1.Uma vida normal
Nunca me senti ajustada a um grupo comum, ou a alguém que tivesse as mesmas ideias que eu. Sempre fui a excluída da sala, que ninguém lembra e esquece nos passeios escolares. Nem sequer me sinto parte desse mundo, à essas pessoas e a todas essas tragédias. Se me perguntarem se esse tal mundo tem salvação, eu só vou dizer que resta esperança, pelo bem ou mal.
Diversas vezes me peguei com aquela dúvida se devia continuar aqui, a insistir em seguir em frente. Mas sempre descartei essa ideia, pensando que não é o certo, que se estou aqui, é por alguma razão, por menor que seja. Mas já levei tantos baques da vida, tantas rasteiras... Sempre sozinha, sem ter alguém que me sinta a vontade para falar, para desabafar, então me acostumei com o silêncio do meu quarto, com a gritaria do lado de fora, a confusão que me faz sentido na cabeça, com as palavras que escrevo em cada pedaço de papel. Com tantas cicatrizes espalhadas pelo meu corpo, por que alguém se interessaria em se aproximar?
Então, qual a razão para tudo? Eu não sei, mas talvez leve uma vida toda para descobrir, ou morra sem saber. Mas eu vou tentar, até meu último suspiro.
----- Fim
— Mais um best-seller, srta. Isa Miranda? — Indagou-me Samuel, logo atrás de mim.
Fiz menção de fechar o notebook a minha frente e fazer um “shh” prolongado para ele, que riu e se sentou à minha frente na pequena mesa.
— Já falei para não ficar me chamando assim em público, Samuel. – Digo, pela milésima vez. — Vão acabar descobrindo.
— Claro, com tantas pessoas aqui, corremos um grande perigo.
Olho ao redor da lanchonete, para todas as mesas vazias e apenas três ocupadas, sem contar com a nossa, no canto mais afastado. Sempre íamos a essa mesma lanchonete, porque os funcionários eram ótimos e não importava o número de clientes, sempre tínhamos sossego e privacidade.
Tive que bufar e concordar com ele. Helena Cafeterias era um lugar que frequentávamos desde a faculdade, fizemos dezenas de memórias, tivemos diversas conversas e discussões ali. Eu sentia certo apego por aquele lugar. Havia um ar familiar, uma sensação de calmaria que aquecia meu interior e que nunca encontrei em outro café. Era perfeito para escrever os capítulos dos meus livros.
Não havia nada chamativo ou luxuoso em seu interior. As cadeiras e mesas seguiam o padrão. As mesas de madeira maciça tinham uma pequena toalha bordada no centro, com o número da mesa no centro e um gancho nele. Os atendentes colocavam o papel com a anotação do nosso pedido para que o usássemos para pagar na saída. As cadeiras eram estofadas e havia sofás de canto. No centro fazíamos os pedidos no balcão circular, onde havia máquinas de café, rosquinhas diversas, bolos e algumas tortas salgadas. Era tudo bem iluminado sem você se sentir num hospital. O papel de parede era abstrato na metade com desenhos aleatórios, enquanto a parte debaixo era um azulejo que combinava com o chão de mármore travertino.
— Você está ficando paranoica. — Samuel constatou, colocando o copo com o meu capuccino ao lado do notebook.
— É a idade. — Respondo mais baixo, demonstrando meu pesar com o fato. Eu tinha a sensação de que já tinha vivido demais nessa vida.
— Ah, qual é. — Ele me repreendeu com o olhar. — 30 não é ruim. Você nunca aparentou ter a idade que tem. Parece que não envelheceu um dia desde que te conheci. Eu já não posso dizer o mesmo.
Samuel realmente tinha amadurecido desde que nos conhecemos na faculdade. Ele não era tão alto, mas era vaidoso, os cabelos castanhos tinham os cachos bem conservados e hidratados, pareciam brilhar mesmo secos. Ele tinha o tom de pele mais escuro que o meu, olhos despreocupados e um sorriso que conquistava o mais duro dos corações. Era fácil conversar com ele, e por isso éramos melhores amigos.
— Você está inteiro, com a conversa certa consegue qualquer mulher.
— Isso é plenamente verdade. — Sorriu convencido. — Se você não fosse tão desconfiada com as pessoas que se aproximam de você, aposto que conseguia quantas companhias que quisesse. Não é como se não houvesse mulheres interessadas em você. Sempre recebe olhares! — Ele ergueu as mãos na defensiva quando o encarei de maneira mais intensa.
— Não é tão simples assim. Eu tenho um contrato. Não posso deixar ninguém saber que sou a Isa Miranda, principalmente agora, que os últimos livros têm sido bem divulgados. E como eu manteria alguém perto tendo que esconder meu trabalho?
— Você sabe que ninguém se importa muito com os escritores.
— Só com os que eles não sabem a verdadeira identidade. Você sabe que os fãs tem estado malucos querendo saber quem sou desde o último livro.
— Sim, isso é verdade. Mas você não precisa sair com um fã para ter companhia. Nem todos gostam dos seus livros ou estão interessados em saber sobre você. Não tenha o ego tão alto, querida.
— Eu só quero me precaver.
Respiro fundo, pegando o copo de isopor e bebendo um gole, sentindo-me relaxar com aquele gosto tão familiar ao meu paladar.
— Acho que tem alguém sendo paquerada.
Eu me assustei com a menção de Samuel, e senti meu lábio queimar para a diversão dele, que começou a rir enquanto o xingava baixo.
— Eu já te disse para parar com essas brincadeiras. — Falo seriamente, tocando meu lábio queimado. — Não tenho mais idade para paqueras.
— Você está na flor da idade, não seja dramática.
Voltei para casa após me despedir de Samuel naquela noite. As ruas estavam movimentadas, o clima estava agradável naquela primavera, e eu teria ido andando para casa se não tivesse dirigido até a lanchonete. Mas busquei me distrair com a música no caminho de volta, ainda que me incomodasse o trânsito e as buzinas. As pessoas realmente achavam que buzinar faria o farol abrir mais rápido? Com o passar dos anos e o avanço da tecnologia você pensaria que as pessoas seriam mais racionais, mas bastava ficar parada no trânsito que a conclusão é outra.
A Cidade de Canéia era ancestral. Há mil anos ela era comandada pelo General Jorge Lucas, que governava o lugar com um punho firme. Tinha guardas que patrulhavam cada rua a todo momento, dificultando a vida dos criminosos. Os comerciantes prosperavam, as crianças iam à escola, os jovens trabalhavam e os velhos eram cuidados pelos filhos.
Mas Jorge Lucas nunca se casou, nunca teve filhos, e era um velho amargo porque a única mulher que amou na juventude foi viver na cidade vizinha, Figueira Vermelha, comandada pelo seu inimigo, General Vitor Hugo. Ninguém sabia o motivo de serem rivais, mas o boato era porque competiram pelo amor de Liandra na juventude.
O fato era que as cidades viveram em conflitos por quase um século. Tanto Cidade de Canéia e Figueira Vermelha tinham soldados bem preparados e armamentos em abundância, mas os recursos para manter os exércitos não eram eternos. Jorge Lucas derrotou Vitor Hugo em batalha, mas nessa altura seu filho com Liandra já era crescido e assumiu a guerra do pai.
Vitor Hugo Júnior era jovem e ousado, mas bastante inteligente, no entanto. Ele treinou um grupo de civis aliados de Cidade de Canéia e os infiltrou na cidade junto dos seus melhores soldados. O resultado? Esse punhado matou Jorge Lucas na calada da noite em sua casa e todos os soldados que faziam guarda. Esses soldados também foram mortos em seguida, é claro. Mas sem herdeiros e sem recursos, Cidade de Canéia se tornou uma extensão de Figueira Vermelha, que foi comandada por ninguém menos que Liandra. O governo foi passado adiante para a sua segunda filha, que passou à sua segunda filha e assim por diante. Era onde eu morava agora.
Cidade de Canéia e Figueira Vermelha eram duas de várias cidades que pertenciam ao Continente Sul. Desde muito antes de Vitor Hugo e Jorge Lucas, o Sul – como é mais chamado – é comandado pela Bandeira Azul. Diversos governantes representavam a Bandeira Azul e eram os que criavam as leis, enquanto os generais comandam as cidades e exercem essas leis – além de se reportarem a eles. O Continente Sul era o menor em comparação aos outros continentes, mas definitivamente o mais organizado e bem equipado atualmente.
A Bandeira Azul era somente uma entre várias outras bandeiras dos outros continentes. Todos assumiram um regime totalitário e antiquado para controlar a população; mas nos últimos anos tem ficado visível o quão descontente as pessoas tem ficado com essa falta de autonomia e diálogo com o governo vigente. Qualquer que fosse o questionamento, havia uma punição.
O Continente Sul por sua vez evoluiu consideravelmente em vários aspectos, as pessoas não morriam de fome, conseguiam sobreviver do que trabalhavam. Mas somente por causa do controle e da opressão.
Os prédios eram modernos, possuíam molduras que enfeitavam toda a estrutura como uma arte num quadro. No centro de Cidade de Canéia eles eram enormes. Era maravilhoso olhar para eles. Às vezes eu me perguntava se todo o trânsito se iniciava pelos admiradores que olhavam esses gigantes pela janela do carro. Eu já morava ali há tantos anos que tinha me acostumado. O que eu não me acostumava era com o trânsito e o número anormal de pessoas andando pela rua, não importa o horário, sempre havia pessoas demais.
Eu duvidava que os soldados que patrulhavam as ruas dessem conta de fiscalizar tudo. Mas eles gostavam de tentar, porque éramos obrigados a sermos fiscalizados todos os dias a todo o momento.
Eles confirmavam nossa documentação e queriam saber para onde íamos. Normalmente não criavam problema.
Minha casa ficava a trinta minutos do centro, não era longe, mas o trânsito sempre me fazia levar quase uma hora para chegar lá. Eu moro sozinha num bairro residencial igual à tantos outros. Sou escritora, meu verdadeiro nome é Ana Martins, mas eu publico como Isa Miranda, um pseudônimo, para manter meu rosto e minha história no anonimato. Meu contrato com a editora garantia isso, eles não tinham direito a minha imagem verdadeira, mas me ajudavam a manter o perfil de Isa. Atualmente meus últimos dois livros fizeram sucesso, continuavam vendendo demais pelo mundo, e isso me fazia agradecer por ter começado a publicar como Isa.
Eu liguei uma playlist no meu sistema de som em casa que repercutia pelas caixas de som espalhadas pelos cômodos. Tomei banho, troquei de roupa, pedi comida e voltei a escrever. Estava revisando os últimos capítulos, preparada para enviar aos editores. O livro se trata de um casal apaixonado que descobre que o casamento não é o que querem e optam por viver em casas separadas. Vários acasos acontecem para testar a sua confiança. Mas de uma forma engraçada, eles vencem cada obstáculo e no fim tem uma grande surpresa.
Particularmente, gostava de criar histórias com situações incomuns assim, para mostrar que não há só uma forma de estar junto a alguém. E bem, pelo número de vendas que tenho, posso garantir que a ideia está sendo bem-vinda.
Depois de um mês lancei esse livro, estava em quinto entre os livros mais vendidos, e eu me divertia cada vez mais com a especulação dos fãs quanto a quem é o escritor ou a escritora. Era cada história engraçada que eles inventavam, que era impossível não ficar animada.
Fui à editora para um longo dia de autografar livros e participar de entrevistas, sempre com o cuidado de ninguém me ver pessoalmente, o que eu agregava à tecnologia. Era cansativo, eu saía exausta, mas realizada de certa forma.
Arthur era editor chefe e me conhecia, ao menos como Isa; e tinha o privilégio de me ver pessoalmente. Ainda que eu tomasse o cuidado de sempre cobrir meus cabelos com um chapéu e os olhos com óculos escuros, a máscara cuidava de vendar a minha boca.
— Você continua surpreendendo, garota. — Ele falou animado.
Arthur tinha herdado a editora do pai há alguns anos. Não era muito mais velho que eu devia aparentar, mas adorava me chamar de garota. Era calvo, alto e vestia roupas casuais, esbanjando sua forma física mais atlética. Estávamos no seu escritório, já tinha passado da hora do expediente das pessoas, e só restávamos nós ali.
— É bom saber que as pessoas ainda estão comprando a ideia. Espero que continue.
— Ah, sim. Eles vão continuar falando seu nome por um bom tempo depois do filme que lançaram. E o livro veio em bom momento.
— Sim, é o que parece. A equipe de marketing tem sido exemplar também.
— Ajuda que você tem se mantido ativa nas redes sociais. — Ele sorriu por trás de sua mesa, mas parecia mais cansado do que eu. — Mas você devia tirar umas férias, não acha?
— Férias? — Estreito os olhos, estranhando a proposta.
— Sim. Você tem publicado um atrás do outro. Talvez seja hora de relaxar, viajar e conhecer novas pessoas.
— Está me demitindo, Arthur?
— Oh, não, eu não sou maluco de mandar embora a galinha dos ovos de ouro. — Ele riu, descontraído. — Mas concordamos que faria bem à sua imagem sair dos holofotes por um tempo, para acalmar os ânimos dos fãs. Tem sido uma loucura.
— Tem? Eu não fiquei sabendo de nada além do habitual.
— Porque tivemos que abafar as notícias. Veja você mesma.
Ele me estendeu um tablet, eu olhei as imagens das câmeras de segurança, observando um grupo mascarado invadindo o prédio da editora no meio da noite. A data era desse final de semana.
— Do que eles estão atrás? — Perguntei, confusa.
— Dos exemplares, é claro.
— Isso é loucura. — Constato, vendo-os vasculhando algumas salas, mas saindo correndo quando o alarme disparou. — São apenas livros. — Entrego o tablet para Arthur, cruzando os braços. — E tem escritores mais famosos que eu.
— Sim, claro que tem. Mas nenhum deles é um pseudônimo.
— Não justifica.
— O fato é que você está atraindo muita atenção, Isa. — Seu tom ficou mais sério, ele parecia preocupado, acima de tudo. — E está mobilizando pessoas.
— São apenas livros. — Volto a pontuar. — Romances, em sua maioria. Nada incomum. As pessoas vão acabar se acalmando.
— Não são somente livros, não se faça de ingênua. — Ele respirou fundo, parecendo mais velho de repente enquanto coçava a ponte do nariz e se inclinava sobre a mesa, buscando me olhar com uma paciência cansada. — Isa, eu amo seus livros, eu sempre te disse isso. Você prende a atenção do público até o último capítulo, isso tem sido raro nos dias de hoje.
— E qual o problema, afinal?
— Você sabe que para qualquer pessoa que preste mais atenção à fundo no conteúdo dos seus romances, vai identificar suas críticas à Bandeira Azul, aos soldados. Você ridicularizou o General Marcondes-
— Eu nunca mencionei generais, Arthur. — Faço questão de pontuar.
— Mas mencionou um tal soldado Marcos, que fez uma pequena participação no seu romance como um corrupto e estuprador, se você lembra bem.
— E o que Marcos tem a ver com o General Marcondes?
— Não se faça de ingênua, Isa. — Ele repetiu, sem tanta calma agora, mas julguei que ele estivesse mais apreensivo do que nervoso. — Marcondes foi acusado pouco tempo antes da publicação do seu livro por esses mesmos crimes.
— Pura coincidência. Como eu saberia que ele seria acusado? Eu já tinha escrito a história antes de publicarem sobre qualquer suspeita dele. E Marcos não foi ridicularizado, ele cometeu um crime que influenciou na trajetória do meu personagem principal.
— Cujo objetivo era levar o povo à rua para protestar contra seus governantes.
— Contra as injustiças. — Corrigi. — O povo pode fazer isso, não é contra a lei.
— Isa... Eu estou tentando te ajudar aqui, não dificulte as coisas.
— Eu também estou tentando te ajudar. Se eu me afastar agora o público pode simplesmente desistir de comprar a ideia do meu pseudônimo.
— É um risco que teremos que correr. Se os ânimos esfriarem quando você voltar, planejaremos uma volta que chame a atenção. O fato é que esse tipo de comoção não pode continuar. Está deixando as pessoas inquietas. — Ele apontou para cima discretamente, eu sabia que ele estava falando sobre o General atual. — Além de que estão associando suas ideias aos Sem Bandeiras.
— Sem Bandeiras? Sério?
Eles eram um grupo rebelde que vem chamando a atenção pelos seus ideais revolucionários contra as Bandeiras dos continentes. Eles estavam em todos os continentes e por isso era difícil localizá-los. Eles eram contra o controle dos representantes, dos generais, e até então só divulgavam suas ideias via online, hackeavam contas de empresas para mostrar sua marca e chamar a atenção.
— Como eu disse, vai ser bom dar um tempo. Depois dessa invasão na editora todos estão cautelosos. — Arthur voltou a me estender o tablet, mas dessa vez havia um documento aberto nele. — Aceite as férias oficialmente, Isa. Mantenha-se ativa nas redes sociais, fale dos outros livros, mas dê um tempo.
— Eu não tenho realmente uma escolha aqui, tenho? — Suspiro, pegando o tablet e lendo as primeiras linhas para ter certeza de que se tratava só disso.
— Eu recebi perguntas sobre você, Isa, acredite em mim, estou fazendo tudo ao meu alcance para manter sua identidade em sigilo. Se sua imagem vem à tona em meio a isso, as coisas podem ficar mais complicadas.
— Eu imagino que a Bandeira Azul vai ficar incomodada com os romances de Isa Miranda estimulando uma revolução.
— E você devia ficar incomodada em ter sua imagem associada à essa revolução, e não a de Isa. Ao contrário de seu pseudônimo, você será responsabilizada, e não será só Isa Miranda que vai desaparecer.
Eu ergui os olhos do tablet para a ameaça explícita em suas palavras. Porque era assim que os Generais resolviam os problemas, eu sabia disso, mas não imaginava que as pessoas estariam sendo tão imprudentes quanto a mensagem que eu tentava passar nos meus livros.
Invadir a editora? Isso era estranho. Os livros foram lançados no dia seguinte à invasão. A menos que não estivessem atrás dos livros. Mas por que grupos rebeldes invadiriam uma editora?
Ainda que não fosse por isso, a Bandeira Azul estava me responsabilizando pelos atos desse grupo, e me afastar da editora era somente um teste para saber o quanto eu realmente estava provocando uma revolução. Eu não tinha escolha. Arthur foi claro. Se eu me recusasse a tirar férias, minha identidade corria o risco de ser revelada, e qualquer que fosse a intenção daquele grupo, eu corria o risco de chamar a atenção deles para mim.
— Tudo bem. Eu não estou procurando confusão, eu só quero continuar ganhando meu salário no fim do mês como qualquer pessoa. — Digo por fim, baixei os olhos para o tablet a fim de terminar de ler sua pequena declaração e só então assinar no espaço digital.
— Eu sabia que você acabaria entendendo, Isa. — Ele se recostou na cadeira, aliviado. — Não se preocupe com o salário, você vai continuar recebendo pelos seus livros e pelo filme.
— Fico feliz em saber. — Deixo o tablet sobre a mesa, suspirando. — Há mais algo que queira tratar ou estou liberada?
— Você pode ir e aproveitar suas férias. — Ele sorriu, estendendo a mão, que eu aceitei por educação. — Sabe onde me encontrar se precisar de algo.
— Claro, mas não se preocupe. — Levanto, pegando minha bolsa. — Aproveite sua noite, Arthur.
— Você também.
E esse era o jeito mais sutil da Bandeira Azul manter o Continente Sul controlado. Mas eu tinha a sensação de que isso não iria durar para sempre, a revolução iria acontecer.
Fim do capítulo
Guten Abend/Boa noite!
Olha eu aqui de novo, agora com uma história que está sendo cozinhada hehe
Essa eu tenho apego especial, então estou escrevendo fazendo carinho :)
Deixe seu comentário ;) ele é sempre importante
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kasvattaja Forty-Nine
Em: 15/02/2022
Olá! Tudo bem?
Belíssimo tema e atualíssimo, infelizmente, e isso desde sempre nessa nossa pobre — em todas as formas possíveis e imagináveis — América Latina.
Como você possui uma bela escrita e ideias originalíssimas, com certeza teremos uma história maravilhosa, como sempre.
É isso!
Post Scriptum:
''As revoluções, como os vulcões, têm os seus dias de chamas e os seus anos de fumaça. ''
Victor-Marie Hugo,
Escritor.
Resposta do autor:
Kas! Ótima, e você? Que bom te ver por aqui!
Infelizmente é atual realmente. E olha que eu comecei essa história há muito tempo, teve três versões dela, mas quando pensei na ditadura, não poderia ter se encaixado melhor. Mas minhas histórias são sempre camaleões que vão se modificando com o tempo, estou feliz com o resultado de agora :)
Espero que goste realmente! Está sendo cozinhada com muito carinho :)
Adoro suas referências dona Kas!
Obrigada por comentar ;)
Ótima semana!
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