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A feiticeira e a loba por Alex Mills

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Palavras: 4216
Acessos: 849   |  Postado em: 16/07/2021

Laços frágeis

—De novo? — Mara sorriu ao encontrar Emeril alguns dias depois. — Meio tarde para almoçar, não acha mocinha? Liora foi ao mercado comprar uma erva, deve voltar logo.

—Eu sei. Vi ela saindo e vi que você estava aqui. Então te trouxe um doce. — Ela ergueu outro pote.

—Está tentando me comprar?

—Um pouco. Queria te pedir algo.

—Claro, qualquer coisa.

—Pode me ensinar como fez para atravessar a terra aquele dia?

—Tem certeza? Sua mãe pode não gostar que esteja aprendendo comigo.

—É um feitiço bastante útil.

—Eu sei. E por isso insisto que aprenda algo com sua mãe.

—Não quero ser um problema para o trabalho dela. Eu peço a ela no dia de folga. Até onde você me disse, você não trabalha para ela, então... Pode me ensinar?

—Precisa de ajuda, minha querida?

Liora entrou na loja, passando pelas prateleiras e se colocando entre ambas.

—Oi, mãe.

—Você nunca é um problema para mim, querida.

—Só não queria atrapalhar seu trabalho, mãe. E também porque eu gostei do feitiço que Mara executou aquele dia, passar por baixo da terra.

—É um feitiço realmente impressionante. Mas infelizmente você não pode aprendê-lo.

—Pode ser difícil, mas eu sei que consigo. É só me dizer como funciona.

—Você consegue aprender feitiços rápido realmente. — Mara falou num pequeno sorriso. — Acho que eu esqueci de mencionar um detalhe sobre o feitiço que é criado no ritual.

—Você andou ensinando a ela sobre o ritual sem me pedir? — Liora a encarou incrédula. — Você não devia ter feito isso. É minha filha.

—Fui eu quem pedi, mãe.

—E ela não devia ter dito. Você sabe a importância disso, Mara.

—Não é culpa dela. Ela só me esclareceu algumas dúvidas, foi só isso. Você tem andado ocupada, eu não quis te atrapalhar ou ficar atrasada para quando for a hora.

Liora respirou fundo, massageando a ponte do nariz enquanto recuperava a calma. Olhou entre ambas e ofereceu um pequeno sorriso para a filha, tocando seu rosto.

—Me espere lá fora, querida.

—Você tem que trabalhar, mãe.

—Não se estou negligenciando seus estudos. Me espere lá fora enquanto fecho a loja, tudo bem?

—Tem certeza?

—Tenho. Serei breve.

Emeril olhou para Mara, que somente assentiu, deixou o pote com doce sobre o balcão e saiu da loja, encostando-se na parede ao lado da porta. Cumprimentou de volta pessoas que acenavam na sua direção, tentando ouvir se sua mãe discutia com Tâmara.

—Veio comprar uma poção enquanto Ilis está fora?

Selen parou a sua frente, um pequeno sorriso nos lábios enquanto cruzava os braços. Emeril somente suspirou, desistindo de ouvir o que sua mãe dizia a Mara.

—Você veio comprar uma poção para te deixar menos chata? Acho que minha mãe não achou a erva certa.

—Muito engraçado.

—Você marcou algo com minha mãe?

—Não. Só estava passando e te vi sozinha aqui. Está tudo bem?

—Acho que arranjei problemas para Mara.

—Por que? Você só a conheceu esses dias.

—Sou um gênio, não sou?

—Não pode ser tão mal assim. O que aconteceu?

—Naquele dia eu vim procurar minha mãe para tirar dúvidas sobre o livro. Acabei tirando as dúvidas com Mara.

—Sua mãe não me parece ser possessiva desse jeito sobre você. — Pausou, coçando a nuca e balançando a cabeça. — Não, ela é sim.

—Foi por causa do ritual. Eu não sabia que não podia perguntar a outra pessoa.

—Que ritual? Há algum ritual da sua família?

—Não só da minha. Pelo que entendi há um ritual importante que marca a passagem para a idade adulta. Apenas os pais participam. Mas teoricamente falando eu não estou na idade para isso.

—Acho que já ouvi falar, mas nunca dei importância.

—Por que daria? É minha cultura. Você não passaria por esse ritual.

—Não. Tenho meus próprios rituais. Se teoricamente você não está na idade, o que mudou isso?

—Não vem ao caso. O fato é que eu não devia ter perguntado como funciona o ritual para Mara. Eu a deixei com problemas com minha mãe.

—Por que você não tira suas dúvidas com sua mãe? Ela sempre espera por uma abertura sua.

—Só se eu começasse a praticar durante a noite. E eu não tenho muito tempo até esse ritual, então provavelmente vou ter que fazer isso.

—E vai abrir mão da fome do seu lobo?

—Do que está falando? Ilis partiu um dia antes por causa das outras alcateias da cidade.

—E te deixou um presente bem grande para durar até quando ela voltar, pelo visto.

Selen tentou tocar a marca no pescoço dela, mas Emeril segurou seu pulso, impedindo sua intenção no meio do caminho. Suspirou, desconfortável.

—Não é o que está pensando. Ilis não me deixa marcas visíveis para ficar marcando território.

—Então o que é isso? Olhando bem...

A porta se abriu, Mara saiu e olhou diretamente para Emeril, que engoliu em seco. Estendeu a mão marcada, seu rosto se tornando mais sério e a voz mais dura.

—Se não contar você mesma, tire isso.

—Você sabe que não farei isso. — Emeril falou devagar, respirando fundo.

—Você não está impossibilitada de falar por causa da marca. — Selen falou.

—É uma marca mais sofisticada. — Liora saiu da loja, encarando a filha. — Impede que ela fale. Confesso que é impressionante você estar aperfeiçoando feitiços com esse grau de minúcia. Mas você precisa tirar isso de Mara.

—Desculpa, mas não farei isso. — Emeril disse num suspiro. — Não prejudica Mara. Você só tem que parar de fazer essas perguntas para ela. Não é culpa dela.

—Então é culpa minha?

—Mãe...

—O que eu te fiz para estar me punindo, Emeril?

—Não estou punindo você. Eu nunca faria algo assim com você. Nunca, mãe.

—Então por que está escondendo o que está acontecendo? — Ela se aproximou e ergueu o queixo de Emeril, que somente cruzou os braços. — Eu saberia se tivesse alguma marca em seu corpo que te impedisse de falar.

—Também não há nenhuma marca em seu corpo que te impeça de ver o que está acontecendo. Por que você não está vendo, mãe? Por que todos estão vendo e você não?

—Vendo o que, querida?

—A... mim.

Liora abriu a boca, mas não sabia o que dizer. Os olhos de Emeril se encheram de lágrimas, mas ela escondeu o rosto no pescoço de sua mãe antes que mais alguém visse, recebendo as carícias em seus cabelos e em suas costas.

—Diga para mim... O que não estou vendo em você?

—Liora... Não pressione. — Selen tocou seu ombro. — Ela vai falar quando estiver pronta. Confie em mim

—Tudo bem. Vou levá-la para casa.

—Se precisar de mim basta dizer.

Liora acariciou seu rosto em agradecimento, acenando para Mara e só então levando Emeril para casa.

—Por que ela diria algo que a está atormentando para você? — Selen perguntou a Mara, sem entender. — Ela não se abre com ninguém assim.

—Talvez ela esteja angustiada demais para segurar isso para si.

—E Ilis está fora da cidade com os lobos. O que a deixa sozinha já que não está falando comigo. Espero que ela fale com Liora. Nunca a vi chorar.

—Se eu pudesse quebrar essa marca... Era para ser uma notícia boa. O início da contagem para o ritual sempre é uma notícia boa.

—Como esse início é marcado?

—Pergunte a Liora. Talvez isso a faça ver.

Selen continuou sem entender, mas não perguntou mais nada, sabia que Mara não poderia responder.

—Não estou com fome, mãe. — Emeril reclamou, movendo a colher na sopa, sem ânimo.

—Você precisa comer algo. O dia todo sem comer não vai te ajudar, querida.

—Eu sei, só... Você não está brava comigo?

Liora contornou o balcão da cozinha e sentou ao lado da filha, virando seu rosto para que pudesse olhar em seus olhos castanhos. Emeril suspirou, segurando a mão da mãe e oferecendo toda a atenção.

—Estou preocupada com você. Brava não. Desculpa ter deixado você sozinha aqui. Devia ter dado mais valor nos períodos que Ilis não está.

—Em alguns meses não vou mais estar sozinha quando ela se vai.

—Eu me acostumei a estar sozinha nesses anos, não devia ter imposto isso a você. Ainda mais num lugar que não conhece.

—Você precisa trabalhar, eu entendo isso. Tenho buscado me manter ocupada como sempre fiz na floresta.

—Eu sei. Mas precisamos resolver alguns pontos.

Emeril assentiu, cansada, e começou a comer devagar, ainda sem muita vontade, mas gostou do sabor que tinha, continuando a comer sem reclamar.

—Um passo por vez. — Liora voltou a falar, acariciando os cabelos dela. — Sobre o feitiço de Mara. Você não pode aprender, porque ela desenvolveu aquele feitiço com a filha dela, no ritual. Todo feitiço desenvolvido durante o ritual, não pode ser aprendido por outra família.

—Eu não fazia ideia. — Respirou fundo, brincando com a pequena folha que bolhava. — Onde está a filha dela?

—Viajando. Mas não sei se um dia você vai conhecê-la. Ela saiu daqui brigada com Mara, já faz anos.

—Isso é horrível. Mara falou tanto que o ritual estreita os laços entre os pais e os filhos.

—Sim, estreita, mas somente se estiverem fixos antes. — Liora suspirou, pegando a colher de Emeril e levando a sopa até sua boca, o que a fez sorrir por um instante, mas aceitou. — Por isso, querida, eu faço questão de que tire suas dúvidas comigo. Se não estivermos com o mesmo pensamento no momento do ritual, as coisas podem dar errado.

—E você saberia se tivesse chegado a hora de preparar o ritual?

—Sim. Teríamos uma marca no pescoço. Ela cresceria e formaria um símbolo e somente quando o símbolo estiver completo, será a data do ritual.

—O símbolo aparece em nós duas ao mesmo tempo?

—Não. Normalmente não. E por isso, vou manter um olho em você de hoje em diante, bem de perto. Não quero negligenciar mais seus estudos do que negligenciei.

—Não quero que pare de trabalhar.

—Não vou. Pensei em algo melhor. Você não precisa me responder hoje, mas acho que quanto menos tempo, melhor. Então... Emeril, minha querida, quer trabalhar comigo na loja?

—Eu achei que Mara trabalhasse lá.

—Ela vive indo lá, sim, mas ela tem sua própria loja. Eu trabalho sozinha, e como você viu o nome, eu pensei em manter o negócio em família.

—Como vou treinar enquanto trabalho, mãe?

—Você terá minha assistência direta. O jardim nos fundos da loja? Você vai treinar lá e eu vou manter minha atenção toda em você. Assim, qualquer dúvida que tiver, no momento que for, eu estarei bem ali.

—Por que me quer lá, mãe? Por que agora? Já faz quase dois meses.

—Porque sou uma tola. Devia ter feito essa proposta antes.

—Mas não fez.

—É tarde demais? Você não quer meu auxilio?

—Eu quero estar perto de você, mãe. Eu sempre quis. Nunca entendi o motivo de estar com meu pai quando tudo que queria era estar com você, e sei que isso soa egoísta, mas eu preferia ter passado a vida fugindo ao seu lado do que ficado confinada naquela floresta. — Respirou fundo, afastando a tigela com sopa. — Então finalmente estou aqui, no mesmo teto que você. Mas você não esteve aqui em momento algum. Era pior do que estar na floresta, porque aqui é horrível.

—Querida...

—Mãe, é horrível ter todas as expectativas acabadas. Sempre achei que quando nos encontrássemos seriámos somente eu e você, independente de tudo.

—Está chateada comigo porque passei mais tempo com Selen esses dias?

—Mãe, eu não me importo que esteja apaixonada por Selen, nem qualquer outra pessoa. Também já me apaixonei por ela, mas de forma muito diferente. Ficarei feliz se ela não fizer com você o mesmo que fez comigo. Não é esse o ponto. Foram dois meses que fui somente reconhecida por ser sua filha, dependente da paciência de Ilis para enfrentar o mundo de pessoas nesse lugar. Foi horrível. Você não estava lá como sempre achei que estaria. E talvez a culpa seja minha, porque eu nunca devia ter criado expectativas.

—Não é um problema criar expectativas.

—Mas foi. Mãe, eu nunca conheci nada parecido como esse lugar. Nunca vi pessoas como vi aqui. Eu não estava... Eu não estou preparada para enfrentar isso tudo. Eu não sei como seria começar a trabalhar com você e enfrentar todas aquelas pessoas me cumprimentando por ser filha da mulher que impediu a pior parte da guerra ao matar o próprio pai. E também não sei como vão ser as coisas de hoje em diante. Você só... Você não é... — Pausou, desviando o olhar para o balcão, deixando a frase sem terminar.

—Diga, Emeril, eu sei que quer dizer.

Ela se levantou e ficou de frente a mãe, que esperou, tentando conter as próprias lágrimas com a dor que sentiu diante do que sua própria filha contava.

—Você não é como achei que seria, e não é a pessoa que achei que fosse.

—Eu falhei como mãe, Emeril?

—Não, não. Eu só sinto muito por ter criado expectativas, por ter feito uma imagem sua e não te conhecido de verdade.

—Então ainda podemos consertar isso.

—Sim, podemos. Eu quero, ao menos. Só não sei como.

—Desculpa por te deixar sofrer qualquer pressão. Eu sinto que falhei com você de várias formas. Também não foi a forma que imaginei que seria nosso tempo juntas. Então, por favor, pense melhor sobre trabalhar comigo.

—Tudo bem. Só para deixar claro. — Emeril a abraçou, beijando sua bochecha quando se afastou. — Não estou brava com você. Eu te amo. Só estou cansada de esperar que você pare para notar algo diferente aqui. Então vou dormir, e amanhã nós conversamos melhor.

—Bom descanso.

—Você também. Abra a porta. Selen está lá fora, andando de um lado para o outro.

Liora sorriu, então Emeril subiu para o seu quarto.

Liora foi abraçada pela elfo de maneira carinhosa tão logo abriu a porta, o que a fez sorrir, sentindo alívio, mas as lágrimas vieram com força, de forma que se agarrou ao corpo da mulher com mais força. Selen acariciou suas costas, não falando nada a espera que se acalmasse. Liora sentiu-se acolhida e segura nos braços dela, e lentamente se afastou, segurando sua mão e a levando para seu quarto em busca de privacidade. Fechou a porta e a levou para cama, ambas sentando na beira.

—Como foi o resto da tarde com Emeril? — Perguntou devagar, limpando seu rosto das lágrimas.

—Estranho. Ela não falou nada até agora a noite.

—Emeril? Quieta? Eu nunca a vi ficar muito tempo quieta. A não ser quando treinávamos na floresta e ela tinha que focar. — Suspirou, desviando o olhar. — Mas também nunca a vi chorar. E preferia que não te afetasse dessa forma.

—É minha filha. Ela me disse tanto essa noite. Tanto...

—O que ela te disse para te deixar nesse estado Liora? Não gosto que fique triste assim.

—Não estou triste. Estou decepcionada comigo mesma.

—Você não fez nada errado.

—Mas também não fiz nada certo. Eu a deixei sozinha aqui e tirei a amiga dela de perto. Ela teria razão em me odiar.

—Liora, você não fez nada. Meus problemas com Emeril não são sua culpa.

Liora balançou a cabeça e desviou o olhar, suas mãos sendo seguradas e acariciadas, proporcionando algum conforto.

—Emeril estava daquele jeito por causa de nós duas?

—Não. Eu acho que não. Ela está decepcionada comigo. Eu não estava aqui quando ela precisou de mim. E não estou vendo o que exatamente aconteceu com ela que a deixou tão triste, se foi meu descuido como mãe dela, ou se tem algo além disso. Ela não marcaria Tâmara à toa.

—Bem... Das poucas vezes que falamos desde que chegamos aqui, ela estava incomodada sobre o ritual entre vocês. E visto que é justamente sobre isso que ela foi falar com Mara, já eliminamos várias opções.

—O ritual? — Seus olhos estreitaram. — Ela me perguntou sobre ele também.

—O que exatamente?

—Nada específico. Perguntou se eu saberia quando fosse a hora de fazê-lo.

—E como você saberia? Mara pediu para que eu perguntasse a você sobre.

—Mara? É fácil saber. Quando aparecesse a marca em nosso pescoço, contaria o início dos preparativos.

—Que tipo de marca?

—Depende. Para cada família é diferente. Por exemplo, essa é a marca que tive com minha mãe.

Liora prendeu os longos cabelos num coque, virando o rosto e mostrando um triângulo com abas grossas, mas as faixas escuras estavam se desfazendo como se caíssem aos pedaços. Ela estranhou quando passou os dedos sobre a própria marca, assustando-se quando se deu conta do significado.

—Não acredito...

—Não era para estar assim, era?

—Quando se desfaz é porque outra vai nascer. Como eu não vi isso antes?

Ela se levantou e foi até o espelho, observando com mais atenção seu símbolo, desfeito até a metade. Selen a seguiu, movendo sutilmente a ponta do dedo sobre sua pele.

—Por que está sumindo?

—O de Emeril já deve ter aparecido. Mas ela não tem idade.

—Bem... Isso explica o que vi no pescoço dela mais cedo.

—O que? — Liora a olhou pelo reflexo antes de se virar. — Emeril está com a marca?

—Eu achei que fosse serviço de Ilis. Mas ela negou. Pareceu bem incomodada enquanto dizia que não tinha idade. Que tinha pouco tempo. — Pausou, estreitando os olhos. — Ela mudou de foco quando perguntei o que a fazia estar certa sobre estar no momento de fazer o ritual.

—Quão visível está a marca nela?

—Muito. Parecia um dragão.

Liora teve que sentar na poltrona ao lado, finalmente entendendo o que estava acontecendo, e ao invés de sentir alívio, sentiu culpa. Selen se ajoelhou a sua frente, tocando seus joelhos e a olhando nos olhos, mas encontrou somente um olhar devastado.

—Eu não mereço esse nome. — Sussurrou, sem esperar que a elfo escutasse. — Minha mãe devia tirá-lo de mim.

—Liora...

—Eu sou uma fraude.

—Lio-

—Eu falhei como mãe. Falhei como uma Arin. Falhei como uma feiticeira. Emeril sabe disso. Sabe perfeitamente disso.

—Emeril nunca diria coisas assim para você. Ela te ama. Você não falhou em nada, Liora. Não diga essas coisas.

—É a verdade. — Falou baixo, olhando suas próprias mãos.

—Não é. Você é a melhor feiticeira que a história já viu, é uma mulher incrível, e eu não vou deixar você achar o contrário.

—Eu sou uma péssima mãe, Selen. Eu não dei motivos para Emeril confiar em mim. Eu... Por isso ela marcou Mara. Ela não quer que eu saiba da marca. Ela quer que eu veja.

—Isso é algo bom.

—Como isso seria bom, Selen?

—Porque ela ainda acredita que você vai ver. Então as coisas não estão perdidas, meu amor. Você pode formar uma relação com ela.

—Eu preciso falar com ela. Preciso que ela saiba.

—Não. Não faça isso.

Liora levantou e caminhou até a porta, mas Selen se colocou à sua frente, impedindo que girasse a maçaneta.

—Liora, o que vai falar para ela? Que não está vendo a marca? Isso ela já sabe. Se entendi certo, ela ainda quer você perto, certo?

—Sim, mas-

—Falar com ela, insistir nisso, só vai ser pior. Vai machucar vocês duas mais ainda.

—Selen...

—Eu conheço Emeril, tudo bem? Insistir algo com ela é ruim. Ainda mais quando ela não quer ou não quer admitir. Confie em mim. Dê tempo para a semente florescer.

Liora deixou os ombros caírem, derrotada, então Selen a abraçou, levando-a para cama e ajudando a se deitar. Deitou ao seu lado, abraçando seu corpo para se manter perto, suas testas coladas. Liora fechou os olhos, respirando o mesmo ar da elfo, sentindo seu corpo protestar a exaustão do dia.

—Você a conhece melhor que eu, que sou a mãe. — Falou baixo.

—Convivi com ela durante um ano. E ela não faz o tipo de esconder quem é, de qualquer forma.

—Isso é bom. Talvez eu ainda tenha uma chance.

—Você tem todas as chances.

Liora sorriu, abrindo os olhos para olhar a elfo de perto, passando a acariciar seu rosto carinhosamente. Ela sorriu de volta, cobrindo sua mão entre a sua, e virando o rosto para beijar sua palma.

—Obrigada por estar aqui. Não sei como estaria lidando com tudo sem você sendo tão segura.

—Não te deixaria sozinha. Não agora nem depois.

—Depois?

—Quando as coisas com Emeril estiverem certas, eu quero dar a festa para celebrar nossa união.

—Isso pode demorar, você sabe.

—Não importa. Vou continuar com você, e vou recuperar a amizade dela.

—Está mesmo certa disso?

—Eu nunca tive tanta certeza de ficar com alguém como tenho com você.

—Fico feliz em ouvir isso.

—Fico feliz em te dizer.

—Então seja um bom elfo, e tire as roupas.

—Não está cansada?

—Estou. Só quero sentir sua pele.

—Quer ajuda com as suas roupas então?

—Que gentil da sua parte.

Selen riu, mas fez como foi pedido, deixando suas roupas ao lado da cama antes de retirar as roupas de Liora, cobrindo-se com a coberta antes de voltar a abraçá-la, mantendo seus corpos colados.

—Você é maravilhosa, Liora. Nunca diga o contrário.

Liora sorriu, aninhando-se mais no corpo da elfo, entregando-se a paz que ela emanava. Emeril tentava dormir no outro quarto, mas somente revirava em sua cama grande, vazia durante a lua nova. Dormiu depois de horas, mas despertou quando sentiu algo sobre si, surpresa ao ver Ilis em forma de lobo, boca e pelos sujos de sangue. Passou as mãos sobre suas patas, achando estar sonhando, mas sentiu os músculos firmes sobre seus dedos e constatou que era real. Ilis lambeu sua bochecha, sujando de sangue.

—Meu amor... Eu sei que estava pensando em você, mas não achei que viria em plena lua nova. Onde estão os lobos?

Ilis continuou lambendo seu rosto, descendo pelo seu pescoço, fazendo-a rir com a sensação.

—Ilis... Quer fazer isso nessa forma?

A loba usou os dentes para rasgar a camisa que ela usava, expondo seus seios, a língua rodeando a auréola e então lambendo. Emeril moveu os dedos entre suas orelhas, aproveitando o contato, espantando os últimos resquícios de sono que ainda lhe restavam. Sua calça foi puxada para baixo, e ela ajudou a retirar por inteiro, não demorando para Ilis mover a língua pelo seu abdômen, passando-a uma vez sobre seu sex*, o suficiente para que ela abrisse as pernas. Ilis voltou devagar a forma humana enquanto lambia todo o sex* dela, então mãos humanas agarraram as coxas da feiticeira, abrindo ainda mais suas pernas, devorando-a com fome, sem hesitar até que tivesse o gozo em sua boca. Emeril teve que se conter para não fazer demais ruídos, e acabou rindo enquanto Ilis escalava seu corpo, beijando seus lábios e seu rosto.

—Desculpa... — Ela sussurrou sem qualquer voz. — Eu senti você tão triste, fiquei preocupada.

—Você consegue me ouvir?

Ilis moveu a cabeça, os olhos fixos nos seus lábios, beijando-os.

—Mas posso ler seus lábios.

—Isso não é nenhuma novidade. — Sorriu, puxando-a para perto. — Eu tive uma conversa difícil com minha mãe.

—Ela ainda não viu?

—Não. Mas quer que eu fique mais perto dela, para me treinar e não me deixar sozinha. Talvez assim ela veja, não sei.

—Ficaria feliz em te levar junto na lua nova.

—Mas sei que não pode. Eu não queria atrapalhar, querida. Você não pode deixar os lobos sozinhos.

—Não se preocupe. Achei melhor voltar depois da luta que tivemos hoje.

—Encontraram outros lobos?

—Eles tentaram nos atacar desprevenidos, mas deixaram pegadas, então nós estávamos preparados quando atacaram. Eu matei o alfa deles. — Ela sorriu ao dizer, lambendo os lábios. — Foi maravilhoso.

—Então veio me sujar com sangue dos lobos que matou, senhorita?

—Não me pareceu desgostar, quando se moveu tão bem na minha boca.

Emeril riu, puxando seu rosto para perto, colando seus lábios outra vez, sendo impedida de trocar suas posições, Ilis segurou suas mãos ao lado da cabeça, impedindo que saísse debaixo do seu corpo.

—Ilis... Deixa-me recompensar minha alfa.

—Você acha que eu viria aqui e te deixaria me dominar, Emeril? — Balançou a cabeça, mordendo seu ombro e a fazendo gem*r. — Você vai ficar exatamente onde está.

—Ilis... — Protestou. — Por isso não fica na lua nova? Você fica possessiva demais?

—Eu devia te deixar te joelhos.

Emeril riu, soltando seus braços e abraçando a cintura dela, oferecendo beijos em seu pescoço.

—Obrigada por vir. Não é a mesma coisa sem você. Estava ficando maluca.

—Tente dormir, querida, sei que não está no clima para continuar com sex*.

—Obrigada por entender. Eu gostei mesmo assim pela surpresa. Pode fazer mais vezes.

—A única coisa que vou fazer agora é te fazer dormir.

—Vai ficar aqui? Mas e os lobos?

—Estão mais seguros em casa do que na floresta. Então posso cuidar de você essa noite, e amanhã eu vejo como eles estão.

Ilis beijou seus lábios, aconchegando-se ao seu lado e a mantendo perto enquanto acariciava seus cabelos. Emeril acabou adormecendo em seus braços, os dedos firmes em sua pele, como se ainda duvidasse que estivesse ali.

Fim do capítulo


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