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Nossa Vida Juntas por Alex Mills

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Palavras: 4869
Acessos: 1494   |  Postado em: 27/06/2021

Trigésimo sétimo

—Oh, achei que estava atrasada. — Lana falou ao entrar na sala de Madson, retirando o casaco e lenço e colocando sobre uma cadeira, seguindo para a janela.

—Você está, mas Leon está mais ainda. Disse que teve que levar o gato no veterinário. — Madson ergueu os olhos por um momento para a olhar, vendo-a abrir as persianas e deixar a pouca luz entrar, o som da chuva se tornando mais forte. — Pare com isso, é irritante.

—Está escuro aqui dentro, e eu adoro o som da chuva. — Ela se virou e sentou na cadeira de frente para Madson, cruzando as pernas. — Seremos só nós ou marcamos para mais tarde?

—Ele deve chegar logo. Só teremos a companhia de um gato no processo.

—Está bem. — Ela relaxou na cadeira, respirando fundo.

—Gostei do colar. — Madson comentou, pousando o celular sobre a mesa. — Dos brincos. São novos?

—Sim. Ganhei hoje de manhã. Aquelas duas... — Ela sorriu, tocando a pedra no colar.

—Lembra teus olhos.

—Sim. Foi a intenção.

—Você é tão mimada. — Madson sorriu. — Sua filha vai ser tão metida quanto você?

—Não, claro que não. Estamos equilibrando as coisas. Ela é adorável e inteligente. Está aprendendo mais palavras.

—Rápida ela. Já deve estar correndo pela casa inteira.

—E está. Fico maluca para ter certeza de que não vai se machucar.

—Era assim quando Daph era pequena?

—Era diferente. Eu sempre cuidei dela com a ideia de que era para Kristin. Agora não. Sou a responsável integral por ela. Tudo que fizer agora é para a vida inteira, como mãe sou responsável por todo o processo. O peso é maior.

—Eu posso imaginar. Digo, eu sei que Kael não é meu filho, mas é como se fosse. Stella ensinou várias coisas para ele, eu nunca vou deixar que ele se esqueça dos pais. Mas diariamente é diferente. Sou uma referência para ele e a responsável.

—Ele te ama. Podemos não ser as mães dele, mas ao menos tentamos dar o melhor para ele.

—Já estou feliz que ele tenha me aceitado ao invés de preferir ficar contigo. Você tem um mel com as crianças que não nos deixa competir.

—Elas reclamam da mesma coisa. Mas não há nada que eu possa fazer. Eu adoro crianças. Talvez no fundo elas só reconheçam a criança que tem dentro de mim.

—Seria uma boa explicação. Só significa que tive que trabalhar mais para me aproximar de Kael.

—Ele te ama, sempre fala de tudo que fazem juntos. Você pode se gabar quando decidir ter uma coisa pequena para chamar de sua.

—Um filho? Não sei. Acho que estou velha demais para ter um bebê.

—Você está madura, é a melhor idade para ter uma criança. Você está mais focada e estável financeiramente.

—Eu não tenho a mesma paciência que você, Lana. Não tenho nem alguém para decidir ter uma criança agora.

—Mas é algo que você quer?

—Sim, sempre foi, Lana.

—Então você pode ter. Tem uma renda fixa, é estável, tem custódia de outra criança que te ama. Você tem tudo a seu favor.

—Mãe solteira, Lana?

—Solteira, não sozinha. Você tem seus pais, mas sei que você é capaz de lidar com mais uma criança.

—Não assim Lana. Nunca me imaginei tendo uma criança sem uma mulher do meu lado. Não sei se posso oferecer o melhor a ela dessa forma.

—E você já não oferece a Kael? — Ela sorriu, inclinando a cabeça. — Pode não ser como você imaginou, pode não ser com quem você imaginou, mas pode ser melhor que tudo isso, não acha?

—Eu não sei, Lana. Não sei se é certo não oferecer uma união estável para essa criança. Parece solitário.

—Sim, pode ser solitário. Cuidar de Daph foi enlouquecedor, você sabe bem disso. Mas trouxe tantas coisas boas, tantos momentos felizes. Quem sabe não é do que você está precisando?

—Precisando? — Perguntou ao franzir o cenho, confusa.

—Você sabe, um filho traz um amor incondicional junto. Você sempre vai estar ali para ele, e ele para você. É algo que ninguém pode romper.

—Você só fala isso porque teve uma filha com duas mulheres que estão sempre de quatro por você.

—Talvez. Mas Mahina foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. É como se ela tivesse herdado as melhores parte de mim e me desse a chance de ser melhor. E ela me ocupa tanto tempo, que eu sinto que me tornei mais resiliente para lidar com os problemas.

—Acha que um filho vai me ajudar a te esquecer?

—Pode te ajudar a pensar num futuro diferente, a prioridades diferentes. — Ela cruzou os braços sobre a mesa, inclinando-se em sua direção. — Eu nunca vou esquecer o que tivemos Mad. Mas eu optei por lidar com isso de uma forma diferente. E eu não quero que me esqueça. Ou não represento mais nada bom em sua vida?

—Você só me traz problemas, Lana.

—Então você ama problemas, não é mesmo? Porque continua buscando por mais. — Ela riu, recostando-se na cadeira.

—Você tem razão. Eu devia parar de procurar problemas. Não faz mais sentido acreditar que teríamos alguma coisa nessa altura. Você está casada, tem uma filha, e prefere sair da academia do que trabalhar comigo.

—Não é trabalhar contigo. É trabalhar dessa maneira que estávamos trabalhando. Será que é tão difícil manter uma conversa saudável como estamos fazendo agora, Mad? Terei que mover montanhas para continuarmos vivendo na mesma cidade sem nos odiarmos tanto?

—Não. Eu já entendi meu lugar em sua vida, Lana. Aquele beijo foi o tapa mais doído que levei.

—Você pediu por isso.

—Sim, e recebi o que não queria. Eu te causei algum problema com Iori?

—Sim, de certa forma. Pode não ter doido tanto, mas eu garanto que pensei em descontar em você. — Ela tocou o próprio rosto, relembrando o tapa que tinha levado.

—Ela te pegou em flagrante mesmo. — Ela franziu o cenho, imaginando o quanto deveria ter doído. — Ela te deixou explicar?

—Sim. Ela só agiu por impulso, o que foi uma surpresa.

—Eu posso falar com ela se for preciso.

—Não, não. É a pior coisa que faria. Não se preocupe, já resolvemos isso.

—Não é por causa dela que pensa em sair da academia se não chegarmos num acordo hoje, é?

—Por causa dela? — Ela ergueu a sobrancelha.

—Sim, ela te pediu para se manter afastada de mim por causa do beijo? Eu lembro que você só aceitou trabalhar aqui se eu me mantivesse afastada, sem tentar nada.

—E você quebrou esse acordo inúmeras vezes e eu continuei trabalhando aqui.

—Então nenhuma delas te pediu isso?

—Madson, eu pedi para nos afastar antes do beijo. Iori não tem nada a ver com isso.

—Então é sobre Laura somente.

—É sobre sua atitude em relação a isso. Eu não me importaria tanto se tivesse sido uma noite maluca em que decidiram trans*r. Mas até onde sei isso quase se tornou um relacionamento, e você não cansa de me lembrar disso.

—Por que você consegue perdoar a ela e não consegue fazer o mesmo por mim?

—Não é como se você tivesse procurado por perdão Madson. E com Laura é diferente. Ela é mãe de Mahina, eu a amo e a quero perto. Ela fez uma grande besteira em se envolver com você, mas estou disposta a esquecer isso, porque ela está arrependida.

—O que ela fez além de ter se envolvido comigo para vocês terem se afastado? Não que tenha sido uma surpresa, eu sempre disse que acabaria acontecendo.

—Se ela não te disse, não é meu lugar para dizer. E não importa agora. Ela está onde deveria estar. — Ela estreitou os olhos por um momento a olhar para ela. — Então se tinha alguma esperança sobre ela, esqueça.

—Oh, agora você marca seu território sobre ela?

—Não é marcar território, é evitar outra dor de cabeça. E convenhamos que já tivemos mais problemas depois do divórcio do que durante nosso casamento. E estou cansada disso, Madson. Se não resolvermos isso como adultas, a melhor coisa será nos afastarmos de vez.

—Mil desculpas pelo atraso. — Leon falou enquanto entrava na sala, carregando a caixa com o gato dentro. — Mas o Aladdin precisava de cuidados.

—O veterinário ou seu namorado? — Lana o olhou em confusão, mas acabou rindo quando ele lhe mostrou o dedo. — Seu gato se chama Aladdin?

—Claro que é o nome dele, algum problema?

—Por que vocês não entraram voando no tapete então?

—Quanta maturidade.

—Devo esconder meu anel também? Ele pode ter as patas leves como no desenho.

—Ele não rouba objetos de valor, mas se deixar algum biscoito a vista ele com certeza vai tomar posse. Foi assim que ele foi parar no veterinário no meio da noite, não é meu bebê? — Ele olhou o gato pela grade da gaiola, que miou em resposta. — Ele comeu um rato e passou mal.

—Eca. — Madson ecoou. — Você não da comida para o seu gato não?

—Aladdin só come do melhor. Muito melhor e mais saudável que eu. Mas ele adora comer porcaria. — Ele sorriu e colocou a gaiola no canto do cômodo, deixando-se sentar cansado numa cadeira. — Então vamos ao que interessa. Vocês querem divórcio dentro da academia agora? Porque foi o que entendi.

—É... digamos que nossa relação aqui dentro não tem sido a mais profissional e concordamos que não dá para continuar dessa forma. — Lana explicou lentamente, olhando brevemente para Madson do outro lado da mesa.

—Não concordamos inteiramente. — Madson pontuou. — É isso ou Lana vai se desligar da academia, e não é algo produtivo para os negócios.

—Definitivamente não é. — Leon suspirou, olhando entre ambas. — Olhem, eu não quero nem saber o que diabos aconteceu para vocês não estarem se suportando aqui de repente, mas ninguém aqui é criança. Vocês estão deixando seus problemas pessoais afetarem nosso trabalho e isso pode destruir tudo pelo que viemos trabalhando.

—É por isso que estamos buscando uma solução menos radical. Não dá mais para trabalharmos juntas nessa proximidade. — Lana alegou. — Independente dos motivos. Ainda compartilhamos a guarda de Kael e Madson concordou que será melhor mantermos a tutela dele no mesmo estado. Pensei em voltar a trabalhar com você na outra Infinity ou você vir para cá.

—Trabalharmos juntos? — Ele riu incrédulo por um instante. — Desculpa Lana, mas não dá. Mesmo quando você era uma professora somente você nunca me ouviu para nada. Você sempre quis as coisas do seu jeito e eu duvido que tenha mudado esse traço nesse meio tempo.

—Nisso eu tenho que concordar. — Madson falou a olhar para ela, que cruzou os braços, sem aceitar. — Você não cede com facilidade, sempre tenho que seguir seus horários para conseguir colocar em ordem os assuntos da academia, você tem funções demais que não abre mão quando necessário.

—Funções demais? Qual é. Eu faço o que é necessário quando os nossos funcionários tem preguiça demais para fazer. — Defendeu-se.

—Ninguém é obrigado a ter a mesma disposição que você em trabalho manual, Lana. — Leon pontuou. — Você sempre quer se encher de tarefas, pelo visto nada mudou. E tudo bem, se você funciona desse jeito. Mas eu sei que isso vai afetar a forma como eu trabalho, porque você me deixava maluco quando era professora lá.

—Então trabalhe com Madson, vocês já fazem isso há mais tempo de qualquer forma.

—E acha que estávamos em estados diferentes por diversão? Eu gosto da academia de um jeito, Mad gosta de outra coisa. Não sei o que pensaram em fazer, mas eu não vou trabalhar diariamente com vocês. Não me levem a mal, eu adoro vocês duas, mas trabalhar com vocês é enlouquecedor. — Ele suspirou enquanto elas se mexiam desconfortáveis na cadeira. — Olhem, eu não quero que Lana saia da academia. Mas como eu disse, vocês complicaram demais as coisas. Era o casamento, então a separação, o divórcio e agora uma criança. E nem quero saber o que mais aconteceu. Não vai adiantar cada uma ir para um lado nessa cidade, vocês criaram um vínculo eterno, que é Kael.

—E o que sugere que façamos, Leon? Você não está ajudando em nada. — Madson perguntou com impaciência, encarando-o.

—Enquanto não resolverem a pendência entre vocês, nada que decidirmos aqui vai funcionar.

—Você não quer assumir a Infinity de NY? — Lana sugeriu, ele acabou rindo.

—Minha vida sempre foi aqui, Lana. Eu não quero mudar minha vida e meu trabalho porque vocês criaram tantos problemas que podem acabar com a Infinity.

—Você está sendo um cretino.

—Só estou falando a verdade, se isso dói, não há nada que eu possa fazer.

—Bem, se não há outra opção, eu vou cumprir o aviso prévio e me desligar da academia.

—O que? Não. Você não pode simplesmente se desligar da academia. — Madson tentou argumentar. — Temos um acordo, Lana.

—E ele se quebrou. — Ela suspirou e se levantou, a cadeira se arrastando no assoalho. — Foi ótimo trabalhar aqui, mas isso acabou. Se está preocupada com a parte financeira do contrato, não se preocupe. Eu lidarei com isso. Minhas turmas serão facilmente encaminhadas a outros professores.

—Não é com isso que estou preocupada.

—Não há nada com o que se preocupar. De hoje em diante eu cumprirei o aviso prévio que nosso contrato me obriga, o resto eu resolvo depois. — Ela olhou o relógio no celular e recolheu o casaco com o lenço, respirando fundo. — Eu tenho uma aula para dar agora. Foi bom te rever, Leon.

Lana saiu da sala e respirou fundo outra vez, sentindo-se abalada com a decisão que tomou, os olhos enchendo-se de lágrimas com o rompimento do seu trabalho ao qual sempre gostou. Caminhou para a sala no qual daria aula, buscando afastar as lágrimas pelo percurso, concentrando-se no ecoar do seu salto.

—Vocês são umas idiotas. — Leon comentou a encarar Madson. — Como você deixou as coisas chegarem nesse ponto?

—Você acha que não tentei evitar?

—Você nunca devia ter se envolvido com uma professora, nunca devia ter se casado com ela e a feito nossa sócia. Eu sempre fui contra, mas você nunca me ouviu. Eu avisei para não misturar trabalho com prazer, e olha onde viemos parar.

—Ah, claro. Porque você previu tudo isso acontecendo.

—E não era óbvio, Madson? Eu lembro quando você me apresentou Lana, quando decidiram se casar. Ela era uma ninguém. Era uma garota sem experiência e cheia de marcas no corpo. E você uma idiota que se deixou levar. Todos achavam a mesma coisa, não me admira que não tenhamos nenhum professor daquela época trabalhando conosco ainda.

—Você não sabe do que está falando. Só está com ciúmes e com inveja que Lana nunca quis nada com você e agora está tripudiando em cima disso tudo.

—Eu tenho a mulher que eu quiser, Madson. Você não pode dizer o mesmo, pode? Primeiro Lana te chutou, e agora se desligou da academia. Comer a mulher dela debaixo do nariz dela aqui na academia não bastou para você?

—Do que está falando?

—Acha que não sei que você esteve se pegando com uma das mulheres de Lana aqui na academia? Não é como se vocês tivessem sido discretas sobre isso.

—Você não é nem louco em dizer isso a Lana.

—Ela já saiu da academia, não saiu? Por que eu diria? Você deu poder demais a essa mulher aqui dentro. Mas ao contrário de você, ela sabe separar trabalho de lazer, mesmo que tenha se divertido com as mulheres aqui dentro, ela nunca deixou de lidar com os negócios. Já você? Devo contar quantas aulas perdeu no dia que decidiu abrir as pernas para a mulher de Lana? Quem você acha que lidou com isso? Eu, é claro. E me agradeça que não tenha sido Lana, porque pedi para ela me repor na minha academia para não ser obrigada a presenciar essa palhaçada. E você vem me dizer que tenho inveja que ela não me quis? Me poupe Madson. Ela não quer você.

Madson abriu e fechou a boca para responder, mas nenhuma palavra se ergueu em defesa das verdades de Leon. Ele se levantou e buscou pela gaiola de Aladdin, ouvindo seus miados.

—Você perdeu a melhor funcionária que tínhamos porque não supera o fim do casamento.

—Ela não vai sair da academia, eu vou dar um jeito nisso.

—Que jeito, Madson? Será que você não percebe que você só está destruindo nossos negócios? Deixe Lana ir. Você nunca vai conseguir recuperar o que tiveram.

—Eu sei disso. — Assumiu com amargura, mirando a chuva do lado de fora.

—Lana é ambiciosa, Madson, sempre foi. Eu sabia que ela só ficou aqui quando podia ter mais porque não queria te abandonar. Mas nada a prende aqui agora. O pior de tudo é que ela tem grandes ideias e uma disposição sem fim. Ela consegue emprego em qualquer grande academia. Mas nós? Onde conseguimos alguém como ela?

—Agora está admitindo que Lana é boa no que faz? Achei que ela fosse ninguém para você.

—Não. Ela era uma ninguém quando começou aqui. Vinda de uma operação com sequelas, achei que você estava fazendo caridade. — Ele balançou os ombros, sem se incomodar. — Então você deu liberdade para ela criar as coisas em Nova York, e a academia começou a render mais. Conseguimos mais patrocinadores desde que ela se tornou sócia. Mas você conseguiu foder com tudo agora. A única pessoa que conseguiu levar a Infinity para fora do país e você quis dar para a mulher dela.

—Se está tão afetado pela saída dela, por que diabos não aceitou qualquer oferta de trabalhar em outro lugar para ela continuar aqui?

—Porque você tem que perder ela de uma vez por todas. De todas as formas, mesmo aqui na academia.

Madson o encarou com raiva, ele somente acenou, abrindo a porta e saindo da sala, deixando com que ela absorvesse a raiva que sentia sozinha. Passou o resto do dia no escritório, buscando atender a demanda de ligações e o monitoramento das outras Infinity, mantendo-se ocupada a fim de não pensar na reunião.

Lana se distraiu com suas aulas, perdendo a hora quando se deixou levar por uma nova coreografia, mantendo o celular ligado a gravar seus movimentos enquanto a música tocava na pequena caixa de som. Repetia e recriava os passos, buscando criar a melhor sequência que seu corpo pudesse seguir com maior suavidade de acordo com a melodia mais sutil. Laura entrou na sala e voltou a fechar a porta, os olhos acompanhando a movimentação de Lana pelo ambiente com maior curiosidade. Tirou os sapatos como de costume e deixou a bolsa junto do casaco, aproximando-se dela em silêncio até ela se virar e se assustar com sua presença, parando de dançar.

—Desculpe, não queria interromper. — Laura ergueu as palmas das mãos, recuando um passo.

—Você me assustou, não te esperava aqui. — Lana olhou ao redor, encarando as janelas de vidro e percebendo a escuridão do céu do lado de fora, a chuva ainda persistente a ecoar os trovões. — Está tarde, não é? Nem percebi as horas passarem. Droga, Iori vai me matar. Disse que iria cedo para casa. É melhor avisar que chegarei tarde-

—Ei, pare. — Laura a segurou o rosto, acariciando suas bochechas enquanto mirava seus olhos azuis. — Eu já falei com Iori, avisei que ainda estava aqui e que te levaria para casa. — Ela inclinou a cabeça, esperando que ela se acalmasse. — Somos só nós duas aqui.

—Tudo bem. — Ela respirou fundo e se afastou quando a música voltou do início. — Eu vou pegar minhas coisas e checar se todos foram embora mesmo e fechar a academia. Você pode chamar o carro enquanto isso? Não devo demorar.

—Por que está com pressa agora? Qual é, deixa eu ver a dança inteira. Estava realmente boa. — Laura a seguiu, confusa com sua atitude.

—Eu não terminei ainda. Preciso ver a gravação e reparar alguns movimentos.

—Qual é, Lana, estou aqui, não podemos relaxar um pouco como antes? — Ela segurou sua mão, impedindo que parasse a música. — Não te relaxa nem saber que estamos sozinhas?

—Porque não estamos, Laura. Madson não iria embora sem me avisar. Ela pode aparecer a qualquer momento.

—Que se dane ela, Lana. Estou contigo. — Laura envolveu sua cintura, pressionando o corpo em suas costas e beijando sua bochecha. — Estou aqui por você.

—Eu disse para não mostrar sua cara aqui de novo... — Falou mais baixo, deixando-se envolver, ainda que continuasse em alerta.

—Mas eu não sou boa em ficar longe de você, sou? — Ela a virou lentamente, apoiando suas testas e encarando seus olhos de perto. — Hm? Relaxa. Já faz tanto tempo que não dançamos juntas, ou que eu te vejo dançar. Não pode me conceder uma dança?

—Não sabia que você realmente gostava de dançar. Achei que era pretexto para conseguir outra coisa. — Suas mãos subiram as costas dela, sentindo o calor sobre sua camisa suada.

—Quando você não está usando roupa e começa a se mexer daquele jeito, claro que quero outra coisa. — Ela sorriu, contente quando conseguiu um sorriso dela. — Eu gosto dessa música.

—É? — Lana selou seus lábios, inclinando o rosto somente para olhar a caixa de música, voltando do começo outra vez. — Por que não estou surpresa, señorita?

—Eu amo quando me chama de señorita. — Cantarolou junto da música, sorrindo em deleite.

—Oh? — Ela riu, conduzindo-a de volta para o centro da sala. — Você continua me fazendo ir até você.

—Não é como se não fosse um bom lugar para estar. — Ela inclinou o rosto em direção ao dela, em busca dos seus lábios, mas Lana segurou seu queixo, virando seu rosto em outra direção, pressionando uma mão em seu abdômen para a afastar e então segurando sua mão para a trazer de volta.

—Eu gosto que não mantenha resistências para o que faço contigo agora. — Lana assumiu, pressionando a mão em seu ombro e a fazendo recuar alguns passos no ritmo da música.

—E eu iria resistir por que? — Laura a fez girar, segurando sua cintura, que ela moveu no ritmo e seguiu alguns passos à frente, mas ela a seguiu, pressionando seus corpos. — Eu cansei de pretender que não preciso de você.

—E a cada toque, oh la la. — Sorriu, sentindo suas mãos subirem seu abdômen, mas impediu que fossem mais longe, segurando-as e a fazendo mover o corpo junto a si. — Eu devia estar correndo.

—Mas você continua voltando para mim. — Laura se virou, buscando seguir o ritmo do quadril de Lana. — Nunca seríamos apenas amigas.

—Amigos não sabem seu gosto, hm? — Ela envolveu seus dedos, fazendo com que seus braços imitassem seus movimentos enquanto seguia alguns passos mais rápidos.

—Seu beijo é mortal. — Laura riu, perdendo-se no ritmo por um instante, mas Lana logo a fez voltar ao passo certo. — Ops.

—É tão difícil recusar você. — Lana tinha os olhos atentos em seu corpo, observando se conseguia a acompanhar. — Você complica tanto essa tarefa.

—Hm? — Olhou seus olhos, observando que tinha saído da letra da música. — São meus toques ou meu ritmo sem técnica?

—Você por inteira, señorita. — Sorriu, puxando-a para perto e pressionando o rosto em seu ombro, envolvendo sua cintura enquanto movia seus corpos mais devagar, deixando a música acabar. — Eu não suporto a ideia dela tendo os olhos em você da mesma forma que eu tenho.

—Como ela teria se só você me teve como ninguém tem? — Ela envolveu seus ombros, acariciando entre seus cabelos, úmidos com seu suor. — Deixe o passado cicatrizar nossos erros. Eu só quero seguir em frente ao seu lado.

—Acha que conseguimos passar por isso?

—Se acharmos um caminho melhor que antes, talvez sim. — Ela fechou os olhos, respirando seu cheiro.

—Nós atravessaremos o fogo se necessário. — Ela beijou sua cabeça, apoiando o queixo nela. — Mas encontraremos uma saída.

—Sim. — Ela suspirou e inclinou a cabeça para cima, selando seus lábios. — E de qualquer forma não vou mais trabalhar aqui. Será menos um incêndio para apagar todos os dias.

—Eu sinto muito. Eu acabei arruinando sua carreira aqui. — Ela parou de se mover, sentindo o peso da notícia.

—Talvez. Mas já aconteceu. Não há nada o que fazer sobre isso. Só seguir em frente.

Ela envolveu os dedos na nuca de Laura, puxando-a para si e a beijando, sentindo seus lábios quentes e carnudos a retribuírem o beijo, findando o espaço entre seus corpos ao aprofundar o contato, encontrando sua saliva quente e cálida por mais. Lana saltou e envolveu as pernas em sua cintura, sentindo as mãos de Laura deslizarem em suas coxas e apertarem suas nádegas, caminhando com ela até a pressionar contra um dos espelhos. Lana massageou entre seus cabelos, acariciando seu rosto enquanto se deixava ser tocada mais intimamente, seu seio sendo estimulado e seu sex* provocado sobre a calça.

—É melhor continuarmos isso em casa. — Laura sussurrou, contendo suas mãos na cintura de Lana.

—Agora está com medo que alguém nos veja? — Lana riu, distribuindo beijos pelo seu pescoço e maxilar. — Já fizemos isso aqui, no meu escritório. Lembra?

—É mais complicado que isso agora. Há muito nessa academia agora.

—Muito? Por que... — Ela pausou, suas pernas voltando a apoiar no chão enquanto via Laura fechar os olhos, admitindo suas suspeitas. — Não acredito. Você transou com ela aqui também?

—Não foi bem aqui... — Falou mais baixo, incapaz de enfrentar a mágoa em seus olhos à medida que a culpa emergia do fundo do seu peito.

—Deus, Laura. Como você pode? — Lana se afastou, sentindo-se enojada. — Era meu aniversário. Falávamos de ter um filho. E você simplesmente resolve repetir a dose com minha ex?

—Não foi assim. — Laura pressionou a testa no vidro, xingando-se baixo antes de seguir Lana. — Ela me chamou aqui num final de semana, disse que queria conversar, e acabamos deixando ir longe demais.

—Eu não quero saber como foi, Laura! Deus... como pude me deixar envolver de novo? Eu sou tão idiota. — Ela guardou a caixa de música e o celular na bolsa, agarrando o casaco com maior raiva.

—Lana, não diga isso. Eu fiz merd*, sei que fiz, desculpa. Não queria piorar as coisas.

—Lana. — Madson parou na porta ao se deparar com ambas, surpresa ao encontrar Laura, cruzando os braços em desconforto. — Eu só queria avisar que fechei tudo já. Estou indo para casa.

—Ótimo. Leve Laura junto, já que vocês se deram tão bem no fim a ponto de trans*rem bem aqui. — Lana passou por ela, bufando com raiva. — Esqueça o aviso prévio Madson! Eu não piso mais nesse lugar. Não depois disso.

—O que? — Madson olhou em confusão para Laura, que se apressava em vestir os sapatos. — Você contou a ela?

—Está preocupada em eu ter contado a ela e não pelo que fizemos aqui? — Laura a encarou sem acreditar, balançando a cabeça. — Eu não vou esconder as informações dela.

—Mas que droga Laura. Foi um erro, você não precisava ter dito nada. Eu estava tentando impedir que ela saísse da academia até ter uma solução.

—Como eu ficaria calada quando ela trabalha aqui, Madson? — Ela vestiu o casaco e saiu da sala com pressa. — Foi um erro me deixar envolver com você. Mas não vou cometer o erro de deixar minha relação com Lana acabar por causa disso.

Laura teve que correr para alcançar Lana na rua, que não se importou com a chuva para correr até o táxi mais à frente. Laura entrou pelo outro lado, ainda que Lana tenha procurado sair quando a viu entrar, impediu que abrisse a porta, segurando seu braço.

—Qual é Lana, vamos resolver isso em casa. Não saia nessa chuva, você sabe que vou atrás de você.

—Quem disse que há algo para resolver? Eu não quero falar com você, não quero olhar para você, e não quero ter você na minha casa. — Lana pontuou com raiva cada palavra, olhando para ela.

—Você tem todo o direito de estar magoada e com raiva de mim, mas não tome nenhuma decisão com base nisso, Lana. Vamos para casa, lá você esfria a cabeça e nós conversamos.

—Senhora, você quer que eu chame a polícia? — O motorista perguntou, virado no banco para observar a cena.

—Lana... — Laura a olhou em súplica, percebendo que ela considerou a ideia.

—Não. Não será preciso. — Lana respirou fundo, desvencilhando-se da mão de Laura e olhando para o motorista. — Ela está comigo.

Lana falou o endereço para o motorista, colocando o cinto de segurança e olhando pelo vidro, a chuva se tornando intensa com vários raios iluminando o céu e trovões ecoando ao longe.

Fim do capítulo

Notas finais:

Domingo é dia de dois capítulos :D


Um pouquinho de drama até quinta :)


Música mencionada: (https://www.youtube.com/watch?v=Pkh8UtuejGw)


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Comentários para 39 - Trigésimo sétimo:
Lea
Lea

Em: 05/08/2021

Estou rindo,mas é de nervosa!!Era o "lugar" delas e a Laura transa com a Madson na academia!! Ao menos a Laura falou toda a verdade,antes de o relacionamento vir a ficar sério novamente( depois disso, só por Deus)!!

Será que os negócios da Madson vão ruir,com a saída da Lana??A Madson não é tão do "mal,ela só amou demais e não soube seguir em frente!!


Resposta do autor:

Laura revivendo os tempos de galinha ahahaha

Acredito que a Madson vai precisar trocar as calças depois da saída da Lana para correr atrás do prejuízo sim kkkkk

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