—Por que temos mesmo que vir tão fundo na floresta? — Emeril questionou ao passar o braço na testa a fim de enxugar o suor. — Você não devia se esforçar tanto a beira de dar à luz, Ilis. Ao menos podia me dizer onde estamos indo para que eu levasse a todos na forma de dragão.

Emeril seguia ao lado da alfa, enquanto Ian e Jhan iam mais à frente, carregando os suprimentos. Selen ia com Liora mais atrás, entretidas com a visão do lugar e em conversas para não atrapalharem a viagem entre os lobos, em vista que não tinham sido convidadas, mas a feiticeira mais velha não abria mão de ver o recém-nascido.

Os nove meses da gravidez tinham passado, agora Ilis carregava uma grande barriga entre as altas árvores da Floresta da Provação, lugar ancestral e simbólico entre os lobos. Estavam há mais de uma semana caminhando, o clima era quente e enfrentavam várias chuvas e insetos na jornada. A caça era abundante, mas o mais importante eram as sinalizações com flechas que encontravam nas árvores para indicar o caminho, muitas com crânios de animais ou chifres, desejando uma passagem segura aos viajantes.

—É como os lobos costumam buscar boas vibrações para o nascimento. — Ilis pausou para dar outro gole na água, então voltou a andar. — O caminho é a grande provação. Quando chegarmos ao fim, significará que nosso bebê nascerá mais forte e será mais influenciado pela lua.

—Se o caminho é o objetivo, então não haverá nada no fim? — Seu cenho franziu.

—Tenha paciência, querida. Também é o meu primeiro filho, eu só ouvi histórias. Mas se te serve para depositar um pouco mais de fé nessa trilha, meus pais fizeram esse mesmo caminho quando eu estava para nascer.

—Então é mesmo uma tradição. — Ela suspirou. — Eu só não quero que todo esse esforço te prejudique ou prejudique nosso bebê, Ilis. Parece muito perigoso.

—Eu sei. Mas eu nasci em perfeitas condições, nenhum lobo faria esse caminho se significaria que seus filhotes nasceriam com algum problema. Pelo contrário, o tornará mais forte. A Lua jamais deixaria que nosso filho nascesse prejudicado.

—Nós estamos chegando! — Jhan anunciou mais à frente, apontando para uma árvore.

Ilis observou a runa com o cenho franzido, olhando ao redor com dúvida.

—Impossível, a runa diz que é o último passo. Devia ter alguma coisa aqui.

—Último passo? Mas não tem nada por aqui. — Emeril também andou alguns passos, buscando por alguma coisa.

—Jhan, Ian, mudem de forma, deve ter alguma coisa de pista por aqui.

Enquanto eles colocavam a bagagem no chão e retiravam as roupas, no entanto, Ilis paralisou no lugar quando uma mulher apareceu à sua frente, longos dreads brancos e tecidos de couro marcavam seu visual, mas as írises cinzas surpreenderam Ilis enquanto tinha o cabo pressionado no seu pescoço. Sua respiração travou por um segundo, erguendo as palmas para cima enquanto analisava a situação. A pele morena avermelhada da mulher e os traços maduros lhe diziam que não era uma criatura comum como se mostrava, ao tempo que transpirava magia, não parecia como os magos ou as bruxas. Ainda assim, seus instintos diziam para não atacar.

—Então você chegou, alfa. — Sua voz era suave, mas Ilis sabia que não podia se deixar enganar e se manter atenta às intenções da mulher.

—Quem é você? — Ilis questionou. — Algum tipo de ilusão?

—Não. Mas você chegou perto. Você pode me chamar de Floór.

—Floór? — Ilis estreitou os olhos, porque era um nome antigo entre a sua raça que significava espírito. — Você é o espírito da floresta?

—Meu corpo é bastante sólido para um espírito, não acha?

—Espíritos podem assumir várias formas.

—Você tem razão. Agora fique exatamente onde está. — Ela afastou o cajado lentamente, observando-a enquanto afastava um passo. — Ilis Mae eu te vi nascer. Agora verei seu filho nascer. Seus pais ficariam felizes em saber que coloquei esse filho na sua barriga.

—Você? — Ilis a encarou mais seriamente. — Isso não é possível.

—Acha que a feiticeira colocou? Não seja tão estúpida, eu sei que você é mais inteligente que isso.

—A Lua nos agraciou com um bebê.

—Exatamente. — Floór sorriu, estendendo a mão até tocar a barriga de Ilis, acariciando com ar agraciado. — Uma nova alfa vai nascer no ápice da noite hoje. Eu fiz um bom trabalho dessa vez. Nosso bebê será forte e eu sempre vou guia-lo para vitórias. Não era isso o que você queria?

—Você é o espírito da Lua?

—Eu disse que você era inteligente. Se está imaginando como isso é possível, só tenha em mente que eu posso colocar minha essência dentro de um lobo. Agora podemos ver como cresceu dentro de você, minha alfa. Mas se ainda duvida que fui responsável por esse bebê, tenha em mente que ouvi o seu chamado enquanto acasalava com o filhote de dragão. — Ela sorriu e se afastou em direção a Emeril, que estava paralisada no lugar, sem ter noção do que acontecia. — Eu entendo por que não escolheu continuar com o meu outro filhote, a carne não pode falar mais alto que os seus instintos.

—Outro filhote? — Ilis estava confusa parada no lugar, acompanhando a mulher com os olhos.

—Não acha que é a única a carregar o meu filhote, acha? Eu somente forneço filhotes para aqueles que estão realmente comprometidos em criar e são fortes o suficiente para chegarem até o fim. Zenn foi um filhote meu também, as mães a desejaram por duas luas vermelhas seguidas. Quando vocês acasalaram eu imaginei se você seguiria de volta para o chamado em seu interior ou se buscaria sem fim outro caminho.

—Você realmente observa todos os lobos. — Ilis olhou os seus lobos, também paralisados no ato de tirar as calças. — Por que prendeu todos num feitiço?

—Para ficarmos a sós, é claro. Seria muito barulho por nada. E temos muito o que fazer essa noite. — Ela tocou o cabo do cajado no queijo de Emeril, erguendo sua cabeça para os seus olhos estarem na mesma altura. — Você está lutando para sair, eu te admiro por isso. Nunca me desafiaram com tanto ímpeto antes.

—Ela não vai te machucar se a soltar. Ninguém vai te atacar, Floór. Por favor, deixe-a ir.

—Eventualmente. Primeiro tenho que te explicar algumas coisas. — Ela se afastou de Emeril e apontou o cajado para os lobos, libertando-os. — Ótimo, agora voltem à sua forma natural. Sejam os meus lobos outra vez.

Jhan e Ian ficaram atordoados enquanto buscavam entender o que tinha acontecido, mas assim como Ilis, sentiam a imponência e a magia na mulher, o desejo em obedecer fluindo em seus corpos com mais força. Logo os lobos tomaram conta dos seus corpos e eles caminharam a passos lentos para junto de sua alfa, que tocou suas cabeças.

—Você veio todo esse caminho para provar sua devoção a mim e para tornar nosso filho forte, eu te parabenizo por isso, Ilis Mae. — Ela andou até Liora, fazendo o mesmo processo de erguer seu rosto. — Por que você está desperta?

—Anos de experiência para não me deixar presa em outros feitiços. — Liora respondeu lentamente, mantendo-se parada. — Não vamos atacar, mas você só a está deixando nervosa. — Ela olhou em direção à filha. — Ela não tem tanta experiência, mas vai encontrar o caminho para fora do seu encantamento em breve.

—Eu devo estar ficando velha. Ninguém nunca quebrou meu feitiço antes. — Ela suspirou, mas somente seguiu de volta para perto de Ilis. — Enquanto elas continuam no efeito do feitiço, devemos fazer o preparativo para o nascimento da nossa filha. Tem um lago aqui perto.

—Você fará o parto? — Ilis indagou.

—Naturalmente. Mas somente se estivermos a sós, caso contrário o ritual não será completo e eu não conseguirei me conectar com o filhote.

—Emeril deve estar junto, ela é-

—Sua parceira e quem criará o filhote, não se preocupe. Eu não crio os meus filhotes, eu só os forneço ao mundo. — Ela suspirou, agora mais impaciente. — E então? Você veio até aqui para voltar atrás?

—Elas ficarão bem aqui? — Ela se afastou e caminhou até Emeril, tocando seu rosto numa carícia. — Nós combinamos de passar por isso juntas.

—Vocês já passaram toda a gravidez juntas e vão passar todos os demais anos desse filhote. Sem o ritual de nascença nossa filha será igual a qualquer outro lobo, sem tanta influência e mais distante dos meus ouvidos.

—Desculpa Emeril, mas eu preciso fazer isso para manter nosso filho forte. Eu sei que você acabará entendendo. Fique aqui e eu voltarei com o nosso filho nos braços.

Ilis beijou seus lábios, seu sentimento de culpa lutando pela sensação de estar fazendo a coisa certa. Voltou para junto dos seus lobos, suspirando quando viu Floór montar nas costas de Ian e sinalizar para que fizesse o mesmo em Jhan. Dessa vez não questionou porque estava cansada e com dores, além de julgar que seria pior estar mais cansada na hora do parto.

—Não se preocupe. — Floór falou quando já estavam longe de onde deixaram a feiticeira. — Eu as libertei do feitiço.

—Eu sei. Mas não muda que a magoei.

—Isso muda quando você voltar com a nossa filha nos braços.

Ilis esperava que tivesse razão, porque sentia a tristeza e a preocupação de Emeril borbulhar dentro de si. Quando chegavam perto do lago, já ao anoitecer, sentiu a primeira contração, segurou firme os pelos de Jhan em busca de controlar a dor, o felino grunhiu um protesto sobre o ombro.

—Já está começando? — Floór a observou. — Será uma longa noite para nós, alfa. Para a sua sorte chegamos bem a tempo.

A mulher ajudou Ilis a descer das costas do lobo e então a guiou até a beira do lago, onde já havia panos e couros previamente colocados ali. Ilis foi deitada e suas roupas tiradas, Floór verificou sua dilatação e acariciou suas pernas, sentando-se aos seus pés.

—Eu cuidarei de tudo, você só precisa seguir o que digo.

—Você já fez outros partos?

—Claro. Já trouxe vários filhotes meus ao mundo. Você tem fome ou sede?

—Não. Quanto tempo isso costuma levar?

—O suficiente para o bebê sair livremente entre as suas pernas.

—Você falou sobre um ritual para torna-lo forte. Como será isso?

—Você saberá quando ele nascer.

Ilis sentiu a próxima contração no minuto seguinte, o que a fez gem*r baixo com dor. Enquanto isso, Emeril andava de um lado para o outro, sentindo o desconforto e a aflição da loba sem poder fazer nada. Sua mãe tentava acalmá-la, mas mesmo ela sentia a mesma impotência naquele momento.

—Você terá seu filho em breve, Emeril, você as ouviu. Nascerá quando a lua estiver no seu pico. — Selen falou de onde estava sentada, comendo uma maçã.

—Ela está sofrendo e eu não estou lá! — Emeril rebateu. — Isso faz horas. Ao invés disso quem está com ela é uma mulher estranha que se diz espírito da lua. Ela pode fazer mal ao nosso bebê e aos lobos e eu não estarei lá para impedir! Eu devia ir lá.

—Não! — Liora a segurou pelos ombros e a olhou cansada. — Ilis sabe o que está fazendo. Ela não colocaria a vida do filho de vocês em perigo. É uma coisa de lobos e você tem que aceitar.

—É sobre o nosso filho que estamos falando. Ela sequer perguntou se eu queria isso!

—Estávamos presas num feitiço, Emeril, como ela iria te perguntar se você não poderia responder? — Selen questionou do próprio lugar.

—Você ouviu o que aquela mulher disse sobre precisar fazer isso sem interferências. — Liora acrescentou. — Eu entendo sua preocupação, minha luz, mas ficar nesse estado de nervos não vai ajudar. Lembre que Ilis sente as mesmas coisas que você sente. Use o feitiço para estar próximo dela.

Somente isso a fez se aquietar, suspirando. Sentou ao lado de Selen e respirou fundo, fechou os olhos e buscou se acalmar para conseguir controlar o que sentia e não se deixar comandar pelas sensações da loba. Dessa forma, conseguiu se concentrar na segurança e no afeto, deixando que isso crescesse dentro de si. Pensou no amor que pulsava em seu peito e na alegria dos momentos que passaram juntas.

—Ela está sorrindo demais. — Selen comentou, observando a expressão no rosto da feiticeira ao seu lado. — Espero que o filho delas não possa sentir a mesma coisa, já vai nascer traumatizado.

Liora riu baixo ao sentar no seu colo, sendo abraçada e recebendo um beijo na bochecha.

—Será que esse espírito da lua também nos coloca um bebê na barriga?

—Não acho que seja assim que funciona. — Liora segurou seu queixo, olhando-a nos olhos. — Toda essa situação te deixou propícia para ter um bebê?

—Me deixou propícia a tentar, sim. — Selen sorriu com malícia.

—Vocês são uma péssima companhia. — Emeril as acusou de olhos fechados, lentamente se colocando em pé. — Meu filho nasceu.

—Você teve uma visão? — Selen a provocou.

—Eu posso sentir. — Ela olhou o caminho entre as árvores, andando alguns passos a frente e sorrindo quando viu Ian em forma de lobo. — Eu disse que nasceu. — Acariciou a cabeça do felino, que lambeu seu pulso. — Nos leve até ela.

Ilis observava enquanto Floór erguia sua filha aos céus, oferecendo-a ao brilho das estrelas e da própria Lua. Sorriu quando o seu filhote chorou e se moveu, emocionada, uma luz cinzenta pulsando no centro do seu corpo pequeno. Floór se virou para ela com olhos úmidos, lágrimas caindo conforme olhava os olhos verdes e o rosto arredondado com um pequeno tufo de cabelo no topo.

Jhan apareceu ao seu lado e ofereceu uma vasilha com água. A mulher molhou a mão e limpou o bebê, repetindo o gesto até o ter limpo. Caminhou até Ilis e se ajoelhou entre as suas pernas, colocando com cuidado a criança nos seus braços junto ao seu peito. A loba apoiou a testa na dela, aspirando seu cheiro e sorrindo, contente, com o seu cheiro natural e puro. Ficou surpresa quando viu seu bebê mudar de forma e se tornar um filhote de lobo, ainda pequeno e curioso.

—Essa é a prova de que ela será forte. — Floór garantiu, sorrindo com emoção para o filhote. — E eu sempre olharei por ela.

—Obrigada Floór. — Ilis também tinha lágrimas nos olhos.

Emeril chegou logo em seguida e se ajoelhou ao lado da amada, sorriu tão logo viu o filhote nos seus braços e beijou a bochecha da loba. A criança voltou a mudar de forma e se mostrou como um bebê, dessa vez a feiticeira deslizou a ponta do dedo em sua cabeça, acariciando seus cabelos cinzentos enquanto olhava seus olhos.

—Ela é incrível, Ilis, igual a você.

—Estou feliz que esteja aqui. — Ilis a olhou. — Obrigada pelo que fez, ajudou muito.

—Ao menos pude ajudar em algo. — Ela selou os seus lábios, voltando sua atenção ao bebê. — Você se transformava assim também?

—Não.

—É uma característica dos meus filhotes. — Floór explicou. — Ela terá mais facilidade na forma natural dela, mas vai continuar se desenvolvendo normalmente na parte humana.

—Seu filhote? — Emeril franziu o cenho para ela. — Está dizendo que é mãe da minha filha?

—Não, feiticeira. Estou dizendo que coloquei minha essência dentro de Ilis, assim como coloquei dentro de tantas outras lobas. Isso torna os bebês meus filhotes, mas não me torna mãe deles. Eu somente os guio.

—Então não te veremos mais?

—A menos que queiram muito outro filhote. — Ela sorriu para Ilis. — Eu não te faria esperar por outro.

—Eu faria vários outros. — Ilis riu e olhou para Emeril, levando a mão em seu rosto e acariciando. — Seria perfeito, você não acha?

—Claro, meu amor. Eu iria amar. — Emeril beijou seus lábios antes de se voltar a Floór mais seriamente. — Obrigada, seja lá quem você for, por tornar isso possível. Eu cuidarei desse filhote por todos os dias de minha vida.

—Não esperaria menos. — Floór se concentrou em Ilis. — Você já tem um nome?

—Sim. Se vocês não forem contra, eu gostaria que ela se chamasse Amara. — Ela olhou entre Emeril e Liora, que estava um pouco mais atrás. — Para honrar seus antepassados e escrever uma nova história em nossas vidas.

—Eu ficarei honrada, Ilis Mae. — Liora se pronunciou primeiro, aproximando-se delas junto a Selen.

—Eu amei a ideia, Ilis. — Emeril sorriu e a beijou outra vez.

—Amara Mae. — A loba falou mais firme para Floór. — É o nome do filhote.

—Eu estarei sempre de olho em você então, Amara Mae.

Floór se afastou, lentamente seu corpo assumindo um brilho e então escurecendo de uma vez, desaparecendo diante de todas. Ian e Jhan se aproximaram com um manto, cobrindo o corpo de Ilis ao tempo que sorriam para a criança em seus braços.

—Mais um lobo para a alcateia, alfa. — Jhan sorria. — Você será uma mãe incrível assim como é uma alfa.

—Mais uma alfa para mandar em nós. — Ian brincou, fazendo todas rirem. — Eu seguirei as ordens desse filhote sem pestanejar.

—Com as mães mandonas que tem, ela vai ter a quem puxar. — Selen comentou.

—Por que você não vai caçar, querida? — Liora sugeriu, mas seu tom era mais firme.

—Claro alfa. — Concordou em tom zombeteiro. — Você me acompanha?

Os lobos seguiram o casal e deixaram a feiticeira e a loba juntas, desfrutando do bebê. Ilis acariciou o rosto da filha e então cuidadosamente estendeu para Emeril, ajeitando a filha com a mesma preocupação junto ao peito.

—Ela é grande. Normalmente os bebês não são tão grandes. — Comentou enquanto movia os dedos em suas costas como carícia. — Mas ela é perfeita assim mesmo.

—Sim, ela é. — Ilis deitou a cabeça em seu ombro, permitindo-se descansar. — Não vejo a hora de fazer outro assim.

—Fale isso de novo quando ela começar a mamar. — Isso fez a loba rir mais sutilmente. — Você precisa de algo?

—Eu já tenho tudo o que preciso bem aqui.

—Então não se preocupe com mais nada porque não sairei do seu lado.

E Ilis relaxou diante dessas palavras, porque não havia mais nada que quisesse naquele momento além de estar nele. Emeril somente aproveitou a sensação de paz e realização que se apossou dela, imaginando o que viria a seguir.

Fim do capítulo