Trigésimo quinto
—Como foi? — Laura perguntou assim que Lana saiu do consultório, olhando entre ela e Robert, seu amigo.
—Cansativo. — Lana envolveu sua cintura, selando seus lábios e a abraçando mais forte. — Mas não foi ruim. Ele me explicou tudo.
—É? — Ela encarou Robert, acariciando os cabelos dela. — Vocês resolveram tudo?
—Sim. — Lana se afastou para a olhar, segurando sua mão. — Eu tenho cura. Não sou um caso perdido. Você não precisa me internar agora.
—Ah, que pena. Vou ter que mandar a ambulância embora.
—Idiota. — Ela sorriu, cutucando suas costelas. — Eu vou chamar um carro e ligar para Sasaki.
—Está bem. Eu já te alcanço. — Ela beijou sua cabeça, esperando que ela se afastasse da sala de espera antes de se voltar a Robert, ambos trocando um sorriso cúmplice.
—Que sem vergonha você. Pegando uma mulher casada? Por isso ela está estressada.
—É, as vezes acho isso também. — Ela suspirou, cruzando os braços. — Tept?
—Tept. — Confirmou. — Eu fiz um atestado para ela se afastar do trabalho. Voltar a ser atendida, mas com maior frequência. Eu recomendo atendimento presencial, mas vai depender dela.
—Ela te deixou falar tudo isso ou você está sendo um babaca?
—Eu não sou recomendado por faltar com sigilo. — Ele revirou os olhos, sem se deixar abalar. — Ela me pediu para te dizer, já que somos da mesma área.
—Você receitou o remédio?
—Sim. Expliquei a frequência, mas é bom reforçar. Ela não quer a medicação, então me avise se precisar de uma indicação a outro analista aqui na cidade.
—Ela não quer? — Ela estreitou os olhos, confusa. — Não vai ter reação. E não é por muito tempo.
—Bem, isso vocês discutem. Só tente se manter mais presente. Você sabe como é o Tept. Quanto melhor o suporte melhor é o tratamento.
—Sim, eu sei. Obrigada por abrir um horário para ela hoje. Sei que você tem uma agenda cheia.
—Amigos são para isso.
—E quanto eu te devo por esse favor?
—Não quero dinheiro. Já fico feliz sabendo que você não é solitária e que está disposta a tanto por causa de alguém. — Ele sorriu de maneira sincera. — Não se preocupe, se eu precisar de um favor algum dia, eu te procuro.
—Tudo bem por mim. — Ela o abraçou, rindo contente. — Te vejo amanhã. Boa noite.
Ela seguiu para fora do consultório, encontrando Lana no térreo, perto da recepção do prédio, movendo as mãos pelos braços para se esquentar. Laura a abraçou, beijando sua cabeça e a apertando contra si, observando a chuva cair pelas paredes de vidro.
—Você está bem? — Perguntou mais baixo de maneira confidencial. — Foi tudo bem na sessão?
—Sim. Ele era simpático, paciente, amigável. Fez sentido o diagnóstico. Eu vou me tratar, não se preocupe.
—Claro que me preocupo. Eu quero o melhor para você. Quero que esteja bem.
—Eu vou ficar. Amanhã mesmo falarei com meu analista.
—Rob disse que sugeriu alguém presencial. Pode trazer mais benefícios.
—Sim, eu sei. Eu farei isso se meu analista não estiver disponível para algo mais frequente dentro dos meus horários. Seria mais fácil ser com ele, já que ele sabe todo meu histórico.
—Eu entendo. Vocês já têm um vínculo, pode ser mais simples para você. Mas estou surpresa que esteja aceitando isso tão bem. Ontem você nem queria tocar no assunto.
—Eu tenho planos para o próximo ano, e eu quero estar bem para realizá-los.
—Por exemplo?
—Viajar contigo, Sasaki e Mahina para começar. — Ela se virou para a olhar, tocando seu rosto para acariciar sua bochecha. — Que nem fizemos antes da gravidez.
—E para onde iremos?
—Que tal Itália?
—E desde quando uma de nós fala italiano? — Ela sorriu e negou com a cabeça, olhando pelo vidro. — Por que não a Espanha?
—É uma opção. Ou vamos para outro lugar aqui no país mesmo, eu não me importo. Seria bom para ficarmos juntas como uma família.
—Eu gosto da sua ideia. — Ela sorriu mais animada, depositando um beijo na sua testa. — Você chamou nosso táxi?
—Sim. E Iori pediu uma barca. Já avisei ela que estamos a caminho.
—Se importa se passarmos no meu apartamento primeiro? Preciso pegar algumas roupas para trabalhar amanhã.
—Claro. Eu vou contigo.
Elas passaram no apartamento de Laura mais rapidamente, seguindo para casa e jantando juntas. Iori voltou ao trabalho depois de se informar sobre o resultado do teste de Lana, deixando os cuidados noturnos de Mahina para ambas. Lana ainda a procurou para desejar boa noite antes de se preparar para dormir, sentindo-se exausta o suficiente para não reclamar sua ausência na cama. Sorriu quando viu Laura ainda a se trocar, abraçando-a pelas costas e acariciando seu abdômen, apreciando o contato de sua pele quente.
—Senti falta do seu perfume.
—Não estou usando. — Laura acariciou sua mão, movendo o dedo sobre sua aliança.
—O cheiro da sua pele é um perfume, hottie. — Ela beijou suas costas, sentindo-a se tensionar com o contato. — Seu corpo continua respondendo da mesma forma.
—A carne é fraca. — Ela se afastou, colocando a camisa antes de se virar. — Mas a mente não.
—Por que está fugindo? Não precisamos trans*r para ficarmos perto ou nos tocarmos.
—Não estou fugindo.
—Claro que está. É tão irritante que você esteja se segurando tanto. Eu não entendo o que você quer com isso.
—Lana... Eu não quero apressar nossa aproximação, não significa que eu não queira me aproximar de você. Eu quero. — Ela tocou seu rosto, movendo os dedos em seus cabelos quando não foi afastada. — Você devia entender. Você quis ir devagar quando nos conhecemos.
—Porque não conhecia vocês e porque era algo novo. É diferente agora. Por que está realmente querendo ir devagar?
Laura suspirou, inclinando-se em sua direção e a beijando, pressionando seus corpos até as costas de Lana pressionarem na parede ao lado do closet. Lana envolveu sua nuca, apreciando a atitude repentina, sentindo seu corpo se encaixar no dela e provocar uma sensação quente em seu peito. Laura apertou sua cintura e a ergueu, suas pernas se prendendo ao seu redor enquanto suas mãos a seguravam pelas nádegas. Lana envolveu seus cabelos, desfazendo o rabo e massageando entre suas mechas, aproveitando a maciez que tinham.
—Vê? — Lana sorriu, segurando seu lábio entre os dentes, soltando quando seus olhos abriram devagar. — Estou inteira. E você já não tem aquela ruga de preocupação na testa.
—Você é impossível. — Laura encostou suas testas, beijando seu nariz. — São esses olhos, eu não sei fazer outra coisa que eles não queiram.
—Isso ou talvez eu só tenha provocado o que você queria fazer. — Ela sorriu.
—Talvez. Você não me deixa pensar direito assim, tão perto.
—Você não devia pensar tanto se é isso o que você quer. Estar perto.
—Acho que tivemos provas o suficiente de que não sou confiável sem pensar direito.
—Isso é mentira. Você sempre fez o melhor quando não estava pensando, e agindo com o que sentia aqui dentro. — Ela tocou seu peito, sentindo as batidas aceleradas do seu coração. — Não é com esses momentos que devia se preocupar, Laura. Você nunca fez nada errado em nossa cama, em nossos momentos mais próximos, mais íntimos.
—Mas olha o estrago que causei com um erro, Lana. Eu não quero ser punida de novo.
—Então pare de se segurar, porque eu não quero te punir também. Eu quero você perto Laura. Nós lidaremos com os problemas quando eles vierem.
—Eu não quero gerar mais problemas.
—Você não tem esse controle. Ninguém tem.
—Como você quer que eu não me controle se nem você consegue confiar em mim ainda? Ou vai me dizer que deixou de checar Mahina quando fico com ela?
—Não, não nas últimas semanas. Não faz mais sentido fazer isso, faz? Eu sei que não faria nada com nossa filha.
—E com você? Ou Iori. — Ela suspirou, sentindo-se cansada. — Você tem medo que eu faça algo com alguma de vocês?
—A verdade? Sim, Laura. Eu tenho medo que você perca a cabeça e machuque Iori de novo. Mas não sou idiota, está bem? Eu sei que teve seus motivos para chegar ao seu limite. — Ela segurou seu rosto, olhando-a com seriedade. — Vocês duas tem que parar com essas brigas. Vocês me disseram que não tinha mais jeito a relação de vocês. Mas agora são as primeiras a quererem reatar.
—Você não queria?
—Eu te dei uma chance não dei? Estamos aqui agora.
—Você fez isso por Iori?
—No começo sim. Eu vi a forma que estavam se olhando naquele almoço. Achei que devia te dar uma chance para saber se tinha mudado. Se podia confiar em você sozinha com Iori. Não vou mentir, ainda me incomoda, mas não há nada que possa fazer além de estar aqui.
—Você tem certeza?
—Sim. Eu quero que fique aqui, que não se segure, que esteja inteira, como me disse que estaria. Seja minha mulher por inteira ou não seja, Laura. Foi assim que começamos não foi?
—Sim. Você entra com tudo ou não entra. Sempre foi assim.
—Então? Você vai dormir comigo ou vamos ficar aqui?
Laura riu, andando com ela ainda grudada em seu corpo, afastando as cobertas antes de se deitar sobre ela, voltando a beijá-la antes de cobrir seus corpos, ajeitando-se ao seu lado. Adormeceram juntas, recebendo o conforto de Mahina não ter acordado no meio da noite.
Lana despertou antes do amanhecer, desanimada ao perceber a tempestade do lado de fora que a impedia de ir correr. Ainda assim não se deixou vencer, querendo afastar o turbilhão de pensamentos que circulavam sua cabeça foi ao seu estúdio no fim do corredor, buscado se alongar antes de iniciar uma série de exercícios que recordava da academia. Laura acordou com o som do despertador mais tarde, saindo da cama com cuidado para não acordar Iori, que dormia profundamente. Encontrou Lana já fazendo o café da manhã enquanto Mahina bebia suco sozinha no chão, cercada pelos brinquedos.
—Caiu da cama? — Laura questionou ao pegar a filha no colo, aproximando-se dela no fogão e beijando sua bochecha.
—Não. Só tenho tido uma grande falta de sono no meio da noite e costumo levantar logo para não acordar Iori. — Ela indicou os ovos mexidos que fazia. — Quer? Achei que fosse levantar com fome.
—Claro. Obrigada. Mas desde quando está com esse problema para dormir?
—Depois que Hina nasceu eu acho. — Ela riu bem humorada. — Não se preocupe querida. É bom levantar cedo. Sempre há tanto o que fazer.
—Você precisa dormir durante a noite inteira, Lana. Mahina nem chorou essa noite apesar da chuva.
—Ela adora chuva. Não gosta dos trovões. — Ela despejou o ovo num prato e colocou no balcão. — Vá comer. Acabei de fazer o café. Quer salada de frutas?
—Se comer comigo, sim. Mas estou falando sério, Lana. Ficar sem dormir um número mínimo de horas a noite te trará sérias consequências se não levar a sério. — Laura deixou Mahina na cadeira alta ao seu lado no balcão, beijando sua cabeça.
—Querida eu durmo. Mas não posso fazer nada se acordo sem sono nenhum pouco tempo depois.
—Tept pode estar causando isso. Se você começar a tomar o remédio, vai regular suas horas de sono. Nem vai te dar reações durante o dia.
—Tept? — Lana se virou para a olhar, apoiando-se no balcão.
—Seu diagnóstico. Transtorno do Estresse pós-traumático.
—Ah, a abreviação é melhor.
—Por que não quer tomar o remédio?
—Ele disse que posso melhorar sem os remédios. — Pontuou, pegando o garfo e o levando cheio até a boca dela. — Coma enquanto está quente.
—Não me trate como sua filha. — Reclamou ainda a mastigar. — Os remédios vão ajudar a equilibrar a parte química que está desregulada em seu cérebro, cariño. Enquanto você trata a parte emocional com seu analista. Um ajuda o outro.
—Eu entendi. Mas não quero tomar um remédio por 6 meses. Eu não tenho esse tempo.
—Claro que tem. Nada vai mudar enquanto toma esse remédio, Lana. Você vai ficar bem mais rápido, e não é garantido que será por 6 meses. Pode ser antes.
—Nem isso é garantido. — Ela suspirou, voltando a encher o garfo e levando aos seus lábios, esperando que abrisse e sorrindo com o gesto. — Viu, você gosta de ser tratada como meu bebê.
—Você só tem um bebê. Mas está agindo como um em não querer tomar o remédio agora se só vai te ajudar.
—Por que está insistindo tanto? Eu fiz o teste como pediu, vou me tratar como me pediu.
—Não quero que se trate porque eu pedi, Lana. Quero que se trate porque você não está bem e eu suponho que queira ficar bem.
—Eu quero! Mas que insistência chata Laura. — Ela soltou o garfo, alterada, afastando-se do balcão e se voltando ao fogão.
—Lana, eu trabalho com isso. Pode me dar um crédito? Eu sei como isso vai funcionar a longo prazo, ao menos tenho uma ideia. Por que não tenta por um período menor para ver se vai se acostumar ou se terá algum efeito?
—Eu não quero, Laura. — Pontuou com impaciência enquanto cortava as frutas já lavadas na pia.
—Por Deus, como você é teimosa e cabeça dura. — Ela respirou fundo, massageando a ponte do nariz. — Cariño, o que foi? O que acha que vai acontecer se tomar o remédio?
—Eu não sei Laura. Mas se eu tomar um remédio controlado eu não posso fazer várias coisas por causa disso.
—Por exemplo?
—Beber, por exemplo. E está no fim do ano. É difícil evitar quando todos estarão fazendo isso.
—Você quer ficar bêbada, cariño?
—Claro que não.
—Então é só não tomar o remédio junto com álcool e pular o feriado.
—Simples assim?
—Sim. Você não tem problemas com álcool, tem? Não será algo que você fará com frequência.
—Não, não será definitivamente.
—Então por que sinto que há algo que esteja me escondendo?
—Está bem, eu vou pensar melhor sobre isso. — Ela despejou as frutas numa taça, colocando uma porção menor em outro pote de plástico, colocando para Mahina enquanto voltava a se colocar em frente a Laura. — Vou falar com meu terapeuta hoje. Saber o que ele acha do medicamento.
—Tudo bem se quiser uma segunda opinião.
—Não é que eu duvide do que está me dizendo, Laura. Eu sei que o remédio vai adiantar mais rápido o processo. Mas ainda é uma química que vai afetar meu corpo, e eu não sei se quero isso.
—Tudo bem. — Ela suspirou, aceitando a derrota, enchendo o garfo e levando até a boca dela, esperando que mastigasse. — Mas vou esperar até que me diga o real motivo que não quer o remédio. Eu sei que está escondendo algo, mas tudo bem. Já é um avanço que vá falar com seu analista.
—Laura... — Ela se moveu para falar algo, mas não sabia o que dizer.
—Está tudo bem, cariño. Você deve ter seus motivos, não precisa me dizer nada agora. Mas saiba que quero o melhor para você, não precisa ter medo de me dizer nada. Eu estarei aqui quando quiser conversar. — Ela acariciou seu rosto, selando seus lábios antes de se voltar a comida.
—Não é que eu não queira te contar.
—Está tudo bem. Você me dirá quando for o momento certo.
—Está chateada?
—Não, cariño. Eu te conheço o suficiente para saber que é mais fácil parar um trem do que tentar te forçar a fazer algo que não queira. — Ela sorriu. — Eu não vou insistir em relação ao medicamento.
—Obrigada por confiar em mim.
—É preciso confiar primeiro antes de ser confiável, não é?
—Sim. Você tem razão. — Ela sorriu mais aliviada, pegando uma fruta e comendo, deslizando os olhos para a bagunça que Mahina fazia ao comer as frutas, suspirando. — Imagina se tivesse vindo gêmeos.
—Isso sim teria me enlouquecido. Duas criaturas dessa fazendo a bagunça que uma só faz, eu não aguentaria. — Ela riu, mas logo moveu a mão pelos cabelos escuros dela. — Não me leve a mal, querida, eu te amo, mas vamos concordar que você exagera na bagunça. Você definitivamente não herdou os traços de organização da sua outra mãe.
—Ei, eu não sou tão desorganizada assim. — Lana protestou.
—Não, você não é, mas é mais simples em comparação a Iori. — Ela sorriu para ela. — Você sabe que é a verdade! Ela nem tem meu sangue, mas faz a mesma bagunça que eu fazia quando criança.
—Você fazia bagunça senhorita? Por que estou surpresa?
—Porquê Iori e minha mãe ficaram tanto tempo na minha orelha para deixar minhas coisas organizadas, que eu devo ter pego o costume. Mas antes disso, não era bem assim. Você nunca me viu bagunçar nada, então devia estar surpresa.
—É? Mas você faz o tipo que tinha preguiça de arrumar. Você sempre teve as mãos ocupadas em outras coisas.
—Nisso você tem razão.
—Claro que sim. Você vai ensinar nossa filha a ter a lábia que você tem?
—Eu vou ensinar ela a usar a lábia só com quem ela realmente goste. É uma vida divertida pular de cama em cama, mas é solitária. Eu não a quero sozinha para perceber o que perdeu como eu. — Ela sorriu quando Lana segurou sua mão. — Mas ela tem seu sangue. Ela nem vai precisar se esforçar tanto para ter as pessoas aos pés dela.
—Eu tenho medo que ela herde meus piores traços.
—Bem... ainda é cedo para sabermos. Mas o que importa é como vamos ajudá-la a lidar com os piores traços e tirar o melhor proveito deles.
—É um bom plano. — Ela beijou sua mão, levando uma fruta aos seus lábios. — Devíamos ter um bebê igual a você.
—Igual a mim? Maluco? Que faz um monte de besteira?
—Não. Que aprende com os erros e defende o que acredita e aqueles que ama com todas as forças. — Ela limpou o canto dos seus lábios, sujo com um pedaço da maçã. — É um dos traços mais admiráveis que você tem.
—Se está tentando me seduzir ou me deixar apaixonada, cariño, devo informar que já me ganhou há muito tempo.
—É? Por falar a verdade? Então não preciso de muito para continuar te mantendo perto de mim.
—Definitivamente.
—Vê? Um filho seu seria maravilhoso igual.
—Talvez. Mas você sabe que não é uma boa ideia passar meus genes para um bebê. — Ela se afastou para brincar com Mahina, pegando-a no colo e fazendo cócegas em sua barriga. — Olhe para ela. É perfeita tendo seus genes com os da família de Iori.
—E seria perfeito com nossos genes.
—Eu sou infértil Lana. É algo genético. Eu não quero passar isso para meu filho.
—Pode pular uma geração.
—Então meu neto seria infértil. Eu não quero passar isso adiante, cariño. Faça outro bebê com os genes de Iori ou adote, eu vou amar do mesmo jeito.
—Você ficaria feliz com mais um filho?
—Claro, meu amor. — Ela sorriu para Mahina, acariciando sua bochecha com carinho. — São as criaturas mais incríveis que poderíamos ter, que você poderia me dar. Olhe para ela, eu não saberia viver sem esse riso e essas bochechas fofas.
—Confesso que tinha medo que você não conseguiria se aproximar de nossa filha depois da gravidez. Mas estou feliz que tenha se vinculado tão facilmente a ela.
—Sim, eu entendo seu medo. Fui uma idiota durante sua gravidez. Se eu pudesse voltar no tempo e dizer para o meu eu daquela época a criatura maravilhosa que você estava gerando, eu nunca teria sido tão cretina com você.
—Acho que deixamos tantas coisas pendentes durante a gravidez e sem Iori aqui que nós duas acabamos nos perdendo uma da outra. Mas ao menos aprendemos algo com isso. Eu não devia ter exigido tanto de você.
—Não se preocupe com isso. Estamos juntas agora e temos nossa filha bem aqui. No fim conseguimos resolver melhor as coisas.
—Sim, parece que sim. Digo... estou feliz que você esteja aqui de novo.
—E eu estou feliz por ter me aceitado de volta. — Ela soltou Mahina no chão, vendo-a andar até os brinquedos na sala. — É melhor eu terminar de comer antes que me atrase para o trabalho.
—Eu não causei nenhum problema entre você e seu amigo ontem, causei? Por ter falado de nossa relação.
—Com ele não. Eu só vou pedir para ele não comentar nada com ninguém do hospital. Eles são bem rígidos sobre as coisas lá dentro e eu prefiro evitar conflitos lá se souberem de nós. A direção do hospital sabe que somos mães da mesma criança, mas pediram discrição sobre isso lá dentro.
—Então ninguém sabe que você tem Mahina além da direção?
—Sabem. Mas até então deixo acreditarem que sou mãe solteira ou divorciada. Eu não dei qualquer abertura para perguntarem de minha vida. Eu só trabalho lá e prefiro manter as coisas assim.
—É compreensível. Você gosta de trabalhar lá? Ou foi só por ser mais completo que o que esteve trabalhando?
—Eu gosto de lá apesar desse clima rígido. Tem maior organização e melhor salário. E eu não preciso expor para o mundo que tenho vocês duas e que temos uma filha. Era loucura da minha parte querer fazer isso. Eu não estaria respeitando quem pensa diferente.
—Sim, depois que casei com Madson eu percebi que não adiantava muito gritar com a parede sobre nossa união ser legítima. Com Iori estou mais tranquila em relação a isso. Por isso achei bom quando ela quis fazer nossa casa mais afastada do centro e com maior segurança. Você sabe como as pessoas são. Eu quero o melhor para Mahina e que ela fique segura em casa, com maior suporte para enfrentar as pessoas lá fora. Eu não quero que ela seja devorada.
—Ser mãe definitivamente está no seu sangue, cariño.
—No nosso, em nós três. Cada uma de um jeito.
Laura terminou de comer e recolheu seus pertences, brincando com Mahina até seu carro chegar. Lana passou o resto da manhã com Mahina, lendo livros ilustrativos em japonês com ela, incentivando-a a falar junto, podendo entender mais palavras saírem de sua boca. Estava empolgada com o desenvolvimento de sua filha, que se aproximava cada dia mais de formar frases inteiras.
Teve tempo de preparar o almoço e alimentar a filha, dando banho e a trocando de roupa, deitando com ela no sofá e assistindo a desenhos, sem perceber o sono a invadindo e a fazendo adormecer. Iori desceu algum tempo depois, perplexa quando viu Mahina pintando a parede da sala ao lado da TV com suas canetinhas, correndo para a fazer parar ao pegá-la no colo. Encontrou Lana dormindo profundamente no sofá, fazendo -a suspirar em entendimento.
—Você cansou sua mãe não foi sua pestinha? — Sussurrou a pergunta em sua língua natal, afastando-se da sala e indo até o banheiro, buscando limpar as mãos e a boca da filha, sujos da tinta. — Você é tão pequena para ter tanta energia, criatura. Que bom que fiz essa casa a prova de suas brincadeiras, ou teria que refazer a tintura na parede. Mas sua mãe vai enlouquecer quando ver que te deixou sozinha. Você não comeu nenhuma canetinha, comeu? Sua mãe ficaria apavorada.
—Mamãe! — Ela repetiu com ânimo.
—Você tomou o café da sua mamãe? Céus, você tinha que herdar a energia dela também? — Ela checou sua fralda e suspirou, trocando e colocando uma roupa mais limpa enquanto ela se movia agitada. — Me ajude aqui querida. Você não pode correr nua pela casa. Está frio e eu não quero que fique doente.
—Mamãe dormiu! — Anunciou.
—Deixe-a dormir. Você já se aproveitou demais enquanto ela dormia, sua arteira. Essa casa vai ser pequena demais para as suas travessuras daqui a pouco.
—Mamãe.
—Sim? — Ela inclinou a cabeça, fechando os últimos botões e passando a escova em seus cabelos, sem entender as próximas palavras dela. — Está com fome? Porque eu definitivamente estou.
—Comida mamãe.
—Sua mãe fez comida eu aposto. Está na hora do seu lanche. Você devia ter dormido.
—Comida mamãe.
—Está bem, você está com fome. Eu vou te dar algo, mas você pode não acordar sua mãe?
—Quero mamãe.
—Não serve eu? — Sorriu, fazendo cócegas em sua barriga e ouvindo seu riso enquanto ela se movia agitada. — Diz mamãe Iori e eu paro.
—Não! — Falou em meio às risadas.
—Mamãe Lana tem que dormir. Diz mamãe Iori, arteira. Eu sei que você entende muito bem.
—Mamãe Iori! Mamãe!
—Oh, eu não disse? — Ela sorriu, abraçando-a com carinho. — Você está aprendendo a falar tão rápido. Kenjiro foi do mesmo jeito. Tinha seu tamanho e falava sem parar. — Ela beijou seu rosto, acariciando sua cabeça. — Você é a criatura mais linda e inteligente da face da Terra. Todas as outras crianças terão inveja de você. — Ela encostou as suas testas, olhando em seus olhos para ter sua atenção. — Mas sabe a coisa mais linda que você tem? Sua coragem e sua honra. Você os terá como companheiros a vida inteira, nunca se esqueça disso. São as coisas mais importantes em você.
—Mamãe Iori. — Mahina tocou seu rosto com as mãos pequenas, explorando suas bochechas e seu nariz.
—Você vai acordar sua mãe assim que sairmos daqui não vai?
—Mamãe! — Ela se agitou nos seus braços.
—Foi o que pensei. Que tal sairmos então? Eu não quero acordar sua mãe. Ela não dormiu de noite, criatura pequena.
Ela caminhou pelo corredor e subiu as escadas, indo para o estúdio de Lana e se fechando lá dentro, deixando Mahina correr a espera que se cansasse, mas ela somente continuava chamando por Lana. Desistiu quando sentiu demasiada fome, levando a filha para o quarto e a deixando sobre a cama enquanto trocava de roupas no closet. Colocou um casaco na filha ao voltar para o quarto dela, vestindo os sapatos e uma touca, seguindo rapidamente até a garagem. Prendeu a filha na cadeirinha, voltando para casa somente para pegar o celular, as chaves e a carteira, assumindo o volante e saindo da garagem.
Seguiu para o shopping mais próximo, pegando a cadeirinha no bagageiro e colocando Mahina nele, sua bolsa ficando no suporte. Caminhou pelo shopping até a praça de alimentação, fazendo seu pedido e se sentando junto a uma mesa.
—Pronto, pronto. Eu vos liberto do seu cárcere. — Iori falou de forma dramática enquanto tirava a filha do carrinho, que chorava irritada. — Eu teria que correr o shopping inteiro se deixasse você andar solta por aí. Olha como chegamos rápido aqui. — Ela suspirou com paciência enquanto a colocava no banco alto do seu lado, buscando na bolsa pelo pequeno pacote de cereais que ela gostava, sorrindo quando parou o choro imediatamente. — É um pacote mágico não é mesmo? O cheiro está bom.
Ela colocou um punhado no pote de silicone em frente a ela, deixando que comesse sozinha. Olhou ao redor, observando o movimento geral da praça de alimentação, percebendo que havia poucas pessoas naquele horário e a maioria entretida em seus aparelhos. Notou uma mulher numa mesa próxima a olhar para ela, sorrindo quando percebeu que a olhou de volta. Sorriu por reflexo, mas logo voltou sua atenção ao próprio celular, que tocava e alertava sobre a chamada de sua mãe.
—Boa tarde mãe. Como vai? — Indagou assim que atendeu, colocando o fone no ouvido.
—Olá filha. Estou bem. Espero não estar atrapalhando.
—Não, pode falar.
—Pensei em levar o jantar e ver minha neta um pouco.
—Seria bom se eu estivesse em casa.
—Oh, que bom que liguei. Estava a caminho do restaurante.
—Eu deixei Lana dormindo em casa. Sua neta tirou o dia para extrapolar pelo visto, então a trouxe ao shopping. Se você quiser aproveitar que já está na rua e passar aqui.
—Com tantos lugares para levar minha neta e você escolheu um shopping?
—Ela está se divertindo, não está querida? — Iori sorriu para a filha, que estava comendo. — Você vai vir?
—Claro. Me envie a localização.
—Está bem. Até logo.
Ela revirou os olhos, mas sorriu agradecida quando seu prato foi servido, agradecendo ao atendente e começando a comer. Bufou quando ouviu o celular tocar outra vez, mas atendeu quando viu o nome de Laura na tela, continuando a comer.
—Você pode falar agora? — Laura perguntou primeiramente.
—Estou com a boca e as mãos ocupadas, mas posso.
—Oh, estão se divertindo no meio da tarde? — Ela riu do outro lado. — Não me deixe te impedir de finalizar.
—Idiota. Estou comendo comida de verdade. Tive que tirar Mahina de casa porque estava em busca de acordar Lana a todo custo.
—Ah, Lana dormiu?
—Sim. Mas Mahina não. Você tinha que ver a bagunça que ela fez. Lana vai ficar maluca quando acordar e ver.
—Lana deixou Mah sozinha pela casa? Ela podia ter se machucado.
—Lana está exausta Laura. Não a culpe. E Hina está ótima. Melhor que nós três.
—Onde você está?
—No shopping. Acho que vou aproveitar e comprar algo para Lana. Faz tempo que não dou nada.
—É? Porque você é uma péssima esposa. Eu vou acabar roubando-a para mim.
—E vai fazer o que com ela? Levar para aquele apartamento minúsculo? Não, não. Você pode ter um pedaço dela lá em casa.
—Bem, então farei isso mesmo.
—Oh, não ouse. E ela está dormindo. Deixe que descanse.
—Isso ou está com medo que eu coloque as mãos nela.
—Cretina. Você me ligou para quê afinal?
—Me dê o endereço, eu comprei uma coisa para você.
—Para mim? — Ela sorriu, surpresa. — O que é?
—Você saberá pessoalmente.
—Ah, que mistério. Filha, sua outra mãe quer testar minha paciência.
—Mamãe! — Mahina se agitou na cadeira, Iori somente balançou a cabeça.
—Lana tem um mel com essa menina.
—Sim, no primeiro final de semana que fiquei com ela foi tão cansativo ouvir ela chamando por Lana o tempo inteiro.
—Eu imagino. Sinto muito por isso.
—Está tudo bem. Depois do segundo final de semana ela chamou menos. Agora estou mais acostumada. Mas me diga, onde está?
—Eu posso te enviar a localização, mas já aviso que minha mãe também quis vir.
—Chieko? Por que?
—Para babar em Mahina é claro. Então se houver algum problema podemos nos encontrar em casa mais tarde.
—Não. Está tudo bem. Eu tenho mesmo que falar com ela.
—Okay. Vou te enviar.
—Te vejo daqui a pouco. Não apronte nada sra. Sasaki.
Ela desligou a ligação e suspirou, olhando para Mahina, entregando sua caneca com suco e a deixando beber pelo bico, arrumando o gorro em sua cabeça antes de voltar a comer.
—Com licença. — Uma mulher parou ao lado da mesa dela, atraindo sua atenção. — Desculpa interromper. Você é Sasaki Iori?
—Sim. Pois não?
—Você não deve se lembrar de mim, eu sou Fumiko Tanashiro. Nós trabalhamos juntas na obra do meu avô, no Japão.
—Oh! Fumiko. Você está diferente. Eu não te reconheci. — Ela se levantou e a abraçou. — Desde quando está aqui no país? Sente, por favor.
—Faz um mês só. Estou aprendendo ainda. Posso te pagar uma bebida?
—Depende. Você quer comer algo? Estou almoçando ainda.
—Eu pedi um lanche, deve ficar pronto em breve.
—Então não se preocupe. — Iori se sentou, usando o pano para limpar os lábios de Mahina, que observava Fumiko. — Essa é minha filha, Mahina.
—Você teve uma filha afinal. Ela é tão linda. — Ela se sentou, sorrindo para ela com afeição. — Olá Mahina. Eu sou Fumiko, amiga de sua mãe.
—Pode falar em japonês. Ela entende.
—Ótimo, porque meu inglês é ruim. — Ela riu.
—Você melhorou no inglês. Veio a negócios?
—Sim. Estou fazendo um projeto para uma empresa de startups. Está sendo bom para praticar o inglês. Mas e você? O que tem feito? Eu tentei falar com você quando foi embora, mas seu número não funcionava mais.
—É, eu tive um problema com o meu outro número e tive que trocar. Perdi vários contatos com isso, infelizmente o seu foi um deles.
—Oh, é uma pena. Mas acabamos nos encontrando mesmo assim. — Ela sorriu e tocou sua mão sobre a mesa. — Sempre me perguntei como você estaria depois que foi embora.
—Agora você sabe. Eu tenho uma família. — Ela afastou a mão e voltou a comer, observando a decepção no rosto dela quando percebeu sua aliança, mas disfarçou quando o atendente serviu seu lanche. — Eu te falei de Lana, lembra? Minha mulher grávida.
—Sim. Mas ainda tinha um pouco de esperança depois do nosso beijo.
—Você me beijou. E isso está no passado, não acho apropriado falarmos disso em frente à minha filha.
—Tudo bem, desculpa.
Ela começou a comer seu sanduíche, mais desanimada com as notícias que recebeu, mas não se deixou abater, buscando puxar outros assuntos com ela a fim de aliviar o clima enquanto comiam.
—Te achei. — Laura parou ao lado da mesa, inclinando-se para beijar seus lábios, acenando para a outra mulher. — Olá. Sou Laura. É uma das suas primas, querida?
—Não, cabeça de vento. — Iori riu da expressão surpresa de Fumiko. — Trabalhamos juntas no Japão. Fumiko, essa é Laura. Devo ter falado dela na viagem.
—Sim, eu sou a atual amante dela. — Laura sorriu.
—Não ligue para ela. Ela acha que é engraçada.
—Eu te imaginava diferente. — Fumiko comentou, estendendo uma mão para cumprimentá-la. — É um prazer te conhecer Laura.
—Oh, você também tem sotaque. Iori voltou de viagem com sotaque também, levou bastante tempo para perder. — Ela apertou firme a mão da mulher, virando-se para Iori e acariciando seu rosto. — Mas você fica tão fofa com sotaque.
—É? Você também ficou com sotaque quando fomos ao México. — Ela sorriu com a lembrança, pressionando os lábios na barriga dela, sobre a camisa.
—Você amou esse fato para me provocar enquanto durou. Mas como está aquela menina tão linda que eu estava morrendo de saudades? — Laura contornou a mesa, falando em tom mais infantil com a filha, que se agitou no lugar. — Mamãe Laura está aqui para te encher de mordidas!
—Mamãe! — Ela ergueu os braços, pedindo colo.
—Sim! Mamãe está aqui. — Laura a pegou, abraçando-a contra o corpo e aspirando seu cheiro. — Quem é a bebê que precisa trocar a fralda? Quem é? — Ela riu, beijando seu rosto. — Onde fica o banheiro querida? Ela está precisando.
—Ah, mas já? Eu a troquei antes de sair. Deixa que eu levo. Fique aqui. Minha mãe deve estar chegando. — Iori se levantou, pegando a bolsa do bebê no carrinho e passando a alça no ombro. — Vem criatura arteira. Vamos para mais um round de fralda.
—Tem certeza? — Laura entregou a filha em seus braços.
—Sim. Eu cuido disso, cuida das minhas coisas aqui. E desculpa Fumiko, sabe como é essas emergências. — Ela sorriu para a mulher.
—Não se preocupe. Eu espero aqui. — Ela sorriu de volta. — Vá ser mãe.
—Eu já volto.
Iori lançou um último olhar para Laura, que sorriu e piscou o olho, assumindo sua cadeira de frente a Fumiko, esperando que ela se afastasse o suficiente.
—Então... Fumiko, vocês são amigas desde a viagem ou é só coisa de trabalho?
—Ah, ficamos próximas durante a viagem. Ela não tinha ninguém com quem conversar lá e eu tentei a deixar confortável. Ela falou muito sobre vocês.
—Entendi. Então sabe que conheço Iori há quase 14 anos. Não há nada que ela possa me esconder que eu não fique sabendo depois. Então me diga, quão amigas vocês ficaram nessa viagem?
—Somos só amigas. Nada aconteceu lá.
—Ótimo. Porque você sabe que seria bobagem se tentasse algo com ela. Digo, eu entenderia se tentasse. Iori é muito bem sucedida, inteligente, sexy de um jeito inesquecível e sabe como encantar as pessoas mesmo que não admita.
—Eu não sei onde está querendo chegar com isso.
—É simples. Iori é casada. Temos uma filha linda. Você não conhece Lana, a esposa dela, mas se a conhecesse saberia que não tem qualquer chance de estar no lugar dela. Então entre nós duas, Fumiko, não se iluda em relação a Iori. Eu não deixaria uma abertura para você se aproximar dela. — Laura sorriu de maneira descontraída. — Claro, se eu entendi errado não tivemos essa conversa. Mas eu duvido que Iori esqueceria de comentar sobre um caso na viagem se tivesse sido importante. Então se tinha alguma esperança...
—Eu já entendi o recado. — Fumiko suspirou, sentindo-se envergonhada. — Desculpa se eu trouxe qualquer problema.
—Problema nenhum. Iori é uma excelente companheira. Eu só estou agindo antes de qualquer problema realmente acontecer.
—Tudo bem. — Ela se levantou e pegou a bolsa. — É melhor eu ir embora. Diga a Iori que deixei um abraço e que tive que voltar ao trabalho. Foi bom te conhecer, Laura.
—Digo o mesmo.
Laura sorriu quando viu Fumiko ir embora, relaxando na cadeira, pegando o celular de Iori enquanto a esperava voltar, estreitando os olhos quando viu todas as ligações de Lana. Atendeu quando ela voltou a ligar, ouvindo sua respiração acelerada.
—Sasaki, você enlouqueceu? Onde você está? Onde levou minha filha?
—Lana, sou eu, Laura. Iori está no banheiro trocando Mahina. Estamos no shopping. O que aconteceu?
—Aquela irresponsável! — Ela falou ainda alterada. — Como ela sai de casa e leva Mahina sem me falar nada? E não atende o celular por horas! O tanto de coisa que eu imaginei que podia ter acontecido e ela decidiu ir ao shopping.
—Lana... respira devagar, você está respirando rápido demais.
—Claro que estou. Ela não tinha o direito de sair assim. Eu nunca fiz algo assim!
—Eu sei que não, mas ficar alterada assim não vai ajudar em nada. Ela errou, devia ter avisado você, mas agora você sabe onde ela está e que estão bem. Logo voltamos para casa.
—Deus... — Ela respirou fundo, diminuindo o ritmo da respiração. — Eu imaginei que o pior tivesse acontecido quando acordei e não encontrei elas em casa. Que vi que tinha levado o carro.
—Eu imagino que sim. Ela devia ter avisado você para não te preocupar. Mas você conhece Iori, ela nunca faria nada de errado com Mahina.
—Eu sei, eu sei que não. Eu só... Eu vi que Mahina não dormiu comigo e imaginei que tivesse acontecido algum acidente com ela enquanto eu dormia.
—Não. Iori me disse que não queria perturbar teu sono. Mahina está elétrica hoje. Você não dormiu nada essa noite.
—Eu sei. Quando vi já tinha dormido demais.
—Está tudo bem, cariño. Fique tranquila. Vamos embora em breve, você não precisa se preocupar. Vai ficar bem enquanto isso?
—Sim, agora assim.
—Tudo bem. Eu puxo a orelha dela. Descansa, está bem? Nós levamos o jantar.
—Obrigada. Não sei o que faria sem você agora.
—Não precisamos descobrir. Até logo cariño, te amo.
—Também te amo. — Ela sorriu antes de desligar.
Fim do capítulo
Quero dedicar esse capítulo a todos vocês :D e agradecer a presença de todas por aqui :)
Comentar este capítulo:
Dolly Loca
Em: 24/06/2021
A Laura está se superando né? É fofa demais cuidando da família toda.
Não demora para postar! Amo essa história.
bjos
Resposta do autor:
Laura é um amor, não é, dona Dolly? :D muito família
Magina, logo tem mais dois capítulos ;) que bom que gosta!
Beijos!
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