Memórias por Nay Rosario
Capitulo 3 - Organização
Assim que terminei de redigir a carta, liguei para minha cunhada afetiva, Jandira. Ela era minha advogada. Acertei com ela para o dia posterior a minha volta para casa. Como eu partiria na manhã seguinte, Tayla propôs que fôssemos jantar em um restaurante. Isa iria começar a ladainha dos protestos, mas logo topei.
Esse passeio foi divertido. Por ser uma noite de quarta-feira, estava pouco movimentado. Tinham alguns casais claramente apaixonados. Alguns homens conversando e, em uma mesa mais afastada, um grupo de mulheres bem animadas.
O casal "Isayla" estava naquelas interminaveis trocas de olhares apaixonados e enjoativos. Já tinha decidido que voltaria para casa sem Isa, independente do resultado. Em um dado momento, levantei-me em busca do lavabo e quase cai ao chocar com outra pessoa.
- Laura?!
- Madelin?
- Não era para você estar em uma exposição na Holanda?
- Houve algum problema hidráulico na galeria. Encerraram mais cedo. Não pensei que te encontraria por aqui.
- Vim resolver algumas coisas, mas volto amanhã para casa.
- E seu cão de guarda? – sorriu com expressão marota.
- Pare! Não a chame assim. Vai ser difícil desassociar essa imagem agora.
- Sim. Cadê?
- Está na mesa com a noiva.
- E a paixão platônica? Já superou?
- Laura... Laura...
- Verdades, querida. Lide com elas. Gostaria de conversar mais contigo.
- Em breve. Foi bom te encontrar e lembrar-me que a noite enaltece sua beleza.
- Sempre gostei dessa sua áurea sedutora.
Ela seguiu para a mesa das moças animadas. Entrei no lavabo e molhei o rosto. A cabeça começava a pesar, mas não estragaria a noite das enamoradas. Voltei para a mesa e pedi a sobremesa. Realmente, estava de embrulhar o estômago vê-las juntas. Arreliei um pouco e usei do clima como pretexto para sair mais cedo. Queria andar um pouco sozinha.
Do Enosteria até a Catedral da Sé eram pouco mais de trezentos metros. Segui olhando a cidade que não dorme. Reparava nos passos apressados das pessoas, na forma sisuda de caminhar, na expressão séria de quem tem inúmeros pensamentos rondando ou ainda que está tentando fazer uma projeção da vida nos próximos meses.
Vida. Via de mão única; Ida. As pessoas costumam desperdiçar momentos incríveis por motivos diversos. Cortam-se laços com algumas pessoas, de maneira repentina. Brigas constantes corrompem os lares e no fim... De nada adiantou, se não houve mudança efetiva na vida de alguém.
Fim do capítulo
Até Breve!
Comentar este capítulo:
Marta Andrade dos Santos
Em: 21/11/2021
Pois é quanta energia desperdiçada.
Resposta do autor:
A vida é uma dádiva e deveria ser vivida de forma plena.
Tentando manter e manuter sentimentos bons.
A vida é presente.
Agora.
O ontem já foi.
O amanhã é incerto.
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