Memórias por Nay Rosario
Capitulo 2 - Pincéis, Painéis, Paletas
Chamamos motoristas que rodavam em aplicativos. Cerca de 20 minutos depois, ele chegou. Isaura estava com como extremidades geladas. Olhava o excesso de carros e pessoas passando apressadas. As vezes fungava, as vezes suspirava.
Aneurisma. Minha mente tentava fragmentar a palavra e movê-la, de forma que pudesse criar outras usando asesmas letras. Era um hábito infantil. Considerei todas as informações dadas por Silvana, a ŕeceita para aquisição dos medicamentos e a busca por um especialista.
Isa perguntou tudo o que quis e o que lembrou. Confesso que não tenho interesse nos pormenores. Saber que meu tempo neste plano é curto, me fez reavaliar alguns pontos. O primeiro deles era reorganizar a maneira com a qual tenho levado minha vida nos últimos anos.
Chegamos no prédio onde hospedadas. O apartamento pertencia a Tayla, noiva de Isa. Se conhecer em meio a um incidente sem compras. Se odiaram no primeiro momento, mas a vida as uniu. Graças aos céus, ela superou a paixão platônica que mantinha por mim. Meu respeito por ela era profundo demais para constar-la por algumas horas de calor e prazer, posteriormente, descartá-la tratando-a como se fosse um objeto.
A amizade dela me era cara demais. É a única que suportava minhas crises e se mantinha ao meu lado, mesmo nos dias em que tudo para mim se resumia na paleta do breu.
Enquanto as pombinhas conversavam sobre a consulta, fui ao banho. Embaixo água escaldante me permiti chorar. Sentei no chão azulajado do box e me deixei ser lavada pelas águas encanadas, enquanto lavava meus olhos e alma nas lágrimas.
Olhando a parede a minha frente, percebi a combinação de cores do azulejo. Em uma das extremidades era azul royal, transicionando para o verde, posteriormente para o cinza e desembocando no preto. Escuro. Breu da noite de lua nova. Fundo do poço. Fim do túnel. Ausência de perspectiva e luz.
Escutei duas batidas na porta e me apressei em disfarçar como emoções. Almoçamos algo leve e me retirei para descansar. Tranquei a porta do quarto e peguei uma garrafa de conhaque que escondi em cima do guarda-guarda. Eu estava proibida de consumir álcool desde que havia me acidentado em casa. Perdi o equilíbrio e bati a cabeça na quina da mesa de jantar.
Coloquei minha dose de sempre, abri e ligue o notebook. Enquanto ele carregava, visualizei algumas mensagens nos poucos aplicativos que mantinha. Mensagens de Tina, responsável.pela editora; alguns amigos; parentes e dela. Digitei a senha, abri o office e conceitoi a digitar um dos documentos que jamais pensar fazer.
Eu, Madelin Lyon Sollis, escrevo esse testamento em pleno uso de minhas faculdades mentais ...
Fim do capítulo
Até breve!
Comentar este capítulo:
Marta Andrade dos Santos
Em: 18/11/2021
A despedida.
Resposta do autor:
O início da despedida.
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