Capitulo 70
Capítulo 70º
Alice
Quando percebi o sumiço de Rebeca já imaginei que algo poderia ter acontecido. Mas me tranquilizei quando ela garantiu estar bem e com Tália no shopping fazendo compras. Se eu me surpreendi? Lógico. Imagina a Rebeca completamente responsável e viciada em trabalho sair mais cedo? Se não for um sinal do fim dos tempos ela está aprontando alguma.
E eu estava certa, quando a noite caiu e ela continuava sem aparecer em casa as minhas suspeitas começaram a fazer todo sentido. Ainda mais quando liguei para ela e a cara de pau me disse que estava em um motel. Por um segundo senti meu sangue até ferver em minhas veias, mas pensando de forma racional por qual motivo ela estaria em um motel com outra pessoa e me avisaria?
Segui a localização que ela me mandou, comprovei assim que de fato me levaria até o motel como destino final. Assim que entrei liguei para saber em qual quarto, minha namorada estava. 201 foi sua resposta e assim fui até ela. Meu discurso de ódio já estava todo montadinho na minha cabeça, mas a visão que eu tive dela completamente nua relaxando na banheira me deixou mais molhada do que a água que lhe banhava.
Rebeca sabe como prender minha atenção, assim que se levantou da banheira imaginei que ela poderia cair. Então ela me pediu ajuda. Na verdade, queria apenas que eu ficasse mais perto para ela poder me matar de desejo. Quando ela resolve ser ousada, supera toda e qualquer expectativa, e quando levou meus dedos até seu sex* eu quase morri. Estava completamente molhada.
Desejosa de me enlouquecer e torturar resolveu ir para o banho sozinha e me encarregou a tarefa de pedir morangos e chocolate. Enquanto esperava ansiosa sua saída do banho resolvi deitar um pouco. Por mais que meu olhar fosse um tanto reprovador pelo fato dela ter ido para o banho sozinha, comecei a entender que as coisas precisam ser do jeito dela hoje.
E só para constar, tudo foi feito do jeito dela. Rebeca me dominou de um jeito que eu nunca pensei que ela pudesse fazer. Todas as sensações maravilhosas que ela me proporcionou me levaram a amá-la ainda mais, se é que isso ainda é possível. Experimentar o novo com ela foi sem dúvidas a melhor experiência que já tive. Mais do que isso foi me despir de todo e qualquer tabu.
Na manhã seguinte acordei com seus cabelos espalhados pela cama, em completo desalinho. Sorri fitando sua imagem pelo reflexo do espelho no teto. Até que não seria uma má ideia colocar um desses no nosso quarto em casa. Sorri com meu pensamento. Imaginando que a cara de indignação dela quando eu propusesse isso.
Beijei levemente sua nuca e ela grunhiu manhosa se mexendo vagarosamente. Sem abrir os olhos deu um sorriso satisfeito quando beijei sua orelha.
- Bom dia, minha dominatrix. – ela gargalhou com a voz rouca pelo sono.
- Bom dia, meu amor. – me deu um abraço apertado. – Dormiu bem?
- Maravilhosamente bem. Depois de tudo aquilo que fez comigo não tinha como ser diferente.
- Mas eu não fiz nada. – se fez de desentendida.
- As marcas nos meus ombros dizem o contrário. – mostrei as marcas e ela corou levemente enquanto passava as pontas dos dedos na minha pele marcada.
- Amor, desculpa. Não tenho culpa se você é muito branca. – disse em um tom de riso.
- Não precisa se desculpar. Na verdade, quero que faça isso sempre que tiver vontade. Foi maravilhoso. – afirmei tirando um fio de cabelo de seus olhos.
- Então você gostou? De tudo? – sabia bem do que ela falava.
- De tudo. E já quero repetir.
- Ótimo, por que eu também quero. E ainda temos um brinquedinho que não usamos.
- Mas isso vai ter que esperar. Eu preciso ir trabalhar.
- Em pleno sábado?
- Exatamente. A inauguração está chegando e precisamos cuidar de tudo.
- Ainda não me conformo de você não me deixar ir ver. – fez bico.
- No momento certo meu amor. Agora vem para o banho comigo?
- Tenho escolha? Meu plano era continuar nesse quarto até o domingo.
- Se eu me lembro bem você ficou de ir almoçar com as minhas mães. Não foi?
- Foi sim.
- Então. Vai lá aproveita que elas vão te mimar muito.
- Você tem razão. Bom, melhor irmos.
Depois do banho tomamos café e seguimos caminhos separados. Mandei mensagem para Anna avisando que estava a caminho da boate. Claro que ela me respondeu com um desaforo. As coisas estavam caminhando bem na boate, já havíamos contratado algumas pessoas.
- Eu poderia estar goz*ndo até agora. Sabia? – reclamou abrindo a porta da nossa sala. Soltou a bolsa na cadeira.
- Sabia. Mas temos responsabilidades.
- Minha única responsabilidade era dar até desfalecer. – disse rindo. – E eu dei. – completou gargalhando. – Mas e você, como foi sua noite?
- Boa.
- Boa? É isso que você tem para me dizer? – franziu o cenho.
- O que espera que eu diga?
- Que a Rebeca fez miséria com você ontem.
- Mas ela fez. – afirmei.
- Usaram os brinquedos?
- Como você sabe?
- Tália e Rebeca fizeram tudo de caso pensado. Saíram as compras cheias de más intenções. – completou rindo. – Mas juro que se ela quiser fazer isso comigo de novo eu aceito de boa.
- Quer dizer que vocês fizeram tudo?
- O que seria esse tudo?
- Alice, você sabe. Na verdade, Tália pediu que eu usasse nela, e menina preciso dizer que foi uma loucura.
- O plug anal?
- Sim, e a cinta peniana.
- Não usamos a cinta.
- E o plug? – eu corei levemente lembrando a forma deliciosa que Rebeca me teve. – Alice, você liberou o brioco? – indagou com os olhos arregalados e começando a rir em seguida. – Como foi? Doeu?
- Acha mesmo que com toda minha excitação iria doer? E é pequeno, não estamos falando de uma anaconda albina. – falei rindo ela fez careta.
- Péssimas lembranças.
- Mas quando é para usar em Tália, bem que você gosta.
- Gostar é pouco. Eu amei. – sorriu maliciosa. – Acho melhor a gente ir trabalhar, por que estou ficando com um calor só de me lembrar. – abanou a mão em frente ao rosto.
- Não vou discutir, já que querer trabalhar é uma coisa rara na sua vida. – provoquei com ar de riso e ela me mostrou o dedo do meio.
Organizar todos os detalhes antes da abertura da boate estava mesmo tomando grande parte do nosso tempo. Afinal eu preferiria estar ao lado de Rebeca ao invés de ter vindo trabalhar. Por falar nela me mandou uma foto junto das minhas mães, comprar coisas para o neném era quase um vício das duas. Eu até que entendo afinal vivo olhando coisas infantis agora.
Já vamos deixar inclusive uma brinquedoteca para ele na casa nova. Sem dúvidas esse bebê vai ser cercado de muito amor. Pena que isso inclui Pedro. Esse sem duvidas é uma pedra no meu sapato. Depois que Carmem conversou com ele, sumiu de nossas vidas, nem na última consulta apareceu. Mas de certa forma isso só me deixa receosa de que quando apareça seja para aprontar alguma coisa.
Outro problema é Diego. Mesmo que não apareça pessoalmente na empresa sei que tem entrado em contato com Rebeca. Apesar de já ter dito que ele deveria apenas responder a Ruan. Evitando assim um contato excessivo com ela, que sempre fica nervosa quando isso acontecesse.
Cansei de insistir para que ela o colocasse para fora, mas disse que a empresa perderia um ótimo funcionário. E como tenho tentado evitar discussões acabo entendendo os motivos dela.
- A Barbara fechou com a gente mesmo? – indaguei vendo o contrato por assinar.
- Sim. Vamos fazer dela a maior Dj dessa cidade.
- E o contrato não está assinado por qual motivo? – mostrei a folha em branco.
- Ela estava viajando. Mas acho que deve estar para chegar, conversou comigo perguntando se estaríamos aqui.
- Hum.
- Por falar nela, o que conversavam naquele dia da festa dos meninos? – me fitou curiosa.
- Nada demais. Ela me falou algo sobre estar acostumada com barulho.
- Só isso? – insistiu.
- Sim. – afirmei. – Ah! E também sobre aparentemente não conseguirmos estar solteiras juntas.
- Sabia! Ela tem uma queda por você. – afirmou sorrindo. – E pelo que Tália me contou, a Nanda também. – me fitou questionadora.
- Eu não sei o que a Tália viu, mas não é nada disso.
- Da sua parte. Mas olha, aquelas duas tem interesse em você.
- Você viaja na maionese as vezes.
- Sei. Não se faz de sonsa. Não quero problema com a Rebeca, então trata de não dar cabimento a Dj assanhada.
- Desde quando eu dou cabimento a alguém?
- Só estou dizendo.
Voltamos assim aos nossos trabalhos do dia. Escolher fardamentos, encomendar de acordo com o tamanho de todos da equipe. Nem sei o que seria de mim sem Anna para ajudar com todas essas coisas. Estava tudo indo bem até que encontrei um papel um tanto quando curioso.
- Você viu isso? – mostrei a folha.
- Se for mais um contrato em branco a culpa não é minha. – se defendeu segurando a ponta da folha. Correu os olhos pela folha. - O que vamos fazer? – Anna questionou. – Está tudo pronto, seguimos as todas as normas de segurança. Não vejo motivo sermos barradas na abertura. – resmungou atirando o papel sobre minha mesa.
- Não sei, mas vamos descobrir. – peguei a folha.
Percebi que no final, próximo ao carimbo do filho da mãe que quer foder com a minha vida estava o número de telefone para contato. De imediato disquei o número. O homem atendeu no segundo toque.
- Bom dia. Estou ligando a respeito da inauguração da boate...
- Ah! Claro. Estava mesmo esperando sua ligação. Alice. – falou como se me conhecesse.
- Por qual motivo?
- Quero saber quanto pode me pagar para que eu possa deixar sua inauguração acontecer.
Apertei o lápis entre meus dedos fazendo o objeto quebrar em dois pedaços. Anna me fitou curiosa pela minha raiva. Girei a cadeira, ficando de frente a grande janela que me permitia uma visão inteira da parte inferior da boate. Não via a hora de ver a casa cheia. E mesmo que esse desgraçado quisesse apenas suborno para que isso acontecesse eu faria.
- Me mande seus dados e sua conta. Farei a transferência. Mas espero esse documento nas minhas mãos até amanhã. E que você não me apareça mais aqui. – falei irritada desligando.
- O que houve?
- Por isso a desgraça desse país não vai para frente. Ele quer dinheiro. Por isso nos barrou na inauguração.
- E você vai pagar?
- Que espera que eu faça, continue fechada?
- Não concordo, mas entendo. Agora o ódio que me dá, prefiro nem externalizar.
- Melhor não. Só quero resolver logo isso.
- Bom, acho que por hoje é só. Vou encontrar a minha mãe. Você demora ainda?
- Não. Vou daqui a pouco também.
A inauguração estava me deixando nervosa. Pois preciso que as coisas saiam perfeitas, não tenho opção de falha em um investimento tão alto. Guardei alguns recibos que estavam espalhados sobre a mesa. Apaguei a luz da sala, desci as escadas e cheguei à parte baixa em alguns segundos. Olhei para cima e sorri. A sensação gostosa de ver as nossas ideias quase concretizadas era maravilhoso demais. Cumprimentei o segurança e saí.
Como não faço a menor ideia de onde encontrar minhas amadas mães e namorada decidi ir para a casa delas. Assim passo na obra antes. Rumei para o condomínio, mas assim que parei o carro percebi que elas estavam ali.
- Como não pensei em encontrar vocês aqui? – comentei entrando.
- Oi filha! Viemos só dar uma olhadinha. – a mamma falou me abraçando.
- E a olhadinha custou algumas mudanças. – Rebeca falou me olhando. – Oi, baby. – beijou meus lábios.
- Não temos tempo para mudar mais nada. Daqui a pouco o neném nasce.
- As mudanças são coisas bobas e podemos resolver rapidinho. – a mamma insistiu.
- Nem me olha. É tudo ideia dela. – a mammy tirou o corpo fora. – Que tal irmos lá para casa?
- Por mim tudo bem. – concordei. – Você veio de carro?
- Não, suas mães me buscaram em casa.
- Então vamos.
Abri a porta para que ela entrasse no carro. Ligou o som baixinho.
- Como foi na boate? – contei o que havia acontecido sobre o suborno. Ela ficou tão puta quanto eu fiquei. – Mas ao menos vocês conseguiram.
- Sim, conseguimos.
- Amor, o Pedro me ligou.
- Pediu para conversar conosco.
- O que ele ainda pode querer depois de tudo que fez?
-Acredito que falar sobre o bebê. Mas isso é bom, ele te incluiu na conversa. Significa que está aberto a isso agora.
- Lógico que está, sabe que fez a maior merd* da vida dele.
- Mas promete que vamos tentar fazer isso dar certo?
- Juro que não entendo. Mas prometo que vou tentar ir desarmada. Mas só por vocês. – respondi alisando a barriga dela. – Quando ele quer essa conversa?
- Falei que você está sem tempo por causa da inauguração da boate. Ele concordou que pode ser na semana seguinte.
- Tudo bem.
- Amor, eu sei que essa é uma situação chata. E o Pedro vacilou demais conosco. Mas ele é o pai do bebê.
- Eu sei. Não se preocupe. Vou continuar com a minha mente super aberta.
- Eu te amo demais. – segurou meu rosto com suas mãos.
- Eu também te amo.
Saímos do carro e fomos em direção a entrada. Bernardo assim que viu Rebeca correu para ela sem nem ao menos se importar com a minha presença. Os dois tem uma amizade engraçada, dois nerds. Arthur me arrastou para o quarto. Queria mostrar a foto da namorada. Mas precisava ser segredo, pois nossas mães ainda não sabiam de nada. Bastou que eu parasse de perguntar quem era a garota para ele me mostrar.
- Você não pode falar para ninguém.
- Garoto, para de mistério. Me dá logo esse celular. – tomei o aparelho.
Sorri vendo que a foto dos dois já era o papel de parede da tela. A menina era linda e a mesma que eu já tinha visto com ele na escola.
- Essa é a Paloma.
- Ela é linda, Tutu.
- Eu sei que é. Mas como faço as nossas mães entenderem que eu estou crescendo e namorando?
- Elas vão falar sobre sex* com você. – comentei segurando o riso.
- Tem como fugir desse momento constrangedor? – falou desesperado.
- Acho pouco provável. Estão juntos há quanto tempo?
- Quase três meses.
- E tem conseguido esconder isso das nossas mães como? Bernardo sempre é linguarudo. – perguntei estranhando. Arthur evitou meu olhar e ficou de costas. - O que aconteceu?
- Nada. – mentiu.
- Se não quiser contar vou acabar perguntando ao Bê.
- Acho melhor você fazer isso. Não posso contar. Vamos descer. – pegou o celular.
Se antes achei a situação estranha depois que ele falou isso fiquei ainda mais curiosa. Voltamos para a sala de estar. Rebeca conversava com Bernardo na parte de fora da casa.
- O que houve ali? – questionei sentando ao lado da mamma.
- Não faço ideia. Esses meninos estão cheios de segredos. – fitou Arthur que tratou de me olhar e ir em direção a cozinha. – Está vendo só.
- Relaxa. Eles já estão na fase de guardar segredos de vocês.
- Isso significa que ele te contou algo?
- Claro que não. – menti. – Aqueles dois são uns túmulos.
- Sei. – me fitou desconfiada. – Como está Rebeca? – indagou tomando um gole de seu uísque.
- Bem. Tem indo a terapia. Consegue manter contato com Carmem e Nina.
- Isso é bom. Com a chegada do bebê acredito que os ânimos melhorem ainda mais, crianças sempre trazem muita união a uma família.
- Tomara.
- E o Pedro?
- Esse sem dúvidas é um assunto que detesto.
- Mas não pode mudar nada.
- Eu sei. Ele pediu para nos encontrar.
- Isso é bom, filha. Ele te incluiu. Acredito que queira apenas fazer as coisas funcionarem por conta do bebê.
- Espero que seja isso.
A mammy se juntou a nós e começamos a falar de algum assunto aleatório. Já era quase noite quando decidimos ir para casa. Rebeca estava cansada. Assim que entramos no carro ela deu um longo suspiro.
- Está tudo bem? – indaguei para ela.
- Sim. Só esse bebê que esquece que eu tenho costelas. – reclamou se arrumando no bando do carona. – Não vejo a hora dele sair de mim.
- Sei que está morta de curiosa para saber se ele tem a sua cara. – brinquei. – Espero que tenha.
- Eu também.
- Me diz uma coisa, o que tanto conversou com o Bê?
- Amor, não posso contar.
- Ele está namorando?
- Como você sabe?
- O Tutu me mostrou a foto da namorada dele. E o fato das minhas mães ainda não terem descoberto é por que um está chantageando o outro. Então não é difícil juntar um mais um.
- Tudo bem. O Bernardo veio me perguntar se eu sou bissexual.
- Bissexual? O que você disse?
- Falei apenas que ainda não sei o que sou. Só sei que amo você e isso me faz feliz.
- Ele está gostando de um garoto?
- Amor, eu não deveria contar.
- Prometo guardar segredo.
- Sim. Aparentemente é irmão gêmeo da namorada do Arthur.
- Acho que sei quem é. Vi os quatro juntos depois da escola. A minha mãe precisa saber disso.
- Não. Você vai esperar ele contar. Não pode fazer fofoca.
- Eu sei. Só tenho medo que ele possa sofrer algum tipo de preconceito. O Bê é muito novo. E as crianças na escola são péssimas.
- Amor, as coisas estão mudadas hoje. As crianças estão mais evoluídas. Acredito que todos estejam mais preocupados em qual jogo vai ser lançado do que em quem o seu irmão está interessado.
- É talvez você tenha razão. – conclui.
Quando chegamos em casa Rebeca logo adormeceu. Mas eu fiquei remoendo o que conversamos no carro. E foi impossível não pensar que daqui alguns anos estaremos nos preocupando com quem o nosso filho vai namorar. Sei, é estranho dizer que também é meu filho, mas é assim que me sinto como uma mãe. Posso até jurar que vi alguns cabelos brancos outro dia no espelho.
Cada mês que avança a certeza de toda responsabilidade que teremos me assusta. Nada que formos decidir será feito apenas por nós duas. Daqui alguns dias seremos três. Já tenho me preparado para as noites de sono perdidas. Em muitas das noites que Rebeca não consegue dormir por não conseguir uma posição ficamos horas sonhando com a chegada do neném. Ver a felicidade dela imaginando em o segurar no colo me enche os olhos. Em longas conversas que tivemos, Rebeca me contou sobre o parto humanizado e os seus benefícios. De início achei uma ideia um tanto quanto assustadora, mas depois de muitas pesquisas acabei aceitando essa possibilidade.
Assim ficou decidido que o bebê iria nascer na nossa casa nova. O que pode acontecer daqui alguns dias, o nono mês está batendo à porta. Mas a reforma ainda não acabou e para completar ainda resolveram mudar algumas coisas. Deixar a Rebeca e a mamma juntas é um perigo para a reforma. Todas as vezes que foram juntas, algo foi mudado, pelo visto ainda vai ser.
Minha curiosidade maior era sobre o assunto que Pedro quer tratar conosco. Vindo dele eu posso esperar tudo. Sei que é capaz de descer o maia baixo para nos atingir. Porém não estou mais disposta a aturar nenhuma armação dele.
- Amor. Não vem dormir? – senti as mãos dela em meus ombros.
Eu estava sentada na poltrona perto da janela.
- Sim. Só estava pensando.
- Deixa para fazer isso em horário comercial. – brincou beijando meu pescoço. – Vem deitar comigo.
- Vou sim, meu amor. – me deixei ser levada por ela e assim nos deitamos juntas.
- Desliga isso. – reclamou Rebeca irritada.
- Não é o meu. – percebi e dei a ela.
- Espero que você esteja morrendo. Eu ainda nem acordei.
- Nem adianta vir com mal humor. Quero vocês aqui.
- Amélia, eu nem sai da cama.
- Não me importa. Convidei todo mundo para vir almoçar aqui. Te dou uma hora. Beijos.
- Saco. – reclamou Rebeca. – Amélia nos quer em sua casa para o almoço.
- Percebi.
- Odeio a minha irmã. – resmungou voltando a se deitar.
- Dorme mais um tempinho. Daqui a pouco vamos.
Mas o daqui a pouco durou mais de uma hora. Pois conseguimos dormir pesadamente. Acordamos apenas com o celular de Rebeca tocando de novo. Eu atendi e Amélia estava furiosa.
- Beck, cadê vocês?
- Sou eu. Nós...
- Vocês?
- Estamos a caminho. – menti olhando Rebeca literalmente babar no travesseiro. Ela dormia feito uma pedra.
- Ótimo. Até já.
- Ufa! – falei assim que escutei o barulho do final da ligação. – Amor, precisamos ir. Sua irmã ligou de novo.
- Eu vou matar a Amélia. – resmungou indo em direção ao banheiro.
Eu ri do quanto ela estava irritada por não poder dormir mais. Deixei que ela tomasse o banho sozinha assim conseguiria ir acalmando seus nervos. Enquanto isso fui escolher minha roupa. Alguns minutos depois saímos de casa. E mesmo durante o percurso Amélia ainda nos ligou irritada com nosso atraso. Começo a me questionar se irritação é algo de família. Se for Letícia e eu estamos ferradas.
Fim do capítulo
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lay colombo
Em: 25/11/2021
Eu desconfiei mesmo q o Né tava de rolê com o guri do capítulo anterior, espero mesmo q ele não sofra nenhum tipo de preconceito, principalmente por ser bissexual, homens bissexuais sofrem muito mais preconceito q mulheres e ele não merece isso.
Pedro se tu veio arrumar problema já pode ir embora, aproveita e leva o outro embuste q era teu amigo junto
paulaOliveira
Em: 13/11/2021
O que será que o embuste do Pedro quer...
Os gêmeos namorando, Isa vai surtar, kkk
Manda os extras mulher kkk
Resposta do autor:
Vocês me cobrando Extras. kkkk
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preguicella
Em: 13/11/2021
Gente, Alice muito estrada prazer em ir trabalhar depois dessa noite.
Acho que Pedro acordou pra vida, desistiu de ser isso e vai ficar de boa com delas.
Cadê os extras de Letícia e Amélia?!
Bjuuu
Resposta do autor:
Tomara que esteja certa sobre o Pedro.Vai ver ele resolve ser alguém melhor.
Vou postar um hoje.
Beijoss.
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Mille
Em: 13/11/2021
Hummmm o que será que Pedro quer???
Então os gêmeos estão namorando gêmeos kkkkk bem legal.
Isso é Brasil, alguém sempre querendo se beneficiar em cima do outro.
Olha aí a Telia tb captou as duas assanhadas pra cima da Alice.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Será que vai se redimir?
As assanhadas foram flagradas. kkk
Beijosss
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