• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • O Destino de Vonü
  • Os símbolos em sua pele carregam a herança do seu povo

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Caso na Quarentena
    Caso na Quarentena
    Por millah
  • Um amor surreal
    Um amor surreal
    Por Cida Dias

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

O Destino de Vonü por Alex Mills

Ver comentários: 3

Ver lista de capítulos

Palavras: 7967
Acessos: 789   |  Postado em: 19/06/2021

Os símbolos em sua pele carregam a herança do seu povo

—Você? Aprendendo a dançar? — Vaanë me olhou com deleite, tinha acabado de pedir que me ensinasse a dança que era costume haver antes da união, quando nossos pais ainda eram vivos. — Volinüs já está fazendo pedidos? Aquela garota é engenhosa. Não a deixe te dobrar!

—Você vai me ensinar ou não? — Pergunto impaciente, ainda na porta de sua casa.

—Claro! Vamos, entre! O inverno já está querendo chegar em nossos lares.

Isso era verdade. Estava esfriando mais rápido naquele outono, as folhas caiam com mais pressa, provavelmente começaria a nevar em breve.

Eu já tinha vindo a casa de Vaanë várias vezes desde que conquistamos a cidade. Era menor que as casas que os outros tinham escolhido, afinal, ele tinha escolhido um ponto estratégico para morar. Ele quem estava encarregado de prever um ataque do sul, por terras cristãs, onde havia o povo do mar a ocupar terras que não eram deles. Seus filhos gêmeos eram os mais jovens, já tinham idade de correr pela casa, e o faziam sem receio, derrubando um ao outro e derrubando a mobília no trajeto. Eles gostavam de mim porque eu sempre levava doces e brincava com eles, hoje foi diferente, eu dei os doces e esperei que Vaanë começasse os passos, o que não os impediu de achar que brincava com eles e passarem a imitar nossos passos.

—Você precisa ser mais firme. — Vaanë me corrigiu, eu endireitei a postura e respirei fundo, repetindo o último passo com mais precisão, ele não reclamou. — Se vai conduzir Volinüs, você não pode abrir espaço para dúvida. Ela não é do tipo que espera se você errar um passo.

Os gêmeos se esforçavam para parecerem sérios e nos imitar, mas acabavam soltando risinhos. Estávamos todos na sala comum, os móveis tinham sido arrastados para as laterais para abrir espaço.

A dança em si não era difícil, mas requeria precisão e coordenação, porque alternava rapidamente entre movimentos lentos e com velocidade. Não me surpreendia que Volinüs queria dançá-la antes de nossa união, por mais precisa que fosse a dança, era divertida, e ela queria me testar. Queria saber se tinha me empenhado e se a conduziria bem. Eu tinha que aprender e fazer isso de maneira exemplar, porque queria dar essa certeza a ela. Talvez assim ela não tivesse mais tantos temores em relação a mim.

Comecei a passar mais tempo na forma de graahkiniana em busca de não precisar me concentrar tanto. Diferente de criar uma ilusão, eu tinha que fazer meu corpo reagir a mudança voulcan, uma vez que já fui daquela forma. Era diferente, também, de disfarçar meu corpo em forma humana, que era manter uma ilusão, uma vez que nunca fui humana como Seanë.

Era diferente andar naquela forma. Não havia a mesma fragilidade do corpo humano, havia as marcas de Graah em minha pele, e isso carregava um peso maior e mais valoroso para mim e ao meu povo, e eu as possuía por todo corpo. Os símbolos desciam em duas faixas pelo meu pescoço, contornavam meus ombros e paravam ali. Outras runas seguiam o mesmo padrão nos meus dedos, nos meus seios e em minha barriga, possuindo somente uma circular no interior de minha coxa direita, e somente uma atrás do meu ombro, nas costas, igual ao de meu filho, Enuvië.

Quando fui à casa de Volinüs naquela noite, ela quem me recebeu na porta, usando um vestido azul com tecido mais grosso e com mangas, as tranças da noite anterior estavam presas num coque mais elaborado. Havia joias em suas orelhas e pulsos, o que deixava seu pescoço convidativo.

—Boa noite, ki aterkinë. — Digo por fim em nossa língua, decidida a manter o hábito, oferecendo uma carícia no seu rosto.  — Sua presença aquece minha noite.

—Apenas sua noite? — Ela sorriu, buscando me provocar.

Inclino-me na sua direção, olhando para os seus olhos, que focaram nos meus lábios. Eu a beijei, pressionando meus lábios nos seus, percebendo sua respiração se prender naquele momento. Suguei seu lábio superior quando me afastei devagar, mas me mantendo suficientemente perto para sentir sua respiração se soltar.

—Não, não somente minha noite. — Digo por fim num tom mais rouco, deixando que ela pensasse no que queria dizer.

Eu percebi seu corpo se tensionar, mas não me pareceu um mal sinal, ela parecia se controlar para não avançar. Talvez Alinü estivesse certa afinal. Volinüs sorriu por fim, voltando a atenção para os meus olhos, segurando minha mão e enlaçando nossos dedos.

—Venha. Eu tenho algo para te mostrar.

Concordei, seguindo-a para dentro de sua casa e continuando a me maravilhar com suas obras. Era uma casa esplêndida. Não me surpreendia que ela preferisse manter as pessoas fora dali, preservando aquele lugar de qualquer dano.

Ela me levou pelos cômodos que já passamos outras vezes, mas dessa vez nós subimos as escadas e cruzamos um corredor amplo com várias portas, onde fiquei me perguntando qual delas levava ao seu quarto, mas andamos em silêncio, dando-me espaço para ver os quadros nas paredes. Entramos por uma porta no fim do corredor, anterior a uma que estava entreaberta. Nesse quarto havia um berço no centro e uma cama ao fundo, prateleiras vazias numa parede e um armário grande. Ela sorriu e parou a minha frente.

—Eu disse que não seria mãe dos seus filhos, mas não significa que você deixe de ser mãe deles. Então... — Ela andou pelo quarto, iluminando cada parte. — Depois de nos unirmos, pensei que você poderia trazer seus filhos. Assim não precisará deixá-los longe quando vir aqui, ou se preocupar em ficar mais tempo.

—Você fez tudo isso pensando nisso? — Aquilo era surpreendente, e eu não fiz questão de esconder.

—Eu não tive contato com seus filhos, isso é verdade. Mas eu terei, certo? Queria que soubesse que não me oponho ao fato de que tenha tido filhos. — Ela me olhou do meio do quarto em expectativa.

—Você quer se aproximar dos meus filhos?

—Eu já tenho contato com Alinü desde antes da guerra. Mas as crianças são novidade, e eu nunca fiquei com crianças. — Ela gesticulou ao redor, para a ausência de objetos.

—É muito bom saber que está pensando assim, Lin. — Ela se surpreendeu com o apelido, mas acabou rindo e voltando a se aproximar, envolvendo minha cintura e inclinando a cabeça para me olhar. Lin também significava sol em graahkiniano. — As pessoas estão erradas sobre você.

—Oh? — Sorriu, curiosa. — O que a cidade fala sobre meus atos que não é verdade?

—Deveria dar valor a eles?

—Eu não valorizei todas as coisas que Veegan tem me dito sobre você. — Isso me fez estreitar os olhos. — Ela está tentando manter uma relação comigo outra vez. Mas está com raiva de você porque ela perdeu a liderança.

—Talvez ela devesse ter passado mais tempo se exercitando com a espada do que tentando te afastar de mim. Agora é tarde demais.

—Tarde demais? Quanta confiança. — Ela riu de maneira mais breve, então ficou séria enquanto eu segurava seu rosto em mãos. — Veegan é minha irmã, mas não significa que tenho que concordar com tudo que ela faz. Mas estou feliz que ela tenha se unido com quem ela escolheu. Significa que eu consegui uma chance.

—Que chance?

—De me livrar de ter que seguir tudo o que ela dizia. Todos na família estão revoltados com as atitudes dela. — Explicou. — Era para ela dar o exemplo. Mas ela falhou como primeira filha.

—Então você se tornou segunda filha.

—E me unirei a família principal. Então se Veegan perder a luta contra sua filha, vai ser obrigada a aceitar que não tem honra para liderar a família.

—Então Verg assumirá uma posição importante para compensar o fracasso da mãe e você será ouvida pela família. — Ela balançou a cabeça para concordar com o meu raciocínio. — Afinal você ganha algo com essa união.

—Pode me culpar por ser ambiciosa? Eu quero o melhor, nada abaixo disso serve.

—E eu sou o melhor para você?

—Eu escolhi você e não sua filha para me unir. Isso não te mostra nada?

—Por que eu? Não nos conhecemos de verdade.

—Suas ações te precedem, Vonü. — Repetiu com paciência. — Você foi admirável em batalha, você honra o que diz e faz. Então sei que você não me diria nada que não fosse cumprir.

—Eu disse que não te obrigaria a nada. Mas isso não foi o suficiente para cessar seu medo de que também sou voulcan e do que acha que faria com você por causa disso. — Digo devagar, analisando sua reação, ela franziu o cenho.

—Diz que não sente qualquer impulso de me dominar quando toco você.

—Te dominar? É o que você pensa que sinto quando estamos perto? — Aquilo era desanimador, mas eu precisava saber.

—E o que você sente?

—Afinal você não é tão observadora quanto pensa ser. Acha que dominei Seanë para passar meus poderes a ela? — Ela não respondeu, havia dúvida atrás dos seus olhos, e por isso me afastei, virando-lhe as costas para esconder minha frustração. — Eu posso ter recebido traços e os poderes de um voulcan, mas eu não me tornei uma voulcan. — Digo em tom controlado, mas talvez estivesse soando ríspida demais. Massageei a ponte do nariz, sentindo-me cansada.

—Você é graahkiniana, ou seu filho teria nascido como Alinü.

—E, no entanto, você continua achando que pularei em cima de você como um animal selvagem. — Viro-me em sua direção, irritada. — Se eu quisesse dominar você eu já teria feito isso antes. Não é como se fosse ser difícil se eu realmente fosse uma voulcan. Eu não teria perdido meu tempo me aproximando de você se tivesse qualquer intenção de te machucar.

—Vonü-

—Não. Eu vou embora. Acho que o jantar já esfriou, não é mesmo?

—Por favor, não vá. Não assim. — Ela voltou a se aproximar e segurou meu rosto, uma expressão determinada. — Você acabou de chegar.

—E o que eu faria aqui? Não há mais clima nenhum para continuar.

—Então vamos sair, comer em outro lugar.

—Por que? Isso não vai mudar o que você pensa.

—Confie em mim. Vamos dar uma volta e respirar. Você nem precisa falar nada.

—Volinüs...

—Não, me chame de Lin. — Ela sorriu, tentando me encorajar.

Suspiro, retirando meu casaco e colocando sobre os ombros dela, piscando algumas vezes antes de deixar minhas asas e os chifres aparecerem, as escamas cobrindo minha pele.

—Eu nunca vou poder desfazer isso. — Digo conformada.

Ela moveu a cabeça de maneira positiva, então estendeu a mão para que eu segurasse, e eu segurei, levando-a pelo caminho que fizemos até a saída de sua casa. Então fomos recebidas pelo ar gelado de fora, mas não me incomodei, minhas escamas me aqueciam, e o meu casaco nos ombros de Volinüs parecia ser o suficiente. Passamos pela praça central, primeiro andando rápido, depois mais devagar à medida que nos afastávamos de sua casa. Graahkinianos passavam por nós e nos cumprimentavam com um aceno respeitoso porque sabiam quem éramos, e agora saberiam que estávamos juntas. Eu conhecia a maioria dessas pessoas, então acenava de volta com a cabeça. A grande maioria tinha lutado ao meu lado para tomar essa cidade.

—Eles te admiram. — Ela falou após algum tempo.

Talvez. Eu tinha liderado o exército, mas quase me deixei ser morta pelo líder do povo do mar. Não sabia se isso era motivo para me admirarem, então não falei nada. Andamos até a praia, ao sul de minha propriedade, e ela decidiu que queria parar ali, esticando meu casaco pela areia para sentarmos lado a lado. Passei um braço sobre seus ombros e fiz minha asa seguir o gesto e enrolar ao seu redor, buscando a manter aquecida. O mar estava calmo, quebrando na margem em sutis ondas, o cheiro salgado e o som me faziam relaxar. Volinüs apoiou a cabeça no meu ombro, buscando ficar perto de mim.

—O que você espera de mim? — Pergunto num tom baixo e lento.

—Honestamente? Eu não sei. Eu achei que você seria de outra forma, mas você é doce e honrada. — Ela respondeu no mesmo tom. — Eu quero descobrir sua natureza, Vonü.

—E se não gostar do que ver?

Ela não respondeu de imediato, ao invés disso ela deslizou os dedos pela parte interna de minha perna sobre o tecido fino de minha calça, pressionando a mão ali, fazendo-me arrepiar com o contato súbito.

—Eu queria você, depois da batalha. Eu ouvi as conversas de Veegan com a mãe de seu filho. Eu achei que você seria feita de tola por elas. Então, naquele inverno, eu te encontrei voltando para casa. Você lembra?

—Sim, você me chamou para beber. — Lembro, tínhamos ido a única taverna aberta naquela hora, porque era tarde demais e estava frio demais.

—Eu passei a noite toda tentando botar as palavras para fora, estavam na ponta de minha língua, eu só tinha que dizer. — Ela riu baixinho, um riso melancólico. — Eu te queria tanto na minha cama naquela noite, Vonü. — Isso me chocou, mas não digo nada, esperando que ela continuasse. — Você estava triste. Você não queria voltar para casa. Você sabia, no fundo, que a mãe do seu filho não se importava com ele, ou com o que você queria. — Ouvi seu suspiro, mas também senti suas caricias na minha perna. — Mas então eu era igual. Eu não me importava com o seu filho. Você queria continuar com ela porque era sua família, então eu também não estaria me importando com o que você queria.

—Por isso você saiu de maneira tão abrupta naquela noite. — Relembro, ela somente murmurou, concordando. — E o que mudou naquela noite?

—Eu descobri que continuei querendo você. Comecei a pressionar Veegan para falar sobre sua origem, assim eu poderia dizer sobre o acordo de união entre nossas famílias.

—Você faz parecer que nossa união não passa de um grande plano em sua cabeça, ki aterkinë.

—Um pouco, sim. Mas desde o momento em que você apareceu em minha casa e aceitou a união, eu não planejei mais nada. — Senti seus lábios pressionarem em meu maxilar, e eu me virei, selando seus lábios, encostando minha testa na sua. — Eu continuo querendo você. Cada vez mais. A única coisa que espero de você, é que queira arriscar tanto quanto eu quero.

—Eu estou aqui, não estou? É claro que quero você. Mas não quero que tenha medo de mim.

Ela sorriu, olhou ao redor, talvez se dando conta de que estávamos sozinhas, então subiu no meu colo, encaixando as pernas em minha cintura.

—O que está fazendo? — Pergunto, movendo os olhos lentamente de seu quadril até seu decote, em frente ao meu rosto, então para os seus olhos, buscando alguma explicação.

—Eu quero você. — Disse num sussurro, seus dedos buscando desabotoar minha camisa.

—Você me tem. — Garanto, sem tentar impedir que continuasse. — Mas alguém pode acabar nos vendo aqui.

—Eu não me importo. Não estamos fazendo nada errado.

—Achei que você queria esperar até nossa união. Se seus irmãos nos verem aqui-

—Eu os desafio a dizerem algo. — Ela me olhou com o desafio atrás dos seus olhos escuros na noite, então olhou com volúpia meus seios despidos. — Eles não fizeram nada quando Veegan traiu você.

—Eles não sabem.

—Eles sabem, mas não dirão nada porque ela é a primeira filha. E você é a líder e nós estamos prometidas. Então? O que está esperando?

Sorrio, movendo minhas asas para nos cobrir, então eu subo o tecido do seu vestido sobre a cabeça e vejo sua nudez completa, meu desejo crescendo pela visão. Ela tinha seios fartos e um porte mais forte do que deixava transparecer. As marcas de Graah estavam sobre seu peito esquerdo, circulando seu mamilo, e outra em seu abdômen, circulando seu umbigo. Em relatos antigos, Graah possuía as mesmas marcas, ainda que a maioria acreditasse que ela não possuísse nenhuma. Volinüs também tinha símbolos nos pulsos e nas coxas, o que só a deixavam mais sensual.

—Graah te fez sua semelhante. — Digo a olhar em seus olhos. — Mas você superou todas as expectativas. — Acrescento, fazendo-a sorrir. — Diz que me quer.

—De novo? — Ela retirou minha camisa e desabotoou minha calça, seus dedos brincando na borda. — Eu te quero, Vonü Vondelür, mais que Graah me permitiria expressar.

Então avancei, beijando seu pescoço enquanto minhas mãos trabalhavam entre seu seio marcado e a outra explorava a região entre suas pernas, onde sua umidade era considerável. Sorrio contra a sua pele, mordiscando enquanto começava a acariciá-la, sinal suficiente para que ela imitasse meus gestos, penetrando minha calça e movendo os dedos no mesmo ritmo. Ela baixou a cabeça e me beijou, beijou de verdade, penetrando a língua em minha boca e buscando pela minha. Aumentei a velocidade, seu quadril se moveu no mesmo ritmo, pedindo por mais. Baixei meus lábios pelo seu colo até o seio, rodeando o bico com minha língua até sugá-lo, sua mão livre pressionando atrás de minha cabeça em incentivo para continuar.

—Vonü...! — Eu tinha penetrado dois dedos em seu interior, a surpresa a fazendo pressionar os dedos em mim.

—Eu sinto você. — Digo num sorriso, meus lábios procurando os seus quando comecei a estocar dentro dela, seu quadril seguindo o movimento e ajudando a ir mais fundo. — Vem. Estou aqui.

Ela não se conteve por muito mais tempo, seu corpo vibrava, pedindo cada vez mais, então juntei mais um dedo, e ela se entregou ao prazer em minha mão. Sua testa se apoiou na minha, seus olhos estavam fechados e um sorriso brincava nos seus lábios, eu a beijei, ela voltou a se mover, meus dedos acariciando seu interior enquanto a sentia voltar a mover os dedos com mais afinco, querendo me agradar.

Retirei os dedos de dentro dela, então tirei minha calça, trocando um olhar com ela antes de a deitar sobre o casaco, ajeitando nossas posições até que não houvesse espaço entre nossos sex*s. Sorrio quando sinto sua umidade contra a minha, começando a mover meu quadril junto ao dela, suas mãos explorando meu corpo, as escamas e minha pele, causando-me grande prazer.

Eu aumentei a velocidade quando senti seu corpo se tensionar no mesmo prazer, e quase juntas nós chegamos ao êxtase. Deixei meu corpo deitar sobre o seu, distribuindo sutis beijos pelo seu corpo enquanto ela acariciava minhas costas.

—Estou faminta. — Ela sussurrou, eu rio, inclinando a cabeça para olhá-la. — Você não?

—Estou, meu amor. Você quer voltar para casa?

Ela sorriu e me puxou para perto, beijando meus lábios lentamente, nossas línguas movendo com mais calma, aproveitando para explorar sua boca e sentir seu gosto. Então nos vestimos rapidamente, eu voltei a mantê-la perto, o vento frio tinha aumentado e a noite tinha avançado.

—Há quanto tempo, Vonü? — Ela questionou pelo caminho, eu a olhei, sem entender. — Quanto tempo você seguiu os costumes e respeitou a mãe de seu filho mesmo não estando feliz com ela? — Eu não respondi, porque ela sabia a resposta. — Eu não consigo me conformar.

—Não há nada a fazer, então por favor, tente esquecer. Ela ainda é mãe de meu filho, isso não vai mudar.

—Eu posso tentar, mas não prometo. — Ela suspirou e abraçou minha cintura. — Então... — Ela pausou, olhando numa direção, eu segui seu olhar, entendendo a pausa. Seanë estava caminhando em nossa direção ao lado de Veegan. — Graah está buscando nos testar.

—Não arranje confusões.

—Não fui eu quem arranjou uma briga.

Ela tinha razão, mas não digo nada. Paramos de frente para o outro casal, que parecia tão desconfortável quanto nós devíamos parecer.

—Também aproveitando o ar noturno? — Seanë questionou, parecendo querer aliviar o clima.

—Parece que sim. — Digo de forma casual.

—Eu prefiro a lua cheia, mas a lua nova ainda está persistindo em nos deixar no escuro.

—Espero que não tenha desistido da cerimônia, Vonü. — Veegan me falou, olhando entre nós, mas eu olhei para cima, certificando-me de que era mesmo lua nova. — Ainda estou esperando você anunciar o dia.

—Talvez tenhamos decidido nos unir sem convidar ninguém. — Escuto Volinüs dizer em tom de provocação, mas eu não conseguia acompanhar seu humor, estava me sentindo uma idiota. Como eu esqueci sobre a lua?

—Logo você? Eu duvido.

—Não há nada que proíba a união sem testemunhas. Graah é o suficiente.

—Eu duvido mesmo assim. Espero que você reconsidere sobre convidar Seanë. Estamos unidas agora. — Havia súplica no seu pedido.

—Exatamente, agora. Eu não tenho qualquer obrigação de esquecer o que vocês fizeram. — Seu tom sutil se tornou brusco. Eu me perguntava se ela falaria comigo da mesma forma quando soubesse o que realmente aconteceu, o erro que tinha cometido com ela. — Eu sequer devia convidar você, irmã, você rompeu laços que não se refazem.

—Lin. — Falo antes de olhá-la, ela retribuiu meu olhar, prestando atenção. — Não vamos reviver o passado. Vamos para casa.

—Sim. Vamos. — Ela sorriu, mas devia ter visto a preocupação em meu rosto, porque não insistiu.

Seanë ainda me olhou por um longo momento, parecendo ter entendido tudo, mas não havia nada que eu pudesse fazer sobre isso. Eu sabia que elas deviam ter reparado o que tínhamos acabado de fazer, porque nossos trajes não estavam em sua melhor forma e eu sentia areia nos meus braços, podia ver nos cabelos de Volinüs também. Levei Volinüs para a casa dela, aproveitando a distância para pensar. O que tinha feito com ela? Ela iria me odiar.

—O que Graah colocou nos seus pensamentos, ki aterkinë? — Ela me perguntou assim que entramos em seu lar, e eu me apoiei na porta, incapaz de olhá-la nos olhos. — Vonü? Foi o encontro com elas?

—Não.

—Então o que? Se arrependeu de nosso momento?

—Claro que não. — Eu a olho, estreitando os olhos. — Eu o faria mais e mais vezes, sem pensar uma segunda vez. Você foi maravilhosa. Você é maravilhosa.

—Mas?

—É lua nova. Toda lua nova é propicia para o ritual.

—Eu sei.

—O que? — Aquilo me chocou e ela acabou rindo.

—Você achou mesmo que eu não saberia sobre os voulcans e seus rituais? Não me subestime, ki aterkinë. Você viu meu trabalho na biblioteca.

—Você sabia e deitou comigo mesmo assim?

—Não fizemos um ritual. — Ela segurou meu rosto e sorriu. — Tivemos um momento ótimo, mas não um ritual. Você e eu sabemos o que precisa para realizar o ritual, você sequer pensou nisso, não é mesmo?

—Você estava me testando?

—Você disse que não queria que eu tivesse medo de você. Eu precisava ter certeza antes de nossa união, você não acha?

—Você se pôs a risco?

—Eu corri algum risco? — Havia um sorriso divertido nos seus lábios, eu não sabia se ficava irritada ou se ria. — Relaxe. Eu não me tornarei uma voulcan porque nos entregamos durante a lua nova. Nossos sangues não se uniram, não tínhamos qualquer intenção de executar um ritual, e eu não fui dominada por você. Então não precisa ter medo, por mais belo que isso seja.

—O que eu faço com você? — Eu a abraço, escondendo o rosto no seu pescoço, beijando o local com carinho.

—Não sei, mas você deveria guardar suas asas antes que quebre algo aqui. — Rio com isso, obedecendo ao seu comando e me esforçando para manter a aparência graahkiniana. — Vamos comer algo antes que amanheça e eu te convide para o desjejum.

—Não seria uma má ideia.

—Seria. Não nos unimos ainda. Tenha paciência.

Eu tive. Aprendi a dança que ela tinha me pedido, comprei um vestido novo, mudei meu quarto para outro, onde anexei um cômodo para aumentar o espaço. Coloquei um quadro de Graah e uma réplica de sua espada de frente para a cama. Um armário extra para as roupas dela. O resto seria arranjado depois.

Então o dia que nos uniremos chegou. Ela ficaria em sua casa, receberia sua família e eles comemorariam durante toda a tarde. Ela receberia presentes dos amigos e dançaria. Eu ficaria esperando até o anoitecer, também receberia presentes de amigos e de minha família, e quando a noite chegasse, iria buscar minha prometida. Dançaríamos e faríamos um juramento. Então eu a traria para passar a noite em minha casa. Era assim que os graahkinianos se uniam antes das guerras, quando meus pais eram vivos.

—Vocês se tornaram próximas. — Seanë falou, talvez buscando me fazer falar. — Não sei como isso é possível. Vocês são tão diferentes.

—Volinüs impõe o que quer, não quer dizer que Vonü acate. — Alinü falou. — Mas é um bom complemento para uma líder. Ela sabe nossa história.

—Ela é arrogante e nunca ajudou em nada da cidade. — Seanë argumentou.

—Todos acham que ela vai querer um espaço na liderança.

—Ela não teria qualquer direito.

—Mas ela é inteligente. Pode ser bastante útil.

—Vocês são péssimas companhias. — Resmungo mal humorada, olhando para ambas de minha poltrona. — Vocês não sabem nada sobre ela. Deviam estar sendo positivas e não se unindo para falar barbáries. É meu dia de união e vocês estão estragando meu bom humor.

—Desculpa mãe. — Alinü falou primeiro. — Eu só quero que ela te faça bem.

—Vocês nunca serão felizes num casamento arranjado. — Seanë falou, mas havia certa tristeza nas suas palavras. — Vocês nem se conhecem. — Acrescentou.

—É o destino. — Digo resignada. — Não temos como saber se será bom ou ruim até vivermos o que temos para viver.

—Ela não vai te dar filhos Vonü. — Insistiu.

—Você viu isso acontecer?

—Sim.

—Bem... Então assim será. — Levanto, arrumando meu vestido e colocando minha trança sobre o ombro. — Eu vou me unir a Volinüs. Nada do que disserem mudará isso.

Eu fui para fora, andei pelo jardim frontal. O sol estava se pondo, não demoraria para ir atrás dela. Volinüs não tinha tido filhos até hoje por algum motivo afinal, talvez fosse escolha dela. Eu já tinha filhos. Faria diferença se tivesse algum com ela?

—Mãe? — Athen correu na minha direção e pulou no meu colo, eu tive que tomar cuidado para não sujar meu vestido. — Te achei!

—Você não devia estar aqui. — Alerto, colocando-a no chão. — Devia estar no seu quarto ou com seu irmão.

—Mas eu te vi sozinha do meu quarto e você não devia estar sozinha também.

—Você tem razão. Mas sua irmã não está sendo boa companhia. Então resolvi dar uma volta. Logo terei que ir.

—Você vai dormir na casa dela?

—Não hoje.

—Ela vai morar com a gente?

—Não.

—Mas... vocês vão se unir.

—Os adultos são complicados.

Andamos pelo jardim, lado a lado. Athen era uma boa companhia quando não estava buscando me agradar, algo que diminuiu desde que foi nomeada minha filha. Agora ela se mostrava curiosa com minha cultura e preocupada com o que faria no futuro. Ela treinava com a espada junto de Alinü todos os dias, começou a mostrar alguma habilidade. Estava progredindo.

—Volinüs... — Começo a falar, fazendo uma pausa, sua cabeça se inclinando para mim. — Você acha que gostaria de passar mais tempo com ela?

—Não sei. Ela me olha como os outros na cidade.

—De que forma?

—Você sabe. — Ela olhou para frente. — Com desconfiança. Raiva. Nojo. As pessoas aqui não gostam de minha pele.

—Você acha que eles têm motivos para se sentirem assim?

—Não. — Falou com certeza, eu contive o sorriso, deixando que continuasse. — Mas sei que meu povo roubou a casa deles primeiro. Mas não fui eu.

—E o que você gostaria de fazer? Sobre isso. Com essas pessoas.

—Eu não sei. Eu só quero que vejam que sou sua filha e que não fiz nada.

—Como eles iriam ver isso?

—Vou descobrir. Graah tem um destino para cada guerreiro.

—E você será uma guerreira?

—Eu já sou.

Sorrio, olhando para ela. Eu a tinha tornado minha filha porque sabia que gostava de mim. Agora, naquele preciso momento, eu entendia porque a tinha escolhido no lugar dos demais. Não era somente por ser a única garota entre os garotos, mas porque ela tinha a incrível capacidade de se destacar por seus pensamentos. Eu não sabia se ela seria uma guerreira de espada, mas tinha certeza de que os graahkinianos a ouviriam.

—Eu tenho certeza de que sim. — Acaricio seus cabelos, voltando a olhar para frente. — Volinüs ainda vai te conhecer. Ela quer isso. Vamos dar uma chance para ela, o que acha?

—Você também fará isso?

—Sim.

—Eu vou tentar. Mas se ela continuar me olhando daquela forma, eu desisto.

—É o suficiente.

—E Seul? — Eu a senti balançar a cabeça. — Seanë. — Corrigiu.

—O que tem ela?

—Você não gosta mais dela?

—Gosto, nós somos mães de Enuvië.

—Não como casal?

—Não. Nosso tempo já passou e seguimos em frente. O que resta agora é manter uma relação boa para criarmos nosso filho.

—Quando eu crescer, quero me unir a alguém que conheça a bastante tempo.

—Às vezes não conhecemos uma pessoa que passamos anos ao lado. E as vezes conhecemos mais uma pessoa que aparece de repente.

Ela me olhou, confusa, eu rio, garantindo que ela entenderia quando fosse mais velha. Então me despeço dela, porque tinha escurecido, e eu tinha que me unir a ki aterkinë, então trazê-la para casa.

Peguei meu garanhão que tinha gastado ouro, e cavalguei até a casa de Volinüs no centro, recebendo cumprimentos pelo caminho até a praça central, onde desmontei e prendi o cavalo ali perto. Fui para a casa de Volinüs, que tinha a porta aberta, e entrei sem hesitar. Vaanë e Vigur estavam sentados, sozinhos, na sala principal, e pularam dele quando me viram.

—Oh, diga que ela não desistiu. — Falo com preocupação.

—Queríamos ter notícias, mas ela sequer saiu do quarto a tarde inteira. — Vigur falou primeiro.

—Tentamos tirá-la de lá o tempo inteiro, mas ela não quer nos dizer o que houve. Então anoiteceu e descemos para esperar você. — Vaanë finalizou.

—E Veegan? — Questiono, achando estranho a casa estar vazia.

—Disse que não viria se a companheira não pudesse vir. Mandou que não viéssemos também. Nossas famílias não quiseram desobedecer Veegan, mesmo ela não sendo a líder, ela ganhou reputação. — Vigur falou com pesar, e eu suspirei.

—Nenhum amigo dela veio?

—Vieram, deixaram os presentes, mas mesmo assim ela não desceu.

—E por que vocês vieram se Veegan mandou que não colocassem os pés aqui?

—Você cuidou de nós quando éramos crianças, cuidamos de Volinüs após nossa mãe morrer. De maneira alguma esqueceríamos isso pelo orgulho de Veegan.

—Você estava certa sobre ela durante aquela festa. — Vaanë falou, ainda cabisbaixo. — Ela devia colocar a própria família acima de tudo. Mas arruinou o dia de sua união.

—Não arruinou, porque o dia ainda não acabou. — Digo com raiva, então suspiro. — Fiquem aqui, eu vou trazer Volinüs.

Eles ainda duvidavam, mas fizeram como eu disse, então eu tirei meu casaco e subi as escadas, andando pelo corredor até a última porta. Nunca tinha estado em seu quarto, mas julguei que fosse a última porta porque era o quarto ligeiramente afastado dos demais, e provavelmente o mais espaçoso. Bati na porta, respirando fundo.

—Lin? Abra a porta. — Digo em nossa língua, mas não escuto nada do outro lado. — Sou eu, ki aterkinë. É constrangedor deixar sua companheira falando com a porta. Você sabe que vou entrar, então por favor, abra a porta.

Levou mais alguns segundos, mas ela acabou abrindo. Eu percebi que ela passou a tarde chorando porque seus olhos estavam inchados e vermelhos, seu cabelo devia estar com nós pela bagunça que se encontravam. Ela estava com trajes de dormir, amassados e descalça. Abri a boca para dizer algo, mas ela me puxou para dentro do quarto e começou a estapear meu corpo. Não era para me machucar de verdade, ela estava descarregando sua raiva e frustração. Eu a abracei ao invés disso, seus braços perdendo a força no meu aperto, então escutei seu choro e ela me abraçou de volta.

Quando se afastou, ela me empurrou contra a parede e me olhou irritada, batendo-me contra a pedra sem se conter.

—Por que você não luta contra ela? — Ela me questionou enquanto me empurrava. — Por que você a deixa nos tirar tudo? Por que ela continua tendo autoridade? Você é a líder! Sua palavra quem devia valer.

—Pare. — Digo uma única vez, ouvindo minha voz lenta e grossa. Ela parou. — Veegan não vai estragar nossa união.

—Ela arruinou nosso dia.

—Temos a noite. Temos os próximos dias. Ela não vai arruinar mais nada, você tem minha palavra. — Seguro seu rosto e a olho com seriedade, sentindo-me vingativa. — Ela vai pagar pelo que fez hoje.

—O que você vai fazer?

—Vou tirar a única coisa que ela tem e que ela não vai recuperar. A reputação. Eu direi sobre sua traição e ninguém mais vai ouvi-la em Tieres. Se ela fez isso hoje para nos afrontar, então não tenho motivos para manter meu acordo com ela. — Suspiro, mantendo a seriedade enquanto a olhava nos olhos castanhos. — Mas não vai adiantar nada se a deixarmos estragar nossa união. Se nos deixarmos abalar ela terá vencido. Estamos entendidas?

—Sim, estamos. — Sua voz soou mais firme, eu me contentei com o progresso.

—Agora se lave e coloque a melhor roupa que tem. Eu quero você maravilhosa como todos os outros dias. — Digo num tom mais suave. — Não vamos mais perder tempo. Tudo bem?

Ela me respondeu com um beijo rápido nos lábios, então sorrio, contente, afastando-me e piscando um olho para ela antes de sair do quarto e a deixando sozinha para se preparar. Respiro fundo, endireitando minha postura. Veegan pagaria caro pelo dia de hoje.

Vaanë e Vigur se animaram com a certeza de que iriamos nos unir, então começaram a tocar um dos instrumentos e nós dançamos. Comemoramos a ocasião até Volinüs descer as escadas, incrível num vestido vermelho, o decote se tornando algo marcante nela. Ela veio até nós e se juntou a brincadeira, dançando e se permitindo divertir. Os gêmeos tocaram a melodia que eu reconheci imediatamente, então avanço e tomo Volinüs em meus braços, que riu, surpresa, deixando-me guiá-la, afinal era a música de nossa união, e eu queria que fosse perfeito.

Os dias de prática intensa com Vaanë e em casa mostraram resultado. Eu não errei um passo, e a conduzi com precisão, alternando os ritmos nos momentos adequados, não recebendo qualquer resistência da parte dela. Ela se divertiu, seus olhos não saíram dos meus, e eu me diverti com ela. Eu repetiria aquela dança sempre.

—Sua honra. — Ela foi a primeira a começar o juramento, Vaanë e Vigur pararam a música e ela segurou minhas mãos, um ar confidente passando entre nós. — Sua força. Sua beleza. Sua gentileza. — Ela falou uma palavra por vez, evidenciando as características que gostava de mim. — Vou te honrar diante de Graah.

—Seus olhos. Sua sabedoria. Sua paixão. — E para isso eu queria dizer o fato de que ela adorava escrever nossa história. — Sua devoção. Eu te honrarei diante de Graah.

—Estaremos unidas a partir de hoje. — Falamos juntas. — E Graah nos concederá sabedoria para lutarmos juntas.

Eu a beijei, movendo os lábios lentamente numa carícia, selando nossa união com grande felicidade e alívio. Volinüs era minha companheira diante de Graah e dos graahkinianos, e eu lutaria por essa união ser forte e duradoura.

—Graah lhes concederá toda a fortuna das batalhas. — Vigur falou com um sorriso grande, e nos abraçou com força.

—Tenha certeza disso. — Volinüs concordou, rindo ao fim. — Afinal Vonü é minha companheira e minha líder. Tenho certeza de que vai nos levar a vitórias.

—Eu aprecio a confiança. — Porque ela não me parecia estar dizendo aquilo pela cerimônia. — Com você ao meu lado sei que traremos honra e sabedoria ao nosso povo e nossa família.

Ela me olhou com afeição e me beijou com paixão, fazendo seus irmãos gritarem em comemoração.

—Vá Vonü! Leve-a antes que ela fuja. — Vaanë falou com humor, e nos afastamos rindo.

—Você tem razão. Ela pode mudar de ideia. — Entro na brincadeira. — Ela poderia fugir da cidade.

—Será? — Ela me provocou.

—Melhor irmos antes que eu descubra.

Eu ofereci minha mão para ela, que fez uma pausa dramática somente para atrair as gargalhadas dos irmãos, mas acabou segurando, deixando que a conduzisse para fora de sua casa. Vaanë e Vigur foram logo atrás, cantando uma canção antiga enquanto subia no cavalo e recebia Volinüs a minha frente. Acenei para seus irmãos antes de instigar o garanhão para frente. Contornei o monumento de Graah e fizemos uma prece por proteção e força. Então fiz o caminho até minha casa sem pressa, recebendo os cumprimentos e felicitações dos graahkinianos pelo caminho.

—Estou feliz que tenha sido você. — Ela falou baixo, olhando para frente. — Eu não teria aceitado outra pessoa.

—É por isso que não se uniu a ninguém?

—Eu nunca realmente senti a necessidade.

—Nunca quis formar sua família? — Pergunto casualmente.

—Não me agrada a ideia de engravidar. Então não. — Isso explicava a visão de Seanë. — E você é a primeira mulher que estou me envolvendo. Os outros homens só me queriam pelo meu nome.

—Todos? — Duvidei.

—Nem todos. O garoto que trouxe na festa queria outras coisas.

—Oh, ele deve me odiar. — Rio em seu ouvido.

—Sim. Você tem razão. Ele ficou devastado quando rompi nossa ligação.

—Você gosta dele?

—Ele é um bom homem. Mas é jovem. Eu queria alguém mais experiente.

—Há quanto tempo estava com ele?

—O conheci em Tamber. Então foram alguns meses.

—Alguns meses é bastante tempo. E você disse que não era sério.

—Não para mim. — Ela balançou a cabeça e suspirou. — Eu tenho um nome, Vonü, e não daria a qualquer um.

—Então me sinto mais honrada por ter me escolhido.

—Eu escolhi, não é mesmo? — Ela riu. — Não me decepcione Vonü. Eu não planejo me unir a mais ninguém.

—Eu planejo não te fazer se arrepender de ter me escolhido.

E assim chegamos em minha casa. Ela desceu primeiro e eu logo em seguida. Mandei um serviçal levar o cavalo, então segurei a mão de Volinüs antes de a conduzir para dentro.

—Esse também é o seu lar. — Digo enquanto passamos pelo salão principal. — Sei que nunca esteve aqui dentro de verdade, então sinta-se à vontade para explorar.

—Assim como você fez na minha casa quando foi pela primeira vez? — Ela riu, soltando minha mão para ir à frente.

Não a impedi, deixei que descobrisse os cômodos na esperança de que algum dia quisesse morar comigo naquela casa. Passamos pela sala dos funcionários e a cozinha, onde ela foi apresentada aos funcionários, alertados de que deveriam seguir seus comandos a partir de hoje. Ela acabou comendo algo antes de continuarmos o tour pela casa. Passamos pela entrada do jardim e seguimos para onde os serviçais limpavam as roupas e o espaço para secar. Não entendia porque ela quis ver esses lugares primeiro, mas logo fomos para as outras salas, e encontramos Alinü com Athen.

—Que Graah conceda bons frutos em sua união. — Alinü foi a primeira a falar, aproximando-se e estendendo uma caixa fina e quadrada para Volinüs, o que eu não esperava. — Bem-vinda a nossa casa.

—Oh. — Volinüs deixou escapar, pegando a caixa. — Você não devia me dar presentes. — Alegou antes de abrir. Era um belo colar de prata com escrituras em runas ao seu redor escritas em ouro. — Eu nunca vi um desses. Onde conseguiu?

—Os melhores presentes são criados e não comprados.

—Você não devia. — Digo incisiva, estreitando os olhos em sua direção, mas ela não se intimidou.

—É uma ocasião especial. É minha forma de rezar por ares alegres para a nova união. Estou errada?

—Está tudo bem. — Volinüs me olhou. — Não vamos recusar bons desejos para a nossa união. — Então se voltou para minha filha. — Obrigada. Graah enxergará suas boas intenções e retribuirá em forças para a sua luta em breve.

—Tenho certeza que sim. — Ela sorriu e se afastou, contornando o sofá para se servir de vinho.

—Eu fiz algo também. — Athen se aproximou e estendeu um punhal com a bainha rica em pedras preciosas. — Como símbolo de paz.

—Suas filhas são peças raras, Vonü. — O que ela quis dizer com isso achei melhor não perguntar. — Por que uma lâmina é símbolo de paz?

—Meu povo presenteava os inimigos com lâminas para fazerem tratados de paz, demonstrando confiança.

—Então eu aceito. — Ela pegou o punhal, retirando a lâmina da bainha. Testou se estava afiada, deslizando os dedos pela superfície, pareceu contente e a guardou. — Faremos esse tratado durar.

—Minhas filhas estão cheias de surpresas hoje, é melhor subirmos. — Digo em tom leve, mas porque não tinha gostado do que elas fizeram sem meu consentimento. Não era da tradição antiga a família presentear o novo membro, e elas sabiam disso porque eu tinha alertado.

Volinüs riu, mas não discordou, e me seguiu pelas escadas. Eu apontei os quartos de cada um, indicando a quem pertenciam, e por último parei em meu quarto, deixando que ela explorasse. Seria o dela também, se assim quisesse.

—Parece tudo novo. — Ela comentou enquanto andava, parou em frente a réplica da espada de Graah. — Sea. O nome que a mãe do seu filho roubou?

—Sea, a espada que Graah usou em dezenas de batalhas. Se a mãe do meu filho quis repetir o nome eu não acho que isso mude a história original.

—Não, não muda. É bonita.

Ela colocou os presentes ao lado da espada, eu me aproximei dela, abraçando sua cintura por trás. Ela inclinou a cabeça em minha direção, beijando meus lábios enquanto se virava, suas mãos segurando meu rosto quando aprofundou o beijo. Minhas mãos pressionaram em suas costas, diminuindo o espaço entre nossos corpos, meus dedos desabotoando seu vestido, então ela se afastou rapidamente.

—O que foi? — Pergunto, confusa.

—Eu sei que fizemos isso antes.

—E teve algo de errado que não tenha gostado? — Estreito os olhos, cruzando os braços, estranhando sua reação.

—Claro que não, você sabe disso. Eu só... Prefiro esperar. Foi um dia exaustivo.

—Tudo... bem. — Suspiro, frustrada, mas era compreensível. — Não temos que fazer nada hoje. Podemos dormir apenas.

—Eu estava pensando... — Ela se virou para a cama e fez uma pausa. Eu fui até minha parte do armário e comecei a tirar meu vestido enquanto ela não falava, ouvindo-a se mover pelo quarto. — Eu gostaria de dormir sozinha hoje à noite.

—Você o que? — Viro em sua direção, estreitando os olhos. — Você não pode estar pensando nisso.

—Mas estou. Sinto muito, mas me sentiria mais confortável se passar a primeira noite sozinha.

Eu guardei o vestido e lhe virei as costas enquanto colocava roupas confortáveis. Eu aceitaria se ela estivesse somente cansada e não quisesse intimidade, mas agora ela estava me expulsando do quarto. Eu voltei a olhá-la, mas ela continuava determinada em sua decisão.

—É nossa primeira noite de união, e você quer começar isso ficando separada?

—Não é o que parece. Eu só quero ficar sozinha, me acostumar com esse ambiente.

—Então me explica como ficar sozinha vai te ajudar a se acostumar com minha casa. Com nossa união.

—É como eu funciono, Vonü, não é como se pudesse explicar. — Ela tinha a voz estável e firme. — Você disse que não iria me obrigar a nada, e queria que te dissesse a verdade. Então estou fazendo isso. Não vou me sentir confortável dormindo com você.

—Por que? O que acha que faria com você?

—Nada. — Ela suspirou, sentando na beira da cama.

Reviro os olhos, desistindo da discussão. Aquilo não levaria a nada. Eu sequer sabia o motivo de estar insistindo. Cruzei o quarto e peguei a espada que tinha terminado de criar no dia anterior, então fui para a porta.

—Que tola fui de pensar que você iria se unir a mim de verdade. — Digo com rancor, olhando em sua direção. — Já cumprimos nossa obrigação. Você está livre.

—Está me mandando embora?

—Não. Você está. Boa noite, Volinüs.

—Pare com isso. — Ela falou cansada, levantando-se da cama e caminhando em minha direção, segurando minha mão na maçaneta. — Uma noite, Vonü. Você não deveria me tratar dessa maneira.

—Nossa primeira noite em que estamos tentando construir algo dessa união.

—E vamos construir, Vonü. Só estou cansada do dia que tive e quero ficar sozinha. — Falou com calma, pressionando os dedos sobre minha mão.

—Porque quis vir aqui então?

—Porque queria conhecer sua casa. Queria conhecer o lugar em que você mora. Você já conhece minha casa, não é mesmo?

—O que você espera construir comigo ao me afastar quando se sente cansada? Quando não se sente bem? Não estou aqui somente para quando quer se divertir.

—E eu aprecio isso. Eu realmente aprecio.

—Mas não hoje.

—Não hoje. — Concordou, desviando o olhar, desconfortável.

—Durma bem, Lin. Mandarei que tragam o desjejum pela manhã.

Ofereci um beijo rápido em sua cabeça, então girei a maçaneta e sai do quarto, tendo que respirar fundo para conter a vontade de xingar o destino. Por que achei que seria fácil essa união?

Caminhei a passos duros até o quarto de Alinü e abri a porta. Ela estava nua de frente para o armário, segurando uma camisola vermelha de seda, a pele e os cabelos molhados. Ela parou quando me ouviu entrar, virando-se em minha direção, erguendo a sobrancelha, sem qualquer incômodo pela situação.

—O que? Veio pedir conselhos para a primeira noite? — Ela me provocou.

—Se você quer vencer Veegan, então vai ter que me vencer primeiro. — Isso foi o suficiente para tirar o sorriso do seu rosto. — Pegue sua espada e me enfrente.

—Aqui?

—Na praia. — Digo de maneira óbvia, então aponto um dedo na sua direção em alerta. — E não pense que irei ter pena de você ou que facilitarei. Você só estará pronta quando ganhar de mim.

—E por que uma hora dessas? Não devia estar satisfazendo sua mulher?

—Não pense que não vi a forma que olhou para ela hoje. — Estreito os olhos, fazendo minha voz soar em alerta. — Não ouse fazer alguma coisa, Alinü.

—O que acha que eu faria, mãe? Eu só reparei a linda mulher que você se uniu. E que você deveria estar se divertindo, ao invés de ter vindo aqui me desafiar.

—Mantenha seus olhos para si. Eu não vou te avisar uma segunda vez.

—Não se preocupe. — Ela sorriu para aliviar o clima. — É algo que queria falar com você.

—O que você teria que me dizer sobre isso?

—Não sobre ela ou você. Sobre algo que quero que você faça. — Ela fez uma pausa, e me fez esperar que colocasse suas roupas de treino antes de se aproximar de mim com Sopro da Morte em mãos. — Eu quero que encontre alguém para eu me unir.

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá!

O momento que a Volinüs se referia era literalmente depois da guerra, quando Seul/Seanë e Vonü discutem após a conciliação de Alinü. :)

Mas enfim elas se uniram :D o que acharam da cerimônia? hehe

Alinü querendo pretendente :D

Temos mais 7 capítulos, etapa final da história!

Não esqueçam de dar uma conferida no desafio do Lettera, "uma foto vale mais que mil palavras", postei o segundo desafio hoje, corre lá para conferir. Tem várias histórias muito boas ;)

Até o próximo :D


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 23 - Os símbolos em sua pele carregam a herança do seu povo:
Lea
Lea

Em: 14/08/2021

Vonü e seu dedo podre para romance!! Hahaha 

Até tu Alinü quer se unir a alguém também!! 

 

 


Resposta do autor:

Tadinha da Vonü, ela tá tentando ahahaha

Quem sabe a Alinü segue o bom exemplo ;)

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Irinha
Irinha

Em: 21/06/2021

Que dureza essa vida de Vonü, nem na noite de núpcias a autora dá uma colher de chá. Feliz por Ali tá amadurece.bjs


Resposta do autor:

Autora malvada, não acha? Mas eu pensei, "quem mandou Dona Vonü comer a sobremesa antes da janta? Não, não, isso tá errado" ahahah

Que bom que gostou desse desenvolvimento da Alinü :D

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 19/06/2021

Vixe Vanü ficou chupando dedo kkkkk


Resposta do autor:

ahahah coitada da Alinü, sobrou pra ela no fim ahahah

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web