Júlia

Como não sairíamos em lua de mel hoje, ficamos até mais tarde na festa, aproveitamos bastante os momentos com os gêmeos. Passava um pouco das onze, quando resolvemos ir embora, precisávamos descansar porque no dia seguinte, iríamos sair cedo.

Por fim, nos despedimos de todos e fomos para nosso apto.  

– Estou cansada, meu amor... – Layla disse assim que saímos do elevador seguindo pelo corredor, olhei para ela que estava realmente com o semblante cansado, alcancei a porta e abri, quando ela deu o primeiro passo para entrar, a puxei dizendo:

– Hei, essa parte da tradição e quero seguir.

– O que você falou, amor?

Ela me olhou, sorri me aproximando e a pegando em meus braços, deu um gritinho, sorri colando nossas testas e dizendo:

– Vi isso em um filme, e sempre quis fazer com a mulher com que eu escolhesse casar.

– Mas é boba mesmo...

Beijou meus lábios, dei o primeiro passo e com o pé fechei a porta, Faísca foi com Frodo para casa de minha mãe, e apesar do nosso cansaço, queria aproveitar a nossa primeira noite, casadas. Entramos no quarto, me aproximei da cama e a coloquei me deitando de lado, sorri quando seus dedos passaram em meu rosto de leve, parando em meus lábios, disse feliz:

– Enfim, sós...

– Deixe-me adivinhar, outra frase de impacto que viu em algum filme.

– Como você é esperta, minha pequena. – Abri a boca demonstrando estar admirada, em seguida caímos na risada, deitei e olhando para o teto, ficamos alguns minutos, peguei a mão dela trazendo para meus lábios dizendo: – Vem, vamos tomar banho, assim podemos descansar melhor.

– Só vou se você me ajudar com o banho! – Sorriu faceira, pulei da cama batendo continência e dizendo:

– Sempre ao seu dispor, moça! – A puxei para meus braços e seguimos para o banheiro.

Aproveitamos bem o banho, namoramos um pouco, mas o corpo pedia cama, e não demoramos a nos rendermos ao sono. Acredito que tenha adormecido primeiro, não pensei que estivesse tão cansada até deitar, quando senti em meus braços, agora minha esposa, sorri feliz e apaguei.

Na manhã seguinte, acordamos cedo, mas saímos de casa por volta das oito, e como tínhamos nos despedido de todos na noite anterior, seguimos viagem. Sem pressa fomos apreciando os lugares por onde passávamos, claro que pagamos de “turistas” tirando várias fotos, queríamos lembranças de cada segundo daqueles dias nas montanhas.

Chegamos no hotel, passava um pouco das onze, fizemos nosso registo de entrada e seguimos para o nosso chalé. Um quarto grande com acabamento em madeiras, bem iluminado. Tinha uma pequena cozinha, equipada com um frigobar, um fogão cooktop pequeno, micro-ondas e uma pia, esses, separados por um pequeno balcão.

Bom, eu entrei analisando tudo, o rapaz que nos levou, se despediu dizendo que se precisássemos de algo era só chamar. Senti minha pequena, abraçar minha cintura, a virei em meus braços beijando seus lábios de leve, sussurrando:

– Amei isso aqui.

– O que acha de começarmos logo a nossa lua de mel?

– Eu adoraria, meu amor... – sorri tomando os lábios dela mais uma vez, – Podemos começar pelo banho?

– Onde você for, eu vou...

Sussurrou enquanto beijava seu pescoço, subindo de leve enquanto ela respondia em gemidos, dei um impulso e ela subiu em meus braços, sorri ainda a beijando. Em poucos passos estávamos invadindo o banheiro, era pequeno e aconchegante, e antes de entrarmos no box, estávamos completamente, nuas. A água caía sobre o corpo dela, meus lábios alcançavam cada gota, antes de chegar ao seu destino.

Em poucos minutos, apenas nossos gemidos podiam ser ouvidos naquele pequeno espaço, e o som maravilhoso da minha esposa chamando meu nome, no momento em que ela atingiu o primeiro de muitos orgasmos que teríamos em nossa lua de mel.

Quando voltei para os lábios dela, me virou empurrando minhas costas contra a parede e desceu indo ao encontro do meu sex* que pulsava pelo toque dela, minutos depois, me derramava.

Juh?

Não tinha como defini-la em palavras, pelo menos não com tão poucas. Ela me fazia feliz com apenas um sorriso, com o mais bobo dos comentários ou com o mais simples dos gestos. E naquele primeiro momento em nossa lua de mel, não foi diferente. Quando voltamos para o quarto, onde me joguei na cama, estava totalmente exausta, ela conseguiu arrancar toda a minha força.

Sorri, estava com os olhos fechados quando senti a cama ceder e ela perguntar ao me abraçar:

– Está cansada?

– Um pouco, porquê?

– Estava pensando, o que acha da ideia de comprarmos uma casa?

Virei olhando-a, sorria com os olhos, impossível não devolver o sorriso e respondendo à pergunta dela, com outra:

– Mas, e o nosso apartamento?

– Adoro o nosso cantinho favorito, amor, mas agora que nos casamos, podemos mudar para um lugar maior e mais familiar, por assim dizer.

– Hum!! Fala-me mais sobre isso...

Apoiei minha mão sobre seu peito e meu queixo sobre minha mão, olhando-a, sorriu passando os dedos entre meus cabelos, ajeitando uma mecha atrás da orelha e dizendo:

– Em uma casa grande, poderemos nos reunir nos finais de semanas com nossas famílias e amigos, o que estando no apartamento, não ajuda muito. – Pausou e segundos depois disse olhando em meus olhos: – Um dia nossa família poderá crescer, e assim já estaremos mais preparadas...  

Deixou em aberto as palavras, mas entendi do que se tratava. Tão linda, não me cansava de olhá-la, e de certa forma, esperava por aquilo. A Juh é muito caseira e gosta de estar junto da família, confessando, eu também, sorri dizendo:

– Você tem uma semana inteirinha para me convencer, topa o desafio? – Olhei desafiante para ela, que em apenas um movimento ficou por cima, falando antes de tomar meus lábios:

– Nunca fujo de um desafio, moça...

Sorri no momento em que sua língua invadia minha boca, urgente, em um beijo que me deixou de pernas bambas, desabaria se estivéssemos em pé, certeza. Me tomou com seus lábios e segundos depois, esquecemos o cansaço e nos amamos novamente. Dispensamos o almoço do hotel, mas saímos em busca do que comer mais tarde, em uma pequena vila.

Nos dias que se seguiram, exploramos cada pedacinho daquela maravilha de lugar, fizemos tudo o que tínhamos direito. Trilhas e canoagens, além de rapel, coisa que nunca havia feito, mas tinha curiosidade em fazer. A Juh correu longe, claro, tinha medo de altura, mas ficou me observando o tempo todo.

– Você é muito corajosa, amor. – Beijou meus lábios quando tirei o equipamento de segurança e me juntei a ela.

– É maravilhosa aquela adrenalina que toma conta da gente.

– Imagino que seja mesmo. – Olhou para cima, em direção a duas pessoas que desciam pelas cordas: – Mas prefiro ficar aqui em baixo.

– Minha medrosinha favorita, como é fofa.

– Viu, ainda ganho mimos...

Sorriu, me deu um beijo estralado nos lábios e saímos correndo em direção ao nosso chalé. A noite foi tranquila, namoramos um pouco, curtimos um filme e adormeci nos braços dela.

O dia seguinte seria o último da nossa lua de mel, e nesse, ficamos o tempo toda coladinhas, aproveitando cada minuto que nos restava naquele paraíso. Estava saindo do banheiro, enxugando meus cabelos quando a vi deitada na cama, só de camiseta e calcinha, parecia estar dormindo, mas abriu os olhos quando sentei ao seu lado, virou e me olhou sorrindo, passei a mão em seu rosto, me aproximei e dei um selinho em seus lábios, quando me afastei, sussurrei:

– Estou tão feliz, sabia?

– Eu também, meu amor, uma pena que amanhã já temos que ir embora.

– Sim, mas aproveitamos bem nossa aventura. – Me aconcheguei em seus braços, ela beijou meu ombro concordando, ficamos ali em silêncio por alguns minutos até me virar e olhar em seus olhos dizendo: – Tenho uma amiga que é corretora, quando chegarmos em nosso apartamento, ligarei para ela e marcaremos uma reunião.

– Reunião? – Sorri balançando a cabeça e dizendo:

– Quando chegamos aqui, disse que precisávamos de uma casa maior, não foi?

– Ah!! – Sorriu concordando, me aproximei mordendo seus lábios de leve, disse quando me afastei: – Quer dizer que consegui convencer você?

– Em alguns momentos você foi bem convincente. – Insinuei meu corpo ao dela que me olhou com um brilho de desejo, sussurrando apenas:

– Fui mesmo? – Passeando os dedos em minha pele que acendeu na hora, me virou na cama se colocando por cima, beijou meu pescoço sussurrando entre um beijo e outro: – Já disse o quanto te amo hoje?

– Não me recordo... – seus lábios caíram sobre meu seio, esse que por cima da minha camisola ela mordia, senti sua boca quente em minha pele, seu olhar em minha direção mostrava o quanto estava gostando daquele contato, meus dedos roçaram o rosto dela indo de encontro aos seus cabelos rebeldes, puxei seu rosto em minha direção sussurrando antes de seus lábios tomarem os meus: – Mas você pode me mostrar...

– Nem preciso de um segundo convite...

Sorriu com aquele jeito maroto de sempre, tomou meus lábios e nos entregamos mais uma vez. Sobre a nossa lua de mel? Foi sem dúvidas, inesquecível.

Fim do capítulo