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Revelação - Série One Wolf por Ellen Costa

Ver comentários: 4

Ver lista de capítulos

Palavras: 4265
Acessos: 2626   |  Postado em: 09/03/2021

Notas iniciais:

BOA LEITURA! ><

CAPÍTULO 11

A noite chegou rápido. Quando dei por mim, estava parada na beirada da minha cama, olhando para o chão há horas. A conversa com Elisangela fluiu mais do que esperava, infelizmente, não foi uma conversa boa para ser prolongada.

 

"Não vai ser nada indolor, em alguns livros dizem que algumas pessoas ficam dias passando pela mudança, e que durante todo o processo é preciso se alimentar..."

 

Um suspiro trêmulo sai dos meus lábios. Ouço meu celular tocar da cozinha, caminho lentamente até ele, me lembrando de tudo o que Elisangela tinha dito. Quando encontro o celular em cima da pequena mesa da cozinha, o nome de Lia no visor não me surpreende.

 

- Alô? - Digo desanimada.

 

- Onde você se meteu?! - Ela pergunta irritada. Engulo a saliva e o nó na garganta, numa tentativa de segurar a vontade de chorar compulsivamente. 

 

- Não estava me sentido bem, preferi voltar pra casa para descansar. Nós duas temos que trabalhar hoje, então preferi voltar. - Lia parece perceber que algo estava errado, e a linha fica muda por um tempo. Tiro o celular do ouvido encarando o visor, para ver se ainda estava em chamada, que, após confirmar, o coloco novamente na orelha, com a voz de Lia soando novamente pelo aparelho.

 

- Posso passar ai na sua casa para te buscar? - Sorrio com a gentileza.

 

- Pode. - Mais uns minutos em silencio.

 

- Você sabe que pode contar comigo, se precisar de alguma coisa não é? São os pesadelos? É isso que está te incomodando? - Ela pergunta rápido e preocupada.

 

- Sei que posso, e obrigada por isso, mas não são os pesadelos, é... Complicado... Não sei se quero falar sobre isso por enquanto...

 

- Tudo bem, não vou te pressionar. - Mais alguns segundo de silêncio. - Até daqui a pouco.

 

A ligação se encerra e deixo as lágrimas caírem.

 

"O que vai ser de mim?" 

 

Tentava com todas as minhas forças não pensar negativamente no meu futuro, talvez desse tudo certo, e eu estava me estressando e chorando a toa. Não consigo evitar pensar sobre tudo aquilo, não consigo evitar me preocupar, mesmo que uma grande parte de mim queira só esquecer por um tempo, e deixar as coisas acontecerem.

 

Durante a conversa com Elisangela, ela mencionou ter contado sobre mim para Miranda, e que Miranda contaria, assim que possível, sobre meus dons para o Alfa e para o Supremo. Segundo Elisangela, Miranda só está esperando essa primeira semana conturbada e movimentada passar, até por que, a preocupação com uma futura guerra é mais urgente que uma garota com dons.

 

De volta ao quarto, decido tomar outro banho, a caminhada tinha feito meu corpo soar mesmo que pouco, e depois de vestir a farda cinza, aguardo Lia na sala, em frente ao espelho. Ponho uma mão em meu rosto, procurando alguma mudança visível, mas nada estava diferente. Abro a boca e olho meus dentes, tudo normal. Aparentemente.

 

Não sei quanto tempo ainda me resta, não sei que dia acontecerá, não sei ao certo como será.

 

"Algumas pessoas relatam sentir muita dor pelo corpo, como ossos quebrando, mas também tem quem diga que sente o corpo queimar, em alguns casos, a dor é tão intensa que a pessoa não resiste a mudança. Acredito que os vampiros, assim como os lycans, na primeira mudança passem 'quase', pela mesma coisa..."

 

A voz de Elisangela ecoou em minha mente.

 

Me assusto com a buzina de Lia, que me tira de meus devaneios. Lia mexia no celular distraidamente quando me aproximo do carro. Desde o último dia que fiz plantão na casa da Suprema - dois dias atrás -, não tive folga, Lia também não, e acredito que a maioria dos que trabalham nos muros também não. A segurança ao redor, e dentro da alcateia foi reforçada, ninguém saiu ou entrou na alcateia depois da chegada da Família Real, por isso foi surpreendente saber que o Alfa tinha autorizado o jogo mais cedo. Ninguém descansou toda a semana, os que tiveram folga um dia antes da chegada do Supremo, tiveram sorte, porque quem precisou folgar nos dias após a chegada deles, ficarão sem folgar. Assim que fui dispensada da escolta da Suprema, voltei a fazer meus turnos nas salas de câmeras, deveria folgar hoje, mas obviamente, não terá previsão de folga nos próximos dias. Meu corpo protestava de cansado e fraqueza, que sempre ao me deitar na cama para dormir, some, no entanto, um sono incomum em mim, tentava fechar meus olhos desde de a hora em que fui acordada por Lia, contudo lutei contra, irritada por justamente agora, sentir tanta necessidade de dormir, já que nos últimos dias, não conseguia dormir por duas horas seguidas, e justamente agora, meu corpo se cansou de trabalhar.

 

Lia dirigiu tranquilamente em direção a sala de câmeras. Apesar do clima leve e tranquilo, não conversamos durante o caminho.

 

- Caio vai dar uma festa na casa dele amanhã, eu vou, começa as nove da noite. - Ela me olhou empolgada, porém a empolgação sumiu quando viu meu desânimo. - Ah! Fala sério Lorena! O que está acontecendo com você? Você anda muito estranha, não quer sair para lugar nenhum, vive com essa cara de cansada, o que está acontecendo? São os pesadelos? É a sua companheira? Está com medo de encontrar ela? O que está acontecendo? Fala comigo!

 

Suspiro cansada.

 

- Lia está tudo bem, só não me sinto bem para essas coisas...

 

- Vamos comigo amanhã, você precisa disso, você precisa se distrair. 

 

- Vou pensar. - O assunto se encerra quando ela estaciona em frente ao pequeno prédio de dois andares, da sala de câmeras.

 

O primeiro andar é um simples hall, com um balcão e um segurança. O segundo andar é onde os monitores, com as várias câmeras distribuídas pela alcateia, se encontram.

 

- Boa noite Marcelo. - Digo depois dele nos cumprimentar, liberando a passagem pela tecla do computador que mexia. O acesso ao segundo andar só é liberado se Marcelo permitir a entrada. Uma grande porta de ferro automática só se abre após a liberação. Um bip foi ouvido, e a porta dupla se abre para os lados, liberando minha passagem e de Lia, mostrando escadas que nos levam ao segundo andar. Subimos as escadas devagar, e quando chegamos ao topo da escada, paramos em frente a outra porta de ferro, com um pequeno teclado numérico ao lado. Lia passa o pequeno cartão de identificação e eu passo o meu em seguida. A porta do segundo andar só é aberta se as duas pessoas do plantão, utilizarem o cartão de identificação, do contrário não é aberta, a não ser que seja utilizado o cartão do Alfa ou Beta da alcateia. Outro bip é ouvido, uma luz verde se acende em cima da porta, a mesma abrindo em seguida. Lia e eu entramos, nos deparando com Sandra e Cassio, os dois seguranças que trabalham durante o dia.

 

- Boa noite, tudo bem por aqui? - Pergunto.

 

- Boa noite... - Sandra responde tão desanimada quanto eu.

 

- Boa noite.

 

- Oiii! - Lia responde animada se sentando em uma cadeira vazia, em frente a ao grande painel com teclas. A parede a nossa frente é compostas por pequenos monitores, mostrando vários lugares diferentes de dentro e fora dos muros.

 

- Não teve nenhum movimento estranho durante o dia, tudo certo. Bom meninas, boa noite para vocês, já vou indo. - Cassio se despede saindo como um jato.

 

- Até meninas, bom trabalho para vocês. - Sandra sai logo em seguida, deixando eu e Lia sozinhas na grande sala.

 

Me sento no lugar em que Cassio estava, ajeitando a boina em minha cabeça. Lia e eu, acionamos os sensores de movimentos externos aos muros, ligamos as câmeras noturnas espalhadas pela floresta, e ligamos os alarmes colocados nos muros. Quando terminamos, nos encostamos na cadeira olhando câmera por câmera.

 

- Nada anormal. - Lia diz concentrada nos monitores.

 

- O Bruno ainda está nos muros? - Pergunto enquanto inspecionava os monitores do meu lado da sala, assim como Lia.

 

- Não sei, acho que sim, ele é um excelente lutador, duvido que tirariam ele de lá.

 

Suspiro.

 

- Você vai comigo amanhã para a festa...

 

- Lia eu não...

 

- Eu sei, eu sei Lorena, você não está no clima. Te prometo que se depois de amanhã você continuar chata assim, não encho mais o seu saco.

 

- Promessa é divida. - Digo concentrada nos monitores.

 

- Eu sei...

 

- Você não paga suas dividas... - Acrescento, ela ri.

 

- Dessa vez eu pago, prometo... - Ela diz efusiva.

 

- Veremos...

 

Começamos a trabalhar as sete da noite, já eram meia noite e nenhum movimento suspeito foi captado por nós. Lia me contava sobre a festa que os pais dela dariam para a Família Real, e que por mais que ela tivesse prometido não me importunar mais sobre assunto de festas, essa festa em especial a mãe dela exigia que eu fosse, por ser a melhor amiga da filha dela, sou obrigada a ir, segundo Lia. Contudo, duvidei que Dna. Nice realmente tivesse solicitado minha presença.

 

- Tenho a impressão, que você está me obrigando a ir em outra festa de novo Lia, não faz nem doze horas que você me prometeu não me arrastar mais para essas festas, e já está me importunando com outra.

 

- Essa não é uma simples festa, é A FESTA Lore! A Família Real vai estar lá, eu não teria te convidado, se minha mãe não me enchesse a paciência para te levar também.

 

- Lia você não sabe mentir, menos por favor... - Digo negando com a cabeça.

 

- Não estou mentindo! Meu pai é testemunha, ele me perguntou se eu levaria você, eu disse que não sabia, ai minha mãe disse," Traz ela filha, ela é sua amiga, ela tem que vir...". E foi isso, você está obrigada a ir, se não for, minha mãe vai ficar muito decepcionada com você, e meu pai também...

 

Lia continua tagarelando enquanto olho os monitores, um vulto chama minha atenção, e me levanto na cadeira para me aproximar do monitor em questão.

 

- Lia, espera. - Ergo uma mão a interrompendo.

 

- O que foi? - Mesmo sem saber o motivo de tê-la interrompido, a voz amedrontada de Lia alcançou meus ouvidos. - Lorena...

 

- Olha os monitores, acho que vi alguma coisa na câmera vinte e um. - Lia se levanta num pulo da cadeira, e nós duas procuramos nas câmeras por algo incomum. 

 

- O que estamos procurando?

 

- Vi um vulto, como algo correndo. - Permanecemos paradas olhando os monitores em silêncio. Lia estava tensa e eu mais ainda, tinha certeza do que tinha visto. Os guardas que ficam nos muros, caminhavam de um lado para o outro tranquilamente. - Lia, pega o rádio para mim. 

 

Lia vai até uma mesa de canto pegando um aparelho semelhante a um celular, me entregando em seguida. Aperto o número que me colocaria em comunicação com o segurança responsável pelos muros.

 

- Sim? - Uma voz masculina firme responde.

 

- Movimento estranho no muro norte.

 

- Entendido, invasor identificado?

 

- Não, foi muito rápido para enxergar pelas câmeras, no momento não tenho nenhum movimento, mas preferi avisar.

 

- Entendido, obrigado oficial. - A ligação encerra. 

 

- Lorena provavelmente não foi nada, não deveríamos ter...

 

- Aqui! - Aponto para outro monitor, Lia se aproxima rápido. Os guardas que deveriam estar patrulhando aquele muro tinham sumido, mesmo estando ali há alguns minutos atrás. Entrego o rádio para Lia. - Tenta contato com a guarita de novo, eu vou acionar o Centro para protegerem os Alfas.

 

No mesmo lugar que Lia tinha pego o primeiro rádio, pego outro aparelho, e tento contato com o Centro Empresarial. A voz de Lia soava tremula e assustada enquanto se comunicava com o oficial da guarita central.

 

- Pronto, já falei com eles. - Lia diz. Confirmo e continuo tentando falar com o Centro, que depois de algumas tentativas atende, explico a situação e descarto o rádio em cima da mesa.

 

- Eles disseram para ficarmos observando, e irmos informando a localização dos intrusos. - Lia se volta para as câmeras assustada.

 

Nós duas passamos a inspecionar câmera por câmera, quando um dos monitores perde sinal de repente, e logo em seguida outro e outro.

 

- Estão vindo para cá! - Lia se desespera pondo as mãos na boca.

 

- Calma, estamos seguras aqui dentro Lia, já passamos por isso uma vez...

 

- E quase morremos! 

 

- Mas não vamos morrer agora, estamos protegidas aqui dentro. - Apesar da minha voz soar firme e confiante, interiormente, não me sentia assim. Ainda assim omito minha insegurança de Lia. As câmeras que perderam sinal são câmeras dispostas no caminho para sala de câmeras, quem quer que seja o intruso, ele sabe onde a sala de câmera está, e sabe que podemos acionar as alcateias vizinhas caso seja necessário. No primeiro ataque, foram vampiros que tinham encontrado a sala de câmeras por acaso, no entanto, dessa vez, o intruso está desligando as câmeras que levam exatamente até onde estamos. 

 

O bip do rádio chama minha atenção.

 

- Oficial Lorena. - Respondo.

 

- Algum sinal deles? - A voz do outro lado do rádio pergunta.

 

- Estão vindo para a sala de câmeras, os monitores no caminho que trazem até aqui, perderam sinal.

 

- Merda... - A voz do outro lado soa irritada. - Conseguiram visualizar os intrusos? São quantos?

 

- Não senhor, só vimos vultos e as câmeras perderam sinal. Entraram pelo muro norte, mas os outros muros aparentemente estão tranquilos, somente o muro norte está desprotegido.

 

- Entendido, continue ai dentro, nós entraremos em contato em breve.

 

- Sim senhor. - Respondo.

 

Lia andava de um lado para o outro roendo as unhas, claramente nervosa.

 

- Calma Lia, vamos ficar bem. - Me aproximo dela segurando seus ombros. - Senta e fica calma.

 

Assim que termino de dizer, tiros são ouvidos do andar de baixo, Lia põem as duas mãos na boca assustada, um barulho alto de batida é ouvido.

 

- Estão tentando arrombar a porta de baixo. - Digo. - Lia, eu vou ficar na escada, você fica aqui dentro, vou tentar segurar quem quer que esteja tentando entrar...

 

- Não! Não me deixa sozinha por favor, eles vão te matar! - O olhar desesperado de Lia quase me convence a ficar, mas o medo da carnificina que poderia se tornar a alcateia se conseguissem impedir que nos comunicássemos para pedir ajuda, foi mais forte que a vontade de ficar protegida. Ou talvez, fosse somente minha vontade de morrer dignamente, do que morrer pelas mãos dos meus pais que me impulsionava, não saberia dizer.

 

- Lia! Nós treinamos várias vezes para isso, vamos ficar bem, só precisamos fazer o que treinamos quase todos os dias. - Digo firme, mesmo estando com muito medo. Tento me encorajar acreditando que sou capaz de me defender. Desde o primeiro ataque, passei a treinar arduamente para isso, se for um vampiro provavelmente irei morrer, mas não morreria tão facilmente. Se for um rebelde, tenho grandes chances de vencer, sei lutar corpo a corpo perfeitamente bem, meu treinador sempre dizia isso. 

 

Inspiro fundo quando outro barulho alto é ouvido da porta no primeiro andar.

 

- Lia, pega o rádio, e vai dizendo para eles tudo o que você ver nos monitores, avisa que já chegaram aqui, eu vou tentar segurá-los o máximo que posso. - O som de tiros continuam chegando até nós.

 

- Eles mandaram ajuda, você não precisa sair! - Lia diz esperançosa. 

 

- Lia, eu vou ficar na escada para o caso de algum deles conseguir passar, você fica aqui e faz o que te falei. - Digo séria, ela confirma chorando.

 

Me levanto e saio da sala. As batidas da sola da minha bota de cano curto, ecoa em meus ouvidos enquanto desço as escadas apressadamente. Mesmo que não estivesse fazendo muito esforço, minha respiração saia entrecortada, quando paro em frente a porta dupla no começo das escadas, provavelmente, por conta da adrenalina e o medo. A primeira porta estava bastante amassada, poderia cair a qualquer momento, isso me chocou.

 

"Porta blindada uma merd*..."

 

 Não sei de qual material é feito a porta, contudo, mesmo não sendo feito de puro aço, qualquer que seja o material, era muito resistente, e para estar naquele estado em tão pouco tempo, algo inesperado estava acontecendo. Fecho os punhos nervosa. Pego o cartão de identificação o colocando dentro da farda, o intruso não conseguiria entrar sem o cartão de Lia, mas podia amaçar a porta assim como estava fazendo com aquela. Os sons de tiros pararam abruptamente, controlei minha respiração para tentar escutar do outro lado da porta, um barulho de rosnado me alcança, confirmando minhas suspeitas. Me assusto quando algo bate contra a porta novamente, por pouco não caio de bunda no chão, porém, consigo me reequilibrar a tempo. A porta não aguentará muito tempo, pelos sons, é um rebelde tentando entrar. Sem hesitar, subo as escadas correndo, parando em frente a porta que me separava de Lia.

 

- Lia é um rebelde! Avisa pelo rádio! Bate na porta para eu saber que entendeu! - Duas batidas soam na porta, desço correndo novamente, me colocando a uma curta distância da segunda porta.

 

"Se estiver transformado não terei muitas chances, não tem como lutar corpo a corpo com um lobo gigante..."

 

"Não treino luta transformada, estarei em desvantagem se me transformar..."

 

"O que faço? Ele não pode  chegar até Lia..." 

 

Começo a me desesperar quando percebo que não sabia o que fazer. De todas as formas estarei em desvantagem. Se me transformar, não saberei lutar. Se não me transformar, não poderei por em prática tudo o que aprendi esses anos. 

 

"O que eu faço? O que eu faço? O que..."

 

Me interrompo quando uma lembrança me atinge. Anos atrás me vi naquela mesma situação, não sabia o que fazer, mas mesmo sem saber o que fazer, corri em direção ao meu irmão mais novo, e sem saber o que estava fazendo, criei uma barreira entre ele e o ônibus que vinha em sua direção em alta velocidade, o ônibus ficou destruído, o motorista não resistiu aos ferimentos, mas meu irmão, ficou intacto. 

 

"Meus dons, posso usá-los."

 

Esse pensamento me assustou, não usava-os a muito tempo, sequer sabia como fazê-lo.

 

"É a única chance que tenho..." 

 

Minha respiração estava acelerada, mais uma batida na porta abre um pequeno vão entre o batente, vejo uma pelagem escura pelo vão, o olhar frio do lobo, do outro lado da porta, me encontra. Assim que ele me vê, parece ficar ainda mais irritado e ansioso em derrubar a porta.

 

"Mais uma batida..." 

 

A fresta entre o batente e a porta fica ainda maior, quando percebo que na próxima batida a porta iria ao chão, corro para me posicionar em frente a porta que daria acesso a pequena sala de câmeras onde Lia estava. Minha respiração está acelerada, senti meu coração bater nos ouvidos, não tenho outra escolha, não tenho o que fazer. Um lycan transformado é quase indestrutível. Tenho que usar meus dons, mesmo não sabendo como.

 

Anos escondendo meus dons, resultaram na minha total inexperiência em usá-los. Depois de ser espancada por meus pais quando os usei para salvar meu irmão mais novo, ignorei-os completamente, e durante um tempo até senti raiva deles. Irônico que no momento, eles são a única coisa que pode me salvar de uma morte por decapitação horrenda. Talvez o lycan tivesse misericórdia de mim e me matasse de uma vez, ao invés de me comer ainda viva, ou me destripar. 

 

Enquanto a porta debaixo ainda não tinha sido derrubada, tentei me concentrar nas minhas mãos. Não lembrava o que tinha feito - se tinha feito alguma coisa - para usá-los quando criei uma barreira entre o ônibus e meu irmão, não faço ideia do que tinha que fazer. Olho minhas mãos suadas e trêmulas procurando por uma resposta, o barulho da porta sendo jogada contra a escada me assustou, mas não me surpreendeu.

 

"É agora. A hora da minha morte heróica."

 

O rosnado do lobo chegou até mim, causando calafrios pelo meu corpo. O som das pegadas lentas, causadas por suas grandes garras entrando em contado com o chão, me apavorou, em segundos o lobo subiu o primeiro lance de escada. Ao me ver em frente a segunda porta, os grandes dentes manchados de sangue se mostraram ainda maiores, me saudando. Um rosnado raivoso saiu da sua grande boca, um olhar capaz de matar me encarou de volta, olhos amarelados brilhantes me encaravam com satisfação, como se já me imaginasse morta debaixo das suas patas.

 

"O que eu faço? O que eu faço? O que eu faço..." 

 

Desesperada imaginei um escudo como na primeira vez, mas nada aconteceu. O lobo subiu o primeiro degrau do segundo lance das escadas lentamente, como se estivesse me dando tempo para imaginar minha própria morte. Tentei novamente o escudo, mas nada acontecia. O lobo subiu outro degrau, e outro e outro. Meu coração palpitava forte, meu corpo tremia desesperadamente de medo. Se fosse um vampiro no lugar daquele lobo teria mais chances, teria lutado corajosamente - ou estupidamente - para sobreviver, mas se tratando de um lycan, transformado, tenho plena ciência das minha poucas chances. Nunca rezei ou fiz uma prece sequer em minha vida, mas nesse momento, sem que me desse conta do que estava fazendo, me vi rezando mentalmente para o ser que ninguém conhece, em busca de uma barganha para  poupar minha vida.

 

"Universo, mãe-natureza... Se eu sobreviver a hoje, eu prometo, PROMETO... Que vou aceitar o destino que você tem preparado para mim, vou contar ao Alfa dos meus dons, faço o que você quiser..." 

 

"...Vou treinar luta transformada, não sei por que nunca pensei nisso antes..."

 

Minha mente ia fazendo promessas e mais promessas para alguém, um ser, que não sabia se existia, no entanto, mesmo sem saber, fui o mais sincera possível em todas as palavras que disse. Vou fazer alguma coisa, se escapar da morte mais essa vez, farei alguma coisa, não aceito passar por isso novamente, não aceito quase morrer pela segunda vez depois de ter fugido dos meus pais, que sempre foram o maior perigo, e acredito eu, o motivo da minha morte futuramente. O lobo estava a poucos metros de mim, mais alguns degraus e estaria em cima de mim me estraçalhando. O pelo escuro, com os olhos amarelos flamejantes me olhavam impiedosamente, ele com certeza me mataria. Vi quando o lobo abaixou o tronco, se posicionando para saltar em mim. É agora, morrerei agora, sem sombra de dúvida.

 

Ele saltou. Eu gritei.

 

Fechei os olhos e virei o rosto para  o lado para não ver o momento fatídico, na esperança de não sentir nenhuma dor. Minhas mãos se levantaram em frente ao meu corpo em defesa. Um calor tomou posse das minhas mãos.

 

"Deve ser meus sangue quente demais..."

 

Um ganido alto e o barulho de algo caindo rudemente no chão me chamou a atenção. Tinha prendido a respiração, no entanto, após alguns segundos, meu pulmão gritou por ar. Ainda de olhos fechados voltei a respirar entrecortadamente. Respirei uma vez, depois outra, ainda com os olhos fechados, esperando a dor, uma batida, um rosnado vitorioso do lobo, mas nada aconteceu. 

 

Devagar fui abrindo os olhos, espiei minha frente com medo do que veria, quando vi que o lobo não estava em meu campo de visão, abaixei as mãos devagar. Lá estava ele, jogado no chão, no início do primeiro lance de escadas, ele ainda respirava, mas com dificuldade, sangue estava espalhado por toda a escada e paredes como se uma bomba tivesse explodido de dentro do lobo, fazendo sangue esguichar para todos os lados. 

 

Estática vi o peito do lobo parar de subir e descer, e em segundos o corpo de um homem desconhecido para mim tomou lugar ao do lobo. Um buraco grande no pescoço e parte do peito, estava exposto jorrando sangue, criando um ruído baixo que me deu náuseas. Ele estava morto.  A esta altura, minha respiração se acelerou como se estivesse a beira de uma crise de ansiedade, meu corpo tremia descontroladamente. Olhei minhas mãos sem entender o que tinha acontecido.

 

" Meus poderes..."

 

"Meus poderes?"

 

Meus poderes causaram aquilo? Outro tipo de medo começou a se formar no pé da minha barriga. Olho minhas mãos novamente, que estavam normais, como deveriam estar.

 

" O que aconteceu? O que eu fiz? COMO eu fiz isso?"

 

Não soube o que pensar, nunca controlei meus poderes, nunca sequer tentei controlá-los. A incredulidade de que eu tivesse sido a causadora daquilo foi óbvia. Não queria acreditar. Não é possível que eu tenha feito isso, ou é?

 

"Meu Deus..."

 

" E agora?"

Fim do capítulo

Notas finais:

OIIIII GENTEEEE !!!

 

Me desculpem o atraso, de uns dias para cá estou com umas "dificuldades" com relação a minha saúde, e ontem especialmente estava de cama, não consegui postar por isso, mas hj já estou melhor, e vim publicar aq p vcs >< Me desculpem o atraso ),:

Espero que estejam gostando, comentem p eu saber oq estão achando >< 

Boa semana p todas! Até a próxima! ><


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Comentários para 11 - CAPÍTULO 11:
Lea
Lea

Em: 18/02/2022

O quão leal  Lorena é para com essa amizade,mais pensou em proteger a Lia doque a si própria!!


Resposta do autor:

Sim! <3 

A Lia é como uma irmã p ela ><

Responder

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Flavia Rocha
Flavia Rocha

Em: 09/03/2021

Cada dia curtindo mais a história. 

melhoras pra vc, autora.


Resposta do autor:

Obg >< 

Responder

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 09/03/2021

Melhoras se cuida, adorando a historia.


Resposta do autor:

Obg >< 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Irinha
Irinha

Em: 09/03/2021

Oi!!

Que bom que vc está melhor e obrigada por ter postado mais um capítulo dessa história maravilhosa.bjs


Resposta do autor:

Por nada, nem precisa agradecer >< 

Responder

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