Layla

E ela mais uma vez conseguiu me impressionar. A mulher na minha frente conseguiu me deixar sem palavras, e não sei se seria possível, ainda mais apaixonada por ela. As minhas lágrimas me impediam de retribuir aquelas palavras, mas o meu coração gritava dentro do meu peito, precisava dizer meus votos, queria falar a ela tudo o que eu já havia dito até aquele momento.

Quando finalmente ela me entregou o microfone com um sorriso lindo nos lábios, ganhei forças para começar a falar:

– Nada que eu disser nesse momento, vai chegar perto das coisas que acabou de me dizer amor, mas vou tentar colocar em palavras tudo o que estou sentindo nesse momento. – o sorriso perfeito dela me iluminou, sorri: – Não sabia o que era amar, até encontrar esse sorriso que me encanta a cada segundo... Esses olhos meigos que me mostraram o quanto sou especial na sua vida... Até sentir seu toque e ouvir as batidas desenfreadas de meu coração quando você se aproximava de mim... – tocou meu rosto, fechei os olhos: – Me encontrei quando você sorriu para mim a primeira vez... Me encontrei em você e te amei no primeiro olhar... Descobri um novo mundo e uma nova vida ao seu lado, amor... Me encontrei de verdade e descobrir o quanto isso é importante para mim... Descobri o que era a dor, quando eu quase a perdi e me perdi no medo do que era viver sem você ao meu lado... – abri os olhos e me perdi naquela intensidade: – Hoje, aqui presente na frente de nossa família e amigos, eu prometo... Viver intensamente esse amor... Estar ao seu lado sempre... Prometo ser fiel ao amor que sinto por você... Prometo que farei de tudo para você ser feliz... Prometo te amar por toda a eternidade, e além dela se for possível... Eu te amo.

Quando terminei de falar, embora todos estivessem aplaudindo, meus olhos fixaram na Juh, e apesar do “barulho”, quando ela levou minha mão ao peito dela, pude ouvir as batidas de seu coração, sorrimos.

O Juiz deu continuidade, e agora seria a troca das alianças, ansiosas olhamos para os fundos onde Jonas estava com Faísca e Frodo.

– Será que eles vão seguir com o script? – Juh disse sorrindo ao meu lado, olhei para ela que se abaixou assoviando para eles, quando eles a olharam ficaram ansiosos, chamou: – Vem garoto!

Um simples comando, e os dois vieram correndo ao seu encontro, Faísca foi o primeiro a chegar e pular em seu colo, todos sorriram, ele a lambia agitado, levantou com as alianças em mãos, ele ficou sentadinho ao lado dela, como se tivéssemos o treinado para tal, Frodo acabou voltando para o dono, que estava na primeira fileira. Segundos depois, o Juiz deu continuidade.

“Depois de presenciar esses votos carregados de amor e carinho, estou emocionado por dar segmento a mais essa etapa dessa cerimonia, que acredito eu, ficará eternizado na memória de todos.”

Olhei para Layla, e sorrimos, o Juiz continuou:

– Duas pessoas que se entregaram ao amor e decidiram compartilhar uma vida em conjunto... Farei a pergunta que todos estão esperando. – inspirei fundo olhando para a minha pequena e esperando ele perguntar: – Júlia Oliveira, aceita unir-se a Layla Albuquerque por livre e espontânea vontade?

– Sim, eu aceito... – sorri tocando de leve o rosto dela, que fechou os olhos esperando sua vez, que não demorou a vir:

– Layla Albuquerque, é de sua vontade unir-se a Júlia Oliveira?

– Com todo o meu coração. Sim, eu aceito! – sorrimos, ele continuou.

– Em comum acordo, as duas podem trocar as alianças.

Viramos de frente uma para a outra, mãos trêmulas e coração a mil, trocamos as alianças depois de ambas beijarem a mão uma da outra, ele finalizou:

– Sou testemunha do que acabaram de firmar, perante a mim e todas as pessoas aqui presentes, eu em nome da lei, as declaro casadas. – sorri olhando para Layla, mais feliz impossível: – Para complementar esse momento, podem se beijar.

– Estava esperando o senhor chegar a esse momento... – todos que me ouviram deram risada, toquei o rosto da minha agora, esposa, sussurrei: – Eu te amo.

– Também te amo, meu amor...

Suavemente meus lábios tocaram os dela, senti que era um beijo diferente de todos, um beijo com sabor de algo a mais. Carregado de esperanças e promessas de um futuro maravilhoso, juntas. Quando terminamos que nos abraçamos, olhamos para nossa família e amigos, todos aplaudiram nos parabenizando, a felicidade em cada sorriso.

– Estou tão feliz por você, meu bebê! – minha mãe me alcançou em seu abraço de urso, me apertou até quase todo meu ar sair, sorri dizendo:

– Mamãe, agora sou uma mulher casada, para de me chamar de bebê.

– É casada, mas ainda pode levar uns tapas, então tenho todo o direito de te chamar assim. – me abraçou novamente arrancando sorrisos de minha sogra que se aproximou dizendo:

– Eles nunca vão entender Helena, que serão sempre os nossos bebês. – lá estava eu corando quando minha sogra me abraçou desejando os parabéns, me prendeu em seus braços complementando: – Já a considerávamos uma filha, mas agora é para valer Júlia, seja bem-vinda a família.

– Muito obrigada dona Laura, é um prazer e uma honra ser e estar entre vocês.

Dezenas de felicitações depois... Edu... Anny e até mesmo meu sogro, que me fizeram ficar ainda mais vermelha do que estava, consegui finalmente pegar uma taça de vinho e tomar de um só gole. Senti mãos leves tomarem minha cintura, o corpo colado ao meu atrás, sorri aliviada, me virei e a tomei nos braços, enfim um momento a sós com ela. Um beijo longo depois, nossas testas coladas, um sorriso bobo em meus lábios, ela sussurrou:

– Achei que tivesse perdido você em meio a tantos abraços.

– Consegui escapar por alguns segundos, mas não duvido que nos achem novamente. – minha pequena jogou a cabeça para trás gargalhando, beijou meus lábios dizendo:

– E se fugíssemos agora, será que alguém iria notar?

– Essa é uma boa ideia. – a trouxe para meus braços sussurrando em seu ouvido: – Não vejo a hora de subirmos as montanhas.

– Eu também meu amor, amanhã de manhã seguimos para lá.

– Nossa lua de mel vai ser maravilhosa... – abaixei sussurrando algo no ouvido dela, sorriu me olhando admirada.

– Confiante, olha só o que algumas taças de vinho não fazem.

– Só tomei duas, meu amor, nada mais. – sorri a puxando para meus braços: – Estou tão feliz, sabia?

– Eu também estou, Juh, apesar de ter sentido um medo terrível mais cedo.

– Medo do que? – olhei preocupada para ela, passou a mão em meu rosto confessando:

– Tive medo de você ter desistido de se casar comigo.

– Está brincando? – sorri divertida, mas ela parecia séria: – Oh meu amor, de onde tirou isso? Por causa da minha insegurança mais cedo?

– Sim, deveria ter apoiado mais você, me senti culpada.

– Não, fui infantil e assumo, você não teve culpa, além de que, isso só fortaleceu ainda mais a minha vontade de estar com você. – toquei o rosto dela, beijando a ponta de seu nariz sorrindo: – Você é a razão da minha felicidade, nunca se esqueça disso.

– Prometo que nunca irei esquecer...

– Ownnn...  Detesto estragar esse clima meloso das duas! – adivinhem quem apareceu? – Mas preciso da ajuda de vocês, Júlio teve que ir para o hospital, mamãe está gritando com alguém lá atrás, com relação a alguma coisa do buffet, e eu estou morrendo de fome.

– E o que nós temos a ver com isso, maninha? – sorri abraçando Layla por trás esperando pela resposta:

– Carlos e Manuela estão morrendo de saudades das tias babonas, aproveitem para irem treinando.

Tirou as crianças do carrinho e entregou elas a nós, nem tivemos tempo de argumentarmos, até porque ela não nos deu, saiu correndo. Olhei para Layla que apenas sorriu dando de ombros ninando o pequeno que puxava o cabelo dela, sorri dizendo:

– Vamos fugir e levar os filhos dela, quem sabe assim não aprende a respeitar o nosso momento íntimo.

– Júlia...

– Estou brincando amor, vamos lá nos divertir com eles...

Pisquei para ela e fomos em direção a festa, minha mãe estava realmente brava com alguém, nem nos aproximamos dela. Anny estava atacando um prato de salgados ali perto, balancei a cabeça e me concentrei nos meus três pequenos agora...   

Fim do capítulo