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Fios do Destino por La Rue

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Palavras: 4193
Acessos: 402   |  Postado em: 11/02/2022

Notas iniciais:

Olá, meus queridos, tudo bem com vocês? Sentiram minha falta nesses últimos três meses. Nossa... tanto trabalho nesse final de ano para o lançamento do primeiro livro que cheguei a um esgotamento quase total. 
Mas enfim, um sonho realizado, vocês fizeram parte de cada pequena etapa e eu não poderia estar mais agradecida por todo o apoio até então. 
Obrigada por todos que estão aqui depois de tanto tempo... E vamos a leitura!

Entrelinhas

 

Após a emocionante abertura dos jogos, os mais influentes participantes foram conduzidos até a residência do anfitrião Temístocles. O general era bem conhecido por sua hospitalidade e gentileza, além de sua genialidade, claro... E a ocasião, obviamente, demandava ainda mais de seus sorrisos, palavras de encorajamento e o que mais fosse necessário para manter o povo grego unido. 

 

Athena sempre possuía um plano e não seria naquele momento de extrema delicadeza que a deusa abandonaria os seus fiéis devotos. A Panateneia viera em um bom momento apesar das circunstâncias, com a ameaça persa já marchando em território heleno, era cada vez mais comum ver pequenas e até mesmo grandes pólis se curvando ao suntuoso império; os gregos eram bem conhecidos por suas individualidades e particularidades, porém, a festividade ligada a uma das deusas mais cultuadas serviria não apenas como um momento de paz entre as evidentes diferenças e disputas. 

 

Seus olhos azuis e astutos correram pela área comum, a música tranquila embalava as conversas descontraídas e também aquelas já um pouco mais alteradas, seja pelo fulgor da troca de discursos ou pelos generosos goles de vinho, porém, nada fora do comum para os eloquentes atenienses. 

 

Ali estavam os mais distintos jovens de toda a hélade; príncipes, guerreiros e atletas de grandes feitos, regentes; procuravam por honrarias e glórias capazes de talhar os seus nomes na eternidade. Disputavam entre si a merecida coroa de louros antes lutarem em prol de um bem comum entre os gregos... A sobrevivência. 

 

Sua atenção foi tomada por um pequeno grupo peculiar, era incrível como a tão pouco tempo eram apenas crianças sob seus cuidados e proteção e agora estavam prontos para desfrutarem de suas próprias provações. Annabeth, Percy e Silena circulavam pelas dependências, cumprimentando velhos conhecidos, reforçando laços que para terceiros eram invisíveis, porém não para ele - e principalmente para sua pupila, filha de Athena. 

 

Annabeth poderia não ser sua filha legítima, mas definitivamente nascera para ser uma notável líder. A semideusa não possuía apenas uma beleza causadora de muita inveja, também era dotada de um intelecto privilegiado e seu instinto para a guerra era tão afiado quanto a espada do lendário Aquiles. A loira, sempre muito reservada, se valia neste momento de seu lado político; se havia algo que aprendera tão bem quanto quais os pontos vitais para melhor eliminar os adversários, fora o quão importante era designar sua atenção em momentos cruciais como aqueles. Muitas vezes o pré-guerra era essencial para as definições do campo de batalha. 

 

- Desta forma espantará os demais convidados. - comentou a semideusa de olhos tempestuosos ao aproximar-se da guerreira que optara por ficar mais afastada. Bem sabia que a espartana não era adepta a convenções sociais, vivera a vida até então em prol dos ideais de sua pólis, festas e banquetes estavam fora de sua realidade. 

 

O sorriso ao canto surgiu nos lábios bem desenhados, Clarisse não precisou se virar para saber que era a filha da deusa Athena. Seus olhos correram de forma discreta por toda a figura que agora se apresentava aos seus olhos, estava formidável como sempre.   

 

- Aprecio suas palavras... - Aproximou-se com cautela, lhe oferecendo a mão, Annabeth não recusou, ou sequer olhou ao seu redor para ter certeza que não estavam sendo acompanhadas por olhares curiosos. - Certamente me agradaria muito mais não ter que dividir sua companhia com os demais. - declarou em um tom mais baixo, para que apenas a garota loira de olhos cinzentos captasse. 

 

Annabeth conteve a própria respiração quando os lábios da filha de Ares tocaram os nós dos seus dedos com extrema gentileza. Recordou-se de um momento não tão longínquo, quando se reencontraram em Esparta... O tom provocativo, o corpo sobre o seu, um arrepio involuntário espalhou-se pelo seu corpo, algo que não passou despercebido por Clarisse. 

 

- Ainda compartilhamos tempos de paz, espartana. - Os olhos verdes se conectaram mais uma vez aos seus, sempre carregados de uma intensidade indomável. - Deixe seus trajes de guerra para momentos mais oportunos e aproveite o que o presente lhe reserva. 

 

Um sorriso de canto surgiu nos lábios da morena, sabia que em algum momento a ateniense faria apontamentos sobre os seus trajes nada apropriados para a ocasião. Clarisse ainda portava sua armadura desde que invadira o hipódromo juntamente com Phobos, seu cavalo, para ajudar Percy. Não se preocupou em vestir roupas adequadas para o pós-jogos e se importava menos ainda com os olhares de reprovação daqueles que compunham o alto escalão de Athenas.  

 

Aproximou-se um pouco mais da loira, como quando se faz ao confessar algum segredo, aproveitou-se do breve momento para desfrutar do aroma cítrico misturado ao perfume peculiar da pele bronzeada e compartilhou apenas para a jovem semideusa: 

 

- Eu deixaria o que quer que fosse para ter o mais simples vislumbre sobre o que presente me reserva... Annabeth. 

 

A loira respirou de forma levemente irregular, havia nuances provocativas no jeito de falar da espartana, porém até mesmo suas provocações possuíam um tom contido, como se jamais fosse capaz de cercar Annabeth como uma presa, como facilmente homens fariam. Clarisse não lhe colocava em um pedestal por ser filha de Athena, como a maioria daqueles que a cercavam - seja por obrigação, medo ou real admiração - mas lhe devotava um respeito que sempre lhe foi bem quisto desde que eram apenas crianças. 

 

- Ora, ora, quem diria que seríamos agraciados com a presença da princesa de Esparta?! - Luke aproximou-se chamando a atenção das duas semideusas. O sorriso de canto tão característico de sua personalidade se fazia presente no belo rosto; os olhos verdes da guerreira encontraram os seus, porém a feição menos amistosa daquela que destinava momentos antes a ateniense, como era de se esperar. - soube do infeliz acontecimento na Trácia... Devo dizer que fiquei surpreso com os resultados do avanço Persa. 

 

Clarisse fechou a mão em punho, a vontade crescente de desfigurar o rostinho bonito a sua frente nunca mostrou-se tão latente... Porém o toque sutil em seu pulso fora o suficiente para manter os seus instintos mais apurados de lado. Não precisava do toque ou do olhar singelo para entender aquela mensagem, mas de alguma forma, sentia-se sob melhor controle quando estavam próximas.  

 

A verdade é que pouco suportava Luke, apenas o fazia por questões políticas. Corinto tornara-se uma das três potências da hélade, juntamente com Athenas e Esparta, e tudo o que menos precisavam era de um tratado de paz rompido. Sanar sua vontade em nome da honra de sua pátria traria péssimas consequências e Luke fazia bem o tipo que apenas esperava o momento oportuno para se vingar de forma apropriada... Bem sabia que haviam pouquíssimos motivos para que ele também não tivesse se vendido ao império e o mais importante deles, obviamente, era Annabeth. 

 

- Vim pelos mesmos motivos que lhe trouxeram até aqui. - Clarisse estreitou o olhar e ergueu o queixo em desafio, deixando bem claro que o regente de Corinto não teria livre caminho para o que quer que desejasse. - Infelizmente nem todos os seres humanos são capazes de lutar contra os seus próprios fantasmas, a vergonha da deserção será o maior dos fardos com os quais tais guerreiros terão de conviver até o fim de seus dias... Homens que se escondem sobre a penumbra e não lutam com o seus jamais alcançarão a verdadeira glória.  

 

Luke estreitou o olhar impiedoso, o sorriso de deboche ainda mais escancarado em seu rosto, era inteligente o suficiente para entender os recados entrelinhas. A tensão e divergências veladas foram instauradas entre os dois jovens, todavia nada poderiam fazer além de trocarem breves alfinetadas entre si. 

 

- Foi uma bela entrada. - declarou de forma cortês. - Uma pena não desfrutar do privilégio de sua companhia na corrida de quadrigas... Teríamos um pouco mais de emoção!  

 

- Creio que não faltaram oportunidades para que nossos caminhos se cruzem durante os jogos... Se os deuses assim desejarem. - devolveu a guerreira menos arredia. De fato adoraria colocar um covarde como o jovem regente em seu devido lugar. 

 

- Aguardarei ansiosamente. - Os olhos claros quase faiscavam com a possibilidade, deleitou-se com último gole de vinho. - Seu nome tem lhe precedido, princesa, seria um prazer vê-la em ação... Enquanto não somos agraciados com tal espetáculo me acompanha com um pouco de vinho? Adoraria escutar histórias de verdade e fugir da monotonia.  

 

Clarisse direcionou o olhar mais uma vez para Annabeth, como se pedisse sua permissão para prosseguir, mesmo que tal companhia não lhe fosse tão agradável quanto a da semideusa. 

 

Mesmo apreensiva com tal aproximação, a ateniense confirmou com um breve aceno. Clarisse fez questão de despedir-se com mais um leve beijo em sua mão, que mais uma vez, não foi recusado, mesmo que tal ato fosse capaz de chamar atenção desnecessária de terceiros. Os olhos cinzentos acompanharam o distanciamento dos dois até que se juntaram a outro pequeno grupo encabeçado por Perseu... Sentia-se mais aliviada por Clarisse não ter sido entregue à boca dos lobos, pelo menos não por completo. 

 

Tratou de circular mais uma vez pelo recinto, distribuindo a devida atenção que lhe era requisitada. Ser filha da deusa Athena tinha o seu peso, e em tempos onde todos estavam tomados por suas fragilidades e incertezas, suas palavras de sabedoria e força eram o pouco alento ao qual alguns conseguiam se sustentar. 

 

Tomou um tempo para si quando achou necessário, poderia ser uma semideusa, mas ainda era uma humana jovem demais para tamanhas obrigações. Annabeth sentia-se o próprio Atlas, carregando o peso da abóbada celestial em seus ombros, não poderia fraquejar um segundo sequer e ter uma Olimpiana - principalmente Athena - como sua patrona era uma verdadeira dádiva, contudo, não estava isenta também das maldições. 

 

Estava aproveitando o frescor do ar livre quando notou que já não estava mais sozinha. Silena aproximou-se a passos delicados, porém sua feição era enigmática e os olhos azuis presos aos seus eram capazes de desvendar qualquer verdade oculta. 

 

- Sabes bem que ela possui sentimentos genuínos por você. - O tom utilizado era calmo, como quase sempre ao se referir a terceiros, porém havia alí notas de insatisfação. - Dar-lhe qualquer esperança quando sequer pretende corresponder não me parece muito honroso de sua parte, Annabeth. 

 

Respirou de forma longa, tentando não sucumbir à vontade desesperada de explanar o que estava contendo dentro de si até então. Tudo o que menos necessitava era que Silena lhe desse sermões dos quais não tinha direito algum... Como ela poderia cobrar qualquer correspondência aos sentimentos da espartana quando todos os olhos estavam voltados para si?! Por mais que Temístocles jamais fosse capaz de lhe obrigar a casar-se - tanto que astutamente havia lhe enviado para ficar aos cuidados de Ártemis e suas caçadoras - qualquer deslize de sua parte poderia interferir de forma nociva e definitiva na guerra que estava prestes a explodir. 

 

Annabeth era estrategista acima de qualquer coisa e mesmo que não fosse adepta de tais ardis, sabia que era necessário manter Esparta e Corinto firmes ao lado de Athenas e isso significava ser mais receptiva com Clarisse e Luke. 

 

- Tenho certeza que assim como a lua se ergue ao entardecer que você adoraria a oportunidade de corresponder aos sentimentos que tanto estima, ou estou errada?! - Annabeth controlou ao máximo o seu tom, mas a tempos guardara tais palavras. - Acha que não percebi a forma que sempre olhou para ela?! Não sou ingênua... A quem você quer enganar, Silena?! - Os olhos cinzentos se estreitaram, duros como os de uma águia. - Se estás tão preocupada, tens o caminho livre para ser o quão receptiva desejar. 

 

A jovem de olhos azuis poderia se sentir ofendida com as últimas palavras ácidas proferidas por Annabeth, ela bem entendia qual sentido a semideusa estava se referindo, porém relevou, a loira não estava errada, de fato a filha de Afrodite possuía um forte apreço por Clarisse, todavia, sua patrona era a deusa do amor e como tal sabia identificar melhor do que qualquer outro, quando alguém era dotado de um sentimento inabalável, era raro, mas era exatamente isso que a espartana sentia pela filha de Athena. 

 

- Afrodite lhe tem amor... - retrucou após aproximar-se um pouco mais da loira, colocando uma pequena mecha do cabelo que escapara do penteado impecável. - Mas não queira sentir a sua raiva. 

 

- Seria muito incômodo fazer companhia às mais belas criaturas que já pisaram sobre solo grego? 

 

As semideusas se valeram de feições mais amenas para recepcionar Luke, o jovem regente estava sozinho, aparentemente notara o afastamento das duas jovens mais cobiçadas de Athenas. 

 

- Incômodo algum, estava apenas relembrando Annabeth dos compromissos de amanhã... Não poderemos estender nossa adorável companhia por muito mais tempo. - informou Silena com o seu sorriso amigável e convidativo.  

 

- Certamente... Não esperaria menos de duas semideusas tão dedicadas. Tenho certeza de que Afrodite e Athena estão orgulhosas de seus feitos para além da Ática. - Luke não era do tipo de jogar elogios gratuitos, mesmo que a sua frente estivessem as duas mulheres mais bonitas e distintas de Athenas. 

 

Annabeth dispensava comentários, sua beleza e inteligência eram equiparáveis, diferente de qualquer outra mulher, seja ela ateniense ou não,  nunca em toda a hélade tiveram registros de uma mulher tão forte e dotada de uma liderança sólida. Já Silena, não apenas encantava por onde passava, mas possuía um dom de persuasão muito forte e natural, fora que o seu jeito doce havia conquistado várias novas seguidoras para o templo central de Afrodite em Athenas. 

 

- Se me permitem... Preciso, certificar que Perseu não esteja bebendo além da conta. 

 

- Uma pena que não possa passar mais tempo conosco. - Luke beijou a mão da filha de Afrodite em um gesto de real afeto. Conheciam bem um ao outro devido aos anos de convivência, o regente sempre viajava a Athenas e demais pólis por motivos políticos e Silena se dividia entre o templo principal em sua cidade natal e o maior templo dedicado a sua mãe, em Corinto, estreitando os laços entre as duas potências. - Sei o quanto sua companhia é solicitada. 

 

Annabeth não quis transparecer, mas sabia que aquela era a forma de Silena revidar a acidez de seu discurso. "tens o caminho livre para ser o quão receptiva desejar", suas próprias palavras lhe consumiram de forma quase que instantânea... Não estava incomodada de ser deixada ali sozinha com Luke - por mais que desejasse um momento completamente solitário, algo muito raro, já que sempre estava cercada de pessoas - mas pensar que a sacerdotisa pudesse realmente concretizar o que fora dito, lhe causava uma inquietude até então não experimentada. 

 

Se empenhou a muito custo em manter-se atenciosa à conversa iniciada pelo ilustre convidado, não que o jovem não fosse detentor de uma boa oratória, na verdade essa era uma das suas grandes qualidades, sempre abordou  assuntos interessantes e agradáveis à filha de Athena, todavia, simplesmente fora consumida por seus pensamentos e dúvidas, não restando nada a oferecer. 

 

Conversaram sobre amenidades a princípio, comparando a Panateneia aos jogos Ístmicos, celebração que acontecia em Corinto, em honrarias ao deus Poseidon no início da primavera, e que Annabeth já tivera a satisfação de presenciar, como convidada especial. Athenas sempre tivera privilégios com Corinto e algumas regalias eram especialmente voltadas aos distintos convidados. Porém, Luke não estava ali apenas para compartilhar de memórias em comum e Annabeth bem sabia que ele aguardava apenas uma oportunidade para que pudessem conversar sem maiores intromissões. 

 

- Por quanto tempo mais terei de sofrer com a sua indiferença... - Luke, que até então estava andando lado a lado com a semideusa, postou-se à sua frente. - Nossa união seria bem vista e traria prosperidade para ambas as pólis. 

 

Annabeth sorriu de forma muito discreta, aquela não fora a primeira investida por parte de Luke e duvidaria muito que seria a última. De fato, uma união entre eles seria bem vista, era inteligente o suficiente para saber que os membros de alto escalão de Athenas desejavam e articulavam para que tal evento ocorresse com alguma brevidade. 

 

Além de prosperidade, estariam selando um acordo de paz e ajuda mútua de forma definitiva. Corinto era uma potência inegável, e um dos pontos essenciais na luta contra os persas... Aceitar unir-se a Luke significava que teriam uma frente de batalha ainda mais sólida. 

 

Que mulher, seja grega ou não, seria capaz de recusar tal proposta?! Qualquer uma em toda a hélade sentiria-se honrada em ter alguém como Luke ao seu lado. Apesar de jovem, era experiente em negociações e no campo de batalha, portador de uma beleza invejável, talvez até mesmo equiparado a algum deus, contudo, havia algo no olhar do regente que trazia desconfiança a semideusa... Annabeth sabia que ali existia malícia e impetuosidade, mesmo que sempre tivesse lhe tratado de forma respeitosa, um homem deveria ser avaliado pela forma que tratava os demais e não apenas um indivíduo em particular. 

 

- Será que sou tão repugnante quanto os boatos que repassam ao vento em meu nome?! - tocou o rosto da garota com afeto, elevando os olhos cinzentos de encontro aos seus. 

 

- Luke... - tentou usar de algum de seus argumentos ou artifícios, como bem aprendera para escorregar de certas situações, porém seu "oponente" era insistente e dificilmente daria-se por vencido. 

 

O regente aproximou-se silencioso e sorrateiro, os olhos atraentes como as serpentes de medusa, capazes de hipnotizar e congelar suas vítimas. Annabeth apenas teve tempo de virar o rosto, os lábios ainda macularam os seus ao tocar-lhes de raspão, se instaurando no canto de sua boca por breves segundos antes que a ateniense desse um mínimo passo para trás. 

 

- Não precisa me dar uma resposta imediata... - acrescentou antes que Annabeth lhe desse mais um par de desculpas ou se retirasse talvez furiosa com sua atitude mais ousada. - Posso não aparentar, mas sou um homem paciente e não costumo desistir do que quero. 

 

A semideusa estava desnorteada, o turbilhão de emoções lhe consumindo sem qualquer piedade, Luke jamais havia se excedido em qualquer outra de suas investidas; o breve encostar de lábios lhe deixara zonza, mas o pior definitivamente não foi tal infração, mas sim quem havia presenciado com total exclusividade. Não sabia a quanto tempo Clarisse estava a lhes observar, mas a certeza de que a filha de Ares contemplara tal cena viera com a troca de olhar entre as duas... Havia confusão e outros tantos sentimentos que não soube identificar com clareza. 

 

- Não tive a intenção de atrapalha-lhos... - a voz da espartana saiu indiferente e dura, por mais que seu olhar entregasse muito mais. - Com vossa licença. - deixou-os antes mesmo de finalizar seus palavras. 

 

Pela primeira vez em sua vida Annabeth não soube o que fazer, sentiu uma necessidade quase que sufocante de correr até a espartana e lhe dar explicações, mesmo que não devesse qualquer satisfação de sua vida para a guerreira, porém seu lado racional manteve seus pés plantados onde estava... Não poderia entregar em mãos aquele trunfo a Luke, Clarisse se sentiria ainda mais humilhada, bem como abandoná-lo não seria atitude mais sensata, pois estaria revelando que seu apresso pela semideusa era maior. 

 

~***~

 

Até então Clarisse não havia experimentado tamanho amargor, estava confusa e aflita em níveis inimagináveis... Ao mesmo tempo em que queria pular daquela maldita sacada e acabar com o rostinho bonito daquele patife, sentia a necessidade de manter-se completamente isolada. Preferia mil vezes o campo de batalha a tal sensação de raiva e desapontamento. 

 

Seus pés lhe guiaram de forma automática, iria para o aposento destinado especialmente para ela. Todavia, foi interceptada antes que deixasse a área comum, quase avançou contra o próprio irmão, porém ao reconhecer o rosto de seu fiel companheiro manteve a racionalidade. 

 

- Algo te aflige? - perguntou o óbvio. Mesmo alto pela considerável ingestão de álcool, o príncipe notara a distância que algo não estava bem. 

 

- Deixe-me em paz... - Sua voz saiu baixa, como um pedido silencioso, mas também como uma ordem perigosa caso ele se atrevesse a adentrar ainda mais em seu espaço. 

 

Não precisava de mais para que Marko lhe desse passagem. Se conheciam bem o suficiente, conversavam quando necessário e se entendiam muitas vezes com um simples olhar e o olhar que Clarisse lhe reservara não fora dos mais afáveis... No tempo certo, se fosse necessário, a mais nova compartilharia suas inquietudes, porém, desconfiava quais seriam os motivos para sua irmã sempre tão centrada mostrar-se de forma visivelmente abalada. 

 

~***~

 

Clarisse isolou-se assim como havia desejado, todavia não fora capaz de alcançar a quietude que a solidão deveria lhe proporcionar. Assim que chegou ao quarto tratou de se desfazer da armadura, já havia deixado o elmo, a lança e o xiphos posteriormente, livrando-se apenas das grevas de bronze, o cinto onde portava a faca que recebera como presente da rainha e por último o linotórax - a proteção do peitoral acolchoada, feita de linho e um detalhado entrelaçamento. Despiu-se também da túnica que usava, deixando-a em um quanto qualquer antes de definitivamente deleitar-se do conforto da cama cuidadosamente preparada. 

 

O sono deveria vir de forma fácil, afinal, sequer conseguia lembrar qual a última vez que estivera em tamanho conforto, se é que alguma vez desfrutara de algo naquele nível. Poderia ser uma princesa, porém Esparta não era adepta de grandes luxos, nem mesmo se tratando da realeza. Mas nem todo conforto oferecido foi capaz de aplacar sua inquietude.

 

Toda vez que fechava os olhos lhe vinha à mente a imagem daquele maldito beijando Annabeth, podia sentir o seu sangue ferver por baixo de sua pele, não sabia se era a raiva lhe consumindo, o calor ou se tamanho fervor estava lhe causando aquela maldita combustão. 

 

- Merda... - resmungou entredentes ao levantar-se em definitivo, a fina camada de suor impressa por seu corpo. Deslocou-se até um pequeno reservatório e jogou a água contra o rosto, permaneceu ali por algum tempo até que a imagem turva mostrasse seu rosto mais uma vez. 

 

Um som delicado tomou-lhe a atenção, sabia que não vinha da festividade ofertada pelo anfitrião, era diferente. O certo a se fazer seria ficar em no recinto, colocar os pensamentos no lugar e repousar, o dia seguinte seria longo e a viagem de Esparta até Athenas também provocara desgastes consideráveis até mesmo naqueles mais acostumados... Contudo, simplesmente não conseguiu, a música havia lhe instigado de uma forma estranha e inexplicável. Sentiu novos calafrios pelo corpo, os pensamentos mais embaralhados que nunca, sua sanidade estava sendo colocada a prova aos poucos. 

 

Jogou a túnica sobre o corpo mais uma vez, prendendo-a por um broche em um dos ombros, não levou nada consigo, nem mesmo a lâmina parazônio que repousava na bainha presa ao cinto. Seguiu pelo corredor pouco iluminado, sendo guiada apenas pelo som que tornava-se cada vez mais audível e envolvente. 

 

Escutou algumas risadas contidas, franziu as sobrancelhas, questionando-se mais uma vez o que estava fazendo ali. Mesmo sabendo que estava no gineceu e que ali era um local seguro e restrito as mulheres da residência, seus passos eram calculados como os de um felino à espreita. A curiosidade lhe levou até o último cômodo do andar e mesmo que quisesse retroceder no mesmo segundo, não conseguiu... Pelas tramas de um tecido muito fino que dividia os dois ambientes, Clarisse pôde contemplar a filha de Athena sendo banhada por duas de suas aias, conversavam alguma aleatoriedade que fora incapaz de distinguir, perdera qualquer noção de discernimento assim que seus olhos pousaram sobre os contornos  bem delineados da cintura, pernas e os longos cabelos loiros que caiam como uma cascata dourada. 

 

Sabia que deveria sair naquele exato momento, Annabeth não ficaria nada satisfeita se soubesse que havia um intruso compartilhando de seu momento íntimo, mas o perfume peculiar lhe atiçou ainda mais os sentidos. Seus batimentos por mais uma vez estavam descontrolados, mas o descontrole era divergente ao que sentira mais cedo ao ser espectadora da cena protagonizada pela loira e Luke. 

 

A ateniense virou em sua direção, como se estivesse certa de que estava sendo observada, porém não se cobriu ou alarmou as criadas que lhe faziam companhia. Compartilharam um olhar denso, Clarisse recriminou-se pelo olhar ousado que pousara por milésimos de segundo sobre os seios da loira até voltarem novamente a se perder na imensidão cinzenta... Nenhuma escultura seria capaz de reproduzir tamanha perfeição. 

 

Fechou os olhos e fez uma breve mensura como forma silenciosa de se desculpar por tamanha falta, mas a verdade é que não se arrependera por nenhum segundo de sua infração... Clarisse não conseguiria dormir, porém seus pensamento não mais seriam povoados por Luke e Annabeth; Eros lhe causaria um tormento ainda maior. 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

 

E então, o que acharam? Sei que alguns vão dizer "poxa, você está enrolando demais", mas enfim, eu não quis prolongar demais este capítulo e não queria acumular muita informação nele, até pq ainda estou bem cansada, mas logo entro no ritmo novamente. 

 

Desculpem qualquer possível erro, tive que escrever e editar pelo celular.

 

Nos vemos em breve meus amigos! 

 


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Comentários para 44 - Entrelinhas:
Lea
Lea

Em: 27/06/2022

Minha guerreira ficou de coração partido.

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