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Nossa Vida Juntas por Alex Mills

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Palavras: 6638
Acessos: 1381   |  Postado em: 10/06/2021

Vigésimo nono

—Wow. Sua memória está boa. — Laura comentou assim que desceu da moto, tirando o capacete e olhando a fachada do simples restaurante mexicano. — Deus, faz mais de dez anos que viemos aqui.

—Você me trouxe aqui em nosso primeiro encontro depois da festa. — Iori relembrou com um sorriso de lado. — Éramos tão jovens. Você tinha aquela jaqueta de couro velha, lembra? Ficava tão sexy nela, montando na sua velha moto.

—Lembro que eu te dei a jaqueta naquela noite porque estava frio. Você nunca mais me devolveu.

—Isso é mentira. Eu te falei várias vezes para buscar no meu quarto. Mas você sempre acabava sem roupa quando ia lá.

—Claro que sim, você me chamava para o seu quarto para conversarmos? Metade das vezes você estava nua e vestindo minha jaqueta. — Ela sorriu enquanto Iori ria, guardando os capacetes. — Olhe para nós agora. — Ela envolveu a cintura de Iori e a puxou para perto. — Mais de dez anos depois de volta aqui. Se queria me impressionar deu certo.

—É? Então já estou feliz. Vem, vamos entrar. Eu fiz reservas.

—Desde quando La Gran Noche precisa de reservas? Era bem movimentado em nossa época, mas estou surpresa que continue aberto.

—Eu também fiquei quando pensei em te trazer aqui. Trocaram de dono pelo que fiquei sabendo, mas não está tão diferente. Só mais organizado. Você vai gostar.

Laura concordou, seguindo-a para dentro após segurar sua mão, soltando um ar surpreso tão logo entrou, sentindo nostalgia quando olhou o interior do estabelecimento. Era todo customizado com objetos que lembravam o seu lar, a voz de uma mulher ecoando pelo lugar, acompanhada de violão. Iori a conduziu até a mesa que tinha reservado, ouvindo seu riso quando recordou que era a mesma mesa que elas tinham estado da primeira vez.

—Isso é fantástico Iori. — Ela ainda olhava ao redor, maravilhada. — Tem até o quadro da La Muerte ainda.

—Eu prefiro sua tatuagem.

—Sim, eu também. — Ela riu, sorrindo para a garçonete quando ela parou ao lado da mesa. — Boa noite! — Falou animada em espanhol.

—Oh, muito boa noite. — A garçonete sorriu de volta, contagiada pelo seu ânimo. — Temos uma mexicana nativa aqui estou vendo.

—Sou 100% mexicana.

—Isso é ótimo. Sou apenas 50%. Meu pai é daqui da cidade mesmo.

—50% é melhor que nada.

—Vou ter que concordar com isso. Então, o que trouxe vocês em La Gran Noche? Estão comemorando algo?

—Eu não sei. Acho que minha mulher iria me matar se eu estivesse esquecendo nosso aniversário. — Ela sorriu para Iori, que ergueu a sobrancelha em sua direção.

—Ela só lembra porque coloquei alarme no calendário dela uma semana antes todos os dias. — Falou com humor. — E ela consegue esquecer.

—Você acredita que eu a trouxe aqui em nosso primeiro encontro? — Laura não perdeu o humor. — Esse lugar quase não mudou. Estou impressionada que se pareça tanto como há 13 anos.

—13 anos! É muito tempo. — A garçonete se surpreendeu. — Minha avó era a dona daqui, mas acabou falecendo há 2 anos, minha mãe assumiu desde então.

—Oh, eu sinto muito pela sua avó. Ela fez um lugar adorável, faz-me lembrar minha terra tão linda. E sua mãe tem mantido a tradição, é muito bonito.

—Fico feliz que tenha gostado. É simples, mas é nosso sonho manter esse lugar por muitas gerações. Minha avó começou, e nós queremos continuar em homenagem a ela.

—Eu tenho certeza de que vão continuar. — Iori a olhou com curiosidade. — Eu odiaria que o lugar onde conheci Laura fechasse. Do que estão precisando aqui?

—Não muito, talvez uma reforma. Mas estamos economizando para isso e o movimento não tem sido ruim nesses últimos tempos. Temos vários clientes fiéis, espero ver vocês aqui mais vezes.

—Bem, por que não? Eu sou arquiteta, posso ajudar a reformar aqui, se vocês tiverem interesse.

—Claro, mas eu não acho que teríamos dinheiro para te pagar.

—Me pagar? Por que? Eu iria adorar ver esse lugar aberto para trazer nosso filho aqui.

—Tenho certeza de que poderemos pensar em algo. Seria uma honra ajudar nos negócios, principalmente com a história que aqui tem. — Laura olhou para Iori com um sorriso de lado. — Minha mulher é generosa quando quer ajudar, é uma das qualidades que mais admiro nela.

—Você é um doce. — Iori riu, buscando pelo cartão em seu bolso e entregando a garçonete, estreitando os olhos para enxergar seu crachá. — Fale com sua mãe Patrícia. Eu ficaria feliz em ajudar de qualquer maneira.

—Obrigada pela oferta, eu falarei com minha mãe e nós te ligamos. Você está sendo muito generosa, senhora...?

—Sasaki. Iori Sasaki.

—Senhora Sasaki. Seu gesto não será esquecido. Minha avó estaria a cantar nos céus agora.

—Espero que sim.

—Posso oferecer a bebida? É por conta da casa, uma especialidade que muitos adoram aqui.

—Claro, por que não?

—Se for sem álcool. Estou dirigindo e ela fica animada demais na garupa quando bebe. — Laura comentou, fazendo Iori revirar os olhos.

—Ela é uma estraga prazeres.

—Vocês são adoráveis. Eu já volto com as bebidas. Me avisem quando decidirem os pratos. — Patrícia sorriu abertamente antes de se afastar, deixando-as sozinhas.

—Você vai mesmo reformar esse lugar? — Laura questionou, curiosa.

—Você gostaria?

—Claro que sim. Eu mesma faria isso se soubesse que continua aberto.

—Então considere feito. Por você. — Ela estendeu a mão sobre a mesa, segurando a dela.

—Obrigada meu amor. Esse lugar me traz tantas lembranças. Viemos aqui mais vezes depois do primeiro encontro. — Ela sorriu e beijou sua mão, acariciando seus dedos com animação. — Eu mesma te pago pela obra.

—Eu não quero seu dinheiro, tola. Fazia tanto tempo que não te via animada assim, isso já vai ser meu pagamento.

—Minha felicidade? Oh... Nosso filho está amolecendo seu coração querida? Desde quando você faz um trabalho sem receber?

—Receberei em comida, querida. Se a mãe de Patrícia continuar fazendo os mesmos pratos deliciosos, valerá a pena.

—Eram bons mesmo, não é? Me fazia lembrar minha avó.

—Sua avó era adorável.

—Ela gostava de você.

—Sua mãe nunca gostou de mim, mas sua avó eu conquistei. Tenho certeza que Lana conquistaria também.

—Minha mãe é orgulhosa, eu ainda me envergonho do jeito que ela trata Lana sempre que vai visitar. Ao menos ela te respeita.

—Eu sei que ela é sua mãe, mas se ela continuar achando que Lana é nossa barriga de aluguel, vou proibir que ela veja nosso filho.

—Eu odeio essa ideia, mas você tem razão. Ela precisa de limites. Vamos fazer dois anos com Lana, um ano morando juntas, ela vai ter que aceitar isso ou se afastar.

—E aceitar direito. Lana só a tolera porque é sua mãe, mas sua mãe a ignora por completo. É desrespeitoso. — Ela suspirou e balançou a cabeça. — Mas não te trouxe aqui para falarmos de problemas. Viemos celebrar.

—Estou esquecendo alguma data?

—Não, essa é uma data nova. Você vai ver.

—Está planejando algo, senhora Sasaki?

—Eu sempre estou. Mas eu só queria passar um tempo com você, acima de tudo. E nós merecemos, não acha?

—Claro que sim, senti falta de estar sozinha com você. Parece que faz uma eternidade que não saímos só nós duas.

—Desde que nos mudamos para a casa de Lana, não é?

—Faz mesmo muito tempo. Desde então só saímos as três ou ela nos chama individualmente. Nos descuidamos. — Ela voltou a beijar sua mão. — Você tem razão. Nós merecemos um encontro. Eu vou cuidar para fazermos isso mais vezes de agora em diante. Lana estava bem quanto a sairmos sem ela, então não será um problema.

—Ela prefere ficar em casa agora, de qualquer forma. Andar por aí com uma barriga de grávida deve incomodar bastante.

—Você não tem ideia do quanto ela reclama de dores quando a levava no parque. E olha que ela nunca deixou de se exercitar. — Ela riu, balançando a cabeça com a lembrança. — Ela deve me odiar por fazer ela sair daquele jeito.

—É para o bem dela, ela sabe disso. Ela só ficou mais teimosa com a gravidez. Os hormônios não ajudam.

—Nem me lembre. Não vejo a hora que isso acabe e ela pare de reclamar de tudo. — Ela sorriu e agradeceu quando Patrícia serviu as bebidas. — É lindo.

—Eu preciso de um desse com álcool. É tão doce. Precisa de álcool! — Iori protestou tão logo bebeu um gole. — Mas é tão bom.

—É bom, não é?

—Muito. — Ela riu quando Laura ficou com espuma sobre os lábios. — Você não mudou nada, não é? — Ela passou os dedos para limpar seus lábios, Laura sorriu ao fim.

—Você sempre cai nessa querida. Foi assim que te beijei bem aqui.

—Eu te beijei, para você lembrar que deveria ter os olhos só em mim num encontro.

—E o que está esperando?

Iori não hesitou em se inclinar sobre a mesa e a beijar, acariciando sua bochecha enquanto movia a língua na sua, sentindo o gosto doce da bebida que tinham tomado. Sorriram ao se afastar, olhando-se com ar mais alegre.

—O que vamos pedir? — Iori questionou, pegando o menu sobre a mesa, deslizando os olhos pelo cardápio.

—O mais caro, é claro. Nunca pude pagar isso quando te trazia aqui.

—Porque você era orgulhosa demais para dividir a conta. E você sempre guardava o dinheiro para dividirmos um sorvete naquela barraquinha perto do campus.

—Vê? Eu era romântica. Minhas mulheres sempre eram bem tratadas.

—Você é tão galinha. Quantas você trouxe aqui?

—Em La Gran Noche? Você.

—Como se eu fosse acreditar. Ou você nem lembra quantas foram?

—Querida, você me conhece. Eu não levei todas para encontros, a maioria simplesmente me levava para casa. Com você era diferente. Eu sabia que se te levasse para sair você não iria achar que estávamos namorando. Se eu fizesse isso com as outras elas iriam aparecer com uma aliança e me pedir em namoro, aconteceu várias vezes.

—Você quebrou o coração de tantas. Eu cansei de receber mensagens me avisando que você era galinha e que eu devia me afastar antes que acreditasse em você.

—Você sempre soube, elas também sempre souberam, nunca se incomodaram quando saiam satisfeitas. Você se divertia com isso. Foi a única que continuava saindo comigo apesar de tudo, sem tentar se vincular a mim.

—Como foi mesmo que decidimos ficar juntas no meio disso tudo?

—Eu me apaixonei por você, sua idiota. — Ela riu, gesticulando a Patrícia, realizando o pedido dos pratos.

—Você se apaixonou pela única pessoa que aturava sua pulação de cama e o fato de ter estado no meio das pernas de metade das mulheres da faculdade.

—Admita que estive no meio das suas pernas por mais vezes que a maioria.

—Sim, claro que sim. Era só diversão e eu gostava da falta de compromisso e a diversão livre que tinha com você. Minha mãe me atormentava com a ideia de ter que me casar até me formar.

—Não me admira que você tenha ficado resistente a ideia de casamento. — Ela desviou o olhar, observando a cantora no palco, batendo distraidamente os dedos na mesa.

—Você ainda é?

—O que? Galinha? — Ela sorriu.

—Apaixonada por mim. Depois de tudo pelo que passamos, após termos ficado longe por meses sem nos falar.

—Oh, você está preocupada com isso, querida? Achei que fosse fugir com Lana e o bebê e eu era somente um quadro bonito em nossa casa agora.

—Laura... — Ela baixou o olhar, Laura a olhou, estreitando os olhos.

—Eu estava brincando, querida. É claro que sou apaixonada por você. Olhe onde estamos. Você continua me surpreendendo após tanto tempo, mesmo eu não merecendo tudo isso, você move todos seus recursos por minha causa. — Ela levantou seu rosto pelo queixo, sorrindo para ela. — Eu me apaixonei por você porque você me aceitava daquela forma. E você abriu mão de tantas coisas para ficar comigo mesmo eu tendo cometido tantos erros. Mesmo agora. Você podia simplesmente ficar com Lana depois desses meses que estivemos separadas.

—Você faria isso se estivesse no meu lugar?

—Não. Eu nunca pensei em me separar de você, mesmo quando você me tirava do sério com sua insegurança. Mas estava tudo bem, porque eu fui uma galinha, e sabia que para merecer sua confiança tinha que ser transparente com você. Então te dei as senhas e sempre te deixei saber onde estava.

—Você estava apaixonada por mim quando se meteu no meio das pernas de minha ex na formatura?

—Sim. E não me orgulho daquilo. Eu queria te magoar da mesma forma que você tinha me magoado quando se separou de mim.

—Nisso minha ex concordou com você. Ela só queria mostrar o quanto você era uma galinha e quem sabe de quebra se vingar por eu ter traído ela.

—Por que estamos lembrando disso agora, querida? Você sabe que eu não faria mais aquelas coisas. Sabe que nunca mais olhei nenhuma outra mulher e que eu nunca tentaria magoar você.

—Eu sei disso. Você sabe que é a pessoa que mais confio, eu amo você. — Ela sorriu e segurou sua mão. — Eu só estava pensando no quanto nós mudamos depois desse dia. Já passamos por tanta coisa, Lau. Já abrimos mão de tanta coisa para ficarmos juntas, eu não quero abrir mão de toda a nossa história.

—Então não abra. Eu estou aqui com você, e não vou a lugar algum. Eu sei que minha palavra não vale nada para Lana agora, mas tem que valer para você.

—Claro que vale, e vale para Lana também, você só não devia ter mentido para ela.

—É diferente contar essas coisas para ela do que contar para você. Eu nunca sei como ela vai reagir.

—Você deveria ter lidado com isso antes.

—Eu sei disso.

—Sabe? Lau, estamos num período em que não podemos mais ter essas dúvidas. Lana é sua mulher também, você tem que resolver essa situação com ela. Eu não posso resolver por você.

—Eu não te pedi para resolver nada.

—Não? Mas estou fazendo isso de todo jeito. Ela está grávida e insegura, está com medo que você não a queira mais como mulher, Laura. Desde quando você deixaria algo assim acontecer?

—Eu não sei. Achei que ficando com ela e cuidando da gravidez faria tudo passar. Mas eu só piorei as coisas. Acho que ela só me deu uma chance porque você voltou para casa.

—Ela te ama, Lau. Eu sempre achei que ela fosse se apaixonar mais por você do que por mim.

—Qual é, ela tem uma devoção por você. Não importa o que você faça, ela está sempre de quatro por você.

—Lana é o tipo de pessoa que você não pode deixar ter dúvidas. Você mesma me disse que não deveríamos deixar ela fazer tudo sozinha para ficar conosco.

—Eu sei. Eu estou tentando consertar isso. Eu não sei onde errei, estava tudo bem no começo da gravidez. — Ela voltou a olhar a cantora, pausando para que a comida fosse servida. — Você acha que ela me quer na sala na hora do parto?

—Isso você vai ter que perguntar a ela. Até lá se concentre em ela continuar te querendo em nosso quarto. Coma, eu quero você com energia. E a comida parece ótima.

—Você vai me levar para um dos motéis que te levei na época da faculdade?

—Nem me lembre que eu transei com você naqueles lugares horríveis. Coma, e talvez você descubra para onde vamos.

Laura riu, mas não protestou em comer, compartilhando o prato com Iori, buscando manter a conversa leve e agradável, tendo um bom momento com ela, sem preocupações.

—Não acredito que estamos dançando no La Gran Noche. — Laura falou no ouvido dela, seus corpos se movendo mais perto na melodia lenta. — Você nunca quis dançar comigo, Iori.

—Naquela época? Não. É algo íntimo demais você não acha? — Iori depositou um beijo no seu pescoço, apoiando o queixo no seu ombro. — O plano era não me apaixonar pela galinha da faculdade.

—Não deu certo. Você pode fugir para onde quiser, mas você sempre volta para os meus braços.

—É um bom lugar para estar.

—Eu nunca te vi ser romântica desse jeito, Iori. O que aconteceu nessa viagem? Eu sinto que algo em você mudou.

—Não foi só a viagem. Nosso filho está a caminho. Eu sabia que precisava mudar algumas coisas para nos manter funcionando e oferecer o melhor para essa criança. Melhor do que nossas famílias fizeram por nós. Eu acredito que temos que criar nossos filhos para serem melhores do que somos.

—Você está certa. Temos que ser melhores que nossos pais. Eu quero passar o melhor para o nosso filho.

—Nesse momento, quero que ele chegue num ambiente estável. Quero que ele sinta que as mães dele sempre vão estar ali quando ele precisar, e que estão forte juntas.

—Tenho certeza de que ele vai sentir isso, querida.

—Você disse que abrimos mão de muitas coisas. Eu deixei de lado meu orgulho, escolhi nos tornar estáveis. Então decidi dar esse passo, e só preciso de sua resposta.

—Falando assim até parece que estamos falando de casamento.

—Isso depende de você agora. — Iori parou de se mover e a olhou nos olhos, encontrando a confusão neles quando segurou sua mão e se ajoelhou a sua frente, pegando uma caixinha no bolso e abrindo. — Laura...

—Espere. Eu não acredito no que estou vendo. — Ela riu, olhando ao redor, incapaz de acreditar, ainda que seus olhos tivessem enchido de lágrimas. — Você está ajoelhada a minha frente com um anel. Isso não pode ser verdade.

—É verdade, sua idiota. — Iori balançou a cabeça, sem acreditar na sua reação.

—A orgulhosa Iori está aos meus pés, eu nunca sonhei com isso acontecendo.

—Se não me deixar fazer isso direito, você vai morrer antes do casamento, querida.

—Desculpa. Continue, eu quero lembrar disso tudo.

—Ótimo. — Ela respirou fundo e ignorou a atenção dos demais clientes, contente que a cantora não tinha parado de cantar. — Laura, casar com você nunca foi um plano. Eu fui idiota e orgulhosa, e eu sinto muito por isso. Eu quero consertar isso. Quero mostrar que estou pronta para casar com você e dar ao nosso filho o melhor, mas acima de tudo, quero acordar ao seu lado e te chamar de minha esposa. Então Laura, você quer casar comigo?

—Claro que sim Iori. Eu sempre quis. Não há nada mais que eu queira.

Iori sorriu aliviada, colocando o anel dourado com uma pedra cor de avelã no seu dedo anelar da mão esquerda. Laura a puxou para si e a beijou, abraçando-a em meio aos aplausos dos demais clientes.

—Sua idiota, eu amo você. — Falou em seu ouvido, beijando sua cabeça. — Não acredito no que acabou de fazer. Na frente de todo mundo.

—As loucuras que eu faço por você, Laura. — Ela segurou seu rosto e acariciou suas bochechas, ouvindo a música se tornar mais animada. — Você aceita ter meu nome?

—Você faz questão?

—Sim, se você não se incomodar em ter o nome de minha família.

—Eu só me importo contigo, querida. Então sim, eu quero ter seu nome.

Iori sorriu mais, ambas decidindo pagar a conta, Iori a guiou para o endereço que tinha feito reserva do quarto, aproveitando a noite e comemorando a nova data. Enquanto isso, Lana estava no hospital, tinha entrado em trabalho de parto nas últimas horas, tendo somente Chieko para ampará-la, em vista que estava com ela em casa quando sentiu as primeiras contrações.

—Nenhuma delas atende? — Perguntou enquanto procurava manter o ritmo da respiração, seu rosto molhado em suor e seus cabelos dourados escorridos na testa.

—Parou de chamar. Ou desligaram ou acabou a bateria. Você realmente não sabe onde elas estão? Não estão mais no restaurante.

—Eu não perguntei para que hotel Iori iria. Você não consegue rastrear a conta dela?

—Não. Ela pode me bloquear nisso agora. — Ela guardou o celular na bolsa e segurou a mão dela, acariciando. — Mas estou aqui, você não está sozinha. Não sou minha filha, então sei que não é a mesma coisa.

—Nesse momento eu odeio sua filha por não manter o celular aceso. Deus... Tinha que ser logo hoje? Elas vão ficar devastadas se perderem isso.

—Você não devia ter incentivado que minha filha fosse pedir a mão daquela mulher.

—Ah, não comece com isso agora. Vamos casar, não era isso o que a senhora queria?

—Se aquela mulher andar na linha, sim.

—Chame ela pelo nome, mulher. Ao menos tenha essa consideração.

—Tudo bem, eu vou te dar isso. — Chieko suspirou e tocou a barriga dela, acariciando com afeição. — Você está carregando meu neto, meu primeiro neto, e daqui a pouco vamos conhecer ele. — Ela sorriu. — Ela, será uma menina.

—Você tem mesmo certeza de que não subornou minha obstetra para saber disso?

Chieko abriu a boca para responder, mas sentiu o aperto em sua mão mais intenso, o rosto de Lana se contraindo enquanto ela gemia. Olhou o relógio no pulso, marcando o tempo da contração, sorrindo quando acabou.

—Está ficando mais frequente. Vai nascer rápido. — Anunciou quando ela relaxou, passando os dedos entre seus cabelos e os arrumando para trás.

—Faz 6 horas que estamos aqui, Chieko. Não me fale de rapidez.

—Você está indo bem. Quando fui ter Iori fiquei um dia inteiro para chegar na fase que você está agora, e depois uma noite toda para terminar o parto.

—Deus... Então ela sempre fez o que queria na hora que queria desde que decidiu nascer. Por que não estou surpresa?

—Sua filha vai nascer essa noite. — Ela sorriu com paciência, acariciando o rosto dela. — Aguente mais um pouco, ela vai estar em seus braços em algumas horas agora.

—Como estão as contrações, Lana? — A obstetra dela entrou no quarto, sorrindo para ela ao se colocar ao seu lado.

—Frequentes. — Lana se limitou a responder.

—Eu vou verificar sua dilatação, tudo bem?

—Já tem quase 10 centímetros. — Chieko anunciou.

—Ah, a senhora tem experiência nisso?

—Tive quatro filhos, ajudei no parto de minha irmã. Ainda lembro um pouco dos procedimentos.

—E eu achando que não tinha coisa pior que as contrações, até minha sogra medir minha vagin*. — Lana reclamou, então seu rosto torceu na próxima contração.

—Você tem uma boa sogra. — A obstetra comentou, observando a atenção de Chieko nela. — Onde estão as outras mães? Ainda não apareceram?

—Não. Aquelas idiotas vão perder o nascimento por causa de uma boa trans*. — Lana respondeu após a contração, tentando recuperar o fôlego diante da frustração.

—Bem, não vamos mais poder esperar. — Ela visualizou sua dilatação com olhos experientes, verificando com a mão após colocar a luva. — Você está pronta. Vou pedir para os enfermeiros te levarem para a sala.

—Dra. Ruth. — Lana a chamou antes que ela se afastasse. — Meus exames estavam bons, não estavam? Meu bebê vai vir bem, certo?

—Não se preocupe, Lana. — Ela acariciou sua barriga. — Você e seu bebê terão os melhores cuidados.

—Não deixe nada acontecer com meu bebê, Dra. Ruth. Ele é tudo de mais valioso que eu tenho.

—Farei tudo que estiver ao meu alcance, Lana. Agora se prepare, seu bebê está vindo. — Ela sorriu e se afastou, indicando ao enfermeiro no quarto que a preparasse para levar a sala de parto.

—Chieko, você vai comigo, não vai? — Lana a olhou com preocupação.

—Eu? Mas eu não sou a mãe. — Ela estreitou os olhos, surpresa com a pergunta.

—Mas elas não estão aqui. Eu sei que não foi o que planejei para esse momento, mas você é a única pessoa que eu tenho agora. Não me deixe sozinha lá dentro.

—Você tem certeza disso?

—Qual é Chieko, você tem sido como uma mãe para mim nesses meses. Não pare agora.

—Eu não vou te deixar sozinha. — Chieko sorriu com emoção, beijando a testa de Lana. — Obrigada por me oferecer esse momento, Lana. Eu não vou sair do seu lado.

Lana respirou aliviada com as palavras dela, deixando-se ser preparada e conduzida para a sala de parto, Chieko a seguindo logo em seguida após vestir o avental e demais objetos de proteção.

Ruth conduziu o parto, orientando no que Lana deveria fazer e quando deveria, recebendo o suporte de Chieko, que buscou manter a paciência e utilizar sua própria experiência para a manter concentrada.

—Você está indo bem, Lana. Eu posso ver o bebê. — Ruth anunciou. — Empurre mais uma vez, Lana.

—Mais uma vez, Lana. — Chieko repetiu, tirando os cabelos do seu rosto e segurando sua mão. — Já está acabando, filha. A dor vai passar, sua filha já vai estar nos seus braços.

—Você promete? — Lana perguntou, exausta.

—Sim, você tem minha palavra. Agora empurre.

Lana apertou sua mão mais uma vez, num último esforço para empurrar. Ruth segurou o bebê quando ele saiu, um enfermeiro ajudando, embrulhando o bebê enquanto outra enfermeira o limpava.

—Vovó, você quer cortar o cordão? — Ruth perguntou a Chieko, que buscou a confirmação de Lana.

—Vá. É seu neto.

—Será uma honra. — Chieko se afastou em direção a médica, que entregou a tesoura especial em sua mão, indicando onde deveria cortar. — Oh... É uma menina, eu sabia. Lana, sua filha. — Ela segurou o bebê nos braços, que chorava e movia os membros, agitada, levou para perto de Lana, colocando em seus braços. — Vê? É sua filha, Lana.

—Ela é tão pequena. — Lana a segurou, olhando-a de perto, ouvindo seu choro enquanto colocava o dedo em sua mão, seus pequenos dedos se fechando com o contato. — Minha filha, estou aqui. Mamãe está aqui. Vai ficar tudo bem.

—Vovó também está aqui. — Chieko moveu um dedo pela cabeça dela, sentindo os olhos umedecerem. — Ela é radiante. Você já sabe como vai chamá-la?

—Mahina. — Lana a olhou, vendo as lágrimas caírem dos seus olhos. — Mahina Sasaki García. Parece perfeito não acha?

—Sim, é perfeito. — Chieko beijou sua testa, acariciando sua bochecha.

—Doutora, ela não está contraindo. Ela está sagrando. — Uma enfermeira alertou, vendo o sangramento entre as pernas de Lana.

—Levem a criança daqui. — Ruth comandou, assumindo seu lugar outra vez. — Chieko, é melhor você sair.

 —Não... — Lana sentiu os olhos arderem quando o enfermeiro retirou sua filha dos seus braços. — Isso não. Ruth, não deixe isso acontecer. Eu não quero morrer agora.

—Você não vai morrer, Lana. — Chieko garantiu, segurando sua mão. — Fique calma, sua médica vai fazer tudo para conter o sangramento.

—Se eu morrer...

—Não pense nisso. Sua filha precisa de você. Pense em todas as coisas que ainda vai viver com sua filha, Lana. Não desista. Sequer considere isso.

—Chieko, você precisa sair. — Ruth falou em voz firme. — Por favor, se afaste.

—Eu vou estar perto, Lana, não se preocupa. Concentre-se em ficar bem agora.

Lana assentiu, Chieko se afastou, mas não saiu da sala, assistindo enquanto Ruth e os enfermeiros trabalhavam para conter a hemorragia. Saiu somente quando teve o resultado, tirando o avental e a máscara, ainda atordoada com tudo quando chegou na sala de espera e foi abordada por Iori e Laura, que a encheram de perguntas sobre Lana e o bebê.

—Calem a boca vocês duas. — Falou em tom firme, movendo os dedos trêmulos pelos cabelos, prendendo-os num coque enquanto ambas a olhavam com surpresa. — Sentem. Agora.

—Mãe-

—Sentem. Eu não vou falar de novo.

—Tudo bem. — Iori segurou a mão de Laura e voltou a se sentar, assentindo para ela quando ela hesitou, orgulhosa, convencendo-a a sentar também.

—Você pode dizer o que aconteceu com Lana? — Laura questionou com impaciência. — Não nos deixaram entrar.

—O bebê está bem. Saudável. — Chieko falou com tom mais seco. — Lana teve uma hemorragia, o útero não contraiu, mas ela está estável agora, foi levada para o quarto e deve receber sangue.

—Nós podemos vê-la? — Iori perguntou em preocupação.

—Podemos ver o bebê? É menino ou menina? — Laura perguntou logo em seguida.

—Deixem-na descansar primeiro. O bebê está na incubadora agora. — Chieko suspirou e pressionou os dedos na cintura, mantendo o olhar sério em ambas apesar do cansaço. — Nunca em toda a minha vida você me causou tanta vergonha, Iori. — Falou em japonês.

—Mãe-

—Eu não terminei. Lana pode não falar nada, mas você vai ouvir de mim.

—Se você vai dar o sermão por perdermos o nascimento do nosso filho, fale propriamente para que eu te entenda, Chieko. — Laura demonstrou sua frustração. — Iori não estava sozinha e não planejamos perder esse momento. Então poupe seu discurso, já nos sentimos culpadas demais para precisar de te ouvir agora.

—Mas você vai ouvir, se quiser realmente casar com minha filha ou com Lana e herdar meu nome. — Ela se manteve firme no lugar. — Vocês falharam com Lana. Falharam com o próprio filho. Seu pai nunca faltou ao nascimento de um dos filhos, isso você não pode criticar nele.

—Eu não fiz de propósito mãe. Meu celular quebrou e o de Laura acabou a bateria. Eu nunca perderia algo assim.

—Então não deveria ser imprudente. Sua mulher estava grávida, o mínimo que deveria fazer é ter dado o endereço de onde estava e manter o telefone perto, em contato. É dessa forma que vai começar sua família? Sendo imprudente? Você disse que seria mais responsável e que estava à altura de assumir os negócios de nossa família.

—Eu estou à altura. Não faça um erro desmerecer tudo o que tenho feito pela família. Eu posso não ter estado ao lado de Lana essa noite, mas eu não sairei do lado dela nem do meu filho. Principalmente quando eles precisarem de mim.

—Você já saiu. Se você não percebeu ainda, você não vai conseguir manter duas mulheres e chamar isso de família, filha.

—Você não sabe do que está falando.

—Sim, eu sei. É impossível, Iori. Eu conheço você. Você não consegue fazer algo por inteiro se você fica se dividindo.

—Isso não é verdade. Eu estou com elas há dois anos.

—E está dando tão certo.

—Por que é da sua conta nosso relacionamento? — Laura questionou de olhos estreitos.

—Passa a ser quando vocês decidem faltar no parto e sou eu quem estou aqui com Lana.

—Ah, por favor. — Laura se levantou com irritação. — Eu não preciso ficar aqui ouvindo isso. Eu vou atrás de Lana e do meu filho.

Ela se afastou, Chieko somente suspirou, sentando ao lado da filha, que encarava o chão, pensando em suas palavras. Iori segurou sua mão, ainda trêmula, acariciando com suavidade.

—Lana perdeu muito sangue?

—Sim. Foi uma imagem horrível. Achei que ela não fosse resistir. Mas aquela mulher é mais forte do que você imagina. Ela aguentou mais do que imaginava.

—Sim, Lana é uma surpresa. Ela consegue se adaptar para qualquer situação.

—Eu já fui como você, filha. Já estive num relacionamento como o seu. Eu era mais jovem, os tempos eram outros, mas ainda éramos três.

—Eu não posso acreditar que logo você teve algo assim, mãe.

—Você teve a quem puxar.

—Era outro homem? — Iori ergueu as sobrancelhas em surpresa. — Mulher?

—Sim. Ela se chamava Rebecca. Seu pai já namorava com ela a algum tempo, nos conhecemos na faculdade, fomos nos envolvendo sem compromisso até se tornar sério.

—Oh, aconteceu mesmo. E o que houve?

—Eu engravidei. Aí as coisas mudaram. Naquela época não podíamos nos assumir como vocês hoje em dia, tínhamos que ser discretos e minha família nunca poderia saber, eles me fariam voltar ao Japão para casar.

—Como você quis fazer comigo.

—Sim. Achei que era o certo a se fazer. — Ela respirou fundo e inclinou a cabeça para a olhar. — Eu cometi muitos erros com você, Iori, mas eu nunca saí do seu lado. Você não pode dizer que não pode me pedir algo que eu não vá dar a você ou ter um problema que eu não te ajudaria a resolver.

—Eu não poderia dizer isso, você tem razão. Mas você sabe que se eu me comprometo com algo eu não desisto até chegar ao fim.

—E já não chegou ao fim? Querida, a quem você propôs primeiro? — Iori baixou o olhar, sem responder. — Você podia ter proposto a ambas ao mesmo tempo. Mas você escolheu propor a Lana, e só uma semana depois propôs a Laura. Não acha que você já fez sua escolha?

—Eu amo as duas.

—Eu não estou questionando isso. Estou pensando no seu comprometimento com as duas. Olhe, filha, tenha em mente que você não é só mulher e arquiteta agora. Você é mãe acima de tudo, e você vai ter que aprender que o bem-estar do seu filho e de sua família vem em primeiro lugar. Você acha que seu filho terá condições de lidar com tudo o que você está querendo oferecer a ele agora?

Iori apoiou a cabeça no ombro de sua mãe, acariciando sua mão, que ainda tremia sutilmente. Pensou nas palavras de sua mãe, tentando entender se tinha feito a escolha certa ou se sua mãe tinha razão sobre ela estar lutando por algo que já tinha acabado.

—O que aconteceu com Rebecca? Por que não ficaram juntas?

—Éramos jovens demais. Ter um filho naquela época nessas condições era impossível. Rebecca sabia disso. Ela tomou a decisão mais certa e se afastou.

—Certa? Mas você a amava?

—Ela era minha lua, me mantinha calma para pensar, e eu fiquei devastada quando ela foi embora. Ela largou a faculdade e saiu da cidade. Mas hoje eu sei que ela estava certa, porque seu pai assumiu a responsabilidade e nós lidamos com isso. Tentamos te dar o melhor, querida.

—Então você nunca mais a viu?

—Não.

—E você gostaria?

—Seguimos nossos caminhos, não há mais nada para rever. Não sou mais uma jovem deslumbrada pela vida, Iori.

—O que teria feito se fosse hoje em dia, mãe?

—Eu não posso te responder isso, porque não posso resolver sua vida. Não posso tomar essa decisão por você. — Ela apoiou a cabeça sobre a dela, respirando fundo, o cansaço tomando o lugar da adrenalina. — Mas sei que você tomará a melhor decisão para você e essa criança.

—Espero que sim, mãe. — Ela sorriu surpresa quando viu seu pai chegando, levantando-se e o abraçando. — Bem-vindo pai. Obrigada por ter vindo.

—Desculpa ter demorado, eu não estava na cidade. — Ela beijou sua testa ao se afastar, abraçando Chieko e selando seus lábios. — Você fez um excelente trabalho, querida. Eu não esperaria menos.

—Você tem razão. Obrigada mãe, eu nunca me perdoaria se Lana tivesse estado sozinha. Obrigada por ter cuidado dela e do meu filho.

—Sua mãe é forte como um samurai, filha. — Ichiro falou com orgulho.

—E vocês dois falam demais. Eu só fiz o que tinha que fazer. — Chieko acariciou o rosto do marido.

—Onde está minha neta? Eu posso ver?

—É uma menina? — Iori sorriu com animação.

—Sim. Você também não viu?

—Não. Estava ocupada levando bronca da minha mãe.

—Chieko, os filhos vêm antes da bronca. Ande, eu quero ver minha neta.

—Vocês avisaram meus irmãos?

—No meio da noite? Não. — Chieko indicou para a seguirem. — Kenjiro virá pela manhã. Eiko e Kanon virão depois da aula de piano.

—Ótimo. Quero que eles vejam a sobrinha.

Laura teve que esperar pela liberação da médica para poder entrar no quarto de Lana, que dormia. Sorriu ao vê-la, aproximando-se da cama, tocou seu rosto e beijou sua cabeça. Tirou os sapatos e subiu na maca, juntando-se a ela e deitando, os braços envoltos em seu corpo com cautela. Lana acordou, sorrindo cansada quando a reconheceu, seu rosto se encaixando no peito dela, as mãos envolvendo sua nuca.

—Bom dia mamãe. — Laura sussurrou, ouvindo seu riso abafado. — Como você está?

—Como se um trator tivesse passado por cima de mim. Você viu nossa filha?

—Sim. Ela é linda. Você já escolheu o nome?

—Mahina. Achei que se encaixaria bem entre vocês duas. O que você acha?

—Mahina... — Laura sorriu, fechando os olhos. — É adorável. Mal posso esperar para tê-la nos braços.

—Daqui a pouco devem trazer ela para tomar leite. Mas e Iori? Onde ela está?

—Babando em nossa filha com a família dela. Mas deve vir logo.

—Como foi a noite de vocês?

—Começou boa. Mas é melhor não falarmos sobre isso agora.

—O que aconteceu?

—Não é momento para discutirmos isso. Eu só quero estar contigo agora, com nossa filha. E você deveria descansar. Chieko contou o que aconteceu contigo, eu sinto muito. Eu deveria ter estado aqui.

—Não se preocupe. Você está aqui agora. É tudo o que me importa.

—Eu deveria ter estado aqui ainda assim. Desculpa Lana. Eu só tenho falhado.

—E consertado. Estado ao meu lado. Você cuidou de mim apesar de tudo. Está aqui agora. Vai ficar aqui, não vai?

—Claro. Para onde mais eu iria? Você está aqui. Minha filha também.

—E Iori?

—Lana...

—O que aconteceu? — Lana se afastou para a olhar, confusa. — Vocês saíram de casa tão animadas. O que deu errado?

—Nós estávamos erradas. Estávamos erradas há muito tempo. O casamento não iria mudar nada.

—Do que está falando? Vocês estavam bem até Iori viajar.

—Estávamos bem contigo, cariño. Quando saímos ontem à noite só percebemos o quanto não estávamos bem. Entre nós duas as coisas não funcionam mais.

—Não diga isso. Sem vocês agindo juntas eu não teria chegado até o fim da gravidez.

—Teria, sim. Assim como vai continuar com nossa filha de agora em diante.

—Vocês romperam?

—Sim. Nós decidimos isso. Sinto muito Lana. Mas esse encontro só serviu para mostrar que não éramos mais um casal. Relembramos nosso passado e vimos o quanto tínhamos mudado. Queríamos continuar. Mas quando chegamos no hotel tudo parou de funcionar.

—O que aconteceu lá?

—Tentamos aproveitar a noite sozinhas, como sempre fizemos. Mas não havia mais conexão. Havia desejo, isso sim. Mas não conseguíamos fazer amor. E então começamos a discutir. Foi uma das piores discussões que tivemos.

—Vocês não podem desistir agora depois de tudo. Vocês estavam com a cabeça quente, deem um tempo para se acalmaram e depois decidimos como consertar isso. Juntas.

—Não tem mais volta para o que dissemos. — Ela suspirou e acariciou seu rosto, beijando seus lábios com suavidade. — Não se preocupe com isso agora. Estamos aqui por você e pela nossa filha. Decidiremos o que fazer de agora em diante depois que você se recuperar e nós voltarmos para casa.

—Não... — Ela sentiu o peito pesar em amargura. — Não era assim que nosso bebê deveria ter nascido.

—Nós sempre estaremos aqui pelo bebê, Lana. Independentemente de quem você escolher ou se não escolher ninguém.

—Escolher? Você quer que eu escolha entre vocês? Você enlouqueceu Laura? Como eu poderia fazer isso?

—Ei, está tudo bem. Vai ficar tudo bem. — Laura a abraçou, buscando esconder as lágrimas que começaram a cair. — Eu estou aqui. Sempre estarei perto de vocês.

Lana a abraçou mais forte, sem esconder a tristeza que sentiu. Laura se sentiu culpada por trazer o assunto à tona naquele momento, mas sabia que ela não desistiria até descobrir o que tinha acontecido.

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá!

Não me amaldiçoem! :D

"Autora, como assim você faz elas terminarem próximo ao dia dos namroados?" Ops. Imagina só! Essa autora não tem coração ahahahah

Em minha defesa, gostaria de pedir que refletissem se estivessem no papel de qualquer uma ali se vocês levariam a relação adiante da forma que estava.

Vamos consertar um pouco de cada vez e ver como que isso prossegue até o fim da história :)

Estamos seguindo para a última fase da história, ruflem os tambores!

Deixarei o próximo capítulo postado também, e domingo a última fase começa. ;)

Até lá!


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Comentários para 31 - Vigésimo nono:
Lea
Lea

Em: 05/08/2021

Eu prefiro que seja assim,e que a Laura não fique com a Lana também ( isso está óbvio),que encotre um novo amor!


Resposta do autor:

Bah, o intuito da história é mostrar todos os pós e contras do relacionamento entre elas, com foco entre as três, cada uma com a própria individualidade. Tem toda uma evolução ao longo da história. :)

Responder

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Dolly Loca
Dolly Loca

Em: 10/06/2021

Devastada lendo esse capítulo ????????????


Resposta do autor:

triste, não é mesmo? D:

Responder

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