Décimo quinto
—Hey, meu amor. — Iori sorriu ao atender o telefone, alongando-se na cadeira e soltando a caneta digital.
—Olá, querida. Atrapalho? — Lana se recostou no batente da porta, colocando a bolsa no chão e buscando a chave no bolso, abrindo a porta silenciosamente e voltando a pegar a bolsa.
—Não, eu estava precisando de uma pausa. Como você está hoje?
—Um pouco melhor que ontem. E você?
—Cansada. Estive fazendo o projeto de um condomínio a manhã inteira, mas ainda estou nos 15%.
—Então você sequer almoçou, não é mesmo?
—Eu nem vi a hora passar.
—Alguém me disse que você trabalha de casa.
—Esse alguém é alta, morena e adora ficar esbanjando o corpo?
—Definitivamente. Esse alguém também me disse que a senhorita só come se ela deixa comida para você, senão você viveria a base de lanches. — Ela começou a andar pela sala lentamente, falando mais baixo.
—Esse alguém fala demais.
—Então eu estava pensando. Eu sempre fazia comida segunda e congelava para o restante da semana quando éramos somente Daphne e eu, e ela tinha horários para comer e uma dieta certa. E hoje é segunda. — Ela parou no começo do corredor que dava ao escritório. — Eu estava fazendo comida e pensei. Aquela tola deve estar com a cara no trabalho e não vai comer nada saudável. Por que não fazer um delivery para ela e de quebra conseguir um beijo? — Ela sorriu quando Iori saiu rapidamente do escritório.
—Oh! Você está aqui! — Ela riu enquanto corria em sua direção, abraçando-a com força. — Isso é tão bom.
—E com sua comida. — Ela ergueu a bolsa térmica quando se afastou. — Eu vim o mais rápido que pude, então deve estar quente.
—Minha salvadora. — Ela beijou seus lábios, envolvendo os dedos em seus cabelos e aprofundando o beijo, movendo sua língua com intensidade, mas lentamente, mantendo as caricias em seu couro cabeludo. — Pagamento feito?
—Com gorjeta inclusa. — Lana selou seus lábios antes de entregar a bolsa. — Agora aproveita a comida.
—Com certeza.
Elas seguiram até a mesa, Lana buscou talheres enquanto ela retirava o pote de vidro de dentro da bolsa, abrindo a tampa e se deliciando com o cheiro. Lana sentou ao seu lado e entregou os talheres, esperando que ela começasse a comer.
—Está tudo tão fresquinho. — Iori ainda mastigava. — Você faz isso para a semana toda?
—Eu alterno os acompanhamentos, mas sim, faço para a semana inteira. Sem Daph lá a porção é menor, mas pensei que não seria ruim manter o hábito se podia te entregar aqui.
—Você não precisa fazer isso.
—Seria um prazer te manter bem alimentada com pratos saudáveis. Laura aprovou.
—Claro que sim, ela odeia que eu peça comida sempre.
—Você vai continuar recebendo comida, só que caseira.
—Está uma delícia. Eu não negarei se não for te dar trabalho a mais.
—Nenhum. Eu gosto. E é bom para ocupar minha cabeça.
—Você já comeu?
—Sim. Eu só vim te entregar e te ver por alguns minutos. Combinei de olhar um imóvel com Madson hoje. Ela vai abrir outra sede da Infinity e quer um bom lugar.
—Oh, isso é bom para os negócios. Você vai mudar seu trabalho para lá?
—Provavelmente. Mas algo curioso é que Madson queria seu número, jurou que era para falar de trabalho, então se ela te ligar com algum outro tipo de assunto me diz.
—Não se preocupe, eu duvido que ela faria alguma idiotice nessa altura. Digo... ainda não acredito que ela assinou o divórcio.
—Sim, eu disse que ela não era uma idiota a maior parte do tempo. Eu só precisava chegar até ela. E no fim você acabou ajudando nisso. Seja lá o que vocês estiveram conversando naquele dia no natal, funcionou. Não importa o que seja, mas estou feliz que tenham conseguido conversar sem qualquer briga, já que provavelmente vocês se verão mais vezes uma vez que ela continua sendo minha chefe.
—Fico feliz que tenha ajudado de alguma forma. — Ela sorriu mais brevemente ao recordar a conversa. — Ainda não teve nenhuma notícia de Kristin?
—Não. Mas o ano só começou. Acho que vai levar mais tempo.
—Estamos entrando em fevereiro, mas espero que ela volte a razão antes do próximo natal.
—Espero que não leve tanto. Eu só queria poder falar com Daph, mas mesmo que isso fosse possível, Kris já deve ter enchido a cabeça da garota com mentiras.
—Sinto muito sobre essa situação. Queria poder fazer algo para ajudar.
—Não se preocupe com isso. Você está comigo, e eu estou feliz com isso. — Ela sentiu o celular vibrar no bolso, suspirou quando viu que era Madson, alertando sobre já ter chegado. — Eu tenho que ir, mas aproveite o almoço.
—Já?
—Sim. Eu sei que você tem que trabalhar também. Não se preocupe, eu volto amanhã com mais. — Sorriu, inclinando-se e beijando sua bochecha. — Bom trabalho, meu amor. Te ligo mais tarde.
—Até logo. — Ela ficou olhando enquanto ela saia, mordendo o interior das bochechas. — Amo você. Que droga... Por que não posso dizer isso a ela? — Suspirou, mas voltou a comer, menos animada.
Lana voltou nos próximos dias para trazer comida e a fazer companhia durante o almoço, mas perto do fim da semana ficou mais tempo, decidida a entreter Iori e a manter longe do trabalho por mais uma hora.
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—Oh, Deus... — Ela riu, ofegante, ainda sentindo os movimentos do strap dentro do seu ânus, mais lentamente. — Eu amo que você faz isso sem hesitar.
—É? — Iori movia uma mão pela sua coluna enquanto movia o quadril a estoca-la, ambas sobre o sofá. — Provavelmente porque você me deixa ler do que precisa sem qualquer pudor.
—E você executa tão bem.
—Definitivamente cheguei na hora certa. — Laura entrava em casa, Iori somente olhou em sua direção. — Não parem, eu adoro ver vocês se divertindo.
—Então se junte a nós. — Lana olhou para Iori sobre o ombro. — Não pare, meu amor.
—Desculpa. — Ela voltou a mover o quadril, segurando sua cintura quando ela começou a rebol*r, fazendo-a aumentar o ritmo.
Laura sorriu ao se aproximar, tirando parte das roupas enquanto assistia, prendeu os cabelos antes de tirar a camisa, ficando atrás de Iori. Deslizou a mão pela sua barriga e subiu até seu seio, acariciando o bico enquanto beijava seu pescoço, mantendo os olhos nas estocadas, sentindo seu corpo arder em desejo ao ver Lana se movimentando. Iori prendeu os dedos com mais força na cintura de Lana, puxando-a para si ao penetrar mais fundo e impondo mais força, aproveitando o estalo que ecoava dos seus corpos e os gemidos que produzia nela. Lana não aguentou por muito tempo até clamar seu nome ao chegar ao ápice.
Laura aproveitou enquanto Lana deitava as costas no sofá para tirar o strap de Iori, descendo a mão até seu sex* e estimulando, como imaginava a encontrou úmida e inchada. Lana sorriu, aproveitando a cena, vendo Iori levar uma mão atrás e penetrar a calcinha de Laura, que abriu mais as pernas para liberar espaço. Lana assistiu enquanto elas se tocavam, movendo os dedos no próprio sex* ao senti-lo pulsar, mantendo as pernas abertas para que elas pudessem ver o que fazia. Iori gozou primeiro, mudando de lugar com Laura e ficando em suas costas, voltando a colocar o strap e a fazendo ficar em quatro apoios sobre o corpo de Lana, baixando sua calcinha.
Laura a beijou, seu corpo começando a sacudir quando Iori a estocou rápido, buscando ir até o fim enquanto Lana movia os dedos no clit*ris dela, deliciando-se com a visão do seu corpo se mover com as estocadas de Iori. Abocanhou o bico de um dos seus seios, percebendo as estocadas se intensificarem e os gemidos de Laura se tornarem mais frequentes. Apertou os dedos em seu sex* e aumentou o ritmo, sentindo seu corpo vibrar diante do prazer.
Iori sorriu satisfeita, olhando para ambas abaixo de si. Laura buscou pelo strap, colocando uma camisinha, Lana abriu mais as pernas outra vez ao perceber o que ela estava olhando, percebendo a volúpia nos olhos de Laura antes de ser penetrada. Ela gem*u com o contato no sex* que ainda pulsava, pressionando as mãos nas nádegas de Laura para ditar o ritmo, percebendo que Iori sorria ao lado somente ao as assistir em ação.
Laura segurou suas pernas e as ergueu, segurando seus pulsos sobre a cabeça, intensificando as estocadas e colocando mais força, sentindo o strap deslizar em seu interior completamente úmido, desejando poder senti-la por dentro. Mirou seus seios sacudindo com o movimento quando a ouviu goz*r, mas Lana soltou seus pulsos e voltou a pressionar as mãos em suas nádegas, pedindo que não parasse. Iori sorriu com maior empolgação, observando as penetrações se tornarem mais intensas, mas Lana continuava a se mover a seu favor, pedindo por mais até voltar a goz*r.
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—Eu definitivamente vou me atrasar para o trabalho. — Lana continuou deitada, observando Laura tirar o strap e Iori colocar a própria calcinha.
—Você ainda tem aula hoje? — Laura deixou o strap sobre a mesinha de centro, arrumando sua calcinha e sorrindo quando Lana moveu a mão por seu abdômen.
—Sim, em menos de uma hora eu acho.
—Então devia provavelmente descansar primeiro, ou comer algo.
—Não, não. Eu te pedi para vir mais cedo porque queria conversar com vocês.
—Ah, então realmente havia uma conversa envolvida. Achei que era um convite para sex* mais cedo.
—Bem, isso também. Por que não começar um assunto difícil depois de estarmos todas relaxadas?
—Eu não colocaria essa palavra, mas entendo seu ponto. — Iori sentou na mesinha de centro, fechando o sutiã e mantendo o fecho da calça aberto. — É sobre Madson?
—Madson? — Laura estreitou os olhos. — O que ainda há para falar sobre ela? Achei que ela tinha desistido depois do divórcio.
—Não é nesse sentido. Ela me fez uma proposta quando veio a Chicago, e me deu um tempo para pensar sobre ela depois do incidente com Kris. Mas agora ela precisa de uma resposta e eu preciso da opinião de vocês.
Laura suspirou enquanto se sentava no sofá, esperando que Lana colocasse as próprias roupas, mas acabou sorrindo quando ela vestiu a camisa que estava usando e sentou do seu lado, entregando a própria blusa para que vestisse.
—Que proposta ela te fez? — Iori perguntou, inclinada em sua direção. — É sobre trabalho?
—Sim. Como sabem, eu estou com poucas turmas. Duas aulas por dia de terça a sexta e uma de sábado. Ela quer que eu assuma a terceira Infinity aqui na cidade. Então eu seria sócia dela e de Leon.
—Você teria uma parte da academia. — Laura constatou.
—E seu nome vinculado ao dela outra vez. — Iori respirou fundo enquanto se inclinava para trás, apoiando as mãos na mesinha para suportar seu peso. — Você sabe que assim se torna mais complicado se algo vir a dar errado entre vocês duas, e você querer romper esse vínculo.
—Eu sei, mas eu terei mais autonomia e terei mais segurança no trabalho. Digo, eu serei minha chefe de certa forma. Ganharei mais de fato, o lugar é mais longe de minha casa, então talvez tenha que comprar um carro.
—Parece bom de certa forma se isso se manter só uma relação de trabalho. — Laura apoiou a cabeça na mão, virando-se de lado para a olhar. — Por que você precisa de nossa opinião?
—Então... Ela ficará os próximos meses aqui na cidade, então a deixarei continuar morando no meu antigo apartamento enquanto as obras acontecem no novo imóvel. — Lana suspirou, olhando entre ambas. — Mas eu tenho que aprender a lidar com o negócio, eu sei pouco porque sempre tentava ajudar ela em NY. Então provavelmente estarei em reunião com ela no meu atual tempo livre entre os horários das aulas. E ela provavelmente me ajudará depois da inauguração por algum tempo, então vocês a verão mais vezes e eu definitivamente terei que passar mais tempo com ela.
—Ah, agora faz sentido.
—Eu esperei resolvermos o divórcio, mas ela ainda quer que a Infinity esteja vinculada ao meu nome. Assim se algo acontecer com um de nós entre sócios, a parte pertencente a ele será dividida entre os demais, mas Madson e eu teremos a maior parte, independentemente de tudo.
—Ela te deu o divórcio, mas não assinou nada alegando que desistiu de você. — Laura bufou, balançando a cabeça de maneira negativa. — Ela está usando o trabalho para continuar perto de você.
—Talvez. Eu entendo que isso pode incomodar vocês no início, mas não é como se mudasse grande coisa. Eu nunca dei brecha para ela se aproximar durante o divórcio, não é trabalhando com ela que isso vai acontecer.
—Não estou dizendo que você vai pular no colo dela por causa disso. Estou dizendo que ela sempre vai manter esperança de ter você se assinar uma parceria com ela.
—Ela vai continuar mantendo vínculo com você, mantendo esperanças e vai usar algo que você realmente gosta para te manter perto dela. — Iori mordeu o interior das bochechas. — Não estou dizendo para você não aceitar a proposta. É bom para você e sua carreira. Madson sabe disso. Mas não seja ingênua em achar que ela não usará isso a favor dela para te manter perto.
—E se ela usar? Não é como se mudasse o fato de que quero continuar com vocês ou de que estou divorciada. Ela pode usar essa proposta da forma que desejar, assim como posso aceitar da forma que eu preferir. É só trabalho para mim.
—Por que manter seu trabalho vinculado a ela? — Laura franziu o cenho, incomodada. — Você mesma disse que ajudou a academia crescer. Por que não tentar outro lugar ou montar sua própria academia?
—Você acha que é fácil assim? Eu teria que começar do zero, achar investidores e correr atrás de fazer o nome ser conhecido para ter alunos e receber um retorno. E eu nunca receberia a mesma coisa que vou receber sendo sócia de Madson.
—Ainda assim é melhor do que continuar alimentando as esperanças dela ao permanecer nessa proximidade.
—Você acha que eu estou alimentando? Ah, por favor. — Lana suspirou, esfregando os olhos com algum nervosismo. — Acha que eu tenho qualquer prazer em saber que ela continua me querendo de volta quando eu não quero mais isso?
—Mas você gosta dessa atenção dela ainda assim, não é? — Iori ergueu a sobrancelha, percebendo seu rosto se torcer em frustração enquanto sua pele se tornava vermelha por raiva.
—Sério? Eu sabia que a conversa seria delicada com vocês, mas agora me acusar de manter as esperanças dela e achar que estou gostando das investidas dela? Vocês enlouqueceram, ou definitivamente não me conhecem o bastante.
—Não é como se fosse bom saber que você vai continuar perto da sua ex que continua querendo você, Lana. — Laura buscou se justificar.
—Ou que não podemos competir com a história de vocês duas. — Iori balançou os ombros. — Nunca poderemos competir com isso.
—Oh, Deus. Vocês realmente acham que precisam competir com Madson? — Ela balançou a cabeça sem acreditar, levantando-se diante da frustração. — Vocês nunca vão ganhar! E sabem por que? Porque Madson está no passado, meu casamento acabou e eu não vou abrir as pernas para ela porque não vai haver nenhuma recaída, não importa o quanto ela insista.
—Então simplesmente não importa que ela continue insistindo e desrespeite nossa relação? — Laura se levantou com impaciência, encarando-a com seriedade e com nervosismo. — Porque desculpa, Lana, mas tenho que dar razão a Iori sobre você gostar das tentativas da sua ex.
—Eu gosto? Acham mesmo que eu gosto de ver ela tentar e a dispensar todas as vezes? Acham que gosto de a fazer sofrer? Mas que bela vadia vocês acham que sou!
—Não diga isso. — Iori se levantou e buscou manter a calma diante dos ânimos alterados de ambas. — Eu nunca pensaria algo assim de você.
—Mas está agindo como se pensasse. Eu nunca dei motivos para vocês duas acharem isso. Nunca! — Ela se afastou após pegar o celular na mesa, suspirando quando viu o horário. — Eu tenho que trabalhar. — Anunciou enquanto abria o aplicativo e chamava um carro. — Achei que conversar com vocês ajudaria a tirar as dúvidas. Eu não consigo entender porque continuam achando que vou trair vocês ou que me divirto em ter minha ex atrás de mim. — Suspirou antes de voltar a olhá-las, ainda sentindo-se frustrada.
—Se não gosta, porque não acaba com isso de uma vez? — Laura questionou.
—Vocês acham que meu trabalho é fácil assim? Acham que vou ficar velha e poderei continuar dando aulas? Madson sabe que não. Ela está me dando a chance de ter um trabalho fixo e não precisar me matar de trabalhar para não ter nada depois. Ou você quer que eu me demita, fique em casa como uma Amélia e espere alguém me sustentar? Faria você feliz? — Perguntou com ironia.
—Não comece a ser uma cretina. Se sua ex continua pairando atrás de você toda vez mesmo depois do divórcio é porque algo está errado, Lana. É impossível que não veja isso! É impossível que não faça nada sobre isso e não queira que eu não faça nada a respeito.
—E o que quer fazer? Quebrar a cara dela? Deixa-la no hospital para ver se ela desiste? Ótimo, Laura, faça isso! Você sempre vai ter alguém para te livrar de pagar por isso, não é?
—Você não sabe do que está falando, você não tem o direito de falar desse jeito! — Laura se aproximou dela, a tensão borbulhando em seu sangue.
—Não? Eu não tenho o direito? E você tem o direito de insinuar que é só Madson insistir que eu vou ficar de quatro para ela? Você tem o direito de me tratar como uma prostituta e espera que eu não diga nada? — Lana a encarou sem hesitar. — Se quer isso então faça a mesma coisa que fez com Madson.
—Do que está falando?
—Me bata, Laura! Quem sabe assim eu aprenda uma lição.
—Parem vocês duas! — Iori se colocou entre ambas, afastando Lana pelos ombros. — Vocês enlouqueceram? Onde acham que vão parar nesse rumo?
—Eu não planejei esse rumo!
—Então pare! Eu não quero ver vocês brigando desse jeito, não por Madson nem por trabalho. — Ela a segurou pela barra da camisa quando ouviu a buzina do carro do lado de fora.
—Eu tenho que trabalhar. — Falou mais baixo.
—Fique. Não saia daqui desse jeito, vamos resolver isso. Sem brigar, sem nos acusarmos de nada.
—Você quer que eu falte as minhas aulas hoje?
—Temos que chegar a algum acordo. — Laura cruzou os braços, olhando em sua direção.
—E você acha uma boa ideia fazer isso agora?
—Eu não sei se é uma boa ideia, mas não podemos deixar as coisas assim.
—Eu posso voltar aqui a noite também.
—Só um dia Lana, eu posso falar com Leon. — Iori segurou sua camisa com maior intensidade. — Só... não saia desse jeito. Não é bom ir embora depois de uma discussão, eu não gosto.
—Está bem. Eu vou dispensar o motorista e ligar para Madson para ela cobrir minhas aulas. Pode ser?
—Está bem. Dá tempo de todas esfriarmos a cabeça.
Lana assentiu, movendo-se para sair da casa, indo até o carro e se desculpando pelo cancelamento, oferecendo pagamento pelo seu serviço de ter ido até o endereço. Voltou para perto da porta de entrada e sentou ali mesmo, buscando se acalmar primeiro, julgando que o ar gelado a ajudaria no processo. Ligou para Madson, escutando música ao fundo e sua respiração mais acelerada.
—Eu sei que você está atrasada, seus alunos estão chegando. Se não chegar em dez minutos eu juro que demito você.
—O que?
—Eu estou brincando. Onde você está?
—Idiota. Quanto você precisa descontar do meu salário se eu faltar hoje? Eu preciso resolver um problema.
—Eu não vou te dar um salário se seu problema for trans*r com sua namorada.
—Não é isso. Você pode me substituir?
—Não. É alguma coisa urgente?
—Acha que eu faltaria se não fosse?
—Você precisa mesmo faltar nas duas aulas? Eu consigo na primeira, mas não prometo na segunda, então seria melhor cancelar.
—Okay, eu devo conseguir terminar antes da segunda aula.
—Você me deve uma.
—Eu sei, obrigada.
—Não me agradeça, eu ainda vou descontar do seu salário. É bom que resolva seu problema na próxima hora.
—Claro, chefe.
—Ótimo. Até breve.
Madson desligou, Lana ainda ficou um minuto do lado de fora para reunir coragem antes de entrar na casa. Laura estava sentada no sofá, com os braços cruzados e olhando para o teto, enquanto Iori bebia água na cozinha.
—Ela vai me substituir na primeira aula, mas ainda preciso ir na segunda. — Alegou enquanto seguia em direção a sala.
—Tudo bem, já é alguma coisa. — Iori a seguiu, esperando que ela se acomodasse no sofá antes de voltar a sentar na mesinha. — Então... Vamos voltar do início. Você quer o trabalho, Lana?
—Sim, eu quero. Mas não desse jeito. — Ela se virou para Laura. — O que eu ainda preciso fazer para você confiar em mim?
—Eu nunca disse que não confio em você. — Laura inclinou a cabeça em sua direção.
—Então por que parece que acha que vou voltar com Madson se já disse que não vou? Já disse a vocês, já disse a ela. O que querem mais que eu faça?
—Você ficaria tranquila se alguma ex minha continuasse tentando voltar comigo por todo esse tempo?
—Não, se você não demonstrasse qualquer vontade de fazer isso.
—Não é simples assim.
—Laura, claro que ficaria incomodada. Mas o que quer que eu faça? Já estou divorciada.
—Lana, você precisa dar um basta em Madson se quer mesmo continuar trabalhando com ela. — Iori deixou o copo de lado na mesinha e se inclinou para segurar a mão dela. — Se te incomoda agora, imagina em algumas semanas ou nos próximos meses.
—E como eu farei isso? Se o divórcio não foi o suficiente o que eu ainda tenho que fazer?
—O que for necessário. E não é porque confio menos em você que estou pedindo isso, mas porque sei que isso vai incomodar e vai desgastar sua relação com ela, e conosco também.
Lana suspirou, recostando-se no sofá e fechando os olhos pelos próximos segundos, mentalizando o que teria que fazer. Iori olhou para Laura, erguendo as sobrancelhas, mas ela somente moveu os ombros, sem entender.
—Eu vou falar com Madson. Se ela continuar tentando, eu saio da Infinity. Isso soa melhor para vocês? — Ela abriu os olhos e olhou com calma entre ambas. — Porque eu não consigo pensar em mais nada.
—Sim. — Laura falou primeiro.
—Não. — Iori a encarou por um momento antes de se voltar a Lana. — Eu não quero que chegue a esse ponto. É na sua carreira que estamos interferindo.
—Eu não sei mais o que fazer, Sasaki. Não quero continuar discutindo sobre Madson, não a quero magoar mais ainda. E principalmente, não quero prejudicar nossa relação.
—Não é justo que isso custe seu trabalho. Eu não quero que nossa relação pese em sua carreira.
—Eu também não, mas simplesmente aconteceu. Eu não planejei me casar com minha chefe, mas aconteceu. Se isso realmente afeta nossas vidas, o que mais eu posso fazer? Eu me importo com o que vocês pensam e com o que sentem. Eu amo minha carreira, mas não colocaria o trabalho acima das pessoas que amo e que estão do meu lado. — Ela voltou a recostar a cabeça no sofá, mirando o teto. — Sim, isso vai me fazer trabalhar mais para achar outro lugar, mas eu tenho um bom currículo, consigo algo bom. Pode não ser tão bom quanto ser dona do lugar, mas já estive em situação pior, eu consigo me virar.
Iori voltou a olhar para Laura, sem saber o que dizer diante da declaração, Laura somente voltou a olhar Lana, movendo a mão pelo seu rosto e o virando para si. Elas se olharam, Laura selou seus lábios, acariciando sua bochecha.
—Obrigada por pensar nisso. Eu sei que não te dei a melhor impressão, mas eu confio em você, não acho que vai acabar na cama de Madson quando você pode estar na minha. — Isso a fez rir, afastando-se para cutucar suas costelas, ambas rindo juntas. — Eu sinto muito, está bem? Mas nunca pense de novo que eu machucaria você. Nunca, entendeu? Ou alguma vez eu te dei essa impressão?
—Não. Mas eu não gosto da ideia que você machucaria outras pessoas também. — Lana segurou sua mão e levou aos lábios. — Você faz coisas tão melhores com suas mãos, por que fazer violência?
—Faz sentido na hora. — Ela balançou os ombros, sem dar importância. — Se concentre no que elas fazem por você, e eu garanto que só terá o melhor.
—Isso eu posso confirmar. — Iori tocou seu joelho, acariciando. — Está tudo bem agora?
—Sim. Para vocês também?
—Acho que sim.
—Bom. Então vou para a academia, e converso com Madson ainda hoje.
Lana ainda aproveitou o tempo até outro carro chegar para se certificar de que estavam bem, então foi embora. Laura observou Iori ficar quieta o resto do dia, fechando-se no escritório para trabalhar, mas desconfiou que não era somente por isso. Somente quando começou a preparar o jantar ela voltou a aparecer, ainda se mantendo em silêncio a maior parte do tempo. Esperou que ela dissesse algo, mas ela sequer murmurou um agradecimento quando serviu o jantar.
—Lana não vem? — Questionou, bebendo um gole de água.
—Eu não sei.
Laura estreitou os olhos, então ligou para Lana, mas ela não atendeu, decidiu deixar uma mensagem perguntando se viria passar a noite, mas não obteve uma resposta. Continuaram a comer em silêncio, Iori decidiu ir para a cama mais cedo, sem comentar nada, deixando Laura com a louça e a preocupação. Lana chegou mais tarde, quando Laura tinha terminado de organizar a cozinha, silenciosamente a abraçando por trás e movendo os dedos por baixo de sua camisa, acariciando seu abdômen.
—Beije a cozinheira? — Lana sugeriu, ouvindo seu riso antes dela se virar, beijando seus lábios. — Desculpa demorar. Tive um imprevisto na academia.
—Qual? — Ela acariciou seu rosto, percebendo seu cansaço.
—Eu não sei. Digo... ainda estou tentando processar. Eu acho que estive dando aula para uma ex de vocês. Então ela decidiu conversar comigo porque me viu com vocês em algum momento.
—Ex nossa? Só tivemos uma antes de você.
—Helena.
—Oh. — Ela ergueu as sobrancelhas em surpresa, buscando processar essa informação. — Você dá aula para ela?
—Você acha que eu lembro de todos? — Ela sorriu. — Mas sim, atualmente estou.
—Então ela tentou te contar várias coisas para te manter longe de nós?
—Disse que sente falta de vocês, mas não guarda rancor.
—Só vai me contar isso? Você é tão cruel.
—Onde está Sasaki?
—Dormindo talvez.
—Então amanhã falamos sobre sua ex. Como disse ainda estou digerindo. Mas a notícia boa é que conversei com Madson antes disso e resolvi as coisas. Ela não vai tentar mais nada e vai mostrar respeito por minha relação com vocês, ou eu me desligo da Infinity definitivamente.
—Espero que ela comece a te respeitar.
—Ela vai.
—Ótimo. Você está com fome?
—Não, estou realmente cansada. O sex*, a briga, o trabalho, Madson e sua ex. Eu não devia juntar tudo num dia só.
—Isso é verdade. Devia ter parado no sex*.
—Com certeza. — Ela riu sutilmente. — Preciso de um banho, então dormirei a noite inteira. Mas eu preciso te pedir uma coisa e estou disposta a pagar por isso.
—Peça primeiro e discutimos o valor depois.
—Estive planejando um encontro com Sasaki para oferecer alguns privilégios para ela se sentir bem em relação a mim, a você, a nós.
—E que privilégios são esses?
—Bem, você sabe que ela é bastante insegura em relação a nós. — Laura deu um pequeno riso, concordando. — Então pensei que dando algo a ela que somente ela teria ajudaria a manter mais segura sobre mim. Sobre o lugar dela dentro de mim, sobre meus sentimentos por ela.
—Bem, eu sempre a deixei ter tudo de mim.
—Mas você pode dizer que isso foi o suficiente?
—Era, até conhecermos você. Agora é como se precisasse do dobro, e ainda assim não sei como sustentar isso. Não quando eu não quero que você vá outra vez.
—Eu não vou a lugar algum.
—Você não vai, porque eu não deixarei isso acontecer de novo.
—Oh? E como fará isso se ela não nos quiser juntas outra vez?
—Ficaremos juntas, não importa o que.
—Minha querida...
—Eu sempre a deixei ter tudo de mim, porque eu a amo, Lana. Mas ela não pode me tirar você agora. Não mais. — Ela a olhou com maior seriedade, ainda a segurar seu rosto. — Assim como não deveria ter deixado da primeira vez.
—Não seja tola. Não é mais como a primeira vez. Ou ela falou alguma coisa?
—Ela não falou nada desde que você saiu.
—Nada?
—Nem uma palavra. Ela tem andado quieta, mas se acende quando você vem. Então talvez seja bom você dar seus privilégios para ela.
—É? E você está bem com isso? Não há nada que você queira?
—Eu já tenho tudo. Tenho Iori, tenho seu amor. Não preciso de mais nada. Eu amo você.
—Oh, querida, eu sei. — Lana sorriu, movendo um dedo pelos seus lábios, inclinando-se para beijá-la. — Você não estaria sempre me mantendo nos seus braços se não gostasse mesmo de mim.
—Você não é uma pessoa de “eu te amo”, não é?
—Eu nunca te disse, mas você sequer tem dúvidas, não é?
—Eu não me incomodo, você não teria aceitado estar aqui outra vez, ou estar buscando nos dar concessões em sua vida, ou nos convidando para morar contigo se não nos amasse.
—Vê? Você entendeu. Eu prefiro demonstrar. Eu não me contentaria com as palavras se há tanto que poderia demonstrar para vocês.
—É por isso que quer esse encontro com Iori?
—Sim, eu a prometi um tempo para saber que não tenho preferências entre vocês, e também para a compensar pelo tempo que ficou fora na última viagem.
—Você está fazendo demais. — Laura suspirou, balançando a cabeça. — O que planejou?
—Almoço, cinema, e terminamos num estúdio de tatuagem. Pensei em deixar ela escolher a próxima tatu, quem sabe assim ela fique contente em possuir um pedaço que ela colaborou.
—É? Vai deixá-la tatuar Sasaki na sua bunda?
—O que? — Ela riu, incrédula com a ideia. — Não, nada assim.
—Então... algo assim? — Ela desceu o zíper de sua blusa e apontou a tatuagem no centro do peito, a águia com asas abertas e carregando um coração nas garras.
—Oh, então é para ela. — Lana passou os dedos sobre sua pele quente, entendendo o significado. — Isso significa que não é uma boa ideia, não é?
—Significa que nunca será o suficiente. Pode significar muito para ela, sempre vai significar. Mas não resolverá os problemas. Não a fará deixar de pensar que vai nos perder se nos deixar juntas, como agora.
—Então o que mais preciso fazer? Eu realmente queria poder resolver isso.
—Você não pode fazer nada. Iori tem esse medo porque ela mesma acha que faria isso.
—Mas vocês estão juntas há anos. — Laura ergueu as sobrancelhas, esperando que ela entendesse, Lana abriu a boca, surpresa. — Você acha que ela iria te deixar por minha causa?
—Às vezes sim. Mas ela tem medo de deixar nossa história para trás. Ela não quer me magoar.
—O que está falando? Vocês não estavam bem antes de mim?
—Estávamos estáveis, equilibradas. Continuamos nos amando e nos respeitando. Queremos um filho, como você sabe.
—E por que diabos Iori iria querer te deixar, Laura? Eu nunca ficaria com ela se significasse que vocês correm o risco de se separar por minha causa.
—Não seja tola. Você é a melhor coisa que poderia acontecer entre nós. Tirar a nós duas do conforto. — Ela sorriu, beijando seu rosto para espantar sua preocupação, acariciando entre seus cabelos. — Você não está nos separando.
—Então por que acha que Iori te largaria?
—Eu não acho que ela largaria. Mas ela tem medo de fazer isso, porque ela realmente gosta de você.
—E eu gosto de vocês duas. Você acha que ela vai me afastar de novo?
—Não vamos deixar isso acontecer, está bem? Vá ao encontro com ela, passe o tempo com ela sem pressão, sem pensar em a fazer sentir segura. Isso é algo que ela tem que resolver, e eu já cansei de pedir que ela comece um tratamento.
—Você tem certeza de que é o suficiente?
—Só podemos tentar.
—Tudo bem. — Ela suspirou, abraçando-a mais forte, deitando a cabeça em seu peito, escutando as batidas do seu coração. — Eu realmente quero vocês duas na minha casa. A nova Infinity é longe daqui, e está cansativo ficar migrando entre as casas.
—Eu te levaria sem qualquer problema, mas eu entendo seu ponto. Eu só não quero apressar as coisas em relação a isso. Nossa casa aqui tem história, eu gosto daqui.
—Você sabe que é realmente difícil acompanhar o ritmo de vocês quando vocês já moram juntas. Eu me sinto sempre atrasada.
—Nos dê mais tempo, Lana. Não é como se não quiséssemos, mas temos que resolver várias coisas antes disso.
—Eu entendo isso. Mas você consegue me dar algum prazo? — Ela a olhou, esperando por alguma resposta positiva, Laura respirou fundo, deixando os ombros caírem.
—Vamos ver até o verão, está bem?
—Verão?
—Tenha paciência.
—Eu vou tentar, só não é uma resposta animadora quando você foi a primeira a propor isso.
—Para que você viesse morar aqui.
—Faz diferença?
—Muita. Você realmente não quer pensar em vir? Mudaríamos qualquer coisa que você desejar.
—É melhor irmos para a cama. Estou realmente cansada para tentar uma conversa séria agora.
—Tudo bem. Vamos dormir. Sobe na frente, eu vou verificar se está tudo fechado.
—Claro. Não demore.
Laura assentiu, então Lana subiu as escadas, silenciosamente entrando no quarto e encontrando somente um abajur ligado, revelando o corpo adormecido de Iori. Foi até a cama, sentando na beira, arrumando seus cabelos para longe do rosto, aproveitando a paz que ela parecia estar. Acariciou sua bochecha por alguns segundos, então se inclinou para beijar seu rosto antes de seguir para o banheiro, fechando a porta e se despindo, aproveitando a água quente para relaxar. Laura sorriu quando a viu sair do banheiro ainda nua enquanto colocava uma roupa para dormir. Lana retribuiu ao seu beijo tão logo ela avançou em sua direção, acariciando seu corpo e pressionando os dedos em sua carne, a fim de demonstrar seu desejo. Lana aproveitou o contato, deixando-se ser tocada e gostando de se sentir desejada naquele momento.
Lana se abraçou ao corpo de Iori alguns minutos depois, que acordou por um momento somente para se aconchegar contra o seu corpo, enquanto Laura se manteve ao lado, fazendo caricias nos cabelos de Lana até dormirem.
Iori acordou enquanto Laura ainda fazia suas orações matinais, acabou se surpreendendo ao encontrar Lana deitada ao seu lado. Moveu a mão pelos seus cabelos, beijando seu ombro e aspirando o cheiro em sua pele, aproveitando a ausência de suas roupas para acariciar seu corpo. Ela acordou nos próximos segundos, sem abrir os olhos, movendo uma mão até a nuca de Iori para a manter ali, reconhecendo-a. Iori sorriu, movendo os dedos em sua perna com suavidade, fazendo o contorno de sua cintura e subindo pelo abdômen, passando entre seus seios e parando em seu pescoço, onde Lana envolveu seus dedos.
—Bom dia. — Lana sussurrou, inclinando o rosto sobre o ombro, recebendo um beijo em sua bochecha.
—Bom dia, meu amor. Quando foi que chegou aqui?
—Era tarde. Não quis te acordar.
—Achei que não viria mais, ou teria te esperado.
—Não se preocupe. Estou aqui.
—E vai ficar? Você disse que tem aula de manhã no sábado.
—E eu tenho, mas hoje é quinta, e não tenho aula de manhã.
—Oh. — Ela riu. — Que cabeça a minha.
—Você só está cansada, devia dormir mais um pouco. — Lana se virou, ficando de lado para a olhar nos olhos, acariciando seu rosto. — Não acha?
—Não. Eu tenho que falar com Laura, ela está chateada comigo. — Ela olhou a porta do banheiro, suspirando.
—Ela disse que você não falou com ela ontem. O que aconteceu?
—Nada, não brigamos nem nada. Não é culpa dela.
—Eu tenho algo a ver com isso?
—Não, claro que não. Sou só eu. Eu falarei com ela.
—Tem certeza? Eu posso ajudar.
—Depois, meu amor.
—Está bem, vá falar com ela. Eu vou preparar o café.
—Obrigada.
Lana esperou que ela fosse para o banheiro antes de procurar pelas roupas de Laura no armário, em vista que ela não se incomodava e eram mais confortáveis em seu corpo. Iori esperou mais alguns instantes antes de começar a falar com Laura, que escovava os dentes.
—Lana já desceu... — Falou lentamente, sentando-se no vaso para fazer suas necessidades.
—E você está falando. — Laura limpou a boca e apoiou as mãos na pia, olhando-a pelo espelho. — Está repensando nossas relações?
—Não. Eu amo vocês duas.
—Eu a amo também. — Alegou, estreitando os olhos em sua direção, à espera de alguma reação, ao invés disso teve de esperar que ela se limpasse e apertasse a descarga, lavando as mãos do seu lado.
—Você já fez amor com ela?
—Sim, Iori, assim como faço amor contigo.
—Não. Madson disse que é diferente, não é? De quando fazemos por diversão.
—Eu sei, Iori. E você devia saber também. Fizemos amor quantas vezes nesses anos? Você nunca reparou?
—É claro que reparei.
—Não parece. Por que está preocupada com isso agora?
—Eu nunca precisei pensar sobre isso. Então Lana está aqui, e Madson disse que sempre fazia amor com Lana. Fiquei pensando sobre isso desde então.
—O que há para pensar nisso, Iori? Vá e faça amor com ela. Ou está sempre buscando só a diversão?
—Qual foi o problema disso durante todo esse tempo?
—Eu não sei, talvez o fato de que Lana seja nossa namorada e não uma das mulheres que trazemos para uma noite? — Laura bufou com impaciência. — Entendo que estamos nos primeiros meses, mas quando você vai entender que somos nós que temos que conquista-la e mostrar que queremos algo duradouro?
—Do que está falando?
—Estava tudo bem o acordo quando começamos nossa relação com ela. Tudo bem se ela achava que tinha que manter o equilíbrio entre nós, mas já chega, Iori. Somos nós quem deveríamos correr atrás dela, e não o contrário. Chega de esperar que Lana resolva seus dilemas, ou que Madson abra seus olhos que nós seremos as únicas responsáveis se a perdemos.
—Eu não quero perder Lana.
—Então já basta, Iori. Estou cansada de a ver mover montanhas porque você sempre dá a entender que vai deixa-la se achar que estou próxima demais a ela. Chega, está bem? Eu lidei com sua insegurança por todos esses anos, não faça Lana ter que lidar com isso também porque você não quer buscar uma solução.
—Wow. — Iori se recostou na pia, olhando para o chão enquanto absorvia suas palavras. — Fazia tempo que você não falava assim comigo.
—Eu queria não precisar.
—Você acha que estou pedindo muito para Lana?
—Não importa se está pedindo ou não, Iori. Mas desde o começo Lana tenta te dar o mundo dela. Por Deus, Iori, ela sequer tenta se aproximar de mim.
—E isso é minha culpa? — Iori sequer tentou a olhar, sentindo-se culpada.
—Não, é minha culpa também. Eu bati na ex dela, estamos fazendo exigências em relação ao trabalho, e ainda assim ela nos quer morando com ela. — Ela respirou fundo, cruzando os braços. — Somos nós que devíamos provar para ela que estamos nos esforçando, que somos confiáveis e estáveis. Mas só estamos fazendo ela se provar e desconfiamos dela por causa da ex.
—Você tem razão. Não estamos fazendo isso direito.
—Não se preocupe em não ter reparado nessas coisas antes, eu só estive pensando nisso há algum tempo. Depois da discussão de ontem eu pude ver mais claramente. — Ela olhou para Iori e ergueu o rosto dela. — Devíamos agir mais como namoradas. São três meses que estamos com ela.
—Eu sei. Ela tem se esforçado para isso funcionar, então me esforçarei da mesma forma.
—Então já é o suficiente. Eu também farei isso. Que tal começarmos a ver um psicólogo? Eu preciso voltar, você devia começar.
—Eu não sei se quero falar com um desconhecido.
—Vai te fazer bem, e se não fizer, você pode sempre parar. — Ela sorriu, acariciando seu rosto e selando seus lábios. — Vai nos fazer bem.
—Tudo bem. Eu irei a um atendimento. Me passa o número de alguém, e eu prometo que marco uma hora.
—Obrigada. Você vai ver que isso nos ajudará no fim.
—Vamos ver.
—Ainda mais agora, que Helena está tendo aula com Lana.
—O que?
—É. Lana falou algo sobre isso quando chegou ontem, mas não entrou em detalhes. Queria contar a nós duas.
—Isso é definitivamente algo que quero saber. Vamos tomar banho logo.
Laura assentiu, mas tão logo desceram em busca de Lana, ela já tinha ido embora. Enviou mensagem em seus celulares, alegando que teve que sair cedo para assumir uma turma de um dos professores e que Madson a tinha dado carona.
Fim do capítulo
Uma briga para resolver os primeiros problemas :)
Tem sempre uma ex que aparece, é impressionante hahaha
Parece que as coisas vão começar a mudar afinal, todo mundo buscando melhorar, vamos ver até onde.
Até o próximo :D
Comentar este capítulo:
Flavia Rocha
Em: 29/04/2021
Essa Madson ainda vai aprontar, ela pode até consquistar a Iori, mas acho que a Laura ela não conquista não. rsrs
Boa semana, autora.
Resposta do autor:
Olá Flávia :D
Madson promete confusão, não é? Ahahahah
Obrigada! Bom fim de semana!
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