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Fios do Destino por La Rue

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Palavras: 4232
Acessos: 762   |  Postado em: 02/11/2021

Notas iniciais:

 

Olá meus queridos, tudo bem com vocês? Nossa quanta saudade que eu estou de todo mundo... Espero que ainda tenha leitores por aqui. Eu sei que tem muita gente querendo dar na minha cara por conta desse atraso absurdo de um capítulo para o outro, tudo extremamente atrasado, mas calma que a tia vai explicar tudinho para vocês.

Esse atraso extremo se deu por conta do meu novo trabalho, agora eu tenho menos tempo para escrever – exatamente 40 min por dia - e tenho que conciliar o trabalho da minha lojinha, mais o curso de grego – que realmente não sei se vou dar conta, mas estou me dedicando horrores, sim gente, olha o que Fios do Destino fez comigo -, vida pessoal e todo o resto que vocês já sabem. Mas o grande “vilão” do meu breve afastamento com certeza foi a original.  


Notícias sobre a original:


1. O primeiro livro de Fios do Destino foi concluído, passou pela primeira revisão, está na segunda com a minha querida amiga Camilla e brevemente irá para a beta. Eu sabia que fazer a adaptação seria difícil, mas não sabia que seria tão desgastante, porém posso dizer com muita alegria que estamos trabalhando duro para entregar o livro até final de dezembro.


2. Quem estiver interessado em ler a original, deixo claro que vão encontrar o casal que vocês amam - ou aprenderam a amar -, porém esperem algumas mudanças radicais de forma geral.


3. Meu grande impasse no momento é por conta da capa e das ilustrações que eu queria muito fazer, mas meu amigo que ficaria responsável por essa parte infelizmente está passando por momentos delicados então terei que correr para um plano B ou C.

É isso pessoal! É extremamente revigorante estar de volta e espero que o capítulo agrade vocês. Boa leitura a todos!

 

A grande Panateneia

 

 

Clarisse e Mark estavam reunidos na residência que pouco usufruíram em suas vidas, mas que protagonizaram tantas memórias juntamente de seus pais e tutores. Ambos compartilhavam de um silêncio desconfortável, divididos entre seus deveres e o atual revés que havia acometido até mesmo os Lacedemônios.

 

- Não creio que seja a atitude correta. - Finalmente disparou, atraindo atenção daquele que tinha como um irmão, os olhos escuros lhe esquadrinharam no mesmo instante. - As mulheres estão em polvorosa, ameaçaram até mesmo os éforos de partirem elas mesmas munidas de suas agulhas e rocas de fiar se assim for preciso... Deveríamos ficar.

 

Mark não soube o que dizer naquele exato momento, mas compartilhou da indignação de Clarisse, bem como das mulheres espartanas. Soldados batendo em retirada da Trácia com o avanço dos persas? Isso era completamente inadmissível e vergonhoso. Que morressem no campo de batalha, derramando o próprio sangue em defesa de suas terras, mas que não fizessem suas mães, irmãs, filhas e esposas passarem por um desgosto imperdoável.

 

- A decisão já foi tomada, minha jovem. - Pronunciou-se a rainha ao fazer-se presente no mesmo recinto. Reforçando aquilo que tão bem já haviam conversado. - Esparta também possui os seus compromissos políticos, este é o motivo para estarem partindo.

 

Os olhos da mais velha encontraram os seus e por mais que quisesse questionar a favor do bem-estar de Esparta, era uma decisão de seus superiores, logo, lhes restava apenas acatar.

 

Um assovio veio diretamente da entrada, indicando que Chris e Frank já estavam a postos, era a hora de partirem, seguiriam viagem rumo a antiga rival, Atenas. O próprio Temístocles os convidara para que participassem da Panateneia e ambos os príncipes estavam animados com a possibilidade até o presente momento.

 

Mark despediu-se de sua mãe rapidamente, como se ambos sequer temessem a possibilidade de não mais se verem novamente e assim eram todas as mulheres de Esparta, porém não significava que amassem menos aqueles que tão cedo deixavam seus braços protetores para se dedicar a um bem maior. Gorgo desceu os poucos degraus que davam acesso ao pátio central, suas mãos acolheram o rosto de Clarisse com um carinho poucas vezes experimentado pela jovem guerreira.

 

- Minha senhora... - Tentou sustentar o olhar da rainha, mas seu rosto tomou outra tonalidade ao fazê-lo.

 

- Quero que saiba que foi um dos maiores privilégios Ares ter nos escolhido para lhe guiar. - Confessou enquanto memorizava com os dedos cada pequeno detalhe do belo rosto a sua frente. - Eu tenho orgulho de você, minha filha.

 

Os lábios tocaram a face da semideusa e no mesmo instante os braços da jovem rodearam o corpo da mulher  madura, registrando não apenas o perfume peculiar, mas também o calor sempre tão bem-vindo.

 

- Vamos logo! - A voz de Mark anunciara que era o momento, não poderiam mais esperar. - Não quer deixar sua namoradinha esperando, quer?! 

 

Clarisse fechou os olhos e contou mentalmente antes de sorrir juntamente da mulher, ainda presentearia seu querido irmão com um belo soco.

 

- Cuide-se. - Essas foram às últimas palavras de Gorgo antes de sentir os lábios tocarem de forma terna suas mãos.

 

Clarisse não olhou para trás após o seu último gesto de carinho e devoção a sua rainha, seja qual fossem os rumos daquela empreitada a garota jamais esqueceria o quando aquela mulher ímpar fora importante em sua vida. Subiu em Phobos sem direcionar qualquer palavra ao irmão ou algum dos escudeiros em sua companhia e em silêncio, saíram a um passo tranquilo, os olhos correndo pelas casas, monumentos singelos e pessoas que tão bem conheciam.

 

Febe e Castor os interceptaram no meio do caminho, os rostos vermelhos de tanto correrem, provavelmente fugidos de suas aias. A menina foi acolhida por Clarisse e logo se aninhou ao corpo da guerreira, seja devido à altura de Phobos ou por já saber o quanto a campanha que se seguiria poderia ser dolorosamente longa; já Castor parecia mais empolgado, sempre apegado ao pai, procurou por Mark e assim lhe faria companhia durante o curto trajeto que os levariam até a entrada de Esparta, onde obviamente cada um seguiria seu destino.

 

Mulheres das mais diversas idades acenavam orgulhosas, alguns soldados haviam se arriscado para poder prestigiá-los, era uma grande honra poder servir Esparta, mas infelizmente alguns deles não teriam a mesma oportunidade - seja por ainda estarem em treinamento, ou porque ainda não tinham filhos -, Mark tivera os gêmeos em sua primeira união, logo Febe e Castor levariam sua linhagem à frente caso não retornassem, já Clarisse, era um caso especial... Fora entregue aos reis de Esparta com um único propósito, o da guerra.

 

Mais à frente Aria os aguardava, o sorriso bonito estampado em seu rosto, como comumente se via, porém, lá no fundo, Clarisse sabia exatamente como estava se sentindo ou pelo menos conseguia ter uma vaga noção. Por trás de todo orgulho, também havia receio, receio de não mais ter aquele a quem amava em seus braços... Mark e Aria possuíam um sentimento mútuo muito forte, do tipo que dificilmente se via entre casais arranjados entre famílias e que por muito tempo havia sido sufocado por ambos desde que a irmã mais velha da espartana fora destinada ao príncipe.  

 

Mark entregou o garotinho a sua amada, no dia anterior o soldado fora dispensado para poder passar um breve momento com a família e assim o fez, concretizando qualquer despedida entre eles.

 

- Você é o homem da casa na minha ausência. - Reforçou o príncipe, vendo o pequenino inflar orgulhoso de suas obrigações. - Proteja sua mãe e irmã.

 

- Você promete que irá voltar?! - Perguntou Febe baixinho, ainda sob a proteção dos braços da guerreira. Não havia receio de qualquer repreensão por parte dos demais a sua volta, ela apenas queria assegurar que Clarisse estaria de volta.

 

- Vamos querida, não fique assim. - O tom utilizado foi o mais brando que qualquer um poderia ter escutado em sua vida. - Eu sou filha de Ares, lembra?! - O sorriso convencido trouxe uma expressão melhor ao rostinho apreensivo.

 

Deu-lhe um beijo no topo da cabeça, antes de descer rapidamente, lhe entregando aos braços de Aria, a menina encolheu-se contra o colo de sua mãe, poderia ser irmã gêmea de Castor, mas certamente possuíam personalidades bem distintas.

 

- Cuide dele, por favor. - Pediu ao abraçar a princesa espartana a quem tanto havia se afeiçoado.

 

- O manterei na linha... - Reforçou lhe passando a tranquilidade e segurança necessária por meio daquele pequeno gesto que se tornara comum entre as duas.

 

 

~***~

 

Poderia ser um devaneio coletivo, afinal, quem em sã consciência faria uma festa nas proximidades de uma grande batalha?! Entretanto, aquela não era apenas uma simples festividade, na verdade a população estava a comemorar a Panateneia - a solenidade dedicada à patrona de Atenas.

 

Por mais que os pensamentos da jovem filha de Atena estivessem focados no exército que avançava por terras gregas, não negaria que aquele momento, aquele pequeno recorte da realidade, tinha total importância e relevância, tanto quanto qualquer outra tática de guerra... Não se tratava apenas em agradar a deusa da sabedoria, mesmo que todos aqueles jogos e ritos consagrados a Olimpiana também servissem para que aquela que os régia jamais esquecesse de seus súditos, principalmente em um momento tão crucial.

 

Em breve, muitas vidas seriam ceifadas, não apenas vidas atenienses, mas de toda parte da Hélade. Por ora deveriam elevar os seus espíritos... Homens, mulheres e crianças vinham de partes distintas e até mesmo remotas apenas para assistirem aos jogos, dedicarem suas orações na acrópole ou como alguns mais ousados, desejavam glória e reconhecimento nas disputas. Os olhos cinzentos passaram por figuras distintas, mulheres munidas de seus cestos com tudo o que seria preciso para os sacrifícios feitos à deusa naquele dia, os rapazes da sua idade com vasos de azeite e vinho, ofertas destinadas aqueles que venceriam as modalidades, já os mais velhos estavam munidos de ramos de oliveiras, um dos símbolos da patrona de Atenas.

 

- Tens pensado em demasia... Até mesmo para uma filha de Atena. - Brincou Silena chamando a atenção da companheira.

 

Annabeth deu um pequeno sorriso de lado, deixando seus devaneios se dispersarem por ora. As duas estavam ali para prestigiar a abertura dos eventos. Perseu estava conduzindo a nau ornada pelo manto cuidadosamente bordado para aquela ocasião - das comemorações da grande Panateneia, aquela em especial possuía sua preferência e amor - o manto era produzido pelas mais jovens e hábeis tecelãs das tradicionais famílias atenienses, até mesmo ela e Silena trabalharam no manto que agora era exposto aos olhos de todos... Lembrava-se de quando era apenas uma garotinha, Temístocles sempre fizera questão de lhe trazer para prestigiar a abertura e ela sonhava com o momento que um dia honraria sua mãe com os talentos que a ela foram ofertados.

 

Não demorou muito para que a população aos poucos começasse a se dispersar. Alguns em suas conversas com amigos distantes, as crianças fazendo pares para jogar ephedrismo.

 

- Não mais precisam derramar lágrimas, minhas adoráveis damas, estou de volta para protegê-las de todo e qualquer mal. - Percy anunciou sua presença, arrancando um sorriso de Silena, do tipo que já esperava alguma brincadeirinha e também o olhar repreendido de Annabeth, nada de novo.

 

- A túnica lhe serviu muito bem, filho de Poseidon. - Comentou Silena analisando um pouco melhor o caimento do tecido no rapaz.

 

- Verdade... - Completou Annabeth com o mesmo tom analítico utilizado pela filha de Afrodite. - Quem vê não imagina a peste que é. 

 

O rapaz até havia estranhado, um elogio gratuito de sua querida irmã de criação?! Mas o complemento já esperado veio rápido como o raciocínio da loira.

 

- Ora, ora, Perseu, se tivesse mencionado desde o princípio que vivia com tão belas companhias, teria sido mais fácil me convencer.

 

Os olhares pousaram sobre a mulher até então desconhecida. Possuía uma beleza peculiar, cabelos castanhos claros assim como seus olhos, tinha um sorriso fácil, como o filho de Poseidon e bem provavelmente também deveriam compartilhar o mesmo requinte para aventuras de alta periculosidade.  

 

- Ah claro... Elas costumam enganar com esses rostinhos bonitos. - Advertiu o jovem ao ver a evidente animação de sua amiga. - Annabeth, Silena, essa é Andrômeda. - Fez as devidas apresentações, mesmo que o nome de sua amiga lhe precedesse para além dos povos helenos.

 

Andrômeda vinha de uma ilha minúscula e sem grande importância, era uma mercenária grega com poucas primaveras a mais que os semideuses ali presentes. Passara a vida desbravando mares e seguira como capitã quando seu pai e também capitão falecera, ela ajudou o jovem filho de Poseidon a escapar dos persas quando o mesmo havia se infiltrado para conseguir informações e desde então deixara a disposição dos atenienses a sua única nau e homens em apoio aos seus compatriotas.

 

- Eu não me importaria em ser enganada... - Reforçou a navegante com um sorriso charmoso, seus olhos foram de Annabeth e pousaram sem Silena em seguida.

 

- Ah minha amiga, vai ter que entrar na fila... - Percy passou o braço por cima dos ombros da mais velha como forma de consolo. - A concorrência e corações partidos só aumentam por causa dessas duas... E Annabeth, bem, ela já tem compromisso.

 

- Perseu, quantas vezes mais terei de lhe dizer que Luke é apenas um amigo e aliado?! - Annabeth tentou manter o tom comedido, mesmo que estivesse presente em sua fala notas de desagrado.

 

- E quem disse que eu estava falando dele?! - Rebateu ofendido, como se cogitar uma união entre Luke e Annabeth não estivesse nem próximo de seus planos, nem que fossem seus planos mais cruéis.

 

As três mulheres lhe encararam, como se aguardassem o complemento de seu raciocínio. O vinco que se formou brevemente entre as sobrancelhas de Annabeth suavizou por alguns instantes, mas o sorriso sugestivo do filho de Poseidon fora o suficiente para lhe resgatar uma memória muito peculiar... Era inocência sua achar que Perseu estava se referindo ao regente de Corinto.

 

~***~

 

Annabeth provavelmente gostaria de empregar seu tempo em outras atividades, de preferência aquelas um pouco mais afastadas do grande acúmulo de pessoas, algo como as representações teatrais, concursos artísticos em geral incluindo as suas tão estimadas declamações poéticas; entretanto, bem sabia que suas obrigações como uma importante líder em Atenas lhe manteria presente em uma das maiores competições dos jogos.

 

O pequeno grupo havia se dirigido ao hipódromo após a cerimônia de abertura. Percy estava extremamente animado para alguma atividade mais agitada, já que terminantemente fora proibido de participar das disputas náuticas por motivos óbvios. O filho de Poseidon conduzira sua amiga juntamente com as semideusas para o local onde Temístocles e outros aristocratas aguardavam o evento... O rapaz fazia agradecimentos sigilosos por não ter que partilhar daquele momento, não apenas por preferir a adrenalina pulsando em seu corpo, mas principalmente por não ter o mesmo tato para jogos políticos que obviamente Annabeth e Silena dominavam, cada uma ao seu modo.

 

- Seja cuidadoso... - Advertiu a filha de Atena em tom moderado quando o moreno de olhos verdes fez menção de retirar-se para o evento que começaria em pouco tempo.

 

- Vai ser apenas um evento demonstrativo. - Lembrou-lhe o semideus em tom levemente entediado, Annabeth era prudente além da conta.

 

A loira não insistiu, ela conhecia a natureza daquele que tinha como um irmão, gostava de se arriscar ao limite, bem sabia que não seria uma competição extremista, porém uma corrida de quadrigas não era das atividades mais apreciadas pela ateniense, assistira a disputas o suficiente para saber o quão perigosamente mortal poderia ser, até mesmo para os mais precavidos.

 

Procurou focar sua atenção com conversas e na companhia agradável de Silena e a recém-chegada a Atenas, já que Temístocles parecia empenhado em se dividir entre a elite ali presente. Andrômeda possuía uma simpatia discreta, envolvente, com muitas histórias a compartilhar, certamente era o que precisavam para o momento... Por mais que fosse uma estrategista nata, tudo o que desejava nos próximos dias era poder se distrair com algo que não lhe remetesse aos persas e todo o peso que suportara sobre os seus ombros desde que aprendera sobre os seus caminhos como uma filha de Atena.

 

- Então era a esta guerreira que Perseu se referia?! - Questionou Andrômeda ainda levemente incrédula quando Silena encerrou seu relato sobre a desastrosa e fracassada tentativa de rapto. - Alguém com tamanha coragem para raptar a filha de Atena debaixo dos olhos de toda a pólis certamente deve ser alguém que vale a pena conhecer.

 

- Ou certamente é alguém sem qualquer ideia sobre imprudência e consequências. - Completou Annabeth revirando os olhos ao repassar tudo o que havia acontecido naquele vergonhoso evento protagonizado por Clarisse.

 

Aproximaram-se do parapeito do camarote que dividiam com algumas pessoas para assistir a corrida, os condutores já se apresentavam no hipódromo, cada qual representando sua ilustre descendência. Perseu acenava vaidoso, como um bom exibido que era o jovem semideus sempre era um espetáculo à parte e a maioria da população apreciava o frescor da juventude tão enraizado no filho de Poseidon... Fora o fato de que era a maior aposta naquela disputa, provavelmente seu maior adversário ali fosse Luke.

 

A ateniense conhecia bem as atribuições daquele que estava à frente de Corinto. Luke poderia ser um regente jovem, provavelmente o mais jovem que passara pela pólis, porém estava longe de ser ingênuo, tinha pulso firme em suas escolhas, as palavras sempre afiadas para conseguir o que bem queria. Era o típico homem que sabia envolver a todos, mas também se valia da força quando era preciso e não o fazia de modo comedido.

 

Perseu e Luke em uma disputa poderia ser algo perigoso e definitivamente seus instintos sempre muito aguçados não iriam falhar justamente agora. Quando Annabeth mostrou-se apreensiva ela sabia exatamente o porquê de tal reação por sua parte, afinal, mesmo que o intuito no circuito não fosse causar danos aos seus adversários, era praticamente impossível que todos os participantes saíssem ilesos; enfim, o que se esperar de uma competição onde o condutor era levado por quatro cavalos emparelhados?!

 

A velocidade era alcançada de forma rápida e espantosa, logo a poeira levantou-se no hipódromo, os ânimos entre aqueles que assistiam também transitavam entre a euforia e o assombro, pois na mesma velocidade de um piscar de olhos, tudo poderia acontecer.

 

Logo na primeira volta pôde-se comprovar que nem mesmo toda prudência seria capaz de conter o destino assegurado pela roda da fortuna a cada um dos quatro distintos competidores que disputavam de forma acirrada pela dianteira. Um dos condutores perdeu o controle quando tentou ultrapassar os demais, uma curva muito fechada poderia ser muito vantajoso, mas também poderia ser fatal... A roda de madeira raspou contra a mureta de proteção e demarcação e praticamente foi estraçalhada; o condutor tentou conter os animais, mas se já era uma tarefa difícil com o carro em perfeito estado, aos pedaços era literalmente uma tarefa de Sísifo.

 

Dois dos animais se desprenderam e os auxiliares em prontidão partiram para suas tarefas; dois seguiram a cavalo no intuito de conterem os animais desgarrados e outro par partiu para retirar o condutor em segurança antes que os outros participantes dessem mais uma volta no hipódromo.

 

- O segundo lugar lhe cai bem, Perseu! - Gritou Luke em tom de divertimento e estampando um sorriso desdenhoso no rosto ao encabeçar por pouco a prova.

 

O filho de Poseidon crispou os lábios, os olhos verdes faiscando por qualquer pequena oportunidade de virar o jogo ao seu favor... Ele prometera a Annabeth que seria cauteloso, porém, jamais deixaria que justamente Luke saísse bem naquela disputa de quadrigas.

 

 

 

- Percy, não faça isso... - Annabeth sabia que toda aquela algazarra impossibilitaria o semideus ou qualquer outro de lhe escutar, levantou-se do assento com assombro e agarrou-se ao parapeito para observar a cena que se seguiria assim como Silena e todos os outros que acompanhavam a cena sem sequer pestanejar.

 

Conhecia-o muito bem para saber quais seriam seus próximos passos, eram extremamente parecidos, porém o que Percy tinha de impulsivo, Annabeth se sobressaía em astúcia. O ateniense fizera um breve recuo, dando vantagem momentânea a Luke, a filha de Atena tinha de reconhecer que seu parceiro de treino e fiel companheiro conduzia a quadriga com uma maestria invejável e força era um requisito ímpar para controlar os quatro cavalos que galopavam selvagemente.

 

Ele poderia ter perdido a dianteira, mas com o seu recuo, fora possível avançar pela parte interna do circuito, incentivou os animais a seguirem de forma mais rápida, até então estava resguardando-os para um momento mais oportuno e aquela era a sua grande chance. A curva acentuada forçou as rodas de madeira deixando um rastro profundo na terra, o movimento perigoso e inesperado forçou a condução de Luke a abrir mais espaço assim que entraram em choque e a plateia se dividia entre aplausos e êxtase.

 

- Quem está em segundo lugar agora?! - Comemorou a plenos pulmões, porém estranhou quando o loiro ainda mantivera o sorriso de escárnio que Perseu sempre desprezara.

 

Os eventos conseguintes aconteceram de forma tão inesperadamente rápida que os espectadores pouco tempo tiveram para assimilá-los.

 

Percy sentiu um calafrio assim que retomou seu olhar ao que estava à sua frente, os auxiliares mal tiveram tempo para retirar os destroços do que a momentos antes ainda era a quadriga do primeiro condutor, focaram na contenção dos cavalos que haviam se dispersado para que os mesmos não causassem maiores danos e no resgate do estimado competidor - os deuses sabiam o quanto qualquer homem de valor seria necessário para a grande guerra para perdê-lo de forma fútil em jogos.

 

Os cavalos bem treinados conseguiram se desvencilhar dos destroços, esmigalhando ainda mais o que estivesse no caminho, contudo, Percy fora lançado para fora do transporte com o impacto... O êxtase fora substituído imediatamente por um silêncio incômodo e profundo. 

 

O corpo do semideus estava sendo arrastado em alta velocidade, quisera os deuses que o rapaz não tivesse sido dilacerado pelas patas robustas e as rodas da quadriga de Luke, poderia ter resquícios do ícor divino fluindo por suas veias, porém, ainda era humano. Tentou manter-se firme segurando nos arreios, mas sua posição não era das mais favoráveis, ao optar pelo lado interno do circuito no intuito de ultrapassar Luke - ou até mesmo de tirá-lo da disputa - Percy acabara entre a mureta de demarcação central e as rodas do seu próprio carrinho... Qualquer movimento mínimo e impreciso poderia ser fatal.

 

- Ele... - Silena sequer conseguia completar aquela frase. A apreensão estampada em sua face.

 

- Não! - Afirmou Annabeth, mesmo não possuindo a certeza que gostaria em sua entonação.

 

A atenção dos demais fora tomada por uma invasão inesperada no circuito. Um cavalo negro de proporções invejáveis e jamais vista por olhos humanos adentrou o recinto sem que qualquer guarda ou auxiliar pudesse agir e o mais assombroso era que mesmo sendo da vontade dos seguranças,  jamais conseguiriam alcançar um animal tão veloz. Parecia algo impossível, e talvez ninguém acreditasse se não estivessem registrando o momento com os próprios olhos, mas aquele único cavalo era dotado de força e potência o suficiente para alcançar e emparelhar com as demais quadrigas dotadas de quatro cavalos.

 

A curva fora o suficiente para tirar Percy de uma situação crítica, mas lhe colocara em outra igualmente desfavorável, os cavalos de Luke estavam próximos demais, qualquer redução de velocidade por parte dos seus cavalos ou pequeno empecilho ele passaria de Perseu, filho de Poseidon, para Perseu, o semideus pisoteado... Não era das melhores alcunhas para se carregar pela eternidade.

 

Percy ainda estava desnorteado, tentando subir pelos arreios, içando o próprio corpo quando fora puxado para dentro do veículo. Tudo o que conseguiu registrar com clareza foi o manto vermelho intenso e a voz que tão bem conhecia:

 

- O que seria desse seu traseiro se não fosse por mim?! - Desdenhou a voz feminina com certo divertimento enquanto forçava os cavalos a continuar no mesmo ritmo. - Vamos filho de Poseidon, levante-se! Não vai deixar que alguém como Luke ganhe de você, vai?!

 

O semideus atendeu as palavras prontamente, sequer teve tempo de dizer algo, nem mesmo agradecer por sua vida. Sem hesitar a guerreira apoiou-se na borda e pulou para um cavalo negro que sabe-se lá como, estava emparelhado aos seus. Quando se certificou que o ateniense prosseguiria sem maiores problemas, afastou-se para não causar maior burburinho entre os espectadores e não atrapalhar o decorrer dos jogos.

 

Na curva final Luke conseguira novamente ficar lado a lado ao seu rival, porém o sorrisinho sumira de seu rosto e não demonstrava estar tão animado e convencido como no início do circuito. O loiro abrira um espaço considerável entre os dois, para logo em seguida puxar as rédeas de forma que as duas quadrigas entrassem em choque. Perseu aguentou o impacto, mantendo-se a centímetros da mureta, as rodas de madeira choraram-se mais um par de vezes até que ambas estouraram.

 

Luke perdera o controle e a contragosto obrigara-se a usar toda a força que possuía para conter a velocidade dos animais e sair pela tangente, escapando de uma morte rápida, dolorosa e desonrosa. Já o ateniense mantivera o carrinho sobre apenas uma roda pelo maior tempo que conseguiu, assim que ameaçara desfazer-se em pedaços ele laçou-se contra o lombo de um de seus cavalos, abraçou-o com força para não cair e com o toque e algumas palavra dele pode aos poucos acalmar o animal assim que atravessara a demarcação.

 

O público cedeu a uma comemoração abrasadora quando o jovem arriscou um aceno ainda que desengonçado, Perseu saíra de uma quase morte para uma gloriosa vitória, o hipódromo encheu-se pelos aplausos.

 

Os guardas guiaram o invasor que até aqueles que estavam presentes no camarote principal, mesmo com toda possibilidade e capacidade de fuga o desconhecido não se opôs ou demostrou qualquer sinal de hostilidade.

 

- Apresente-se... - Temístocles era um homem abençoado por sua oratória, tanto que fora o suficiente para silenciar os demais que ainda faziam algum burburinho. - Quero conhecer a face daquele que bravamente arriscou-se para salvar a vida de meu protegido.

 

- É ela... - A voz de Silena saiu fraca, quase como um sopro inaudível, mas um sorriso de alívio e surpresa suavizara sua evidente apreensão quanto à disputa entre Perseu e Luke.

 

Annabeth fixou os olhos na figura de porte imponente, as fendas do elmo corintiano mal apresentando qualquer traço daquele que o portava.

 

- Clarisse, meu senhor. - Pronunciou-se assim que solicitado. - Princesa de Esparta... Espero não ter me atrasado.

 

Os olhos verdes se perderam com a mesma intensidade emanada pelos cinzentos e um pequeno sorriso surgiu nos lábios bonitos da espartana.



 

 




 

Fim do capítulo

Notas finais:

 

E então meus queridos, o que acharam? Sei que eu deveria ter escrito um pouco mais para compensar, mas venho de um período realmente desgastante e não queria deixa-los ainda mais tempo sem atualização.

 

Caso vocês queiram me acompanhar pelo Instagram é @karinmaia, sempre que dá estou postando alguma coisa por lá sobre as originais e lançamentos na Amazon, eu só não falo sobre as minhas fanfics por motivos que vocês já estão cansados de saber.

Mais uma vez muito obrigada a todos e vocês que continuam a acompanhar meu trabalho por aqui, vejo vocês nos comentários e essa semana vou me organizar para trabalhar nos capítulos da spin-off e de O Convite.

 

 


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Comentários para 43 - A grande Panateneia :
Lea
Lea

Em: 26/06/2022

Percy é um debochado até perto da "morte".

Ah Clarisse,o que falar sobre essa mulher!!!!!!

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