Vigésimo oitavo
Iori a ajudou a levar as malas para dentro, estranhando ao reconhecer o carro de sua mãe estacionado na frente.
—O que ela está fazendo aqui? — Perguntou enquanto levava a última mala para dentro.
—Ela chegou cedo junto de Alex. Elas têm feito rodízio nos últimos tempos aqui. É um saco. — Laura explicou, fechando a porta.
—O que minha mãe fica fazendo aqui com ela?
—Eu não sei, sua mãe é insuportável. Eu não faço questão de ficar perto. Mas elas parecem ter virado melhores amigas e eu achei engraçado que pudesse te irritar quando você voltasse.
—É mais fácil eu contratar um cachorro para tomar conta de casa do que esperar que você faça isso. Onde ela está?
—Lana! — Ela chamou, sua voz ecoando pela casa.
—Aqui em cima! — Lana respondeu. — Quer que eu desça?
—Não! Estou subindo. Trouxe algo para você! — Laura indicou as escadas para Iori. — Vá, eu levo as malas.
Iori assentiu, retirando o casaco e os sapatos antes de subir as escadas, ouvindo o som de conversas vir do seu quarto. Entrou sem hesitar, as conversas cessando no mesmo momento. Sorriu ao ver Lana, sentindo seus olhos lacrimejarem tão logo viu sua barriga, o impacto da proximidade do parto a atingindo imediatamente.
—Amor, estou em casa. — Iori falou, aproximando-se da cama lentamente.
—Sasaki... — Lana saiu da cama com a ajuda de Alex, aproximando-se dela e segurando seu rosto. — Você chegou cedo! Oh, Deus, você está tão linda. Por isso não quis me ligar esses dias.
—Valeu a pena, não acha? Você pode ver pessoalmente.
—Com certeza. Senti tanto sua falta, Sasaki. — Ela acariciou suas bochechas, encarando mais de perto seus olhos cinzentos.
—Eu contei os segundos para chegar aqui. — Iori beijou seus lábios, distribuindo beijos pelo seu rosto, começando a falar em japonês. — Você está tão linda, tão radiante, tão maravilhosa, tão irresistível. — Ela moveu os dedos pelos cabelos dela, aspirando seu cheiro. — Eu senti tanta falta de estar perto de você.
—Sasaki...
—Oh... desculpa. Eu não percebi. Acho que vou levar algum tempo para me habituar ao inglês outra vez.
—Você é maravilhosa, Sasaki. Eu amo você. — Lana sorriu, respondendo em japonês.
—Oh, você está falando. — Iori se surpreendeu. — E está me entendendo.
—Sim. Sua mãe tem me ajudado. Tem sido um bom passatempo durante a gravidez.
—Ela tem? — Ela olhou sobre seu ombro, estreitando os olhos para sua mãe, sentada confortavelmente na poltrona ao lado da cama.
—Sim. Eu concordei que seria bom nosso filho aprender sua língua primeiro. Então quis aprender mais seriamente.
—Oh? Isso é uma surpresa. Laura concordou com isso?
—Ela ainda não sabe, mas não será contra. — Ela riu, selando seus lábios e segurou sua mão. — Crianças podem aprender de tudo.
—Elas podem. — Concordou. — Eu não serei contra se é algo que você quer. Eu posso te ajudar no que for preciso para aprender tudo.
—Aceito toda a ajuda. Chieko tem sido paciente, e o professor é bem aplicado.
—Não se preocupe filha. — Chieko se levantou e aproximou-se delas, segurando o rosto de sua filha pelo queixo. — Estive tomando os devidos cuidados com Lana. Ela é uma boa aluna. — Chieko beijou sua testa, acariciando seu queixo. — Bem-vinda ao seu lar, filha.
—Obrigada, mãe. É bom te ver de novo. — Iori a abraçou, movendo as mãos em suas costas. — Obrigada por ter cuidado delas enquanto não estive aqui. — Falou mais baixo.
—Sempre cuidarei, filha. — Chieko acariciou seus cabelos antes de se afastar.
—Estou curiosa sobre uma coisa. — Alex ficou ao lado delas. — Por que você a chama pelo sobrenome até hoje?
—Respeito. — Chieko respondeu, pousando a mão na cabeça de Lana e acariciando seus cabelos dourados.
—Nós gostamos de manter o costume desde que nos conhecemos na academia. — Lana explicou. — Mas sim. Principalmente respeito, é algo que ela sempre gostou.
—É claro. Ela sempre falou de um jeito especial. — Iori falou, voltando a segurar a mão de Lana.
—Vamos jovem, vamos deixá-las aproveitar o momento. — Chieko se afastou, gesticulando para Alex segui-la.
—Claro, elas devem ter muito o que aproveitar. Foi bom te rever Iori. — Alex trocou um abraço breve com ela.
—Foi bom te ver também. Volte outra vez, podemos almoçar juntas para conversarmos com mais calma. — Iori sorriu. — Até logo mãe. Eu te ligo amanhã para marcarmos algo.
—Não se preocupe. Eu volto na próxima semana. Se cuidem, vocês duas. E cuidem da minha neta.
—Quem te garante que é menina? — Lana perguntou. — Não diga que interrogou minha médica.
—Não. Mas eu tenho a sensação de que será menina.
—Oh. Eu iria adorar se estivesse certa dessa vez. — Iori sorriu.
—Admiro a coragem de vocês de esperarem o parto para saber, mas eu morreria de curiosidade. — Alex seguiu Chieko. — Até logo, garotas. Me ligue se precisar de algo Lana.
—Pode deixar. — Lana acenou para elas, sorrindo de volta para Iori. — Onde está Laura?
—Ela está nos dando um tempo. — Ela olhou para a sua barriga em expectativa. — Posso tocar?
—Você, acima de qualquer um, pode tocar o que quiser. — Lana riu sutilmente. — É seu filho também. E eu sou sua mulher.
Iori a fez sentar na calçadeira e se ajoelhou a sua frente, respirando fundo antes de colocar as mãos em sua barriga, movendo-as lentamente, emocionada com a sensação de sentir a vida dentro de Lana.
—Meu amor... É tão bom sentir você finalmente. — Iori sentiu os olhos úmidos, seu coração acelerando. — Você lembra de mim? Reconhece minha voz? Deve ser diferente do computador, mas estou aqui agora, e não vou sair mais de perto de você. Mamãe está aqui.
—Ele adorava as músicas que você mandava. Ficava todo animado, como se dançasse na minha barriga. Mas ouvindo você ele sempre fica calmo.
—Ou ela. — Sorriu, pressionando o rosto na sua barriga, fechando os olhos enquanto ouvia dentro dela.
—Não se iluda, a maior parte são gases.
—Cale a boca, eu quero ouvir.
Lana riu, movendo os dedos em seus cabelos, acariciando enquanto a deixava ouvir e conversar com seu filho na sua barriga.
—Iori, vou deixar as malas aqui. — Laura entrou no quarto com algumas malas, deixando perto do closet.
—Oh, ele chutou. — Iori sorriu para Lana. — Isso foi um chute não foi?
—Sim, amor, foi. — Lana acariciou seu rosto antes de olhar para Laura. — Como você saiu daqui com três malas e voltou com sete?
—Não. Falta uma. Mas estava pesada. — Laura pontuou.
—Amor, você trouxe metade do Japão nas malas?
—Ele chutou de novo! — Iori estreitou os olhos. — É por causa de Laura?
—Não se preocupe com isso. Ele vai reconhecer mais fácil fora do computador. Você o deixa calmo, lembra? — Lana a olhou com um pequeno sorriso para tentar aliviar sua frustração.
—Mas eu quero que ele chute por minha causa também.
—Ainda temos tempo.
—Você está em casa agora. — Laura se aproximou e sentou ao lado de Lana, pousando a mão sobre a de Iori na barriga. — Vai com calma.
—Eu perdi tanta coisa não foi? Ele vai me odiar. — Iori franziu o cenho com a ideia.
—Claro que não. Não diga besteira. A gravidez é só o primeiro passo, amor. Ainda temos muito o que passar com ele quando ele chegar. — Lana garantiu. — Ainda tenho umas três semanas de gravidez. Ele vai estar chutando por você muito em breve.
—Você acha?
—Eu tenho certeza. — Ela pousou a mão sobre as delas. — Agora você quer tomar banho, ou guardar suas compras, ou comer algo? Você deve estar cansada da viagem.
—Sim, você tem razão. Eu vou tomar um banho, fazer um lanche e dormir um pouco. Mais tarde eu guardo as malas se vocês não se importarem.
—Não se preocupe. Eu tenho medo de descobrir um corpo nas suas malas — Laura sorriu, fazendo-a rir.
—É bom ver vocês conversando de novo. — Lana olhava entre elas.
—Sim. Nós ainda temos que resolver as coisas, mas concordamos que temos os mesmos objetivos. Então vamos nos empenhar mais.
—É?
—Sim. — Iori beijou sua barriga antes de subir no seu colo, olhando para Laura. — Vamos definir os detalhes depois. Mas agora queremos mesmo estar juntas e estar do seu lado e com nosso filho no colo.
—Então já é um avanço.
—Talvez um passo mais perto de me aceitar de volta no quarto? — Laura sugeriu, esperançosa.
—Nós ainda temos que conversar. Deixe Iori descansar, então nós resolvemos isso.
—Está bem. Eu vou preparar algo para você comer. Você quer algo, Lana?
—Eu te ajudo. Fiquei com fome.
—Então encontro vocês lá embaixo. — Iori selou os lábios de ambas e seguiu para o banheiro.
—Vamos? — Laura se levantou e estendeu a mão para ela.
—Eu faço os lanches. Vá atrás dela.
—O que?
—Vá atrás dela.
—Se ela me quisesse lá ela deixaria claro.
—Pare de ser idiota. Ela acabou de chegar em casa. Vá recebê-la propriamente.
—Por que não vai você? — Ela ergueu a sobrancelha.
—No banheiro? Não dá. Mais tarde, nessa cama? Definitivamente. Então vá, se realmente quer que eu acredite que está bem com ela estar aqui.
—Não acredita em mim?
—Eu confio em você. Mas quero voltar a acreditar em você outra vez.
—Minha palavra não basta mais para você agora. — A realização a fez recuar um passo.
—Eu não escolhi isso.
—Nem eu.
—Mas escolheu mentir para mim. Escolheu esconder coisas importantes de mim e escolheu se afastar de mim. Então não, Laura, suas palavras não são suficientes agora.
—Eu não farei sex* com Iori para te provar nada. Não a use. Não me use. Eu amo você, Lana, mas não sou uma máquina.
—Eu não pedi para fazer sex* com Iori. Eu pedi para estar com ela. Eu não acredito que estejam bem, eu só quero que passem tempo juntas.
—Você não decide isso.
—Está bem. Você decide. Eu não vou falar mais nada, não vou tentar remediar sua briga com Iori. Você faz o que achar que deve fazer. Ela está em casa, então... — Ela balançou os ombros. — Eu cansei, Laura.
—Cansou? Do que? De mim?
—Do seu orgulho. Da sua incapacidade de ser aberta comigo, de confiar suas partes a mim. Você não é só esse rostinho bonito nesse corpo maravilhoso, Laura. Você sabe ser horrível, mas é insuportável quando acha que não consigo lidar com isso.
—Eu não quero ser horrível com você, Lana.
—Você já foi, Laura. Mais de uma vez.
—Eu sinto muito.
—Então não minta mais para mim. Estou cansada dessas situações Laura. Ou você está aqui inteira ou não está.
—Eu estou, Lana. Sei que temos muito o que resolver, mas eu não quero outra coisa além de estar aqui com vocês e nosso filho. O que eu preciso fazer para provar isso?
—Não sei. — Ela olhou em seus olhos por um longo momento, respirando fundo. — Você ainda está aqui, então isso conta a seu favor.
—Eu quero mais que estar aqui. Eu quero você Lana. Quero você como minha mulher, como a mãe de nosso filho e minha amante. Eu sinto sua falta, cariño. Não me peça mais tempo longe de você.
—Eu não te afastei de mim, Laura. Te afastei dessa gravidez porque não estava fazendo bem a nenhuma de nós.
—Então me aceite perto de novo para te mostrar que vai ficar tudo bem.
—Uma semana bastou para realmente pensar o que você quer, Laura? Se realmente vai ficar bem perto desse bebê enquanto está na minha barriga e depois que ele nascer?
—Eu só tenho minha palavra até você me dar uma chance de provar.
—Está bem. — Ela se levantou e a olhou mais de perto. — O que você quer?
—Quero voltar para o nosso quarto.
—Por que?
—Como assim por que? Sinto falta de estar perto de você. Dormir ao seu lado e acordar com você. E Iori está aqui agora. Quero estar perto de vocês duas. — Ela segurou seu rosto e envolveu os dedos nos seus cabelos, acariciando e a puxando para perto, sem encontrar resistência quando encostou seus corpos. — Você é minha mulher por inteira ou não é Lana. Se você me quer assim, tem que me deixar ter você também.
—Eu te coloquei para fora do nosso quarto para não te colocar fora de casa, Laura. Eu não suporto mentiras de quem está perto de mim. Eu te perguntei tantas vezes se estava tudo bem todos esses cuidados com a gravidez e você mentiu dizendo que estava quando sabia que não estava.
—Eu errei, está bem? Mas não errei sozinha. Eu não devia estar sempre falando do bebê, mas sempre que tentava me aproximar de você, você me afastava.
—Porque não tinha climas, Laura. Eu não consigo me excitar da mesma forma que antes, é mais devagar, e você estava sempre com pressa.
—Devíamos ter conversado mais vezes, não acha? Teria evitado chegarmos até esse ponto. Mas podemos consertar isso agora. Eu posso ir devagar, sabe que posso. Fazemos diferente até encontrar uma forma boa para nós duas estarmos juntas de novo.
—Sim, podemos fazer isso. — Ela respirou fundo, movendo as mãos pelos braços dela até chegar em seu rosto. — Você pode voltar para o quarto. Eu sinto sua falta aqui também.
Laura sorriu mais relaxada, inclinando-se em sua direção e a beijando, sentindo as mãos dela deslizarem pelo seu corpo em carícias, demonstrando sentir a mesma saudade que ela sentia.
Fizeram e comeram o lanche com Iori antes dela ir dormir durante o resto da tarde, deixando-as a sós. Lana sorriu ao ver Laura no sofá, que buscou disfarçar o que fazia, cruzando os dedos atrás da cabeça e sorriu para ela, voltando sua atenção a TV. Lana mordeu o lábio, indo até o sofá e se colocando sobre ela, beijando seus lábios enquanto penetrava uma mão em sua calça e na calcinha, sentindo seu sorriso quando começou a mover os dedos.
—Não estava tendo sucesso, querida? — Perguntou contra os seus lábios. — Sorte a sua que eu cheguei para te resgatar.
—Devagar. — Laura pediu, abrindo mais as pernas, movendo as mãos pelas costas delas e descendo até as nádegas, apertando. — Oh... isso.
—Tire a camisa. Deixe-me te ver. — Ela continuou movendo os dedos devagar no seu ponto sensível, deixando que ela tirasse a camisa e o sutiã, inclinando-se para abocanhar o bico do seu seio.
—Oh... Lana... — Ela relaxou diante do contato, inclinando o busto em busca de mais.
Lana continuou as carícias, estimulando seu corpo sem pressa, sentindo-a umedecer nos seus dedos, vendo-a ficar mais relaxada e entregue a si. Sentiu-se satisfeita consigo mesma, capaz de fornecer prazer a ela outra vez, ouvindo seu nome ser pronunciado quando Laura pedia por mais. Assistiu com volúpia quando ela atingiu o orgasmo, seu corpo suado e satisfeito a envolvendo com ternura.
—Cariño... isso foi tão bom. — Laura ecoou com voz rouca em espanhol, ainda a trocar beijos com ela.
—Por que mantive minhas mãos longe de você? Você estava tão tensa, tão suscetível.
—Você pode dizer que eu estava seca e desesperada, eu não ligo mais, você me consertou.
—Você me deixou animada para espalhar a mágica. Devo acordar Iori?
—Não! — Laura sorriu e segurou um de seus seios em mãos. — Eu posso lidar com mais.
—É? Você está tão sedenta assim?
—Desce lá e descobre, se estiver tão animada assim. — Ela sorriu, movendo um dedo pela sua barriga. — Se for confortável.
—Espere e verá.
Laura se deixou levar, recebendo os toques de Lana, que se aproveitou do conhecimento que tinha em seu corpo, provocando-a e dando o que pedia, apreciando o momento e o fato de que ela estava durando mais, aproveitando melhor o que estavam tendo sem pressa. Ficaram no sofá, aninhadas enquanto viam um filme e conversavam, mais conectadas quando decidiram fazer o jantar, alternando-se com maior sincronia. Iori sorriu contente ao vê-las assim, abraçando Lana pelas costas e acariciando sua barriga.
—A conversa de vocês foi produtiva estou vendo. — Comentou, aspirando o cheiro da pele de Lana, sentindo o perfume de Laura. — Estavam se divertindo?
—Eu estava. — Laura as olhou, sem deixar de mexer a colher de pau no molho.
—Sim, eu estava tirando Laura do atraso. — Lana riu baixo, voltando a se inclinar para olhar as tortilhas no forno. — Agora só falta você. Babe, estão prontas, você pode pegar a luva para mim?
—Venha mexer aqui que eu tiro do forno.
—Está bem. Você descansou, amor? — Lana assumiu a panela no fogão, olhando para Iori.
—Sim. Estou nova em folha. Não há nada como dormir na própria cama. Já guardei minhas roupas e separei os presentes. — Ela sorriu satisfeita. — Trouxe várias coisas para vocês duas. Vocês podem ver depois do jantar.
—Eu só não vou agora porque se queimar o recheio de Laura, ela me mata.
—E enterro com o recheio queimado. — Laura falou enquanto colocava as tortilhas numa vasilha.
—Tudo bem. Eu trouxe algo para você aqui.
—Para mim?
—Sim, espero que goste.
—Mostre. Estou curiosa.
—Eu mandei fazer a caixa, sabe como gosto de entregar direito. — Ela retirou uma pequena caixa no bolso da blusa, aproximando-se dela e a entregando. — Eu pedi para fazer com a cor mais próxima dos seus olhos.
—Sasaki... — Lana deixou o recheio de lado, pegando a caixinha de madeira toda vermelha com traços dourados, com símbolos japoneses nas bordas. — É agora que você ajoelha e me pede em casamento?
—Abra.
—Está bem. — Ela abriu, sem conter o sorriso quando viu o anel dourado, uma pedra azul que se assemelhava aos seus olhos no centro. — Oh, Deus, Iori! É tão lindo!
—Você gostou? Eu ia fazer do tamanho habitual do seu dedo, mas você esteve falando que estava inchada por causa da gravidez, então fiz um pouco maior.
—É tão lindo. Claro que eu gostei. Deve ter custado tanto, Iori, você não devia.
—De que adianta o dinheiro se não posso usar para mimar minha mulher? Ande, coloque, eu quero ver em você.
—Coloque para mim, minhas mãos estão suadas.
—Claro. — Iori sorriu e pegou o anel da caixa, segurando sua mão direita e colocando no dedo anelar, contente por ter acertado o tamanho, levou a mão aos lábios e beijou o anel. — Está perfeita.
—Oh, ficou mesmo. Obrigada meu amor. Eu vou usar sempre. — Lana abraçou seu corpo e a beijou, contente com o presente.
—O jantar está pronto passarinhos. — Laura anunciou, desligando o fogo e buscando pela luva para levar a panela a mesa.
—Eu te ajudo a levar. — Iori se prontificou. — Leve os pratos querida.
—Claro. — Lana bateu continência, pegando os pratos e levando para a mesa.
—Só faltou dizer que aceita. — Laura falou mais baixo para Iori, a fim de a provocar.
—Aceita o que? — Iori fingiu não entender, abraçando sua cintura.
—Você tem todo esse discurso de que não gosta de casamento e toda essa burocracia, mas ela está te dobrando e você nem está notando.
—Eu não a pedi em casamento.
—Você se casou com ela. Ou aquela aliança na mão direita quer dizer outra coisa?
—Isso é ciúmes, querida? — Iori riu quando ela se virou, continuando abraçada as suas costas. — Eu coloquei um anel em cada dedo seu.
—Eu não me importo se realmente quiser propor a ela. Mas faça isso propriamente. Ou quer fazê-la responder que não é casada sempre que perguntarem?
—Ela é minha mulher. Ela pode dizer que é casada, não preciso da cerimônia para constatar isso se tenho nossos nomes no papel.
—Você foi dobrada por nossa mulher Iori. Agora é uma mulher casada. — Laura segurou a panela e levou para a mesa, colocando sobre o suporte para manter aquecido.
—Como eu senti falta do cheiro dessa comida. Não aguentava mais comer sempre a mesma coisa lá. — Iori serviu as taças com vinho, deliciando-se com o cheiro que subia da panela.
—Você pode se fartar hoje, amor. — Lana riu, gesticulando para que se sentasse na ponta da mesa.
—Garanto que vou. Principalmente a sobremesa. — Ela moveu a mão pela sua cocha, apertando a parte interna.
—Ela não pode beber. — Laura afastou a taça de Lana.
—Droga... Esqueci completamente.
—Não se preocupe. Mais um mês e podemos esvaziar aquela garrafa. — Lana garantiu, acariciando sua mão.
—Iremos, srta. Mason.
—Falando nisso. — Laura entregou seu prato servido, repetindo o mesmo com o de Iori antes de se servir. — Tem certeza de que não quer dar seu nome ao nosso filho?
—Meu nome não representa nada. Meu pai está por aí, minha mãe me deserdou. Não há nada para oferecer nisso ao nosso filho. Vocês têm família presente. É o suficiente escolher o nome, se concordarem no fim. — Ela começou a comer sem se incomodar.
—Já pensou em algum? — Iori questionou.
—Alguns. Mas eu quero decidir quando o tiver nos meus braços. Acho que é diferente quando estamos vendo.
—Faz sentido. — Laura concordou. — E seu pai?
—O que tem ele?
—Chieko te disse que ele estava te procurando, mas que voltou para Inglaterra. Por que não entra em contato? Ainda é seu pai.
—Provavelmente um velho cheio de arrependimentos com filhos ingratos que está procurando a princesa que teve. — Ela suspirou. — Olhe para mim, eu não sou nada disso. Ele foi casado com minha mãe, deve seguir a mesma linha de pensamento.
—Ou não. — Ela ergueu a sobrancelha quando Lana a olhou com impaciência.
—Por que a insistência? Já estou velha demais para esperar pelo papai.
—Só estou dizendo que eles se separaram, por que sua mãe iria fazer ele se afastar de você?
—Porque ele tinha outra família provavelmente. Chieko diz que ele é casado e tem filho adulto. O que mais poderia ser?
—Mesmo que seja. Por que não tirar a dúvida? Pode ser ruim, mas pode ser bom.
—Pare de insistir. — Iori a cortou em tom mais seco. — Ela já disse que não quer. E ela não precisa ouvir nenhuma merd* do pai dela sobre moralismo e religião. Ela tem a nós agora, somos uma família.
—Só achei que fosse importante tirar essa dúvida de uma vez. Mas tudo bem se não quiser. — Laura olhou para ela com paciência. — Eu não vou mais tocar no assunto.
—Talvez você esteja certa. — Lana bebeu um gole de água. — Um dia eu posso tirar essa dúvida. Mas agora quero focar em nosso filho e em nós três. Não preciso de um pai chegando atrasado no meio disso tudo.
—Tudo bem. É você quem decide.
—Não é como se o nome dele fizesse diferença no meu registro.
—Por que não adota meu nome? — Iori falou de repente. — Você seria minha senhora Sasaki.
—O que? — Lana riu, olhando brevemente para Laura, que encarou a mulher com a mesma confusão. — Assumir seu nome? Você não precisa se preocupar com isso. Eu nunca me importei com o meu, de verdade, não significa nada para mim além de afirmar que tive pai e mãe.
—Uma razão a mais para aceitar. Você sempre gostou do meu nome.
—Exato. Porque é seu, combina contigo. Não faria sentido ter seu nome se eu amo te chamar assim.
—Lana Sasaki. — Laura pronunciou, bebendo um longo gole de vinho. — Eu teria duas Sasaki me dando ordem. Chieko iria amar.
—Vê? Mais um motivo para aceitar. Iria soar tão lindo.
—Eu já tenho seu nome na escritura dessa casa, amor. Terei seu nome nessa belezinha que está na minha barriga. Estou feliz com isso. — Lana sorriu, acariciando a barriga sobre a camisa.
—Você pode ter mais.
—Eu já tenho tudo, meu amor. Agora chega de falar de mim. Fale sobre a viagem, a cidade que esteve. Como é lá? Estou tão curiosa.
—Eu podia levar vocês lá. É maravilhoso. Você nem teria problema com a língua, já está falando bem.
—Oh, eu iria adorar. Passarmos umas férias lá. Conhecer seu lugar de origem assim como conhecemos o de Laura. — Ela sorriu para Laura. — A viagem ao México foi maravilhosa.
—Quantas vezes te impedi de ir parar no hospital por causa da pimenta? — Laura riu com a lembrança.
—Meu herói.
—Vocês quase foram presas por trans*rem naquele beco. — Iori sorriu.
—Você bem que se aproveitou.
—Tudo que alegarem eu vou negar.
—Você estava no meio. Não negue, você iria querer repetir a dose se tivesse a chance. — Laura a provocou.
—Tudo mentira. Eu jamais faria algo assim.
—Eu reconheço seu gosto, Sasaki, e você estava uma fruta bastante suculenta naquela noite. — Lana fingiu limpar o canto dos lábios, fazendo ambas rirem.
—Então devíamos repetir na próxima viagem. Ano que vem o bebê pode viajar e minha mãe ficaria contente em levar meu pai, assim ela fica de olho no neto enquanto mostro a cidade a vocês. — Iori bebeu mais vinho.
—Eu não direi não a uma viagem. — Lana sorriu. — Vamos planejar isso. Ver como nos saímos nesse primeiro ano com nosso filho.
—Digo... Estive pensando. Queremos mesmo passar o resto de nossas vidas morando aqui?
—Na casa? Podemos nos mudar se ficar pequena depois.
—Vocês querem continuar morando na cidade?
—Meu trabalho está aqui, querida. E Madson precisa de ajuda com Kael, pelo menos por mais algum tempo.
—Enquanto ele é criança, sim. Mas e depois? Quando ele for maior? Você e Madson podiam abrir outra Infinity em outro lugar.
—Eu não iria me opor a ideia. As coisas estão indo bem nos três locais. Mas teria que buscar maior patrocínio.
—Eu posso te patrocinar. — Falou casualmente, terminando de comer a primeira tortilha.
—O que? Amor, você fez a obra para a yakuza? De onde você iria tirar tanto dinheiro assim?
—Eu tenho meus investimentos.
—O que você herdou? — Laura perguntou com calma, girando o líquido dentro da taça.
—Isso foi rápido. — Iori riu com humor. — Com o escritório vinha algumas coisas.
—O que? Por que você não disse nada? — Lana estreitou os olhos em confusão.
—Eu não sabia se ia aceitar ou não. Você sabe como é minha mãe, então pode imaginar que minha família tem todo o tipo de negócios. Eu aceitar fazer essa obra em meu país foi um ato bem visto por minha família, então entenderam que eu estava apta para assumir posse de algumas coisas. — Iori explicou, olhando entre elas com calma, recostando na cadeira. — Eu ainda tenho que falar com minha mãe e um tio, para saber dos detalhes.
—Quando Lana falou que você assumiria o escritório achei pouca coisa. — Laura falou, suspirando. — Agora entendo o motivo maior.
—O motivo maior ainda é nosso filho e vocês duas. Não entenda errado. É só um bônus. Eu sabia que podia acontecer, agora só preciso saber como vai ser.
—Que tipo de negócios são esses, Sasaki? Metade das coisas que sua mãe me disse que tem são ilegais. — Lana perguntou com receio.
—Você me conhece, amor. Eu não faria nada ilegal. O que me adiantaram é que são ações de empresas e partes de alguns dos restaurantes.
—E vai parar por aí? — Laura indagou. — Sua família não vai continuar pedindo para fazer mais coisas?
—Deixe que peçam. Eu não sou obrigada a fazer. Só estou recebendo o bônus pelo serviço, nada mais.
—Tem certeza de que é só isso, amor? — Lana inclinou a cabeça, preocupada.
—Tenho, meu amor. — Ela estendeu o braço sobre a mesa, Lana segurou a mão oferecida. — Confie em mim. Eu não vou precisar mexer em nada disso, serão como investimentos. Dinheiro a mais na conta, nada mais.
—E nós precisamos de dinheiro a mais? — Laura questionou, massageando o nariz. — Qual é babe. Não precisamos ser ricas para criar essa criança.
—Eu sei que não. Mas eu gosto de ter uma vida confortável. Desculpa, mas eu gosto. E não é só pelo dinheiro, eu terei mais contatos.
—Os contatos de Chieko? — Lana perguntou, pressionando os dedos dela.
—Sim. Alguns. E com a vida que temos, nós três... É bom nos protegermos, não acha? Vocês sabem como são essas coisas, é bom estarmos protegidas.
—Eu vou ter que concordar. É um mundo louco, é melhor nos mantermos preparadas para qualquer coisa. Eu sei que me dirá o que for necessário. — Ela beijou seus dedos, acariciando sutilmente.
—Claro que sim. Não há nada que precisem se preocupar. Eu cuidarei de tudo. Principalmente de vocês duas e do nosso filho. Tudo bem? — Ela sorriu quando Lana assentiu, então olhou para Laura, que tinha o olhar distante, mas aceitou sua outra mão quando a ofereceu.
—Tudo bem. — Ecoou mais baixo, acariciando mais rapidamente seus dedos. — Se Lana está confortável com isso, eu estarei também.
—Você não vai se arrepender. Agora vamos comer. Está delicioso querida. Vocês fizeram isso ainda melhor hoje.
Mais tarde Iori não hesitou em sanar a saudade do corpo de Lana, que se entregou ao seu desejo e paixão, sentindo-se amada e desejada como há muito precisava sentir. Elas não pouparam esforços em satisfazerem uma à outra, explorando o tempo, a nova possibilidade do fato de não terem pressa e da atual condição de Lana requerer maiores cuidados. Laura não hesitou em as seguir, ainda que se sentisse mais cautelosa em relação a tocar ambas após todos os conflitos.
Pela manhã Laura foi para o trabalho, Lana acordou cedo para iniciar sua rotina, fazendo o café e se exercitando antes de tomar banho, trocando de roupa, mais animada depois do dia anterior. Sentou ao lado de Iori, que finalizava uma ligação, e sorriu para ela, selando seus lábios algumas vezes antes de levantar sua camisa e acariciar sua barriga.
—Bom dia meu amor. — Lana acariciou seu rosto. — É tão bom te ter aqui outra vez. Na nossa casa, em nossa cama. Do meu lado.
—Eu senti sua falta. Tanta falta você me fez, Lana. — Iori inclinou o rosto em sua mão, beijando sua palma. — Nunca mais me deixe ficar fora, Lana. Foi horrível.
—Você não vai a lugar algum, meu amor. Eu sabia que essa viagem era importante para você, e sei que você não quer continuar fazendo viagens longas. Então relaxa, você vai ficar bem aqui, até enjoar da minha cara.
—Eu não sou Laura. Eu não consigo enjoar de você.
—Oh, desde quando você se compara a ela?
—Desculpa. Eu ainda preciso de um tempo para não estar com raiva dela.
—E você quer não estar com raiva dela?
—Sim, por você, por nosso filho, e pela história que tenho com ela. Queremos tentar, mas eu não consigo esquecer que ela me ignorou por cinco meses, e não cuidou de você como deveria. E eu não quero perder você por causa dela.
—Do que está falando?
—Você não ficaria com uma de nós, ficaria? Você disse que não conseguiria.
—Eu não acho tão simples. Eu conheci vocês duas juntas. Pensar em ficar com uma de vocês parece errado, como se eu tivesse causado a separação de vocês.
—Claro que não. Se eu me separar de Laura é algo entre ela e eu. — Ela beijou sua mão. — Se isso acontecer, saiba que quero estar com você.
—Sasaki...
—Só me escute. — Ela segurou sua mão e beijou, acariciando entre suas mãos, olhando-a com maior seriedade. — Eu não quis falar nada durante a viagem, mas estamos sozinhas agora. Eu dei uma chance a Laura, sim. Já nos demos várias chances, então pode dar certo agora. Eu não queria te colocar na posição de escolher uma de nós se eu chegasse aqui e Laura não quisesse mais nada comigo. Mas se isso vier a acontecer depois, amor, talvez você tenha que escolher. E eu quero que saiba que eu farei qualquer coisa para que me escolha. Qualquer coisa que quiser. Eu amo você, e não vou abrir mão de você, nem mesmo por Laura.
—Oh... — Lana baixou os olhos para as suas mãos, tentando absorver suas palavras. — Eu não gosto de para onde essa conversa está indo. Parece que estamos nos separando.
—Eu não vou me separar de você.
Lana suspirou, mas a olhou, segurando seu rosto e o trazendo para perto, beijando-a com suavidade, acariciando sua nuca e a ouvindo produzir um som de aprovação.
—Vamos comer algo. Eu fiz o café para você. Só não consigo trazer aqui em cima. — Lana selou seus lábios, mirando seus olhos cinzentos. — Vá tomar um banho, e nos encontramos lá embaixo.
—Claro. Senti falta de nossa rotina juntas.
—Eu também. Coloque roupas. Eu te espero lá embaixo. Vou fazer os ovos do jeito que gosta.
Iori sorriu com a lembrança dos ovos mexidos com bacon que Lana sabia fazer e que ela adorava. Sentiu o estômago roncar em resposta, então assentiu, não se demorando no banho e colocando uma roupa nova com o estilo oriental, pensando em agradar Lana. Esta sorriu em aprovação quando desceu, contente em vê-la bem disposta e bem vestida com as novas roupas.
—Como eu senti falta dos seus ovos, amor. Obrigada. — Iori falou após comer um pedaço.
—Não me agradeça. Eu gosto de mimar você, ainda mais quando esteve tanto tempo fora. — Ela tocou sua perna e acariciou, voltando a comer.
—Eu gosto quando cuida de mim. Você faz isso tão bem, eu deveria casar contigo e cuidar de você e do nosso filho mais perto.
—Está me propondo de novo? — Ela riu, olhando-a.
—De novo?
—Eu sei que estava me testando ontem de noite para saber até onde eu entendia japonês. Eu só não falei nada porque Laura estava lá e eu acho que ela ficaria mais incomodada se soubesse que você estava me chamando de esposa enquanto transávamos.
—Oh, então você entendeu afinal. — Ela sorriu sem se incomodar, continuando a comer, contente com a lembrança da outra noite. — Não se preocupe com Laura. Ela só precisa de tempo. Mas você está me impressionando com o empenho em japonês.
—É difícil, não vou mentir, e sua mãe e o professor são exigentes, mas só de pensar em nosso filho falando como você... — Ela acariciou a própria barriga com ar sonhador. — É estímulo suficiente para continuar. Mas você ainda não me respondeu, não mude de assunto. O anel, me chamar de esposa, devo te lembrar que é preciso de algumas assinaturas para tornar isso oficial, se é o que está pensando.
—Então você aceitará meu nome?
—Oh, você realmente quer isso, não é? Estou surpresa. O que mudou em você para querer se casar comigo, Sasaki?
—A verdade? Foi a viagem. Eu fiquei todo esse tempo longe de você, comecei a reavaliar o que quero para o meu futuro. Pensei em nosso filho, e toda vez que via sua barriga eu pensava que estávamos formando uma família.
—Você nunca achou que precisaríamos casar para sermos uma família, amor.
—E não precisamos. Mas cheguei à conclusão de que eu precisava ser mais responsável, de que tinha que ser suficiente para mim e para essa criança.
—Você é a pessoa mais responsável que eu conheço. Mais séria e racional, que não cede a qualquer impulso.
—Por isso eu pensei bastante no que deveria fazer. Para manter vocês seguras a longo prazo e que nos desse estabilidade. Quando recebi a proposta de minha mãe e meu tio, de assumir uma parcela dos negócios da família, eu soube que tinha que mostrar que estava pronta. Eu me senti pronta para dar esse passo. Eu quero ser sua esposa, Lana. Desculpa não ser romântica como Madson ou Laura. Eu queria ter planejado isso melhor. — Ela suspirou, baixando os olhos e balançando a cabeça.
—Tudo bem, eu vou te ajudar nisso, mas só porque você é fofa demais para eu deixar continuar assim. — Ela sorriu e retirou o anel que tinha ganhado, pegando a mão de Iori e colocando nela, fechando os dedos nos seus. — Você já sabe minha resposta, basta perguntar. É sua decisão perguntar agora ou depois, se quiser planejar isso ou não. Estou bem das duas formas.
—Oh... — Ela sorriu constrangida por um momento, então fechou os olhos para avaliar a situação, recostando na cadeira ainda a segurar a mão de Lana. — Sabe de uma coisa? — Ela sorriu e se levantou, conduzindo Lana pela casa.
—Amor, seus ovos vão esfriar. — Pontuou enquanto a seguia pelo corredor.
—Está tudo bem. — Ela entrou no seu escritório, que tinha o piso apropriado no centro para servir de estúdio de dança para Lana, onde ela parou no centro. — Agora está melhor.
—Nosso escritório? — Lana sorriu, envolvendo seu pescoço e a mantendo perto.
—Eu te levaria a Infinity, foi onde tudo começou. — Ela envolveu sua cintura e selou seus lábios. — Lembra da nossa primeira aula? Você não deve lembrar. Eu não tinha conseguido sua atenção ainda.
—Eu lembro de achar que você seria uma aluna fácil porque seguia o ritmo sem grande problema, só precisava de prática.
—Eu lembro de te achar sexy naquele short justo que você gostava de usar. Marcava tão bem sua bunda que eu não conseguia tirar os olhos de você.
—Deus, você é tão pervertida, Sasaki.
—Só estou falando a verdade. Lembro de me sentir ansiosa sempre que era o dia de sua aula, eu chegava antes e me preparava, tentando atrair sua atenção, tentando chegar perto de você, mas eu tinha medo de chegar perto demais e acabar magoando Laura. E ela sempre foi reticente sobre chegarmos até você. Ela nunca sequer tentou te provocar.
—Nisso você tem razão. Ela sempre ficava atordoada quando conversávamos, mesmo que não durasse nem um minuto.
—E você sempre agiu tão natural. Foi uma das coisas que mais gostei em você. Em todas as situações você se deixa envolver e age como se já estivesse preparada. Que nem nosso primeiro encontro, nosso primeiro beijo. Foi tão bom. Você tem esse dom natural de sempre manter minha atenção em você.
—Provavelmente porque eu te queira só para mim. — Ela selou seus lábios, acariciando sua nuca. — Você atrai as melhores coisas de mim. Me faz querer te dar o melhor e ser o melhor, só para te fazer feliz.
—Eu também me sinto assim sobre você. Sempre me senti bem ao seu lado, querendo te dar o melhor e ser o melhor. Por isso aceitei essa viagem por mais que me doesse, aceitei os negócios de minha família para termos recursos e contatos, e isso nos manterá seguras. Eu quero que você seja minha mulher. — Ela se ajoelhou a sua frente, segurando sua mão, beijando sua barriga antes de olhar em seus olhos. — Quero que você seja minha esposa e que eu possa te chamar de minha senhora Sasaki. Você aceita se casar comigo e construir essa família como minha esposa, Lana?
—Sim, meu amor. Eu quero ser sua esposa, eu sempre quis. Claro que aceito, hoje, amanhã, sempre. — Ela sorriu emocionada. — Eu quero ter seu nome.
—Oh, meu amor. — Ela beijou sua mão e colocou o anel, agora na mão esquerda, simbolizando o noivado. — Você não vai se arrepender. — Ela beijou sua barriga, subindo seu corpo e chegando aos seus lábios, selando várias vezes. — Eu te amo tanto.
—Eu também amo você, Sasaki. Agora estou tão feliz por ter usado shorts justos para atrair sua atenção. — Ela riu, Iori gargalhou, inclinando a cabeça para trás. — Sério eu vou voltar a usar, depois que meu corpo voltar ao normal.
—Tola. Você é a grávida mais sexy de todas.
—Após a noite passada, eu acredito plenamente em você. — Lana sorriu e beijou seus lábios, aprofundando o beijo, acariciando sua nuca.
Iori aproveitou a proximidade, contente e realizada, sentindo-se leve e apaixonada. Lana a levou de volta para a mesa, compartilhando o café com ela.
—Você vai propor a Laura também ou vai esperar?
—Vou propor. Como acha que faço isso?
—Leve ela para jantar. Aposto que ela não vai sequer imaginar. — Ela sorriu com a ideia. — Ao menos vai ser bom vocês passarem algum tempo juntas, criar um clima e tentar superar esse tempo longe.
—Eu não sei. — Ela suspirou e recostou na cadeira, bebendo café. — Eu sei que você tem razão e que precisamos nos aproximar. Eu só não sei quão fácil isso vai ser depois de tudo.
—Você ainda a ama?
—Sim.
—Isso já é um avanço. Estive tão preocupada com vocês duas durante essa viagem. Sem se falar de forma nenhuma e agora esse clima estranho até em nossa cama. Você acha que esse amor é o suficiente para superar a mágoa? Acha que vale a pena ou isso só vai desgastar vocês?
—Eu só não consigo aceitar por completo a atitude dela. Você me manteve perto de todas as formas durante essa viagem. Deixando a câmera ligada durante seu dia, mandando os vídeos das consultas, dos seus passeios no parque. Você me ligava até quando ia caminhar ou fazer as tarefas de casa. Como eu proponho para alguém que sequer perguntava de mim?
—Eu posso imaginar sua frustração e sua mágoa. Eu estaria da mesma forma. Também estou magoada com ela. Eu estive com ela bem debaixo do mesmo teto, dormi com ela todo esse tempo, e deixei que ela criasse mágoa dessa gravidez e de mim. — Ela desviou o olhar para um ponto à frente. — Acho que não seremos mais como antes se seguirmos juntas. Essa gravidez foi boa para testar nossas relações. Me fez ver se posso ou não contar com vocês duas quando essa criança nascer. Você está tão pronta para assumir esse bebê.
—Você está com medo de que Laura não queira assumir o bebê?
—Nesse momento? Sim. Ela foi a que mais quis a criança, mas eu não sei se continuará assim depois que nascer. Não sei sequer se ela vai me querer de verdade. Ontem ela jurou que vai melhorar tudo, talvez eu ainda esteja sensível demais.
—Mas você julga as atitudes e não as promessas. Você não é alguém que guarda rancor, Lana, sequer passa tempo pensando no passado. Laura só te atingiu onde dói mais. Mas assim como eu, você decidiu dar uma chance a ela e a mim também. Eu não tenho como saber se somente Laura pecou aqui, mas por mais difícil que seja, vamos tentar superar isso. — Iori segurou sua mão, inclinando-se em sua direção. — Tudo bem? Eu vou tentar de tudo para isso funcionar.
—Tudo bem, você tem razão. Vamos continuar tentando. Nosso filho merece mais.
—Todas nós merecemos. Eu sei que tudo parece uma droga e que não foi assim que planejamos o fim da gravidez. Mas vamos melhorar, certo?
—Espero que sim. Eu vou continuar tentando como você.
—Ótimo. É tudo o que peço. Agora... Como devo pedir Laura em casamento? Chegamos à conclusão de que sou péssima tentando ser romântica, e sua ajuda é necessária.
Lana riu, mas não se opôs em ajudar com os planos, buscando pensar em todas as possibilidades para que Iori a surpreendesse.
Fim do capítulo
Olha só quem falando em casamento ahahaha preparem os votos :D
Acho que eu cheguei a falar no começo da história, mas nunca é demais lembrar que eu busquei fazer uma evolução das personagens ao longo da história. Toda mudança gera um conflito. Há diversos conflitos que elas deixaram de solucionar definitivamente ao longo dessa relação delas, e provavelmente agora estão colhendo o resultado. Como eu busquei espelhar um pouco de relações reais, eu tenho que seguir as consequências reais :D
Não sei quem aqui joga videogame, eu jogo :D mas hoje em dia tem diversos jogos que avisam "essa escolha terá consequências no futuro", então é basicamente isso.
E, para finalizar, quero dizer que estou feliz que as pessoas continuam lendo "Sweet Surrender". Estou em fase de construção do próximo romance que fala mais sobre as práticas do BDSM. Como Sweet Surrender está quase batendo na casa das 40 mil visualizações, eu vou postar ao longo do dia amanhã alguns trechos do novo livro no meu instagram, que se espelha no facebook. ;) E não deixem de dar uma chance a feiticeira e a loba!
Até o próximo pessoas :*
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