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A feiticeira e a loba por Alex Mills

Ver comentários: 2

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Palavras: 4062
Acessos: 1046   |  Postado em: 12/07/2021

Desconectadas

—Você gostou desse? — Milo perguntou, olhando-se no espelho outra vez.

Era um vestido vermelho de alça, com babados nas pontas que iam até acima dos joelhos. Selen sorriu, fazendo-a girar no lugar.

—Fica perfeito em você. Você gostou?

—Muito. Nunca tive algo tão bonito assim antes.

—Você pode ter mais agora. Minha mãe concordou que posso mimar você o quanto eu quiser.

—Não sou uma criança, elfo.

—Não, realmente, já que agora está sobre a proteção das bruxas. Quer experimentar outro?

Milo sorriu, voltando ao vestiário e trocando de traje, dessa vez usando calças escuras, botas e uma camisa branca de botão.

—Está gostando de estar com as bruxas? — Selen voltou a se sentar, juntando o vestido aos demais trajes.

—Sim. De alguma forma, sinto que era o que minha mãe iria querer para mim. Mas também sinto falta do meu irmão. Eu acho que não devia ter deixado ele para trás. Afinal...

—Ele também é filho da sua mãe. Também tem sangue de bruxa.

—Sim, mesmo que seja um bastardo.

—Você sabe que vai arranjar uma briga se continuar com esse linguajar na cidade. — Selen balançou a cabeça de forma negativa. — Raças mescladas tem aos montes aqui. Chamar de bastardo é uma ofensa.

—Eu vou tentar parar. Não quero arranjar brigas enquanto não aprender a me defender.

—Temos que arranjar um traje para você treinar. Não vou te fazer estragar essas roupas.

—Vocês estão me dando coisas demais.

—Podemos devolver tudo se desejar.

—Claro que não. Nunca tive tanta roupa, não é agora que vou voltar a ficar sem.

—Então relaxa. É o mínimo que podemos fazer por você.

Milo ainda escolheu mais alguns trajes antes de estarem satisfeitas, e foram a um restaurante perto para comer, alternando as sacolas para carregarem juntas. Selen pediu por uma comida típica dos elfos, repleta de legumes e verduras e com uma suave fatia de carne branca.

—Você e Liora parecem estar cada dia mais próximas.

—Sim. Estamos deixando as coisas fluírem no seu devido tempo, sem evitar ou apressar. Está sendo bom.

—Faz pouco tempo que nos conhecemos, mas vejo que você está bem feliz com ela.

—Liora é uma mulher incrível.

Selen sorriu, as bochechas corando sutilmente enquanto bebia mais um gole do liquido transparente no seu copo. Milo continuou a comer, produzindo sons, deixando claro que estava adorando a comida dos elfos. O pequeno restaurante estava lotado em pleno horário de almoço, e várias conversas se misturavam no mesmo ambiente.

Selen olhou sobre o ombro da bruxa, levantando-se para receber Miritz, sua mãe. A mulher tinha sua altura, os cabelos loiros eram curtos em comparação aos da filha, que os mantinha em tranças, seus olhos verdes brilhavam enquanto mirava Selen, ajeitando o casaco de pele de urso sobre os ombros.

—Não sabia que estaria aqui, pirralha. — Miritz falou, tocando o ombro dela.

—Trouxe nosso bebê para comer. — Ela gesticulou Milo, que mostrou a língua para ela. — Mas agora ela tem roupas decentes.

—Fico feliz em saber. Você é uma garota adorável. — Olhou para ela, acariciando os cabelos em sua cabeça

—Obrigada. Você também é muito simpática. Justifica de onde Selen veio.

Miritz beijou o topo de sua cabeça, oferecendo uma caricia em seu rosto antes de se voltar para a filha, os olhos mirando o balcão de atendimento por um instante.

—Mas que bom que te achei aqui. Joah confirmou seu trabalho de volta na loja. Mas sem forja. Você vai vender as lâminas, já que conhece elas tão bem, acho que não vai ter dificuldades.

—Sério, mãe? Isso é ótimo, perfeito. Estava começando a ficar preocupada.

—Quem é Joah? — Milo perguntou, curiosa.

—Se não me engano, ele é o quinto na linha de adoção de minha mãe. Meu irmão.

—Ele é engraçado que nem você?

—Eu sou a mais engraçada, não é mãe?

—Aquela não é a filha de Liora? — Miritz perguntou, indicando o balcão.

Selen se virou, também olhando para onde sua mãe gesticulava, assentindo ao reconhecer Emeril, comendo sozinha no balcão, mas cercada por um grupo de cinco jovens. A elfo logo percebeu que ela não estava à vontade, respondendo às perguntas com poucas palavras.

—Sim, é ela. — Respondeu, tentando entender o que estava acontecendo.

—Ela faz amizade rápido. — Milo falou.

—Sabia que a reconhecia. Ela é idêntica a Liora em sua idade. —Miritz falou num sorriso. — Vamos chamá-la para comer conosco.

—Mãe, são todos magos?

—Sim, por que?

—Não parece bom.

Selen se aproximou devagar, não querendo assustá-la, então tocou seu ombro, atraindo sua atenção, encontrando cansaço em seu rosto e algum alivio em sua aparição.

—Está comendo sozinha aqui? Onde está Ilis e os lobos?

—Lua nova. — Respondeu apenas, soltando um suspiro.

—Estamos fazendo companhia para a filha de Liora. — O garoto falou a sorrir, olhando entre elas. — Ela é tão legal como a mãe.

—Mas é uma pena que não esteja na escola com todos nós. — Uma garota falou. — Estaria mais preparada para o ritual.

—Ritual? — Selen perguntou, sem entender.

—Não é nada demais. — Emeril interveio.

—Ela é filha de Liora Arin. Claro que estará pronta. — O garoto falou. — Você deve estar muito orgulhosa de sua mãe. Daria tudo para estar no seu lugar, e ser treinado por ela. Ter toda a atenção dela.

—Devíamos combinar de fazer um voo junto para apostar corrida. — Outro rapaz falou, animado. — Fazemos isso todo fim de semana.

—Serve de treino também.

—Vou ver se tenho tempo. Eu tenho que ir agora. — Emeril ofereceu um sorriso fraco, tateando os bolsos e depositando uma moeda de prata ao lado do prato. — Mande lembranças para minha mãe, quando a ver.

Emeril saiu do círculo antes que Selen pudesse falar alguma coisa, deixando-a atordoada da mesma forma que estava. “Muita informação.”

—Vocês deviam parar de perseguir ela. — Falou para eles. — Iriam gostar de questionários enquanto comem?

—Só estávamos curiosos. A filha de Liora, entre nós. — O primeiro garoto falou.

—Liora não iria gostar de saber que estão perseguindo a filha dela. Ainda mais quando ela está focada nos estudos.

—Você tem razão, chega de perguntas. Não queremos arranjar problemas com uma Arin.

O grupo se dispersou e Selen voltou para junto de Milo e sua mãe, que esperavam sem entender.

—Vocês ainda estão brigadas? — Milo perguntou.

—Não sei. Não paramos para conversar ainda. Mas ela está estranha.

—Você devia tentar falar com ela. — Miritz falou. — Se não recuperarem o laço que tinham, como vou conhecer a filha de minha amiga?

—Se a amiga for eu, posso apresentá-las num almoço. — Liora parou entre ambas.

—Oh, olha quem apareceu.

Liora abraçou carinhosamente sua amiga, acariciou os cabelos de Milo e selou os lábios de Selen, acariciando seu rosto, sua cintura sendo abraçada de forma carinhosa.

—Não sabia que estariam todas aqui. Vocês viram Emeril? Marquei de almoçar com ela aqui, mas fiquei presa na loja. Entrou um casal, eles não paravam de discutir.

—Ela acabou de sair. — Selen respondeu primeiro. — Seus fãs a estavam atormentando.

—Oh, não... Ela vai me odiar. Já é a terceira vez que isso acontece.

—Você deixar ela esperando ou ficar todos a abordando? — Milo perguntou, franzindo o cenho.

—Quem a está abordando e por que?

—Ela é sua filha, deve ser motivo suficiente.

—E diferente das expectativas, ela não está gostando. — Selen ergueu e baixou as sobrancelhas.

—Pare de implicar com ela. Eu não quero ninguém atormentando minha filha. Vocês deviam ter convidado ela para ficar com vocês.

—Ela aceitaria?

—Se tivesse convidado, saberia. Vocês deviam conversar. Não é saudável nada disso.

—Eu sei, farei algo a respeito disso. Quer comer conosco? Não é bom voltar ao trabalho sem comer.

—Eu devia ir atrás de Emeril.

—Coma, Liora. Fale com ela em casa. — Miritz falou.

Liora acabou cedendo, assentindo e se sentando junto a ela, sentindo-se exausta.

 

Alguns dias depois...

 

—Que inveja estou tendo da sua mãe agora.

Emeril riu, continuando a ajeitar cada legume em seu devido lugar no recipiente, enquanto Ilis observava, encostada no armário de braços cruzados.

—Não seja boba. Eu preparei uma porção para cada um dos lobos, e claro que o seu tem algo a mais.

—Fico feliz que esteja lidando bem com os novos ingredientes.

—Prática com as poções, deve ter me dado boas habilidades para cozinhar.

—Eu concordo. Você tem feito pratos deliciosos nessa última semana.

—Pena que minha mãe tem estado ocupada para comer eles frescos.

—Quem diria que o primeiro mês passou tão rápido.

—Sim. Acho que vou aproveitar e dar uma volta depois do almoço. Dessa vez não devo entrar em pânico.

—Eu posso te acompanhar até a loja de sua mãe, se quiser.

—Não se preocupe. Vá se divertir com eles.

—Tudo bem, basta me chamar se precisar.

Emeril fechou o recipiente e colocou na bolsa térmica junto do suco, fechando o zíper, só então se virando para a loba, beijando seus lábios.

—Aproveita. Eu deixo algo para você comer antes de dormir.

—Seria perfeito. Tenha um bom dia, meu amor.

—Vocês também. Até amanhã, querida.

Ambas trocaram um último beijo antes de Emeril sair com a bolsa, enfrentando a multidão de pessoas que iam almoçar em grupo em sua maioria, sentindo-se menos sufocada com a quantidade de pessoas que lhe cumprimentava porque a reconheciam de sua ligação com sua mãe. Parou em frente à loja de sua mãe, sorrindo enquanto lia o letreiro.

—Serviços Arin.

Entrou, uma sutil luz escura anunciando sua chegada. Olhou pelas vitrines de vidros cheias de poções com rótulos até chegar ao balcão de pagamento, encontrando somente um espaço vazio.

—Mãe? Você está aqui?

Ouviu um ruído na parte de trás, então passos, até encontrar um par de olhos verdes lhe fitarem do corredor que dava para o armazém. O cabelo afro estava bagunçado e seu rosto mostrava sinais de cansaço, mas o sorriso que ofereceu para Emeril lhe fez sumir qualquer sinal de exaustão.

—Emeril, certo? — Ela perguntou enquanto se aproximava. — Você é exatamente como sua mãe disse que seria. Estou feliz em finalmente te conhecer.

—Você é...?

—Oh, desculpe. Sou Tâmara.

—Como a fruta?

—Os pais têm gostos estranhos, não acha? Você pode me chamar de Mara, é bem melhor, não acha?

—Maravilhosamente melhor.

A mulher riu animada, guiando-a para o balcão e conjurando um banco, gesticulando para que se sentasse.

—Não sei se vou ficar, achei que fosse encontrar minha mãe aqui.

—Ah, é uma pena. Ela saiu mais cedo para o almoço, eu imagino. Pediu que eu repusesse o estoque de algumas poções enquanto ela não volta.

—Faz muito tempo que ela foi? Ela disse se ia para casa?

—Alguns minutos. Acho que não iria para a própria casa. Aquela mulher veio buscá-la. Fazia tempo que não a via sair com alguém assim.

—Ah, Selen. — Seu ânimo morreu ao proferir o nome. — Devia ter imaginado que uma surpresa não daria certo.

—Você conhece a elfo?

—Achava que sim. Agora não tenho muita certeza. — Suspirou enquanto a mulher estreitava os olhos. — Bem, eu vou voltar para casa. Achei que ela poderia me tirar algumas dúvidas hoje.

—Calma, garota. Não sou uma Arin, mas sirvo para algo.

—Não quero ocupar seu tempo, você parecia ocupada.

—Isso não é nada. Não era nada urgente. Deixe-me ser útil em algo. Ajudar uma Arin é uma honra, ainda mais a filha de uma querida amiga.

—Está bem, assim sendo... Você já almoçou?

—Eu ia almoçar quando acabasse aqui.

—Que bom. Já que minha mãe desperdiçou meus talentos, quer almoçar comigo no lugar dela?

—Garanto que não vou negar comida. Venha comigo, os jardins do fundo é um lugar que podemos ficar em paz.

Emeril sorriu e assentiu, seguindo-a para os fundos da loja, onde se impressionou com a largura do terreno. Mara andou pelo gramado, recolhendo ferramentas e organizando o centro para manter tudo livre. Não havia vista para as outras lojas na rua detrás, uma vez que tudo era cercado.

—Estou feliz em te conhecer pessoalmente. Sua mãe tem falado muito sobre sua chegada, e pude notar que esteve feliz agora que está aqui.

—Estou feliz por estar com ela aqui também. Parece que ela é bem conhecida.

—Ela impediu o pior da guerra. Além de que a família Arin sempre foi conhecida em todas as terras. Embora agora se resuma a você e sua mãe.

—Pelo menos poucas pessoas morreram para que essa terra pudesse existir. Eu só não imaginava que esse nome fosse tão conhecido.

—Você acaba se acostumando. Todos são gratos a ela pelo sacrifício que ela fez. Mas ela é tratada igual a qualquer um. Ela prefere assim.

—Eu também. Não gosto de ter benefícios de graça.

Emeril olhou ao redor, gostando das flores que ela tinha plantado nos cantos, algumas envolvidas nas ervas que ela reconhecia e outras que não fazia ideia o que eram. Mara estendeu uma toalha mais grossa sobre a grama e ambas se sentaram. Emeril entregou o recipiente com comida para ela junto do suco e talheres, começando a comer junto, embora ainda estivesse sem muito ânimo por ter seus planos mudados tão abruptamente.

—Como estão indo seus estudos?

Emeril a olhou por um instante, retirando o livro sobre sua pele e pousando no chão, folheando algumas páginas.

—Só falta meia dúzia de feitiços para acabar, mas o último está incompleto. Minha mãe falou que quando eu terminasse podia fazer o ritual de passagem para a idade adulta comigo. É só uma formalidade, pelo que entendi. Mas então poderei ter acesso aos feitiços mais complexos.

—Não é só uma formalidade. É o ritual mais importante dentro de uma família.

—Por que?

—Quando a mais jovem termina seus estudos fundamentais, os pais se juntam a ela para esse ritual, e seus laços se tornam mais estreitos.

—Então é um ritual simbólico?

—Não. Liora não explicou como acontece?

—Ela não teve tempo ainda.

Mara pausou, observando a garota voltar a comer com os olhos voltados para o livro. Mordeu o lábio, pensando no que dizer para amenizar a frustração visível no rosto dela.

—Você quer saber? Como funciona o ritual?

—Seria bom, assim já fico preparada para o que me espera.

—Como só será Liora e você, vocês estarão sozinhas em algum ponto que ela escolher. Então normalmente é uma troca. Vocês estarão assim, de frente, e... — Ela estendeu as mãos, e Emeril as segurou. — Estarão conectadas. Dessa conexão, vocês trocarão energias. Dessa troca, um novo feitiço será criado. Liora dará a você algo muito importante para ela.

—Ela me deu vida. O que mais ela poderia me dar?

—Algo para te manter viva.

—Ela não pode me dar a própria energia. Ela morreria.

—Não toda. O suficiente para que você fique fortalecida para esses feitiços complexos.

—Isso a deixaria fraca.

—Ela te fez sozinha sabendo disso, querida. Quando são duas pessoas, elas dividem suas energias.

—Mas ela se apaixonou por um humano.

—E fez você nascer só dela para que tivesse mais chances de se desenvolver, ainda que fosse com algum custo.

—Eu não quero isso. Não quero deixá-la fraca.

—Então prefere ficar para sempre sem se desenvolver como deveria?

—Eu posso me desenvolver com minha própria energia.

—De forma limitada, sim.

Emeril suspirou, soltando suas mãos, o que fez a mulher sorrir, terminando de comer para aproveitar o suco. Pegou o livro em seu colo, analisando alguns feitiços, parando nos últimos que ela ainda não tinha aprendido.

—O que não está conseguindo nesse aqui?

—Não consigo ir tão fundo na terra. Eu deixo de sentir para onde estou indo. Então explode dentro da terra ou se volta para mim.

—Bem, mostre o que está acontecendo.

—No jardim?

—Não se preocupe em estragar algo, vou estar aqui para impedir.

Emeril assentiu, ajoelhando-se na grama, os olhos ficando brancos enquanto uma luz azul escura saia de suas mãos, direcionadas para o chão. Mara observou, sentindo a vibração por debaixo da terra, deslizando rápido e desordenado em várias direções. Apoiou a mão sobre a de Emeril, e sua própria luz branca fez a de Emeril se dissipar antes que a energia explodisse.

—Você está sem foco. Você precisa ter um alvo em mente, e simular como vai atingi-lo.

—Como o que?

—Vou te dar uma pequena carga, então você tenta de novo.

Mara se levantou e se afastou alguns passos, assentindo para Emeril para que ela se preparasse. A luz branca acendeu, então o chão vibrou com menos intensidade, e Emeril estendeu a mão para se defender do choque, a luz azul contendo a energia de Mara, que sorriu.

—Você conseguiu prever o momento exato.

—Uma carga tão pequena, Mara? Não tente me humilhar. Eu aguento mais que isso.

—Está bem, vamos ver se isso é verdade. Quero ver se a filha de Liora realmente estudou.

Emeril se levantou, animada, então devolveu a carga que a mulher ofereceu, dessa vez todo seu foco guiando o raio para Mara, que pulou para desviar, conjurando madeira para conter a intensidade. Então atacou de volta, as raízes saindo do chão ao redor de Emeril e a derrubando, deixando-a imobilizada na grama. Ela não demorou para reagir depois de entender o que tinha acontecido, deixando seu corpo esquentar, a luz vermelha em sua garganta sendo o único sinal antes do fogo sair de sua boca e todas as raízes serem queimadas.

—Escondendo o dragão, mocinha?

—Se eu virar um dragão, eu te queimaria viva. — Sorriu enquanto se levantava, preparando-se para atacar de novo.

—Não me subestime. Iria adorar te ver tentar.

Então Emeril piscou, e Mara não notou quando o raio voltou a percorrer o chão, sequer sentindo a vibração no solo antes de ser atingida e arremessada para longe. Emeril não parou, uma sutil luz escura saindo de sua mão fazendo o corpo de Mara ser engolido pela grama. Mas a mulher não se deixou vencer, seu corpo brilhou em pura luz branca, e ela atravessou o chão, ficando em pé para encarar a garota, que sorriu impressionada com seu feitiço.

—Está mais rápida do que eu imaginava.

—Está me dizendo que está lenta demais para lutar comigo?

Mara riu, respondendo à pergunta de Emeril ao se deixar engolir pela grama, movendo-se abaixo da terra. A garota tentou localizá-la, mas abriu as asas, escapando do fogo que a mulher lançou ainda abaixo da grama.

—Tâmara está se segurando, não está? — Selen perguntou baixo no ouvido de Liora, abraçada em suas costas.

—Não. — Liora sorriu, virando o rosto brevemente para beijar sua bochecha. — Ela está se esforçando para alcançar Emeril.

Ambas olhavam para a luta que acontecia no jardim pela porta, admiradas pelo entusiasmo delas.

—Emeril não recebeu nenhuma investida que não tenha desviado. E Mara está recebendo todos. — Selen estava surpresa. — Não sabia que Emeril lutava bem assim.

—E por que saberia? Vocês nunca tiveram que lutar.

—Eu tentei fazer ela lutar contra mim, mas ela não moveu um dedo para revidar mesmo que a tenha machucado.

Liora afastou suas mãos e se virou para olhá-la com olhos estreitos, não acreditando no que tinha ouvido, Selen engoliu em seco, mordendo o lábio.

—Você machucou minha filha?

—Não foi um corte tão fundo. Eu achei que ela fosse se defender.

—Você enlouqueceu? Você não sabe que ela não pode curar esse tipo de ferimento?

—Tem tipos de ferimentos?

—Modo de falar. A especialidade de magos é luta a distância. Se ela não te manteve a distância, você devia ter parado.

—Eu aprendi minha lição. Não precisa me lembrar. É só olhar a cicatriz no rosto dela e eu lembro exatamente a conversa que tivemos.

—Não toque nela de novo, estamos entendidas?

—E eu posso tocar em você?

Selen sorriu enquanto voltava a abraçar sua cintura, tentando amenizar o clima. Mara paralisou a luta, cansada de tentar atingir a garota, notou a marca escura em seu pescoço, tocando com as pontas dos dedos enquanto prendia seus cabelos num rabo alto.

—Emeril... Já apareceu?

—Sim, essa semana.

—Liora sabe? Por que esse idiota não fechou a loja ainda?

—Por que você acha? — Emeril se virou, apontando o casal do outro lado do jardim. — Ela não notou ainda.

—Você precisa contar a ela. Está perdendo um tempo precioso.

—Você mesma disse que o ritual é um momento de troca. Se ela nem mesmo notou que surgiu a marca que simboliza que estou pronta para o ritual, qual o sentido de passar por ele?

—Não seja cabeça dura, garota.

—Você sabe qual o ponto aqui, Mara. Se temos que estar conectadas para criar um feitiço, então não tem sentido eu contar para ela se ela não está vendo. Ela não está pronta.

—Não diga isso. É Liora. Claro que ela está preparada.

—Quer apostar? Se eu estiver certa, você não dirá nada a ela que viu. Se estiver errada, você já sabe.

—Quem ganhou a luta? — Selen perguntou enquanto se aproximava junto a Liora.

—Claro que Mara. — Emeril respondeu, olhando para ambas. — Ainda não consigo chegar aos pés dela.

—Não seja modesta, minha querida. Você estava incrível nessa luta. — Liora a abraçou, beijando sua testa. — Você cresceu. Estamos quase na mesma altura.

—Finalmente. Pelo menos não estou mais confinada naquela casa.

—Que bom que conheceu Mara. Ela é uma amiga incrível desde que cheguei aqui.

—Eu vejo porque. Ela é maravilhosa.

Mara gesticulou para o próprio pescoço enquanto olhava para Liora, indicando Emeril, mas a mulher tocou o próprio pescoço, olhando para Selen, temendo que ela tivesse deixado alguma marca, mas ela somente deu de ombros. Emeril olhou para Mara e ergueu as sobrancelhas, seus lábios se movendo e dizendo “eu te disse” antes de se voltar a mãe.

—Eu tenho que ir, mãe. Pena não ter chegado antes.

—Você veio me ver, querida?

—Sim, já que quase não nos encontramos em casa, mas cheguei tarde.

—Eu agradeço. — Mara sorriu. — Sua filha tem uma mão ótima para a cozinha, além de lançar feitiços.

—Pena que não sobrou nada para mim. — Liora abriu um pequeno sorriso, sentindo-se culpada por aquela situação.

—Cuidado, o ego dela é perigoso. — Selen resolveu fazer piada, mas Emeril somente revirou os olhos na sua direção.

—Selen, os dias passam e suas piadas continuam as mesmas. Algo está errado, não acha?

—Ela vai parar. — Liora falou com paciência, então tocou o rosto da filha. — Deixa-me tirar isso da sua face, minha querida.

—Não. Deixa onde está. Serve para eu me lembrar. Enfim, eu tenho que ir. Deixarei algo para você comer quando chegar em casa. Foi bom te conhecer, Mara, espero te encontrar mais vezes.

—Sabe onde me encontrar. — Mara sorriu. — Você sabe quem é a grande perdedora aqui.

—Basta assumir a derrota então.

Emeril estendeu a mão, sendo apertada pela mulher, que sentiu uma leve queimação, sequer precisando olhar para definir que tinha sido marcada.

—Até breve. Tchau Selen. Até a noite, mãe.

Ela acenou para todas antes de bater as asas e sair do jardim, voando para longe da loja de Liora, que esperou ela estar longe o suficiente para lançar um olhar sério para a elfo, cruzando os braços.

—Você nunca vai recuperar a amizade dela se continuar com essas provocações, Selen. Você só a chateia falando desse jeito. Tratando-a como uma criança.

—Ah, vocês são amigas. — Mara falou, olhando o símbolo em sua própria mão. — Agora entendo porque ela estava amuada.

—Então você a faz lutar?

—Ela veio tirar dúvidas do seu livro, Liora, então não me condene por tentar animar a garota. Ela está procurando pela mãe.

—Então por que ela marcou sua mão? — Selen indicou sua mão. — O que prometeu a ela?

—Nada. Eu só perdi uma aposta.

—Que aposta, Mara? — Liora questionou, pegando seu pulso, mas não encontrando marca nenhuma.

—Se ela quisesse que eu dissesse algo a vocês, não teria feito essa marca. Então só vou te avisar uma vez em nome de nossa amizade, Liora, olhe por sua filha. Ela não está bem.

—Obrigada pelo aviso, Mara. Confesso que esse mês foi complicado conciliar as coisas.

—Por que não diminui o tempo de trabalho ou contrata alguém para ficar com você aqui?

—Talvez eu faça isso.

—Não demore, Liora.

Fim do capítulo

Notas finais:

Agora vocês conheceram a Tâmara :D


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Comentários para 17 - Desconectadas:
Andreia
Andreia

Em: 30/09/2021

Boa noite autora e maravilhoso ler suas histórias e como sempre perfeita e lindas envolvente e facinante todas elas está não está diferente estou amando ler amo histórias neste sentido. Eu acertei falando que mãe de Emeril estava viva e agora tem algo acontecendo com ela e mãe não tá vendo.

Será que Emeril não vai fazer as pazes com Selen elas tem que se acertar elas tem uma amizade muito bonita.

Bjs e abraços....

OBS: autora o que acha de fazer uma história de vampiro que tal.. ..


Resposta do autor:

Boa noite Andreia!

É bom saber que você leu as outras histórias também, cada uma tem seu próprio tempo e significado, então é bom ver boas recepções delas aqui entre vocês :)

Sim, você acertou! Liorazita estava viva o tempo inteiro :D mas vai acabar vendo que não é tão simples voltar a ser mãe!

É uma opção realmente, fazer algo com vampiros futuramente não é uma má ideia :)

Beijos!

Responder

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 12/07/2021

Eita o que sera esta acontecendo co Emeril?


Resposta do autor:

O que será? :O a feiticeira tá com problemas?

>.<'

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