Trigésimo oitavo
Não disseram nada durante todo o percurso, Lana só voltou a falar quando chegaram em casa e ela teve que pagar o motorista, agradecendo pelo serviço antes de correr em direção a entrada da casa, suas roupas já molhadas enquanto buscava as chaves debaixo do telhado. Retiraram os sapatos quando entraram, Laura impediu que Lana se afastasse, mantendo-a ali enquanto buscava pelos seus olhos, ainda que ela procurasse uma rota para se afastar.
—Lana, aquilo foi um erro. — Falou lentamente, buscando segurar seu rosto. — Eu sinto muito, a última coisa que quero é continuar magoando você com as coisas que fiz. Mas eu não poderia mentir para você e esconder que estive com Madson enquanto estávamos separadas. Também não posso esconder que me arrependo disso a cada dia.
—Você tem noção do quanto isso afetou minha vida, Laura? Meu trabalho, minha relação com ela e agora com você. Se tivesse sido uma trans* de uma noite era mais fácil de lidar. Mas até onde vocês foram com essa loucura?
—Fomos longe demais, eu admito.
—Tudo isso por que Laura? Por que quis voltar comigo depois de todo esse estrago? Será que não considerou o quanto isso seria difícil em situações normais, agora com Madson inclusa?
—Sim, claro que considerei, sabia que seria difícil reatar com vocês depois de tudo o que aconteceu. Mas estava ainda pior ficar longe de vocês sem ao menos tentar fazer isso dar certo outra vez.
—Como isso vai dar certo Laura? Não acha que já aconteceu coisa demais para nos machucarmos? Se você se envolveu tanto com Madson, por que não ir atrás dela agora e continuar o que começou? — Perguntou com mágoa ao afastar as mãos de Laura, as gotículas de chuva escorrendo pelos seus cabelos e pingando em seu rosto.
—É o que você quer que eu faça? Quer que eu pare de tentar estar contigo?
—Você a ama?
—Você não me respondeu.
—Nem você.
Lana suspirou, afastando-se dela quando percebeu a aproximação de Iori com a filha no colo, que se agitava em busca de chegar até ela. Sorriu com a cena, estendendo os braços e a pegando no colo, abraçando seu corpo com saudade.
—Olá meu amor, minha princesa. — Falou a acariciar seus cabelos. — Que vontade eu estava de ver você.
—Eu não? — Iori envolveu sua cintura, beijando seus lábios.
—Claro que você sim. Sempre. — Ela voltou a selar seus lábios, rindo quando Mahina começou a chamar por ela, só parando quando beijou seu rosto, arrancando seus risos.
—Vocês estão molhadas. Não levaram guarda-chuva não?
—Devo ter esquecido na academia. Alguém está precisando trocar a fralda, e não sou eu. — Ela sorriu para Mahina, encostando a testa na sua. — Vamos cuidar disso, querida?
—Eu estava indo fazer isso quando escutei vocês aqui. — Iori se aproximou de Laura, selando seus lábios e acariciando seu rosto, estranhando o clima entre elas. — Ocorreu tudo bem as coisas na academia?
—Sim. — Lana respondeu mais secamente. — Estou oficialmente desempregada.
—O que? — Iori a olhou com surpresa. — O que aconteceu lá? Não chegaram a nenhum acordo?
—Não. Leon estava irrefutável. E já não fazia mais sentido trabalhar lá de qualquer forma. Já teve consequências demais. — Ela suspirou, olhando entre ela e Laura. — Eu vou subir e tomar banho, trocar Hina. Precisa de ajuda com o jantar?
—Eu ajudo. — Laura falou sem a olhar, não esperando que Iori confirmasse.
Lana somente moveu a cabeça para confirmar, seguindo para as escadas e subindo junto a filha, buscando se concentrar na tarefa a fim de não pensar nas perguntas de Laura. Essa por sua vez seguiu para a cozinha em silêncio, sentindo-se cansada e magoada ao mesmo tempo. Não soube o que fazer uma vez que chegou lá, encontrando duas panelas no fogão e a comida já pronta. Iori percebeu seu estado e se colocou a sua frente, tentando entender o que havia acontecido, mas Laura começou a chorar, a única coisa sensata que conseguiu fazer foi abraça-la, acariciando suas costas e seus cabelos úmidos.
—Meu amor, o que está acontecendo? Vocês discutiram? — Perguntou, ouvindo seus soluços. — Madson causou algum clima entre vocês duas? Eu não devia ter pedido para que fosse lá.
—É tudo culpa minha. Ela não me quer mais aqui.
—Ela te disse isso? — Iori segurou seu rosto e limpou suas lágrimas.
—Sim, mas achei que fosse pela raiva. Então perguntei agora, e ela simplesmente não me respondeu.
—Não significa que ela não queira, querida. Sabemos que ela sempre foi direta quando não queria algo.
—Não se isso afeta você. Não se ela já percebeu que estamos próximas de novo e não quer nos separar.
—Vai te aliviar se eu falar com ela? Eu tenho certeza que as coisas vão ser explicadas se falarmos com ela.
—Não vai mudar nada. Ela perdeu o trabalho por causa dos meus erros. Por causa do meu caso com Madson.
—Isso foi a maior estupidez que você já fez, concordo. Mas não significa que Lana está desistindo de nós.
—Você não sabe disso.
—Claro que sei, querida. Conheço Lana, ela não te deixaria continuar perto dela de maneira alguma se não quisesse. Foi assim com Madson, lembra? — Ela acariciou seu rosto, preocupada com suas lágrimas. — O que aconteceu para te deixar assim?
—Eu sou uma idiota. Ela estava finalmente à vontade comigo, entregue, mas eu tinha que lembrar que transei com Madson na academia.
—Você gosta de uma confusão afinal. — Ela balançou a cabeça. — Você conseguiu acertar o ego dela. Logo na academia? Você sabe o quanto ela gosta daquele lugar, o quanto significava para ela pelos momentos que já teve, que já tivemos com ela lá.
—Sim, eu sei. Eu tentei evitar.
—Claro, até ter uma mulher tão suscetível a você pedindo para cometer uma loucura. E eu não te conheço, Laura. — Ela suspirou, segurando seu queixo quando ela demonstrou vergonha e buscou desviar o olhar. — Você disse que ia parar com essas coisas Laura, então na primeira oportunidade você faz algo assim?
—Eu aprendi minha lição. Eu só não sei se já é tarde demais para recuperar as coisas com Lana.
—Deixe-a se acalmar hoje, amanhã nós tentamos nos aproximar desse assunto, está bem?
—Tem certeza de que não é melhor eu passar a noite no meu apartamento?
—E se afastar dela? Não. Só colocaria mais lenha na fogueira. Vai ficar tudo bem, você só tem que ter mais paciência. — Ela abriu um pequeno sorriso, inclinando-se para beijar seus lábios. — Vá tomar um banho no banheiro aqui debaixo, eu trago roupas para você. Você está gelada, vai acabar se resfriando.
Ela balançou a cabeça, concordando, suspirando quando se afastou e fez o que foi pedido. Iori balançou a cabeça, subindo as escadas e indo para o quarto, escutando Lana no banheiro a conversar com Mahina, que ria, julgando que estivessem tomando banho juntas. Pegou as roupas e deixou no banheiro para Laura, relaxando na sala enquanto esperava que ambas estivessem prontas para o jantar.
—Olha quem chegou toda limpa e cheia de fome. — Lana apareceu na sala após algum tempo, carregando Mahina, que usava outra roupa e tinha os cabelos úmidos e penteados. — Diga olá para a mamãe.
—Mamãe! — Mahina repetiu, movendo-se em seus braços em busca de se soltar.
—Olha só, minha menina está preparada para se sujar mais. — Iori sorriu ao ver a filha correndo em sua direção, pegando-a no colo e a abraçando, deliciando-se com seu cheiro de bebê. — Está tão cheirosa, meu amor.
—Fizemos uma bagunça no banheiro, mas o resultado foi positivo. — Lana sentou do seu lado, beijando sua bochecha. — Como foi seu dia aqui?
—Ah, nada de novo. O seu que foi movimentado pelo visto. Como você voltou para casa sem emprego?
—Ah... eu já imaginava. Leon não quer trabalhar junto com nenhuma de nós, disse que tiraríamos a liberdade dele.
—Claro, coitado dele, ter uma mulher mandando nele, que ultraje. Afetaria a masculinidade dele. — Ela revirou os olhos enquanto Lana ria.
—E também porque acha que não vai adiantar mudarmos a dinâmica da academia se não resolvermos nossa relação. — Ela suspirou, apoiando a cabeça no ombro de Iori. — E isso não vai acontecer. A melhor coisa é nos afastarmos de vez. Só falarmos sobre Kael.
—Eu queria que não tivesse custado seu trabalho. Você passou tantos anos trabalhando lá para acabar dessa forma.
—Não há mais condições de trabalhar lá.
—Isso é por causa do caso de Madson com Laura? — Iori acariciou o rosto da filha, apoiando a cabeça sobre a de Lana. — Ela me falou o que aconteceu lá. Você deve ter ficado bem magoada com isso.
—Ah, ela contou? — Ela se afastou, abraçando as próprias pernas diante da recordação. — Onde ela está?
—Ainda estou aqui, cariño. — Laura entrou na sala, caminhando até o sofá e sentando ao seu lado. — Está mais calma?
—Sim. — Lana a olhou, ambas se analisando.
—Que bom. Sinto muito pelo seu trabalho. Sei que grande parte disso foi minha culpa. Mas saiba que estou arrependida.
—Eu sei. Mas vou dar um jeito nisso. Eu vou procurar outro lugar para trabalhar. Sei quais os melhores lugares para buscar, e enquanto isso eu vou dando aulas particulares para manter a renda.
—Eu entendo que tornei o clima lá dentro difícil para você trabalhar, mas tem certeza de que sair é a melhor solução? Eu lembro quando você quis aceitar a sociedade com Madson, você disse que te daria maior segurança a longo prazo porque não é uma profissão fácil de manter pessoas com mais idade.
—Sim. Mas agora é diferente. É melhor enfrentar essa realidade do que me manter associada a Madson e ficar refém dessa relação pelo resto de minha vida. Já aconteceu tudo o que tinha que acontecer. — Ela suspirou. — Melhor não dar margem para acontecer mais coisas.
—Você está bem com isso, amor? — Iori a olhou, colocando Mahina no chão junto dos brinquedos. — Depois de tudo, como você está com isso?
—Acho que ainda vou precisar de um tempo para absorver tudo isso. Foi o trabalho de minha vida até agora. Mas também estou aliviada por não precisar voltar lá e enfrentar Madson outra vez.
—Minha proposta ainda está valendo. Sobre montar um lugar para você trabalhar, te ajudar a administrar. — Iori a abraçou de lado, acariciando seus cabelos.
—Eu ajudo com os clientes. — Laura falou devagar. — Você sabe que conheço várias pessoas. Posso indicar você a todas elas. Você terá alunos.
—Eu agradeço pela ajuda. — Lana olhou entre elas com um pequeno sorriso. — Eu gosto de me sentir útil no trabalho, gosto de estar ensinando.
—É parte de você, não é como se fosse deixar de existir. — Iori sorriu de volta, envolvendo seus dedos. — Foi como eu conheci você.
—Quem diria que meu trabalho iria nos unir.
—E vai nos manter unidas. — Laura tocou sua perna, acariciando ainda que hesitasse, por medo de ser afastada.
Lana a olhou, descruzando os braços e recostando no sofá, não reclamando quando Laura se aproximou dela, tocando seu rosto e pressionando suas testas. Inclinou-se em sua direção, beijando seus lábios e sorrindo.
—Vamos comer. Eu não comi nada o dia inteiro. — Falou mais baixo.
—Por que não estou surpresa? — Iori questionou, balançando a cabeça. — Vamos comer, eu só vou esquentar a comida.
Iori se levantou, sendo seguida até a cozinha, acendendo o fogão outra vez enquanto Laura a abraçava pelas costas, beijando seu pescoço e a fazendo sorrir. Lana cuidou de alimentar a filha, sentando-se com ela e iniciando a tarefa de levar a colher até sua boca. Elas comeram juntas em clima mais leve, fazendo brincadeiras entre si até Mahina apresentar sinais de cansaço e Laura a levar para o berço. O casal de preparou para dormir, revezando-se no banheiro e seguindo para o quarto.
—Adoro sua colônia. — Lana comentou enquanto Iori passava creme pelo corpo, massageando a coxa. — Tem um cheiro de flores.
—Eu disse que pode usar se quiser, amor. — Iori a olhou sobre o ombro, ainda a mover as mãos.
—Eu prefiro adquirir seu cheiro de outras maneiras. — Lana piscou em sua direção, deixando o robe cair no chão para revelar sua nudez.
—Bem... posso dizer que nossa amante pensa do mesmo jeito. — Iori passou a olhar os desenhos em suas costas e em sua perna, que conquistava espaço em metade de suas nádegas.
—É? E foi bom? — Lana se distraiu no closet, buscando por alguma lingerie.
—Definitivamente. Você devia relembrar.
—Eu lembro muito bem como as coisas eram. E por que a pressa? Acho que está bom do jeito que está.
—Você não sente falta das loucuras que faziam?
—As prioridades mudam. Temos uma filha, não podemos mais fazer loucuras agora. — Ela suspirou, colocando uma vermelha que cobria os seios e tinha uma fina renda nas costas e no abdômen. — Mas sim, tenho saudades, e nem faz tanto tempo assim.
—Por que não tenta algo mais ousado? Ou pretende dormir de conchinha com ela pelo próximo ano e esperar que nada aconteça além disso?
—O que há de mal em dormir de conchinha? Achei que gostasse.
—Gosto, claro que sim. Mas é ainda melhor depois do sex*. — Ela sentou na beira da cama, cruzando as pernas a olhar para Lana no closet.
—Ah. — Ela vestiu a calcinha que deixava parte das nádegas a mostra sob a renda, olhando-se no espelho para arrumar os cabelos dourados. — Estou ficando velha, não estou?
—Todas nós estamos.
—É diferente. Meu corpo diz que tive um filho.
—E é um bebê lindo que está dormindo como um anjo agora. — Laura falou enquanto entrava no quarto, alongando-se com preguiça. — Uau, que cheiro é esse? — Ela mirou Iori, sorrindo enquanto caminhava em sua direção. — Oh, tentando atrair sua vítima, samurai Sasaki?
—Eu não-
—Você está cheirando assim a espera que eu não toque você? — Laura projetou seu corpo sobre o dela, deitando-se nela e beijando seu pescoço enquanto as mãos desciam em suas pernas.
—Não que eu esteja reclamando... — Falou mais baixo, olhando sobre seu ombro e suspirando quando viu Lana trocar a lingerie por um pijama comum. — Mas você devia colocar em prática suas táticas de sedução em minha esposa.
—Lana? Ela não parecia tão interessada nessas táticas.
—Você é uma cabeça de vento mesmo. — Iori segurou seu rosto para mirar seus olhos. — Desde quando você se deixa vencer tão fácil? Você transou com metade da faculdade e está me dizendo que não sabe conquistar Lana para uma noite? Você deve estar velha e enferrujada mesmo.
—Metade da faculdade não me disse não tantas vezes. — Ela suspirou, olhando sobre o ombro e vendo Lana sair do closet, parando em frente a penteadeira para prender os cabelos. — Eu cheguei perto de algo na academia, mas depois estraguei tudo.
—Quer estragar de novo ou quer resolver isso de uma vez? Vocês estão me deixando maluca com tanta demora.
—Parem de cochichar. — Lana reclamou, olhando-as pelo espelho. — Parecem crianças.
—Sua esposa adora reclamar de mim, Lana. — Laura falou em tom dramático, saindo da cama e retirando as roupas lentamente. — E são reclamações injustas.
—É? E o que você fez para ela reclamar agora?
—Esse é o problema, eu não fiz nada, e ela está reclamando.
—Você definitivamente é uma criança. — Iori revirou os olhos, saindo da cama e indo para o closet.
—Vê? Ela não sabe o que quer.
—Vocês são duas crianças. — Lana pontuou, desligando a luz da penteadeira e se virando para a cama, sorrindo ao ver Laura retirar a calcinha com o quadril virado em sua direção. — Está bem, não tão criança assim.
—Oh? — Laura fingiu não perceber sua atenção, deixando as roupas no chão e se deitando no colchão, a cabeça apoiada na mão enquanto abria as pernas, encarando Lana com um sorriso de lado. — Você ainda sabe o que fazer com uma mulher nessa situação, Lana? Ou terei que fazer tudo sozinha? — Ela tocou o próprio sex*, observando a atenção dela se manter em seus movimentos.
—Deus... — Lana se aproximou dela. — Você não perde tempo com sutileza quando quer algo, não é?
—E por que eu teria? — Sorriu, mirando seu corpo e movendo a cabeça. — Tire tudo.
—Agora você dá as ordens? — Lana moveu a cabeça, subindo seu corpo sem pressa, depositando sutis beijos em sua pele até selar seus lábios, segurando suas mãos ao lado da cabeça. — Você não está em posição de fazer exigências.
—Acho que estou na perfeita posição de fazer qualquer pedido.
—Pelo contrário. Você está na minha cama, e eu dou as ordens aqui. — Ela sorriu, lambendo sua bochecha e arrancando seu riso. — Sasaki?
—Sim? — Ela saiu do closet, soltando um riso com o que viu. — Mas eu deixo vocês sozinhas por cinco segundos...
—Não tenho culpa. Ela é nossa amante por algum motivo.
—Para fazer amor? — Laura sugeriu.
—Sim, para isso também. Sasaki, você pode trazer uma gravata?
—Gravata? — Laura estranhou. — A intenção é tirar sua roupa, você quer colocar mais?
—Não é para mim.
—Oh, quer me amarrar? Estou vendo que essa conversa de que você manda é sério. — Ela olhou para as suas mãos presas.
—Não, você ficará livre. Mas não, não terá o controle. Acha que consegue?
—Oh. — Ela sorriu, libertando suas mãos sem resistência, movendo-as pelas costas dela. — Eu vou poder tocar você?
—Quando eu disser que pode e onde eu deixar.
—Você está exigente. — Seus lábios deslizaram pelo pescoço dela, distribuindo beijos enquanto aspirava seu cheiro.
—Será prazeroso do mesmo jeito. — Lana inclinou a cabeça e deixou que prosseguisse, pegando a gravata que Iori havia trazido, sentando-se ao lado delas.
—Quer ter o controle do que faço? — Laura questionou em tom baixo contra a sua pele.
—Hoje? Sim. Se você quiser isso hoje, é como será.
—Vai ser sempre assim? — Laura contornou seu maxilar até estar fitando seus olhos. — Todas as vezes que quiser fazer amor contigo? Fiz algo para não ter sua confiança na cama?
—Pelo contrário. É porque confio tanto em ti na cama que estou propondo isso. E não, não será sempre assim, só se quiser.
—Se te deixa confortável, ela já fez isso comigo várias vezes. — Iori comentou, movendo uma mão pelo braço de Laura, que continuava a olhar os olhos azuis.
—E ela não foi uma boa menina nas primeiras vezes. — Ela sorriu, apoiando a testa sobre a de Laura. — Posso não fazer isso se não quiser, basta dizer.
—Por que quer fazer isso hoje? — Laura aproveitou e começou a abrir os botões do pijama dela, revelando seus seios mais fartos do que recordava.
—Achei que seria bom começarmos essa nossa etapa de um jeito diferente.
—Hm... — Ela se moveu para se sentar, mantendo Lana em seu colo, pegou a gravata de suas mãos e analisou. — O que vai fazer com isso se não vai me prender?
—Te vendar.
—Qual o problema, Lau? Com medo de perder o controle na cama? — Iori a provocou.
—Não. Está tudo bem. — Ela respirou fundo antes de amarrar a gravata sobre os olhos, mirando onde Lana estava. — Eu confio em você para manter o controle.
—Obrigada. Podemos parar em qualquer momento que quiser. — Lana sorriu, movendo os dedos pelos cabelos dela e os prendendo num rabo mais frouxo. — Tenho todo o acesso em seu corpo?
—Sempre teve.
—Ótimo. Sasaki, feche os olhos.
—Oh, não, eu também? — Ela perguntou em surpresa.
—Sim, que graça teria se você continuasse livre por aí? Não, não. Feche os olhos e não abra até eu dizer que pode.
—Tão má. — Ela suspirou, fechando os olhos. — E agora?
—Tire o robe.
—E eu? — Laura envolveu a cintura dela, inclinando o rosto.
—Você vai ficar bem onde está.
Sorriu, esperando até que Iori estivesse nua e a fazendo sentar atrás de Laura, deixando que acariciasse seu corpo enquanto voltava a beijar Laura, buscando a fazer relaxar.
—Cariño. — Laura a chamou entre os beijos, inclinando a cabeça quando Iori passou a beijar seu ombro e a morder. — Me dê algo para fazer com as mãos.
—Impaciente? — Lana sorriu, prendendo seu queixo entre os dentes.
—Eu quero tocar vocês por igual.
—E se eu quiser tocar você por inteiro primeiro? Você aguenta?
—Acho que já te dei provas suficientes para te responder isso. Não mudei tanto assim, cariño.
—Estou vendo. Tudo bem, vou dar algo para as suas mãos fazerem. Sasaki, deita.
—Sim, patroa. — Iori sorriu, tateando a cama para deitar junto dos travesseiros, os olhos de Lana atentos em sua movimentação. — E agora?
—Deixe-a molhada. — Lana sussurrou para Laura, que abriu um largo sorriso. — Leve todo o tempo que precisar.
Lana saiu do seu colo, observando da beira da cama Laura engatinhar pelo colchão e tatear o corpo de Iori, usando a boca para explorar sua pele, utilizando seus pés para a provocar enquanto subia suas pernas. Iori sorria, deixando-se entreter e se entregando as sensações que era levada a sentir. Lana retirou o pijama sem pressa, pegando o que queria usar antes de voltar a cama, tocando as nádegas de Laura, empinada enquanto mantinha a boca ocupada. Molhou os dedos na boca, deixando a saliva umedecer seus dedos, então penetrou o ânus de Laura, que inclinou a cabeça sobre o ombro, um sorriso surpreso brincando em seus lábios.
—Eu não te mandei parar. — Lana pontuou, retirando o dedo. — Se você parar, eu sou obrigada a parar também.
—Oh, não, não ouse parar agora. — Laura se voltou a Iori, que estava alheia ao que acontecia.
—Ótimo. — Ela voltou a penetrar o dedo, estocando devagar, observando enquanto ela beijava o interior das coxas de Iori.
—Pare de comer as bordas, Laura. — Iori reclamou. — Come logo o recheio.
—Eu adoraria, mas não é o que fui mandada fazer. — Laura subiu para a sua barriga, continuando o trabalho com a boca de a beijar e ch*par sua pele, mordiscando.
—Lana, amor, pare de me torturar. Mande-a ir até o fim.
—Aguente mais um pouco. Eu quero você lisa. — Lana voltou a levar os dedos aos lábios, sorrindo quando percebeu que Laura já estava esperando por aquela noite. — Estou vendo que se preparou antes, hottie.
—Eu sempre me preparo, as esperanças continuavam em alta. — Laura segurou um seio em mão, engatinhando mais acima para sua boca continuar o contato.
—O que está fazendo, amor? Estou ficando curiosa. — Iori tocou as costas de Laura, descendo até suas nádegas, onde apertou.
—Isso, segure separado assim. — Ela orientou, tocando as mãos de Iori, fazendo com que deixasse as nádegas separadas, então se curvou, movendo a língua pela entrada do ânus, percebendo o corpo de Laura se contrair e relaxar diante do contato.
—Você está roubando meu território. — Iori definiu, sem saber como se sentir em relação a aquilo, desconcentrada do fato devido as investidas de Laura.
—Ela disse que tenho acesso a tudo. — Lana penetrou a língua, estocando algumas vezes. — Ou devo parar, Laura?
—De jeito nenhum. — Laura empinou o quadril para pontuar o que dizia. — Eu não estou em posição de negar nada querida, nem você. — Ela mordiscou o bico do peito de Iori, que gem*u.
—Foi o que pensei.
Lana voltou a penetrar a língua, estimulando sua entrada, alternando com seus dedos, percebendo que ela ficava cada vez mais excitada e suscetível aos seus toques. Ainda a mover a língua nela colocou o strap, posicionando-se em suas costas e movendo as mãos em sua cintura, puxando-a para si e penetrando-a, ouvindo seu ar surpreso.
—Continua segurando, Sasaki. Agora quero que escute isso muito bem.
Iori não questionou, manteve as nádegas de Laura separadas enquanto ouvia os sons das estocadas, excitando-se em imaginar isso acontecendo diante de si sem ela poder ver nada. Laura gem*u, sentindo as carícias em suas costas e gostando do ritmo que Lana tinha imposto. Iori passou a beijar seu pescoço, sentindo a movimentação do seu corpo diante das penetrações, apreciando o som dos seus gemidos se intensificarem até ela goz*r acima de si.
—Eu disse que seria prazeroso, não disse? — Lana indagou enquanto saia de dentro dela, curvada em suas costas a beijar sua pele.
—Você tinha razão. — Laura sorriu sobre o ombro. — Você bem que se aproveitou. Mas admito que sua nova atitude cai bem em você.
—Bom saber que gostou. Agora deite, eu vou terminar o que você me deixou pronto.
—Ah, era por isso então. — Ela riu, movendo-se para deitar de lado, tocando o corpo de Iori enquanto Lana se posicionava entre as pernas dela. — Ela é toda sua.
—Bom trabalho, aliás. — Comentou ao mover os dedos no sex* de Iori, que abriu mais as pernas diante do contato, sentindo toda a umidade.
—Pare de me torturar amor, eu me comportei hoje. — Iori reclamou, estendendo as mãos em busca dela.
—Você tem razão. Hoje você está um amor, eu vou te dar um agrado.
Ela a penetrou, deitando o corpo sobre o dela e a fazendo abrir a boca, pedindo por sua língua, ch*pando-a antes de começar a mover a sua nela, mantendo fora da sua boca enquanto movia o quadril lentamente a estocar dentro dela. Iori não hesitou em apertar suas nádegas, puxando-a para si, almejando por mais, demasiado estimulada para conseguir esperar. Lana deu o que ela precisava, mantendo o ritmo mais rápido à medida que a sentia mais perto de goz*r, recebendo-a com maior prazer.
—E você? — Ela perguntou enquanto Lana retirava o strap. — Como devo te satisfazer?
—Bem... já que perguntou. Eu quero algo, e não quero ouvir questionamentos.
—Nessa altura você pode ter o que quiser. — Laura falou ao lado, sorrindo em sua direção.
—Ótimo. Fiquem de joelhos.
Elas obedeceram, Lana colocou o strap que usava em Laura, que sorriu a espera que dissesse o que fazer. Então fez a mesma coisa em Iori, fazendo-a sentar no colchão. Posicionou Laura em suas costas, ajeitando-se entre ambas, envolveu as pernas na cintura de Iori, deixando o strap penetrar sua vagin*, que subiu as mãos em suas coxas e apertou, então chamou por Laura, que tateou entre suas nádegas e penetrou seu ânus, subindo as mãos em sua barriga enquanto beijava seu pescoço.
—Oh, eu devia ter feito isso antes. — Falou em pleno deleite, sentindo ambas dentro de si.
—Feito o que antes, amor? Já fizemos isso várias vezes. — Iori perguntou em confusão, sem saber, como Laura, o que acontecia.
—Eu disse sem questionamentos.
—Garanto que não vou questionar nada. — Laura sussurrou em seu ouvido, começando a mover o quadril para a estocar, descendo a mão pela sua barriga e percebendo o que desconfiava, sorrindo. — Dite o ritmo, professora. — Sussurrou.
Lana não se demorou em ditar a forma como deviam se mexer, recebendo ambas as estocadas de forma coordenada enquanto movia o quadril para receber ambas em tempos diferentes, mas seguidas. Pressionou os dedos na nuca de Laura, sentindo seu suor e ouvindo sua respiração contra sua pele, que era mordida e marcada sem hesitação. Iori ch*pava o bico do seu seio enquanto massageava o outro, excitada em a ter no seu colo a rebol*r.
Lana as fez aumentar o ritmo, movendo seu quadril de forma alternada para receber as penetrações, sentindo os gemidos saírem de sua garganta sem qualquer esforço ou forças para os segurar, extasiada em sentir ambas ao mesmo tempo dentro de si. Chegou ao orgasmo após algum tempo, aproveitando a proximidade de ambas por mais alguns instantes antes de tirar a venda de Laura e deixar que Iori abrisse os olhos, ambas levando algum tempo para entender a posição que estavam e terem suas reações.
—Você não devia ter feito isso. — Iori foi a primeira a falar, hesitando se mover.
—Por que não? — Laura sorriu, beijando a bochecha de Lana. — É tão ousado.
—E perigoso. Ela podia ter se machucado.
—Estou bem. Muito bem. — Ela sorriu, selando os lábios de Iori. — Eu não sou inconsequente, amor, eu pesquisei isso antes de tentar. Não achei que fosse dar certo de primeira, mas vocês foram tão obedientes que não precisei me preocupar.
—Não faça mais isso, não quero que corra risco desnecessários.
—Tudo há um risco, eu tomei cuidado. Eu sabia que vocês não iriam me machucar, e sabia que iriam parar se eu pedisse.
—Eu estou pedindo para você parar. Não repita mais isso, Lana.
—Por que? Você se divertiu também, meu amor. — Ela segurou seu rosto e acariciou suas bochechas, distribuindo leves beijos para afastar sua preocupação. — Relaxa. Foi tão prazeroso. Eu iria adorar fazer isso outra vez.
—Pense que é algo que podemos fazer juntas, querida. Ao menos, mais uma coisa. — Laura concordou, beijando o ombro de Lana. — Não é bom que possamos dar prazer a Lana ao mesmo tempo?
—Não assim. — Falou mais baixo, fechando os olhos diante do contato.
—Estou bem, você me conhece, sabe que não faria nada que fosse realmente arriscado. Você não gostou?
—Eu não sabia que estávamos ambas em você Lana...
—Tudo bem, eu deixo você ver da próxima vez. Então você me diz se quer continuar ou não. — Ela pressionou suas testas, respirando seu ar. — Pode ser?
—Sim pode. Mas só porque você sabe que não posso dizer não a você em minha atual posição.
—Eu amo você. — Ela sorriu quando Iori abriu os olhos, revirando-os para assumir sua derrota.
—Também te amo.
—Lana consegue mesmo o que quiser de você, hm? — Laura a provocou, rindo de sua careta. — Você é tão mimada, Lana.
—Com prazer. — Ela sorriu, virando o rosto sobre o ombro. — Agora tire isso devagar.
Laura se afastou, tirando o strap de dentro dela e soltando os fechos da sua cintura, saindo da cama enquanto Lana saia do colo de Iori. Foi ao banheiro lavar ambos os straps enquanto o casal se arrumava debaixo das cobertas, guardando ao voltar para o quarto e apagando as luzes antes de se juntar na cama, envolvendo Iori pelas costas, que deitou sobre Lana.
—É bom estar de volta. — Sussurrou ao fechar os olhos. — Era horrível dormir sozinha.
—Foi difícil me acostumar a dormir sem você. — Iori admitiu. — Estava acostumada a sentir seu peso do meu lado, seu cheiro, seu bafo de manhã. — Sorriu quando Lana riu. — Tantos anos, eu já nem me incomodava mais.
—Eu senti falta dessas coisas também. Senti falta até de reclamar quando você ficava dias sem tomar banho porque não saia do trabalho.
—Não se preocupa, ela ainda faz isso as vezes. — Lana comentou, dessa vez Iori riu, cutucando suas costelas. — Eu tenho que te arrastar para o banheiro e queimar suas roupas enquanto isso.
—Ainda? — Laura riu baixo, beijando o ombro de Iori. — Você é tão preguiçosa.
—Faz tempo que não faço mais isso, parem de me encher. — Buscou se defender. — Não eram vocês que estavam atrás do meu cheiro há poucos minutos?
—Está bem, vou te dar um ponto. Espero que Mahina nunca herde esses hábitos.
—Oh, que golpe baixo. — Iori sorriu. — Vamos dormir antes que comecem lembrar as piores coisas para usar contra mim no futuro.
—Ah, droga. Quase esqueci. — Laura se afastou, acendendo o abajur e tateando as roupas no chão, pegando um frasco no bolso da calça. — Seu remédio, Lana. Era para ter tomado antes, mas amanhã nós consertamos isso.
—Ah... o remédio. — Lana inclinou a cabeça, vendo-a retirar dois comprimidos do frasco. — Achei que tivesse esquecido de comprar.
—Não, eu só não tive a oportunidade de dar a você. Abra a boca, quanto mais rápido engolir melhor.
—Não posso começar amanhã?
—Tome, amor, não vai te fazer nada ruim. — Iori incentivou, inclinando a cabeça para a olhar.
—Vai levar umas duas semanas mais ou menos para você notar os efeitos, então é melhor começar agora. — Laura explicou.
—Ah... — Ela suspirou antes de abrir a boca, recebendo os comprimidos e engolindo, usando o copo com água ao lado da cama para os fazer descer. — Pronto. Não vai mesmo me dar sono de dia, vai?
—Vai te ajudar a dormir melhor, querida. Mas não, durante o dia não vai te deixar com sono, isso vai melhorar com o tempo. Você vai se sentir melhor, garanto.
—Espero que sim.
Fim do capítulo
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LILITH_HERA
Em: 12/02/2022
Boa noite / Bom dia / Boa tarde !
Bom... acompanhei sua outra estória, Sweet, e essa meio que na surdina.
Só que não mais ????, pois resolvi comentar.
Acredito que já leia e escute bastante o quanto sua escrita é incrível e dizer que admiro bastante. Os temas que desenvolve, são maravilhosos !
Passando por aqui mais para fazer uma confissão. Nessa estória sou a Lana, certeza. Tirando a tept e os acidentes, no mais... Encanta ao máximo com a Laura, é um sonho essa mulher, mesmo carregando suas sombras. Mas o que seria de nós sem nossas sombras ?
E esse capítulo chegou como uma luva, me identifiquei ao ápice.
Agradecida por mais uma estória e espero que lance outras mais !!
Resposta do autor:
Boa madrugada! ahahah
Olha, uma leitora da surdina que subiu no palco. Super orgulhosa de você! Meus parabéns! Merece até uma taça de vinho :)
Magina, nunca é demais ouvir isso da minha escrita ahahah brincadeira
Se identificou com a Lana, foi? Ela é maravilhosa não é? Super apaixonante. Queria uma para mim hahah Você se vê entrando uma relação à três como a Lanita também?
Laura é um sonho bastante intenso realmente, tem um fã clube enorme, mas é a queridinha :D adoro. E também adoro as sombras principalmente, acaba mostrando a verdadeira faceta das pessoas em lidar com isso.
E lançarei sim. Muito em breve "A Revolução" entrará em ação :) e se eu tomar vergonha na cara termino de revisar mais uma para postar aqui. Enquanto isso tem outras histórias livres por aqui também ;)
Magina, agradeço por comentar também, significa muito!
Te desejo muita purpurina e que o arco-íris nunca deixe de brilhar para você colega ;)
Abraço!
May Poetisa
Em: 09/08/2021
E elas voltaram finalmente!
Resposta do autor:
Voltaram sim :D
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Lea
Em: 06/08/2021
Lana nuca teve pudor,agora muito menos, é isso mesmo tem que ser Feliz!! Quanto poder, conduziu as duas!! Hahaha
Agora é fazer dá certo no dia a dia! Erros e acertos continuaram acontecendo,ao menos agora elas sabem dialogar!
A autora partiu meu coração quando elas se separaram, porém sei que era preciso esse tempo,para elas evoluírem como ser humano. Principalmente a Laura!!
Resposta do autor:
Lana conduzindo o chicote mesmo :D aí de quem sair do ritmo ahahaha
Sim, aprenderam a conversar ao invés de guardarem tudo!
Óia só, quebrei foi? Eu tenho durepox, superbond, cola líquida, de tecido, durex e figurinha, dá para colar tudo no lugar, não dá? ahahaha brincadeira
Mas sim, era necessário o amadurecimento para elas saberem lidar com as coisas entre si futuramente, principalmente para cuidar da filha :)
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Dolly Loca
Em: 02/07/2021
A Lana tem tudo o que quer dessas duas! É impressionante kkk
Resposta do autor:
Muito mimada essa Lana, não acha? ahahah
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