Lágrima dos Amantes
Era fim de tarde no dia seguinte quando Tâmara foi para a loja de Liora, levando consigo uma cesta com frascos de poção afim de repor aqueles que estavam em falta. Abraçou demoradamente a amiga tão logo a viu, sanando a saudade em meio a risos e comemorações. Emeril as observou enquanto atendia uma cliente, mantendo a atenção na tarefa ainda que com maior ansiedade para finalizar. Outro cliente entrou e ela não teve escolha senão se dividir entre ambos enquanto sua mãe colocava o assunto em dia.
Somente quando Selen chegou, perto do horário de fechar a loja, que Liora se desvencilhou da conversa e se ateve ao último cliente. Emeril viu sua chance de abordar a feiticeira quando ela seguiu para o fundo da loja a fim de guardar os frascos, imitando seus passos até o estoque. Tâmara riu ao vê-la, não se demorando em a abraçar apertado.
—Bom saber que chegaram inteiras e entendidas! — Falou com ânimo, então se afastou para segurar seu rosto e acariciar suas bochechas. — Agora você é uma adulta oficialmente! Estou tão orgulhosa de você. Sinto como se tivesse te visto crescer, mas faz poucos meses que nos conhecemos.
—Mais que o suficiente para eu te considerar uma grande amiga, Mara. Você me incentivou a me acertar com a minha mãe, agora estou feliz que o tenha feito.
—Vocês se acertariam mais cedo ou mais tarde. — Ela apertou suas bochechas antes de se aproximar e beijar cada uma duas vezes. — Sinto muito pela sua avó. Eu imagino como era a sua expectativa em conhece-la.
—Eu queria ter tido mais tempo com ela. — Lamentou-se. — Mas ela disse ter ouvido o chamado dos magos ancestrais de nossa família.
—É comum acontecer em magos de linhagem mais antiga. — Ela suspirou. — É capaz que quando você e sua mãe-
—Nem pense nisso. Eu só quero aproveitar o que minha avó deixou para eu aprender nos livros dela, quem sabe assim eu possa conhece-la melhor?
—É um bom plano. — Tâmara acariciou seu rosto. — Há algo que precise daqui?
—Não. Mas talvez eu precise de algo que somente você pode oferecer?
—Não fale assim que eu já me animo. — Ela sorriu enquanto a feiticeira revirava os olhos. — O que eu posso oferecer à filha preferida de minha amiga?
—Eu estava pensando se eu não poderia te oferecer um jantar em sua casa enquanto temos essa conversa, que tal?
—Tentando me comprar com comida na minha própria casa, o assunto deve ser sério.
—Mas ao menos você ganha uma boa refeição sem se esforçar.
—Está bem, você me conquistou. Só me ajude a guardar esses frascos.
Emeril sorriu em expectativa, então ajudou Tâmara a guardar as poções e ambas se despediram de Liora e Selen, seguindo para o outro lado do comércio. Emeril já tinha se acostumado ao aspecto moderno e requintado daquela parte da cidade, mas ainda contemplava com ar maravilhado os detalhes de cada estrutura.
Tâmara não precisou dizer para se sentir em casa, tão logo a feiticeira retirou os sapatos na entrada, seguiu para a cozinha e abriu as portas dos armários e da geladeira a fim de fiscalizar o que ela tinha a disposição. Deixou que ela se entretece enquanto tomava banho e mudava para roupas casuais, prendendo o cabelo num rabo mais frouxo. Quando voltou para a cozinha, encontrou Emeril com a comida toda encaminhada, o cheiro percorrendo sua casa num aroma hipnotizante. Parou ao lado dela e olhou para as panelas, gostando do aspecto das ervas e dos legumes, mas salivou quando viu ela preparar uma crosta na carne.
—Sua loba não tem do que reclamar com essas mãos. — Comentou com um sorriso de lado.
—Ela não tem nada do que reclamar. — Concordou. — Nossas barrigas sempre estarão bem preenchidas contanto que ela traga para casa. — Riu baixinho, olhando-a de lado. — Você ainda cultiva ervas raras?
—Sim. Liora sempre me encomenda para fazer algumas poções mais específicas.
—Você me ensinaria a cultivá-las?
—Eu poderia, mas precisa de um solo específico que eu cultivei por anos para poder plantar essas ervas. E é um cuidado diário.
Por isso elas não conseguiram em outro lugar, pensou com pesar, chegando à conclusão de que não tinha outra solução senão pedir pelas ervas.
—Você poderia me ajudar aqui alguns dias para eu te ensinar os cuidados. Assim você pode começar a cultivar o solo e eu te faço algumas mudas para plantar daqui há alguns meses. — Tâmara prosseguiu quando ela não falou nada.
—Claro, eu iria adorar, obrigada Mara.
—Não há de quer garota. Eu vou te ajudar a servir tudo isso. É um banquete!
Ela buscou por uma tigela maior de vidro, onde Emeril colocou os dois filés de carne frita e crocante no centro, em seguida acrescentou os legumes ao redor e enfeitou com as ervas. Elas foram para a mesa e começaram a comer, Tâmara serviu vinho e colocou uma música para tocar, preenchendo o ambiente enquanto elas conversavam casualmente.
—Então... Jogue na mesa seu pedido, nessa altura a comida já está fazendo digestão, eu aposto que os feitiços que colocou junto me farão aceitar qualquer coisa que pedir. — Tâmara falou com senso de humor, recostada na cadeira e as mãos sobre a barriga, saboreando a sensação de estar satisfeita com um bom prato.
—Eu sei que você não vai gostar, mas eu preciso de um pouco daquelas ervas para fazer uma poção de cura.
—Algum dos seus amigos está ferido gravemente?
—Não é alguém que eu conheça, mas se eu te falar quem é você vai ficar irritada, então será que eu posso me explicar depois que tiver tudo resolvido?
—E te deixar andar com ervas por aí?
—Exatamente. Mas é por um bom motivo.
—Por que seria um bom motivo se você não pode me contar para quem vai dar essas ervas?
—Porque faz parte de um plano para te ajudar, mas eu preciso desse favor primeiro.
—Você ainda está pensando sobre a maldição? Garota, eu já te mandei esquecer isso. Não é problema seu. E você devia estar pensando no universo de coisas que tem para fazer depois do ritual, não se arriscar numa coisa que é impossível.
—Eu encontrei uma forma de quebrar sua maldição, Mara. — Insistiu. — Se me ajudar agora, não precisarei matar o desgraçado.
—E por que não me fala o plano maravilhoso que bolou?
—Porque envolve as bruxas, elas me ajudarão.
—Você vai confiar em bruxas? — Ela balançou a cabeça. — Eu sei que você veio do meio do mato, mas deixa eu te atualizar: bruxas sempre vão querer se aproveitar da situação. Então não importa o que tenham prometido, esquece! Elas vão te enganar.
—E sou eu quem veio do meio do mato? Nem todas as bruxas são desse jeito, as coisas mudam, Mara.
—Não é porque você conheceu uma bruxa no seu caminho que isso muda as demais, Emeril.
—Eu não estou mudando ninguém, Mara, mas é você quem está fechando os olhos para os fatos.
—Estou? Com que grupo de bruxas você esteve andando para ter ficado tão experiente?
—Um que aceitou me ajudar com Henri sabendo que eu ajudaria você. — Ela se levantou, dando-se por vencida. — Se você não quer me ajudar eu não posso fazer nada. Arranjarei outra forma de deter Henri.
—Você devia desistir de uma vez, garota. Eu já falei que não tem nada a ver contigo essa maldição. — Falou mais alto, uma vez que a feiticeira caminhava em direção a saída.
—Não se trata só de você Mara. — Respondeu alto de volta. — Henri trará guerra entre todos nós se não resolver isso de uma vez!
—O que? — Ela se levantou rapidamente. — Emeril, espere! — Ela correu para alcança-la, ficando a sua frente. — Como assim aquele idiota traria guerra?
—Porque ele tem um monte de aliados, Mara. — Ela suspirou, cruzando os braços.
—E o que ele prometeu a esses aliados? Ninguém seguiria um idiota como ele, mesmo a família dele não tem tanto dinheiro assim para distribuir. — Ela segurou seu rosto no centro da sala de estar. — O que ele prometeu, Emeril? Eu preciso saber se realmente quer que eu te ajude nessa maluquice.
—Se eu disser tudo, você vai me dar as ervas?
—Se me disser o que sabe, então eu te ajudarei. Se uma guerra com bruxas é o que custa para nos movermos contra aquele idiota, então que assim seja.
Emeril optou por ser sincera com a amiga, esclarecendo tudo o que tinha descoberto e bolado com Helena. Tâmara entregou a poção do qual ela precisava, mas insistiu em estar com ela no dia que confrontasse Henri a fim de prevenir qualquer ataque.
Com a poção em mãos, foi questão de dias para Emeril contatar as bruxas de Helena e ter todas trabalhando no feitiço do Lago das Ninfas. Depois disso Ilis a aconselhou a fazer com que fosse Henri que a convidasse para comparecer ao Lago, assim não levantaria suspeitas sobre os seus planos. Para isso acontecer, as bruxas de Helena deixaram correr o rumor que Ilis e Emeril tinham rompido, nesse meio tempo a feiticeira voltou a morar com a mãe e a loba permaneceu na casa, ambas evitando se falarem diretamente e se encontrando somente nos sonhos que compartilhavam, também evitando demais desconfianças.
Dessa forma, a ideia do encontro no Lago das Ninfas foi sussurrado no ouvido do bruxo como uma chance de finalizar os assuntos com sua antiga amante como era costume antigo. Foi numa carta que Henri combinou um ponto de encontro com Emeril, somente então a levando para a beira do lago.
Era noite e nenhuma lua pintava o céu, Henri usava uma bermuda colorida e uma regata escura, um sapato fechado mais casual. Emeril usava uma saia florida com fundo escuro e uma camisa de alça, permanecendo descalça e os cabelos presos numa trança nas costas. Eles se olharam por um longo instante antes da feiticeira se afastar, contornando o lago perto da beira.
—Fiquei surpresa quando recebi o convite. — Ela falou enquanto andava. — É um lugar bonito. Você quer pintar de sangue um lugar assim?
—Como se você também não quisesse me matar, Emeril, não seja hipócrita. Olha o que fez com o meu rosto. — Ele a seguiu mais lentamente, olhos atentos em seus movimentos.
—Você poderia simplesmente retirar a maldição de Tâmara e eu consertaria seu rosto.
—Para ela ir atrás de minha mãe?
—Depois de tanto tempo e você ainda está preocupado com isso, Henri? Sua mãe foi embora. Se ela realmente quisesse algo com Tâmara ela não teria ido embora. — Diante do silêncio dele, ela parou de andar e o olhou. — Tâmara é uma mulher incrível, Henri. Ela errou, eu entendo isso. E entendo que perder parte de sua família é horrível, que se sinta responsável em punir esse erro. Mas isso já foi longe demais. É passado. Você pode seguir sua vida.
—Tudo bem, você me convenceu. Eu retiro a maldição daquela mulher se ela vir e me pedir desculpas.
—Te pedir desculpas? Pelo que exatamente?
—Por destruir minha família, é claro. Ela não merece ficar livre sem pagar um preço.
—E ela já não pagou? Ela não sente nada por ninguém há muito tempo, Henri. Isso já não é sofrimento o suficiente?
—Se for o suficiente ela não terá qualquer problema em vir e me pedir desculpa se está tão desesperada para se livrar da maldição e se enfiar na cama de outra mulher casada. Acho que é algo natural para a sua raça, não é?
—Do que está falando?
—Vocês, feiticeiras, são piores que bruxas, gostam de seduzir e depois jogam fora quando estão satisfeitas, não é mesmo? Não foi o que você fez comigo e então com aquela loba?
—Só significa que estou disponível para novas aventuras. — Emeril sorriu, não se deixando atingir. — Ou vai me dizer que você também não se divertiu?
—Muito. Mas esses tempos não voltam, não é?
—Não, não voltam. — Concordou, visualizando o lago. — Eu posso falar com Mara e convencê-la a falar com você se você prometer que não fará nada contra ela.
—Você tem minha palavra. — Ele estendeu a mão, mantendo a expressão séria.
Emeril respirou fundo, mantendo a desconfiança sem transparecer conforme se aproximava, após um instante de hesitação, segurou a mão do bruxo. Eles se encararam enquanto ele mantinha firme o aperto de sua mão, analisando-a. Emeril respirou fundo outra vez, piscou, no instante seguinte o rapaz caía no chão, semiconsciente enquanto era puxado por raízes em direção ao Lago. A feiticeira não entendeu exatamente o que estava acontecendo, mas viu uma luz escura ser puxada do corpo do bruxo em direção as pedras nas margens.
É assim que acontece? pensou consigo mesma, observando-o submergir. Eu sequer precisei fazer nada. Estranhou que ele não reagisse e se perguntou se deveria intervir, se deveria se preocupar que o Lago sugasse energia demais até deixa-lo seco, o que significaria uma guerra com as bruxas. Tâmara apareceu na borda do lago na outra extremidade, ergueu uma mão, mostrando a Emeril, lágrimas nos olhos alertando de que tinha conseguido se livrar da maldição.
Com isso em mente, a feiticeira ergueu a mão em direção ao lago e conjurou um feitiço, retirando o bruxo de dentro e o colocando em solo. Ele não respirava e tinha perdido sua aparência saudável. Respirando fundo, Emeril buscou resgatar parte da energia que o feitiço nas pedras tinha contido, transferindo para o corpo do rapaz com rapidez e minúcia. Também decidiu consertar as queimaduras no processo, imaginando que isso ajudaria com o acordo que tinha em mente.
Assim que terminou, Henri acordou, cuspindo água e atônito. Sentou-se e se levantou rapidamente, buscando entender o que tinha acontecido, o espanto vibrando em seus olhos enquanto olhava para o Lago e então para Emeril, que tinha olhos estreitos nele, analisando-o à espera de um ataque.
—Eu não achei que o feitiço estava tão ativo nesse lugar ainda. — Ele falou, movendo uma mão pelos cabelos para afastar do rosto.
—Eu senti um feitiço que puxava sua energia vindo do lago. — Emeril comentou, olhando para as bordas do Lago. — Eu achei que não fosse conseguir te tirar com vida. O que é esse lugar?
—Um lugar de um antigo ritual de bruxas que afogavam os amantes. — Ele cuspiu mais água no chão, soltando um grunhido frustrado. — Eu fui um idiota, devia ter sido mais cuidadoso. O Lago das Lágrimas não é brincadeira.
—Mas por que ele te puxaria? Eu não sou uma bruxa e muito menos sua amante.
—Homens são menos comuns como bruxos. A maioria de nós nasce sem poderes, as mulheres são privilegiadas. Quem fez esse feitiço era uma mulher, sempre terá a tendência de atrair para dentro os homens. — Ele limpou a boca com as costas da mão, então mirou a própria mão, praguejando. — Droga...
—O que foi? Você se machucou? — Ela se aproximou um passo, segurando seu pulso para visualizar a palma. — Não vejo nada.
—Porque não há mais nada. Era onde a marca da maldição ficava. Eu devo ter ficado fraco demais.
—A maldição se quebrou?
—Parece que sim. — Ele a encarou com olhos estreitos. — Você nunca ouviu falar do Lago das Ninfas?
—Você esquece que morei todo aquele tempo na floresta. Não tem como eu saber de coisas das bruxas.
—Até porque bruxas não confiariam algo tão antigo a um mago.
—Eu não me importo com as bruxas. Já tenho muito com o que me preocupar. — Ela cruzou os braços, suspirando. — Então o que você vai fazer agora? Vai amaldiçoar Mara de novo?
—Não é tão simples amaldiçoar alguém assim. — Ele voltou a passar a mão nos cabelos, surpreendendo-se ao se dar conta de que as queimaduras tinham desaparecido, fazendo-o apalpar o rosto, um sorriso perplexo tomando conta dos seus lábios. — Você consertou?
—Não é tão difícil assim com prática.
—Mas por que? Se me deixasse morrer a maldição seria quebrada.
—Eu não quero ter seu sangue nas minhas mãos, Henri. Então espero que isso lave suas mágoas de Mara e a deixe em paz de agora em diante. Não vou te ajudar uma segunda vez.
—Meus pais me ensinaram muitas coisas, a defender nossa honra, não perdoar os inimigos, mas também não ser ingrato. Obrigado Emeril. Não vou ferir ninguém que seja próximo a você porque você salvou minha vida.
—Assim espero, Henri. — Ela estendeu a mão, eles apertaram uma segunda vez, dessa uma luz escura brilhando na palma de ambos antes de desaparecer. — Isso vai selar nosso acordo.
Ele moveu a cabeça para concordar, num piscar de olhos teleportando a ambos de volta para a cidade dos elfos. Ele ainda hesitou no lugar, olhando-a, como se buscando acreditar no que tinha acontecido.
—O que você vai fazer agora?
—Vou atrás de Ilis e me desculpar, é claro. Isso serviu para me mostrar que não devo desperdiçar tempo. — Ela sorriu e se afastou um passo. — Te desejo o melhor, Henri.
Ela não esperou por resposta, contente demais que o plano tinha funcionado para arriscar que ele desconfiasse. Foi direto para casa, Ilis a esperava na porta junto dos seus lobos, devido a lua nova estavam sem a audição, mas tão logo a avistou, Emeril correu em sua direção e pulou em seus braços. Jhan e Ian riram com a cena, comemorando enquanto elas giravam animadas no lugar.
—Nunca mais saia de casa. — Ilis sussurrou junto dos seus lábios. — Eu morri de saudades, Emeril.
—Eu também, querida. Eu não vou mais sair do seu lado. — Ela a beijou, sorrindo contente. — Mas acho que vocês têm que ir agora, não é?
—Sim, temos. Mas eu queria checar você com os meus olhos primeiro. Ele não tentou nada, tentou?
—Não, meu amor. Estou bem. Você precisa mesmo ir com o nosso filho em sua barriga?
—Não vou sair da cidade, não se preocupe. Há um lugar que Zenn nos cedeu para ficarmos juntos. Alguns lobos dela ficarão conosco. Nada com o que se preocupar.
—Eu sempre vou me preocupar. — Sorriu, enchendo seu rosto de beijos. — Mas confiarei sempre em você para voltar para casa com o nosso bebê.
—Sempre, meu amor. Espere por mim.
—Sabe onde me encontrar. — Garantiu, acariciando seu rosto uma última vez antes de se afastar, bagunçando os cabelos dos lobos. — Se cuidem e voltem inteiros. Não deixe que ela faça nenhuma besteira.
—Não podemos prometer! — Ian sorriu.
—Mas tentaremos. — Jhan garantiu.
Eles foram andando pela rua, Emeril entrou em casa, sorrindo aliviada pela sensação de estar em casa. Mas sequer teve tempo de respirar fundo antes de ouvir as batidas apressadas na porta. Suspirou e abriu, encontrando Tâmara em puro êxtase e em meio a lágrimas, jogando-se nela e a apertando com força. Riu baixo, surpresa, retribuindo ao abraço.
—Você não tem ideia do que fez por mim, Emeril. Não sabe o peso que tirou de mim.
—Fico feliz que tenha funcionado Mara. É bom te ver feliz agora.
—Qualquer coisa, Emeril, qualquer coisa nesse mundo mesmo... — Ela segurou o rosto da feiticeira e a olhou com seriedade em meio a lágrimas. — Você pode me pedir, a qualquer momento, e será seu.
—Eu não quero nada, Mara, fique tranquila.
—Quando quiser, garota, sempre surge coisas na vida, você viverá para ver.
—Assim como você.
—Vamos comemorar! Tudo por minha conta! Você deve estar faminta.
—Estou, realmente.
—Vamos então.
—Se importa de chamarmos minha mãe e Selen? Acredito que elas já podem saber o que fizemos hoje.
—Você não contou o que faria hoje?
—Não?
—É bom forrar bem o estômago da sua mãe, porque ela vai soltar fogo em você.
—Vamos comer num local público? — Sugeriu, fingindo temer a fúria da mãe.
—Você é incorrigível garota!
Ainda incapaz de conter a animação, Emeril foi levada por Tâmara para fora, que não continha a felicidade, mas ficou feliz que estivesse conhecendo esse lado dela, sem amargura e tristeza. Estava livre da maldição e ninguém tinha saído ferido. Considerou uma vitória dupla.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Andreia
Em: 01/10/2021
Bom dia Alex como sempre perfeito e muito emocionante a linda história das personagens está de parabéns poderia ter uma continuação com os filhos delas o que vc de pensar com carinho.
A Emeril é muito esperta consegui derrota o idiota sem fazer esforço nenhum e ainda ajudou Mara com a maldição ficou muito legal.
Abraços...
Resposta do autor:
Olá Andreia!
Sinceramente nunca pensei em fazer uma continuação, mas quem sabe eu faça um conto eventualmente para matarmos a saudade dessas duas futuramente?
Emeril é um amor de astuta hehe
Abraços!
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