Oitavo
Elas passaram a próxima hora conversando sobre as coisas que aconteceram durante os dois meses que estiveram sem se falar, atualizando-se dos acontecimentos e aproveitando o momento para descontrair. Terminaram a pizza e Lana as levou para explorar a casa, obtendo ajuda para subir e descer as escadas para poder mostrar tudo, deixando seu quarto por último. Era espaçoso, mas com pouca mobília, somente a cama, o armário e um espaço considerável até a janela, que mostrava os fundos da casa.
—Você não passa muito tempo aqui. — Iori constatou enquanto andava pelo espaço quase vazio do quarto.
—Não, e é melhor assim. Eu vou ter meu quarto oficial lá em cima como viram. Não queria gastar à toa aqui e ter o trabalho de mudar tudo para o outro quarto.
—Você tem razão. É um quarto provisório. — Laura acariciou os dedos de sua mão que ainda segurava para oferecer apoio enquanto ela andava e a ajudava a avançar alguns passos pelo quarto. — Mas tem uma bela cama.
—Sim, sintam-se à vontade, vocês nunca foram tímidas de qualquer forma.
—Eu quase me sinto ofendida. — Iori riu, aproximando-se e envolvendo sua cintura. — Se não fosse verdade.
—Vê? Você está começando a ficar previsível, Sasaki.
—É agora que temos aquela conversa? — Ela se aproximou mais, subindo as mãos pelas costas dela. — Ou podemos pular para a parte que resolvemos tudo e eu posso tocar você?
—Rápida você, não acha? Quer repetir os acontecimentos da manhã seguinte? — Ela inclinou o rosto para olhar Laura. — Em que ponto vocês pararam nessa discussão?
—Bem... concordamos que queremos você. Não concordamos em que forma dividir essa relação. — Laura falou lentamente.
—Estávamos tentando algumas regras, acordos. Se você aprovasse no fim, é claro. — Iori beijou seu maxilar, aspirando seu cheiro.
—Parece bom. Vão me contar quais foram as que aprovaram ou não? — Lana sorriu, tocando o rosto de Iori. — Sasaki...
—Iori, use sua boca para outra coisa. — Laura tocou seu ombro e a afastou lentamente. — Vamos conversar. Quanto antes começar mais rápido lidamos com isso.
—Está bem! Vocês venceram. — Iori suspirou ao se afastar. — Faremos isso aqui?
—Sim, faremos. Agora sente e leve isso mais sério.
Iori somente obedeceu, sentando no centro da cama. Lana sentou ao pé da cama, esticando a perna entre o casal do outro lado. Relaxou o corpo, apoiando-se nos cotovelos antes de suspirar, olhando entre ambas a espera que começassem, mas elas pareciam hesitar. Acabou rindo da situação.
—Qual foi o ponto menos aceito?
—Começando pelo mais difícil? — Iori ergueu as sobrancelhas.
—Claro, assim eu sei por onde suas mentes andaram vagando.
—Bem... Acho que o ponto que mais discutimos foram sobre os encontros sem estarmos todas neles. — Laura falou lentamente, olhando para Iori em busca de confirmação, ela somente balançou a cabeça.
—O que tem isso?
—Eu acho natural acontecer. Iori sempre está viajando para supervisionar os projetos e criar novos em outras cidades.
—E eu não acho justo perder esses momentos com vocês por causa do meu trabalho. — Iori argumentou. — Além de que com a frequência que viajo, você vai acabar criando preferência por Laura.
—Eu podia ter criado preferência por você Sasaki após todos aqueles meses das suas investidas, mas eu continuo querendo estar com vocês duas. — Ela ergueu ligeiramente a mão, impedindo que ela voltasse a falar. — Mas concordo que os encontros são uma forma de aprofundar nossos laços, de nos conhecermos melhor. Talvez pode haver um equilíbrio.
—Equilíbrio?
—Eu gosto de cada uma de vocês por motivos diferentes, então claro que criaria diferentes tipos de laços com cada uma. Para cada encontro que tiver com uma eu tenho com a outra, mas só em caso de você não estar na cidade, Iori.
—É uma opção. — Laura voltou a olhar para a mulher ao lado, que tinha os olhos estreitos em Lana. — Querida, o que acha que de mal pode acontecer? Sempre compartilhamos informações que Lana nos dá entre nós.
—Não são as informações. São os momentos. — Iori repetiu. — Odiaria perder momentos importantes com vocês por causa das viagens.
—Sasaki... Vamos ser justas. Quantas vezes vocês saíram juntas depois que começamos a ter encontros?
—É diferente.
—É? Claro, vocês devem estar acostumadas a terem os próprios momentos. Estávamos só começando então é justificável que não tenham pensado nisso. Mas vocês iriam parar de ter esses momentos agora? — Lana ergueu as sobrancelhas. — Vocês moram juntas por anos. Acham justo me pedir para sentar e esperar vocês duas estarem disponíveis e que colida com minha agenda normal? Eu sempre vou estar em desvantagem quando se trata de ter momentos com vocês.
—Querida, eu entendo que não queira perder qualquer chance de se aproximar de Lana. — Laura ainda a olhava. — Você devia considerar mais em diminuir essas viagens. Iria acabar acontecendo eventualmente.
—Eu continuo não gostando da ideia, mas podemos tentar dessa forma. — Iori inclinou a cabeça para Laura. — Você tem razão sobre o ritmo das viagens. Eu vou diminuir em breve.
—Em vista que estamos falando sobre diminuir carga de trabalho, senhorita... — Laura sorriu agradecida para Iori, beijando seus lábios antes de olhar para Lana. — O que nos diz sobre o seu?
—Oh, o meu? — Lana sorriu em surpresa.
—Você trabalha todos os dias que a Infinity está aberta. Como vai ter tempo e disposição para investir aqui? — Laura moveu o dedo para indicá-la junto a Iori.
—Que dejá-vú. Estou de volta a discussão com Leon?
—Não, eu espero. Até porque não terminou bem.
—Como você disse para sermos justas, você sempre estava cansada durante os encontros. — Iori ergueu as sobrancelhas em sua direção quando ela não tentou negar o fato. — Vê? Se até seu chefe reclama que você trabalha demais, devia diminuir o ritmo.
—Como eu disse, provavelmente não voltarei as aulas no final de semana. Isso é diminuir o ritmo, não é? — Lana abriu um pequeno sorriso, infeliz com a notícia.
—Isso significa que não vai tentar recuperar todas as suas turmas?
—Não. Significa que Leon não vai deixar mesmo que eu peça muito.
—Oh. Não era isso que estávamos realmente querendo que acontecesse. Você está bem com isso?
—Você adora o projeto com as crianças domingo. — Laura relembrou.
—Sim, eu quem comecei em Nova York. Consegui o patrocínio aqui. — Lana suspirou, movendo ligeiramente os ombros. — Durante a semana eu ainda não sei como vai ser. Tenho essa reunião com Leon marcada para saber como vai ser minha volta. E outra com Madson pelo visto, então vocês vão ter que esperar por isso para eu dar uma resposta mais certa sobre meu tempo.
—Ao menos você está mais aberta a negociações sobre isso, é um começo. — Laura acariciou sua perna em contentamento.
—Sim, acho que sim. Mas enfim, próximo tópico. O que vocês aceitaram mais fácil?
—Sexo. — Ambas falaram ao mesmo tempo, e logo em seguida começaram a rir, Lana somente sorriu, relaxando no lugar.
—Sério? Tão fácil? — Perguntou sem acreditar. — O que sobre sex* que concordaram?
—O que não havia para concordar? — Iori sorriu. — Você pode ter qualquer uma de nós quando quiser. As duas. De qualquer forma.
—Oh, que privilégio. Mas como você planejou isso acontecendo se não estava aceitando sobre os encontros? Ou você achou que eu ia contatar uma de vocês só para isso? — Ela ergueu uma sobrancelha, confusa.
—Estávamos tropeçando nos acordos, eu te disse. — Iori riu, apoiando a mão sobre a perna de Laura. — Mas há algo que Laura não me deixou ter por definitivo.
—Porque é o corpo dela. Ela decide. — Laura a lançou um olhar de repreensão. — E eu nunca disse que não queria.
—Oh não. Você não quer. Você nunca se interessou por essa parte.
—Eu nunca disse isso. Eu só te deixei ter todas as vezes porque era divertido assistir.
—Não se importem comigo. Eu nem estou aqui vendo sua discussão para exigir alguma parte do meu corpo. — Lana falou em tom zombeteiro, sentando-se para tirar a blusa de gola, ficando somente com uma camiseta. — Eu deveria fazer vocês lutarem numa piscina para ver quem ganha o direito?
—Oh, sua pervertida. — Iori a acusou, jogando um travesseiro em sua direção, mas ela somente riu ao segurar, colocando em suas costas e voltando a deitar, apoiando as mãos atrás da cabeça.
—Estão fazendo exigências sobre minha bunda sem me consultar? — Questionou, achando graça, não encontrando qualquer negação. — Sério que minha bunda foi um tópico para vocês?
—Bunda é sempre um tópico para Iori. — Laura falou a sorrir.
—E o que você quer exatamente Sasaki?
—Exclusividade, é claro. — Iori falou com expectativa.
—Oh? Laura, você vai me dar exclusividade sobre sua bunda?
—Ei! São minhas propriedades.
—Você não pode simplesmente decidir se eu devo dar acesso a Laura ou não. Ou ambas têm o mesmo acesso ou ninguém tem. É simples.
—Qual é Lana... Eu cuidei muito bem quando você me deu.
—E eu não esperaria menos de você. Sei que Laura pode ter os mesmos cuidados, se ela quiser. — Ela deslizou os olhos pelo corpo dela até parar em seus olhos, abrindo um sorriso.
—Eu quero. — Laura retribuiu ao sorriso.
—Vê? As duas podem ter. Só não me peçam na mesma noite, ou eu estaria arruinada.
—Está bem, isso não é nada justo, mas tudo bem. — Iori se recostou na cabeceira da cama, contrariada.
—Justo? Você tem duas mulheres, Sasaki. Ambas te dão acesso ao que você quer e você está reclamando? Quanta ambição.
—Oh. — Iori sorriu, olhando para Laura. — Isso significa que ainda temos você?
—Depende. — Ela olhou entre ambas lentamente. — O que esperam ter de mim? Vocês disseram que queriam um relacionamento, mas no primeiro passo que dei para isso se tornar sério e oficial, vocês recuaram. Vocês disseram que não seria só casual, eu continuo acreditando nisso. Mas como isso vai ser? Não quero ser um brinquedo para vocês dividirem. Não quero ser alguém entre vocês duas. Quero que isso seja de verdade, mesmo que eu saiba que será difícil por vocês estarem juntas há mais tempo.
—Estivemos conversando sobre isso também. — Iori falou mais baixo e devagar, buscando ter calma, ainda que sentisse seu coração se contrair com o medo irracional de a perder outra vez.
—Bom. Foi um tópico que estavam de acordo ou ainda precisam pensar sobre isso?
—Queremos a mesma coisa. — Laura tateou o bolso da calça e retirou a mesma caixinha preta que Lana a tinha dado uma vez. — Quando você me disse que estavam vindo me buscar para termos essa conversa, achei que isso seria necessário no fim.
—Os anéis. — Lana sorriu, sentando-se e recebendo a caixa em mãos, tendo seu tempo para recordar as pequenas argolas, parecendo intocadas por todo esse tempo. — Então finalmente terei minha resposta? — Ela olhou entre ambas.
—Faça a pergunta, ou não tem sentido. — Iori sorria, movendo as mãos para que ela continuasse.
—Bem... Laura, Iori... — Ela virou a caixinha em direção a elas, levando seu tempo para fitar os olhos de ambas. — Vocês querem namorar comigo?
—Eu quero, mi cariño.
—Eu também, meu amor. Mais que qualquer coisa agora.
Lana sorriu aliviada com as respostas, rindo alegre enquanto colocava as alianças em seus respectivos dedos, ambas se movendo para colocarem o anel restante no dedo de Lana.
—Agora é oficial. — Iori falou enquanto segurava sua mão. — Você é minha mulher agora.
—E vocês são as minhas. — Lana estendeu a outra mão até o rosto dela, acariciando sua bochecha antes de mirar os olhos castanhos de Laura, que estavam úmidos. — Farei de tudo para manter isso funcionando. Para nos manter juntas.
Sorriu para Iori, deslizando os dedos até sua nuca enquanto mirava seus lábios, puxando-a lentamente para si, encontrando toda a paixão e entrega tão logo seus lábios tocaram. Sentiu seu coração acelerar à medida que reconhecia os movimentos da língua provocante de Iori, que explorava sua boca e a atiçava a avançar mais, a pedir por mais. Ainda assim Iori desviou dos seus lábios e sorriu, virando o rosto de Lana e pressionando os dedos entre os cabelos de Laura, incentivando a proximidade. Elas não pensaram uma segunda vez em se beijarem, aproximando-se o máximo que podiam e tocando as partes que alcançavam. Iori moveu a mão sobre o abdômen de Lana, deslizando por baixo de sua camiseta e subindo até um dos seus seios, mordendo o lábio quando sentiu o fino tecido que o cobria, deixando seu contato mais próximo quando começou a acariciá-lo.
Lana segurou a respiração diante do contato, aproveitando as carícias enquanto movia as mãos pelo corpo de Laura, sentindo sua mão deslizar com suavidade sobre sua perna operada até chegar em seu sex*, pressionando e movendo os dedos sobre sua calça. Lana desviou dos seus lábios e olhou entre ambas, apoiando as mãos atrás de si, cruzando uma perna e deixando a operada para fora da cama.
—O que foi? — Iori perguntou, deslizando a mão pela barriga dela. — Muito rápido?
—Não. Eu quero. Mas de uma maneira diferente hoje, se concordarem.
—Estou curiosa. No que está pensando?
—Prefiro mostrar.
—Está bem. Mostre.
—Laura, beije Iori. — Ela sorriu em direção a Laura, movendo a cabeça em direção a outra.
Laura não hesitou, virou-se para Iori e tocou seu rosto, aproximando-se lentamente e beijando seus lábios, aprofundando o contato à medida que envolvia sua cintura. Iori riu em meio ao beijo, mas não parou, entrelaçando os dedos na nuca dela. Ficaram alguns segundos ali, aproveitando o momento, até Iori voltar a rir e se virar para Lana.
—Eu não disse para pararem. — Lana falou a sorrir. — Estava começando a me divertir.
—Então é esse seu plano afinal. — Iori a olhou em surpresa. — Você quer assistir.
—É uma forma de colocar. Eu vou participar, mas quero ver vocês.
—Eu não estou reclamando. — Laura sorriu. — Venha Iori, estava me aproveitando.
—Qual a graça se não posso ter as duas? — Ela manteve os olhos em Lana, mas Laura a envolveu em seus braços, beijando seu pescoço e movendo as mãos debaixo de sua blusa.
—Oh, querida, você vai me ter o tempo inteiro, sem tirar os olhos de você. — Ela se inclinou e pressionou os lábios no ombro de Laura. — Você sempre quis minha atenção lembra? É só relembrar suas investidas.
—Sua mente suja. — Iori acabou sorrindo, movendo as mãos para tirar a blusa de Laura. — Então acho que vou acabar me esforçando.
—É só parar de falar. — Laura a provocou, pressionando seus corpos e a fazendo deitar.
Lana sorriu contente, voltando a relaxar ao pé da cama, ajeitando-se para as dar espaço. Assistiu elas se alternarem para se despir, admirando a falta de hesitação de Laura, sua entrega e seu fácil aceitamento em se mostrar, em se exibir e exibir sua capacidade de dar prazer a sua mulher. Agiu como uma mecânica que conhecia suas máquinas, girando as peças no momento certo para fazer ecoar os sons da boca de sua mulher. Iori a surpreendeu, no entanto, mostrando seu lado competitivo para atrair sua atenção, procurando seus olhos para buscar sua satisfação, sua aprovação. Deixou que Laura liderasse, no entanto, entregando-se sem pudor até estar satisfeita.
Laura a acomodou ainda em seu colo, abraçando sua cintura e se deixando deitar na cama, a cabeça sobre a perna de Lana, ao seu lado. Lana tirou os cabelos úmidos do seu rosto, acariciando sua cabeça e esperando que descansassem. Iori permaneceu sobre o peito de sua mulher, ouvindo as batidas do seu coração desacelerarem gradativamente. Não falaram nada, aproveitando o clima agradável e pacífico que reinou no quarto até o casal dormir. Lana ainda ficou mais algum tempo ali, deixando que descansassem, até ter certeza de que dormiam profundamente, e sua perna protestar a falta de circulação.
Saiu da cama com cuidado, usando o travesseiro para apoiar a cabeça de Laura, parando por um momento somente para as observar dormindo. As cobriu com uma manta e um cobertor, mancando lentamente até a saída e apagando a luz antes de fechar a porta. Continuou mancando pela casa, alongando a perna e testando sua movimentação, já quase não sentia incômodo ao apoiar no chão, considerou que se recuperaria antes do prazo dado inicialmente. Caminhou até encontrar Kristin na cozinha, colocando os pratos na lava-louças, um olhar acusatório quando percebeu sua aproximação.
—Teve visitas? — Questionou, indicando as três taças que segurava.
—Algo assim. Eu ia trazer para cá, deixe que eu termine.
—Não se incomode. Não é trabalho algum. Fale das visitas. — Ela apontou para a porta de entrada, indicando os casacos pendurados. — Outro casal?
—Não. O mesmo. Elas estão dormindo no meu quarto, tente não fazer barulho com sua curiosidade.
—Achei que tivesse acabado. — Kristin a olhou de maneira cética, balançando a cabeça em desacordo antes de fechar a máquina.
—Eu também. Mas resolvemos as coisas. — Ela voltou a andar, entrando na cozinha e pegando um copo, preenchendo com água, bebendo alguns goles.
—Estou vendo. — Kristin encarou o anel em seu dedo. — Qual delas te propôs?
—Eu propus. Elas aceitaram. Estamos juntas agora, se puder respeitar isso eu agradeço.
—É claro que irei respeitar Lana. Não nasci em outra época. É sua escolha, e eu estou com você se precisar.
—Ótimo. Eu realmente gosto delas, então tente ser legal.
—Não se preocupe comigo. — Kristin ofereceu um sorriso sincero.
—Está bem. — Ela terminou de beber a água, percebendo o silêncio na casa. — E Daphne? Como ela está?
—Estava exausta quando chegamos. Tomou banho e foi direto para a cama.
—O teatro foi bom?
—É claro. Você tinha razão, eles eram o que precisávamos.
—Você contou a ela?
—Sim. Ela me fez um monte de perguntas, você sabe como ela é, a maioria eu não soube responder.
—Por que? Para mim é bastante simples. Você vai parar em casa, arranjar um trabalho aqui e criar esse filho depois de contar ao pai sobre a obra de vocês dois.
—Não é tão simples assim, Ana. — Kristin se apoiou no balcão.
—É bastante simples e as vezes divertido fazer um bebê. Se você quer minha ajuda, você vai me contar quem é o pai e o fazer vir aqui assumir a responsabilidade. — Lana suspirou, cruzando os braços. — Estou falando sério Kris.
—Eu sei que está.
—Então me diz. Quem é o pai?
—Ana...
—Quem é o pai, Kris?
—Você faz mesmo questão?
—Eu não vou cometer os mesmos erros quando você engravidou da primeira vez. Então me diga de uma vez.
—Está bem.
Kristin pegou seu celular e abriu a galeria de fotos, escolhendo uma que estava abraçada a um homem junto a um grupo de amigos ao redor, um ambiente festivo. Entregou o celular a Lana, que caminhou até o balcão para analisar a foto, apoiando os braços na madeira.
—Ele se chama Aaron O’Brien. É irlandês. Eu o conheci numa festa, uns amigos levaram uns amigos e ele estava lá.
—Numa festa? Diga que ele te deu o número verdadeiro do celular dele. — Lana a olhou com ar incrédulo.
—Claro que sim. Nos encontramos mais vezes, sua idiota. Não foi uma coisa só de uma noite. Eu gosto dele. Mas quando descobri da gravidez eu não sabia o que fazer.
—Vocês continuaram se falando?
—Sim. Ele continua me ligando, querendo saber quando volto ou se pode vir a Chicago.
—Já é alguma coisa. O que ele faz? — Ela passou as fotos, observando mais o homem.
—É dono de uma vinícola no país dele. Nada grande. Algo mais caseiro e nacional. Ele veio para cá por causa de um casamento, acho que era da irmã dele.
—Então ele voltou para o país dele?
—Sim.
—E vai voltar aqui se você pedir.
—Acho que sim.
—Então faça isso o quanto antes. Oh, nudez. — Lana riu, vendo uma foto de Kristin nua em frente ao espelho. — Não sabia que tinha feito outra tatuagem.
—Lana!
—Ah, por favor. Eu já te vi nua tantas vezes. — Ela riu, virando-se para ela e deixando o celular no balcão. — E nem por isso alguma coisa mudou entre nós.
—Eu quase me sinto ofendida. Não sou boa o suficiente para você?
—Eu nunca te olhei de outro jeito. E eu tenho duas mulheres na minha cama, então não mantenha esperanças.
—Ah, claro. Tantas pessoas procurando uma pessoa e você tem duas. O mundo é mesmo injusto.
—Bem... Agora você entende porque não posso cuidar de mais um filho seu, Kris. — Lana suspirou, apoiando a cabeça de lado na mão. — Eu tenho meu trabalho, tenho planos, e eu não quero estragar meu relacionamento com elas.
—Eu não quero que você pare sua vida, Lana. Eu só estava desesperada e você é a única que saberia o que fazer. Você me ajudou com Daph todos esses anos. É praticamente-
—Não diga isso. Eu nunca tive a intenção de ser a mãe dela. Eu amo Daphne. Mas ela é sua filha. Eu procurei deixar isso claro todos esses anos, para vocês duas. E eu... — Sorriu, percebendo a aproximação de Laura, enrolada num cobertor. — Pretendo ter meu próprio para lidar.
—Seu próprio o que, mi cariño? — Laura a abraçou pelas costas, envolvendo sua cintura e pressionando seus corpos, beijando seu pescoço.
—Laura... — Lana fechou os olhos ao sentir o volume a mais preso no corpo de Laura, presumindo que estivesse usando um strap. — Acordou animada estou vendo.
—E você não estava lá para tratar disso. — Ela falou mais baixo.
—Então você encontrou o caminho até a fonte. — Lana riu, usando a coberta para cobrir seu corpo também. — Kristin, essa é minha namorada pelada, Laura.
—Oh, a famosa Laura. — Kristin olhou para ela, analisando seu rosto. — Finalmente um rosto para a história.
—Há uma lenda sobre mim aqui? — Laura sorriu, olhando-a sobre o ombro de Lana. — Então meu rosto tornou a história mais agradável?
—Bem, eu não esperava conhecer o rosto daquela história, então é provavelmente melhor esperar e ver.
—Garanto que a história é outra agora. — Lana falou em tom descontraído.
—Eu vou deixar vocês sozinhas. Eu não sou tão estúpida para não saber o que você faz com mulheres nuas, Ana.
—Eu posso pensar em alguns exemplos. — Lana sorriu em sua direção.
—Por Deus, me livre dos detalhes. — Kristin riu, pegando o celular e saindo da cozinha. — Vou impedir Daph de descer, então de nada.
—Pense no que eu te disse, Kristin.
—Boa noite, para vocês duas.
—Parecia um assunto sério. — Laura falou baixo, observando Kristin subir as escadas antes de voltar a beijar o pescoço de Lana. — Eu não queria você tão séria.
—Como foi que você achou isso, afinal? — Ela se virou e envolveu seu pescoço, deslizando uma mão pelo seu peito até seu abdômen.
—Eu acordei, não te achei na cama, Iori me mandou atrás de você. Procurei um cobertor por causa do frio, e isso estava junto.
—Isso caiu tão bem em você. — Lana olhou seu corpo debaixo da coberta, sorrindo para o strap. — Você já usou um antes?
—Não. Iori não gosta, e ela quem usava com as garotas.
—Oh. Eu não sei se fico feliz em ser a primeira ou se fico brava com Iori por não ter deixado você usar antes.
—Eu nunca realmente fiz questão. Estou feliz em saciar com meu próprio corpo. Nunca deixei ninguém na mão, então... — Ela sorriu, inclinando e selando seus lábios.
—Ainda assim você está usando um strap. — Pontuou, contornando sua cintura e espalmando a mão em sua nádega, puxando-a para perto. — A questão é onde quer usá-lo.
—Onde você quiser.
—Não, não. Resposta errada. — Lana mordeu seu lábio inferior. — Você só precisa pedir o que quer.
—Simples assim? Achei que não queria nada além de olhar hoje.
—Não... Eu só defini que vocês precisavam disso mais do que eu. Ou estou enganada?
—Não ao todo. Estivemos afastadas nesse tempo, isso é verdade. Não significa que não quiséssemos você também.
—Não estou questionando isso. Eu me diverti assistindo.
—Então agora quer se divertir participando?
—Iori está acordada?
—Não. Voltou a dormir. Não precisa se preocupar em estarmos a sós. Nós realmente não temos problema com isso.
—Está bem, não vou me preocupar. Só... diga o que tem em mente.
—Se me guiar, eu quero provar a sensação de estar atrás de você.
—Vê? Você só precisava pedir. Vem, eu guio o caminho.
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Ela segurou a mão de Laura e a levou para a sala, mancando pelo caminho, Laura pensou em desistir, mas Lana cessou suas preocupações quando a puxou para si, fazendo-a deitar sobre si no sofá. Elas se movimentaram para retirar as roupas que separavam suas peles, então Laura não hesitou em explorar seu corpo, buscando os caminhos para arrancar gemidos dos seus lábios.
—Laura... — Ela pressionou as mãos nas nádegas dela. — Está me deixando maluca.
—Estou? — Ela riu baixo, deslizando os lábios pela sua bochecha.
—Muito. Fique em pé.
—Em pé? Por que?
—Levante e descubra.
Ela selou seus lábios antes de se levantar, Lana sentou no sofá, movendo as mãos pelas suas coxas até suas nádegas, puxando-a lentamente para frente e sorrindo antes de colocar a boca no strap, arrancando um ar surpreso de Laura. Acabou sorrindo quando a viu fazer movimento de ida e vinda, ch*pando-a.
—Oh, Lana, você faz isso de maneira tão sexy. — Falou em tom rouco.
—Sabia que gostaria. Aqui. — Ela segurou sua mão e a colocou atrás de sua cabeça, indicando para ditar seus movimentos.
—Agora é você quem está me deixando maluca. — Ela falou enquanto pressionava a mão em sua cabeça, incentivando que continuasse a ch*par o strap.
Lana somente continuou os movimentos, pressionando as mãos em sua cintura e a indicando para mover o quadril, ambas começando a se moverem juntas. Lana pressionou os dedos em suas nádegas outra vez, puxando-a mais para perto, fazendo o strap adentrar por inteiro em sua boca. Laura mordeu o lábio inferior, aproveitando a visão que tinha, estocando mais devagar, sem perceber qualquer incômodo nela. Lana a afastou após algum tempo, sorrindo de maneira conspiratória para ela.
—Agora está bem lubrificado, não acha?
—Definitivamente.
—Bom. Deite atrás de mim.
Laura a obedeceu sem hesitar, Lana se deitou de lado, ajudando-a a penetrar seu ânus, recebendo seu peso sobre suas costas. Ela a fez se ajeitar, dobrando a perna operada para facilitar a penetração, Laura apoiou as mãos em sua cintura, aproveitando a visão que tinha, a tatuagem em suas costas, o strap dentro dela, e sobretudo a confiança que era depositada em si.
Fez o primeiro movimento de estocada, recebendo a aprovação de Lana, que pediu para que continuasse, então não parou mais, aproveitou a sensação de dominação que sentiu, o poder que Lana tinha colocado em suas mãos. Seu corpo se moveu automaticamente, seguindo os sinais que o corpo de Lana ditava, aumentando o ritmo gradativamente, deleitando-se dos sons que a penetração produzia e do prazer que fornecia. Lana pressionou o rosto no estofado para controlar seus gemidos, chegando ao ápice sem conseguir se conter.
Laura sorriu satisfeita consigo mesma, retirando o strap e se inclinando sobre o corpo de Lana, beijando suas nádegas e subindo sua coluna, percebendo que ela recuperava o fôlego. Distribuiu beijos pela base do seu ombro, percebendo seu sorriso quando pressionou os lábios em sua bochecha.
—Você faz isso tão bem. — Lana falou num sussurro.
—Eu tive uma boa guia. — Laura sorriu.
—É? Então seja uma boa menina e fique em pé.
—De novo?
—Ande.
Laura riu, mas obedeceu, alongando-se quando ficou em pé ao lado do sofá outra vez. Lana segurou uma de suas pernas e a fez apoiar no estofado, pressionando as mãos em suas nádegas para a puxar para perto.
—Oh, vai se divertir com o brinquedo de verdade agora? — Laura deslizou os dedos entre seus cabelos.
—Vou terminar o que comecei. Não é como se eu não tivesse lido seus olhos para saber do que você precisava.
—Então você leu muito bem. Mostre essa boca esperta em ação.
Laura pressionou a mão em sua cabeça e a fez avançar, seus lábios pressionando em seu sex* e começando a ch*par o ponto sensível sem hesitar. Laura deixou a cabeça cair para trás, sentindo seu sex* pulsar com o contato. Lana a incentivou a mover o quadril outra vez, e ela o fez, mantendo os dedos pressionados em seus cabelos para intensificar o contato, sentindo os lábios e a língua de Lana trabalharem em todo o seu sex*. Laura aproveitou o momento, trocando olhares com Lana e percebendo seu divertimento, o que a deixava mais excitada. Lana penetrou um dedo em seu ânus, sorrindo enquanto estocava devagar dentro dela, em resposta Laura pressionou mais os dedos em seus cabelos, pedindo por mais até se entregar ao ápice do seu prazer.
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Acabou deitando-se com Lana no sofá, cobrindo seus corpos com o cobertor para aproveitar o calor do seu corpo.
—Isso foi bom. — Lana falou baixo, movendo os nós dos dedos pela bochecha e o maxilar de Laura. — Acho que estava precisando disso. Um tempo a sós com você. Senti sua falta.
—E eu a sua. Estou feliz que isso esteja acontecendo, que você esteja aqui, comigo. — Laura moveu os dedos pelas costas desnudas dela, mantendo os olhos nos seus. — E estou profundamente realizada por termos passado por esse momento juntas. Não imaginava que seria tão bom. Agora sei porque Iori gosta tanto.
—Você fez isso diferente. De uma maneira boa. — Ela sorriu. — Eu gostei muito da forma que você fez.
—Oh, querida, se Iori te escuta falando isso, ela vai dizer que você tem uma favorita.
—Não, eu não tenho. Não me entenda errado. Iori faz isso com desejo, com volúpia, como se realmente possuísse um membro a mais. Mas você, meu amor, você fez isso com paixão. — Lana beijou seus lábios, segurando seu queixo. — Eu gosto das duas formas, mas agora, nesse momento, precisava da sua forma.
—Eu posso viver com isso. — Ela voltou a beijá-la, deixando que os sons dos seus beijos preenchessem o ambiente pelos próximos minutos, sem pressa em parar.
—Está ficando tarde, não está? — Lana questionou após algum tempo. — Não devíamos ficar aqui. Daph tem mania de vir aqui no meio da noite para fazer lanche.
—Então é provavelmente bom não ser apresentada a sua afilhada sem roupas.
—Sim, provavelmente. — Ela riu, movendo um dedo sobre as tatuagens no braço dela. — E eu também não quero deixar Iori dormindo sozinha em minha cama.
—Você tem razão. Vamos para a cama, mi cariño.
Elas se levantaram, Laura pegou o strap no chão enquanto Lana pegava as próprias roupas, então caminharam juntas debaixo da coberta em direção ao quarto. Entraram em silêncio, buscando não fazer barulho, guardando os objetos antes de fecharem a porta e se juntarem a Iori debaixo das cobertas. Ela só acordou para se envolver no corpo de Laura, murmurando algo que nenhuma das duas ouviram, mas não se importaram, somente se aconchegaram no espaço restante e procuraram dormir.
Fim do capítulo
Duas atualizações, autora, enlouqueceu?
Talvez :)
Desculpem pelo horário, passei muito mal hoje e confesso que não estou 100%, mas decidi postar ainda hoje para cumprir com a minha meta. E eu queria finalizar essa primeira parte da história também.
"Bunda sempre é um tópico para Iori", uma hora mais tarde quem está atrás de Lana? Bah, essa autora tem algo com bunda haha
Estava vagando pela minha playlist lenta enquanto relia o capítulo antes de postar, quem tiver interesse, achei que a música combinava :)
Waiting - Strings&vocals mix
Até quinta o
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