Layla

– O que aconteceu amor?

– Oi? – olhei para minha mãe confusa, sorri dizendo: – Desculpa mamãe, eu não... Quer dizer, não aconteceu nada, já está tudo resolvido.

– Entendi. – ela ainda me olhava: – Está tudo bem com a Júlia?

– Sim! – resolvi me abrir com minha mãe: – Quando nos encontramos no nosso apartamento, contei a ela sobre ter visto a Bruna e ela ficou com um pouco de ciúmes.

– Compreensível, sabia que o aparecimento dessa moça iria causar alguns transtorno.

– Não causou mãe, acontece que a Juh encontrou com ela hoje no centro, e ficou insegura, por isso veio me procurar, mas já resolvemos isso. – sorri abraçando minha mãe dando-lhe um beijo no rosto dizendo ao me afastar: – Temos um casamento para celebrarmos.

Ela abriu um sorriso, em questão de minutos tudo relacionado a Bruna, sumiu de minha cabeça e minha única visão era da Juh e do nosso casamento. Faltavam duas horas apenas, comecei a me arrumar,

Maquiagem... Cabelos... Vestido... Saltos... Os minutos foram passando... Quando desci as escadas que encontrei meus irmão e meus pais me esperando na sala, foi difícil conter as emoções. Minha mãe chorava emocionada, meu pai quase desabando aquela fortaleza com os olhos úmidos, sorri para o Rafinha que estendeu a mão em minha direção dizendo:

– Você está linda minha irmã. – beijou meu rosto e me guiou até o restante da família que me abraçou me elogiando, por último, não menos importante, meu pai me abraçou e sem se conter disse:

– Tão linda a minha pequena, que orgulho você está me dando nesse momento.

– Obrigada papai, fico feliz em saber que está orgulhoso de mim. – beijei o rosto dele deixando uma pequena marca de batom que tirei dizendo: – É tão bom realizar esse sonho e ter vocês ao meu lado, amo todos.

Momento constrangimento passado com sucesso, sorri balançando a cabeça assim que encostei o carro na garagem:

– Fui uma boba mesmo...

Entrei na casa de minha mãe, ela ainda estava nervosa com algumas coisas, mas parecia no controle de tudo agora, quando me viu veio em minha direção dizendo:

– Por Deus minha filha, onde você estava?

– Fui resolver umas coisas mãe, mas já está tudo certo.

– Tudo bem, precisamos começar a te arrumar, estou tão nervosa.

– Jura? – ela me olhou de canto de olhos, ousada disse: – Se a senhora não tivesse mencionado, nem teríamos percebido.

– Vai tomar seu banho, antes que leve uma surra antes de sair de vez de casa.

– Posso nem brincar... – dei um beijo no rosto dela e corri para o banheiro, quando entrei no quarto, as duas estavam lá, minha mãe e Anny... Maquiagem... Farda... Cabelos... Faísca e Frodo com suas roupinhas de gala... Tudo ok...

Estava inspirando fundo já, os batimentos cardíacos a mil... O carro de Edu parou em frente a CBM, vi assim que desci que o de meu sogro já estava lá, sorri nervosa. Mas acabei travando sem conseguir sair do lugar, minha mãe veio até mim, perguntando:

– Você está bem meu amor? 

– Mãe... – olhei para ela e depois para a base, sorri: – Estou nervosa.

– É compreensível minha filha, afinal, é um grande passo que está dando nesse momento, uma escolha que você fez para toda a vida.

– Às vezes eu acho que não mereço a Layla, ela é tudo o que eu sempre quis em minha vida, sou uma afortunada por poder dividir uma vida com ela.

– Nunca vi uma combinação tão perfeita meu bebê. – revirei os olhos e ela sorriu: – Vocês duas são perfeitas juntas, verdadeiras almas gêmeas. – ajeitou minha gravata, em seus olhos o brilho de uma lágrima que descia lentamente, toquei se rosto capturando-a antes que se perdesse.

– Não chore mamãe, por favor.

– Estou feliz meu amor, feliz por saber que encontrou alguém que realmente ame você e queira começar uma vida ao seu lado, é uma felicidade para mim estar presente nesse momento de sua vida, e peço a Deus para estar no de Jonas também, apesar de achar que vá levar anos. – sorri e ela me acompanhou, de certa forma ela me acalmou, sorri dizendo:

– Vamos então? – estendi o braço a ela, sorri: – Não quero deixar a minha futura esposa me esperar mais tempo.    

– Ela não vai vir mamãe, está demorando demais.

– Calma minha filha, não fala bobagens.

– Falta dez minutos e ela ainda não está aqui, o que eu deveria estar pensando?

– Em tudo, menos nisso, acha mesmo que a Juh iria abandonar você?

– Não sei, ela estava tão insegura mais cedo, e eu disse aquelas coisas a ela, deveria ter esperado.

Sentei com as mãos no rosto quase chorando, naquele momento a porta se abriu, levantei a cabeça e vi minha sogra, semblante fechado, levantei indo em direção a ela, sorriu passando a mão em meu rosto dizendo:

– Você está linda minha filha.

– Helena, que bom ver você, essa menina estava quase saindo daqui e indo atrás da Juh. – elas se abraçaram e conversaram um pouco, agora nos braços de minha mãe e sogra perguntei:

– Ela veio?

– Claro que veio, está na sala ao lado ansiosa para te ver. – passei a mão no rosto aliviada, agora sim podia respirar aliviada, sorri perguntando:

– Podemos começar?

– Só vim saber se você está preparada, está tudo certo lá fora.

– Estou mais do que preparada, não vejo a hora de segurar as mãos da Juh e senti a calma dela em mim.

As duas se olharam e sorriram, Juh e eu iriamos entrar juntas, ainda que chegássemos separadamente, agora estava indo ao seu encontro, cada passo que dava era a certeza de que estaria cada vez mais perto dela. O corredor parecia ter quilômetros e não metros, mas logo a vi, de costa para mim, parei no instante em que ela olhou em minha direção.

Tão linda quanto na primeira vez em que nos vimos, abriu um sorriso lindo e veio em minha direção, senti seus braços sobre a minha cintura e os meus sobre seus ombros, um sussurro em meu ouvido:

– Senti sua falta.

– Eu também meu amor, por um minuto pensei que não viesse.

– Porque eu não viria, você é o amor da minha vida. – beijou meus lábios, aquela calma que aliviava meu corpo, só naquele momento senti a lágrima quente escorrer pelo meu rosto: – Não chora meu amor, ou não serei capaz de me controlar.

– Desculpa, estou muito feliz e estava me segurando até agora, mas ver você aqui ao meu lado e minutos de nos casarmos, me desarmou.

Sorriu passando a mão em meu rosto, suavemente nossos lábios colaram, nossas mães logo estavam ao nosso lado nos posicionando.

Nem precisava me virar para saber que ela estava logo atrás de mim, inspirei fundo e virei, caminhava em minha direção, quando nos aproximamos, respirei aliviada. Era pra valer, estava mesmo acontecendo, encontrei uma mulher maravilhosa para compartilhar a vida comigo e ela era tudo o que eu sempre esperei encontrar.

Todos os momentos felizes que passamos e até mesmo os mais tristes, passaram em minha mente. Todos os dias juntas e nossas conquistas naqueles poucos anos em união, vieram abrir a minha mente e mostrar o quão realizada eu estava.

Agora caminhando pelo corredor improvisado, com ela em meus braços, nossos amigos e familiares unidos a nossa volta, o nosso foco além de nós mesma naquele momento, era o Juiz que se encontrava sorridente lá na frente de todos. Foram segundos até alcançarmos a frente e ele começar a cerimonia.

Confesso que não prestei muita atenção ao que ele falava, meus olhos e atenção estavam voltados para a minha pequena que sorria emocionada a minha frente. Juro que tentei segurar ao máximo as lágrimas, mas falhei completamente, pois ela passava a mão em meu rosto limpando.

Chegada a hora dos nossos votos, não precisamos decorar nada, resolvemos uma semana antes, que falaríamos o que o nosso coração nos guiasse naquele momento, e quando o Juiz falou meu nome que finalmente olhei para ele, disse apenas:

– Seus votos de casamento Júlia... – olhei para minha mãe logo a frente, abraçada com o Edu, logo ao lado meus sogros, também abraçados, fixei meus olhos na mulher em minha frente, um microfone foi colocado em minhas mãos, sorri dizendo:

– Talvez o tempo que nos foi estipulado, não seja o suficiente para dizer o quão é importante estar aqui na sua frente, e dizer o que sinto ao fazer esses votos meu amor. – sorri, inspirei fundo controlando as lágrimas: – Me comprometo amar você, em todos os momentos de nossas vidas, seja eles bons ou ruins... Prometo estar sempre presente, e me dedicar a retribuir o amor que que você me doa a cada segundo de nossa convivência... Prometo falar quando for necessário e me calar, quando o silêncio for compartilhado... Prometo te fazer sorrir, sempre que eu sentir que está triste... Prometo enxugar cada lágrima... – passei a mão no rosto dela que estava banhado, sorri, pois estava chorando também, segui: – Quando ela insistir em cair pelo seu rosto, ainda que de alegria... Prometo tornar meu lar, o calor de seus braços, e me esconder neles sempre que me sentir insegura... Prometo estar lá, todas as manhã quando você acordar e te abraçar por ser uma boba apaixonada. – sorri, arrancando uma gargalhada dos lábios dela, dei um passo em sua direção a tomando em meus braços, beijando sua testa e finalizando olhando em seus olhos: – Prometo que farei de tudo para te ver feliz, perto ou longe de mim... Prometo a minha fidelidade e meu amor eterno a você meu amor!

Fim do capítulo