Apreciem sem moderação. kkkkkkkkkkkkk
Beijinhos panteras!!!
Capitulo 2
“A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” (Vinicius de Moraes)
Que está acontecendo... Quem é ela?!!
Eloise
Desci daquele avião, nervosa e apreensiva.
Repreendi-me pela enésima vez: _ “não és mais menina Eloise! Para de agir como uma... Porque essa dor sorrateira no peito? Ele morreu... E daí? Ele já havia morrido pra nós mesmo!”
Abaixei a cabeça pra que ninguém me visse em lágrimas.
Quando recebi um telefonema do advogado dele, avisando do seu falecimento num acidente, eu perdi o chão.
Acabou ali uma esperança ínfima de que um dia ele nos procuraria, a mim e a Jacqueline, pra pedir desculpas; dizer-nos que sentiu nossa falta, que nos amava, que nos queria de volta a sua vida e que se arrependeu por nos deixar!
Separara-se de mamãe há vinte anos, eu tinha dez anos na época e minha irmã seis. De início ele ligava, depois... Silêncio! Uma década sem notícias, só a mesada que não faltava! Humpfff! Como se isso fosse tudo.
Eu disse a minha irmã que viria sozinha liquidar tudo, participar do enterro e voltar rápido pra França. Para minha vida...
Jacqueline estava presa numa missão beneficente na Espanha; ela era médica envolvida com as causas sociais. Onde precisavam dela, lá estava pra ajudar. Sempre fora assim...
Ela dissera que tentaria um voo naquela noite, se conseguisse sair do lugarejo esmo em que estava.
Mamãe não fingira sentir a morte dele, ela já não o amava há anos. Refizera sua vida ao lado de um antigo namorado e voltara com este pra Espanha há cinco anos. Disse que precisava viver sua vida e, sem olhar pra trás, nos deixara na França por nossa conta.
Eu e Jack ficamos sozinhas, nos viramos bem! Eu já tenho meus restaurantes e ela iniciava sua carreira de médica cirurgiã, embora tenha apenas 26 aninhos.
_ Senhorita, está se sentindo bem? – a comissária de bordo perguntou inclinando-se até ficar com o rosto ao nível do meu.
_ Sim, obrigada – disfarcei limpando as lágrimas do rosto – apenas cansaço com uma leve dor de cabeça, por conta do atraso do voo.
_ Ah, tudo certo então – sorriu solícita – Quer um analgésico? Posso lhe trazer um.
_ Aceito sim, obrigada – simpática, devolvi o sorriso para a jovem – Eu te agradeço.
Duas horas depois e pisava em solo brasileiro pela segunda vez. Anos atrás ficara neste país, no estado de S. Paulo, por quatro meses dando cursos de gastronomia internacional e mais três meses participando de importantes eventos culinários, onde me destacara como uma grande chef de cozinha revelação.
Aprendera nos sete meses a falar e entender melhor o português! Estava meio enferrujada na língua, mas achava que daria pra o gasto o pouco que sabia pra resolver os negócios do papai.
Ao desembarcar fiquei um pouco desorientada, porém após despachar sua bagagem e apanhar a valise de mão, começara a andar em busca de alguém que certamente fora enviado pra buscar-me.
Quando sai do portão de desembarque e passei uma revista no meio daquelas centenas de pessoas, tomei um impacto ao ver uma jovem mulher negra linda, com os olhos verdes como jade e um ar sonhador segurando uma faixa com meu nome.
Admirei-a de boca aberta. Nunca tinha visto alguém assim tão... Tão impressionante!
A mulher se destacava não só pela singularidade dos olhos claros contrastando com a pele negra ou pelos longos cabelos cacheados, mas era todo o conjunto! Era altíssima, bela de corpo...
Usava uma calça jeans apertada que a deixava simplesmente estonteante e vestia uma camisa branca mangas três quartos que lhe evidenciava os belos e fortes braços. Possuía cintura fina e quadris largos!
Engoli em seco e sem perceber passei as mãos no cabelo ajeitando a trança no ombro esquerdo. Lamentei imediatamente não ter retocado a maquiagem no avião!
Eu a olhei fixamente por um tempo querendo lhe fisgar a atenção. Porém, foi sem sucesso; ela parecia olhar através de tudo e todos ali.
Irritei-me por ser sumariamente ignorada, ao me aproximar e parar perto dela. Seu cheiro de mato invadiu minhas narinas e eu enchi, prazerosamente, os pulmões com ele!
_ Mas, o que tá acontecendo comigo? – pensei surpresa – nunca me interessei por mulheres! Jack já namorara umas, eu sabia. Mas eu sequer olhava duas vezes pra os homens, quanto mais para... Mulheres!
E agora, estava ali, respirando pesado de frente àquela mulher que nem conhecimento de mim tomava!!
Indignada por não ser notada por aquela deusa do ébano, tentei chamar sua atenção.
_ Senhorita? – elevei a voz irritadinha enquanto a chamava – Ei Senhoritaaaaaaaaa, acorda!!!!!!!
Parada à sua frente com os lábios franzidos de exasperação notei que ela, enfim, pareceu acordar de um sono e fixou aqueles olhos cor de jade em mim. Senti outro baque no coração e transtornei com aqueles sentimentos descabidos!
_ O que está acontecendo comigo, Mon Dieu[1]? – tornei me indagar em pensamentos.
Aborrecidíssima, com minha valise na mão bati nela com as luvas, impaciente.
_ Pois não? – perguntou calmamente a distraída mulher – Em que posso ajudar?
Mais um desmaio no coração ao lhe escutar a maciez da voz!!!!
_ Pode me ajudar, tirando-me desta balburdia de Aeroporto! – falei ríspida – Porque de acordo com esta faixa que carrega em suas lerdas mãos, é por mim que esperava. Acabou sua espera, estou aqui... Diga-se de passagem, estou aqui há quase cinco minutos esperando seu transe passar e você voltar a terra!!!
_ Hum... – a mulher falou e olhou-me diretamente nos olhos com certo espanto.
Quando o seu olhar mergulhou no meu, senti um aperto no peito e percebi que ela também se perturbara! Tanto que gaguejou...
_ Er... E-Eloise Girani? Você é Eloise, filha do Jau? – questionou meio sem fôlego.
_ Jau? – ela parecia muito íntima de meu pai! Senti-me incomodada com aquela intimidade, ao pensar nela tendo algo com ele, franzi a testa irritadíssima e respondi mais ríspida ainda – Eloise Girani, sim! Filha de Jacques Dupré Girani... E você? A namoradinha dele?
Eu senti como ela enrijeceu o corpo ao meu ataque verbal e, parada à minha frente sendo insultada, começou a olhar pra mim de um jeito que fez minhas pernas tremer.
Senti seu olhar pousar em minha boca, nos meus cabelos...
Seu fogoso olhar desceu sobre meu corpo, analisou minhas vestes, comeu meus seios visualmente. Pareceu aprovar minha escolha da saia branca que usava e também meus saltos altíssimos que me deixavam quase a altura dos seus seios fartos.
Inspecionou-me inteira em fração de segundos e depois desviou o olhar dando de ombros como se EU não fosse lá grandes coisas. Fui tomada de intensa raiva por não ter conseguido chamar sua atenção como ela prendera a minha.
_ Que merde, se passa contigo, senhorita? – tornei a me exasperar levada pelo despeito – Fumou ou cheirou alguma coisa? Eu vou te avisar que tomarei providências pra sua imediata demissão caso constate que está chapada de entorpecentes! Quem te designou pra me buscar também sofrerá punições!
Ela fechou o cenho e, sem perder a calma, foi incisiva comigo.
_ Primeiro: olha a bocaaaa! Não admito ninguém xingando junto de mim! Se preciso for, providenciarei desinfetar devidamente esta sua boca suja. Depois, não uso nenhuma droga, senhora.
_ Senhorita, sou senhorit... – tentei lhe calar, sem sucesso. Entretanto, quem foi posta no lugar fui eu!!!
Ela teve a audácia de me interromper!!!!!
_ Pouco me importa seu estado civil ou como gosta de ser tratada! – trovejou me cortando fria e, ironicamente, me afrontou – Desculpa estar desatenta e ter perdido minutos da sua magnífica e triunfal chegada. Vamos agora, “majestade.”
Fez uma profunda inclinação, fingindo reverência, ironizando minha atitude.
Eu tive vontade de dar nela! A mulher irritante me fazia ter ânsias de violência, ninguém nunca me enfrentara ou me tirara do sério como aquela... Aquela fulana!
Dei-lhe as costas e saí pisando duro imponentemente.
Percebi que a pirracenta ficou parada ali alguns segundos olhando-me ir... Sentia seus olhos queimando a pele das minhas costas!
Cheguei à saída e parei contrariada, não conhecia nada daquela cidade e o endereço, estava nas bagagens que despachara há pouco. Logo, não sabia pra onde ir!!! Sendo assim, teria que esperar aquela desaforada[2].
Mas ela me aguardasse... Em breve a metidinha estaria mendigando um emprego por aí!
Estava decidido: A despediria!
Dei um sorriso de satisfação interior com minha resolução, enquanto a via apressar os passos em minha direção!
_ Aguarde-me Srta. – pensei franzindo a testa resmungando mentalmente, novamente irritada, por perceber mais uma falta dela – Ela é tão má educada e irritante que nem me ofereceu seu nome!!!
Sem me aperceber, meus olhos a devoraram enquanto deslizava com suas largas passadas felinas ao meu encontro. Atordoada com aquela beleza negra e irritada por estar apreciando-a tanto, murmurei intrigada pra mim mesma:
_ Porque meu coração acelera tanto ao te ver e o que foi aquilo ao ter seus olhos nos meus?!! Parecia que já te conhecia antes! Tive a sensação de familiaridade; de estar em casa! Afinal, mon Dieu[3], quem é você, mulher?!!
[1] Meu Deus
[2] petulante
[3] meu Deus
Fim do capítulo
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Beijinhos no core, lindas felinas!!!!
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