Capitulo 55
Capítulo 55º
Rebeca
Um mês se passou desde o acontecido no aniversário de Alice. Eu continuo vez ou outra sonhando com tudo, e o medo de que ela poderia ter se machucado me assombra sempre. Nosso namoro tem se consolidado dia a após dia. Sei que para algumas pessoas o que temos aconteceu rápido demais, só que para mim não parece assim. Houve todo aquele momento aonde não soube definir direito o que sentia por ela.
Escolhemos usar a sinceridade como base de tudo o que vivemos. Desde o início tem sido assim, quando ela assumiu que gostava de mim, mas precisa de tempo e eu dei esse espaço a ela, mesmo tendo certeza do que eu queria na época. E continuo querendo hoje.
Fui pega de surpresa com a cena que Virgínia causou no dia da festa. Ao ouvir a voz das duas, fiquei receosa pelo que poderia encontrar caso abrisse aquela porta. Mas bastou ouvir o que ela falou sobre mim para eu ter certeza das reais intenções dela. A forma como disse que deseja e sonha com uma vida ao meu lado, em construir uma família me deixou com o peito ardendo de tanta felicidade.
Desde então esse assunto casamento não foi mais citado em nenhuma das nossas conversas. Mesmo sabendo que tudo tem o tempo certo me questiono se quando o bebê nascer ela vai ter paciência com a minha nova fase. Por falar em bebê, o terceiro mês de gestação também chegou. Agora estou aqui conversando com Alice por telefone enquanto espero Pedro chegar para a consulta.
- Ainda acho que deveria ter vindo. – resmunguei.
- Amor, já falamos sobre isso. Ele é o pai, a primeira consulta eu estava. Nada mais certo do que deixa-lo ir. – odeio como ela tem uma maturidade que me impressiona.
- E da próxima vez?
- Da próxima vez, acho que ele já vai ter superado as nossas fotos em todas as revistas. Então vou junto. – escutei sua risada faceira.
No dia seguinte a festa de aniversário nossas fotos acabaram ganhando grande proporção. Pedro ficou completamente enfurecido por eu ter assumido publicamente, me ligou dizendo tanta asneira que Alice foi obrigada a dizer umas verdades a ele.
- Eu te amo, sabia?
- Não, e você pode me dizer isso a cada cinco minutos.
- Vou dizer sim. – sorri abolhada. - Eu preciso ir. O Pedro chegou.
- Certo. Quando sair me avisa.
- Aviso. Beijos. – desliguei me pondo de pé.
- Desculpa a demora, acabei errando as ruas. Como você está? – me abraçou.
- Estou bem. – afirmei sorrindo.
- A gravidez tem te deixado ainda mais bonita. – acariciou meu rosto.
- Obrigada, será que podemos ir? Letícia já está nos esperando. – comentei tentando fugir daquele momento de flerte.
A consulta durou alguns minutos e eu fique aliviada por está tudo bem com o bebê e comigo também. Letícia marcou o próximo exame e Pedro garantiu que estaria presente. Claro que minha amiga me olhou como se questionasse por Alice. Sei que ela não tem nenhuma obrigação com a criança, afinal o pai é o Pedro, mas ela me trata de um jeito tão maravilhoso, cuida de mim como ninguém nunca cuidou antes. Me faz se sentir a mais amada das mulheres, e tudo que eu quero é a sua presença em todos os momentos da minha vida.
- Posso te dar uma carona.
- Não precisa, vim de carro. – agradeci. Enquanto caminhávamos lado a lado em direção ao estacionamento.
- Já tem planos para a decoração do quarto?
- Ainda não pensei sobre isso. Queria saber qual o sex* antes de começar a comprar as coisas.
- Claro. – confirmou. – Rebeca. – segurou meu punho. – Você tem certeza do que está fazendo? Poderíamos criar essa criança juntos, formar uma família.
- Pedro. Eu gosto de você, mas amo a Alice. E independente de estarmos juntos ou não sempre teremos um elo de ligação. – acariciei a barriga. – Nosso bebê precisa do nosso amor, mas eu preciso do amor dela. – me referi a Alice. Ele deu um sorriso amargurado.
- Tudo bem. Não vou insistir nisso. Preciso ir, tenho uma reunião. – beijou meu rosto e saiu.
Entrei no carro e mandei mensagem para Alice avisando que estava voltando para a empresa. Dirigi tranquila até o trabalho. Assim que cheguei Tália me avisou que Isabella queria falar comigo.
- Certo. Vou já até a sala dela. – agradeci.
Sabia do que se tratava o assunto. Virgínia. Com o passar dos dias minha relação com Isabella foi se estreitando cada dia mais. Já tínhamos um laço de amizade grande. Me senti na obrigação de contar sobre a invasão da fotografa na festa. Desde então a mulher estava disposta a dar um fim em Virgínia. Temia pela segurança de Alice, e eu entendo perfeitamente dado o histórico de tragédias envolvendo as duas famílias.
Queria a garota o mais longe possível de Alice. Depois de uma conversa que eu tive com Amélia, na qual ela me contou o conteúdo do que havia falado com Virgínia aquela noite, fiquei preocupada de que ela pudesse perder o controle tal qual Alana perdeu.
- Oi. Como está o botãozinho? – sorriu ao me ver entrar na sala.
- Tudo certo. Você queria conversar comigo? – perguntei me sentando.
- Sim, queria. Conseguiu encontrar uma forma de tirar Virgínia de vez da cidade?
Apesar de detestar brincar com a vida dos outros, sei que o que estamos prestes a fazer é uma ajuda tanto para Alice, quanto para Virgínia. A menina é uma fotografa brilhante e não pode simplesmente jogar toda sua vida pelo ralo por conta de um amor não correspondido.
- Sim. Conversei muito com Amélia. E consegui convencê-la de que é mais seguro para Virgínia que ela pudesse ir para outro lugar.
- E?
- Amélia me contou sobre um sonho dela de ir para a África fazer fotos para montar uma exposição.
- Interessante. Continue. – me incentivou.
- Como ela nunca conseguiu dinheiro vem adiando o plano. Mas Amélia me garantiu que ela é louca para fazer isso. Nunca conseguiu ninguém que a financiasse.
- Eu financio. – falou rapidamente.
- Pensamos nisso. Mas acho pouco provável que se ela souber que o dinheiro é seu vá aceitar a oferta.
- Verdade, ela saberia que foi intencional para afastá-la de Alice. O que sugere? Pois sei que você tem uma ideia em mente. – sorriu para mim.
- Sim. Eu tenho. Minha ideia é fazer parecer que o financiamento venha de Amélia.
- Ótimo. Ela confia na sua irmã. Seria a solução ideal.
- Mas tem outro problema.
- Qual?
- Fazer a minha irmã aceitar.
- Mas estamos fazendo isso para o bem da Virgínia. Assim como para Alice. Por qual motivo Amélia não aceitaria?
- Não estou dizendo que ela não vai aceitar, estou apenas dizendo que preciso convencê-la.
- Acredito no seu poder de persuasão. – indagou divertida.
- Estamos brincando com a vida de outra pessoa. – falei pensativa.
- Não. Estou salvando a vida da minha filha. Ver ela na mira da arma do George foi suficiente para mim. – comentou com a voz mais baixa.
- Eu sei. Ainda tenho pesadelos com aquilo. – confessei.
- Aquilo não foi nada, tente imaginar o que eu passei vendo Larissa entre a vida e a morte. Ainda consigo sentir o cheiro forte do sangue quando a encontrei caída lá fora. – sua voz embargou. – Sonhei com isso durante muitos anos. A imagem de Alana me incentivando a matá-la, foi por pouco Rebeca. Na verdade, foi apenas pensando na Alice. Afinal não sabia se Larissa sobreviveria. Não poderia deixar minha filha sozinha de novo. Ainda consigo escutar o estampido do tiro que o meu segurança deu quando ela apontou a arma para mim.
- Sinto muito. – apertei sua mão.
- Já passou, as lembranças vão sumindo. Os pesadelos desaparecem. Resta apenas a cicatriz no tórax da minha mulher. E todas as vezes que eu vejo, me sinto grata por tê-la ao meu lado. – completou com o olhar mais sereno. – Não estou fazendo nada disso para prejudicar Virgínia. Quero apenas dar um novo sentindo a vida dela. Para que consiga entender e aceitar que a Alice não pode ficar com ela.
- Tudo bem. Vou conversar com a minha irmã.
- Obrigada. – sorriu. – Podemos tratar de negócio agora?
- Claro.
Passei quase uma hora resolvendo questões da empresa com ela. Tália havia pedido meu almoço, já que não teria tempo para sair para comer.
- Esse dia tem doze horas de trabalho e eu não percebi. – reclamei me sentando ao seu lado.
- Ainda tem mais duas reuniões.
- Obrigada por tornar meu almoço tranquilo. – revirei os olhos. – Alice ainda não chegou, será que aconteceu alguma coisa?
- Não sei. Ela não falou comigo.
- Nem comigo. – estranhei olhando a hora e o sumiço dela.
Depois do almoço fui para os outros compromissos do dia. Mas ainda me preocupado com Alice que simplesmente sumiu o resto do dia. Cheguei a cogitar que ela estaria chateada por não ter ido comigo para a consulta, porém logo afastei essa ideia afinal ela me pareceu bem quando liguei para ela. Passava das seis quando sai da empresa ao lado de Tália. Ela contava animada sobre como estava sendo a busca de Anna para encontrar um apartamento.
- Vamos visitar um agora. Alice não te ama mais por isso ela sumiu.
- Claro, claro. – respondi no automático.
- Rebeca, você nem está me escutando. Acabei de dizer que a Alice não te ama e você concordou. – parou me fitando com as mãos na cintura.
- Desculpa, estou preocupada. Desde o aniversário fico imaginando que ela adora dar uma de heroína.
- Alice está bem.
- Como você pode ter certeza?
- Por que estou olhando para ela.
Me virei e ela sorriu na minha direção. Senti um alivio enorme, parece até que tirei uma tonelada de cima de mim. Apesar da vontade de beijá-la, queria mesmo era brigar por ter sumido sem me dar notícia nenhuma o dia todo.
- Espero que aprecie a surpresa. – Tália beijou meu rosto e saiu com a chave do meu carro.
Alice a cumprimentou e veio em minha direção. Minhas pernas começaram a tremer apenas por vê-la. Como ela conseguia causar tudo isso em mim apenas por existir? Não faço ideia. Mas me torno completamente irracional quando ela sorri.
- Oi.
- Oi? Você some o dia inteiro e me vem com essa cara mais deslavrada do mundo me dar um “Oi”?
- Desculpa, tive que preparar algumas coisas, e isso levou quase a tarde toda. Não quis te preocupar. – a ponta dos seus dedos buscaram minha mão.
- Mas me preocupou.
- Me desculpa. – enlaçou minha cintura. – Prometo que vou te compensar.
- Me leva para casa, não sei se quero os seus carinhos hoje. – resmunguei me fazendo de difícil, mas a verdade é que se ela demorasse mais dois minutos tão próxima a mim a gente ia se beijar e eu esqueceria minha irritação.
Deu um sorriso de canto me vendo passar por ela. Odeio o quanto ela é linda. Sentei no banco do carona e ela continuava parada no mesmo lugar. Caminhou lentamente até o carro, parecia despreocupada. Mesmo vendo minha raiva. Deu partida sem dizer uma única palavra.
- Você não está me levando para casa. – afirmei quando ela tomou um caminho diferente.
- Não. – afirmou.
- Alice, não estou com humor para brincadeiras. – reclamei.
- Mas eu não estou brincando. Levei a tarde toda para te preparar uma surpresa, então é isso que vou fazer, mesmo correndo o risco de você me assassinar. – comentou com humor.
- Idiota. – resmunguei.
- Completamente idiota, por você. – senti aquele friozinho na barriga.
Alguns minutos depois ela parou o carro na entrada de um hotel de luxo. Lembrei que esse havia sido o hotel que dormimos quando ela discutiu com Isabella e não quis ir para casa.
- Por que me trouxe aqui?
- Para te fazer uma surpresa, não posso? – saiu abrindo a porta para que eu fizesse o mesmo. – Desfaz essa cara de brava. – sussurrou próximo ao meu ouvido.
Segurou minha mão e fomos direto para o elevador. A suíte que ela havia escolhido foi a mesma que ficamos anteriormente. Uma música suave vinha do quarto.
- Abre a porta. – me encorajou ficando atrás de mim.
Minhas mãos estavam trêmulas. Girei a maçaneta completamente nervosa e ansiosa em ver o que me esperava. O quarto era iluminado por luzes que imitavam velas, estavam espalhadas por todo o local. Um caminho feito de pétalas de rosas ia até a varanda que mesmo de longe pude perceber uma mesa de jantar posta para dois.
A raiva que eu senti pelo sumiço dela foi embora assim que senti suas mãos na minha cintura e seu queixo apoiar em meu ombro.
- Surpresa. – falou baixo.
- Você...- não soube o que dizer. Pois avistei próximo a cama alguns porta retratos com fotos nossas.
- Levei um tempão para organizar isso. – disse me seguindo e fechando a porta.
Eu mantinha o objeto nas mãos, a foto era a mesma da noite do aniversário dela. Estávamos sorrindo por algo que eu disse. Parecíamos muito felizes.
- Trouxe uma roupa para você. – comentou mostrando o vestido floral em cima da cama. – Pode ir tomar banho, em seguida irei. – se aproximou apertando minha cintura. – Estou desculpada pelo sumiço?
- Não. – resmunguei. – Quase. – ela gargalhou.
- Espero que até o final da noite você me desculpe. – afastou um fio de cabelo do meu rosto. – Agora vai tomar um banho e tenta relaxar. – beijou minha testa.
- Não vem comigo? – indaguei confusa.
- Não. Você ainda está brava comigo. – implicou com ar de riso.
Revirei os olhos peguei a bolsa que sei que ela havia preparado para mim e fui para o banheiro. Foi impossível não viajar para o dia que estivemos ali. Todas as sensações que a aproximação dela me fez sentir aquela noite. Nosso primeiro contato que desde então não nos separamos mais. Mesmo que tenhamos ficado boa parte do tempo apenas na amizade.
Tirei minha roupa e entrei na banheira. Queria ela ao meu lado, desse fez sem o receio de ficar perto demais. Afinal a quero perto, bem perto. Quero mais, quero ela dentro de mim. Deixei escapar um gemido pela excitação. Esse era o plano dela, me deixar louca. Sorri divertida.
- Essa garota ainda vai me matar. – falei com a voz baixa.
Alguns minutos depois já me sentia menos irritada. O banho ajudou a acalmar meus ânimos. Fiz uma leve maquiagem, coloquei a lingerie que possivelmente Tália havia escolhido. Como sei disso? Quando peguei as peças caiu um bilhete.
“Espero que vocês tenham uma noite quente. Escolhi essa lingerie, mas aposto que Alice vai apreciar você sem ela. Mas vale a tentativa. Beijos, sua safada.”
Sorri lendo o recado. Elas haviam me enganado direitinho. Vesti a peça preta, em seguida o vestido. Soltei os cabelos passei um pouco de perfume e sai do banheiro. Procurei Alice no quarto, mas ela estava na varanda. Admirando a cidade. Fui até ela.
- A noite está linda. – falei chamando sua atenção. Ela me olhou sorrindo.
- A noite pode até está linda, mas nenhuma beleza se compara a sua. – como era fácil me derreter com tudo que ela diz. Fala de um jeito tão natural e eu posso sentir toda a admiração em cada palavra dela.
Alice me elogia o tempo inteiro. Nunca senti minha autoestima tão alta quanto agora. Ela tem esse efeito sobre mim. Meu rosto começou a arder, ainda não me acostumei com seus elogios repentinos.
- E fica ainda mais linda quando ficar com vergonha. – tocou minha mão. – Eu já te disse que vou te elogiar sempre, você precisa se acostumar com isso. Sua beleza tem que ser enaltecida. – beijou minhas mãos me fitando intensamente.
- É difícil se acostumar com o seu jeito. Nunca fui tratada assim.
- Pois se depender de mim, você sempre será tratada assim. – tocou levemente meus lábios. – Agora eu preciso de um banho. Prometo não demorar.
Saiu me deixando sozinha. Continuei olhando as luzes da cidade. O vento frio vez ou outra faz meus pelos eriçarem. Mas a sensação é maravilhosa. Entrei na esperança de encontrar um casaco na bolsa, quando abri não havia nada. Vi a mochila de Alice na cadeira e fui ver se na dela tinha ao menos uma jaqueta.
Abri o zíper e não encontrei o que queria. Porém vi uma caixa de veludo vermelha. Não poderia ser o que eu estou pensando. Incerta se deveria abrir acabei o fazendo só por curiosidade. Dentro da caixa havia um lindo par de aliança, finas, tão delicadas que pareciam de muito valor. Eram de ouro branco com uma pedra em cima. Achei que seria um diamante.
- Você tem o dom de estragar minhas surpresas. – escutei sua voz em tom de riso.
Fechei rapidamente a caixinha, acho que pelo susto. Afinal ela já sabia que eu havia visto.
- Primeiro em Ouro Preto, eu fiz uma surpresa e você soltou que estava grávida. Ai para compensar o pedido de namoro eu resolvo te fazer uma surpresa hoje e compro alianças. – caminhou até mim.
- Eu sinto muito, estava procurando um casaco. – tentei argumentar.
- Tudo bem, você já as viu. – foi até a mochila.
Seu cheiro invadiu com força minhas narinas. Ela estava linda usando um lindo macacão longo.
- Isso eu só iria te dar amanhã. – abriu a caixa. – Eu sei que as coisas foram acontecendo no tempo certo, houveram processos a serem entendidos tanto por você, quanto por mim. Mas acredito que aquilo que está destinado uma hora acaba acontecendo. Não penso que tenha sido obra do acaso eu ter manchado sua blusa favorita. – comentou com ar de riso. – Para compensar, depois de todo esse tempo, amanhã você vai abrir seu closet e vai ver uma de cada cor, no mesmo modelo. Não foi fácil encontrar, mas valeu a pena o tempo gasto. – brincou. – A nossa história me lembra muito a das minhas mães.
- Como assim? – indaguei curiosa.
- A mammy esbarrou na mamma. Foi grossa com ela. Assim como você foi comigo. – sorri sem graça, ainda me culpo por ter sido grosseira com ela. – Mas sabia que era tensão sexual. Palavras de Anna. – completou rindo. – Parece que desde que decidi ficar com você as coisas acontecem para colocar o que sinto em prova. A gravidez foi o primeiro obstáculo. Poderia ter surtado a ponto de ir para longe de você. Mas eu não consigo. – confessou encarando as alianças. – Só de imaginar ficar um dia sem te ver já parece me faltar o ar. E eu sei, isso é clichê. Mas o que seria da vida real se não fosse um pouco de clichê para amenizar as coisas? Eu nem conheço o rostinho do bebê, porém sei que apenas por existir dentro de você ele ou ela já é tão especial quanto você é. – acariciou minha barriga. – Eu não quero que isso acabe. Hoje consigo acreditar que encontrei o amor que as minhas mães tem e eu sempre desejei. Calma! Isso não é um pedido de casamento, não por enquanto. Isso é só o símbolo de que o que sinto por você é real, esse é nosso elo, nossa aliança. Hoje se você quiser, claro. A gente vai usar na mão direita, mas daqui um tempo quero ela na mão esquerda. Falei sério quando disse que quero uma família com você. E isso vai ser uma lembrança constante de que esse é o meu desejo.
As palavras dela me acertavam em cheio. Meu sorriso com certeza era de orelha a orelha. Alice era maravilhosa, se um dia pedi a Deus em oração a pessoa ideal para mim, Ele caprichou me dando a Alice. Se aproximou mais de mim.
- Eu amo você, e já falei tanto que estou com medo de ter te assustado. Se for muita coisa, me diz. – falou rapidamente, estava claramente nervosa.
- Shii!- falei colocando o dedo em seus lábios. – Você é maravilhosa. E eu te amo tanto que fico me sentindo completamente perdida. Alice você chegou como quem não quer nada, hoje tem tudo. Tem tudo de mim, de um jeito que eu nunca pensei que pudesse ser de alguém. Você é tão perfeita que parece ser fruto da minha imaginação, não que eu ache que pudesse criar algo tão maravilhoso quanto você. – segurei sua mão. – Não tive a intenção de estragar sua surpresa. Pensei que tudo isso já era a surpresa. – falei mostrando o quarto. – Eu te amo muito, parece que as vezes só dizer isso não é o suficiente.
- Então isso significa que podemos usar essas alianças?
- Lógico. – estiquei minha mão.
Ela sorriu aberto pegando a aliança e colocando no meu dedo. Fiz o mesmo com ela. Nossos olhares se cruzaram e ela me segurou tomando meus lábios em um beijo apaixonado. Eu estava completamente excitada, fazia dias que não fazíamos amor. Meu corpo inteiro ardia em chamas por ela.
- Espera. Temos que comer algo. – falou se afastando de mim.
- Posso comer outra coisa. – estinguei com a sobrancelha erguida.
- Não! Depois. Uma coisa por vez, nosso jantar vai esfriar. Podemos? – me deu passagem para a varanda.
- Tenho escolha?
- Não. – respondeu rindo.
Alice puxou a cadeira para que eu me sentasse, em seguida ocupou a outra que estava a minha frente. O jantar estava maravilhoso, ela se preocupou em escolher meu prato preferido. Era esse tipo de cuidado que me faz admirar ainda mais essa garota tão perfeita.
- Vai me contar como foi a consulta?
- Quer saber sobre a consulta ou se o Pedro se comportou? – questionei e ela sorriu de lado.
- O mais importante é o bebê. E quanto ao Pedro sei que ele deu em cima de você.
- Como?
- Recebi uma foto. – pegou o celular e me mostrou. A foto foi tirada quando ele insistiu sobre o meu relacionamento com ela.
- E não se importou com isso?
- Quer saber se fiquei com ciúmes? – concordei com a cabeça. – Sim, fiquei. Mas acredito que quem me mandou a foto tinha a intenção de fazer com que eu duvidasse sobre a relação de vocês. – afirmou.
- Pedro está sendo pior do que eu imaginei. – respondi com enfado. – Ele não parece entender que eu já me decidi. – ela deu um sorriso sem mostrar os dentes.
- Eu entendo o motivo de tanta revolta. – se ajeitou na cadeira, apoiando os cotovelos na mesa. – Ele sempre foi apaixonado por você, conseguiu te levar para cama, você engravidou. E ele pensou na possibilidade de agora te ter como esposa. Mas ele esqueceu que para isso você precisaria querer a mesma coisa.
- Já expliquei que a gravidez não muda o que sinto por você. – busquei sua mão.
Sorri ao ver seu dedo com a aliança. Alice me fitava com um sorriso genuíno. Decidimos mudar de assunto. Seguimos falando sobre qualquer outra coisa que não fosse Pedro. Tudo com ela parecia mais leve. As conversas despreocupadas, o companheirismo quando faz planos sobre o meu neném.
Minha mente viaja enquanto a observo empolgada com as coisas mais banais. Alice é afrente do seu tempo, sua idade não condiz com suas ações e atitudes. A foto que recebeu é um exemplo claro disso. Qualquer pessoa no lugar dela teria causado uma briga. Mas ela, ah! Ela é diferente de todo mundo que eu conheço.
- Elas iam olhar um apartamento hoje. Você não vai se importar por ficar sozinha?
- Você pode dormir comigo todos os dias. – afirmei e ela sorriu.
- Isso é um convite para morar com você? – indagou.
- Depende. Você iria?
- Rebeca, não brinca comigo.
- Não estou brincando. Estou falando sério. Você já passa quase todos os dias da semana dormindo comigo. A única coisa que mudaria era você levar roupas lá para casa. – busquei sua mão. – A gente pode fazer como elas, ir testando a convivência. – sorri. – Então você quer morar comigo?
Perguntei de uma vez só. Não conseguia esconder que esse era o meu desejo. Me acostumei com a presença dela na minha cama, o calor aquecendo meu corpo. O cheiro de café logo cedo, já que ela sempre toma para conseguir acordar de verdade. As noites que ela não dorme comigo são sempre as piores. Nada mais certo do que a gente tentar um passo a mais. Sei que trabalho maior vai ser convencer Isabella e Larissa. Mas no momento estou mais preocupada com a resposta dela, que aparentemente ficou completamente muda.
Fim do capítulo
Oi. volteiiiii
Alguém ai com interesse em mais de um capítulo hoje? kkkk
E o que me dizem desse pedido de Rebeca? Perfeito né? Será que Alice vai aceitar e dar esse passo tão importante no relacionamento das duas????
Beijooooss
Comentar este capítulo:
Baiana
Em: 22/10/2021
Esse capítulo ficou parecendo reta final de novela,os casais se acertando, alianças sendo trocadas...
Aposto que a Alice nem vai pensar ao dizer sim,e se ela de negar,bem capaz de Isabella expulsar ela de casa kkk
Gostei do novo destino da Virgínia,ele merece uma segunda chance
Resposta do autor:
Será que já é o fim???
Nem dúvido que Isabella possa fazer isso mesmo. kk
Beijos.
lay colombo
Em: 22/10/2021
Mulher se eu não soubesse q teus capítulos já tão prontos eu juraria q tu se baseou no meu comentário sobre o relacionamento das duas pra escrever esse capítulo, absolutamente TD q eu elogie no relacionamento delas foi relembrado aqui kkkkkkkkkk
Ah e eu disse q elas iam no mesmo caminho da Anna e da Talia, pq claramente a Alice vai dizer sim, ela é 100% boiolinha pela Beca kkkkk
Embora eu seja contra manipular a vida das pessoas, acho q realmente vai ser bom pra Virgínia essa viagem, primeiro q ela vai realizar o sonho né e segundo vai ser bom pra ela superar a Alice, então tô parcialmente apoiando ai
Resposta do autor:
kkk ppois é. Tem algumas leitoras que eu penso até que invadem minha mente. kkk
E fato, Alice bem boiolinha por Rebeca. Mas vamos concordar que ela é maravilhosa.
Isabella está disposta a mandar a ex-cunhada para bem longe.
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SPINDOLA
Em: 21/10/2021
Boa noite, caríssima.
Eu aceitoooooooooooo, se ela não quiser, kkkkkkk, só que com certeza vai dizer sim e eu vou sobrar, kkkk.
A vontade de roubar a loirinha é enorme, kkkk, mas pensando bem dá pra roubar as duas perfeição e viver um maravilhoso poliamor, kkkkk, sonhar não custa nada e nem paga imposto, kkkk, sonho meu sonho meu.
Capítulo apaixonante como sempre, e como a noite é uma criança que não dorme, kkkk, manda ver o próximo que queremos a resposta e com certeza o delicioso fogo no parquinho pra comemorar.
Bjs
Resposta do autor:
Boa noiteeee!
Quem não sonharia com um poliamor com essas maravilhosas????No país que vivemos é até perigoso cobrarem impostos pelos nossos sonhos. Não duvido de nada.
Beijoss
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paulaOliveira
Em: 21/10/2021
Alice é encantadora igual a Larissa, e eu amo AliBecca e amo Labella S2.
Alice minha fia, aceite esse pedido e faça esse quarto pegar fogo, kkkk
Autora, volte logo e de preferência com mais uns 2 capítulos, kkkk
Resposta do autor:
Nem dá para saber qual amar. kkk. A gente segue amando as duas.
beijos
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Reny
Em: 21/10/2021
Nossa..fico abobada com Becca e Alice, que casal, que sintonia, Isabella precisa mesmo despachar Virgínia.
Volte ainda hoje maktube, por favor..beijos
Resposta do autor:
Essas duas são demais. e o amor só aumenta, tanto delas quando de todas vcs para com elas.
Beijosss.
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Mille
Em: 21/10/2021
Alice você é demais mim fez chorar ou seria a autora kkk
É lindas juntas e essa declaração assim meu coração se derrete.
Lógico que queremos capítulos.
Depois da troca de alianças a Beca vai ter tudo que sempre sonhou da Alice esse quarto vai pegar fogo.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Acho que o mérito é delas. kkk Sou apenas a porta voz.
Vocês só queriam o próximo capítulo por conta do hot.
beijosss
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preguicella
Em: 21/10/2021
Eu quero mais!
Alice vai aceitar, sim ou com certeza!?
Olá só, me acusar de cabeça da ameaça de greve é uma acusação muito feia, vai que eu levo a sério?! haha
Resposta do autor:
kkk, A resposta é quase óbivia. Mas se ela recusar sei que metade das pessoas que leem querem a loirinha.
E você sabe bem que é a cabeça da operação. kkk
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