****

- Deusa indiana, finalmente te encontrei menina! Já virei aquela praia pelo avesso, e nada de te achar; até que vi a notícia no jornal que um hóspede do hotel onde estamos lia! - o Geovane Candelare falou todo eufórico diante dos olhares curiosos.

- Cara, tu não mudou nada! Eu te reconheceria em qualquer lugar do mundo! - a Ayla falou, e sem cerimônia abraçou o amigo que a acolheu com carinho.

- Eu também te reconheceria, apesar que a senhorita está mais bela. Oh pessoal, boa noite! Eu fiquei tão emocionado que esqueci das boas maneiras. - o Geovane se desculpou, e a Ayla rapidamente apresentou o amigo que a maioria já conhecia de nome pelas histórias que ela contara.

- Ayla, eu sempre tinha em mente que um dia iríamos nos reencontrar, mas viajando muito a trabalho acabei adiando a minha volta pra esse lugar paradisíaco. E o principal motivo de está aqui hoje é que fiz uma exposição de fotos na Turquia numa galeria de artes. E os donos dessa galeria amaram os teus grafites, se apaixonaram pelas fotos que tirei de ti, te acharam muito parecida com uma parente deles, disseram pra mim que os teus olhos eram exatamente iguais aos do filho deles, e esse casal está lá fora dentro do carro ansioso para te conhecer. - o Geovane falou de um só fôlego,diante de uma platéia estupefata. 

- Vai logo buscar essas pessoas, pois eu estou curiosa pra saber quem e esse casal! - a Letícia falou com certo pressentimento, e a Alanis autorizou a passagem das pessoas que aguardavam na entrada do jardim.

- Senhor Abdul, dona Nayara Salam, esta é a Ayla Handara, seus familiares, e alguns amigos! - o Geovane falou devagar. E quando a dona Nayara olhou nos olhos da Ayla viu os do próprio filho, mas segurou a emoção até avistar o Afonso ao lado do Francisco; um era o seu filho Nabil Salam fisicamente quando mais novo, e o outro semelhante ao seu esposo quando se casaram.

- Por Alá! - a mulher gritor desmaiando em seguida, e foi amparada pelo casal de cuidadores que estavam atentos à isso. O velho Abdul Salam agradeceu a Alá na sua língua enquanto olhava para os quatro jovens portando as medalhas com o amuleto que era sagrado para os turcos. Em seu coração tinha uma chama de esperança de que aqueles jovens seriam filhos do Nabil, ou do Noah, só isso explicava a semelhança da Ayla com a sua falecida irmã Adalgiza, e a dos garotos com o seu filho, e sobrinho. A moça aparentando ser a mais velha também tinha traços do Nabil, porém os olhos eram como cor de fogo. Depois que a senhora Nayara se recuperou do breve desmaio, e se acalmou; o Geovane explicou sobre as suspeitas do casal, as revelações foram feitas, os abraços que se seguiram foram regados por lágrimas e emoções. Todos alí, sem exceção estavam felizes. Até as crianças mesmo sem entender direito ficaram contentes, pois ganharam mais um casal de possíveis avós.

****

- Meu amor, eu estou tão feliz que até esqueci que tenho um julgamento para enfrentar amanhã. - a Ayla falou dois meses depois de ter conhecido os avós paternos. Estes tiveram tanta certeza que ela e os irmãos eram seus netos, que nem quiseram fazer os exames de DNA.

- Vai dá tudo certo meu bem. O tiro vai saí pela culatra. - a Alanis falou confiante.

- O ruim disso tudo é que você foi afastada do teu trabalho na delegacia, o pessoal da corregedoria foi muito injusto contigo, e o secretário de segurança é um hipócrita falso moralista. - a Ayla falou indignada e triste pela situação da amada.

- Não se preocupe com isso minha preta. Eu estou aproveitando estes dias de folga para estudar pra o concurso da federal, o Ramirez já era delegado suplente,foi nomeado titular provisoriamente. Eu sei que a nossa justiça é muito falha, mas confio no doutor Ernesto, e no juíz que vai presidi o tribunal. O promotor é um sujeito imparcial, então vai dá tudo certo, e nós sairemos de cabeça erguida pra comemorar a vitória. - 

- Eu queria muito ter esta mesma segurança tua, mas confesso que as vezes me dá medo; até já pensei em fugir. No entanto isso seria a mesma coisa que confessar o crime não cometido. O Dico está muito tranquilo, nem parece que vai está lá junto comigo. - a Ayla falou pensativa.

- Não quero quê perca o teu sono. Vem cá deitar para eu te fazer um cafuné até você dormir. - a Alanis falou, a garota se rendeu aos carinhos da amada, e em poucos minutos foi vencida pelo sono.

- Nós passamos por tantas coisas, nos distanciamos, na distância o nosso amor cresceu, e você se tornou uma das pessoas mais importantes da minha vida. E eu te amo tanto que não consigo imaginar os meus dias sem a tua presença. - a Alanis sussurrou no ouvido da Ayla enquanto acariciava os cabelos macios dela.

- Eu também te amo. - a Ayla balbuciou sonolenta se encostando mais na amada que ficou colada nas suas costas, e assim de conchinha se renderam ao sono.

- Letícia, deixa de ser safada! Amanhã é o julgamento da Ayla e do Dico; não estou com disposição pra sex*! - 

- Amor, só começará as 09:30, e ainda são oito da noite; vamos namorar um pouquinho! - 

- Você é insaciável, se fosses um homem eu estaria ferrada. - 

- Amor, também não é assim; eu gosto de sex*, mas gosto mais de te vê feliz em meus braços, se você não quiser tudo bem, a gente dorme abraçadas assim. - a Letícia colou o seu sex* latejando de desejo no bumbum da amada, a envolvendo em seus braços.

- Ah, mas isso é golpe baixo morena. - a Eva suspirou ao sentir aquele calor na sua intimidade com a proximidade da outra.

- O quê foi? Eu não estou fazendo nada. - sussurrou provocante no ouvido da loira, que não mais aguentando o tesão virou de frente e beijou a morena com fome.

- Isso minha gostosa, rebol* encima de mim! Ah! Ah! Ah! Oh! Oh! Oh! - a Eva gemia despudorada enquanto a Letícia friccionava o seu sex* lambuzado sobre a intimidade também molhada da loira.

- Goz* pra mim, e em mim, minha delícia! Ah minha Eva, como é gostoso deslizar o meu sex* no teu. - a Letícia falou gem*ndo enquanto girava o corpo trocando de posição, e a Eva se desmanchou num orgasmo intenso.

- Ai amor, acho que dessa vez fiz até xixi em ti, na cama, sujei tudo! - a Eva falou trêmula, e a Letícia sorriu.

- Nossos orgasmos foram muito intensos amor, mas não se preocupe, não foi xixi. - a Letícia falou ofegante e com o corpo molhado de suor. Depois de tomarem um banho morno voltaram pra cama, e dormiram quase que instantâneamente.

****

- Eu declaro perante este tribunal, que a senhorita Ayla Handara, e o senhor Afonso Oliveira estão livres das acusações por tráfico de drogas, porte de substâncias ilegais, agressão e desacato à funcionários públicos no desempenho das funções. Aqui ficou comprovado através das provas apresentadas, e várias testemunhas de defesa que os reus ora citados foram vítimas de uma arquitetada e vergonhosa armação. Portanto, com o poder que me foi concedido declaro os reus inocentes de todas as acusações, e peço que os responsáveis por tal delito sejam presos imediatamente, sem recursos! Registre-se e arquive-se! - a Ayla estava tremendo dos pés a cabeça quando o juíz terminou de proferi o veredicto. As pessoas de pé aplaudiram a decisão do magistrado que bateu o martelo pedindo silêncio.

- Isso é um absurdo, eles são criminosos! Quanto o juíz recebeu dos Carreras para aceitar estas provas fajutas! Estas testemunhas são amigas íntimas dos dois, esses vídeos são montagens! - o sargento Gomes falava desesperado enquanto ia sendo algemado junto com os comparsas.

- Cale-se imbecil, agora você vai provar do próprio veneno! Uma coisa é você forjar provas pra conseguir prender traficantes de verdade, e outra é mexer com vidas inocentes por conta de dinheiro. Um guarda municipal falou.

****

- Senhor Augusto, acho melhor o senhor e a dona Irene sumirem por um bom tempo! Eu acabo de vê o sargento Gomes e dois soldados saindo algemados do tribunal. Acredito que toda a farsa foi descoberta! - um empregado do Tavares que fora espionar o local o informou.

- Desgraçadas! Eu vou destruir a felicidade daquelas duas! - o Tavares falou furioso.

- O quê houve filho? - a Irene quis saber.

- Temos que fugir mamãe, a Alanis descobriu tudo! Vamos logo, pois daqui a pouco a polícia estará batendo aqui, mas antes de pegarmos o avião temos que visitar uma pessoa. - o Tavares falou e apressadamente deixaram a mansão.

- O quê aconteceu que a Irene, e o Augusto saíram correndo daqui, e aquelas malas que você guardou no carro? - o Belmiro que chegava de uma caminhada pela propriedade quis saber, pois viu o movimento de longe.

- Não sei dizer ao certo senhor; mas o doutor Tavares recebeu uma ligação, e depois de conversar rapidamente com a dona Irene mandou a empregada ajudá-los a arrumar as malas. Eles vão viajar pra longe, e estavam bastante nervosos enquanto eu colocava as malas falaram em pegar um avião. - um dos empregados falou, e o Belmiro ficou pensativo. Notara que o filho andava muito estranho, e que não se manifestara a respeito da prisão da namorada da Alanis; o quê em si tratando dele lhe soou suspeito, e com esse pensamento ligou para a ex nora, mas o telefone estava na caixa postal, então lembrou que aquele seria o dia do julgamento da moça e do amigo.

- Senhor Belmiro! - a Letícia falou admirada ao vê o homem se aproximando do fórum onde tinha se dado o julgamento.

- Eu preciso falar com a Alanis, Letícia eu liguei mas ela não atendeu! -

- Eles já estão saindo, é que deram um tempo lá dentro por causa dos jornalistas que estavam aqui, mas eu consegui despachá-los rapidamente. Olha elas Alí! - a Letícia informou ao vê as pessoas saíndo do fórum.

- Alanis minha filha, que bom que tudo terminou bem! Eu estava preocupado, e até tentei te ligar. - o homem falou sincero. E a Alanis o encarou desconfiada.

- Foi uma armação nojenta o quê fizeram contra a minha mulher, mas os responsáveis vão pagar por isso. Diga ao Tavares que o plano dele foi descoberto! - 

- Ele fugiu Alanis, por isso eu estou aqui; a Irene foi junto, e eu estou com um pressentimento muito ruim. Acho que eles vão saí do país, e... - 

- Oi Nati, o quê houve? Como assim o Augusto levou o Alan sem a minha permissão? Calma, já estamos indo!. - a Alanis falou nervosa, ao atender o telefone interrompendo a fala do ex sogro.

- Era isso que eu iria dizer Alanis, eles vão saí do país com o meu neto! Vamos para o aeroporto! - o homem falou exaltado, e foi aquela correria. A Letícia foi a primeira a chegar na pista de decolagem, pois assim que ouviu as palavras correu para a sua moto seguindo para o aeroporto, e logo conseguiu autorização para entrar parando a moto bem de frente a pequena aeronave, e fazendo sinal para o piloto.

- Moça, nós precisamos decolar, por favor retire o teu veículo da pista! - o homem pediu ao abrir a porta.

- A viagem está cancelada, mande as pessoas descerem! - a Alanis que acabara de chegar ordenou.

- Quem é você pra mandar na viagem dos outros? - o Tavares falou.

- Você está preso Augusto, não terá como fugir, daqui a pouco isso aqui vai está cheio de viaturas da polícia. - 

- Vamos rapaz, põe essa coisa pra funcionar e não dê importância pra o quê esta louca falou! - o Tavares disse encostando uma pistola nas costas do piloto que tremeu de medo, e recuou para dentro da aeronave.

- Mamãe! - o Alan gritou ao vê a Alanis em pé na pista pela janela do avião, e saiu correndo para fora, o quê pegou o Tavares de surpresa; esse ainda tentou agarrar o menino, mas ele pulou nos braços da mãe. E nessa distração a Letícia se aproximou desferindo um soco bem no meio dos olhos do Tavares que recuou rapidamente pra não ser atingido em cheio, mas perdeu o equilíbrio caindo nos degraus do avião e deixou a arma caí longe do seu alcance.

- Alan, vá para casa com a tia Ayla, e a tia Eva que a mamãe vai ter uma conversa com o teu pai. - a Alanis falou carinhosamente com o filho que obedeceu de pronto correndo para os braços da Ayla. - E agora, vamos conversar senhor Augusto? - a Alanis falou desferindo um chute bem no meio das pernas do ex quê caiu de joelhos se urinando de dor.

- Filha da puta! - Ele gritou de dor.

- Quê coisa feia meu compadre, xingando uma pessoa inocente! - a Letícia falou desferindo uma joelhada no rosto do Tavares que caiu quieto no chão.

- Parem de bater no meu filho suas devassas! Ou vocês nos deixam fugir, ou eu mato esse aqui! - a Irene gritou empunhando a pistola que ela pegara dentro da aeronave na cabeça do piloto.

- Irene por favor largue esta arma! Você vai acabar machucando alguém, e se machucando muito mais. - o Belmiro tentou intermediar.

- Fique calado idiota, ou meto uma bala no meio da tua testa e quebro estes chifres! - a mulher falou debochada.

- Você não sabe mexer com armas Irene, melhor se entregar! - o homem insistiu.

- Engano teu, eu sempre mexi com armas, e sei atirar muito bem o Armando me ensinou! -

- Estás louca; quem é Armando? - 

- Gutierrez, o homem que sempre amei, o pai do Augusto, porque de você ele só tem o nome! - a mulher revelou dando uma risada escandalosa.

- Como assim, você me traía o tempo todo era isso? - 

- No começo do nosso casamento não, mas depois que eu transei com o Armando e engravidei do Augusto sim, sempre nos encontrávamos quando ele ia para Jaboatão a negócios. Eu desconfiei que o filho não era teu, pois trans*mos durante dois anos e não engravidei, e foi só ficar com o Tavares uma vez que logo a menstruação não veio, e a gravidez foi confirmada. - a Irene confessou diante de uma platéia perplexa.

- Você está louca Irene, por favor me dê esta arma, vai ficar tudo bem, eu arrumo um advogado, você é ré primária só vai pegar alguns meses de prisão. - o homem falou tentando se aproximar da mulher.

- Não se aproxime, fique onde está! - ela apontou a arma para o esposo que não se intimidou, e acabou levando um tiro num dos braços. Em seguida alguns tiros foram disparados, e dois deles atingiram a Irene no peito que caiu já sem vida. O Tavares desejou que aqueles tiros tivessem sido em si, não conseguia enxergar nada, mal respirava com o nariz sangrando muito, mas ouvira tudo, sentira o corpo da mãe tombar junto de si, e quando as ambulâncias chegaram ele ouviu alguém dizer que o IML recolheria o corpo, enquanto ele era conduzido para uma delas. A Alanis e a Letícia também foram atingidas pelos disparos da Irene, mas felizmente usavam coletes a prova de balas. Elas ficaram admiradas com a rapidez em que a mulher efetuou os disparos. Tudo poderia ter sido diferente naquela manhã, ninguém precisaria morrer, nem se machucar, mas a intolerância de um homem levou os demais para um caminho difícil, e o resultado foi catastrófico. O Belmiro pediu pra ir junto com aquele que sempre considerou como um filho, mesmo percebendo que o rapaz não se parecia consigo em nada, nunca cogitou a idéia de fazer um exame de DNA, não queria buscar provas da infidelidade da sua agora falecida esposa. "Aqui se faz, aqui se paga." Ele pensou a caminho do hospital.

- Por Deus amor! O meu coração estava pequenino de tão apertado quando saí de lá! Ainda bem que o Alan não assistiu a toda essa tragédia, seria demais para a cabecinha dele. - a Ayla falou ao vê o local onde a Alanis foi atingida pela bala, que só não fez um estrago por conta do colete que usava.

- Calma, nosso pesadelo acabou, o Tavares está no hospital, e irá para a prisão por algum tempo. - 

- A situação dele não será uma das melhores né, levou a mãe para a cova, com certeza passará a vida inteira se corroendo de remorso, afinal foi para defendê-lo que ela atirou em vocês. - a Ayla falou acariciando o rosto da sua amada que se deitara com a cabeça no seu colo.

- Ei minha loira não chora, eu estou bem! - a Letícia falou abraçando uma Eva que chorava copiosamente após vê o calombo deixado pela bala no meio do peito da namorada.

- Você poderia está morta agora morena, e o quê seria de mim hein? - a Eva falou se enroscando no pescoço daquela que se tornara uma das razões da sua felicidade diária.

- Eu te amo demais minha loirinha! - 

- E eu te amo mais ainda minha vida, meu abrigo. - a Eva falou enchendo a mulher de beijos.

****

Nabil Salam e Nadine, juntos decidiram que chegara a hora de ir conhecer os seus filhos pessoalmente, pois haviam contratado um detetive que investigou a vida dos jovens, e as descobertas bateram com o quê eles lembravam. Sobre a Ayla o Nabil não tinha nenhuma dúvida pois lembrava-se muito bem da mocinha que ele conhecera no carnaval em Recife, e das noites de sex* intenso que tivera com ela, e um mês depois encontrou a moça desesperada dizendo que tinha engravidado. Nabil sabia que aquela notícia poderia ser o golpe da barriga, mas devido ao fato de ter desvirginado a garota resolveu apoiá-la na decisão de ter a criança. Uma semana depois a Nadine que era a sua amante também lhe informou que engravidara, e tinha certeza que o bebê era dele visto não ter estado com o marido naqueles dias. Assim as duas mulheres deram a luz no mesmo dia apenas com uma pequena diferença de horas. Naqueles dias o Nabil já sabia que o Gutierrez não era apenas um empresário rico, mas também um homem muito perigoso e sagaz, então preferiu não registrar a Ayla para não expôr a criança e a sua mãe as maldades do Gutierrez, o quê ele teve certeza um ano depois quando foi atacado numa emboscada pelos homens do Gutierrez.

- Você está gelado homem! Tudo isso é medo de encarar os teus filhos? Eu sei que para eles o choque será grande, talvez nos acusem de uma série de coisas, como por exemplo de serem abandonados, mas nós sabemos que não foi a nossa vontade. - 

- Ah Nadine, não me diga que você não está nervosa tanto quanto eu com esse frio na barriga. Afinal são vinte e quatro anos sem vê-los! - 

- Verdade, principalmente o Francisco que foi arrancado de mim ainda bebê com apenas dois meses. - a Nadine concluiu emocionada.

****

Era um belo domingo de sol e todos estavam reunidos na casa da Alanis. Quinze dias tinham se passado desde o ocorrido com o Tavares que pagara uma fortuna como fiança e cumpria prisão domiciliar até o julgamento do processo. A Alanis tirara alguns dias de licença, e a Letícia também para organizarem os preparativos dos casamentos delas com a Ayla e a Eva. A Elza oficialmente namorada do Tarcísio, o Afonso, o Francisco, o Tarcísio, a Tássila, a Natália, a Adriana, a Tatiana, a Katrina, a Helena, e os avós da Letícia, Ayla e companhia; que também foram convidados, e decidiram permanecer no Recife até o casamento das netas junto com o casal de cuidadores e o fotógrafo Geovane Candelare também estavam na residência para o almoço que seria servido dali há duas horas; enquanto isso eles conversavam animados e confeccionavam lembrancinhas que era nada menos que bonequinhas feitas com uma espécie de massa e pintadas com uma resina sintética. A idéia fora do Alan por causa dos bonecos da Embaixada. A Ayla junto com a Alanis adoraram a sugestão do garoto, a Letícia e a Eva embarcaram nessa idéia; fizeram miniaturas de bonequinhas morenas, brancas, e loiras, uniram os casais com um pequeno coração adornado de flores; uma cabocla e uma loira, uma cabocla e uma branca representando os respectivos casais. Quando essa turma se espalhou na varanda da casa, o interfone tocou e a Alanis que estava próxima foi atender.

- Senhor Ferreira, eu não conheço nenhum Noah, e muito menos Nadine Oliveira; depois do ocorrido ninguém entra no condomínio sem ser autorizado por algum morador. Diga para essas pessoas dizerem o quê querem, que eu mando alguém procurá-los depois. - a Alanis falou preocupada, mas lembrou- se que Noah era o nome do primo do Nabil Salam, e sobrinho do casal quê estava em sua casa naquele momento.

- Quem era Alanis? - a Letícia quis saber.

- O Ferreira, e falou que um casal por nome Noah e Nadine querem entrar pra falar comigo, mas não autorizei ainda. - 

- Alanis, você está paranóica, o Noah deve ser o sobrinho dos meus avós, e essa Nadine pode ser a esposa dele; eu vou até a portaria conhecer estas pessoas! - falou determinada.

- Pra onde ela vai vai com tanta pressa? - a Eva perguntou ao vê a namorada montar na moto e saí em disparada.

- Foi até a portaria vê quem são as pessoas desconhecidas que queriam autorização para entrar aqui. -

- Meu Deus, a Letícia é louca! E se for gente do Gutierrez, ou do teu ex marido? - a Eva falou preocupada.

- Os dois estão ferrados minha cara, mas ainda pode ter gente que não quer o nosso bem, então ela foi lá por precaução. - a Letícia se aproximou devagar e logo notou uma BMW luxuosa próximo a entrada dos veículos; o carro preto tinha o vidro do lado do motorista abaixado, e dava pra vê um homem ao volante.

- Ferreira, mande o casal que queria falar com a Alanis descer do veículo, e entrar pelo portão pequeno deixando todos os objetos de metal fora. - a Letícia falou, o homem fez sinal para o motorista que ouvindo a orientação abriu as portas traseiras para o casal descer. A Letícia ficou pasma ao vê a elegância do casal que calmamente deixou a bolsa, a carteira, os relógios e algumas jóias na gaveta, começou a tremer quando os seus olhos encontraram aquele olhar verde esmeralda, a sua cabeça ficou zonza, a sua mente voou para um lugar quase esquecido, e veio a lembrança: "Esse é Bidu o seu amigo cuide bem dele, papai te ama muito princesa!" A voz estava bem distante, ela sempre sonhava com ela. Fora real porque Bidu era o seu ursinho de pelúcia; mas quando a Letícia encarou a bela mulher com aqueles olhos iguais aos seus foi tomada por uma emoção, e as lembranças vieram tão fortes que lhe faltou ar nos pulmões e a única coisa que conseguiu dizer antes de desmaiar foi;  - Mãe! -

Fim do capítulo