Regra do site - aviso obrigatório sobre os próximos capítulos: cuidado com gatilhos e fica o alerta para quem for sensível ao tema, abordarei questões de violência contra a mulher, agressões psicológicas, tortura e abuso.
XII. Misógino
XII. Misógino
Ohana não imaginava que o assassino, era misógino e ficou ainda mais temerosa quando ele fez questão de contar para ela sobre cada vítima, mostrando os seus respectivos sapatos que estavam dispostos em uma extensa prateleira, todos catalogados e ele comentava sobre cada uma, com certa repulsa sexu*l*. Enquanto a jornalista estava presa em uma cadeira de rodinhas, sendo levada de um lado para o outro.
- Escorpiana, nos seus escritos você não relatou bem sobre elas, tinha que ter dito o quanto elas eram imundas e o bem que fiz para todas elas.
A morena chorou ainda mais ao ouvir o que ele tinha acabado de dizer, ele chamava cada uma pelo seu signo e já tinha planos para que ela fosse a oitava morta, retirando a sapatilha que ela estava usando e dizendo que guardaria para si de presente.
XII.II
- Bruno, não temos muito tempo e temos que salvar a Ohana.
- Como? E se ela já estiver morta?
- Não diga isso, temos que ter esperança e não podemos desistir.
- Que pesadelo!
- Precisamos trabalhar juntos, não vou conseguir seguir todas as burocracias, vou pedir a minha suspeição do caso, explicar que o mais prudente é não participar, já que posso atrapalhar por se tratar da minha namorada. Tenho informantes, vou ficar sabendo de tudo, mas, acredito que teremos mais chances atuando em paralelo.
- Pode contar comigo, faço tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar.
- Faça o seguinte então: vá até a sua casa e ao jornal, para pegar tudo que você precisar. Vamos trabalhar da minha casa, por lá teremos privacidade, te mando o endereço por mensagem.
- Já vou indo então, estamos numa luta contra o tempo e vamos precisar de muita sorte.
Aisha pediu a sua dispensa do caso e seu chefe lhe deu todo o final de semana de folga. Antes de sair pegou tudo o que precisava, colocou em seu carro e seguiu para casa. Quando chegou desmoronou, estava com muito medo, retirou toda a roupa que estava usando para tomar banho e embaixo do chuveiro, se permitiu chorar. Não se demorou, tinha pressa em encontrar Ohana, com vida.
A inspetora tinha acabado de se vestir quando a campainha tocou, era o Bruno e todos os seus equipamentos.
- Entra, fique a vontade, obrigada por ter concordado e espero que tenhamos êxito.
- Onde posso montar meu QG?
- No escritório, vou te mostrar onde fica.
Bruno percebeu o rosto abatido da loira, era perceptível que ela tinha chorado, mas, preferiu não tecer nenhum comentário, não queria ser indelicado.
- Estou em dúvida, pensei em não divulgarmos, para não atrapalhar nas investigações, mas, será que ao expor, a visibilidade não auxiliaria? Ao mesmo tempo fico pensando, se ele ver na mídia não seria pior e não o motivaria a acabar logo com tudo?
- Não tinha parado para pensar nisso.
- Preciso pensar mais antes de decidir se devemos divulgar, ele nunca contatou a família das vítimas, mas, algo me diz que desta vez é diferente, acho que ele estava na espreita, nos observando e a morte da Daiana não foi aleatória, o assassino tem tudo muito bem calculado, é um estrategista nato, ele vai me ligar, não para pedir resgaste, ele não é mercenário, porém, vai fazer questão de querer me espezinhar, esfregar na minha cara a humilhação de não ter o encontrado e por ter em suas posses a mulher que eu amo.
- Não duvido, ele é capaz de tudo.
- Vou instalar um programa para gravar as ligações e preciso que você verifique como rastrear a chamada. Aqui estão todos os meus acessos, tenha cuidado com tantas informações sigilosas e não perca o foco.
Os dois passaram horas tentando descobrir o paradeiro da jornalista.
- Sua barriga roncou, esquecemos de jantar, não como nada desde o almoço e aposto que você também não.
- Tem uma hamburgueria aqui perto, podemos pedir lanches.
- Me passa o número que faço os pedidos. Posso passar a noite aqui? Não vou conseguir dormir mesmo e prefiro continuar tentando encontrar alguma informação.
- Claro, pode ficar. Me preocupa mais uma noite e a Ohana desaparecida.
- Isso não é nada bom, o psicopata pode agir contra ela a qualquer momento.
O celular de Aisha tocou, era um perito avisando que um grupo tinha acabado de sair do DP, com objetivo de fazer uma incursão na casa de um suspeito.
- Bruno, preciso ir.
- Vou contigo.
Ela não se opôs, sabia que ele também estava muito preocupado.
- Coloca o endereço no GPS, por favor.
Ele rapidamente colocou e eles saíram em disparada.
- Você trouxe seu notebook, o que faz?
- Estou pesquisando, quero saber quem mora neste endereço.
- Assim que descobrir me diga.
Eles não demoraram muito para chegar ao local.
- Vamos ficar de olho daqui.
- Como chegaram neste suspeito?
- Boa pergunta, farei uma ligação para descobrir.
Aisha logo foi atendida e informada que foi devido ao resultado da análise do papiloscopista.
- Bruno, o assassino sempre foi cuidadoso, nunca tinha deixado nada fora do lugar e agora deixou justo digitais.
- Ele sabe que o cerco se fechou para ele, ainda mais agora que raptou a Ohana.
- O nome do suspeito é Gaspar Sanofi Marçal.
- Essa casa está no nome da mãe dele.
- Acabo de receber a mensagem que somente encontraram uma senhora de idade e o meu faro investigativo diz que não vão encontrar nada aqui que possa de fato nos auxiliar.
- Temos que descobrir tudo sobre ele, olha a foto do cara, bate com o retrato falado.
- Infeliz! Não tem nenhuma passagem, nem mesmo multas. Consulta qual o modelo do carro dele, se tem algum imóvel e vamos embora.
- Ele tem cinquenta anos e é advogado. Solteiro e sem filhos. Não utiliza redes sociais.
- Ele é bauruense mesmo?
- Sim, vamos passar pegar lanches, estou com fome.
Os dois fizeram seus pedidos, realizaram os pagamentos e decidiram comer dentro do carro mesmo, no estacionamento.
- Consegui o endereço do escritório dele talvez tenha algo por lá.
O endereço era próximo ao centro da cidade, eles terminaram de comer rapidamente e logo chegaram na localidade.
- Não temos tempo para conseguir um mandado, vou pular o muro e tentar entrar pelos fundos.
Bruno foi junto, não teve a mesma desenvoltura para pular o muro e acabou caindo.
- Cara, se machucou?
- Não, só escorreguei.
- Tem grade nas janelas, vou arrebentar essa porta aqui dos fundos (e com dois chutes ela conseguiu).
No espaço tinha uma cozinha pequena, dois banheiros, uma sala que parecia a recepção e o escritório, que vasculharam cada detalhe.
- A única gaveta que estava trancada tem um fundo falso, o que será que temos aqui?
Bruno se aproximou com curiosidade e eles se entreolharam quando encontraram sete cadernetas pretas.
- É uma espécie de diário? (O jornalista perguntou).
- Isso, ele escreve tudo sobre as vítimas e o título é o signo delas.
- Além, de calculista e sádico, ele ainda tem a frieza de escrever sobre.
- E ainda cola manchetes do jornal sobre os assassinatos.
- Estamos lidando com o pior tipo de pessoa.
- E agora ele pode estar escrevendo sobre a Ohana.
- Não perca as esperanças. Enquanto você analisa tudo que ele escreveu vou fazer umas buscas, quero descobrir o modelo do carro dele e vamos sair daqui.
Na casa da investigadora eles continuaram as suas pesquisas, no meio da madrugada Aisha esgotada adormeceu no sofá, já que não tinha dormido nada na noite anterior.
Bruno passou a noite tentando encontrar algo e acabou dormindo sentado.
Os dois acordaram com o toque do telefone residencial, na primeira hora do amanhecer.
- Alô!
- Tem uma pessoa querendo se despedir.
Aisha fez sinal para Bruno, que já estava atento, ouvindo tudo e tentando rastrear.
- Gaspar?
- Finalmente sabe o meu nome, que trabalho investigativo fraco o teu, não me atrapalhou em nada e nem mesmo foi capaz de salvar a sua namorada.
A inspetora respirou fundo, não titubeou e decidiu aplicar métodos de negociação e contenção de crise.
- O mais adequado para você agora é uma rendição.
- Não seja estúpida.
- Conversamos com a sua mãe na noite passada, ela está preocupada contigo.
- Deixe a senhora minha mãe fora disso. O controle da situação é meu. Quer que eu desligue o telefone e mate ela agora?
- Não, me deixe falar com a Ohana.
- Você tem que me agradecer por te dar o privilégio de se despedir.
- Aisha (a jornalista chamou com a voz chorosa).
- Sim meu amor sou eu. Ele te machucou?
- Não te interessa, não é para ficar fazendo perguntas. Já disse é para se despedirem.
Na sequência ouviram um grito de dor. Neste momento Aisha deixou de lado todo o seu lado profissional e cansada declarou guerra.
- Gaspar, se considere morto, eu vou te achar, nem que eu precise chegar ao inferno. Ohana eu te amo, isso não é uma despedida e eu vou te trazer de volta.
- Veremos (disse o crápula encerrando a chamada).
Fim do capítulo
Olá! Grata por cada leitura. Feliz Dia da Mulher e uma ótima semana. Beijos e abraços, May.
Comentar este capítulo:
Vanderly
Em: 10/07/2021
Cara, não estou conseguindo parar de ler. Muito interessante.
Ele vai ser pego logo, logo.
Beijos!
Vanderly
Resposta do autor:
Que alegria, receber seus comentários, é uma honra saber que você achou interessante.
Vanderly, fico da mesma forma com as suas histórias, não consigo parar de ler, fico encantada e devorando cada capítulo. Beijos e abraços, May.
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