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Nossa Vida Juntas por Alex Mills

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Palavras: 6842
Acessos: 1748   |  Postado em: 25/04/2021

Décimo quarto

 

Iori abriu a porta, vendo Kristin passar em frente, mas parou quando as viu sair do quarto.

—Olá, estranha. — Cumprimentou de maneira descontraída.

—Conversa alterada a de vocês. — Ela ergueu as sobrancelhas, mirando-a de cima abaixo. — Pude ouvir vocês do meu quarto.

—Não tenho culpa se sei como fazer isso tão bem. — Lana sorriu ao se gabar enquanto Iori corava diante do comentário.

—Você é uma idiota.

—O que? Seu irlandês não ficou nem um pouco inspirado? Que decepção. Você provavelmente devia repensar seus planos de casar.

—Nem comece com isso. — Ela revirou os olhos quando Lana sorriu para a provocar. — Não seja hipócrita. Você fez Daph convidar sua ex para o natal. Quem devia repensar as relações não sou eu.

—Oh, Deus, ela não desistiu da ideia? Achei que tivesse esquecido. — Ela olhou para Iori, que lhe ergueu uma sobrancelha. — Eu não a convidei. Daph queria convidar. Eu tentei ganhar tempo para pensar nisso. — Ela se voltou a Kristin. — Por que diabos deixou isso acontecer?

—O que queria que eu fizesse? Pegasse o celular dela? O convite já tinha sido feito de qualquer forma, eu achei que você tinha concordado.

—Você me conhece tão mal a esse ponto?

—Nunca achei que você fosse se envolver numa relação dessas, mas olha onde estamos. — Ela encarou Iori em acusação antes de se voltar a Lana, que revirava os olhos. — Você mudou Lana.

—Não coloque Iori ou Laura no meio disso. As pessoas mudam, Kris, ou você simplesmente nunca gastou seu tempo em me conhecer.

—Oh, querida, ela pode nos colocar no meio de qualquer coisa, não me importo. Eu sei meu lugar ao seu lado. — Iori falou com calma, mantendo os olhos em Kristin. — Não é Madson que está aqui, e muito menos você, Kristin, para se intrometer nas escolhas de Lana. Não é como se você pudesse dar os melhores exemplos.

—O que você acha que sabe de mim, vadia? — Kristin enrubesceu com raiva, avançando um passo, mas Lana logo a segurou pelos ombros. — O que você andou dizendo para essa idiota? — Ela a empurrou, mas Lana continuou no lugar.

—Pare de a ofender, e eu só vou dizer isso uma vez. — Lana falou em tom mais firme. — Não é como se ela estivesse dizendo alguma mentira.

—Do que você está falando?

—Ah, por favor, Kris. Você está noiva de um desconhecido. E não ache que eu não vi o jeito que ele me olhou depois que Iori chegou. Você está fazendo uma grande estupidez em se casar com o idiota que te engravidou sem sequer o conhecer.

—E o que estava esperando que eu fizesse? Esperasse meu filho nascer para você o tirar de mim assim como você fez com Daphne? — Sua voz se manteve alterada enquanto as veias em seu pescoço saltavam.

—Do que está falando? Eu nunca tirei Daphne de você.

—Ela só escuta a você! Ela só quer estar onde você está, e isso é tudo culpa sua. — Ela voltou a empurrá-la, mas dessa vez Lana a segurou pelos pulsos para a impedir de continuar. — Você fez a cabeça dela para que só escutasse você.

—Se você estivesse aqui em algum momento da vida dela talvez ela te escutasse, Kristin.

—Eu estava trabalhando!

—Não, Kristin. Nós precisamos do dinheiro no começo, você perdeu o limite. Você sequer voltava para casa quando não estava em temporada!

—E quando foi que isso importou quando você tinha tudo em casa?

—Mas que merd*, Kristin, coloque na caneta tudo que já comprei com a droga do seu dinheiro e eu garanto que pago você. Mas você nunca vai ter os momentos que tive com Daphne! — Ela largou seus pulsos, afastando-a.

—Mãe? Lana? — Daphne saiu do quarto correndo, chegando até elas, confusa, ainda de pijamas. — Eu ouvi os gritos. O que está acontecendo? Por que estão brigando?

—Não é nada, volte para o quarto. — Kristin falou sem a olhar, mantendo o foco em Lana, a raiva e a tensão fazendo seu sangue pulsar mais rápido.

—Não parece nada. Lana? Está tudo bem?

—Vai ficar tudo bem, querida. — Lana se virou para ela, arrumando seus cabelos para trás. — Volte para a cama, tudo bem?

—É disso que estou falando. — Kristin apontou o dedo em sua direção. — Você controla a cabeça da garota. Ela sequer me obedece!

—Me controla? Do que está falando, mãe? — Daphne a olhou com confusão, estreitando os olhos.

—Não faça isso na frente dela, Kris. — Lana falou mais baixo, olhando em sua direção com raiva.

—Por que? Pare de fingir que é inocente, Lana! Você sempre fez minha filha ficar do seu lado, não importa pelo que. No fundo você sempre quis que ela fosse sua! — Kristin voltou a falar mais alto, Lana se aproximou dela com raiva e frustração queimando em seus olhos. — Você a quis roubar de mim!

—Você nunca realmente tentou ser mãe dela! — Lana falou em tom duro, encarando-a de perto. — Não tente me acusar de cuidar de Daph como se quisesse roubar seu lugar, não esqueça que foi você mesma quem a deixou no meu colo. Você quis que eu cuidasse dela enquanto você viajava o mundo.

—Nada disso importa agora! Eu sou a mãe dela, e estou cansada de você ser a mentora dela!

—E o que você acha que vai fazer? Casar com um idiota qualquer para fingirem ser uma família?

Iori piscou algumas vezes, olhando para a expressão assustada da garota, percebendo que elas não deixariam de brigar. Aproximou-se dela e segurou sua mão, atraindo sua atenção, acariciando sutilmente para confortá-la, mas foi surpreendida quando ela a abraçou. Silenciosamente a levou para longe da discussão, descendo as escadas, para onde não pudesse ouvir as acusações trocadas.

—Não te interessa o que vou fazer. Aaron estava certo quando disse que te deixei perto demais de Daphne! Mas isso não vai mais ficar assim.

—Ah, claro que tinha que ter aquele babaca no meio. É só ter a droga de um pinto no meio que você deixa de raciocinar, Kristin!

—Você não o conhece como eu, ele é um homem bom. Não é porque ele não gosta do tipo de relação que você mantém que ele se torna ruim.

—Ele é um tremendo idiota e você uma completa cretina de dar ouvido a um cara que você conhece há alguns meses. Que merd*, Kris, nos conhecemos desde crianças. Você realmente acredita que eu colocaria sua filha contra você?

—Você coloca todos contra mim! Madson me odeia, sempre me odiou. Agora suas novas namoradas vivem me lançando olhares como se fossem superiores a mim. E Daphne! — Ela apontou o dedo em seu rosto. — Você quer fazê-la me odiar! Mas eu não vou deixar isso acontecer.

—Quer saber de uma coisa, Kristin? Vai se foder. — Ela afastou sua mão com um tapa no seu pulso. — Daphne ama você mesmo você não merecendo. Ela te venera. Mas você sempre foi uma cretina que coloca um pinto na frente de tudo. Quantas vezes ligou para nós em Nova York, bêbada e chorando porque algum idiota não te ligou? Eu nunca deixei Daph saber disso, mas se quisesse realmente tomar a garota de você, eu teria feito isso desde do começo, porque você deixa isso muito fácil.

—Vai se foder você, Lana! Acha que eu não sei o que pretendia fazer com meu filho que sequer nasceu?

—Você enlouqueceu agora?

—Eu ouvi você falando para a sua namorada. Você ia tirar meu filho de mim. Ia me proibir de chegar perto do meu próprio filho! É claro que ia fazer a mesma coisa com Daphne!

—Oh, meu Deus! Como você é idiota! Você planejava mesmo deixar seu filho aqui, viajar pro mundo e esperar que eu parasse minha vida de novo para cuidar de outra criança? Se você fizesse isso é claro que eu tomaria a guarda para mim. Eu não deixarei outra criança passar pelo que Daphne passa! Perguntar por você todos os dias, todos os feriados e finais de semana.

—Não ouse me culpar! — Ela a empurrou outra vez, com maior raiva.

—Por que eu te culparia? Eu tenho pena de você! Pena da cretina miserável que sequer consegue cuidar da própria filha, que dirá da própria vida. Eu tenho pena de Daphne quando ela descobrir como você realmente é, e não a dançarina renomada que você prega.

—Você tem inveja da minha carreira!

—Você só tem uma carreira porque você a construiu em cima de mim, Kristin! — Falou com rancor. — Eu fiquei aqui e lidei com minha vida enquanto cuidava da sua filha, porque você é incapaz de cuidar de qualquer pessoa, mesmo de você mesma. Você é um desastre, Kristin. Sem sua carreira você não é nada! E sequer a teria se não fosse por mim.

Kristin não hesitou ao mover o braço e espalmar a mão no rosto de Lana, que recuou um passo diante de sua força. Sequer teve tempo de tocar a face quente enquanto o ouvido zumbia, porque Kristin continuou a estapeá-la até ela erguer os braços para proteger o rosto, recebendo os demais tapas nos braços e nas costelas enquanto recuava até as costas se chocarem contra a parede. Teve que se arriscar e segurar seus braços, ainda recebendo mais tapas no processo, mas a segurou mais firme, trocando suas posições e a prendendo contra a parede, podendo olhar seus olhos. Ambas estavam ofegantes, Kristin derramou lágrimas tão logo a olhou, percebendo o que tinha feito.

—Você enlouqueceu, Kris? — Lana perguntou, ainda assustada com a cena. — Você perdeu a cabeça?

—Desculpa... eu não queria te machucar.

—Não pareceu.

—Você me irrita! — Ela tentou se soltar, mas ela segurou seus braços para a impedir. — Me deixa!

—Para que? Você me bater de novo?

—Você mereceu.

—Você está se ouvindo? — Lana continuou olhando em seus olhos, mas sequer entendia o que estava vendo em meio as lágrimas dela. — O que há com você, Kris?

—Me deixa! — Ela começou a se debater, buscando se soltar, Lana teve que a segurar com mais força para a impedir. — Me solta, Lana!

—Pare com isso, eu não quero te machucar! Você está grávida Kris. Se acalme. Não fará bem ao bebê!

Ela parou e começou a chorar ao lembrar disso, perdendo a força e se deixando escorregar contra a parede, chorando compulsivamente. Lana soltou seus braços ainda com receio de ser atacada outra vez, mas somente a viu chorar, sentando-se a sua frente sem saber o que fazer. Iori subiu após um longo período, preocupada, aproximando-se lentamente, abaixando-se perto de Lana e tocando seu ombro para atrair sua atenção.

—Ela dormiu.

—Isso é bo-bom. — Lana gaguejou, mas não se moveu.

—Você está bem? — Ela tocou seu rosto, virando-o para si, ouvindo seu gemido de dor diante do contato, então se assustou com os ferimentos. — Oh, não! O que aconteceu aqui? Cadê Kristin? Ela fez isso?

—Onde está Daph? — Lana afastou suas mãos lentamente, piscando para raciocinar.

—Ela acabou de voltar para o quarto. Ainda bem que não a deixei vir falar com você.

—Obrigada. É melhor ela não me ver assim.

—O que aconteceu aqui?

—Não aqui. Vamos para o quarto.

Iori assentiu, ajudando-a a se levantar, segurando os dois sacos com os sanduiches e as bebidas enquanto a seguia para dentro do quarto, trancando a porta. Lana vagou pelo quarto, olhando entre as caixas com seus pertences, achando um espelho, podendo visualizar o rosto, a pele que ardia. Havia pequenos arranhões em seu pescoço, a bochecha ainda estava vermelha até a orelha devido ao tapa, mas as demais marcas eram pequenos cortes causados pelas unhas de Kristin. Suspirou, prendendo o cabelo no topo da cabeça, procurando pelo seu kit de primeiros socorros, levando-o para a cama, onde Iori a esperava, assumindo a tarefa de limpar os cortes e passar o spray para desinfetar.

—Ela não tem o direito de tocar você e ficar impune, Lana. — Falou baixo, balançando a cabeça de maneira negativa. — Eu sei que você não quer que a gente se meta nos seus problemas, mas olhe isso, babe.

—Eu nunca a vi desse jeito, Iori. Algo não está certo. — Ela suspirou, cansada, baixando os olhos para as próprias mãos. — Eu nunca a vi surtar.

—Ela simplesmente te bateu?

—Eu falei coisas horríveis para ela.

—Isso não justifica nada.

—Justifica sim, se a provoquei. Eu não deveria ter dito nada, ela está grávida. Deus... eu falei coisas horríveis sobre ela. Nunca brigamos desse jeito. Eu sequer estava pensando.

—Vocês estavam com a cabeça quente, mas não justifica ela te machucar.

—Qual a diferença se não a bati, mas a machuquei com o que disse? — Ela a olhou, sentindo os olhos arderem. — Qual é Iori... eu sou tão culpada quanto ela.

—Vamos parar de procurar um culpado, então, porque não gosto que você esteja assim. — Ela olhou entre seus olhos, preocupada. — Você quer falar sobre o que aconteceu?

—Não, não agora. — Ela respirou fundo, enxugando os olhos na barra da blusa. — Vamos comer, que tal? Ainda deve estar quente, não é?

—Sim, demorou para chegar. — Ela ainda a olhava com preocupação, subindo as mãos pelos seus braços. — Você está mesmo bem?

—Eu vou ficar. Só preciso do meu sangue circulando normalmente. Muito drama para uma noite só, quando eu estava mesmo querendo aproveitar o momento com você.

—Estou aqui, e não vou a lugar algum.

—Vamos aproveitar esse momento que podemos ter juntas, então. Esquecer o resto.

—Se te fizer sentir melhor, sim, eu concordo.

Lana sorriu mais aliviada, inclinando-se para beijar seus lábios, acariciando seu rosto com afeição e em agradecimento pelos cuidados antes de se voltar aos sacos ao lado. Desembrulhou o primeiro e ofereceu a ela, guardando o kit de primeiros socorros antes de abrir o seu, sentindo o sanduiche ainda morno, contente o suficiente para dar a primeira mordida, sentindo o corpo se animar com a entrada da comida. Iori acabou sorrindo ao vê-la, relaxando para comer o próprio sanduiche.

—Eu disse que seria delicioso. — Lana falou antes de colocar o último pedaço na boca.

—Você estava certa. Eu vou deixar marcado o nome desse lugar, assim pedimos outra vez. Laura não terá do que reclamar.

—Ou pode ser um lugar nosso.

—Oh, você quer que seja nosso segredo? — Iori sorriu, juntando os papéis e jogando na lixeira ao lado da cama.

—Não um segredo, mas diante da nossa noite, seria bom ter esse lugar como um momento que tivemos. — Bebeu o último gole do refrigerante, jogando na lixeira os dois copos. — Não acha que podemos deixar isso entre nós?

—Você quer me acostumar mal, não quer? — Ela limpou as mãos e lentamente subiu em seu colo, deslizando as mãos pelos seus ombros e subindo pelo seu pescoço.

—Por que não? Se te faz feliz, eu fico feliz em te conceder isso.

—É? E o que eu posso fazer por você agora?

—Você recuperou sua energia?

—Definitivamente.

—Bom. Então use seu poder, tire minha cabeça desse lugar.

—Você não precisa falar duas vezes.

Lana se deixou ser envolvida, não hesitando em se entregar aos toques de Iori, deixando-a comandar o ritmo e o tempo, contente em não precisar fazer nada além de se entregar. Dormiram juntas, sem se preocuparem em colocar um despertador, mas Iori acordou quando ouviu o celular de Lana tocar do seu lado, suspirando quando viu o nome de Madson. Atendeu, saindo da cama para não a acordar, esfregando os olhos, sentindo-se sonolenta.

—Lana? Eu toquei a campainha, ninguém respondeu.

—Você adora ligar em momentos inapropriados. — Iori reclamou, caminhando até a varanda, saindo para olhar o lado de fora.

—Ah, ela está com vocês. — Ela suspirou, movendo-se desconfortável, sem perceber que Iori a olhava da varanda. — Não achei que fosse estar dormindo ainda. Normalmente ela levanta cedo porque passa o dia preparando as coisas para a ceia.

—E você pensou em chegar cedo para a tirar da cama ou para a manter? — Ela se apoiou no parapeito, afastando a neve da superfície, atraindo a atenção da mulher.

—Eu só vim ajudar. Se vocês forem ficar aqui, eu posso ir embora, não quero repetir a dose da última vez.

—Relaxa. Não seja uma idiota, e eu não serei também.

—Você pode dizer o mesmo da outra?

—Ela não está aqui. Lana está dormindo, então vou abrir a porta para você porque sei que foi convidada.

—Ótimo, porque estou congelando aqui fora.

Iori sorriu e desligou o celular, voltando para dentro do quarto, olhando para Lana ainda a dormir. Sorriu, deixando o celular ao seu lado, beijando sua têmpora e subindo mais a coberta, acariciou seus cabelos e suspirou, buscando reunir coragem para enfrentar Madson. Andou pela casa, percebendo tudo quieto, sem saber qual era o horário, mas estranhou o fato, uma vez que sempre havia algum movimento das vezes que dormiu ali. Abriu a porta, mirando Madson por um longo período antes de a deixar entrar, sentindo o estranho clima que pairava entre elas.

—Está tudo quieto aqui. — Madson comentou enquanto retirava o casaco. — Kris está em casa?

—Até ontem à noite estava. Mas também acho estranho.

—Provavelmente saiu cedo para encontrar o noivo.

—Então você ficou sabendo.

—Daph comentou ontem. Mas não é uma surpresa. Você pressiona Kris um pouco, e ela sai fazendo um monte de merd*.

—Eu pude ver isso durante a discussão dela com Lana ontem à noite. — Ela caminhou em direção a cozinha, sendo seguida. — Você quer café?

—Seria bom. Mas que briga foi essa?

—Ah, foi um evento. — Ela abriu os armários, pegando a cafeteira e ligando. — Elas resolveram reviver todos os conflitos. Mas Kris acabou perdendo o controle e estapeou Lana. Ela está toda marcada.

—Então isso finalmente aconteceu.

—O que? Você estava torcendo por isso? — Iori a encarou enquanto colocava o pó do café.

—Não é a primeira vez que Kris perde o controle numa discussão, ela só nunca discutiu de verdade com Lana. — Ela contornou o balcão e abriu a geladeira. — Quer panquecas?

—Você vai cozinhar? — Iori a olhou com desconfiança.

—Não sou uma cretina para tirar você da cama e não fazer algo para agradecer.

—Eu aceito, Lana tem uma geleia de laranja maravilhosa.

—Está bem, panquecas a caminho.

—Mas o que você quis dizer? Kris já bateu em Lana antes? — Ela colocou uma xicara e apertou o botão para o café ser processado. — Você quer o seu com açúcar?

—Não, puro. E não, Kris nunca teve a coragem de discutir tudo com Lana, e Lana tinha medo de Daph ouvir, ou Kris levar a garota embora.

—Kris te bateu?

—Sim, mas não ficou por isso. Lana não sabe de nada disso, ela teria surtado na época se soubesse que eu fui atrás de Kris para a cobrar em relação a Daphne.

—E nada acontecia? — Ela pegou a caneca e entregou para Madson, que sorriu agradecida.

—Não. Ela sabia que eu não sou idiota, e não ficaria só na palavra. Eu sei que podia tirar a guarda de Daph dela. Lana e eu éramos casadas, tínhamos trabalho e uma casa, éramos estáveis. A garota estava melhor quando estávamos lá.

—Mas Lana nunca tentaria isso, não é? — Ela suspirou enquanto via o líquido escorrer em sua caneca.

—Não. Discutimos muito sobre isso, ela nunca fará algo assim, acredite em mim.

—Eu não sei. Agora tem esse noivado, ela não confia que ele será uma boa influência para ela quando concordamos que ele teria pulado em nosso pescoço por estarmos juntas.

—Sério? Ele faz o estilo tradicional? — Ela a olhou enquanto bebia um gole do café.

—Sim.

—Se Kris realmente casar, ele provavelmente vai fazer a cabeça dela para se mudar, ou voltar para Nova York. — Ela suspirou e se voltou a massa que batia manualmente.

—Você acha?

—Kris só exercia a função de mãe no quesito bancário. Todo o resto ela só aproveitou a vida. Eram festas, drogas, bebidas. Ela nunca realmente assumiu a responsabilidade.

—Lana era jovem demais quando aceitou cuidar de Daph.

—Mas ela já devia ter aprendido a não ser tão ingênua. Sabemos no colo de quem essa criança vai parar.

—Eu não sei. Ao menos o noivo pareceu animado em relação a criança.

—Isso é novidade.

—Sim. Então não sei bem como isso vai ser, se Lana não fará nada para ter a guarda de Daph, Kris já deixou a entender que não continuará aqui.

—Lana já tem a guarda de Daph. Mas ela é ingênua demais para entrar na justiça e pegar a guarda completa. Você pode pegar uma frigideira? Eu não sei onde estão as coisas nessa casa.

—Claro, sweetheart. — Ela sorriu quando Madson a olhou, elas acabaram rindo enquanto Iori se movia para pegar a frigideira no armário debaixo. — Então Lana tem a guarda, mas não faz realmente uso disso. Digo... você devia ter visto o rosto dela ontem. Se ela tivesse ido à polícia...

—Se você foi uma testemunha você poderia fazer isso, porque ela nunca fará. Mas então saiba que colocará seu relacionamento com ela a risco, porque se tem uma coisa que ela odeia-

—É que a gente se meta nos problemas dela. É, aprendi isso da pior maneira. — Ela suspirou e se voltou ao café, então tirou a geleia da geladeira e pegou dois pratos, colocando na bancada.

—Eu me tornei um problema agora?

—Quando está sendo uma cretina, sim. Mas você devia ser menos daquela forma e mais assim. É quase possível gostar de você, e mais simples de Lana ter uma recaída sobre você.

—Acha que sou esse tipo de pessoa? — Ela moveu a frigideira e girou a massa. — Não vou negar, eu quero Lana de volta. Mas não a quero a fazendo trair você. Você é legal, eu posso ver porque ela se apaixonou por você. Mas nessa altura você deve saber. — Ela se virou e despejou a massa em um dos pratos, desligando o fogo e deixando a frigideira ali. — Se ela escolheu você, é porque ela quer ir até o fim. Você a manteve longe por dois meses, eu sei que minhas chances são pequenas se ela te aceitou de volta.

—Então você ainda não perdeu as esperanças. — Constatou, passando a geleia sobre a massa quente.

—Você não a conhece como eu conheço. Eu sei onde tocar para ela se lembrar dos nossos momentos.

—Eu não me importo com suas tentativas. Você continua tendo migalhas, e eu tenho o pacote inteiro. — Ela sorriu, tirando uma parte da panqueca e oferecendo a ela, que somente se inclinou e pegou com a boca, saboreando.

—É realmente delicioso essa geleia. Vou comprar uma. Mas não se esqueça uma coisa. Você está conhecendo as melhores partes dela. Eu sei as piores, e eu duvido que você aguente.

—O que há de tão ruim sobre Lana?

—Por que eu diria a você?

—Porque no fundo você sabe que eu ganho o coração dela e ainda me caso com ela. — Sorriu, colocando mais um pedaço da panqueca na boca dela, sem receber recusas. — E você vai ficar somente com suas mãos.

—Eu não sei sobre isso. Lana esteve bastante feliz com essas mãos por muitos anos. E eu me diverti bastante com as delas.

—É? E o que ela fazia que você mais gostava?

—Amor. — Ela sorriu quando Iori franziu o cenho em confusão, apoiando as mãos na bancada de forma a encurralá-la. — Não era só sex*, nem só diversão. Ela conhece cada parte do meu corpo, sabe explorar o tempo e minha pele. Então quando íamos para a cama, tínhamos todo o tempo do mundo. Ela fazia amor comigo, e isso, minha querida, você não pode dizer que teve dela. — Ela encarou os olhos cinzentos, observando sua luta em não demonstrar nenhuma reação sobre aquilo, mas julgou que fosse o suficiente para afetá-la. — Ou alguma vez ela olhou em seus olhos enquanto estavam na cama, e você soube que estavam fazendo amor?

—Você está certa, não fizemos amor na cama. — Admitiu, mantendo o tom neutro, pausando para tomar o café. — Estamos juntas há pouco tempo, eu não vou tentar competir com a história que vocês tiveram. Mas como você disse, ela escolheu a mim, e não há nada que você possa relembrar do seu passado que mude o presente. — Ela usou a mão livre para apertar sua bochecha. — Ela está comigo. É melhor você aceitar e assinar o divórcio, porque não vou deixar uma brecha para você se aproximar dela.

—Oh, por Deus, Laura, acho que temos concorrência. — Lana andava lentamente para entrar na cozinha, observando a cena de longe enquanto mantinha Laura ao telefone. — E você não vai gostar de saber quem é.

—Kristin? — Laura sugeriu.

—Seria mais simples se fosse. — Ela ergueu as sobrancelhas para ambas, que se afastaram ao notar sua presença. — Estou interrompendo algo, Madson?

—Bem, eu fiz panqueca. — Falou com um sorriso de lado, recostando na pia e cruzando os braços. — Diga a Laura que é uma delícia.

—Não diga nada. — Iori largou a caneca sobre o balcão e foi até ela, envolvendo sua cintura. — Só estávamos tendo uma conversa amigável.

—Era só isso? Porque eu tenho certeza de que impedi uma língua de entrar na sua boca. — Lana estreitou os olhos, desconfiada.

—Iori não bebeu saquê uma hora dessa, bebeu? — Laura perguntou no seu ouvido. — Porque só depois de algumas garrafas eu acreditaria que ela seria louca ao ponto de pegar sua ex.

—Pare de imaginar coisas. — Iori falou num suspiro, pegando seu celular e selando seus lábios. — Ou realmente acha que eu faria algo assim?

Lana suspirou, mas somente segurou seu rosto e beijou seus lábios, acariciando suas bochechas enquanto a olhava com afeição, conseguindo a fazer sorrir.

—Laura está solitária, quer saber quando você volta.

—Ela está? Achei que já estivesse na cozinha preparando o jantar com a mãe e Cláudia.

—E está. Mas continua perguntando de você.

—É o natal, ela sempre fica assim. — Ela balançou a cabeça, selando seus lábios outra vez. — Eu já volto.

Lana assentiu, deixando-a ir e se voltando a Madson, que ergueu as mãos em sinal de paz, voltando-se ao fogão e fazendo outra massa. Lana suspirou diante disso, mas contornou o balcão e pegou a caneca sobre ele, tomando um gole.

—Por que Kris e Daph ainda não desceram?

—Porque elas não estão em casa. — Lana falou lentamente, mantendo os olhos no balcão.

—E vão voltar? Ou seremos nós duas esse ano?

—Eu não acho que elas voltem mais.

Madson desligou o fogo e se virou, bastando olhar em seu rosto para entender. Suspirou e a abraçou, acariciando seus cabelos e beijando o topo de sua cabeça, sentindo-a imóvel.

—Quando elas foram? — Perguntou mais baixo, mantendo-a contra seu corpo.

—No meio da noite. Voltaram para Nova York com o irlandês.

—E Kris te ligou para avisar ao menos?

—Deixou uma mensagem de voz na caixa postal. — Ela afastou o corpo de Madson e bebeu mais um gole do café. — Tirou o celular de Daph, trocou a fechadura.

—O que ela quer provar com isso?

—Ela disse que quer uma chance de ser responsável por Daphne. E só vai conseguir isso longe de mim.

—Depois de 13 anos? E você está bem com isso?

—Não, claro que não. Ainda estou digerindo.

—Já pensou no que vai fazer? — Ela arrumou seus cabelos para trás, tendo melhor visão dos pequenos cortes em seu rosto. — Porque você teria completo direito a Daph se fosse a delegacia agora. Ela te agrediu e ainda fugiu.

—Eu pensei nisso, mas ela está grávida. — Suspirou, balançando a cabeça de maneira negativa. — Ela pediu uma chance, Mad, disse que quer tentar. Eu entendo. Falei muitas coisas para ela ontem, fiz ela surtar.

—Sim, você é boa nisso. — Madson sorriu de maneira triste, acariciando sua bochecha com suavidade sobre um dos cortes. — Espero que controle sua boca, porque tenho certeza que sua namorada não vai aguentar.

—Eu sei.

—Nenhuma delas. Ou acha que a outra não faria nada com você se você perdesse o controle?

—Você nunca fez.

—Porque sei que você é uma idiota. Mas se o que você disse fez Kristin acordar para as responsabilidades dela, então talvez não tenha sido tão ruim.

—Ela vai me dar a guarda completa se não conseguir lidar com Daphne.

—Parece fácil demais.

—Eu não posso ir até lá e trazer Daph de volta. Você sabe que não posso, eu não tenho direitos sobre a garota, e não quero fazê-la passar por uma luta na justiça.

—Vai simplesmente deixar Kristin levar a garota embora como se você tivesse sido a babá dela?

—Eu não sou mãe de Daph, e ela sempre quis passar tempo com a mãe. Talvez seja isso que elas precisem, eu não sei. Simplesmente não sei Madson.

—Você não é assim. Ela disse algo? Te ameaçou?

—Não há nada a ser feito, Mad.

—O que ela fez, Lana?

Ela somente suspirou, balançando a cabeça e assumindo seu lugar no fogão, terminando de fazer a panqueca e colocando em outro prato. Buscou pelo mel e despejou sobre a massa, começando a comer em silêncio. Iori voltou pouco tempo depois, olhando entre ambas e estranhando que não estivessem falando nada, aproximando-se com cautela e ficando em frente a Lana do outro lado do balcão, acariciando sua bochecha e analisando seus olhos.

—Laura me contou tudo. Eu sinto muito, eu realmente sinto.

—Tudo bem, já era de se imaginar que aconteceria.

—Qual é, eu sou a única aqui a estranhar que você esteja tão calma quanto a isso? — Madson perguntou com impaciência.

—Não comece com isso, Mad. — Ela somente continuou tomando o café.

—O que Kristin teria contra você para te impedir de ir até lá?

—Acho que isso é algo entre elas duas, Madson. — Iori falou com cautela, olhando entre elas.

—Você sabe de alguma coisa? Eu sou a única que não sabe?

—Não, eu não sei. Laura só falou que Kris tinha ameaçado com algo.

—Lana, não importa o que ela tenha contra você, podemos dar um jeito nisso. — Ela a virou e segurou seus ombros, mirando seus olhos. — Diga, e nós resolvemos.

—Ela não tem nada contra mim. Você sabe as piores coisas que já fiz tanto quanto ela. Eu só estou cansada, está bem? Não me peça para fazer alguma coisa, porque eu estou cansada de ter que fazer tudo. — Ela afastou suas mãos com frustração. — Eu cuidei de Daphne como teria cuidado do meu filho, e no fim eu não mereço nada por isso.

—Você merece ter a garota com você.

—Ela não quer.

—O que quer dizer com ela não quer? Daphne ama você. — Iori falou com confusão.

—Não mais. — Ela balançou a cabeça, prendendo as mãos na cintura, olhando para baixo. — Eu disse as piores coisas para Kristin ontem, eu admito. Eu a provoquei para se sentir por baixo. Ela reagiu, eu a segurei. Ela surtou, está bem? — Ela olhou para ambas. — Eu não sabia o que fazer, eu só a segurei. Eu segurei e não soltei, porque tinha medo de ser pior. E talvez tenha segurado mais do que devia.

—Ela ficou marcada. — Madson definiu, Lana assentiu.

—Ela vai alegar que a agredi e ela se defendeu. Vai alegar que a ameacei e cometi algum tipo de violência psicológica. Ao menos, foi tudo o que ela disse a Daphne. E vai dizer a polícia se eu for lá.

—Aquela vadia foi longe demais agora. — Madson falou com raiva. — Ela está usando a garota contra você agora?

—E Daphne a ama. Kris está usando isso para fazer a garota escolher entre nós duas, e claro que ela escolheu a mãe.

—Eu estava aqui, Lana. Posso falar a seu favor. — Iori se aproximou dela, envolvendo sua cintura.

—Você é minha namorada, eles achariam que está dizendo o que eu pedir. E Kris é a mãe, sempre vão dar preferência a palavra dela. É uma luta perdida, vocês sabem disso. — Ela acariciou sutilmente sua bochecha. — Qualquer coisa que eu fizer vai ser ruim. É melhor esperar.

—Isso não vai ficar assim, babe, eu não vou deixar aquela cretina colocar a garota contra você desse jeito. — Madson cruzou os braços em plena frustração. — Após o natal, eu vou atrás dela. Vou falar com Daph. Tenho certeza que ela vai acreditar em mim.

—Você não deveria fazer nada também. Só vai piorar a situação. Deixe Kris achar que ganhou a filha. Eu não farei nada agora. Se ela realmente quer se aproximar da garota, deixe que faça isso.

—Eu sou obrigada a concordar. — Iori falou, suspirando antes de se virar para olhar a outra mulher. — Qualquer movimento que fizermos ela vai denunciar Lana. Ela pode ir presa, ou ter uma liminar na justiça que a impeça de chegar perto de qualquer uma delas. Por mais ruim que pareça, vamos ter que esperar que ela se acalme e pense direito.

—Estamos nas mãos daquela idiota?

—Eu só não quero piorar as coisas, Mad. Não quero uma ficha criminal, não quero Daph me odiando por algo que não fiz. — Lana falou, demonstrando cansaço. — Podem por favor não fazer nada sobre isso?

—Eu não farei nada que prejudique você, meu amor. — Iori segurou sua mão e levou aos lábios. — Mas definitivamente estarei aqui quando pudermos fazer algo.

—Você sabe que pode contar comigo, Lana. — Madson suspirou. — Estando juntas ou não.

—Eu sei, e agradeço vocês duas por isso. — Ela deu um meio sorriso, então focou em Iori. — Você devia se encontrar com Laura. A mãe dela já está desconfiando de sua ausência.

—Eu sei, Laura falou. Mas concordamos que não queremos te deixar aqui. Você e Madson deviam vir comigo. A mãe de Laura não iria se incomodar de ter mais gente lá.

—Vocês beberam ou realmente me querem junto da família de vocês? — Madson riu, incrédula.

—É natal, Madson, não somos tão cretinas. — Iori revirou os olhos em sua direção. — Podemos concordar que não será bom deixar Lana ficar aqui em casa?

—Talvez.

—Eu estou bem aqui. — Lana a olhou. — Eu já disse a Laura que não é assim que quero a família dela sabendo sobre nós. E eu não estou com cabeça para isso agora, querida.

—Podemos ficar aqui então, Laura pode vir.

—É natal, Sasaki. Por favor, passem com suas famílias. Não vou pedir para não se preocuparem, mas manterei vocês informadas se eu precisar de algo.

—Eu não gosto dessa ideia.

—Eu vou sobreviver. Madson manterá as mãos nos bolsos. Eu farei comida. Ficará tudo bem. Vá se encontrar com Laura, está bem?

—Não, mas eu sei bem que você não mudará de ideia.

—Nos veremos depois do feriado. — Garantiu, acariciando sua mão. — Vem, eu chamo um carro para você.

Iori se deixou ser guiada para a sala, esperando que ela chamasse o motorista, aproveitando os minutos seguintes para estar perto dela, certificando-se de que ficaria bem.

—Aqui, estive pensando em dar isso a vocês depois desses feriados. — Lana retirou uma chave do chaveiro na porta, colocando em sua mão. — Assim vocês podem entrar sem precisar esperar lá fora.

—Oh! A chave da sua casa. — Falou com surpresa.

—Sim. Eu confio em vocês para saberem usar isso, e para saberem que tem liberdade de estarem aqui. — Ela sorriu enquanto segurava seu rosto, movendo os dedos em suas bochechas. — E quem sabe te deixem mais à vontade para explorar o lugar como se fosse de vocês.

—Oh, muito persuasiva você. — Ela envolveu sua cintura, selando seus lábios enquanto apoiava o corpo no seu contra a parede. — Mas eu definitivamente gostei do poder que está dando em minhas mãos.

—Eu queria que Laura estivesse aqui, mas eu darei uma a ela tão logo ver aquele belo rosto de novo.

—Quer que eu mantenha segredo?

—Não há necessidade. — O carro buzinou do lado de fora, ela sorriu. — Tenha um bom natal, meu amor.

—Você também. Qualquer coisa que precisar é só dizer, e eu estarei aqui.

—Eu sei. Mantenha Laura aquecida hoje à noite.

—Ela provavelmente vai estar cansada.

—Então faça bom uso dos seus lábios e a mantenha com as pernas bem abertas, e ela não terá qualquer trabalho.

—Oh, querida. — Ela riu, beijando-a mais demoradamente. — Eu vou entregar seu presente a ela, não tenha dúvidas.

—Bom saber. — Ela abriu a porta, sinalizando para o motorista dentro do carro, então a ajudou a colocar o casaco, colocando a toca e um cachecol que estavam pendurados juntos. — Assim Laura não me amaldiçoa por deixar você com frio.

—Tola. Obrigada.

Lana esperou que ela fosse embora, então voltou para a sala e sentou no sofá, buscando relaxar por mais alguns minutos, tentando aceitar que o silêncio na casa agora seria definitivo. Não conseguiu chorar a saudade que já sentia de Daphne, o rancor por Kristin sedava qualquer vontade de demonstrar tristeza. Madson sentou do seu lado pouco tempo depois, colocando um prato em seu colo com mais duas panquecas e uma torrada. Lana a olhou, mas ela somente entregou outra caneca com café, brindando com a sua própria e deixando que ela comesse em silêncio, desfrutando da paz que vigorava entre elas.

—Não precisamos fazer o pernil se não quiser, mas não vamos comer macarrão instantâneo. — Madson falou com um sorriso de lado, olhando para a parede a frente.

—Macarrão com queijo então?

—Lasanha.

—Tudo bem. Torta de morango?

—Definitivamente.

—Bem, parece fácil.

—Eu faço macarrão se estiver com fome agora.

—Não, não agora. — Ela deitou a cabeça em seu ombro, fechando os olhos. — Obrigada por ter ficado. Eu não queria preocupar aquelas duas ou arranjar algum problema com a família.

—Está tudo bem, não é sacrifício algum ficar com você.

—Eu sei que é, quando você quer mais do que estar aqui.

—Eu quero, mas sei que você já seguiu em frente. Não sei se sua relação com ambas vai durar. Com Iori provavelmente vai, ela faz seu tipo, forte e decidida. Digo, é divertido provocar ela, mas hoje pude ver o que você viu nela. — Ela sorriu, envolvendo seus dedos. — Ela é cautelosa, pude perceber que está tendo cautela com você e seus limites, mas também não se deixando ser subestimada. Ela realmente gosta de você, Lana.

—E você estava dando em cima dela em minha casa.

—Eu a estava testando, mas ela só provou que está à altura de estar ao seu lado. Eu só tomaria cuidado com a outra.

—Eu sei que você está assim com o pé atrás com Laura porque ela enlouqueceu e bateu em você. E eu sinto muito sobre isso, eu teria impedido se soubesse que ela seria capaz. Mas ela é doce e gentil, intensa e protetora.

—Eu diria a mesma coisa sobre você, babe, por isso estou dizendo para ter cuidado. Você é um doce, mas por Deus, você sabe como fazer uma tempestade. Ela é do mesmo jeito. Deus sabe o que vai acontecer quando vocês duas tiverem uma verdadeira discussão.

—Você acha que ela me bateria?

—Eu espero que não. Mas você faz o mesmo estrago sem erguer uma mão.

—Eu estou buscando melhorar isso.

—Eu sei. Você já mudou bastante nesse ano, mas eu sempre vou amar você, não importa o que aconteça. Então espero que você seja feliz, babe, seja com elas, ou seja voltando para mim. Então... — Ela abriu a jaqueta e retirou um papel dobrado do bolso interno, entregando a ela e esperando que lesse. — Nosso casamento pode ter acabado, mas não minha vontade de ter você comigo outra vez. Sempre vai haver uma parte em mim que vai esperar você.

—Você assinou o divórcio. — Falou com surpresa, folheando o documento.

—Sim, não quero que você me odeie, e não quero te segurar para trás.

—Oh, Mad. Eu sabia que acabaria chegando a isso. — Ela colocou o prato junto da caneca na mesinha, então a abraçou. — Obrigada, babe, eu sabia que não estava enganada sobre você.

—Claro que não. Eu sei que você sempre vai me conhecer mais que qualquer um nessa vida.

—E você a mim.

Madson sorriu ao olhar para ela, selando seus lábios enquanto acariciava seu rosto, suspirando antes de apoiar suas testas, o fim sendo decretado oficialmente.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Eu pensei em dividir o capítulo em mais 2, mas o que são 6 mil palavras? xD não sejam preguiçosos como eu :D

 

Como prometido, drama vos trarei :3 eu podia nomear os capítulos como Drama, Parte I, Parte II - a dramatização, Parte III - o retorno do drama, que tal? hahaha brincadeiras a parte, o que acharam do capítulo?

 

Até o próximo ;)


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Comentários para 16 - Décimo quarto:
Lea
Lea

Em: 03/08/2021

Kris não vale o que come.Jogou muito baixo para cima da Lana e ainda levou a Daphne embora. Esse irlandês não me parece alguém confiável,para se  ter perto da Daphne. 

Madson não fala mal da minha Laura. Mesmo se mostrando mais humana nesse capítulo, não lhe dá o direito de falar mal da Laura. Em fim o divórcio!

Devo me preparar para uma possível separação da Iori e da Laura,e consequentemente a uma separação da Laura e da Lana???


Resposta do autor:

Bah quem sabe? Hahahaha não posso dar spoiller

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Dolly Loca
Dolly Loca

Em: 26/04/2021

Que capítulo intenso! Amei!

A Lana parece aquelas equilibristas de circo, lidando com vários problemas ao mesmo tempo kkk


Resposta do autor:

Olá Dolly :D

Que bom que gostou!

hahahaha vendo desse jeito realmente, parece que ela vive equilibrando várias coisas, até onde ela consegue? :D

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