção na outra – Sem contar que essa montagem comprada na 25 de Março ficou meio escandalosa, não acha, não, fi? – reparava

 

Abigail usava um vestido de cetim preto e dourado até a altura dos joelhos. Um cinto dourado com pedras falsas ornamentava a cintura, fazendo par com um colar tão falso quanto. Braceletes dourados, tipo cobra, nos dois braços e um imenso anel de pedra escarlate, que se destacava no anelar esquerdo, terminavam por completar os acessórios, assim como uma peruca preta estilo Cleópatra que escondia seus cabelos. Para fixá-la, uma tiara dourada com uma pequena cobra na altura da testa. Sapatos de salto dourado cheios de pequenas pedras brilhavam sempre que sob a luz. Arrematando, uma longa capa preta de pano fino havia sido ponteada nos ombros do vestido. A maquiagem destacando os olhos e as tatuagens de hena em ambas as mãos haviam sido preparadas por uma tatuadora hippie, que trabalhava sua arte debaixo do MASP.

 

“Parece até que tá indo prum baile de carnaval!” – o motorista reparou discretamente pelo retrovisor

 

--Eu não tô vendo nada escandaloso! – retrucou – Tô no chique do último! – ajeitou a peruca – E não tem essa de nascida no Brasil, eu sou egípcia e pronto! – deu um soco na mão

 

--Falando português assim, criatura custosa? E ainda sem saber falar uma palavra na língua daquele povo? – balançou a cabeça contrariada – Anêim, ninguém vai acreditar num trem sem base desse!

 

--Hum... – reconsiderou – Vamo fazer assim... – espremeu os olhinhos – Você vai dizer que depois de uma entrevista de 8 horas que dei pra Al-Jandirah fiquei afônica! – decidiu – É isso aí! Afônica!

 

Vera deu um suspiro profundo. “Faça-me o favor, caipira! Você se mete em cada roubada...” – pensou contrariada

 

O motorista controlava-se para não rir da situação.

 

***

 

Abigail e Vera circulavam pelo Centro de Convenções Frei Caneca reparando em tudo. A potiguar, vez por outra, usava a capa de modo a deixar apenas os olhos à mostra.

 

--Por que você faz isso? – reparava nas manobras com a capa – Quer tanto ser famosa e fica aí escondendo as fuça toda hora? – não entendia

 

--Humpf! – fez um bico – Tu é abestada mesmo, né, sua uma? – respondeu aos sussurros – Isso é pra manter o clima de mistério e gerar sempre um frisson em torno de minha figura!

 

--Sei... – acabou rindo discretamente – “E ainda fica falando baixo fazendo voz de pato de Donald!” – pensou – “É uma bicha doida mesmo!” – balançou a cabeça divertida

 

--Até agora nenhuma das organizadoras do Congresso veio falar comigo. – comentou preocupada – Também não vi as mulher circulando por aqui! – olhava discretamente para todas as direções – Onde será que as bicha se esconde? – queria saber

 

--Devem tá correndo que nem barata tonta pra deixar os trem organizado. – concluiu – Mas sinceramente, não sei como são essas mulher. – reparou em algumas jovens que passavam – E o que não falta aqui é mulher, Ave Maria... – olhou as garotas de cima a baixo – Benza-te Deus, viu, fi? – sussurrou babando

 

--Oxe, quer parar de paquerar mulher avulsa? – beliscou o braço da outra – Tu tá aqui em missão, bicha assanhada! – ralhou – Não pode desconcentrar!

 

--Ai! – esfregou a pele dolorida – Só olhei, uai! – reclamou

 

--Ai, meu Deus!! – parou de andar e deteve os passos da outra – Olha lá, espia! – apontou – Eu NÃO acredito!! – pôs a mão sobre o peito – Respira, mulher, respira! – falava consigo mesma em voz alta

 

--Nossa! – arregalou os olhos – “Nunca vi tanta mulher boa por metro quadrado! E tudo chegada na causa...” – pensou admirada

 

Organizados em um semi círculo, dez estandes repletos de livros e banners coloridos reuniam as autoras atualmente mais lidas no cenário lésbico nacional. Puffs, cadeiras e mesinhas com porções de amendoim, castanhas, pistache e frutas desidratadas foram distribuídos naquele espaço. No ponto central, uma mesa com jarras de suco e refrigerantes.

 

--Minha Nossa Senhora! – o coração batia acelerado – As maiores divas do mundo lésbico tão tudo aí! – indicou com o queixo – E a ruma de fã de cada uma delas também! – abanava-se

 

“Khaalii!” – Vera se lembrou de sua musa – “Será que ela estaria por aí?” – sentiu o coração acelerar – Vamos chegar mais perto pra ver? -- pediu

 

--Vamo, mas fica calma! – falava mais para si do que para a outra – Lembra que isso aqui é uma missão e a gente não pode perder o foco! – advertiu voltando a sussurrar – Nada de desmaios ou tietagem! – deu um tapa no braço da outra e cobriu o rosto com a capa – Venha! -- chamou

 

--Agora! – ajeitou a roupa e os cabelos e seguiu os passos da outra

 

As duas mulheres caminhavam lado a lado. Vera seguia sem saber o que fazer com as mãos e Abigail fazia salamaleques com a capa de modo a só mostrar os olhos. Com isso acabou chamando a atenção de algumas pessoas, que cochichavam entre si olhando para a dupla.

 

--Pia só! – sussurrou -- Mulheres olham pra nós! É minha aura de mistério! – percebeu satisfeita

 

Vera tentava encontrar o nome de Khaalii nos estandes e banners mas sem sucesso. “Que pena! Acho que ela não veio mesmo...” – pensou decepcionada – “Mas não é possível que não seja uma das dez mais!”

 

--Prepare-se que agora começa a segunda parte de nossa missão! – sussurrou para a outra – Depois de nossa chegada magistral, é hora de investigar essas autoras!

 

“Chegada magistral que ninguém deu nem tchum!” – pensou – E como assim investigar? – não entendeu

 

--Nós vamos passar perto de uma a uma, você vai olhar bem pras fuça delas e vai se encarregar de seduzir alguma! – explicava – A que for mais fácil, você pega!

 

--EU?? – arregalou os olhos

 

--Uma vez seduzida, jogue ela numa cama e sugue todas as informações que puder sobre o sucesso literário dela! – cochichava – Quero saber tudo: técnicas de redação, rede sapatanesca de contatos, como faz o marketing, truques pra cativar as fãs, tudo! – orientou – E grave pra eu poder ouvir com toda atenção depois!

 

--Mas... – a caipira estava pasma – Isso não tava no nosso acordo, não, uai! -- protestou

 

--Você também foi paga pra isso! – puxou a outra pelo pulso – Vai paquerando aí enquanto eu sigo exalando meu mistério de faraó! Simbora, vá! – bateu uma palma

 

--Você não tem noção das coisa, não, né, fi? – reclamava – Acha que as autora tão aí pra quem quiser pegar? – perguntou indignada – E acha que eu sou o que? Uma caipira de aluguel que se deita fácil assim com uma mulher só porque ela é uma autora renomada, inteligente, interessante, boa de papo, cheia das ideia... – parou para pensar – “Hum... mas até que... tô largada mesmo...” -- reconsiderou

 

Chegou bem perto para cochichar – Deixe de peitica e age! – ordenou -- E se der de cara com Paty Golezzo não esquece de falar de mim! – afastou-se e continuou com seus salamaleques e gestos estudados

 

--Eu hein! – pôs as mãos na cintura – Por que será que eu só me meto em roubada?

 

***

 

Vera observava algumas capas de livro com os olhos arregalados. – Ave Maria! – viu a foto de uma mulher vestida de capeta e toda arreganhada – “E eu achando que os chocolates de Socorro é que eram uma safadeza só!” – pensava

 

--Coisas de arrepiar os cabelinhos mais escondidos, não acha? – uma mulher a abordou – E tomar banho depois, com toda certeza!

 

--É mesmo... – olhou para quem a abordava – “Eita, que mulher boa!” – pensou surpreendida – Tá na moda isso de terror no mundo lésbico, né? – não sabia o que dizer

 

--Tá? – reparou na outra de cima a baixo – Se você tá dizendo... – sorriu

 

--Não só eu, uai. Essa autora Frog Kruger é badalada. Olha só o espaço dela aqui! – reparou no estande

 

--Você gosta do trabalho dela? – perguntou curiosa

 

--Sinceramente morro de medo! – respondeu com a verdade – Eu prefiro os contos mais românticos e sem esse trem de morte, psicopata, terror... – sorriu timidamente

 

--Hum... Tipo romântica? – aproximou-se mais

 

Ficou sem graça com a proximidade. -- Eu diria, tipo frouxa! Mas romântica também.  

 

Riu brevemente com aquela resposta. – E você conhece a autora? – continuava reparando na outra – Chegou a vê-la?

 

--Não... – olhou rapidamente para as fotos nos banners – E ela também só aparece mascarada, né? – achou graça – Não sei como é a moça.

 

--Ela apareceu mascarada hoje mais cedo. – segurou o pingente do cordão de Vera – Depois desmontou e ficou por aí esperando o coquetel começar. – ajeitou o cordão no pescoço da outra – Você vai participar do coquetel? – perguntou interessada

 

“Eita, que ela interessou na caipira...” – engoliu em seco – Eu não sei, uai. Vai depender de minha patroa.

 

--Ah. – soltou o cordão – Você é casada. – concluiu desanimada

 

--Anêim, é patroa mesmo. Tipo chefa. – esclareceu

 

--Ah, é? – animou-se novamente – E quem seria ela?

 

--Gail Nasser, o fenômeno lésbico do mundo árabe! – respondeu como orientada por Abigail

 

--Oi?? – não entendeu

 

Procurou Abigail pelo salão e reconheceu. -- É aquela ali! – apontou e nisso percebeu que a mulher acenava para ela por baixo da capa

 

A jovem achou graça e segurou o riso. “Gente, que figura!” – reparava na outra – “E que montagem trash!” – balançou a cabeça – “Se as críticas que me condenam pelo visual da Frog vissem isso...”

 

--Eu vou ter que ir até lá. – Vera olhou novamente para a outra – Mas fica a dica aí: leia o romance de Gail Nasser no site da Academia Lésbica e você vai ficar até besta! – fazia propoganda

 

--Imagino! – puxou a caipira pelo cordão e deu um selinho nos lábios – Depois a gente se fala mais.

 

--Ah... – ficou sem graça – Então tá então. – despediu-se com um tchauzinho e se afastou quase correndo – “Atiça a caipira que ela pira...” – pensou excitada

 

--Mas você, hein? Se é de seduzir as autora famosa fica de trololó com desconhecida? – fez cara feia – Pia, que Paty Golezzo tá ali! – indicou discretamente – Vá lá, fale de mim e eu fico aqui esperando! Vai que ela se empolga de vim me curiar?

 

--Mas eu vou dizer o que? – sentia-se perdida – E você não tava... afônica?

 

--Tava e continuo! – respondeu de pronto – Faz o que a gente combinou, simbora! – ordenou de cara feia

 

--Eita... – coçou a cabeça – E seja lá o que Deus quiser! – caminhou em direção ao alvo de Abigail

 

--Tudo lindo, né, amiga? – Diana comentou orgulhosa – Os estandes das Dez Mais estão bombando! – reparava animada

 

--E você perdeu hoje mais cedo! Malu Capital e Camarada Sapa quase se pegaram no tapa e o pior foi que a mulherada amou o barraco! Acho que pensaram que não era real, sabe? Tipo encenação? – Patrícia achava graça – Eu disse que essas duas iam deixar nosso ano agitado!

 

--É... com licença? – abordou as duas amigas – Será que eu podia dar uma palavrinha com vocês? – perguntou timidamente

 

Diana e Patrícia se entreolharam. – Pode. – responderam juntas

 

--É que... – esfregou as mãos rapidamente nas pernas da calça – Eu trabalho... na verdade sou uma espécie de assessora de uma autora estrangeira. – indicou Abigail – Gail Nasser, autora egípcia, lésbica e... sucesso absoluto no mundo árabe! – mentiu – “Ave Maria, que mentirinha sem vergonha!” – pensou envergonhada

 

--Oi? – Diana olhou espantada para Abigail – Ela é egípcia?? – perguntou surpreendida

 

--Eu já andei recebendo uns e-mails sobre essa autora. – Patrícia reparava na outra – “Essa tal de Gail parece mais saída de um baile à fantasia!” – olhava de cima a baixo – “E fantasia cafonérrima, diga-se de passagem!” – pensava

 

--Vocês não querem ir lá conversar com ela? – convidou timidamente

 

As duas mulheres riram rapidamente.

 

--E conversar o que? – Diana perguntou achando graça – E como, se eu não falo árabe?

 

--Aliás, que línguas ela fala? – Patrícia olhou para Vera

 

--É... – sentia-se encurralada – Árabe, português... – não sabia mais o que dizer – Só que hoje ela tá afônica porque falou igual uma condenada na última entrevista da Al-Jandirah. Imagina, oito horas direto, sem sair de cima...

 

Patrícia e Diana se entreolharam novamente e riram.

 

–Olha só, meu bem, -- Patrícia deu um tapinha no ombro de Vera – eu tenho um monte de autoras pra entrevistar aqui ainda. Além das Dez Mais, temos as novatas revelação e tantas outras interessantes. Não dá pra eu gastar meu precioso tempo com uma egípcia afônica. – falou a última palavra com ironia – Fica pra próxima! – piscou para ela e se afastou

 

--Fui! – Diana deu tchauzinho e foi atrás da amiga

 

--Xi... – reparava em Abigail e seus salamaleques de capa – Sinto que o plano deu água... mesmo com toda a aura de mistério! 

 

***

 

--E por que a gente tem que ficar aqui escondida nesse banheiro? – Vera reclamava de cara feia

 

--Esperando o coquetel começar! – respondeu como quem diz o óbvio – Se Gail Nasser é uma celebridade, não pode ficar bangolando à toa no centro de convenções esperando dar a hora do coquetel! – explicava – Já viu celebridade ser disponível e ficar igual quem vai comer tapioca com ginga na Redinha?

 

Não entendeu nada. – E tinha que ficar justo no banheiro? – continuou argumentando

 

--Esse banheiro é longe do centro do convenções, -- retocava a maquiagem – quem tá no Congresso não há de vir mijar aqui!

 

Vera revirou os olhos. “Será que Khaalii ainda vem?” – pensava esperançosa – “Será que não vai aparecer em nenhum dos dias de Congresso?”

 

--E no mais, como tá sendo lá com as autora, as Dez Mais? – perguntou ajeitando a peruca

 

--Humpf! – fez um bico – Se quer saber, nenhuma delas me deu nem tchum! Fora que mal se consegue chegar perto por causa do tanto de fã!

 

Reparou em Vera de cima a baixo. – Taí! – pôs as mãos na cintura -- Você é tão alta, forte, magra mas é uma negação, visse? Se eu soubesse tinha procurado outra sapatão mais safa pra contratar! – arrependeu-se da escolha – “Também pudera o fracasso na sedução! Caipira e feia!” – pensou

 

--Eu mereço... – revirou os olhos

 

***

 

Sayruci e Latifah acabavam de se acomodar no quarto de hotel em São Paulo.

 

--Ai, que bom! – jogou-se na cama – Aquele voo foi horrível, oh my! – reclamou

 

--Turbulento, não? – sentou-se na cama – Deu pra assustar... – sorriu encabulada e pensou em como falar o que desejava – E então... filha, qual a programação de hoje? – queria saber – “Pelo horário, já começou o coquetel do Congresso.” – pensou

 

--Daqui a uma hora a gente se arruma pra ir no jantar do Jan Saint Clair. – abraçou-se com o travesseiro – Se eu não for, ele me mata! – afirmou toda prosa – E não se contraria um estilista renomado!

 

Ficou decepcionada com a resposta. – E o tal do Congresso? – perguntou tentando ser casual – Quando iremos?

 

--Só no encerramento. – deitou-se de lado – Aproveita e relaxa um pouco, mamys! – fechou os olhos

 

“O encerramento vai ser na quinta à tarde.” – Sayruci pensava – “Até lá tenho que me decidir quanto ao que fazer em relação à Vera. Se procuro por ela, se finjo que não estive aqui...” – conjecturava – “E ter muito estômago para aturar esses programas fúteis que atraíram Latifah para cá.” -- suspirou

 

***

 

--Já é a terceira ou quarta vez que uma mulher vestida de Cleópatra nos tempos da fome passa por nós aqui e faz verdadeiros salamaleques! – Beatriz comentava – Acho que o alvo é você, porque te dá cada olhada! – bebeu um gole do drinque

 

--Ah, é a kaozeira da Gail Nasser! – Patrícia fez um bico – Essa mulher vive me cercando não é de hoje! – pensava nos e-mails que recebera

 

--Gail Nasser? – olhava desconfiada para a figura – O cosplay dela é uma versão pobre de Cleópatra, qual é a da parada? – queria entender – “E que montagenzinha mais trash!” – pensou divertida

 

--Não é cosplay, é uma doida sabe-se lá da onde, que quer convencer que é egípcia e um verdadeiro fenômeno no mundo árabe. – balançou a cabeça – Imagina isso: uma autora lésbica fazendo um sucesso absurdo naqueles países? – riu brevemente – O mundo ainda tem que evoluir muito pra uma coisa dessas acontecer! – bebeu um gole de espumante

 

--Mas por que você não dá um simples alô pra ela, Paty? – sugeriu à amiga – Se a coitada vive aí querendo tanto chamar sua atenção...

 

--Sem chance! – respondeu de pronto -- Eu definitivamente não sou do tipo que bate palma pra maluca dançar!

 

--Obrigada. – Vera aceitou um copo de coquetel de frutas sem álcool – Bom! – experimentou e gostou

 

--Ora, ora, se não nos encontramos de novo? – a jovem que estava no estande da autora Frog Kruger saudou – Vejo que prefere os não alcóolicos! – reparou ao sorrir

 

“Eita, que é aquela moça boazuda de hoje mais cedo!” – pensou ao reconhecê-la – Oi, tudo bem? – cumprimentou – É, eu não sou de beber trem alcoólico. – sorriu – E você, tá bebendo o que? – perguntou curiosa

 

--Um Blood Mary. – bebeu um gole – Adoro esse tom assim... sangue.

 

“Cruzes!” – pensou desconfiada – É... e qual a sua graça? – perguntou – Meu nome é Vera.

 

--Qual a minha graça? – riu daquela forma de falar – Carol Delliah, prazer. – deu-lhe um beijo no rosto bem perto da boca

 

Sentiu as bochechas arderem. – Você... é fã de literatura lésbica? – não sabia o que dizer – “Claro, né, bestona, do contrário faria aqui o que?” – repreendeu-se mentalmente

 

--Sou tão fã dessa literatura que até dou minha contribuiçãozinha pra ela. – bebeu mais um gole – Frog Kruger, prazer mais uma vez! – apresentou-se novamente

 

“Eita, uma das Dez Mais!” – arregalou os olhos – Minha nossa! – cobriu brevemente o rosto com uma das mãos – E eu que fui dizer que morria de medo de ler seus contos! – sorriu encabulada – Que rata!

 

--Sem problemas. – fez um gesto despreocupado – Pelo menos você respeita e não acha uma merd*! – reparava na outra

 

--Ah, mas isso não! Jamais diria um trem sem base desse! – bebeu um gole

 

--Eu tô hospedada aqui pertinho... – olhou brevemente para o relógio – E esse coquetel pra mim já deu. – passou a mão nos cabelos – Por que você não me acompanha e a gente fica mais à vontade batendo um papo... – pegou uma das mechas do cabelo da outra – Se quiser conversar sobre literatura lésbica...  – ofereceu

 

“Uma vez seduzida, jogue ela numa cama e sugue todas as informações que puder sobre o sucesso literário dela! – cochichava – Quero saber tudo: técnicas de redação, rede sapatanesca de contatos, como faz o marketing, truques pra cativar as fãs, tudo! – orientou – E grave pra eu poder ouvir com toda atenção depois!” – Vera se lembrava do que ouviu – Vamos. – concordou balançando a cabeça – Vamos conversar.

 

***

 

--Quê que eu posso te dizer? – Carol segurava um copo de gin tônica – Tenho 28 anos, sou advogada especialista em Direito Criminal, solteira, moro sozinha em BH com minha gatinha persa... – olhava para a outra – Sempre gostei de histórias de terror, meu trabalho me apresenta a muita coisa punk, sou lésbica e achei que seria interessante escrever contos sobre tudo isso... Claro, sem deixar de acrescentar um toque de sensualidade. – bebeu um gole sem desviar o olhar da outra – E não imaginava que as garotas fossem gostar tanto...

 

--E qual foi o segredo desse sucesso todo? – Vera bebeu um gole da mesma bebida que a outra tomava – Como que você fez pra parar no meio das Dez Mais? – estava gravando a conversa

 

Sorriu. – Não tem segredo. Eu simplesmente escrevi. – bebeu o último gole – E as meninas simplesmente gostaram.– colocou o copo no chão -- Simples assim!

 

As duas estavam sentandas no carpete sobre o chão.

 

--E essa coisa toda de criar personagem, máscara...? – continuava perguntando – “Abigail não vai poder dizer que não tentei!” – pensou

 

--Eu assisti os filmes do Freddy Krueger e Sexta-Feira 13 quando era criança e fiquei muito impactada. Tinha a coisa do psicopata mascarado e tal... gostei da ideia. – contava – Então do primeiro adaptei o codinome pra Frog Kruger e do segundo foi a máscara. – explicou – Tem gente que critica um bocado mas as meninas acham excitante. – engatinhou até a outra – Você não acha? – ficou cara a cara com a caipira

 

Bebeu tudo de uma só vez. – Arrepiante! – olhava para a jovem

 

--Vem cá! – sentou-se no colo da outra envolvendo as pernas em sua cintura – Vem... – segurou-a pelo rosto e a beijou

 

“Eita!” – pensou excitada – Escuta... – interrompeu o beijo – É... – sentia seu pescoço ser mordido e sugado – Amanhã tem mais do Congresso e você... – mãos femininas desabotoavam suas calças – Tem que tá inteira, né?

 

--Mas eu vou estar! – puxou-a pelos cabelos da nuca – Você não sei! – beijou-a mais uma vez

 

Vera reverteu as posições e deitou-se sobre a outra beijando-a com vontade. “Khaalii...” – pensou na amada e interrompeu o que fazia – Olha, Carol.... – levantou-se rapidamente – É melhor eu ir... – passou a mão nos cabelos – A prosa tava boa, mas... eu durmo com as galinhas! – sorriu sem graça

 

--Não mesmo! – ajoelhou-se e puxou as calças da outra para baixo com calcinha e tudo – Você fica! – empurrou-a com força – E vai dormir com uma sapa, não com as galinhas! – sorriu maliciosa

 

Vera se desequilibrou e caiu sentada no sofá cama. – Eita! – levou um susto

 

Carol arrancou calças e sapatos da caipira de uma só vez e arremessou bem longe. – Vai embora assim, que eu quero ver! – sorriu e mergulhou sedenta entre as pernas da outra

 

“Ai, há quanto tempo ninguém fazia isso...” – pensou deleitando-se com a sensação – Ah... – gem*u satisfeita -- “Não, mas tá errado!” – desvencilhou-se e se levantou mais uma vez – Olha, eu tenho que ir! Minha patroa tá me esperando pra...

 

--Esperando pra que? – levantou-se também e tirou o vestido rapidamente – Hein? – tirou o sutiã e jogou em cima da caipira – Pra que? -- provocava

 

--Pra que?? – babava admirando o corpo da outra – Pra... – sentiu uma calcinha se chocando contra seu rosto – Pra... – o coração acelerou – Eu tô aonde mesmo? – perdeu a noção

 

Achou graça. – Tira essa blusa, vem! – puxou-a pela gola e começou a desabotar a camisa – Vem!

 

--Vou! – Vera terminou de se despir e puxou a jovem para junto de si – “Khaalii sumiu, não me quer, não pensa em mim... que se dane!” – pensou enquanto beijava Carol ardentemente

 

--Hum... assim... que se faz... Vera... – falava entre beijos arranhando os braços da outra – Mostra do que... você... é capaz... – mordeu-lhe o lábio inferior

 

–Você quer uma noite quente, não é? – desvencilhou-se da jovem e puxou o sofá cama -- Vai ter! -- segurou-a possessivamente pelos cabelos da nuca e a jogou sobre ele

 

--Ai, que animal! – estava excitada – Vem? – pediu cheia de desejo

 

Sem pensar duas vezes deitou-se por cima da outra e introduziu dois dedos em seu sex*.

 

--Ah! – gem*u – Mete mais, vem! – pediu com voz gutural

 

Introduziu mais um dedo e com a outra mão segurou uma das coxas da parceira com força. Movimentava-se por cima da outra ritmicamente penetrando-a com vigor.

 

--Isso, vem, vem!! – arranhava as costas da caipira – Ah, ah, ah!! – gemia – Com força, assim... – pedia com prazer

 

Vera beijou a jovem com fúria, fechando os olhos e desligando o coração.

 

***

 

--E como foi ontem, filha? – Quitéria observava Abigail separando o modelito que usaria no segundo dia de evento – Nem lhe ouvi chegar essa noite...

 

--Entrei em casa pé ante pé modos que não lhe acordasse. – prestava atenção ao que fazia – E ontem foi aquela coisa, não sabe? Todo congresso é sem graça no dia da abertura. – pegou os sapatos -- E o coquetel tava cheio, mas só davam atenção às autoras mais consagradas. Tal de tira foto daqui, tira foto dali... – falava com certo despeito – Ontem já deu pra mulherada sentir o gostinho de quem é Gail Nasser! Hoje vou espalhar minha aura de mistério mais uma vez. – contava os planos – Depois desapareço amanhã e só faço uma aparição de efeito na cerimônia de encerramento no último dia!

 

Não levava a menor fé no sucesso daquele plano mas não desejava interferir. – E aquela sua amiga Vera? – perguntou interessada – Acompanhou você até aqui? Afinal de contas São Paulo é uma cidade grande que você ainda não conhece bem!

 

--Ela não é minha amiga, tia, nós temos negócios! – olhou rapidamente para a idosa – E não veio mais eu não. Na verdade, ela tava fazendo parte da missão pra qual foi contratada! – terminou de compor todas as peças que iria usar – “Tomara que tenha conseguido sugar o máximo de informação daquela Frog doida!” – pensou – Eu peguei o metrô e vim sozinha mesmo. Eu e Deus!

 

Arregalou os olhos. – Você veio sozinha no metrô altas horas da noite?? – perguntou espantada – “E vestida daquele jeito, misericórida!”

 

--Fez medo, não, tia! – fez um gesto despreocupada – E sendo moradora de Filinho Tuburão sei muito bem como me portar nessas terra em que galinha cisca pra frente!

 

Quitéria riu e balançou a cabeça. – Não venha tão tarde hoje e tenha muito cuidado. – beijou a testa da sobrinha – Tô indo pra igreja.

 

--Eu tô saindo daqui de uma hora. – olhou rapidamente para o relógio – Não se aperreie que hoje volto mais cedo. – garantiu – A benção, tia. – pediu antes da idosa partir

 

--Deus te abençoe. – deu tchauzinho -- Cuide-se, viu? -- partiu

 

--Tchau, tia! – despediu-se -- Mal posso esperar pra saber o que foi que Vera conseguiu sugar daquela autora! – esfregou as mãos – Qual o segredo que essas mulher têm pra virar celebridade? Eu tenho que saber!

 

***

 

Abigail e Vera estavam novamente escondidas em um dos banheiros do Shopping Frei Caneca. A potiguar escutava a gravação da conversa com Frog Kruger.

 

--Ah, ah, ah, ah, ah!!!!!!! – a mulher gemia alto – Ai, eu vou goz*r, vou goz*r, AHAH!!! – berrou – Puta que pariu!! AH! Caralh*o! – respirava sofregamente –– Ai... G*zei muito! Uh! -- gritou

 

--AHAHAH!!!!!!! – Vera gritava – Ô, delícia...

 

--Gente, que é isso? – duas mulheres que estavam no banheiro saíam dando risadinhas

 

“Racha minha cara de vergonha...” -- Vera disfarçava tentando cobrir o rosto com os cabelos

 

--Xaninha tá toda ardida, meu bem... – Carol gemia dengosa – Cê maltratou...

 

--Eu tô nem mais sentindo a minha... – Vera falava com voz abestalhada

 

E a gravação se encerrou.

 

--Vou te contar, viu? – Abigail devolveu o celular à Vera – Fizesse uma gravação de quase duas horas em que menos de 5 minutos é de conversa útil e o resto do tempo é todo de putaria pura! – reclamou – E que diacho de mulher pra gritar e xingar! Bixiga doida, desconjuro! – ajeitava as peças de sua montagem – “E que inveja...” -- pensou

 

--O trem aconteceu de um jeito que não deu pra desligar o gravador, uai! – guardou o celular no bolso da calça – Não consegui sugar dela mais do que me disse aí.

 

--Eu ouvi muito bem o que tu sugasse! – olhou para a outra pelo espelho – E ela também que te sugou bastante! Os ch*pão no pescoço que o diga! – reparou

 

--Uai? – procurou no espelho – “Eita, que são dois!” – arregalou os olhos

 

--Hoje é dia de palestra e vão terminar com uma grande mesa redonda. – falava da programação do evento – Só vamo aparecer na hora dessa mesa aí. – contava os planos – Tu vai antes preparando os caminho, -- gesticulava -- que eu vou chegar magistral com meu look de esfinge! – falava como locutora de rádio

 

--Você jura que vai aparecer com essa máscara sem base e esse par de asa dourada? – não acreditava

 

--Oxe, e não vou? – respondeu indignada – Hoje a comoção vai ser geral! – segurava a máscara de esfinge -- Se prepara pras ruma de mulher que vão vir em cima de mim! – rodopiou -- Não quero ser sufocada por elas, visse? Me defenda! -- advertiu

 

“E ela acredita realmente que vai ser assim?” – pensou em choque – “Bicha mais doida não há!”

 

***

 

--Sua filha é uma verdadeira musa! – um homem aproximou-se de Sayruci – Ela deixa as joias mais bonitas ao invés do contrário! – sorriu

 

--Ah, obrigado. – agradeceu timidamente – E ela adora fazer esse tipo de trabalho. – sorriu – “Ao contrário de mim, que sempre achei um saco!” – pensou

 

--Orlandinho Tzalys, é um prazer. – beijou a mão da mulher – Sou o designer dessa coleção que Latifah nos ajuda a promover com tamanho garbo! – tentava ser galante

 

--Prazer. Sayruci. – recolhou a mão devagar – Obrigado por se lembrar da minha filha em um momento tão importante para o seu trabalho. – estava sendo educada

 

--Impossível não lembrar. – respondeu fazendo um charme – Aquele par de verdes, os belos cabelos negros e o estilo jovial e descolado fazem sucesso! – caprichava nos olhares – Agora sei de quem ela herdou tudo isso.

 

“Será que ele não sabe que sou casada?” – pensou intrigada – Meu marido costuma dizer que ela herdou dele apenas a altura. – tentou lembrá-lo que não era solteira – “Já não bastava aturar essas chatices, ainda ter que ouvir cantandinhas de um Don Juan de meia idade...” -- pensou

 

--E ele tem dupla sorte. Primeiro por ser casado com alguém como você. – deu uma olhada de cima a baixo – E depois por ter uma filha linda desse jeito. – não tirava os olhos de Sayruci – Admira que tenha deixado as duas sozinhas aqui comigo... – sorria sedutor

 

“Se soubesse da metade das mentiras que Latifah inventou...” – pensou – Ele não poderia vir por causa do trabalho. – justificou a ausência – E sabe que não tem do que se preocupar. – sorriu novamente

 

--Não tem porque pensa que não represento perigo ou porque a esposa é fiel? – passou a mão no topete – Ou as duas coisas?

 

“Homenzinho cara de pau!” – pensou revoltada – Ele sabe que sou fiel! – respondeu calmamente – “E no mais, nem gosto de homem.” – não verbalizou

 

--Toda mulher é. – aproximou-se do ouvido da outra e sussurrou – Até um certo ponto! – deu um soprinho e se afastou

 

“E ainda tem que aturar isso...” – pensou revirando os olhos

 

“Gentem, olha só o gato do Orlandinho dando a maior ideia na mamys!” – percebia o lance – “Será que ela pega?” – pensava enquanto fazia poses para foto – “Papys bem que merecia um chifrinho pra deixar de ser ogro!”

 

***

 

Durante a realização da mesa redonda Abigail desfilava por lá e cá com seu look de esfinge, mas o máximo que conseguia era ser alvo de piadinhas e risos discretos por parte das presentes.

 

“E não é a maluca da Gail usando máscara de esfinge?” – Patrícia pensou ao discretamente observar a mulher – “E que par de asas douradas são aquelas, Senhor??” – balançou a cabeça contrariada – “É uma palhaça!” – voltou sua atenção ao tema da mesa -- E como vocês entendem o espaço das lésbicas na literatura brasileira nos dias de hoje? – perguntou às autoras – O que mudou e o que ainda falta evoluir?

 

--Eu diria que ganhamos um espaço antes impensável mas ainda há muito o que evoluir. – Zu Clética tomou a palavra – Observem que na maioria das narrativas da literatura clássica, as lésbicas, quando presentes, têm sempre um dentre dois destinos possíveis: -- enumerava nos dedos -- ou se render à condição heteronormativa, renegando seus terríveis crimes de lesbianismo, -- falava com ironia -- ou permanecer sexualmente ativas como lésbicas, encontrando inevitavelmente a morte punitiva como desfecho de seus infelizes dias. – olhava para o público – Dando seguimento ao trabalho de outras que nos antecederam, como a maravilhosa Cassandra Rios, nós estamos aqui apresentando um outro tipo de narrativa, no qual ser lésbica deixa de ser um crime para ser, simplesmente, mais uma dentre tantas formas de se vivenciar a própria sexualidade.

(Nota da Autora: recomendo a leitura em https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Literatura/Leituras-de-um-brasileiro-As-lesbicas-na-literatura-brasileira-/57/38497)

 

--E falando em Cassandra, -- Black interferiu – essa garotada jovem não é desse tempo, mas ela foi inclusive perseguida pelo governo militar. – sorriu – E ela foi simplesmente uma das melhores romancistas que já tivemos nesse país.

 

--Abigail ao invés de prestar atenção no que elas tão falando só sabe viver dando rata! – Vera resmungava – Fingir que nem conheço! – nem olhava para a potiguar

 

Gail Nasser rodopiava batendo as asas no meio do salão.

 

***

 

--Oi! – Vera se aproximava de Carol – Muito massa a mesa redonda! – sorria – Gostei daquela linha do tempo que você mostrou sobre a quantidade de autoras lésbicas e suas obras... – puxava assunto – Muito bom por demais da conta!

 

--Que bom que gostou. – respondeu sem dar muita atenção – Agora dá uma licencinha que tem uma pessoa me esperando, tá? – deu tchauzinho e se afastou

 

Vera acompanhou a outra com o olhar e percebeu que ela se juntou a uma mulher elegante que bebia um drinque próxima ao palco. Pelo entrosamento entre as duas logo notou que aquela seria a amante da vez.

 

--Ela só me quis por uma noite... – constatou decepcionada – Por isso que hoje mal olhou nas minhas fuça...

 

Acostumada com o sentimento de rejeição, mais ainda assim não indiferente a ele, a caipira decidiu ir embora.

 

Enquanto isso, Abigail lutava contra uma porta do centro de convenções na qual uma de suas asas se enganchou.

 

--Ô, bixiga da porr*! – puxava a asa com força

 

--Olha a doida ali! – Diana apontou discretamente – Ficou presa na porta, meu Deus! – achou graça

 

--Eu só quero ver até quando vai essa pagação de mico! – Patrícia fez um bico – Vem, vamos embora. – chamou a amiga

 

Diana ainda teve tempo de ver Abigail caindo no chão ao puxar a asa violentamente. Penas douradas voavam no salão. -- Eu hein! – balançou a cabeça e foi embora

 

***

 

--Ai, ai... E mais um dia de intensos trabalhos chega ao fim! – Latifah se jogou na cama com gosto – Mamys, que semana frenética! – sorriu satisfeita

 

--E chata... – falou baixinho

 

--O que foi? – olhou para a mãe

 

--Eu disse, é mesmo. – mentiu – Não sei como você aguenta! – sentou-se na cama – “Só programa de índio high society!” -- pensou

 

--Pra você ver! – deitou-se de lado na direção da mulher mais velha – Eu bem notei que Orlandinho te deu maior ideia, daí! – falava empolgada – Ele é gato, mamys! – piscou para ela

 

--Latifah! – arregalou os olhos – Eu sou casada, esqueceu?

 

--Humpf! – fez um bico – E daí? Acha que papys não olha pro lado? No way!

 

--Eu não quero nada com aquele Orlandinho. Esqueça isso. – levantou-se da cama e pegou um pente – Não estou interessada em ter um caso extra conjugal com ele. – olhava-se no espelho penteando os cabelos – “Já com uma certa caipira não tenho tanta certeza...” – pensou

 

--Não precisa separar do papys e fugir de casa pra viver um grande amor com Orlandinho. – falava naturalmente – É só uma gostosa experiência de sex* casual.

 

--Latifah, isso é jeito de falar com sua mãe, menina? – olhou para ela através do espelho

 

Riu. – Ai, mamys, pára, tá! Você mal completou 4.4 e fala como se tivesse 90 anos! – abraçou um travesseiro – Não há mal nenhum em viver uma aventura louca de vez em quando. Você é jovem, gata, deixa de ser boba e curte!

 

Continuava penteando os cabelos. – Humpf! Fala como se tivesse vivido muitas aventuras... – duvidava

 

--Mamys, conecta, please, conecta! – estalava os dedos – Você não acha que eu ainda seja pura e virginal, né? Não creio! – revirou os olhos

 

--E não é? – perguntou um tanto quanto supreendida – “Com quem será que ela esteve?” – queria saber

 

Deu uma gostasa gargalhada rolando na cama. – Ai, ai, mamys, fala sério... – sentou-se na cama – Não e desde os 17, daí!

 

Virou-se de frente para a filha. – Dormiu com Mustafá? – lembrou-se do namoradinho que a filha tinha aos 17 anos – Nossa, seu pai brigou tanto comigo quando soube daquele namorico de vocês! E tudo porque os pais dele haviam se separado. Se ele soubesse que...

 

--Com ele não, mas com o piloto da família. – interrompeu a fala da outra – Wellington, o nome dele. Tão gostoso... – lembrou do homem – Primeira vez voando nas alturas em altíssimo estilo! – comentou animada

 

--Ah! Mas como...? – ficou pasma – “Não, eu não quero ouvir detalhes sobre isso!” – pensou – E depois desse?

 

--Ah, uns dez. – respondeu sem pensar muito – Não parei pra contar mas é por aí. – fez um gesto afetado – Incluindo o namorado gato do Rabinho, no qual fiz questão de passar o rôdo pra me vingar! – riu brevemente

 

Emudeceu. “E como eu não sabia de nada disso até agora?” – chocou-se

 

--Inclusive, mamys, look at me! – começou a advertir – Amanhã teremos dia livre até umas 16h, quando começa a cerimônia de encerramento do tal congresso lésbico, e depois eu vou sair com o pessoal da Glamour Watch pra curtir a night. E eles vão me buscar direto no Frei Caneca. – falava do shopping – Desapega porque nessa não vou te levar, ok?

 

--Cuidado, filha, pelo amor de Deus! – advertiu preocupada

 

--Relaxa, mamys. – rolou na cama novamente – E não me espera pra dormir, tá? – espreguiçou-se – A ideia é virar a noite dançando! – falava parte da verdade – “E se tudo der certo, pegando o gato do fotógrafo!” – pensou

 

Deu um suspiro profundo. – Pelo menos eu vi esse pessoal e sei de quem se trata. – considerou ao deixar o pente sobre o móvel – E... em relação a esse Congresso? Como será isso? – sentou-se na cama novamente

 

--A gente vai assistir a cerimônia, vão chamar algumas pessoas pra falar alguma coisa lá na frente, serei uma delas, e depois vem uma socialzinha rápida. – explicou resumidamente – Fico lá só até o pessoal chegar pra me buscar.

 

“Será que Vera estará presente?” – pensava – “Ligo pra ela ou não ligo?” – questionava-se – “Meu Deus, me dê uma luz quanto ao que fazer, por favor!”

 

--E antes de dormir, mamys: -- fazia ainda um último comenário – não fica culpada se de repente rolar um interesse ou uma atração por outra pessoa. – pensava no designer – Você foi praticamente casada sob o cabresto da família e papys não é um marido show de bola! – olhava para a mãe – Não pensa duas vezes antes de viver... uma loucura como o clã Ajami Hafeez nunca te deixou fazer. – soprou um beijinho – Kisses! – virou-se para o outro lado e fechou os olhos

 

“Será que essa foi a luz que eu pedi?” – olhou para cima

 

***

 

--Eu não acredito! – Vera estava atônita – Você é criatura custosa como nunca vi! – olhava para outra – Nem no último dia de evento você vai se poupar de dar tanta rata?

 

--Rata, que rata? – reclamou – Faz parte do meu show, meu amor! – gesticulou – Se Gail Nasser fez uma chegada triunfal e teve uma participação masgistral na mesa de anteontem, há de se despedir de modo igualmente bombástico! – fez uma pose ensaiada

 

Deu um suspiro profundo. – Eu desisto...

 

Novamente as duas aguardavam a hora certa de aparecer escondidas em um banheiro distante do Centro de Convenções.

 

--Hoje minha abordagem será a mais ousada! – olhava-se pelo espelho – Na hora que elas começarem a chamar as convidadas pra fazer as considerações finais, eis que surjo, tomo a palavra e faço uma falação breve, porém, inesquecível! – deu uma voltinha

 

--Então hoje não tá mais afônica? – queria entender

 

--Não. E vou dar uma disfarçada no sotaque pra ficar uma coisa assim mais neutra, não sabe?

 

--Sei... – Vera reparava nos trajes da potiguar

 

Abigail usava sandálias rasteiras na cor dourada trançadas até o joelho. A saia marrom terminava pouco acima deles e era fixada por um cinto dourado cheio de imitações de pedras preciosas. Todo o tórax fora recoberto por ataduras brancas as quais também envolviam os braços até os pulsos, que ostentavam longos braceletes dourados. Na cabeça, uma parca imitação da máscara funerária de Tutancâmon deixava o rosto exposto, o qual seria disfarçado por uma máscara facial de caveira.

 

--Essa máscara de caveira é muito massa! – falava reparando nela – O fato de deixar a boca e o queixo de fora me deixa respirar e ainda preserva minha aura de mistério!

 

--Essa foi a pior montagem que você me arrumou! – fez um bico – Maldição de múmia, veja só! – cruzou os braços

 

--Sua Frog Kruger não disse que fez sucesso só porque usa máscara de Sexta-Feira 13? – respondeu desaforada – Eu tô na vibe de Egito Antigo, qual o mal?

 

Revirou os olhos sem nada responder.

 

***

 

Sayruci e Latifah se acomodavam em seus assentos na cerimônia de encerramento do Congresso. A jovem já havia cumprimentado várias pessoas e a mãe aproveitou estes momentos de interação para comprar um livro de Crisálida Manhães escondido e com direito a autógrafo.

 

“Ora se eu ia perder essa! Minha autora favorita!” – escondia o livro dentro da bolsa

 

Patrícia presidia a cerimônia e depois de saudar o público e apresentar os números do evento, começou a convidar algumas figuras ilustres para vir ao púlpito fazer suas considerações finais.

 

--Me disseram que vou falar depois dessa chefe de editorial, mamys. – Latifah comentou empolgada – Tá vendo como aquele meu vídeo sobre o caso Telminha rendeu? – piscou para a outra

 

“Até que ponto você respeita e é tolerante, filha?” – gostaria de perguntar – “Até que ponto não é uma simples vontade de aparecer?”

 

De repente, as portas se abrem e uma curiosa figura chama atenção de todos no salão.

 

--Meu povo! – uma voz grave se fez ouvir – O fenômeno do Oriente, Gail Nasser, quer falar! – Vera anunciou sentindo as bochechas queimarem – “Eu não acredito que tive coragem...” -- pensava

 

--Gentem, que é isso? – Latifah perguntou achando graça

 

Sayruci reparou nas duas mulheres. “Então essa é Gail?” – lembrava-se do conto daquela autora – “E a outra, quem será?”

 

--Mas o que...? – Patrícia tinha pontos de interrogação na cabeça – Ai, meus sais...

 

--Povo brasileiro! – Abigail disfarçava o sotaque o máximo que podia – Eu sou Gail Nasser, egípcia de nascença e escritora lésbica! – parou diante do púlpito

 

--Com esse sotaque? – Latifah não parava de rir

 

--Eu que fico cheia de vergonha por ela! – Sayruci cobriu o rosto com uma das mãos

 

--De onde eu vim, ser homossexual é crime, gera multa ou até mesmo uma pena máxima de 20 anos de prisão! – gesticulava – E ainda assim, eu venci o carrancismo e meus contos viralizaram por todo Oriente Médio e Norte da África! 

 

--Eu não acredito que ela tá fazendo isso! – Vera estava quase escondida atrás da porta

 

--O que essa mulher pensa que tá fazendo? – Patrícia cobriu o microfone e gesticulava para as demais organizadoras do evento – Alguém tem que fazer alguma coisa!

 

--Quer que a gente faça o que? – Bruna perguntou desorientada – Tire ela dali a força? Chato isso, né?

 

--Lésbicas da Faraó foi apontado pela Al-Jandirah como um dos contos mais influentes do século XXI! – gesticulava com raça

 

--Ah! – Latifah bateu uma palma e riu novamente – Conta outra, honey! – gritou para a autora

 

--Não faz isso! – ralhou com a filha – Já não basta a vergonha que ela tá passando?

 

--UH, mentirosa!! – uma mulher gritou

 

--Kaô, hein, filha? – outra também

 

Abigail sentiu que era hora de encerrar seu pequeno número. – Dito isso, leiam meu conto no site da Academia Lésbica e deixem muitos comentários para me dizer até ponto vocês foram tocadas pela magia do misterioso Egito! – fez um salamalaque antes de descer do púlpito

 

--UH, maluca!! – uma jovem gritou

 

Abigail cruzava o salão em direção à porta de saída ouvindo piadinhas, vaias e pouquíssimos aplausos de incentivo. Ainda pôde ouvir Patrícia retomar a fala e comentar:

 

--Bem, depois desse momento de... – pensava em como falar – distração, -- riu brevemente -- vamos convidar nossa querida Latifah Ajami Hafeez, importante digital influencer de Foz do Iguaçu, para fazer suas considerações finais.

 

“Distração?” – pensou revoltada – “E eu lá sou palhaça pra servir de distração pra alguém?” – sentia vontade de chorar – “Fiz de tudo nesse Congresso, mas adiantou de nada!” – começava a enxergar a realidade – “Vera tem razão... só fiz passar vexame!”

 

--Vamos embora! – Vera segurou a outra delicadamente pelo braço quando saíram do salão – Não há mais nada pra nós aqui! – caminhavam – “Khaalii não veio, nunca mais me procurou e eu não passei de uma distração pra uma jovem autora que tá curtindo a fama levando uma por noite pra cama!” – pensou magoada

 

Abigail chorava por dentro e não conseguia dizer coisa alguma.

 

***

 

--Hoje eu vim de carro, você sabe. Trabalhei no Iuba até quase às três. – olhava para a potiguar – Deixe que te levo pra casa, uai! – ofereceu

 

--Eu vou de metrô. – tirou as máscaras de caveira e Tutancâmon – Quero ficar sozinha, não sabe?

 

--Aqui não é Natal, mulher! E tá tarde! – advertiu

 

--Tá não, são só sete horas. E eu sei me cuidar! – ajeitou os cabelos – O metrô me serve muito bem. – tirou um dinheiro do bolso interno da saia – Taí tudo que eu te devia. – entregou para Vera – Obrigada.

 

--Abigail, escuta! – percebia a tristeza da outra – Esse negócio de fazer sucesso é um trem muito relativo. O seu momento vai chegar e...

 

--Não carece de me consolar! – ergueu brevemente uma das mãos – A gente se vê por aí. – despediu-se com um aceno breve – Tchau!

 

--Tchau! – acenou também

 

Vera acompanhou a outra com o olhar e viu quando ela jogou as máscaras na primeira lixeira. Entendia perfeitamente como Abigail se sentia.

 

--Sensação de fracasso... como eu sei o que é isso... – suspirou

 

E de repente, o celular vibra.

 

--Alô. – atendeu sem olhar a tela do aparelho

 

--Vera? -- perguntou insegura – Caipira?

 

--Khaalii? – o coração acelerou – Ave Maria, você sumiu, não me escreveu, não apareceu no talk, não me ligou mais e me deixou doida como nem sei!

 

--Você... está aonde? – olhava para todos os lados para ver se alguém prestava atenção

 

--Na entrada do Shopping Frei Caneca. – sentiu um frio na barriga – Tô indo pegar o carro no estacionamento. E você, tá onde?

 

--Qual o número da sua placa e o modelo do carro? – as pernas tremiam

 

--Fiat Palio Fire preto com placa EVA-1229. – caminhava apressada para o estacionamento – Você tá onde?

 

--Me espera no estacionamento, dentro do carro. – pediu – Deixa as portas abertas. – desligou o celular – E seja lá o que Deus quiser! – seguiu até o elevador

 

--Não acredito! – quase corria – Ela tá aqui! – abriu um sorriso enorme – Ela veio me ver!

 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 9 - O CONGRESSO:
Minh@linda!
Minh@linda!

Em: 22/03/2025

Machucaram muito Abigail!!

Machucaram muito ela, em todos os aspectos.

Entendendo porque ela quer ser famosa... mas do que isso, ela quer se sentir realizada, reconhecida. Sei como é querer se sentir, assim.

Espero que ela conquiste tudo o que precisa, na medida certa dos sonhos dela. E que a pessoa certa apareça, ela sendo famosa ou não.

 

Eita, que esse congresso vai bombar!!

 

Será que Sayruci vai mesmo, mais Latifah?

Se ela for, com certeza, vai reconhecer Vera só com o jeito de falar da Caipira. Não vejo a hora delas se encontrarem!!

Sayruci tá fazendo Vera sofrer muito. Mas eu entendo que ela, ainda, não está pronta. A gente te dar esse tempo Sayruci. Mas não demora, não, que a caipira não tá se aguentando de saudades.

 

Isso Sayruci, marca com a Caipira! Dá um baratino em Latifah e vai pro abraço.

 

Limosine?! Kkkk kkkk 

Gail Nasser sabe chegar bem nos lugares rsrs. Espero que ninguém machuque Abigail pelas lorotas do mundo Árabe e Norte da África. Se alguém fizer isso... dê dê cascudo, Vera.

 

Abigail é uma figura, bicho!! rsrs Devolve esse dinheiro, Vera, que é cilada fazer trato com as loucuras de Abigail rsrs. Ela não tem noção de nada rsrs. Algo me diz que elas serão amigas. Eu me meto em roubada e nem sou paga pra isso. Ô vida bandida!!

 

Eu também não curto nada que me deixe assustada, não. Nem filme de terror eu assisto. 

 

Esse dinheiro que Abigail pagou pra Vera, deve ser muito bom. A Caipira tá pagando um king Kong com as loucuras de Abigail rsrs.

E Abigail tá perdendo um tempo danado sendo alguém que ela não, é.

 

Abigail passou dos limites agora!! Tem dinheiro que não vale apena. Vai curtir o congresso, Vera!

 

 Eita, que a Caipira está sendo tentada!! Sai dessa situação Caipira! Eita lambança, que a mulher já está até nua.

 

Eita, que Vera se entregou aos desejos da carne. Corre Sayruci! Até o coração Vera desligou.

 

Lembro que o primeiro filme lésbico que assistir "Assunto de Meninas" me deixou chateada. Elas não terminaram juntas. Uma se suicida e a outra finge que é hétero. Fiquei decepcionada!

 

É isso mesmo, Brasil?! 

Se lambuzou e agora a tal da Carol nem fala com você direito, Vera. Ô gente ruim! Filha da mãe!

 

Latifah às vezes dá uma dentro. Liga pra Vera Sayruci! Ela tá precisando de colo.

 

Oxente, Vera!! Anunciar a entrada de Gail Nasser foi o fim da picada, agora. Kkkkkkkkkkkkk

Tenho minhas dúvidas de quem seja a mais doida: Vera ou Abigail?

Que loucura!!

Você só precisa ser vc mesmo, Abigail!! É muita loucura até pra mim kkkkkkkkkk

Khaalii ajuda essa criatura!

 

Eita, que Sayruci tomou coragem... Vai se mostrar pra Vera. Acabou o sofrimento Sapatão!!

Se bobear, esse encontro vai ser que nem no sonho. Ô glória!

 


Solitudine

Solitudine Em: 23/03/2025 Autora da história
Olá querida!

Abigail busca os sonhos megalomaníacos para abafar todas as dores que ela tenta abafar dentro de si. Além de, claro, ter sua dose de preconceitos.

E nessa, as expectativas descalibradas para o congresso. O que vai ser?

Enquanto isso Sayruci vê no convite da filha a chance de sonhar ser livre no congresso. E o que vai ser? A pergunta se repete.

Gail Nasser não teve suas expectativas atendidas. Com um fake mal construído e um único conto que ainda não agradou, ela não conseguiria. Especialmente considerando a "concorrência" das Dez Mais. rs

No meio de tanta rata, Vera tem seu encontro com Frog Krugger e sente a dor da rejeição mais uma vez.

Porém, no último minuto a autora teve coragem...
E agora???

Beijos,
Sol


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PaudaFome
PaudaFome

Em: 18/06/2024

E como eu ri kkkkkk Abigail que me perdoe mas ri muito! Louquinha pra ver Sayruci e Vera no pós congresso 


Solitudine

Solitudine Em: 20/06/2024 Autora da história
Então quer dizer que o congresso te divertiu? Abigail não compartilha dessa sensação, mas fazer o que? rs

Vera é quem está feliz agora!

Beijos,
Sol


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Ontracksea
Ontracksea

Em: 20/01/2024

História com pegada totalmente diferente da outra. Apesar da parte triste morri de rir! Que congresso!! jajaja

Finalzinho deixou o coração a mil! Bora ler!


Solitudine

Solitudine Em: 21/01/2024 Autora da história
Olá querida!
Esse congresso deu o que falar, pena que não correspondeu às expectativas de Abigail. Mas, pelo menos parece que será bom para Vera. Vamos ver o que você achou! rs

Beijos,
Sol


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Femines666
Femines666

Em: 24/03/2023

Gargalhei nesse congresso apesar das dores. E finalmente Vera e Sayruci vão se conhecer!!!


Solitudine

Solitudine Em: 26/03/2023 Autora da história
Eu adoro esse capítulo! kkk Veja só! rs
Beijos,
Sol


Responder

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Femines666
Femines666

Em: 24/03/2023

Sayruci vai no congresso!!!! Felicidade!!!


Solitudine

Solitudine Em: 26/03/2023 Autora da história
Viu só? rs


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Samirao
Samirao

Em: 23/03/2023

E faltam 2!!!


Solitudine

Solitudine Em: 26/03/2023 Autora da história
Eu hein! rs


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Alexape
Alexape

Em: 17/12/2022

Oiê! Você é tão atenciosa! Tô te achando super fofa... Vou recomeçar a maratona. Beijo!


Resposta do autor:

Obrigada!

Boa leitura.

Beijos,

Sol

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Alexape
Alexape

Em: 15/12/2022

Bigail saiu magoada mas eu amei esse congresso!!! Ri muito e passo vergonha na rua por sua causa!!! 

E o sonho vai virar realidade! Vera e Say juntas!!  **

Li até devagar 


Resposta do autor:

kkkkk Olá querida!

Passou vergonha na rua por minha causa? Perdoe! rs

Vamos ver como será esse encontro? Corra para o próximo! ;)

Beijos,

Sol

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Seyyed
Seyyed

Em: 13/10/2022

PUTA MERDA HAHAHAHAHA Gargalhei com esse capítulo. Porra louca demais!! E terminou com o que eu mais quero ver Say e Vera

Bigail me perdoa porque tu sofreu mas eu ri muito!! Hahaha  vou reler 


Resposta do autor:

kkkkkkkkkkk Eu também me diverti escrevendo este capítulo, apesar da Abigail ter ficado triste com o resultado.

E Vera e Sayruci vão se encontrar finalmente!!!

Beijos,

Sol

Responder

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Samirao
Samirao

Em: 13/10/2022

Gostando de ver voltou a bombar! Hum 


Resposta do autor:

Você gosta, né? kkkk

Responder

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Cristina
Cristina

Em: 23/03/2022

Olá Sol! Tudo bem?

Que pena que este congresso não saiu como Abigail esperava! 

Quem diria q Sayruci fosse comparecer a este congresso!

Espero que Vera tenha mais sorte que Abigail !!!

Me divetindo aqui com esta história!!

Beijos!


Resposta do autor:

Olá minha queridíssima!

Como vai você? E esse coraçãozinho? Está vivendo seu luto? Permita-se. Depois a tempestade passa.

E sua operação de maio? Os exames estão fluindo? Tem data marcada? A gente quer irradiar para você no dia!

Abigail alimentou expectativas muito elevadas e nada condizentes com a realidade. A frustração foi inevitável! Sayruci acabou indo no susto!

Vera... bem, você vai ver. Não leia os comentários das outras para não perder as surpresas.

Fico feliz em poder lhe ajudar nesse momento ao menos trazendo diversão para você.

Beijos,

Sol

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sonhadora
sonhadora

Em: 05/03/2022

Oiê!!!!!

Neste capítulo teve de tudo um pouco ou um muito!!!! As loucuras das fantasias da Abigail, o sexo desenfreado da Vera, a rejeição logo depois. O mais triste é ver a decepção da Abigail, meus olhos ficaram molhados por ela, tadinha. Depois vem a esperança das nossas heroínas, Say e Vera, finalmente teremos algo?

Beijos de luz!!!

P.S: Estou tentando atualizar, mas ando estudando para um processo seletivo do IBGE e tive alguns probleminhas...morrendo de saudades da sua história.

 


Resposta do autor:

Olá querida!

Estava sumida e por um bom motivo! Dedique-se ao seu concurso e, se Deus quiser, dará tudo certo. Volte no seu tempo. E não esqueça de depois me dizer: Sol, olha, passei! Fique tranquila na hora da prova. Vai mansa.

Sim, esse capítulo teve de tudo! O Congresso rendeu! rs Espero que tenha gostado!

Beijos,

Sol

Responder

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Zaha
Zaha

Em: 23/02/2022

Boa tarde, Solcito!


Um presente 


 


Finalmente Abgail pode expressar suas dores, o que realmente estava por trás da sua grande busca pelo sucesso. Conhecer sua sombra é importante e ela reconhece, mas saber lidar e aceita-las são coisas diferentes. “ A sombra só se torna perigosa quando não lidamos atenção.” Ela tem tanto talento, tanto para dar, mas pela vergonha, raiva e tantas emoções negativas esta ocultando e essa obsessão  é tao grande que distorciona sua realidade. Sucesso nao é igual a dinheiro. É fazer bem algo e ter a fama de ser bom em algo, ás vezes ganha, mas n necessariamente!


Ao longo do capítulo a vi cheia de planos, desesperada e alienada da realidade, principalmente com aquelas roupas que nem pude terminar de ler, não sei como não se dava conta, aliás, sei! Mas no final vimos que a realidade a pegou,  seus planos foram bem diferentes, mas a conhecendo, não sei se desistirá ou vai aceitar que existem outras possibilidades.


A entendo de certo modo, porque sofri na infancia ,de foma diferente. Abi, sofreu muito!! Achei que n ia me identificar com ela, mas é uma a mais que está comigo!


Meteu Vera com ela nessa onda, coitada! Só entra em enrascada, como caipira aqui, não?! Kkk. A vergonha que a outra passou ajudando...


Voz de Pato Donald´s, essa me vem com cada uma, engraçada que nem a rainha das caipiras(vc)!!


Rede sapatanesca? Essa foi boa, como todas as outras frases.


Vero só se meteu em roubada, toda molenga em vez de tomar atitude, ao menos via a realidade!


Pensei: Se armou, ao menos a gente pensava, com essa tal de Kruger idiota!! Mas Vera é mt pro seu bico...escandalosa louca!! Rs


Mas vou te parabenizar idade da loba, tirando a gravação, que ri, a cena de sexo estava top, vc mandou bem!! Kkkk. Essa égua da Kruguer!!


Eu acho que mais que Abgail, o momento foi de Vera, só ela tinha que meter a cara, a outra só nas roupas tiradas n sei de onde....


Rainha das caipiras, vc me vem com cada uma...Ginga na Reginha.. sei lá o que, nem lembro...kkkkkkkkkkk. Doidaaaa


Vou te dizer, minha Vera era linda, era butch até eu sombreá-la e ficou femme....até vc pegava elaaa, amigue, sensualidade bofética no ar!!!! Uma pinta! Mas dps, virou n sei quë! Me deu um trabalho pra descolorir aquilo...um dia antes de vc postar!! Rs.


Say e Latifah, que menina despirocada , mas sabia que ia levar a mae junto...só alegria!!!!!!


Ainda bem que minha Latifah no fucagram ficou digna de uma diva!! Fah é louca, de outro mundo. Não gostei dela rindo, mas tudo bem. Porém não posso vë-la. O que realmente está por trás dessa youtuber...que passa dentro dela?


Abigail é tao orgulhosa, nem escutar quer, acho que n pode lidar com os outros vendo ,uma pena! Mas a tia viu algo....


Agora pare tudo......


Suy teve coragem de ligar..pirei geral!!!!! Vera n desmaiou ainda?!! Surpresa!!


E agora, que vai passar??????


Vai escutar Latifah?


Vao só se conhecer?


 indo lento?


 N sei, dps do telefone, deve ficar algo meio assim, porém, boto fé! Mas espero que Vera diga sobre Kruguer antes... (Não que seja a favor da infidelidade, never, e sim, que penso que para sair desse casamento, necessita de alguém decidida, necessita se apaixonar completamente para ter a coragem de enfrentar as consequências...). E essa é Vero... parece molenga e lenta, mas n é, é decidida!! Que nem a rainha das caipi! rsrs


O QUE PASSARÁ???!!!!!!!!!


To be continued.....


PS: O site n abriu sobre Cassandra, dava erro. Por sinal, grande mulher, pena que seja muito dificil encontrar algo, já que foram censurados. E os q tem eu n posso pagar...nem no sebo acha... .


Até logo, minha querida amiga!!Beijocas


 


 


Resposta do autor:

Boa tarde, Lailinha!

Olha ela Dourando aqui!

Sua análise sobre Abigail está bem certa e não me surpreende que se identifique com ela sob certos aspectos. Lembro que conversas que tivemos na época de LivrodasFuça.

Então o Congresso te divertiu? A mim também? kkk

Vera se envolveu com Frog por carência e depois ainda saiu machucada. A caipira não é dada a aventuras. Ela achou que Khaalii a havia deixado de vez e criou alma nova com o telefonema que recebeu.

Latifah de vez em quando dá umas dentro e acabou ajudando a mamys sem saber. Vamos ver no que vai dar isso tudo!

O site não abriu?? Oxe, será que já saiu do ar?

BEIJOS!!!

Sol

 

PS: Adorei receber estes comentários inesperados.

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Samirao
Samirao

Em: 22/02/2022

Amoreeee! Enquanto vc tá tão bonitinha trabalhando entro aqui nas suas coisas , ui!, e comento esse cap maravilhoso que me fez rir de chorar! huahuahuahua Eu tinha lido desde o começo mas nã deu pra comentar por razões que vc sabe né? eu até tive peninha da Bigs pela frustração que ela sente em coisas acumuladas e eu sei bem como é mas não deu pra não rir de tanta loucura! Limosine, capa preta, máscaras, modelitos, voz de pato Donald, afônica... huahuahuahuahua  Morri!! Ela terminou mal mas procurou né habibem? No conditions were! Say no congressoooo!!! AMEI!!!!!!!!! Massss eu não gostei da caipira ciscando no terreiro errado. É incrível como essas caipiras sempre vem com essa né? Caiu na tentação porque tava largada Hum! Disso não gostei!!!!!!!!

Mas o caps é nota dez e eu ainda ganhei a aposta. vou lançar outra habibiem!!!! Bjussss


Resposta do autor:

Bom dia, Samirão! (kkk)

Entrando nas minhas coisas... kkkk Já começou inspirada!

Eu sabia que você ia se divertir. Valeu a pena a espera?

Claro que Sayruci não poderia ficar de fora. De um jeito ou de outro, ela iria. rs

Sobre a caipira  ela teve seus motivos. 

Outra aposta? Não se pode vencer todas. rs

Beijos,

Sol

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mtereza
mtereza

Em: 20/02/2022

Nossa como eu fiquei com pena da Abgail nesse capítulo, poxa a coitada claramente por conta da história de vida criou um mundo meio que paralelo , espero que agora depois de ter sido ridicularizada dessa forma, caia na real e foque as suas energias e criatividade que não podemos negar que ela tem para outras coisas e consiga se encontrar.

E a Sayruci foi para o congresso e minha nossa ligou para a Caipira como ela disse agora seja o que Deus quiser kkkk.


Resposta do autor:

Olá querida, como vai?

Sim, Abigail vive atrás do sucesso para através dele se sentir melhor. Porém, após tanta rata como deu no Congresso, levando a caipira de lambuja para a confusão, vamos ver como nossa querida potiguar vai se portar.

E seja o que Deus quiser, não? Veremos no próximo capítulo.

Espero que esteja se divertindo.

Beijos,

Sol

Responder

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Mille
Mille

Em: 20/02/2022

Deu dó da Bigail querendo chamar atenção e só deu ratas 

Vera se deu bem, mais será que as marcas ainda esta na pele e Say ver???

A caipira vai ficar mais paixonada pela olhos verdes. 

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Olá querida, tudo bem?

Abigail deu rata atrás de rata e demorou para perceber. Coitada de Vera que no meio dessa confusão virou até caipira de aluguel! rs

Vamos ver como vai ser com Sayruci.

Com certeza, certos olhos verdes são mesmo de matar!

Beijos,

Espero que continue gostando!

Sol

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