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Um Novo Começo: O Despertar de Alice por maktube

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Palavras: 4513
Acessos: 2886   |  Postado em: 08/10/2021

Capitulo 31

 

Capítulo 31º

Alice

            Acordei na segunda de manhã com as minhas mães me dando mil e uma recomendações. Elas viajam de férias as nove horas da manhã de hoje, vão para as Maldivas junto com o tio Isaac e a tia Milena. Sei que o medo maior de Dona Isabella é que eu traga alguém para dormir aqui, no caso, Virgínia. Mesmo eu tendo deixado bem claro que não tivemos mais contato, ela continuava com o pé atrás.

- Façam boa viagem. – beijei as duas.

- Se comporta por favor. – a mammy suplicou.

- Eu daria uma festa de arromba. – a mamma piscou para mim.

- Isso, dá ideia. – ralhou com ela.

- Estou brincado meu amor. Vem cá, me beija. – trocaram um leve selinho. – Faz a festa sim. – sussurrou no meu ouvido enquanto me abraçava.

- Estou ouvindo, meu bem. – reclamou revirando os olhos. – Não esquece de ir ver os meninos.

- Pode deixar. Mas vão logo, o motorista já está esperando. – acenei para elas até que sumisse pelo portão.

            Fechei a porta e me atirei no sofá. Ainda era cedo para me arrumar para aula. Estiquei meus pés e braços me espreguiçando, enquanto soltei um leve gemido. Meu pescoço estava dolorido. Sorri lembrando o motivo.

            Depois de sair da boate de madrugada. Resolvi que iria esperar por Heloísa. Precisava de sex*. Como ela havia me convidado para ir de tarde, achei que não seria problema algum ir mais cedo. Mas ao esperar por ela na saída do pub notei que estava acompanhada.

            Antes que pudesse me esconder ela me chamou sorrindo. Apresentou a moça que estava com ela. Me questionou se a noite não havia sido boa. Em resposta apenas neguei com a cabeça. Então ela me apareceu com uma proposta um tanto quanto tentadora. Me perguntou se eu queria ir até seu apartamento junto com a moça.

            Nem sempre sou rápida para entender as coisas. Mas ao notar os olhares das duas mulheres para mim, sabia bem o que aquilo significava. Com um imenso frio na barriga, acabei aceitando o convite. Em nenhum momento daquele dia de domingo me arrependi da minha decisão.

            Foi minha primeira experiência com um sex* a três, e posso dizer que agora entendo o motivo que fez Cadu, Miguel e Rick namorarem. É um tesão fora do comum fazer sex* a três. Sorri orgulhosa de mim mesma. Com certeza Anna também vai ficar quando eu contar.

- Quer café? – Maria me questionou.

- Sim. Se importa em me fazer companhia?

            Adorava ouvir as histórias dela. Era uma vida completamente diferente da minha, sem todo o dinheiro, luxo. Mas de alguma forma me dava uma felicidade saber o quanto ela venceu na vida. Logo que começou a trabalhar pra nós, a mamma descobriu que Maria não sabia sequer ler. Já que havia sido obrigada desde muito jovem a cuidar dos irmãos mais velhos, depois que sua mãe faleceu. Obrigatoriamente teve que ocupar essa função na família.

            Mas a mamma comovida depois que contei que havia pedido para Maria ler uma história para mim e ela não sabia, decidiu que contrataria uma professora para lhe dar aulas todas as tardes. Enquanto a casa ficava vazia. Assim Maria aprendeu a ler e escrever. E esse sem dúvida era um grande motivo de orgulho para ela.

- A vida na fazenda é maravilhosa, menina. Acordar com os pássaros cantando. Sentir o cheiro do campo. Me dá uma saudade. – comentou com os olhos cheios de lágrimas.

- Eu imagino. – toquei sua mão tentando lhe passar conforto. – Maria, eu preciso ir me arrumar ou vou chegar atrasada na aula. – beijei seu rosto e sai.

            No som do carro a voz da dupla Anavitória e Duda Beat ecoava. Volta e meia meus dedos batucavam tentando acompanhar o ritmo da música. O dia hoje estava lindo, o sol mostrando todo seu glamour e calor. Agradeci pelo ar do carro ligado.

- Nossa, você anotou a placa do caminhão que me atropelou? – Anna falou assim que ficou ao meu lado. Pôs seus óculos escuros tentando evitar o contado direto do sol com seus olhos.

- Acho que a placa tem as letras T, h, a, l, i, e a. – brinquei e ela me sorriu.

- Nada disso. Não trans*mos se é isso que está insinuando. – comentou enquanto caminhávamos na direção da sala.

- Não? Está doente? Ela estava caidinha por você.

- Eu acabei de terminar com a Iara, acha mesmo que iria engatar em uma trans* qualquer? – comentou alto.

            Nesse momento Cristiane passava ao nosso lado. Ao escutar que Anna estava solteira, a professora abriu um largo sorriso de satisfação.

- Aí. – bati na cabeça de Anna. – O que eu fiz agora?

- Se ficar com essa profamente, eu te mato. – comentei com os olhos presos nela.

- Não vou ficar com ninguém. Eu eihm. Você era mais calma. Agora está toda violenta. - comentou sentando na minha frente.

- Você ainda não viu nada. – sussurrei em seu ouvido.

            Detestaria vê-la mais uma vez nas garras da profamente. A mulher nunca deixaria o marido. Minha amiga merece alguém por inteiro. Mas parece que Anna não tem sorte. Afinal minha tia fez o que fez com ela. Suspirei me ajeitando na cadeira e desviando meus pensamentos para a aula.

- Você falou com o Miguel depois do sábado? – me perguntou no final da aula, enquanto arrumávamos nossas coisas para sairmos.

- Não. E nem sei se quero. Francamente, ele deu uma puta mancada comigo. Não custava nada ter dito que Virgínia iria.

- E completar dizendo que levaria a namorada. – concluiu Anna sem dar importância ao que falava. – Por falar em namorada. Você não acha que a Rebeca está afim de você?

- Claro que não! Ela é hetero.

- Se você diz. Mas eu percebi as olhadas dela na sua direção. – concluiu quando chegamos ao estacionamento.

- Você está maluca. – dei de ombros. – Vamos sair para almoçar? – falei tentando mudar de assunto.

- Claro. Santé?

- Óbvio.

            Por mais que a tia Andressa não tivesse mais morando aqui o Santé ainda continuava sendo nosso lugar preferido. Tanto meu quanto das minhas mães, já que ficava perto da empresa e sempre que podiam comiam por lá. Dirigi calma até lá, verificando se Anna continuava em seu carro atrás de mim.

            Já no restaurante escolhemos uma mesa. Fizemos nossos pedidos. Enquanto esperávamos chegar conversamos sobre coisas da faculdade. Até que lembrei que não contei o que havia feito ontem. Sorri só de me lembrar.

- O que te deu?

- Nada, ué. – dei de ombros. – Estou sozinha em casa. Minhas mães viajaram hoje.

- Verdade, já tinha esquecido. Devíamos dar uma festa.

- A mamma me deu o aval. – sorri.

- Amo a tia Lari. – ela sorriu de volta. – Afinal o que você fez ontem? Sumiu o dia inteiro. – abri um largo sorriso. – O que você aprontou? Ficou trepando com a Heloísa?

- Com ela também.

- Como assim com ela também? Alice, espera! Você por acaso fez um ménage? – balancei a cabeça afirmando. – Puta que o pariu! Não acredito que você fez um ménage antes de mim. – comentou mais alto.

- Olá garotas. Bom vê-las. – a voz de Rebeca soou nas minhas costas.

            Me virei e encarei a figura da mulher em suas impecáveis roupas sociais. O terninho na cor cinza, a blusa de seda branca. Acho que sem dúvidas branco era sua cor preferida e caia bem nela. Ela sorriu para mim com simpatia. Sustentamos nossos olhares por alguns segundos. Até que ela desviou olhando para Tália que já sentava ao lado de Anna.

- Amiga, vamos deixar as meninas conversarem. Não vamos incomodá-las.

- Não é incomodo nenhum. E a única conversa nessa mesa vai ser a linda loira ao seu lado me explicar como conseguiu fazer um ménage antes de mim. – senti meu rosto corar ao ter todos os olhares voltados para mim.

            Rebeca estava com a face quase sem expressão. Por mais que eu tentasse nunca conseguia entender bem o que se passava com ela. Seus olhos curiosos me fitavam como se esperasse que eu começasse a falar algo.

- Essa eu quero saber. – Tália jogou o corpo para trás. – Senta aí, Beca. – apontou a cadeira e ela prontamente obedeceu como se estivesse apenas no automático.

- Então, estamos esperando. – Anna insistiu.

- Ué gente. Aconteceu. – dei de ombros.

- Claro. Você simplesmente escorregou na banana e caiu na cama com duas mulheres ao mesmo tempo. Espera! Foi com duas mulheres, não é?

- Sim. – senti meu rosto corar.

- Vagabunda. – suspirou com cansaço. – Estou com raiva, mas muito orgulhosa de você. – Anna me fitou.

- Quero detalhes. – Tália comentou. – Alguém sobrou em algum momento?

- Não. Tudo bem sincronizado. Fluiu normalmente. Todas participativas. – me limitei a responder. Rebeca continuava indecifrável. Apenas escutando atentamente o rumo daquela conversa.

- Foi com a Heloísa? – indagou a mais velha prendendo seu olhar no meu.

- Sim.

 - E a outra garota? – Anna perguntou em seguida.

- Uma moça que já foi namorada dela. Laura. Eu acho. – comentei agradecendo quando o garçom chegou para anotar o pedido das meninas que chegaram por último. Assim pude evitar que minha vida sexual fosse o principal assunto daquela mesa.

            Percebi Anna e Tália iniciarem uma conversa mais intima. Respirei mais aliviada por não ter que dar mais munição para Anna, ao menos por enquanto. Rebeca estava com o celular nas mãos, digitava algo rápido e pelo que percebi com raiva, já que sua testa estava franzida e sua expressão um tanto carregada.

- Suas mães mal saíram e meu trabalho já aumentou em mil por cento. – comentou atirando o celular dentro da bolsa.

- Sinto muito por isso. – sorri compadecida.

- Você ficou sozinha com os meninos? – questionou com interesse.

- Não. Na verdade, os meninos estão na minha avó. Eu fiquei sozinha em casa.

- Não tem medo?

- Não. Já viu a segurança...- parei no meio do caminho. – Deixa para lá, afinal até a porta do meu quarto você abriu com um canivete. – nesse instante Anna e Tália se viraram para nos encarar.

            Rebeca sorria de canto como se sentisse orgulho de sua proeza.

- O quê? Foi a única forma de entrar já que ela insistiu em querer ficar sozinha.

- Foi você que a tirou da fossa? – Anna indagou, e ela confirmou com um leve movimento de cabeça. – Você tem o meu respeito. Por que olha, eu tentei viu.

- Mas não tentou suficiente. – comentou e Anna arregalou o olho. Mas Rebeca nem percebeu pois me fitava com um leve sorriso nos lábios.

            Comemos em um clima descontraído. E agradeci pela história do ménage ter sido esquecida. Quando a conta chegou houve uma breve discussão entre Rebeca e eu, para decidir quem pagaria.

- Eu deixo você pagar se topar fazer a última prova da nossa aposta.

- Aposta, que aposta? – Tália indagou fitando a amiga.

- Ela me ganhou na corrida, agora quero uma revanche na natação.

- Claro que ela ganhou na corrida, correu na escola.

- Mas a Alice...- Anna começou a falar e eu apenas a olhei, então ela entendeu que deveria ficar quieta.

- Então?

- Tudo bem. Basta dizer o dia e o lugar. – me desafiava com o olhar. E eu que nunca neguei uma boa competição estava adorando.

- Hoje à noite. Lá em casa.

- Fechado. – sorriu para mim.

- Essa eu quero ver.

- Sem plateia. – Rebeca e eu falamos ao mesmo tempo. Mas era apenas uma provocação com as duas.

- Nem que eu tenha que pular o muro. Vou ver isso. – Anna disse brincando.

- Agora eu preciso ir. Por que adultos precisam trabalhar. – disse a mais velha se pondo de pé. – Até mais tarde pirralha.

- Até. – apertei sua mão e ela saiu rebol*ndo de dentro do restaurante arrancando olhares por onde passava.

            Anna me fitava com ar de riso, sabendo que eu admirava o caminhar de Rebeca. Mas não comentou nada. Nos despedimos no estacionamento e ela disse que estaria lá em casa por volta das seis da noite. Como não estava a fim de ficar sozinha em casa, decidi ir para a casa dos meus avós. Apesar de ter visto os meninos antes que saíssem para a escola eu já estava com saudades dos dois.

- Alice, que surpresa boa. – o vovô me recepcionou com um longo abraço.

- Oi, vovô. Aonde está todo mundo? – perguntei estranhado o silêncio.

- Sua avó levou os meninos para o cinema. Eu acabei de chegar do trabalho. Você já almoçou?

- Já sim. – respondi largando a mochila em cima do sofá.

- Se importa em me fazer companhia?

- Não.

            O acompanhei até a mesa. Enquanto ele fazia sua refeição falamos sobre assuntos variados. Após o almoço ele me ofereceu uma dose de uísque para que continuássemos nossa conversa. Eu prontamente aceitei e caminhamos em direção ao escritório.

- A tia Iara está mesmo tentando reatar com o George? – questionei o homem que ao escutar minha pergunta coçou a cabeça que já apresentava muitos cabelos brancos.

- Não sei, querida. Mas tenho notado que ela tem ido até ao hospital algumas vezes.

- Então é verdade. Não entendo por que isso de novo? Se ela já separou por que não dão certo. – suspirei.

- Filha, o casamento é complicado. Acha mesmo que durante tantos anos ao lado da sua avó nunca existiu um momento que pensamos em nos separar? – lembrei do que a mamma disse mesmo que na brincadeira e arregalei os olhos. – Conviver é complicado. Exige dialogo, sinceridade, amor, companheirismos. E para que isso tudo aconteça os dois tem que viver em sintonia. É muito difícil viver sempre em sintonia. Não acha? – concordei apenas balançando a cabeça.

- Mas você e a vovó nunca se separaram. – afirmei.

- Mas algumas vezes nosso casamento esteve por um fio. – afirmou tomando um longo gole do líquido escuro que segurava. – Como você está depois de tudo com o Matheus?

- Bem. – afirmei. – Sinto pena dele. -continuei.

- Não deve ser fácil para ele com aquela mãe e o pai.

- Eu sei que para os pais sempre é mais difícil a aceitação. Como foi para você quando a mammy se assumiu?

- Difícil. Mas não por uma questão de não aceitar quem ela era. Apenas por me preocupar em como ela seria tratada lá fora. Não podemos interferir em quem os outros são, essa é uma decisão que não nos cabe. Cada um sabe o que carrega dentro de si. – fez uma pausa. – Minha preocupação com sua mãe sempre foi com ela fora de casa. Por que aqui, dentro desse lar ela só encontraria amor e proteção. Mas o mundo. Ah, filha. O mundo é cruel demais, doente demais. É uma pena que o tempo passe e tudo isso apenas piore. – refletiu.

- Verdade vô. – concordei com ele.

            Conversamos por mais uma hora até que decidi ir embora. Precisava descansar para a disputa de natação a noite. Não que eu não pudesse vencer Rebeca com uma mão nas costas. Mas não queria arriscar perder novamente.

            Como sabia que teria companhia a noite acabei dispensando Maria. A mulher sorriu me agradecendo e disse que iria dormir na casa da filha e matar a saudade de Pâmela, sua neta.

            Dormi por horas seguidas. Meu corpo estava completamente renovado. A noite dava seus sinais quando olhei pela janela do quarto e o céu já não tinha aquele azul brilhante. Peguei o celular e já tinha mensagem de Anna me dizendo que já estava a caminho.

            Como íamos ficar na piscina. Tomei um longo banho e escolhi um biquini preto. Sorri me olhando no espelho me admirando por alguns segundos. Meu corpo havia mudado muito e isso estava me deixando maravilhada.

- Nossa que delícia. – Anna sorriu para mim enquanto se atirava na minha cama.

- Amarra para mim? – fiquei de costas para ela.

- Quantos arranhões. – passou seus dedos na minha pele. – Ainda não acredito que você fez sex* com duas mulheres.

- Fiz. E foi maravilhoso. – provoquei-a.

- Percebi. – ficou em silêncio. – Rebeca não me pareceu gostar muito da novidade. – disse como se não fosse algo importante.

- Nada a ver. – resmunguei pegando um roupão limpo.

- Tudo a ver. Ela ficou com uma cara. – afirmou.

            Mudei de assunto e descemos as escadas. Assim que encarei a piscina sorri aberto. Ali sem dúvidas era o meu território e faria de tudo para vencer Rebeca. Como boa competidora que sou e péssima perdedora a vitória era certa.

- Você vai cair? – questionei arrumando a tira da parte de baixo do biquíni.

- Vou, mas não agora. Prefiro tomar minha cerveja aqui. De boas.

            Dei de ombros e me atirei na água. Nadei de olhos fechados, sentindo as pequenas ondas se formarem em volta de mim a cada movimento que eu fazia. Por alguns segundos me permiti não pensar em nada. Apenas curtir meu momento. Aquilo era minha terapia. Depois de nadar algumas voltas emergi próxima a Anna que já bebia a terceira cerveja.

- Vai devagar. – orientei.

- Certo, mamãe. – ela sorriu brincando. – Acho que as meninas chegaram.

            Comentou escutando o interfone. Como não havia avisado que estava esperando alguém eles ligavam para confirmar.

- Vai lá receber elas? – indaguei.

- Nada disso, vamos juntas.

            Revirei os olhos, mas sai da água mesmo a contra gosto. Estava desdobrando um dos roupões para me cobrir e Anna me lançou um olhar.

- Não. Vai apenas de biquíni. – fitei-a sem entender nada. – É só um teste para o meu tcc. – sorriu e eu revirei os olhos.

            Caminhamos de braços dados até a entrada. Abri a porta e lá estava Tália e Rebeca paradas em nossa frente. A mulher sorria sobre algo que a outra disse, mas ao nos avistar seu sorriso foi morrendo aos poucos. Ela nos encarava admirada de um jeito que nunca a vi olhar antes.

- Oi. Vamos entrando, como podem ver a peixinha aí não resistiu e já caiu na água. – passou por mim para estender a mão para Tália que a segurou e as duas caminharam juntas para dentro.

            Rebeca permaneceu parada, apenas me olhando. Cheguei até a ficar com vergonha achando que ela estava me achando ridícula naquele minúsculo biquíni. Mas seu olhar não parecia de reprovação.

- Você vai entrar? – cortei o silêncio que junto com o eu olhar me incomodavam.

- Claro, desculpe. – sorriu sem jeito.

            Dei passagem e ela deu alguns passos na minha frente. Respirei fundo duas vezes e a segui. Tália e Anna estavam na piscina rindo igual duas crianças. Já conseguia sentir aquela linha de interesse por parte das duas. De certa forma me tranquiliza saber que Anna está tentando superar a safadeza que a minha tia fez com ela. Mas como ela disse no sábado à noite, iria sofrer apenas aquele dia. Depois é vida que segue. Tenho que admitir que sempre admirei isso nela.

- Já quer competir? – Rebeca me questionou.

- Se você quiser. – dei de ombros e ela apenas sorriu.

            Mergulhei na água e sai próxima as meninas. Me virei na direção que Rebeca estava e foi a minha fez de ficar com cara de idiota. Ela usava um biquíni vermelho, que caia perfeito em cada parte daquele corpo magnífico. Abri e fechei os olhos tantas vezes e tão rápido que senti meus cílios geraram um leve soprar sobre minha pele.

- Meu tcc está completo. – Anna me olhou gargalhando.

            Mas eu não conseguia tirar meus olhos de Rebeca. Com delicadeza bagunçou os cabelos, um passo após o outro caminhava lentamente até a borda da piscina. Desceu um degrau depois o outro e eu sentia que ela se movia em câmera lenta. Puta que pariu! Que mulher linda. Sacudi a cabeça admirada.

- De férias com o ex tá diferente. – Anna disse gargalhando junto de Tália. As duas estavam mais afastadas.

            Ao me virar na direção que Rebeca caminha, não a vi mais. Suspirei indignada por ter perdido o final do espetáculo.

- Me procurando? – eu travei.

            Ela estava atrás de mim, tão perto que eu podia sentir seu seio tocando minhas costas. Aquela voz aveludada próxima ao meu ouvido me causou um arrepio no corpo inteiro. Senti uma contração no ventre. Ela tinha noção do que estava fazendo? Respirei fundo tentando controlar aquelas sensações.

- Sim. – me virei.

            Rebeca não se moveu nem um milímetro para trás. Estávamos muito próximas. Eu observei bem o rosto dela. E ela fez o mesmo comigo. Nossos olhares se encontraram e ela me mostrou um lindo sorriso. Alguém me traga uma pá, tô derretida dentro dessa água. “Ela é hetero, ela é hetero”. Repetia a frase na minha cabeça como se fosse um mantra.

- Pronta para perder? – indagou com ar de riso.

- Nem fodendo. – neguei e ela riu ainda mais.

- Se soubesse o que pretendo te pedir. – arqueou uma sobrancelha.

            Aquela frase tinha tantos sentidos que a minha mente deu um nó, só de imaginar todas as possibilidades.

- Três voltas completas. – respondi conseguindo escapar daquela teia de sedução que me envolvia. Será que era proposital?

- Por mim tudo bem.

- Vou adorar ver isso. – Tália saiu da água, e nós a seguimos.

 

            Anna mandou que nos posicionássemos na beira da piscina. Ela contou até três e Rebeca se atirou na água antes de mim. Queria dar essa vantagem a ela. Alguns segundos depois eu mergulhei. Antes que ela pudesse completar a primeira volta eu já havia a alcançado.

            Na segunda volta já notei que ela não conseguiu manter o ritmo o que facilitou para que eu a ultrapassasse. Escutava o grito da torcida fora da água e me senti de volta ao ensino médio. Cheguei ao final da segundo volta com muita vantagem sobre Rebeca. Para fechar minha vitória, Rebeca ainda estava na outra ponta da piscina quando eu bati na parede da largada.

            Sorri tentando controlar minha respiração ofegante. Havia sido uma boa competição e notei o quanto estou fora de forma. Rebeca nadou em nossa direção vagarosamente, acredito que tentando respirar com calma.

- Mandou bem. – Anna me disse. Assanhando meus cabelos. – Vou pegar champanhe para comemorar. - Você vem? – chamou Tália que segurou sua mão e sumiram.

- Você é rápida para caramba. – Rebeca comentou.

 

            Mas eu juro que quase não entendi. Ela estava molhada, as gotas deslizavam pelo corpo torneado e agora tinha água apenas da bunda para baixo, estava em pé nas escadas. Eu engoli em seco quando ela mordeu o lábio. Desviei o olhar quando se aproximou sentando ao meu lado. Nossos braços se tocaram levemente.

- Eu disse que aqui é a minha especialidade. – sorri olhando a água aos poucos se acalmar.

- Percebi. Aonde estão as meninas?

- Anna disse que ia buscar champanhe, mas pela demora acredito que estão se pegando em algum lugar. – dei de ombros.

- O que faremos agora?

- Eu quero uma cerveja.

- Estou falando sobre a aposta. – sorriu de lado.

- Ah! Acho que deu empate. Sem perda nem ganho.

- Tenho uma ideia melhor. – virei para olha-la. – Podemos cada uma fazer algo que a outra queira. Ninguém perde. Todo mundo ganha. – me fitou esperando que eu aceitasse a proposta.

- Por mim tudo bem. – ficamos em silêncio alguns minutos. – Só para você saber, tenho muitas medalhas de competições.

- Trapaceira! – reclamou com a cara fechada.

- Você também trapaceou na corrida. Só devolvi na mesma moeda.

- Pirralha! – provocou.

- Com orgulho. – sorrimos juntas.

- Alice, você está bem? – questionou sem fitar meus olhos. Mas seu tom saiu de fato preocupado.

- Sim.

- Tem certeza?

- Por qual motivo não estaria?

- É que te ver fazendo coisas que não combinam com você me faz pensar se ainda é o efeito Virgínia. Só que dessa vez ao invés de ficar trancada no seu quarto, está apenas saindo por aí e trans*ndo com qualquer uma. – comentou séria.

- Está falando do ménage?

- Lógico, do que mais seria? – me fitou. Eu tentei desvendar o que aquele olhar queria dizer, mas foi em vão.

- Estou bem. O ménage só aconteceu. Não planejei. Fui para o pub ver a Heloísa. Mas aí ela estava acompanhada e uma coisa levou a outra.

- Só espero que esteja se cuidando. O mundo anda cheio de doenças, sabia?

- Você está parecendo a minha mãe. – comentei entre risos.

            Ela me fitou incrédula, quase que ofendida por eu ter dito que ela poderia ser minha mãe. Não demorou e senti seus braços me empurrando de volta para a água. Na borda ela gargalhava de mim.

- Vai ter troco. – fui em sua direção e puxei sua perna.

            Por mais que ela fizesse força para se segurar na borda, aos poucos seu corpo foi escorregando para dentro da água, até que ela mergulhou e surgiu em minha frente. Com medo de que ela acabasse se machucando eu segurei sua cintura. Nossos corpos quase colados, minhas mãos em sua cintura. E em mim um desejo latente em beija-la, aqui e agora.

            Ela mordeu o lábio inferior. Mudando deu olhar dos meus olhos para a minha boca. Em seguida prendeu a ponta da língua entre seus lábios. E por Deus! Eu quase desfaleci com o gesto. Aquela mulher estava afim de me enlouquecer, me fazer perder o controle. Eu estava por um fio de tocar aquela boca rosada e carnuda.

- Champanheeeee! – Anna gritou e apressadamente Rebeca se afastou de mim nadando para fora.

- Eu quero me deu uma sede. – falou de costas para mim.

            Enquanto isso eu parecia que havia ficado presa no chão. Meus olhos presos na verdadeira obra de arte que era o corpo de Rebeca. Mergulhei tentando apagar o fogo que começava a me consumir de dentro para fora e logo em seguida me juntei a elas. O que essa noite nos reservava? Não faço ideia, mas vou pagar para ver.

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

E esse climão entre as duas?????? Será que rola???


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Comentários para 31 - Capitulo 31:
Baiana
Baiana

Em: 11/10/2021

Alice e Rebeca. Fogo e gasolina. Seria bom a loirinha se jogar logo nessa fogueira e seguir em frente pegando e não se apegando. Eu gosto da Rebeca,mas ao mesmo tempo tenho ranço por ela ter se aliado a irmã para afastar ela da Virgínia,tudo bem que a fotógrafa pisou na bola ao esconder o interesse pela Amélia,mas o que as duas irmãs fizeram e estão fazendo, é sacanagem pura e simples. E merecem um castigo digno.

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