• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • A feiticeira e a loba
  • Demasia

Info

Membros ativos: 9525
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,495
Palavras: 51,977,381
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Azra

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entrelinhas da Diferença
    Entrelinhas da Diferença
    Por MalluBlues
  • A CUIDADORA
    A CUIDADORA
    Por Solitudine

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Liberte-me""
    Liberte-me
    Por millah
  • Ao Norte de lugar nenhum
    Ao Norte de lugar nenhum
    Por shoegazer

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

A feiticeira e a loba por Alex Mills

Ver comentários: 1

Ver lista de capítulos

Palavras: 4023
Acessos: 1092   |  Postado em: 28/06/2021

Demasia

 

—Não disse? — Ian falou, arriscando-se na língua comum. — Mesmo cheiro!

Kenny e Jhan riram, porque sentiram o cheiro de Ilis no corpo de Emeril. Ambas trocaram um olhar cúmplice, entrando no barco, sendo as únicas que faltavam. Selen estava no leme, inclinada, olhando para todos, mas encarou Emeril quando chegaram, notando que o ferimento tinha melhorado. Os lobos estavam reunidos na proa, e compartilharam seus pães com ambas. Milo se levantou do lado da elfa, descendo os degraus e parando em frente a feiticeira, os olhos curiosos na loba.

—Você deve ser a bruxa que Emeril falou. — Ilis falou.

—Sou Milo.

—Sou Ilis.

—É um prazer finalmente te conhecer. Eles ficaram me falando várias coisas sobre você.

—Eles falam demais as vezes.

—Mas falaram coisas boas.

—Espero que sim. Ou vou mandá-los nadarem até o outro lado do oceano.

—Aposto que sim, você é a alfa deles. Se estivesse no seu lugar, daria ordens para eles o tempo inteiro.

Ilis sorriu, dando uma mordida no seu pão, então Emeril se afastou, ficando ao lado de Ian, observando Milo puxar assunto de forma incansável.

—Impressão minha, ou a alfa já ganhou um coração? — Ian perguntou na sua língua, batendo em seu braço.

—Achei que tivesse sido impressão minha. — Emeril respondeu, suspirando. — É coisa de alfa, ou ela ganha corações assim mesmo?

—Você quem deveria nos responder!

—Não se preocupe. — Jhan se moveu para o seu outro lado, passando um braço sobre seus ombros e a puxando para perto. — Deixa a bruxa achar que tem chances. Ilis já escolheu você.

—Então não importa o pedacinho que ela arrancar agora, você tem o pacote inteiro. — Ian falou, rindo alegre.

—Ela me ignorou completamente. — Emeril falou, ainda inconformada. — Ontem à noite ela estava implorando para vir junto.

—Ainda dá tempo de jogá-la do barco.

—Ian. — Kenny o repreendeu. — Não dê ideias para ela.

—Eu não vou fazer nada! — Emeril alegou, mas acabou sorrindo. — Talvez uma poção resolva o assunto.

Ilis se virou na sua direção, erguendo as sobrancelhas, incrédula, mas somente riu em resposta, os lobos a acompanhando.

—Vamos lá, marinheiros. — Selen falou alto, chamando a atenção de todos. — Temos um oceano para cruzar, terras para conquistar. Então se ainda falta trazer algo a bordo, façam agora ou se arrependam para sempre!

—Alguém está animada para encontrar sereias. — Kenny falou em resposta, fazendo a elfa rir.

—Seja uma boa garota, desamarre a corda.

Kenny mostrou a língua em resposta, mas pulou para o cais e desprendeu o nó, pulando de volta para o barco. Selen ligou o motor, lentamente se afastando da borda da praia e seguindo para o alto mar, depois dos barcos de pescas. Ilis aproveitou o momento e seguiu para o leme, decidida a conversar com Selen. Milo se voltou para o grupo na proa, sentando no banco de frente a ele.

—Quanto tempo vamos demorar para chegar? — Perguntou a eles.

—Com o motor, talvez em alguns dias. — Emeril respondeu.

—E o que vai ter lá?

—Um deserto, bem grande.

—Deserto? Não acredito. Quanto tempo vamos ficar lá?

—Depende de nossa velocidade. — Jhan respondeu, falando a língua comum. — Mas talvez nos atrasaremos uma semana.

—Por que?

—Quando chegarmos lá vamos nos separar, por causa da lua nova. — Kenny explicou. — Emeril levaria a elfo. Faríamos uma travessia rápida. Mas com um corpo a mais, acho que ela não aguentaria levar ambas e o barco nas costas.

—Você vai levar o barco?

—Eu vou tentar. Nunca tentei encolher algo tão grande. — Emeril respondeu.

—Como assim encolher?

Emeril ergueu a sobrancelha, sem saber como explicar, então pressionou os dedos no ombro, uma sutil luz se acendendo enquanto ela retirava o livro de sua mãe, pressionando em sua palma e o fazendo crescer até seu tamanho normal.

—Encolher, literalmente, ficam tão pequenos que não sinto o peso.

—Isso é nojento. — Ela fez uma careta. — Você deixa as coisas dentro da sua pele?

—Claro que não. Eles ficam em outra dimensão. Quanto mais coisas carrego, maior é a concentração para mantê-los lá. Minha pele é só uma porta.

—Você pode fazer isso nos outros?

—Não. Em outros magos, talvez.

—Magos são dragões. Claro que você teria força para levar todos nós se você quisesse.

—Ela é metade dragão. — Ian falou, animado. — Mostre a ela.

—A ela ou a você?

—Para todos! Nunca vou me cansar de ver.

Emeril balançou a cabeça negativamente, mas assentiu. Os lobos se afastaram e ficaram ao lado de Milo, olhando-a e esperando. Com todas as vezes que tinha mudado de forma e treinado nela, estava mais forte. Suas asas estavam mais grossas e resistentes, sua pele mais firme. Os chifres ganharam pontas curvas para cima, e mais escamas eram visíveis.

—Por que meia transformação? — Milo se aproximou, pegando seu braço e pressionando os dedos na sua pele. — É por isso que Selen te chama de bastarda. Você não é só filha de magos.

—Se fosse ela não seria tão legal. — Jhan falou, encarando a bruxa.

—Talvez. Mas seria mais poderosa se fosse uma raça pura.

—Está me desafiando, Milo? — Emeril perguntou, impaciente. — Você mesma disse que sei mais do que você.

—Oh, desculpa. Eu não quis parecer arrogante. É que minha mãe sempre falava de raças puras.

—Raças puras?

—Como os lobos, Selen, eu.

—Não eu. — Constatou, e Milo somente assentiu, soltando seu braço. — Tem alguma vantagem descender de pais da mesma raça. Mas nunca confirmaram se há desvantagem em combinar genes de outras espécies.

—Você poderia ser um dragão de verdade.

—Nesse critério eu sequer teria transformação.

—Faz sentido. — Balançou os ombros, desviando o olhar e cruzando os braços. — Minha mãe nunca gostou de misturas.

—Nem você, pelo visto. Mas tudo bem, nem todos são obrigados a gostar.

—Eu gosto. — Ian sorriu, aproximando-se. — Me leva para voar?

—Agora?

—Sim! Assim eu mergulho.

—Se não for nu, eu agradeço.

Ian riu, tirando a camisa enquanto Emeril se equilibrava na beira do casco. Alçou voo, sobrevoando o barco. Ian correu até a popa, saltando e estendendo os braços para cima, Emeril o segurou pelos pulsos antes que ele atingisse a água, aumentando sua altitude enquanto ele gritava em comemoração.

—Isso é muito legal! Quão rápido você consegue voar?

—Muito rápido.

—Mais rápido que um lobo corre?

—Quer apostar uma corrida agora?

—Agora? Claro que não! Quando chegarmos em terra firme? Com certeza.

—Vou dar uma breve demonstração então.

Emeril o segurou mais firme e ele prendeu os dedos nos seus braços, gritando animado quando ela aumentou a velocidade conforme avançava no oceano. Baixou a altitude e fez os pés de Ian entrarem na água, afastando-se cada vez mais do barco.

—Você voa muito rápido!

—Mais rápido que um lobo?

—Lobos não voam!

—Não é o que estou vendo! — Ela riu, diminuindo a velocidade e girando o corpo, achando melhor parar. — Preparado para o mergulho?

—Claro!

Emeril fez um esforço, balançando Ian no ar, então o lançou para frente, e ele girou duas vezes antes de mergulhar na água. Ela riu, cruzando as pernas enquanto plainava, vendo-o nadar animado.

—Tem peixes grandes aqui!

—Que tipo de peixe?

—Espera.

Ele mergulhou, mas demorou para voltar outra vez. Emeril estranhou, aproximando-se da superfície da água, ponderando se mergulhava ou não.

—Tem um tubarão aqui! — Ele apareceu de repente, assustando-a.

—O que? É melhor voltarmos.

—Desse tamanho? Não! Vamos alimentar todos e economizar nossos suprimentos.

—Ian!

Ele mergulhou, e dessa vez Emeril mergulhou também, procurando por Ian, mas encontrou primeiro o tubarão do qual ele falava. Não teve tempo de pensar, estendeu a mão e pensou nas palavras do feitiço, a luz vermelha atingindo o tubarão antes que fosse atingida. Ele parou bem a sua frente, retorcendo-se agoniado, até perder a vida, boiando até a superfície.

Ian apareceu, saindo de suas costas, e ambos nadaram até a superfície, o rapaz comemorando ao redor do tubarão.

—Deve ter cinco metros! O que você fez?

—Procure pelas brânquias. A questão é, como vamos levar isso para o barco?

—Eu seguro ele.

—E eu seguro você.

—Duas refeições garantidas.

Emeril respirou fundo, mergulhando, afundando alguns metros. Bateu as asas em direção a superfície, pegando impulso para alçar voo. Ian abraçou o tubarão contra o peito, e Emeril teve a difícil tarefa de segurar sua cintura e erguer ambos acima da água, embora não tenha conseguido subir muito além. Ainda que cansada, conseguiu chegar no barco, e pousou Ian em segurança antes de voltar a forma humana, sentando no casco para recuperar o fôlego.

—Olha o peixe que pescamos! — Ian comemorava, exibindo o tubarão.

—Eu jurava que tinham achado um corpo lá. — Kenny falou, e deu um tapa na nuca dele. — Ficou maluco? Sair na mão com um tubarão?

—Eu não fiz nada! Só atraí o peixe e Emeril pescou!

—Espera, era esse seu plano? — Emeril perguntou, estreitando os olhos na sua direção. — Quando você planejou me contar ele? Achei que você fosse ser devorado!

—Ian. — Ilis falou enquanto se colocava a sua frente, soltando um suspiro. — Você foi longe demais.

—Eu tinha tudo sob controle.

—Não parece isso. — Apontou para Emeril. — Vocês foram irresponsáveis. Podiam ter se machucado.

—Eu só o levei para mergulhar, Ilis. Não imaginei que teria tubarões aqui. — Emeril se defendeu.

—Eu vi o que estava fazendo. — Ilis a olhou, ainda séria. — Se quiserem mergulhar, façam isso perto do barco. Não quero ninguém ferido aqui.

—Desculpa. Não devia ter me arriscado assim. — Ian assumiu, baixando a cabeça. — Não farei de novo, alfa.

—Espero que não. Vai ficar sem uma refeição pela sua atitude. Mas pode escolher se vai ser a tarde ou a noite.

—Melhor agora. A noite é longa. E já estou enjoado com esse balançar.

—Bom. Ajude a limpar o peixe. Sua pesca, sabe o que fazer.

—Na verdade a pesca foi do dragão, mas eu faço isso sem problemas.

Ilis assentiu, afastando-se e parando ao lado de Emeril, oferecendo a mão para ajudá-la a se levantar. Ainda que se sentisse frustrada, aceitou, seguindo-a em silêncio para as cabines, divididas por um fino corredor e com mínimo espaço no interior. Fechou a cortina que servia de porta, tirando suas roupas molhadas enquanto a loba sentava na cama rente ao chão, observando-a.

—Não precisava me dar uma bronca, Ilis. — Reclamou, olhando-a por um instante. — Não faço parte da alcateia para me tratar daquele jeito. O que achou que eu estava fazendo lá?

—Você sabe o que estava fazendo, Emeril.

A feiticeira parou a sua frente, seminua, com as mãos na cintura, irritada com a calma que ela mantinha.

—Eu só o levei para mergulhar.

—Eu sei. Então por que precisava dar aquele show todo? Ir para longe e se colocar em risco?

—Que show, Ilis?

—Emeril, eu te vi, senti você. Por que é difícil para você admitir que estava querendo mostrar suas habilidades?

—Isso é ruim? Ele queria saber até que velocidade eu ia.

—E você não hesitou em mostrar. Olha o perigo que correram. Você podia ter se machucado.

Emeril suspirou, desviando o olhar. Ilis inclinou a cabeça, subindo lentamente as mãos em suas pernas, e sem sua recusa, puxou para baixo o tecido fino e molhado que cobria seu sex*, baixando até o chão. Beijou os pelos sobre seu sex*, deslizando os lábios sobre sua virilha.

—Você e Selen vivem falando isso.

—O que? — Ilis ergueu os olhos, mas continuou movendo os lábios em carícia pela base de sua barriga.

—Que gosto da atenção de todos.

—Você não gosta?

—Não foi nada fácil aprender o que aprendi sozinha. O que há de errado em mostrar o que sei?

Emeril baixou o olhar, tocando o rosto da loba e aproximando o passo que faltava, recebendo as carícias nas suas pernas.

—Não há nada de errado, se admitir que gosta do que recebe em troca.

Emeril foi se abaixando, encaixando as pernas ao redor dela, seu sutiã foi retirado lentamente, beijos percorrendo todo o colo do seu peito.

—Você tem um jeito sutil de conseguir as coisas. — Emeril sussurrou, inclinando a cabeça para trás, oferecendo sua derrota para a loba.

—Não tente ficar brava comigo enquanto tira as roupas na minha frente.

—Estou vendo que é uma luta perdida.

—Então me deixa pegar meu troféu.

Emeril sorriu, olhando para ela, recebendo seus lábios árduos pelos seus beijos. Seu corpo foi deitado na cama, recebendo o peso de Ilis sobre si.

—Estou cansada, querida. — Emeril sussurrou.

—Você não precisa fazer nada. Deixa-me te dar a atenção que posso te dar.

—Apenas você pode isso. — Sorriu, segurando seu rosto perto. — Você pode tudo.

—Eu só quero uma coisa. Te fazer feliz ao meu lado.

—Você está fazendo isso muito certo, assim sendo.

Ilis sorriu, verdadeiramente contente em ouvir isso. Beijou Emeril com mais paixão, aproveitando o contato, sem querer ir rápido demais. Dessa vez, os toques que ofereceu eram cheios de cuidados e zelos, demonstrando seu desejo de querer cuidar da feiticeira.

Emeril acordou no meio da noite, enquanto todos dormiam, exaustos depois de terem passado uma noite em claro e um dia animado com o ambiente novo. O barco fazia movimentos mais sutis com a suave brisa que atingia seu casco, amenizando o enjoo daqueles que não estavam acostumados com o balanço do mar.

Seguiu para perto do leme, surpresa em encontrar Selen ainda acordada, apoiada no leme que tinha um suporte para mantê-lo parado. Trocaram um olhar antes da elfa sinalizar para que se sentasse. Sentou perto da beira, querendo olhar o mar mais de perto, a lua cheia começando a dar sinais de se aproximar da lua nova. Ficaram num silêncio pacifico por alguns minutos, somente as estrelas fazendo companhia para a lua, enquanto elas ponderavam o que dizer.

—O corte está cicatrizando bem, não deve ficar uma cicatriz feia. — Selen falou primeiro, respirando fundo antes de olhar para Emeril. — Você se curou?

—Não. Não havia nada que eu pudesse fazer. Ilis quem deu um jeito nisso.

—Fico aliviada que não vai ficar tão marcada. Odiarei te olhar todas as vezes e saber que a culpa foi minha.

—O corte em si não me incomodou tanto. Sabia que acabaria dando um jeito de melhorar aquilo. — Também suspirou, só então olhando para ela. — Você notou o que aconteceu quando veio para cima de mim daquele jeito?

—Não. O que?

Ergueu a mão, mostrando a palma limpa, levando alguns segundos para que ela entendesse. Olhou a própria mão, mas fechou os olhos quando não encontrou mais o símbolo que as marcavam desde do dia que se conheceram.

—Acendeu quando você atacou, então desapareceu, e você sequer notou. Não quis acreditar que você pudesse me machucar, Selen.

—Não se trata só do corte, não é?

Voltaram a se olhar, e Emeril negou com a cabeça antes de desviar o olhar. Selen respirou fundo, piscando algumas vezes.

—Você me falou todas aquelas coisas, Selen. Como se eu fosse uma inútil, mesmo tendo visto meus treinos, todos os dias. Nunca precisei de sua proteção. — Pausou, olhando na sua direção por um momento. — Nunca pensei que precisaria me defender de você, Selen. Se Ilis me defendeu uma vez contra um lobo, era porque não estava esperando que teria que lutar contra um animal, e ela nunca me acusou de ser fraca por isso.

—Você não é fraca, Emeril, sinto muito se fiz você achar isso. — Adiantou-se em dizer, tocando um de seus pés. — Você nunca foi uma garota frágil, que procurava a proteção de alguém. Nem ajuda. Provavelmente porque você não tinha ninguém para pedir, ninguém que pudesse te entender. Desde do dia que nos conhecemos você tentou me intimidar. — Sorriu, sentando-se de frente para ela. — Você é inteligente da forma que nenhum aqui é, Emeril, e eu sempre te admirei por isso.

—Que inteligência, Selen? Você vive me chamando de selvagem.

—Porque você não sabe nada do mundo. Mas você aprendeu tudo que sabe sozinha. Todos aqui tiveram auxilio de alguém da própria espécie. Você foi mais disciplinada que todos juntos aqui.

—Você nunca me falou nada disso antes. — Emeril franziu o cenho, sem entender o motivo dela estar dizendo tudo aquilo.

—Seu ego sempre foi muito elevado também, não queria dizer e piorar a situação.

—Ah, por favor. Não comece com a cota do “Emeril é o centro das atenções.” Estou farta de ouvir isso.

—Estou brincando.

—Não está, porque tem razão.

Desviou o olhar outra vez, ainda que Selen mantivesse a sobrancelha erguida na sua direção. Somente balançou a cabeça, incapaz de repetir, ainda que já estivesse conformada que esse fosse um traço seu que não seria capaz de se livrar, porque gostava da atenção e de provocar para tê-la. Selen somente sorriu, também desviando o olhar e mirando a lua, que já não estava inteira.

—Sempre admirei você, Emeril. — Falou devagar. — Desculpa nunca ter dito nada disso antes, eu tinha medo que você confundisse as coisas, mas foi outro erro meu, porque eu quem devia ter confundido as coisas e levado mais a sério quando tive a chance. Estive frustrada depois que Ilis voltou, porque sabia que vocês eram destinadas a ficarem juntas.

—Não acredito em destino, Selen. — Emeril a olhou, tocando sua perna. — Por que nunca me falou?

—O que eu diria? Sou eu quem não quero ficar entre vocês, Emeril. O ano inteiro eu sabia que você procurava por ela naquela maldita floresta, todos os dias. Por isso não quis me envolver.

—Por isso sempre manteve um espaço entre nós?

—Foi um erro. Mas está tudo bem agora. Nunca daríamos certo.

—Talvez não, mas eu prefiro que seja direta comigo, Selen, não me esconda as coisas.

—Ilis me disse isso hoje, enquanto você se controlava para não matar a bruxa. — Sorriu para o revirar de olhos que recebeu. — Vocês brigaram por esse mesmo motivo. Eu não vou cometer esse erro de novo. Então... desculpa por ferir você... de todas as formas. Todas as coisas que disse foram erradas. Você nunca dependeu de ninguém para te proteger, e sei que vai estar preparada quando tivermos que enfrentar alguma coisa. Você estava certa em não reagir. Eu quem fui idiota, e não reparei que eu quem não devia ter atacado.

—Não devia ter quebrado seu nariz também. Estava com raiva naquela hora.

—Então ainda somos amigas?

—Vai precisar mais que isso para se livrar de meu ego, elfo.

Selen riu, arrastando-se até estar ao lado da feiticeira, podendo deitar a cabeça no seu colo. Emeril tirou os cabelos do seu rosto e acariciou seu couro cabeludo devagar, deixando a cabeça cair para trás.

—Então... Você e Milo viraram amigas? — Emeril perguntou após um tempo, ouvindo o riso dela em resposta. — Ofereceu trégua para ela também?

—Não é o que está pensando. Ela passou a noite toda perguntando de você.

—De mim? Acho que o interesse acabou depois que descobriu que não sou uma raça pura.

—Não acredite nisso, Emme. Milo está vindo de uma cidade esquecida no mapa. Quando chegar no meu lar, vai descobrir que o mundo não é mais dividido desse jeito. Além de que a mãe dela ainda teve outro filho com humano. Não sei o que ela ainda está pensando.

—Está tudo bem. Eu também estou ficando cada vez mais curiosa com o que vou encontrar na sua terra natal. Até mesmo os lobos já foram lá.

—Imagino que sim. É um lugar bem grande.

—Sente falta de lá?

—Sinto falta da minha mãe e meus irmãos. Tenho saudade dos meus lugares favoritos lá.

—Você tem irmãos? Nunca me falou deles.

—Tenho alguns. Minha mãe gosta de adotar. De sangue só tenho mais dois.

—Vou conhecer a família toda?

—Provavelmente. Vou te apresentar a todos que estiverem lá. Você e Ilis já estão falando de filhos?

—O que? — Surpreendeu-se, virando a cabeça na sua direção. — Como isso veio parar aqui?

—Eu não sou tão estúpida, Emeril. Posso não entender a língua dos lobos completamente, mas entendi o que Ian quis dizer com “mesmo cheiro.” Vocês passaram a noite juntas.

—Há algum problema nisso? Eu posso comprovar que Ilis não tinha o necessário para me engravidar ontem.

—Eu te avisei, não avisei? Se deitasse com Ilis ontem, você corria o risco.

—Sequer falei com ela sobre isso. Se tinha uma chance, ela teria me dito. Filho não é uma coisa que decidiria de momento.

—Vamos ter as próximas semanas para descobrir.

—Selen... Diz que é mais uma de suas brincadeiras.

—Acha que eu brincaria com uma criança? Ainda mais sua.

—Não há criança nenhuma.

—Você tem certeza? Não há nenhum feitiço para descobrir isso?

—Eu teria que falar com minha mãe para saber.

—Ilis não vai causar uma boa impressão, chegando lá e dizendo para sua mãe que engravidou a filha dela logo na primeira vez.

—Não estou grávida. Para de dizer isso.

—Já começou a pensar em nomes?

—Cala a boca, Selen.

A elfa riu, balançando a cabeça e fechando os olhos. Acabou dormindo ali mesmo, mas Emeril não conseguiu mais fechar os olhos sem deixar de pensar na mínima possibilidade de ter uma criança dentro de si.

Ilis foi a primeira a acordar na manhã seguinte, e abraçou Emeril por trás quando a encontrou sentada em um dos bancos, parecendo meditar. Ela sorriu, e Ilis se moveu até ficar a sua frente, sentando no seu colo. Abraçaram-se, colando seus corpos por longos minutos, o conforto acalmando a ansiedade que a feiticeira estava sentindo.

—Melhor? — Ilis perguntou, movendo as mãos em suas costas.

—Sim, muito melhor.

—Senti que estava tensa. Aconteceu alguma coisa?

—Você quem deverá me dizer.

—Claro. Qual o assunto?

—Ilis... — Respirou fundo e fechou os olhos, abraçando-a mais forte. — Há alguma chance de engravidarmos?

—Por que a dúvida agora?

—Ontem Selen me disse que há uma forma disso acontecer durante a lua vermelha, mas não acreditei nela.

—Ela te disse isso ontem? — Ilis franziu o cenho, afastando o rosto para poder olhá-la. — Você dormiu comigo sabendo disso?

—Sim. Claro que sim. Eu não acreditei nela. Eu achei que se tivéssemos algum risco de isso acontecer... você teria me dito desde do começo.

—Eu não disse, porque você não sabendo não corríamos esse risco.

—Como assim? Então há a chance de... De eu estar grávida?

—Nessas circunstâncias, é provável que eu esteja. Mas vamos manter a calma. Você queria ter um filho?

—Sim, um dia.

—Você pensou nisso enquanto fazíamos sex*?

—Eu não sei, talvez? Por que está me fazendo essas perguntas?

—Porque são necessários alguns critérios para isso acontecer. Eu ter me tornado alfa aumenta um pouco as chances.

—Como isso é possível, Ilis? Somos duas mulheres. Com nada a mais.

—Não é bem assim que funciona, ainda mais quando eu sou regida pela lua.

—A lua decide quando vamos ter um bebê?

—Mais ou menos isso. Se desejarmos isso, e a lua decidir que devemos ter, algo acontece, algo especial.

—O que tivemos ontem foi especial, meu amor. E não foi só porque foi nossa primeira vez juntas.

—Foi porque era o certo a fazer.

—Você sentiu isso também?

—Sim, o tempo inteiro.

Emeril suspirou, fechando os olhos e colando suas testas, tentando clarear seus pensamentos. Ilis continuou acariciando suas costas, pensando em como seria criar um bebê agora, com Emeril, e não conseguiu não sorrir com a ideia.

—Seria ótimo ter um bebê com você. — Emeril falou devagar. — Só não imaginei que seria tão rápido. Acabamos de ficar juntas de verdade.

—Eu sei. Também não imaginava que poderia acontecer agora. Mas se aconteceu mesmo ou não... estarei com você.

—E eu com você.

Ilis sorriu, beijando seus lábios antes de voltar a abraçá-la. Podia sentir a tensão nos seus ombros, a ansiedade no seu peito, mas naquele momento, era tudo que podia oferecer a ela.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Ops, acho que escapou um bebê ali no meio da noite delas hehe


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 11 - Demasia:
Lea
Lea

Em: 26/02/2022

Amo com você engravida as mulheres das suas estórias! 

#gravidez

Estou na torcida.


Resposta do autor:

Sempre acaba surgindo um gurizinho nalgum momento não é? Ahahaha adoro 

Será um sinal? Ahahaha

 

Beijos!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web