BOA LEITURA! ><
CAPÍTULO 29
LORENA
As novidades que Hera trouxe quando voltou da missão deixou todos acordados a madrugada toda, algo que parece acontecer com frequência na Família Real. Miranda não foi para própria casa e nem Elisângela, passamos a noite no escritório improvisado pensando num plano, uma maneira de encontrar e matar o demônio.
Hera contou rapidamente sobre a garota, que levei para um quarto e dei roupas novas. Ela pareceu constrangida no meio de tantas pessoas e se não fosse Hera ter me explicado pelo que passou eu teria estranhado tanta timidez.
Quando amanheceu todos já estavam em preparação para a Lua Azul. O Supremo suspendeu o debate sobre a guerra e sobre o demônio durante o dia para conseguirmos focar no dia em questão. Pouco antes do almoço uma bomba explodiu tão perto da mansão que foi difícil de acreditar que ela não havia sido direcionada à mansão, na verdade, direcionada a mim, pois o alvo da bomba foi o meu quarto e o de Hera. Fomos para o abrigo subterrâneo e Hera e o Supremo acompanharam as coisas da salinha com câmeras distribuídas por todo o condomínio e fora dele.
As horas se arrastaram até a noite chegar, e quando chegou, mais caos se instalou dentro da alcateia. As equipes estão cansadas e focadas demais no exterior por causa de um possível ataque inimigo enquanto os seguranças da Contenção estão dando tudo de si para conter os lycans descontrolados e os que só queriam causar algazarra.
- Isso está bagunçado demais, não sabem que eu estou aqui? Por acaso acham que saí para dar uma volta logo no dia da Lua Azul? - O Supremo pergunta para Luís, que olha as câmeras igualmente chocado. Aparentemente, a maioria decidiu se rebelar e causar baderna dentro da alcateia. - Já chega disso. - O Supremo acena para Hera, Igor e Matheus. - Vamos lá fora mostrar por que somos a Família Suprema.
- Isso é muito perigoso. - O Supremo lança um olhar intenso para Luís, que fica quieto no mesmo instante.
- Bernardo, vem com a gente. - O Beta do Supremo pareceu empolgado e sorriu quando foi convidado. Anna, do meu lado, somente apertou minha mão mostrando sua preocupação. Encarei Hera, que ainda mantinha o olhar fixo nas câmeras, ainda assim, ela não parecia preocupada.
As imagens dos lobos saindo da mansão apareceram nos pequenos visores na minha frente. O lobo preto de Hera chamou minha atenção de imediato. Ficou somente eu e Anna na salinha, já que Luís foi junto com o grupo.
- Acho melhor eu esperar na sala, não sei se quero ver isso. - Anna comentou e fez menção de sair da sala, fiquei em frente às câmeras por um tempo, mas depois a acompanhei quando vi o Supremo avançar sobre um lobo que estava descontrolado tentando invadir uma casa da rua.
Na sala do abrigo, Elisângela e Miranda conversavam tranquilamente com a jovem e tomavam o que devia ser chá. Seis Guardas Reais ficaram no abrigo conosco enquanto os outros saíram com o Supremo. Não me ofereci para ir porque sei que as pessoas na alcateia não aceitam o que sou, então, por enquanto, terei que ficar fora da vista de todos, até a notícia se assentar e até as pessoas não desejarem mais me matar ou me expulsar da alcateia. Se não fosse a ordem do Supremo provavelmente teriam pessoas na nossa porta agora tentando me arrastar para fora. Ao imaginar a cena, tento desviar meus pensamentos do assunto.
- Deve ser ruim para você ficar fora de toda essa... ação. - Anna comenta. Fomos à cozinha preparar uma macarronada.
Dou de ombros.
- Na verdade não muito, eu costumava ficar na sala de câmeras, lá era bem tranquilo, não fazia nada além de olhar as câmeras e avisar quando via alguma coisa estranha. Só quando vocês chegaram que as coisas ficaram mais agitadas, mas ainda assim a ação de verdade não acontecia comigo. Quem fica nos muros ou nas rondas interiores com certeza sabe o que é ação.
- Então por que se esforça tanto em aprender a lutar se não gosta de estar no meio disso tudo? - Refleti sobre sua pergunta por um tempo e percebi que não sabia a resposta ao certo.
- Não sei... Houve momentos em que acreditei ser para me defender dos meus pais quando me encontrassem, mas não sou idiota e sei que luta física não é suficiente para me proteger deles, não importa quão boa eu me torne nisso. Depois acreditei que era para me defender de qualquer invasão que tivesse, mas depois concluí que era uma forma de passar o tempo, de me sentir forte sem realmente ser forte. Não sei ao certo... - Anna concordou lentamente com a cabeça.
- Você é forte, só não percebe isso. Você fala que não é páreo para seus pais, mas tenho certeza que é, você só não enxerga isso ainda. - Sorri sem vontade.
- Você acha que vamos conseguir passar por isso? - Deixo o cansaço e o estresse dos últimos dias me abater e solto a pergunta que andava me incomodando desde que descobri sobre a possibilidade de um demônio ser nosso inimigo. Anna ri suavemente.
- Acho que passamos sim. Você não faz ideia da quantidade de situações ruins que passei com Jeremy, e em todas eu acreditava que não sairíamos vivos, e aqui estamos, ainda. - Ela sorri.
As horas continuaram se arrastando, quando me deitei para dormir, Hera ainda não havia voltado com o Supremo e os outros. Em algum momento ela chegou e só me lembro de senti-la me beijar nas têmporas e me abraçar antes de minha mente se afundar no sono mais uma vez. Quando acordei ela não estava mais na cama, mas os lençóis revirados do meu lado indicaram que não foi uma alucinação minha.
Os abrigos subterrâneos são como casas, a diferença neles são as paredes de puro aço, feitas para resistir a ataques de bombas, e sua porta de entrada é igualmente reforçada, o teclado digital de entrada só permite a liberação da porta com a digital da pessoa registrada como dona da casa. O quarto em que estou é bem arrumado e normal em tudo a não ser o fato de que não tem uma janela no quarto.
- Ia te acordar. -Me assusto com a voz de Hera, reparo que ela está escorada no batente da porta. Ela se aproxima. - Desculpa, não queria te assustar.
- Você está bem? - Procuro por algum ferimento enquanto a vejo sorrir maliciosamente.
- Estou intacta. - Suspiro.
- Por que demorou tanto? - A cama emite um chiado quando ela se senta do meu lado.
- Essa alcateia é bem grande, precisamos passar por ela toda para que as pessoas entendessem que eram para ficar dentro de suas casas se pretendiam fazer confusão, mas eles entenderam o recado rapidinho quando nos viram. Demoramos mesmo porque precisamos andar por ela toda. - Concordei com a cabeça.
- Que horas vocês voltaram?
- Chegamos ao amanhecer, minha mãe disse que você tinha acabado de deitar para dormir e quando vim te ver preferi não te acordar.
- Que horas são agora? - Procurei meu celular entre os travesseiros, mas não o encontrei.
- Vai dar dezenove. Vim te acordar porque já vamos sair para encontrar o rei dos vampiros, não queremos demorar muito, por isso vamos agora para voltarmos antes da meia-noite. - Concordei com a cabeça.
Hera aproximou nossos corpos lentamente e senti o calor do seu corpo irradiar até o meu. Seus lábios tocaram os meus momentos depois e segurei sua camiseta, a puxando mais para perto de mim. A língua de Hera subjugou a minha rapidamente, suas mãos puxam meu corpo e acabo sentada em seu colo. Sinto suas mãos correrem por baixo da camiseta larga que uso - dela -, e um gemido sai da sua boca quando ela constata que não usava nada por baixo da camiseta. Hera aperta as curvas do meu corpo com possessividade, quando dou por mim ela está por cima de mim e estou deitada na cama novamente. Me perco em seus lábios e em seu cheiro suave de coco enquanto suas mãos cálidas percorrem meu corpo com desespero. Quando meu interior pulsou em excitação e nosso cheiro preencheu o quarto, Hera parou abruptamente.
- Quando tudo isso acabar vamos ter uma lua de mel. Vou tirar férias, pela primeira vez na minha vida vou tirar férias para ficar só nós duas. - Meu coração se acelera com a possibilidade. Hera aproxima nossas bocas e trocamos mais um beijo desesperado até ela parar novamente. - Tenho que ir. - Abri a boca e Hera deu um sorriso malicioso, que retribuí com um soco em seu estômago. - Uau, você bate bem. - Ela se levanta da cama sorrindo com a mão onde acertei.
- Dá próxima vez, não me provoca pra nada. - Me levanto da cama com uma careta.
- Queria te deixar bem acordada.
- Para quê?
- Bom, você não queria trabalhar? - Franzi o cenho.
~*~
Depois de me arrumar e tomar um banho para tirar o cheiro da minha excitação, afinal seria vergonhoso demais ficar no meio de um monte de homens cheirando daquela forma. Hera me levou a salinha de câmeras do abrigo, para minha surpresa encontrei Lia lá. Anna estava na sala de estar junto com Elisângela e a garota que ainda não sei o nome.
- Luís estará na alcateia junto com Bernardo para cuidar das coisas aqui enquanto estivermos fora, como não é seguro para você sair de dentro de casa, pensamos em deixar você e Lia de olho nas câmeras ao redor da alcateia para o caso de algum inimigo se aproximar. - Encarei Hera desconfiada, ela nunca perguntou se eu queria ajudar em alguma coisa, na verdade, as vezes, tenho a impressão de que ela prefere que eu permaneça quieta como a mãe dela. - Luís estará em contato com você caso você e Lia vejam alguma coisa suspeita.
- Fui eu quem sugeriu deixar você de olho nas coisas aqui, a propósito. - Igor ergue a mão como um aluno na sala de aula, chamando nossa atenção. Hera irritada rosna para ele.
- Agora fez sentido. - Digo cruzando os braços. Matheus e o Supremo riem.
É óbvio que a ideia não teria partido de Hera.
O Supremo me explicou sobre o encontro e sobre como esse encontro tem chances de ser uma armadilha. Lucas, o atual Alfa está ausente, e sem o Supremo para organizar as coisas, a alcateia estará quase desprotegida. Luís e Bernardo são Betas e as pessoas não os obedecem como obedecem um Alfa ou o Supremo Alfa, então, o Supremo quer que Lia e eu fiquemos de olho na floresta, pelos sensores espalhados por ela podemos ver quando um grupo estiver se aproximando da alcateia, assim como vimos no último ataque. Obviamente, concordei em trabalhar, já estava enlouquecendo de ver as coisas acontecendo diante dos meus olhos sem poder fazer nada para ajudar.
O Supremo, Hera e seus irmãos saíram logo depois de me explicarem superficialmente sobre os mecanismos novos instalados, e quando Lia e eu ficamos sozinhas reparei que um brilho estava em seus olhos.
- Tudo bem? - Pergunto cautelosa ao me lembrar de como ela estava com uma expressão sombria quando nos vimos da última vez. Ela sorriu.
- Agora que não serei obrigada a viver com meus pais para o resto da vida, não posso estar melhor. - A encaro sem entender.
- Você e o Miguel... - Deixei a pergunta incompleta, Lia fez uma careta e bufa.
- Não! Miguel e eu não vai acontecer, ele não quer a união. - O olhar de Lia se tornou triste e magoado por uns breves momentos, mas sumiu rápido. - Perguntei para Hera se ela não podia me deixar entrar para a Equipe que vai fazer sua escolta, assim como ela vai fazer com o Bruno, e ela deixou. - Lia dá um gritinho histérico e bate palmas animada, eu somente a encaro com a boca aberta. Então foi isso que ela e Hera conversaram? Hera não teve tempo de me dizer o que tinham discutido. - Ela disse que vai dar a notícia para o meu pai amanhã, agora faço parte da Guarda Real! - Ela bate palmas novamente.
- Lia, você não é boa em luta.
- Eu sei.
- Você fica apavorada com ataques.
- Eu sei, mas vou melhorar isso, prometo. - Ela põe a mão sobre o coração com uma expressão séria no rosto que some rápido. - Mas... sou muito boa com armas. - Reviro os olhos.
- Você sabe que fazer parte da Guarda Real é mil vezes mais arriscado que trabalhar na sala de câmeras né? - Ela dá de ombros.
- Eu não ia poder ficar na sala de câmeras por muito tempo, meu pai ia dar um jeito de me arrastar para aqueles jantares e bailes, tenho que sair com minha mãe quase todos os dias para fazer compras de vestidos que nem vou usar e ir à chás da tarde que não servem para nada além de discutir desfiles de moda e roupas, e moda de novo. O meu plano inicial ía demorar um pouco para pôr em prática, então pensei que não custava tentar pedir para sua companheira me deixar entrar na Guarda. Fui sincera com ela e disse que não sou tão boa nas coisas como você, acho que ela me deixou entrar mais por caridade do que por qualquer outra coisa mesmo.
- Você acha? - Arqueio uma sobrancelha.
- Vamos trabalhar, não quero decepcionar minha nova chefe. Ela é bem... intimidadora... - Ri e voltamos a nossa velha rotina de sentar em frente as câmeras, olhar visor por visor, e observar, esperar.
Como senti falta disso.
Fim do capítulo
Era p esse cap ter saído semana q vem? Era, mas... como estou em casa, sem muita coisa p fazer...
Espero q tenham gostado do cap, curtam e comentem p eu saber oq estão achando ><
Não vou nem dizer p vcs quando saí o próximo cap, pq vai q me dá a doida e publico outro amanhã, né? Tudo dando certo, semana q vem termino d publicar esse livro ><
Me perdoem os erros .-.
É isso, espero q tenham gostado, até a próxima <3
Se cuidem!
Comentar este capítulo:
Lea
Em: 22/02/2022
Como a Lia e o Miguel não vão se unir,pode aparecer outra pessoa na vida da Lia,do jeito "normal",se assim ela quiser?
Resposta do autor:
Sim! Pode sim! Apesar de existirem uniões elas não são obrigatórias, uma das pessoas pode rejeitar o outro por vários motivos, um deles é que a pessoa prefere ficar com outra pessoa, contudo, no caso dos dois, nenhum deles tem outra pessoa (no momento), mas... quem sabe futuramente né?
><
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