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O Destino de Vonü por Alex Mills

Ver comentários: 5

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Palavras: 4283
Acessos: 1176   |  Postado em: 29/06/2021

Os finais escrevem um novo começo

 

Greentur, o filho marientz de Veegan, voltou naquela noite, e veio à minha casa antes de falar com qualquer pessoa, optando por fazer seu relato dos planos dos marientz e do que tinha visto para mim a sós. Eu entendi o motivo quando ouvi tudo o que ele tinha para dizer.

—Então foi por isso que ela aceitou a união. — Digo, bebendo um gole do vinho logo em seguida.

—Foi assim que todos aceitaram a união. — Ele concordou. — Talvez você deva atacar durante a cerimônia, como atacaram no inverno.

Ele podia não demonstrar, mas sabia que a noite que atacamos Tieres ainda assombrava seus sonhos. Greentur se tornou um guerreiro formidável, tinha aberto mão de sua origem, seguia cada passo dos costumes graahkinianos, era mais leal do que esperava que fosse. Era forte e volátil. Leve e rápido. Mantinha o cabelo raspado e a barba feita. Era metódico e cético, estrategista. Eu o nomearia chefe do exército, mas dependia de Veegan escolher qual dos seus filhos merecia sua posição.

—Talvez. Então eu terei atacado primeiro, e será minha palavra que foi quebrada. — Ele moveu a cabeça, coçando o queixo, pensativo. Bebi o resto do vinho, e voltei a preencher minha taça. — Os marientz não levam a palavra tão a sério quanto nós. Se eu agir primeiro quando fui eu a oferecer um acordo, nossa história será manchada.

—Você está bebendo demais. — Ele indicou a taça em minha mão, mas eu revirei os olhos e voltei a beber. — Ali... eu sinto muito por tudo.

—O que? Você não colocou ideias na cabeça da rainha dos marientz. — Sorrio, recostando na poltrona e apoiando as pernas no braço desta. — Você não tem nada com isso.

—Eu digo da sua união com minha tia. Você terá que acabar com isso por causa de uma união falida.

—Oh, eu esqueci que você tem passado esses dias fora. Não deve ter ficado sabendo o que a cidade está sabendo. — Rio, mesmo sem humor, bebendo metade da taça sem pressa.

—O que eu não estou sabendo? — Seu rosto estava confuso. — O que aconteceu?

—Eu rompi com Trínia. — Rio, movendo a cabeça de maneira negativa, buscando me corrigir. — Ela acabou comigo, há mais de quinze anos. Talvez vinte. Talvez toda a união não foi verdadeira, afinal.

—O que? Você não está fazendo nenhum sentido. O que Trínia fez? Por que romperam?

—Você conhece a reputação de sua tia. Eu só fui idiota em achar que isso mudaria pelos nossos deveres.

—Ela traiu você? — Ele parecia indignado, levantando-se da sua poltrona e se aproximando de mim, tirando a taça de vinho de minha mão, mesmo que eu tivesse protestado. — Diz para mim. Minha tia traiu você?

—Sim, com uma bastarda! Mas você não ouviu a melhor parte. — Sorrio, segurando seu braço sem pensar no motivo. — Ela teve um filho com a bastarda, e me fez criá-lo como se fosse meu.

—Um filho? Qual dos seus filhos? — Ele estava preocupado e alarmado, sem duvidar de minhas palavras por um instante.

—Tramiür. Eu amei aquele garoto... e ele não é meu. Não hesitou em aceitar. — Desvio o olhar e alcanço a garrafa de vinho, bebendo para tentar afogar a angústia que sentia. Greentur se afastou, talvez desistindo de me impedir, eu olhei para a janela, para a noite escura e suspirei até me sentir rir outra vez, rindo mesmo que a tristeza fosse penetrante e dolorosa. — Como um filho deixa de ser filho depois de tantos anos? Como você esquece todas as noites mal dormidas, as doenças, as febres? As fraldas então? Os revezamentos das mamadeiras. As palavras, os risos, as brigas... Até as brigas! Principalmente as brigas... — Levanto, mas me arrependo, tropeçando em meus pés até bater a testa na parede ao lado da janela, os ossos sobre minha cabeça protegendo do impacto pior. Xinguei, socando a pedra, sentindo as mãos de Greentur tentarem me amparar.

—Ali, você não está bem. — Sua voz era suave no meu ouvido, sem acusação, doce como o garoto que tirei debaixo da cama, que arrastei para longe dos corpos dos pais mortos. — Deixe-me ajudar você.

—Eu odiava o garoto por não ser como Tendrür. Mas como ele seria, afinal? Ele não tem o mesmo sangue. Ele não é um Vondelür, e nunca quis ser. — Sinto algo molhado escorrer no meu rosto, mas não ouvia barulho de chuva, eu só sentia aquele peso puxando meu corpo para baixo. — Agora não preciso me preocupar com isso, porque ele foi embora. Ele não é meu... Ele não é meu filho.

—Ali... Eu sinto muito.

Ele me abraçou com gentileza, senti seus dedos acariciarem meus cabelos, suportando meu corpo. Eu gritei com raiva, com tristeza, com agonia. Era como se meu filho tivesse morrido. E realmente tinha. A ideia de ter aquele filho morria dentro de mim, morria a ideia de que Tramiür era meu filho.

—Eu vou te levar para o seu quarto. Você já passou por coisas demais para um dia.

Sua voz era gentil, como sempre. Greentur era um guerreiro impiedoso, mas era um homem honrado e carinhoso. Veegan o tinha criado bem. Não protestei quando ele me ergueu em seus braços fortes e me suportou contra o seu corpo, deixando que envolvesse seu pescoço.

—Talvez seja melhor morrer depois da cerimônia, afinal. — Digo, os olhos fechados, evitando a tontura. — Deixar que Akerí termine com a paz antes que tenha começado. Assim todos saberão que os marientz nunca merecerão Tieres. Os graahkinianos terão ganhado sem precisar lutar.

—Não diga besteiras. Você não pode se deixar vencer. Não vale a pena.

—Tendrür assumirá meu lugar. Ele está pronto.

—Não, não está.

Ele subiu escadas, falou com alguma criada pelo caminho, eu não entendi, mas quando abro os olhos estou no banheiro do meu quarto, e Greentur me coloca sentada na beira da banheira, onde uma criada começa a me despir. Eu estou numa água morna sem forças para contrariar, minha cabeça pesando e girando ao mesmo tempo, como um castigo.

—Estou cansada Greentur. — Digo de olhos fechados, sentindo os dedos delicados de minha criada acariciar os meus cabelos. — Não importa o quanto você tente, as pessoas nunca estão contentes.

—Você já fez muito, Ali. Tem muito o que fazer. Não abandone nosso povo agora, sabe que isso é exatamente o que eles estão procurando. — Sua voz soou perto, não me incomodei, ele era uma pessoa decente, afinal. — Te matando vai causar desordem e caos entre nosso povo. Um momento perfeito para atacarem.

—Greentur... Você me acha repulsiva?

—O que? — Havia confusão com a mudança de assunto.

—Você me ouviu, não se faça de idiota.

Eu o olhei, sentada na banheira enquanto minhas asas estavam relaxadas dentro, meu busto a mostra, mas sempre em forma de voulcan, minha verdadeira forma desde que nasci. Ninguém questionava minha forma desde que me tornei líder. Não significava que os agradava, porque não agradou nem minha mulher.

—Minha mãe tem essa mesma forma, Alinü. Eu não a acho repulsiva.

—Não estou falando da sua mãe. Não seja idiota. Você me acha repulsiva? — Ele hesitou, piscando algumas vezes, saboreando suas palavras. — Olhe meu corpo se quiser. Toque, se desejar.

—Não.

—Não? — Estreito os olhos, mas ergo a sobrancelha.

—Não te acho repulsiva, Ali. — Admitiu, finalmente. — Nem você, nem ninguém deveria achar isso. Você é uma mulher linda.

—Sua tia achou coisa melhor para se entreter. — A garota que esfregava minhas costas não hesitou em fazer o mesmo pelas minhas asas. — Então não importa o quanto eu entreter minha futura mulher. Ela vai continuar querendo apunhalar minhas costas.

—Provavelmente. — Suspirou, passando a mão pelo topo da cabeça, um sinal de cansaço. — O melhor é manter distância. Não se preocupe em manter uma união verdadeira. Vocês sabem que tudo é arranjado.

—Eu moldei meu destino para a desgraça, Greentur. O preço que tenho que pagar, depois de todos os meus erros.

—Você não está bem, Ali. — Ele suspirou, sentando na beira da banheira. — Você não está bem. E eu não sei como te ajudar.

Então ficamos em silêncio. A garota terminou de me limpar, eu me enrolei no roupão e Greentur me ajudou a chegar na cama. Ele ficou ao lado da minha cama a noite toda, segurando o balde quando eu vomitava no meio da madrugada, não me julgando por ter bebido mais que aguentava. Ele só ficou ali, fazendo-me companhia. De manhã me deu uma poção, minha cabeça não pesou tanto, e mandou trazer o desjejum no meu quarto. Às vezes ele era como um filho para mim, um irmão mais novo, como Athen, só que diferente.

—Não vou deixar aquela mulher te destruir, Ali. — Ele me falou depois de uma manhã silenciosa. — Você é minha líder, e minha amiga. Nenhuma rainha tem o direito de atentar contra sua vida. Espero que você saiba disso.

Ele não esperava por resposta. Foi embora. Eu não o impedi.

Alguns poucos dias depois, Ireie veio a Tieres, trouxe um presente de Akerí e um traje formal. Avisou que a cerimônia seria no dia seguinte e que eu deveria levar dois convidados como testemunhas. O traje era uma calça com tecido vibrante e suave, com um colete, também vibrante. Minha futura mulher queria ver minha carne, porque nada iria abaixo do colete, e Athen falou que era um bom sinal, segundo os costumes deles. Claro que ela faria parecer que sim, a rainha não era estúpida. O presente era um anel de ouro, com aro grosso, que usei no dedo médio.

Athen viria comigo, ajudaria a me manter calma durante a cerimônia e me diria o que eu tinha que fazer. Eu não levaria meu filho mais velho ou os mais novos, seria arriscar demais. Deixaria minha mãe fora disso também, ela já tinha passado por muita coisa, e não estava contente com essa união acima de todos. Então eu não sabia quem levar, e sabia que deveria cumprir com essa obrigação.

—Eu irei. — Volinüs se candidatou, eu não entendi suas intenções.

—Não, não irá. Eu deveria levar um amigo.

—Você não tem uma grande lista de amigos. Eu serei mais útil que qualquer um deles. — Aquilo eu duvidava. — Você não sabe nada dos costumes dos marientz. E Athen não é a mais experiente. Era criança demais.

—Sua intenção é impedir que eu faça alguma merd*. Minha mãe mandou você? — Pergunto em tom azedo, ela revirou os olhos.

—Como se sua mãe pudesse mandar em mim. — Ela sorriu. — Ela não sabe dessa ideia.

—Ela não vai gostar dessa ideia.

—Não importa. Irei com você.

E ela foi mesmo. Ela e Athen usaram roupas com cores vivas, enquanto somente um broche de rubi impedia que meus seios saíssem do colete que Akerí pediu que usasse. Fomos a cavalo no meio da tarde para o sul, e chegamos de noite, instigando os cavalos a passarem entre as casas iluminadas por velas e pela rua feita de pedra. Não eram casas ruins, já pertenceram aos magos, há muito tempo, e por isso eram casas grandes e próximas, que circulavam em ruas em torno de uma praça com fonte. Nessa praça havia meia dúzia de marientz com tambores num canto, enquanto algumas dezenas de cadeiras abrigavam pessoas importantes que estavam repletas de ouro e prata, com roupas mais coloridas. Todos tinham em comum que as roupas cobriam a maior parte do seu corpo, o que me deixava extremamente desconfortável por ser a única a mostrar mais pele do que achava necessário para uma cerimônia.

Deixamos os cavalos serem levados por dois guerreiros, eu notei uma quantidade grande de guerreiros armados em becos e telhados baixos. Eu me perguntava se conseguiria voar com Athen e Voli se começassem a nos atacar ou se algo saísse errado. Fui levada até a fonte, sentindo os olhos de todos em mim num silêncio ensurdecedor, o mesmo que antecedia uma tempestade, uma batalha. Eu me perguntava se tinha vindo livremente para a minha morte, e tinha carregado Athen e Voli junto, mas Akerí apareceu, e eu perdi o ar em meus pulmões, ela pareceu ter percebido, porque abriu um sorriso ainda mais estonteante.

Akerí era uma mulher linda, eu nunca poderia negar isso. Seus cabelos estavam soltos naquela noite, longos cachos que desciam em suas costas e pareciam brilhar, selvagens e lindos, com algumas mechas sobre seus bustos fartos, cobertos por uma faixa branca. Havia uma saia longa, também branca, que tinha uma abertura em uma das pernas, mostrando sua coxa de maneira provocante. Graahkinianos não usavam saia, mas em Akerí tinha ficado perfeito. Ela estava perfeita. Seu cheiro doce chegou antes de seu corpo, que radiava poder e glamour.

—Achei que não viria. — Ela me disse, mantendo os olhos nos meus, talvez percebendo a pergunta óbvia atrás deles. — Você está atrasada.

—Atrasada? Ireie falou ao anoitecer. Para estar aqui ao anoitecer.

—Ela disse isso?

—Eu não te deixaria esperando de propósito.

—Não, claro que não. — Ela suspirou, eu não entendi, mas algum entendimento passou por seus olhos e ela acreditou em minhas palavras sem questionar ou requerer testemunha. Olhou para as minhas acompanhantes. — Seja bem-vinda, Athen. É bom revê-la.

—Fico contente também, akkenia. — Athen moveu a cabeça de maneira respeitosa.

—Não lembro de ter conhecido você. — Ela falou com Volinüs, mas me olhou, estreitando os olhos. — Soube que você tinha uma mulher.

—Sim, tive, até pouco tempo. Mas não essa mulher. — Toco o ombro de Voli, que analisava a rainha. — Ela é mulher de minha mãe, Volinüs Del Trhonttier.

—Mais um Thronttier. Vocês mantêm bastante relações com uma família que é sua rival.

—Não somos rivais. — Voli respondeu com paciência. — Nossas famílias se uniram por paz.

—Paz. — Repetiu, suspirando, voltando sua atenção para mim. — Você está confortável nesses trajes?

—Não. Por que me queria vestida assim?

—Por deleite. — E era verdade, eu podia ver em seus olhos. — Agora vamos a formalidades. Vocês podem se sentar. — Ela se dirigiu a Athen e Voli. — Começarei a cerimônia e vai demorar.

Eu movi a cabeça para concordar, mas avisei a elas em graahkiniano que deveriam se manter alertas para movimentos estranhos. Elas estavam com suas espadas, ninguém impediu que continuassem. Akerí me levou para conhecer todos os seus generais, nomes que eu sabia que nunca iria lembrar quando chegou no último, e eu me senti aliviada, pensando que tinha acabado.

Os marientz que mantinham os tambores começaram a tocar, uma batida e uma pausa, então acelerou lentamente, os da frente efetuavam uma batida, e os de trás outra, então uma pausa longa, e eles repetiam as batidas. As batidas se tornaram crescentes, envolventes, como se ditassem as batidas do meu coração, algum feitiço que Akerí estava lançando em mim.

—O sol e a lua, a água e o fogo, o ar e a terra serão o norte que me levarão para o seu encontro. — Akerí começou a cantar numa voz melodiosa sobre as batidas em sua língua, eu fiquei surpresa, ouvindo-a cantar a minha frente, os olhos presos nos meus. — Meu barco desafiará meus inimigos, afogará guerreiros. Enfrentarei tempestades, que elas venham. — Ela sorriu, então segurou minha mão, e eu olhei o gesto, deixando que ela envolvesse nossos dedos, os seus mais frios que os meus. — A bússola me guiará aos seus braços. Que me aqueça, aqueça minha alma. Os deuses, os deuses, os deuses se regozijarão com nossa união.

As batidas cessaram, eu a fiquei olhando, a canção tinha acabado, mas não os sentimentos que se passavam atrás dos seus olhos. Havia desejo, indecisão, tristeza, melancolia, mas eu também via um fio de alegria. Eu ergui sua mão até meu rosto, então mantive os olhos nos seus, e pressionei meus lábios nos seus dedos. Ela sorriu, um sorriso triste, então soltou minha mão.

—Estou pronta para irmos a Tieres. — Ela me falou na língua comum. — Para você fazer seus votos a sua deusa.

Claro... ela tinha que me matar naquela noite, por que esperar? Movo a cabeça para concordar, então levamos mais algum tempo para ela se despedir de todos e convocar suas acompanhantes e seus guardas. Cavalguei em silêncio, perto de Volinüs e Athen, que me lançavam olhares, talvez querendo dizer algo, mas incapazes de fazê-lo.

Quando chegamos em Tieres, havia poucos graahkinianos acordados para receber a rainha, mas muitos porque não o queriam fazer. Seus protestos por minha escolha. Eu julguei que todos estivessem acordados em suas casas, preparados para atacar se as trombetas fossem tocadas.

Segui para a praça central, desci do cavalo e parei aos pés de Graah, aquele grande monumento que todos colaboravam para manter intacto, longe do domínio de nossos inimigos, que eu tinha trazido para dentro dos nossos portões.

Pedi por sabedoria, acima de tudo, para saber o que deveria fazer de agora em diante. Eu precisava saber, ou estaria arruinando o futuro do meu povo.

—Graah. — Escutei a voz de Akerí atrás de mim. — Faz muito tempo desde a última vez que nos encontramos. E agora estou aos seus pés, fazendo um juramento a um dos seus filhos.

—Você não tem que jurar nada. — Digo com paciência, então me viro para ela. — Já estamos unidas desde quando você concordou com isso.

—E se eu quiser mesmo assim?

—Faça, se for sincero.

—Por que eu não seria sincera? — Ela sorriu e parou a minha frente, inclinando a cabeça para olhar o topo de Graah, decifrando sua expressão naquela noite, então me olhou mais séria. — Que nossa união seja resistente e maleável, forte como uma lâmina, flexível como o vento. E que nenhuma guerra seja capaz de abalar nossa relação.

Se ela estava mentindo, ela o fazia muito bem, porque eu quis acreditar em suas palavras. Eu a levei para minha casa, apresentei meu quarto e ela quis ficar nele, comigo, então esperei do lado de fora, para que ela se fizesse confortável lá. Seus guardas estavam no corredor também, suas acompanhantes tinham entrado com ela para ajudá-la.

—Athen? — Estranho sua presença, ela me lança um olhar irritado, cruzando os braços. — O que foi agora?

—Você é tão óbvia. Deixou isso evidente para todos naquela cerimônia estúpida. — Ela falou rapidamente em graahkiniano, suas palavras saindo grosseiramente.

—Não foi minha ideia aquela cerimônia. Você disse que haveria mais formalidades. — Respondo devagar.

—E não houve, porque te fizeram chegar tarde. Se o povo dela estivesse tão amistoso com esse acordo, teriam lhe dito a hora certa. Você não vê? Esse acordo não existe, e você vai dividir a cama com a mulher que vai cortar seu pescoço. — Disse com raiva, falando tão rápido que era difícil acompanhar. — Tudo isso porque você se deixou apaixonar pela aparência dela.

—O que?

—Você deixou todos verem isso. E agora todos eles sabem que você não fará nada para impedir os atos dela, porque todos tem certeza que você estará distraída demais para se importar com uma lâmina no seu pescoço!

Os marientz podiam não entender minha língua, mas não eram burros o suficiente para não perceberem os conflitos debaixo do meu teto. Volinüs apareceu e tocou o ombro de minha irmã, falando algo em seu ouvido que a fez ir embora sem me olhar uma segunda vez.

—Sua mãe pediu para você não fazer isso, mas chegamos à conclusão de que é inútil. — Ela me ofereceu um sorriso fraco.

—O que veio fazer aqui? Me acusar de ter sentimentos pela rainha?

—Te acusar? Não. Se Graah escolheu esse destino, resta você saber guiar esse caminho. — Ela estendeu a mão e acariciou meu rosto. — Estamos todos aqui para impedir que eles façam alguma coisa. Você só precisa cuidar de si.

—E os garotos?

—Protegidos pelas runas dos magos.

—Tendrür?

—Teimoso. Vai ficar alerta.

—Tudo bem. — Faço uma pausa, a porta do quarto tinha sido aberta e fechada depois que as acompanhantes de minha mulher tinham saído do quarto.

—A rainha requisita sua presença. — Ireie me disse, então foi para o quarto separado para ela.

—Boa noite, Voli. Garanta que minha mãe fique bem.

Ela beijou minha testa e foi embora, então entrei no quarto. Fiz contato visual com Akerí, sentada no centro da cama, completamente nua, os bustos fartos a mostra, parte das coxas e seu sex* cobertos parcialmente pelo lençol. Era uma visão incrível, meu coração tinha acelerado em expectativa diante do seu olhar enigmático, incitando-me a avançar. Ela estava em minha cama como se pertencesse a aquele lugar, como se minha casa a pertencesse. Mas eu sabia a armadilha que me colocaria se me deixasse levar. Eu tirei meus trajes sem pressa diante do seu olhar, deixando que caíssem no chão, alongando minhas asas.

—Como você quer fazer isso? — Pergunto lentamente, saboreando sua cobiça pelo meu corpo, agora sem nenhuma hesitação.

—Há várias formas de fazermos isso, mas nenhuma delas inclui em você ficar parada aí. Venha aqui. — Ela passou a mão pelo lençol.

Eu me aproximei e sentei na cama a sua frente, assistindo seus olhos saborearem minha carne, então esticou o braço com cautela, tocou meu rosto e se inclinou, pressionando os lábios nos meus. Sua outra mão apoiou na minha perna. O que ela estava fazendo? Ela queria consumar nossa união? Rompi o beijo, mas somente para pressionar as mãos em seus ombros e a fazer deitar, recebendo seu sorriso, então ela me puxou para deitar em seu corpo, não se intimidando em explorar minha pele.

—Você não precisa fazer isso. — Digo devagar, seus toques me acalmavam.

—Não, realmente não preciso. Não deveria. Mas quero mesmo assim, e diante dos deuses...

—Diante dos deuses você prometeu ao seu povo que terminaria os laços comigo diante de sangue. — Olho em seus olhos, encontrando surpresa, então havia aquele mesmo brilho triste de mais cedo. — Consumindo nossa união ou não, você tentará me matar, e centenas de guerreiros e suas famílias vão morrer e sofrer. Mas se meu sangue vai te satisfazer o suficiente, satisfazer seu povo... — Deslizo a mão por baixo do seu travesseiro, retirando a adaga que ela tinha escondido lá, e entrego em suas mãos. — Faça isso agora.

Ela sequer tinha se esforçado em esconder a lâmina, parte do cabo tinha ficado a mostra. Suspiro, voltando a sentar na cama antes de levantar, afastando-me diante da hesitação dela. Então não tinha imaginado a reciprocidade dos sentimentos dela por mim, mas ela também era líder diante do seu povo assim como eu era líder do meu povo, e nossos sentimentos não podiam ser colocados acima disso. Eu tinha cometido um erro grande ao propor paz com um inimigo ancestral, onde o ódio tinha sido cultivado há mais tempo que minha mãe tinha de vida.

—Eu não quero terminar nossa primeira noite em sangue. — Ela falou da cama, e eu a olhei. — Eu sequer quero seu sangue, Alinü.

—Seu povo quer.

—Eu sou a rainha deles, e eles me devem obediência.

—É? Então por que aceitou a oferta de fincar essa lâmina em mim?

—Eu dependo de meus oficiais para continuar tendo um exército. Eu tinha que concordar. Não significa que vá fazer isso. — Ela lançou a lâmina em direção a porta, fazendo a adaga ficar presa lá.

—O que você deseja então, Akerí? Me matar não vai impedir meu povo de destruir seus guerreiros. Suas acompanhantes, seus guerreiros e suas famílias, serão todos mortos essa noite, e você nunca sairá viva dessa casa. — Sinto minha boca seca, como se precisasse de água, mas me obrigo a engolir em seco, controlando minimamente os batimentos do meu coração. — Vale a pena? Vale a pena tantas mortes?

—Vale a pena tentar construir algo sobre um terreno tão frágil?

—Sim, se os frutos fortificarem o solo. Eu sabia que essa união seria arriscada, mas estou aqui, sem armas diante de você, Akerí. Posso confiar em você?

—Espero que não se importe que eu tenha pesquisado seu quarto. — Ela falou após um minuto, abrindo a gaveta ao lado da cama e retirando um frasco ainda cheio, mostrando-me. — Você me dirá para o que isso serve?

—Para diversão. — Sorrio, voltando a me aproximar da cama e pegando o frasco dos seus dedos, bebendo tudo de uma vez, sentindo a mudança acontecer. — Então?

—Oh... Todos os graahkinianos tem surpresas assim? — Ela olhou meu corpo uma segunda vez, um sorriso brincando nos seus lábios.

—Não. Você só teve sorte de ter escolhido a que tem mais recursos. Então... — Eu continuei parada ao lado da cama, deixando o frasco de lado. — Vamos começar a lutar juntas?

Ela moveu o corpo, achei que fosse se levantar, mas ao invés disso ela virou as costas para mim, apoiando-se com as pernas dobradas e as mãos no colchão. Sorrio com a imagem, ela me olhou sobre o ombro, também sorriu.

—Juntas é um modo de colocar. — Ela falou num tom mais baixo, mais rouco.

Ainda assim, eu me deitei no colchão, deixando que ela ficasse sobre mim, o que a agradou e trouxe alivio em seus olhos. Finalmente, a tristeza tinha saído dos seus olhos, e ela se deixou ser livre naquela noite, longe dos deveres de rainha. Minha prece para Graah, foi de que aquilo durasse os próximos dias, os próximos anos, as próximas décadas, pelo bem dos graahkinianos e dos marientz.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

E aqui chegamos ao fim de mais uma história, meu povo :)

Estou feliz em ter podido mostrar esse meu lado da fantasia e mesclar um pouco com a cultura nórdica (do qual me inspirei para montar a cultura Graahkiniana). Fico contente que tantas pessoas tenham vindo e acompanhado, deixado sua marca nos comentários, sempre me ajuda a saber o que estão pensando da história e se há coisas a melhorarem :)

Então agradeço a todas vocês que vieram aqui e se dispuseram a acompanhar a história para descobrir qual seria o destino de Vonü. Espero que tenham gostado do desfecho, que tenham gostado de conhecer um pouco dos marientz/povo do mar, porque adorei criá-los e trazer a vida a Akerí :D

Por último, digam-me o que acharam (de tudo, de nada, da história toda, dos últimos capítulos!)

Fico a disposição para qualquer dúvida, crítica ou para receber seus pensamentos :)

Se quiserem, acompanhem minhas outras histórias aqui no site ou nas outras plataformas, listadas no meu perfil :) caso queiram saber mais sobre as histórias ou saberem das próximas, sigam-me nas redes sociais: instagram (@alex.escritora) e facebook (AlexMills.Litles).

Até o próximo pessoal :D

 

OBS : Só para relembrar que "Born" continua à sua espera na Amazon ;)

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Para mais informações da história, basta me seguir nas redes sociais:
Facebook: https://www.facebook.com/AlexMills.LitLes Instagram: https://www.instagram.com/alex.escritora/


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Comentários para 30 - Os finais escrevem um novo começo:
Lea
Lea

Em: 14/08/2021

Amei toda a história!!  A reclamação aqui é que,a história acabou na melhor parte. Hahahahaha 

Amei o destino de Vonü, literalmente amei mesmo. Você não poderia ter feito uma esposa melhor que Volinüs para Vonü!

Alinü mereceu por mérito própria,cada linha que você destinou a ela,foi formidável o destino que você concebeu a ela. Vonü soube guiar a sua filha e acreditar na sua mudança,foi uma semigual!

Parabéns 

 


Resposta do autor:

ahahahah eu quis continuar essa história, quando comecei a postar e cheguei nesse fim para falar a verdade até comecei a escrever, mas dava um receio ali no fundo com tanta coisa sendo escrita ao mesmo tempo que decidi esperar xD mas quem sabe?

 

Fico feliz que tenha gostado Lea :D

O Destino de Vonü é uma das minhas história atuais que mais gostei de escrever :) e me identifico, acima de tudo hehe fico imensamente feliz que tenha gostado das partes e conseguido aproveitar cada uma delas :)

Obrigada pelos comentários, deixa-me feliz saber que estão gostando e também saber o que estão pensando de tudo :D

Responder

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Andreia
Andreia

Em: 16/07/2021

Parabéns linda história muito bonita vai ter continuação desta linda história.

Mais uma vez parabéns.

Abraços


Resposta do autor:

Olá Andreia!

Fico feliz que tenha gostado e vindo comentar :D

Te falar que já pensei em continuar essa história, eu realmente gostei de escrevê-la, a Vonü é uma das minhas personagens preferidas :) Mas até agora vai ser parte única mesmo!

Obrigada :D

Beijo casto ;)

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Irinha
Irinha

Em: 30/06/2021

Parabéns autora e obrigada por partilhar com a gente essa maravilhosa história.bjs


Resposta do autor:

Obrigada Irinha :D

Eu quem agradeço pela companhia :D é sempre um calor no coração receber essas visitas dos leitores nos comentários :D

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kasvattaja Forty-Nine
kasvattaja Forty-Nine

Em: 30/06/2021

Olá! Tudo bem?

 

Olha sua mente não é somente fértil, é fertilíssima — e ainda tem A Feiticeira E A Loba. Uau.

Não sou muito fã de histórias que envolvem fantasia, perdoe-me a franqueza — você pode não acreditar, mas nunca li Tolkien, nem ao menos folheei —, porém nos poucos capítulos que li de sua história, não tem como não reconhecer o seu talento. Parabéns ela finalização de mais uma história sua.

É isso!

 

Post Scriptum:

 

''Arte e vida se misturam. Fantasia e realidade se acrescentam. ''

 

Affonso Romano De Santana,

 

Escritor e Poeta.


Resposta do autor:

Kasvattaja! Que bom te ver por aqui :D

 

Passa coisas malucas pela minha cabeça não é? Eu sei ahahaha

Magina, nem todo mundo gosta da mesma coisa, é natural ;) o que importa é ser sincera consigo mesma :D Como leitora eu sou péssima, minhas referências são de jogos ou imagens hahahah mas Tolkien foi um incrível escritor, realmente, assim como vários que temos por aqui. Mas obrigada por me colocar no mesmo parágrafo que ele :D quem sabe não atinjo coisas grandes assim também?

Obrigada pela visita e os elogios :)

Obrigada pela referência :D

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 29/06/2021

Vou sentir saudades, parabéns!


Resposta do autor:

Obrigada Marta!

Também já to com saúdades da história e dos seus comentários hahaha :D

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