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O Destino de Vonü por Alex Mills

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Palavras: 5527
Acessos: 752   |  Postado em: 26/06/2021

Festeje os bons momentos e semeie frutíferas relações

—Estou orgulhosa de você. — Digo com sinceridade, erguendo a taça em sua direção. — Você controlou seus impulsos mesmo quando tinha ganhado. Você fez paz com Veegan.

—Isso quase custou minha perna e minha credibilidade como líder. — Disse com pesar, pressionando os dedos com o gelo na parte inferior da perna. — Não foi fácil. Mas estou contente que tenha conseguido.

—E você a está parabenizando há uma semana, ki aterkinë. — Volinüs riu, sentando no meu colo e pegando a taça da minha mão para aspirar o cheiro que tinha dentro. — Chá?

—Você quer que nossos filhos fiquem bêbados dentro da minha barriga?

—Oh, que visão adorável. — Ela riu mais, talvez tivesse bebido uma caneca a mais de cerveja, eu não a culpava, tinham sido meses estressantes, e agora nos permitíamos relaxar e comemorar os resultados. — Que bom que está se comportando agora.

—Quando foi que não me comportei?

—Quando decidiu tropeçar na escada com a ira de Graah.

—Não faço ideia do que está falando.

—Você não lembra nada daquele dia até hoje, mãe? — Alinü me perguntou, olhos estreitos com a dor que devia continuar sentido na perna, mesmo que tivesse ajeitado a perna no lugar, ossos sempre demoravam mais para voltarem ao funcionamento normal.

—O que há para lembrar daquele dia se nem mesmo vocês querem me dizer?

—Sinal que Graah não quer que você lembre. — Volinüs falou com humor, eu somente suspirei em desagrado.

—Foi um dia muito conturbado. — Alinü falou, hesitante, trocando um olhar afiado com minha mulher. — Talvez seja melhor esperar que você lembre sozinha, se falarmos não teria o mesmo significado.

—O que Seanë estava fazendo aqui, afinal?

—Veio ver seu filho, é claro.

—Vocês combinaram de me esconder os fatos. — Digo, conformada, e ambas desviam o olhar, confirmando minhas suspeitas. — Minha própria família. Eu não teria caído nas escadas simplesmente, e vocês sabem disso.

—Sim, sabemos. E sinto muito pelo que tenha acontecido. — Volinüs falou, de repente parecia triste, tocando minha testa, onde havia uma cicatriz. — Foi meu erro e não o seu. Eu devia ter estado aqui para impedir.

—Seu? Você não estava em casa?

—Vê? Houve muita dor naquele dia. Eu aprendi com meu erro. Mas se fizer questão que a história seja contada, eu te direi.

Olhei em seus olhos, havia culpa e havia mágoa, o que tinha acontecido naquele dia deveria ter mudado algo nela, porque desde então ela hesitava em sair do meu lado.

—Eu confio em você. — Digo de forma calculada. — Você acha necessário que eu saiba?

Houve uma pausa, sua indecisão era palpável. Eu suspirei, encerrando o assunto ao beijar seus lábios e beber meu chá, inclinando a cabeça em direção a minha filha. Estávamos no meu salão de festas, que tinha as portas abertas, uma vez que minha casa estava cheia de graahkinianos, comemorando a liderança de minha filha. Havia música e havia um banquete, com mesas espalhadas pelas laterais para deixar o espaço no centro na liberdade daqueles que queriam dançar. A nossa mesa ficava em frente aos vidros da janela, com uma bela paisagem do mar e do sol batendo no jardim e na areia.

—Como está sua perna?

—Incomoda para ficar muito tempo em pé, mas está melhor que há uma semana.

Ela pausou, desviando o olhar quando um jovem parou a sua frente e se ajoelhou, colocando a mão sobre a sua, que segurava o gelo. Eu quase ri.

—Tamür Debrür. — Ele se apresentou diretamente a ela. — Graah vai guiar sua liderança a imensas vitórias.

—Obrigada, Tamür. Tenho certeza de que estaremos do mesmo lado nas batalhas. — Respondeu lentamente.

—Eu trouxe um presente. — Ele sorriu e pegou uma caixa retangular de dentro do casaco e ofereceu a Alinü, sempre mantendo contato visual. — Sei que muitos já fizeram seus pedidos, mas eu quero fazer o meu mesmo assim. Eu lutei ao lado de muitos graahkinianos e não tenho o nome tão honrado quanto o seu, mas eu darei tudo em minha vida para fazer você feliz, minha líder.

Então ele abriu a caixa e revelou um caríssimo colar de rubis. Devia ter custado toda a sua fortuna. Alinü soltou o saco com gelo e fechou a caixa, mantendo a expressão séria.

—Eu não posso aceitar. Você deve entregar isso a mulher que seu coração bater mais rápido, e não a que traz seu senso de honra em primeiro lugar. Mas eu agradeço as palavras.

O rapaz moveu a cabeça e não insistiu, entregando o saco de gelo em suas mãos antes de se afastar. Sorrio quando Alinü suspira, movendo a cabeça negativamente e me olhando com reprovação.

—Ele foi o décimo e só faz duas horas que todos chegaram. — Ela reclamou. — Quando vai me dizer quem escolheu para me unir?

—Eu não disse que não era Tamür. Você pode ter acabado de dispensar seu prometido. — Digo em tom humorado.

—Ah, por favor. — Ela revirou os olhos e os voltou para as pessoas a frente.

—Você facilitou minha escolha, afinal. No fundo você sabe quem é. Ou não teria dispensado dez bravos pretendentes.

—Mesmo assim, está demorando demais, e o gelo está acabando.

Ela tentava esconder as expectativas, eu podia perceber. Olhei para Volinüs, que tinha uma expressão distante, talvez sequer prestasse atenção em nossa conversa.

—Querida, por que não aproveita a música e vai dançar? É uma festa afinal. E eu sei que você adora.

—Não teria a mesma diversão se a dona da festa não estiver comigo. — Ela respondeu após alguns instantes, focando os olhos em mim.

—Meus olhos estarão em você o tempo todo. E a festa é em nome de Alinü. Por que vocês não vão aproveitar a dança?

—Dançar com Alinü? — Ela estreitou os olhos para minha filha. — E pensar que quase me uni a você, garota.

Alinü me olhou ao invés de responder, nós estranhamos a lembrança repentina de Volinüs e eu suspirei pacientemente. Volinüs me olhou um momento depois, dando-se conta do que tinha dito, e apressou-se em se corrigir.

—Mas claro que isso não aconteceria, não é mesmo? — Ela me ofereceu um sorriso embriagado, eu revirei os olhos.

—Vá fazer seu sangue circular depressa, Lin. — Digo com paciência. — Se eu precisar de algo eu te aviso.

—Está tentando se livrar de mim, ki aterkinë?

—Estou tentando fazer essa tristeza nos seus olhos desaparecer. — Acaricio seu rosto com carinho, beijando seus lábios. — Seus amigos te esperam. Devem sentir sua falta.

—Você tem certeza?

—Tenho.

Ela suspirou, derrotada, e se levantou do meu colo, seguindo para a multidão em busca dos seus velhos amigos. Eu a olhei somente por um instante a mais antes de me voltar para Alinü, que moveu a cabeça negativamente, mas colocou a perna no meu colo quando eu pedi, então pressionei os dedos na região sensível e ela gem*u com dor. Busquei aliviar seu incômodo, ela continuou tentando conter os gemidos, devia queimar por dentro de sua carne, mas causaria alívio por algum tempo, e ela suspirou aliviada quando apoiou o pé no chão.

—Enfim um pouco de alívio. Eu devia ter pensado em outra forma de ganhar de Veegan, mas era impossível sem oferecer uma chance real de vitória a ela. — Ela lamentou ao fim, alongando a perna ainda sentada.

—Você fez o que era certo, Ali. Naquele momento era o certo. — Acrescento quando ela me ergue a sobrancelha.

—Algum dia andarei como antes?

—Se continuar se esforçando, isso vai se recuperar rápido.

—Bem... Talvez deva ser nisso que sua mulher acredite. — Ela olhou para a multidão, mas não segui seu olhar. — Ela nunca mais foi a mesma, não é mesmo?

—Não. E isso está me incomodando. Foi uma briga, eu entendo, ela se irritou e foi embora. Não é nenhuma surpresa. — Alinü me olhou com espanto. — Não. Eu não lembro. Mas Seanë me falou sobre tudo no dia seguinte. Eu confiei nas palavras dela porque ela parecia tão afetada quanto Volinüs.

—Você sabia esse tempo todo? Por que não me disse?

—A discussão maior foi com Seanë e ela me contou. Por que vocês, que são minha família, não me contaram?

—Eu posso falar por mim. — Ela respirou fundo e pegou uma taça de cerveja e bebeu um longo gole para ganhar coragem. — Não foi comigo que você estava decepcionada pela primeira vez. E você nunca explode em ira como aconteceu naquele dia. E foi bom ter acontecido. — Ela ofereceu um sorriso melancólico e olhou para baixo. — Finalmente você falou tudo o que Seanë precisava ouvir, finalmente você confirmou que não se sentia da mesma forma por ela como antes. E talvez por isso ela tenha lhe dito. Ela soube que teria que te compensar pelo dano que ajudou a causar.

—Dano?

—Ninguém sabia que você estava grávida, é claro. Mas ela veio te cobrar desculpas, não é? — Ela me olhou em busca de confirmação, eu movo a cabeça. — Ela só ajudou a trazer sua raiva à tona. Todos nessa casa ouviram, e eu desejava que todos na cidade tivessem visto. — Ela pareceu sádica naquele momento, mas riu, movendo a cabeça para afastar a ideia. — Eu estava indo cessar a briga quando você caiu. E pela primeira vez na vida eu te vi fraca, mãe. O que era assustador. Naquela manhã eu tinha lhe dito o quanto você era inquebrável e insuperável, então eu tive que te carregar para o quarto em meus braços. Você pode imaginar como eu me senti?

—Poderosa? — Sugiro num sorriso de lado, ela riu, mas negou.

—Com medo. Se você morresse ou se tornasse incapaz, então quem eu buscaria superar? Você é a única que é um desafio para mim, mãe. E te ver daquele jeito me assustou. Então... — Ela segurou minha mão debaixo da mesa. — Talvez não falando sobre isso faria aquele dia desaparecer.

—Mas não desapareceu.

—Não. E parece que Voli não consegue lidar com o fato de que não estava aqui, e nem eu, que estava aqui e não fiz nada a tempo.

—Eu não posso desfazer o que aconteceu. Mas estou contente que tenha sido sincera comigo. — Trago sua mão aos meus lábios e pressiono um beijo entre seus dedos. — Você já me superou, minha querida. Você se tornou líder. Nada foi entregue a você, porque você lutou por isso.

—Mas eu ainda tenho que te vencer em batalha, lembra? — Isso me fez rir, mas balanço a cabeça. — Então depois que meus irmãos nascerem, você deve voltar a treinar.

—Claro. Nosso povo tem uma líder maravilhosa, afinal. E tenho certeza que sua aterkinë vai te amar como você merece.

—Agora você vai me dizer quem é?

—Não. Mas tenho algumas coisas para te dizer antes que se una. — Sorrio para a careta que ela fez. — Como uma Vondelür, como minha filha e como mulher, há algumas coisas que são esperadas de você nessa união, especialmente porque é uma união combinada em famílias.

—Está bem. Me instrua a ser uma boa companheira como você.

—Bem... Pense bem se você quer dedicar seus dias a essa união e aos seus frutos. Conviver sempre com alguém não é uma tarefa fácil, é tão difícil quanto lutar uma guerra. Mas ao invés de só mostrar sua força e suas habilidades, você deve ser gentil e sincera com sua mulher-

—Uma mulher! — Ela me interrompeu com ânimo. — Isso já elimina 40% dos graahkinianos adultos.

—Foco, garota. — Mas ela continuava sorrindo. — Continuando. Você deve ser gentil e sincera, e se manter verdadeira ao que prometer a ela. Não será como as orgias que você participava em Marheeve. — Ela revirou os olhos, mas não me interrompeu. — Você precisa se dedicar todos os dias a fazer sua mulher feliz, e não esperar o mínimo que não seja ela fazer o mesmo por você. Seja carinhosa e sempre a escute. E o mais importante, minha filha, não deixe que a herança do seu pai tome o controle de seus pensamentos um dia sequer.

—Não, eu nunca deixaria.

—E por último... Se esforce cada dia para que os seus sentimentos se mantenham fortes e estáveis. Caso contrário seus laços com sua aterkinë se tornarão fracos e se romperão no primeiro conflito.

—Você tem minha palavra.

Sorrio, inclinando-me e beijando sua testa. Eu esperei que ela se distraísse com a música, movendo o corpo sutilmente ainda sentada, antes de encontrar o olhar de Vaanë e mover a cabeça discretamente, confirmando que era o momento. Ele sorriu animado e pediu que a música se tornasse mais animada, mais rápido e com batidas fortes, então ele falou com Trínia. Ela estava deslumbrante com um vestido vermelho, com um decote modesto, e suas pernas e suas costas a mostra numa renda justa. Ela se aproximou sozinha, com olhos fixos em sua aterkinë. Alinü a percebeu se aproximar e ambas ficaram se olhando com intensidade até estarem frente a frente. Trínia se ajoelhou diante de minha filha e inclinou a cabeça, pressionando os lábios na pele exposta da perna danificada de Alinü, segurando seu pé como uma joia.

—Eu devo ter comido cogumelos para estar alucinado que Trínia Del Trhonttier está aos meus pés. — Alinü falou com humor.

—Oh... Não estou na altura de uma Vondelür? — Trínia questionou com o mesmo humor. Então os boatos eram verdade, e elas já tinham conversado antes, mas eu duvidava que teriam ousado ir adiante por causa do nome de suas famílias.

—Não aí embaixo. Mas eu aproveitarei a vista enquanto posso.

—Está fazendo piada de meu pedido, Vondelür? — Suas sobrancelhas estreitaram.

—Eu não ouvi nenhum pedido.

Trínia respirou fundo, mas não desviou o olhar de Alinü. Talvez eu tivesse feito a escolha errada afinal. Elas pareciam prestes a discutir.

—Alinü, eu não te conheço. — Trínia começou, mas foi interrompida.

—Finalmente você admite. Continue. — Eu tinha mesmo feito a escolha errada, mas Trínia prosseguiu mesmo assim, expressão séria e calculada.

—Eu não te conheço, e peço desculpa, por ter julgado você antes desse dia. Você lutou e você venceu minha tia, que foi líder a mais tempo que posso contar. Isso te torna mais honrada e determinada do que te dei crédito. — Alinü não a interrompeu dessa vez, parecia em deleite com o que ouvia. Eu não sabia que conflitos elas tinham tido quando Trínia se mostrou tão receptiva na vitória de Alinü, mas agora ela parecia decidida a desfazer qualquer desentendimento. — E sim, estou aos seus pés, mas não é para me submeter a você e seus desejos.

—Então por que está de joelho? — Alinü a desafiou ao se colocar em pé. — Veio se desculpar e jurar lealdade a liderança?

—Não. — Respondeu bruscamente, mas se manteve ajoelhada.

—Então por que continua aos meus pés?

—Porque eu não quero me colocar acima dos outros graahkinianos que se ajoelharam a sua frente. — Isso calou Alinü. — Eu vim aqui com a missão de propor para nos unirmos diante de Graah e dos graahkinianos. Eu sei que não seria uma união por amor ao início. Mas sei agora que você se esforçaria para tornar as coisas diferentes. — Trínia respirou fundo e entrelaçou os dedos sobre a perna dobrada. — Nós começamos com inimizade e rivalidade, eu reconheço. Mas quero recomeçar nossa relação para que você me veja como mulher e amante, assim como desejo te ver se aceitar. — Então sorriu. — Ou talvez mesmo se não aceitar. Então... O que me diz, Alinü? Aceita me acompanhar nessa união?

—Depende. — Alinü estendeu a mão, Trínia aceitou e se levantou. — Prove, aqui e agora, que pode me ver como a mulher acima de suas amantes.

Então era verdade afinal. Vaanë me alertou sobre a fama de sua filha com as mulheres. Ela tinha diversas amantes, não fazia distinção entre elas e gostava de as acumular. Eu entendia agora porque nunca se interessou em formar laços com alguém, mas me perguntava se levava aquela união tão a sério quanto Alinü ou se somente enxergava vantagem. Ou pior, se estava somente fazendo aquilo para deixar o pai orgulhoso ou era pura obrigação com sua família.

Trínia me olhou em busca de aprovação, eu fiz um gesto para que prosseguisse, mesmo sem saber o que estava planejando. Lentamente ela se aproximou do corpo de Alinü com o próprio, mantendo suas mãos conectadas enquanto a outra envolvia sua nuca. Aguardou, talvez esperando que minha filha se recusasse, mas ela não se moveu, então Trínia finalizou o que foi prometido e a beijou.

Eu desviei o olhar para a multidão animada no meu salão, e vi Vaanë pular animado, comemorando, provavelmente concluindo que elas aceitaram a união, mas eu resolvi esperar, porque aquela interação já tinha sido inesperada demais. Quando voltei a olhá-las, no entanto, elas tinham intensificado o beijo, e eu suspirei, aliviada. Olhei para Vaanë e movi a cabeça de maneira positiva, então ele começou a gritar em comemoração, e todos que percebiam o motivo começavam a comemorar também.

Talvez diante do barulho, elas se separaram, mas somente minimamente, e Alinü me olhou junto a Trínia, ao menos esta pareceu envergonhada ao lembrar que eu continuava ali, enquanto minha filha me olhava em expectativa. Eu já sabia o que diria antes mesmo que abrisse a boca.

—Voltem para a festa. — Digo com paciência. — Ou mandarei Athen atrás de você.

—Volinüs...? — Ela perguntou lentamente, incapaz de finalizar a pergunta.

—O presente de Volinüs está no seu quarto. Use com sabedoria.

—Da mesma forma que você usou, mãe.

Trínia me piscou o olho antes de seguir minha filha pela multidão de corpos, não escapando dos festejos do nosso povo, mas não se demoraram a desaparecer para o andar superior. Vaanë veio até mim, feliz, e me abraçou com força, e nós conversamos por um bom tempo, como antigamente. Se não éramos irmãos de sangue, realizávamos esse desejo ao unir nossas filhas mais velhas, e juntas, nos dariam a graça de termos netos com nossos sangues misturados.

Então Vigur se juntou um tempo depois, trazendo Veegan para mostrar ao povo que estávamos em paz. Eu brindei junto a família Trhonttier, comemos juntos e festejamos juntos. Nossas famílias tinham se unido por mais uma geração. O que isso significava? Só o tempo iria mostrar.

Seanë se sentou ao meu lado, com expressão cansada, quando sua família estava entretida em conversas antigas, bêbados demais para fazerem sentido. Ela tocou minha mão sobre a mesa e sorriu.

—Ele dormiu. — Ela começou a falar. Tinha ido ficar com nosso filho, e gostava de me contar o que tinha feito. Eu tinha dito que teria controle do que ela fazia com o garoto, mas as vezes ela era metódica demais sobre isso, e não parecia mais incomodada. — Ele já está querendo andar, Vonü!

—Impossível, ele nem tem um ano.

—Ele está crescendo rápido. Não duvide que daqui a pouco ele esteja andando e correndo.

—Você parou de amamentá-lo. Ele começou a comer comidas mais moles. Ainda tem algumas semanas para começar a andar. — Sorrio para ela, tentando animá-la. — Mas sim, falta pouco tempo. Ele já deve estar se agarrando nas paredes para se manter em pé, não é mesmo?

—Sim! Se o incentivarmos mais um pouco, ele vai começar a andar.

—Se ele começar a andar, você vai sentir falta dele no seu colo.

—Mas vou adorar vê-lo correr pela casa. Ouvi-lo falar. — Ela se animou, esquecendo o próprio cansaço. — Você já o imaginou falando a primeira frase?

—Já. E sei que não vamos entender nada.

Ela riu, seus dedos entrelaçaram nos meus e acariciaram. Veegan estava bêbada demais para reclamar, e eu não considerava grande coisa, uma vez que Seanë estava mais interessada em sonhar o futuro de nosso filho.

—Então... Como você tem estado? — Ela me perguntou de repente, eu estreito os olhos para ela, então ergo as sobrancelhas, porque aquilo era óbvio. — Eu sei que venho aqui todos os dias, mas não nos falamos muito, não é mesmo? E eu não quero que nossa relação se resuma a nosso filho.

—Nossa relação ficou restrita desde a sua... — Suspirei, olhando nossas mãos. — ...união.

—Eu sei, por isso mesmo. Eu quero construir uma relação com você, Vonü, mesmo que seja desde do começo.

—Do começo? Não. Já temos uma relação de muito tempo, Seanë. Já lutamos, já nos tornamos aliadas e amantes. É impossível apagar tudo isso. — Suspiro, pressionando meus dedos nos dela. — Vejamos... Estou irritada e cansada por não poder fazer nada, e haver uma escolta sempre que eu chego perto das escadas.

—Oh. — Ela riu. — Mas você sente alguma coisa fora do comum?

—Tontura as vezes, enjoo persistente, nada fora do habitual. Mas sei que não devo me esforçar, não é como a gravidez de Alinü. Eu me sinto mais fraca, mais cansada, mais estressada. — Uso a mão livre para massagear a ponte do meu nariz. — É como se estivesse sendo sugada.

—Isso não é bom. Você tem tomado as medicações para se fortalecer?

—Sim, tenho seguido as regras.

—Posso sentir sua barriga e ver como eles estão? Talvez eu veja algo que você não esteja vendo.

Movo a cabeça para concordar, então ela solta minha mão e a posiciona na minha barriga, concentrando-se. Sorriu, movendo os dedos para acariciar minha barriga, que já estava a mostra com algum volume.

—Eles estão perfeitos. Mas provavelmente são suas veias que não estão aguentando todo o estresse que você está passando. — Ela ergueu os olhos para os meus. — O que ainda está te deixando estressada? Seus outros filhos?

—Não. Ali e Athen cuidam uma da outra e me ajudam com Enuvië quando você não está aqui. E Alinü agora está com a vida encaminhada.

—E ainda assim você está se sentindo dessa forma. Sua mulher deveria estar aqui e não está. E já faz algum tempo. — Desvio o olhar, meu erro, admitindo onde havia um problema. — Onde ela foi, Vonü?

—Eu não sei. Já não a vejo há algumas horas. Mas é melhor assim. — Suspiro, olhando de volta para ela. — Você pode me ajudar a subir? Estou cansada, quero me deitar. E acho que todos estão bêbados demais para eu arriscar.

—Você quer que eu chame Alinü?

—Não. Deixe-a se divertir. A festa é para ela afinal.

—Está bem. Se apoie em mim.

Ela avisa Veegan que me ajudará a subir as escadas, que riu, embriagada, sem realmente entender, mas fazendo uma piada sem sentido, que seus irmãos riram. Eu segurei o braço de Seanë e segui pela multidão, que abriu espaço respeitosamente quando passei, seguindo para as escadas. Subimos um degrau por vez, afastando-nos dos barulhos da festa, espalhado por toda a casa. Alinü merecia, afinal. Eu esperava que ela tivesse acabado de explorar sua mulher e aproveitasse pelo menos um pouco, antes de assumir suas responsabilidades, que não seriam poucas.

Os graahkinianos não tinham uma única forma de se unir. Seanë se uniu durante a festa de outono. Eu me uni diante de juramentos e costumes antigos. E minha filha tinha se unido durante a festa de sua liderança, depois de eu ter feito um acordo com o pai de sua companheira.

Já no andar superior, eu pausei minha conversa com Seanë quando vi Alinü sair do meu quarto usando somente um roupão de seda, que não estava completamente fechado, os cabelos molhados. Ela me viu e parou, olhando entre Seanë e eu, então a porta do meu quarto foi aberta de novo, e Volinüs saiu de lá, o rosto vermelho, puxando o ombro de minha filha. Senti meu sangue ferver com o que estava vendo, aquela cena tão familiar.

Tamber. Minha filha e Hiver em minha cama, desfrutando de minha ausência. Aquilo deveria ser uma maldição de Graah para testar os últimos dos meus nervos, que já não estavam mais firmes como alguns anos antes.

Eu tentei avançar, sem sequer saber o que faria se aquela memória estivesse se repetindo, mas Seanë continuou segurando meu braço e impediu que eu me movesse. Alinü fechou o roupão com calma, e continuou no lugar, olhando-me, esperando que eu dissesse algo. Não... ela não ousaria repetir o mesmo erro depois de tudo que passamos, ela não decidiria estragar tudo no dia de sua união. Claro que não. E por isso não digo nada de imediato, recompondo as batidas do meu coração.

—Onde está sua mulher? — Pergunto lentamente para Alinü.

—Descobri que ela é espaçosa e quer esperar para fazermos algumas coisas juntas. Então seu banheiro estava livre. — Ela falou sem pressa, cruzando os braços, incomodada com aquela situação tanto quanto eu.

—Mas não o quarto. — Olho para Volinüs, que ainda tinha o rosto vermelho, as mãos desconfortáveis ao lado do corpo.

—Eu não sabia que era ela. — Minha mulher falou, movendo uma mão no rosto, como se o quisesse esconder.

—Saberia, se não estivesse bêbada como um gambá e estivesse cuidando de minha mãe, como prometeu, quando resolveu se unir a ela e colocou dois bebês na barriga dela. — Alinü falou com raiva, e eu sabia que se não estivesse na própria casa, teria cuspido no chão.

—Vocês são péssimas companhias para uma grávida que precisa de repouso. — Seanë falou ao meu lado. — Vonü precisa de paz. Por Graah! Nem mesmo depois de uma guerra vocês são capazes de oferecer isso a ela.

—Não me acuse. Eu não pedi por essa situação.

—Eu também não. — Digo com extremo cansaço. — Alinü, sua festa está lá embaixo. Busque sua mulher e desça.

—Estava no caminho de fazer isso, até sua mulher resolver invadir meu espaço pessoal. — Então suspirou, esfregando os olhos, estressada. — Desculpa, mãe. Eu não devia ter deixado você lá embaixo sozinha. Não achei que Voli iria errar as mãos nas canecas.

—Não se preocupe. Eu lido com isso. — Movo a cabeça de maneira positiva para Seanë, então me aproximo de minha filha e seguro uma de suas mãos, retirando o anel que me identificava como líder e colocando no seu dedo indicador. — Eu confio na sua palavra, Ali. Agora é sua vez de assumir o controle das pessoas que vieram comemorar sua vitória. Não as deixe esperando.

—Obrigada. E... desculpa por isso. — Ela indicou Volinüs, então suspirou. — Eu teria esperado até isso passar, mas teria parecido mais estranho. Então me chame se precisar de ajuda.

—Não precisarei. Agora vá antes que sua mulher venha aqui.

Ela moveu a cabeça de maneira positiva e caminhou rapidamente de volta para o quarto, eu lancei um olhar para Volinüs, indicando que deveria voltar para o nosso quarto antes de me virar para Seanë, que tinha o cenho franzido em suspeitas, os braços cruzados em retraimento.

—Obrigada por me trazer aqui.

—Não me agradeça. Eu não acho que devia acreditar plenamente nessas duas. Não com o que acabou de ver.

—Ali acabou de se unir. Ela mudou, Seanë. Ela se esforçou para mudar.

—E você nunca a viu olhar para Volinüs de outra maneira?

—Eu não sou idiota. Minha filha também não é. Mas eu a coloquei no devido lugar há muito tempo. — E tinha mesmo. Eu a tinha feito enxergar as consequências se continuasse olhando minha mulher como alguém disponível para ela. — E Volinüs segue os costumes sem hesitar. Ela nunca pensaria em quebrar os votos.

—Eu não me surpreenderia se você estivesse errada, Vonü. — Ela suspirou, desviando o olhar desconfortável.

—Se está me dizendo que as pessoas não podem mudar para melhor ou permanecer fiel aos bons hábitos, então está me dizendo que eu nunca poderei confiar em você, Seanë.

—Está bem, eu vou dar voto de confiança para elas. Mas se mantenha alerta, Vonü, odiaria que você passasse por algo assim de novo.

—Manterei minha atenção em pleno funcionamento. Vá cuidar de sua mulher agora.

—Eu te digo o mesmo.

Nos despedimos ali, ela seguiu de volta para o corredor, e eu me virei para o meu quarto, respirando fundo antes de entrar e fechar a porta. Volinüs abriu um pequeno sorriso quando me viu, sentada na poltrona ao lado de nossa cama.

—Eu sei que não vai melhorar as coisas agora, mas... Eu estava arrumando o quarto para ter uma noite diferente com você. Achei que você estava no banho, e fiquei animada, então... — Ela desviou o olhar em direção ao nosso banheiro, então balançou a cabeça de maneira negativa antes de me olhar. — Eu devia ter prestado maior atenção, eu sei.

Ela tinha mesmo preparado o quarto. Os lençóis estavam cheios de pétalas de várias cores e de origens diferentes, o ambiente estava perfumado e eu podia ver o aparelho de música pronto para funcionar.

—Venha aqui.

Sinalizo para ela, que hesita por um segundo, mas acaba vindo, parando a minha frente, esperando que eu dissesse algo. Eu não digo nada, ao invés disso baixo a alça do seu vestido, deixando o tecido cair no chão, tomando meu tempo para admirar sua nudez. Sorrio para acalmá-la, acariciando seu rosto, deslizando um polegar pelo contorno do seu maxilar, descendo pelo seu pescoço, aventurando-me pelo contorno dos seus seios fartos, arrancando um suspiro dos seus lábios, que ela os mordeu.

—Você é linda. — Digo num tom mais leve. — Tem reputação, tem honra, um nome antigo, experiência e é a mulher mais inteligente que eu conheço. É natural que chame a atenção e atice a imaginação de todos os tipos.

—Te incomoda? — Ela me observava, ainda parada, deixando que meus dedos explorassem sua pele e se deixando aproveitar o contato.

—Por que me incomodaria se foi exatamente assim que me deixei levar pelos caminhos que você criou para conquistar sua confiança?

—Oh. E eu... te fiz recuar um passo na confiança que depositou em mim?

—Você não fez nada errado, ki aterkinë. Mas por favor, me diga se ainda há algo que esteja te incomodando.

Ela suspirou, lentamente tirando meus trajes com paciência, trabalhando em cada detalhe como um pintor. Então estávamos nuas, enfim, nossas roupas caídas no chão junto de qualquer segredo que estaríamos guardando uma da outra.

—Temo que se não estiver com você, acabarei deixando que ocorra algum acidente outra vez.

—Acidentes acontecem, Lin. Graah não escolheria que eu caísse na escada sem ter algum motivo para isso.

—E qual seria, Vonü? Ela queria nos punir?

—Nos punir, Lin? Nossos filhos estão bem. O único problema aqui é que não aguento mais os problemas serem escondidos debaixo dos panos. Não aguento mais mentiras. — Suspiro, sentindo-me mais nua, como se fosse possível. — Quando concordei com nossa união, eu te fiz um único pedido.

—Eu sei. — Ela se aproximou e colou nossos corpos, envolvendo minha cintura e subindo as mãos em minhas costas. — Estou sendo sincera agora. Eu só não estava preparada para te dizer isso antes.

—Eu percebi. E estava me torturando te ver triste e amargurada e não poder fazer nada. — Seguro seu rosto, movendo os dedos pelas bochechas. — Você não é desse jeito, não quando está fora do seu escritório ao menos.

—Oh? — Ela riu, olhando entre meus olhos e minha boca. — Eu quero te manter a salvo. Desculpa não ter estado aqui por causa de uma briga. Eu ainda não gosto da presença de Seanë, mas eu sei que ela não é vista mais como uma mulher para você, não do mesmo jeito que você a olhava antes.

—E como eu a olhava?

—Diferente de como olha para mim. — Ela sorriu. — Eu posso ver tudo dentro dos seus olhos. Posso ver além do que você diz, porque você me deixa ver.

—É uma tarefa perigosa, enxergar atrás dos olhos, você sabia? Você pode encontrar meus segredos mais assombrosos.

—Você não tem nada parecido dentro de você. — Ela deitou a cabeça no meu ombro, eu a guiei para longe da porta e para o centro do quarto, ligando o aparelho de música, que começou algo sutil e lento, e foi assim que comecei a guiar nossos corpos.

—Eu gosto de decifrar você, Lin.

—Eu gosto quando o faz. — Senti seus dentes na minha pele quando sorriu. — Foi assim que soube que não fiz nada com sua filha, apesar da forma que ela costumava me olhar.

—Sim. Você não esconderia algo de sua mulher, porque você nunca retribuiu esses olhares de Alinü.

—Ela é jovem demais, tão diferente de você. Só pareceu tão óbvio que era você em nossa banheira. Quantas vezes isso aconteceu, afinal? Quase todos os dias.

—Quase todos os dias. — Concordo, aspirando o cheiro de bebida que seus cabelos possuíam. — Não se preocupe. Estamos juntas agora.

—Com nossos filhos. — Ela sorriu outra vez.

—Com eles também. Vamos aproveitar este momento.

E aproveitamos, realizando nossos desejos e aproveitando cada instante. Estávamos em paz, até a próxima guerra.

Fim do capítulo

Notas finais:

Etapa final :D

Mais dois capítulo e acaba >.< já bateu saudade hehe

O que acharam dessas batalhas e das discussões? O que será que vem por aí?

Digam suas suposições :)


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Comentários para 27 - Festeje os bons momentos e semeie frutíferas relações:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 26/06/2021

Muitas emoções.


Resposta do autor:

Não é dona Marta? Muitas emoções finais :D

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Irinha
Irinha

Em: 26/06/2021

Oi! Esses dois capítulos pra mim foram perfeitos. Adorei vê esse amadurecimento da Ali,  vê Vonü  encontrado um caminho de felicidade com Voli e fazendo as pazes com Seul. bjs


Resposta do autor:

Olá Irinha :D

Que bom que gostou deles :D A Ali finalmente amadureceu, não é? hehe Vonü merecia um finalzinho feliz, coitada, e Seul também merecia o pedaço de final feliz também

Beijos!

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