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Nossa canção inesperada por Kiss Potter

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Palavras: 11957
Acessos: 6209   |  Postado em: 01/03/2021

Capitulo 48 - Caminho sem saída

Capítulo 48 – Caminho sem saída

 

Pov Liz

 

 

              As semanas seguintes foram um verdadeiro porre, tanto na vida pessoal quanto no trabalho. Nem era preciso mencionar ou tentar descrever o tamanho do impacto que a empresa vinha sofrendo com todo aquele escândalo envolvendo a família. Alguns investidores já haviam retirado seu apoio, e as ações haviam caído como que em um passe de mágica. Isso era motivo de preocupação, logo naquele momento em que a companhia vinha arcando com grandes construções.

              Foram semanas que se seguiram de reunião atrás de reunião em toda a empresa e filiais de outros estados. Luísa, que por sorte já se sentia melhor, voltou para a direção da empresa a fim de assumir as rédeas da situação, muito a contragosto dos filhos, que tentaram de tudo para fazê-la mudar de ideia. Liz não os culpava, eles estavam totalmente certos com tamanha preocupação.

              Pela primeira vez, desde o acidente, Luísa marcou um encontro com a imprensa, para fazer uma declaração oficial sobre tudo o que estava acontecendo. A tia não gostava de holofotes, mas sua principal intenção era de tentar convencer as pessoas que a empresa seguia firme e forte, apesar dos recentes e horrendos eventos.

              Toda aquela situação só fez Liz ter certeza do quanto a tia era uma mulher muito forte e fodona, o que só lhe inspirou ainda mais a se engajar nos assuntos corporativos. Contudo, não tinha apenas essa desculpa para se enterrar no trabalho, fazia isso, principalmente, para fugir de seus sentimentos com relação à sua irritadinha.

              Parecia que já haviam se passado anos desde que a vira pela última vez naquele quarto de pousada, onde haviam compartilhado tantas memórias juntas. O amargo da saudade estava presente em seu paladar o tempo todo e precisava sempre de uma bebida forte à noite para tentar dormir, pois, aquele era sempre o pior momento do dia inteiro.

              Sentia a falta dela, falta o cheiro, do calor do corpo e da sensação de relaxamento que somente ela poderia lhe proporcionar. Não demorou para que o assunto do término caísse no conhecimento geral. A garota problemática, e antiga solteira convicta da família, estava solteira novamente. Infelizmente sua antiga fama a perseguia.

              Em uma quarta-feira qualquer, saiu da empresa na hora do almoço e encontrou-se às escondidas com Fabrício, que lhe levava um chipe e um aparelho de segurança para que pudessem falar sem maiores preocupações. Liz estava confusa com todo aquele comportamento deles e isso só poderia significar uma coisa.

              — Por que precisamos de tudo isso? — tentou colher uma resposta plausível apenas para ter uma confirmação de seus pensamentos.

              — Papai disse que, seja lá quem está por trás disso tudo, deve ser uma pessoa muito próxima e precisamos ter cuidado. Eu concordo com ele. Precisamos ter cuidado, Liz.

              A morena suspirou fortemente e encostou a testa no volante. É claro que tinha que ser uma pessoa de perto, isso estava mais do que na cara e o medo a tomou. Não poderia ser quem estava pensando que fosse. Seria terrível demais...

              — Como é que Flávio está?

              — Melhor, graças a Deus! Logo vai poder voltar para casa.

              — E a investigação?

              — Temos algumas coisas, mas ele disse que vai falar com você pessoalmente sobre.

              — Olha, Fabrício, eu estou me sentindo perdida em tudo isso. Eu queria já ter contado minhas suspeitas para tia Luísa e...

              — Não podemos contar nada a ela ainda, Liz! — O primo segurou em seu braço firmemente como uma forma de alerta. — Ela não acreditaria. Não temos provas suficientes.

              Ouvir aquilo deixou seu coração agitado e sua respiração pesada. Se sentia cada vez mais afundando em um buraco profundo de dúvidas e não sabia o que fazer para sair dele.

              — Ele quer marcar um encontro com você, mas precisa ir sozinha, sem que ninguém saiba.

              — Pior é que agora estou com esse guarda-costas no meu pé e ele parece um carrapato. Nem sei como consegui escapar para vir aqui agora sem ele ver. Isso tá um saco, já estou para me desfazer dele.

              — Imagino que seja chato mesmo, mas infelizmente vai ter que dar seu jeito. Eu posso te ajudar a ir até lá em casa se for o caso, já que papai não pode ir a outro lugar.

              — Quando ele quer que eu vá? Esses dias está corrido na empresa...

              — Nós sabemos disso, te avisamos quando ele estiver mais disposto.

              Liz ficou parada e pensativa por alguns segundos. No fundo, se perguntava se estaria sendo ingênua em acreditar em Flávio, afinal, como Luísa mesmo havia dito, as provas contra ele eram incontestáveis, apesar de estranhas. No fim, movida pela sua intuição, concordou com o encontro e disse que ficaria à espera do contato.

              Ao chegar em casa totalmente massacrada da rotina do dia, Liz tomou um banho quente e deitou-se em sua cama. Se sentia tão cansada, tudo o que queria era poder apagar e dormir rapidamente, mas seus pensamentos acelerados lhe tiravam a paz.

              Ainda estava totalmente cancelada dos contatos e das redes sociais de Lia, por isso, tentava sempre saber informações sobre ela através de Cris, Vivi ou Pedro. Cris, parecia relutante em falar demais, com certeza com medo de, sem querer, lhe revelar algo dos segredos da amiga. Já Vivi, tudo o que ela sabia vinha de Pedro, então o melhor era falar mesmo direto com a fonte. Porém, da última vez em que se falaram, ele havia sido muito sucinto e lhe escreveu em resposta, umas poucas palavras bastante superficiais.

              Enfim... remendando todas as informações que já tinha colhido, sabia que ela aceitara a vaga, finalmente, e que agora estava lidando com toda a parte burocrática de documentação. E claro, com Vanessa lhe ajudando em tudo prontamente. Seu estômago se abalava ao pensar nisso. Tinha certeza que a ruiva tentaria se aproximar dela assim como daquela última vez.

              Era doloroso pensar no quanto havia planejado aquele momento ao lado de Lia. Tudo o que queria era estar ao seu lado para ajudá-la e lhe dar apoio em tudo o que precisasse, mas não! Graças a teimosia tão típica dela, teria que ficar de fora como se fosse apenas uma espectadora desconhecida. Para falar a verdade, nem ao menos isso. Havia sido cortada da vida dela de todas as formas.

Às vezes, tinha vontade de mandar tudo para o espaço, voltar atrás em sua decisão, correr atrás de Lia e fazê-la sua novamente. Essas eram as únicas coisas que ocupavam seus pensamentos nos últimos dias, Lia e esse mistério envolvendo o acidente da tia. Já estava se sentindo mentalmente esgotada com tantas coisas.

              Ainda se remoendo com sua decisão, resolveu sair à procura de bebida no bar da sala. Lá, fez uma mistura com vodka e sentou-se no sofá. Já passava das onze da noite e precisava fazer o sono vir de alguma forma. Já não aguentava mais as pessoas sempre perguntando se estava bem por conta de suas olheiras. Teve um susto quando viu a tia no topo da escada. Ela desceu e lentamente se pôs ao seu lado no sofá.

              — Não tem conseguido dormir ultimamente, não é?

              — Não — respondeu simplesmente. Não fazia sentido mentir, era visível o que acontecia.

              — Será que não é hora de fazer alguma terapia? — Ela passou o braço por seus ombros e apertou um pouco, lhe fazendo uma massagem. Liz fez careta com a proposta.

              — Eu não quero saber dessas coisas, tia.

              — Eu tenho medo por você. A situação está difícil e ainda mais agora sem a Lia. Temo que você acabe se envolvendo com bebidas mais do que deve e acabe daquele jeito de novo.

              — Solta na bagaceira? — Soltou completando os pensamentos de Luísa e depois sorriu cinicamente. — Não se preocupe, não tenho planos de me desgastar com aquelas coisas de novo. Eu mudei!

              — É bom ouvir isso e acredito que tenha mudado, mas beber para conseguir dormir não está certo. — Luísa apenas olhou-a de forma séria. — Quero apenas que cuide da sua saúde mental, é só isso. Se está com dificuldades de dormir, podemos marcar uma consulta para que o médico te receite algum remédio.

              — Eu não preciso de remédio nenhum! — Liz se desfez da ideia absurda. —Longe disso.

              — E o que você precisa, então?

              Tudo o que Liz queria era o corpo nu de Lia embaixo do seu, delirando, enquanto as duas faziam um amor tórrido e gostoso. Acabou sorrindo com os pensamentos saudosos e a tia percebeu exatamente o que se passava em sua mente.

              — Não vem me dizer que é só sex* o que você precisa! — Ela declarou indignada.

              Liz não pode evitar rir do jeito afobado dela, mas respondeu com sinceridade.     

              — Não é só sex* que falta. Só isso não me preenche mais.

              — Então sente falta da Lia?! — soltou em sugestão. Todos sabiam que Liz não tocava sobre o assunto do término e ficava bem desconfortável com isso. Com seu silêncio, a tia resolveu insistir um pouco mais. — Ainda não entendi por que terminou com ela.

              — Eu não quero ela envolvida nessa loucura. Estamos correndo perigo! — disparou no ato e sem pensar. Quando arriscou olhar para a tia, viu que ela parecia um pouco confusa.

              — Mas Liz, o Flávio está praticamente preso. Ele não ousaria fazer nada.

              — Nós tivemos que mandar um guarda-costas disfarçado para ficar na porta da casa dela. Eu não quero fazer ela passar por isso. E outra, Lia conseguiu uma vaga de intercâmbio em Londres. Logo mais estará de partida e vai passar um semestre por lá.

              — Eu não sabia disso! — Luísa disse surpresa. — Mas então você ainda a ama?

              — Não quero mais falar disso! — respondeu incomodada e deu um último gole em sua bebida.

              — Escuta, Liz! — Luísa ficou em sua frente e impediu-a de se retirar. — Eu fui omissa antes quando você mais precisou, mas agora eu não vou cometer o mesmo erro. Esse seu jeito me afastou antes, não vou deixar que me afaste de novo. Eu vou marcar uma consulta e você vai comigo, querendo ou não!

              Liz sustentou o olhar decidido da tia, mas calou-se. Não ia adiantar bater de frente, sabia que ela não merecia má criação quando só estava tentando lhe ajudar. Conviver com Lia havia lhe deixado mais com os pés no chão, afinal de contas.

              — Vou tentar dormir agora. Boa noite!

              Liz comunicou e se retirou sem deixar margens para mais conversas.

A sexta chegou como uma bênção. Depois de mais uma semana de cão, tudo o que Liz queria era curtir um pouco, se divertir e tentar distrair a sua mente. Depois de tanto tempo longe, morando em outra cidade, a rockeira não tinha mais nenhum contato com alguém de confiança que pudesse contar ali. Considerou voltar para a cidade e se reencontrar com Vivi e os meninos da banda. Além do quê, tinha que decidir o futuro do bar, onde Tom estava aguentando a barra sozinho.

              No sábado, planejou o que faria para escapulir escondida de todos. Não queria mais estar na presença do segurança. Por algum motivo, apenas se sentia ainda menos segura com ele. Por isso, comunicou à tia que iria dormir em seu apartamento naquele final de semana e que precisava ficar um pouco sozinha. Foi uma briga para que Luísa dispensasse o segurança, mas no fim, não teve outro jeito.

              — Você é que sabe da sua vida, Liz! — A tia disse por fim, se sentindo vencida e subiu as escadas, pisando firme.

              Iria para o apartamento, guardaria o carro e iria de táxi até o aeroporto. Chegaria na cidade ainda pela tarde. Indo até lá, ficaria mais perto de Lia também e não sabia se iria resistir à tentação de ir atrás dela. As coisas haviam terminado de forma brusca e errada. Queria ao menos tentar se explicar de uma forma que não a deixasse tão puta, embora soubesse que aquilo seria impossível. Lia era muito explosiva e, com certeza, estava cheia de caraminholas na cabeça.

***

Pov Lia

              Um mês se passou desde o término. Lia queria poder dizer que já se sentia melhor, mas isso seria uma mentira tremenda. Cada dia que passava a saudade só judiava mais ainda do seu coração machucado. Devia mesmo ser a maior “trouxiane” do universo. Liz não tentara nenhuma aproximação. Claro, sabia que a tinha bloqueado em tudo, mas agiu assim na esperança de que ela fizesse algo a respeito. Contudo, estava muito enganada.

              Estava trancada no quarto depois de ter jantado. Ainda estava dando um gelo no pai e em Pedro. Ambos, à pedido de Nádia, estavam lhe dando o tempo necessário para que a sua ira passasse. A raiva até passara mesmo, mas o orgulho em ter que se reaproximar deles era maior. Sabia que os dois haviam feito tudo pensando em seu futuro, mas, ainda assim, era difícil de engolir aquilo, principalmente o que o pai fizera.

              Era sábado enquanto conversava com Cris por mensagem. A amiga passara uma semana inteira ao seu lado naqueles primeiros dias mais intensos. Ela estava sendo seu maior apoio naquele momento tão confuso.

              Cris: “Amiga, eu não sei se eu devo dizer isso e me meter, mas preciso confessar algo ”

              Lia: “O que foi? ”

              Cris: “A Liz não para de perguntar por você. Quer saber como você está, se ‘tá tudo bem. E não foi só para mim. Ela pergunta para Pedro e Vivi também. Será que não é hora de você desbloquear o contato dela? ”

              A informação a desmontou completamente. Lia havia olhado para o contato dela diversas vezes durante aquelas semanas, se torturando e se contendo para não seguir os impulsos de seu coração vagabundo. A vontade que tinha era de ligar implorando para que ela voltasse atrás, mas jamais faria isso com sua dignidade. O amor que sentia por ela era muito forte, mas o seu orgulho também. Liz havia terminado. Não ficaria se humilhando e correndo atrás de ninguém, fazendo papel de trouxa.

              Porém, já não vinha mais aguentando. Precisava falar com ela nem que fosse a última vez e ler aquelas palavras de Cris, apenas aumentou ainda mais sua vontade.

              Cris: “Amiga? Está aí ainda? ”   

              Lia: “Estou ”

              Cris: “Ok, não vou insistir. Queria apenas dizer o que acho. Liz se importa contigo. Sei que ela só fez isso para você ir aceitar o intercâmbio. ”

              Lia também havia pensado muito naquela possibilidade, mas quando lembrava da frieza com a qual Liz havia lhe tratado, acabava sempre por acreditar no pior. Ainda mais quando ela falou sobre a tal Amanda. Tinha certeza que naquela altura, ela já teria passado a mão na outra e seu peito doía só de imaginá-la com outra pessoa.

              Lia: “Eu não sei mais de nada, mas não quero ficar me iludindo. Dói muito. ”

              Cris: “Tudo bem ”

              Lia lutou contra aquilo, mas seus sentimentos eram mais fortes, não conseguiu se controlar. Pegou o celular e foi diretamente até o contato dela, desbloqueando-o de vez. Já era nove da noite e a última visualização dela havia sido às sete.

              Com o coração batendo acelerado, digitou uma mensagem e enviou antes que se arrependesse.

              Lia: “O que você quer, perguntando por mim por aí? ”

              Fechou os olhos com força. Pronto! A merd* estava feita, agora era só esperar para ver o que iria acontecer. Nem um minuto depois, sentiu o telefone vibrar em sua mão e prendeu a respiração, antes de abrir a mensagem. Se sentindo nervosa como nunca antes e com o coração na mão, pôs-se a ler.

              Liz: “Olá! Eu fiquei preocupada com você e desesperada. Por que me bloqueou? ”

              Lia deu um risinho de deboche ao ler sua pergunta. Liz era mental ou o quê? Será que não estava claro o suficiente o porquê de ter feito tudo aquilo?

              Lia: “Você terminou comigo, Lisandra. O que esperava que eu fizesse?! ”

              Liz: “Eu não quero ter essa conversa por mensagem. Deixa eu ligar para você! ”

              Sem nem ao menos esperar por uma resposta, Liz já estava lhe ligando. Ouvir a voz dela era tudo o que mais queria, mas teve medo de estragar tudo. Não se sentia preparada emocionalmente para ter aquela conversa. No desespero, recusou a ligação e seus olhos se encheram de lágrimas.

              Só depois disso, ao olhar atentamente para a chamada perdida, viu que ela estava com o mesmo DDD que o seu. Isso só podia significar uma coisa. Queria dizer que ela estava de volta e nem ao menos tentara lhe avisar. Se sentiu uma idiota em ao menos cogitar a hipótese de lutar por ela. Sentindo todas as raivas e o despeito voltarem à tona, bloqueou-a novamente no mesmo instante.

              Mais uma vez, chorou por ela até pegar no sono. Era claro que Liz não sentia mais o mesmo...

              Acordar-se no domingo foi difícil. Estava sentindo uma moleza por todo o corpo. Parecia estar com febre e sem disposição para nada. Sua cabeça também doía por conta do choro. Bufou de raiva por si mesma e se perguntou por quantas vezes mais ainda passaria por aquilo.

              Passou o dia caída, para baixo e sem coragem para nada, trancada no quarto. Não tinha nem apetite para comer. Era perto do meio dia quando Vivi lhe ligou. Liz foi a primeira coisa que passou em sua cabeça, como sempre.

              — Alô?

              — Lia, desculpe te ligar à essa hora, mas não sei bem o que fazer. — Ouviu que ela tinha um tom de pesar na voz e um quê de apreensão.

       - O que aconteceu, Vivi?

              — Você poderia vir para cá agora? A Liz veio passar o fim de semana e não está nada bem desde ontem. Não sei mais o que fazer.

              Lia fechou os olhos com força e suspirou. Seu coração bateu descompassado só de pensar em se encontrar com ela. Um nervosismo logo se apoderou de seu corpo. Por que ela estava sempre lhe dando preocupações? E por que sempre ia ao encontro dela? Liz lhe consumia inteira, era besteira ao menos tentar disfarçar que ainda não era louca por ela. A rockeira a tinha na palma da mão e isso só lhe deixava com ainda mais raiva... será que deveria ir ao encontro dela ou não?

***

Pov Liz

 

              A conversa com Lia a deixou baqueada. Estava no bar, terminando de acertar algumas coisas com Tom, quando recebeu uma mensagem. Nem precisava dizer que seu coração bateu acelerado ao ver que era ela. Finalmente havia lhe desbloqueado. Trocaram algumas poucas mensagens e ligou-a imediatamente, mas Lia ainda estava muito ressentida, então, acabou recusando sua ligação. Aquilo só a deixou pior. De repente, todo o plano que havia traçado em sua cabeça, caiu por terra.

              Talvez fosse melhor mesmo deixar a irritadinha seguir rumo dela sem se envolver mais em sua bagunça. Precisava se distrair. Se sentindo agoniada e triste, ligou para Jack e o amigo lhe disse que iria tocar em um barzinho com a banda naquela noite. Ser perder mais tempo, perguntou se podia se juntar a eles. Cantar a noite toda parecia uma ótima alternativa. Nem precisava dizer o quanto o amigo ficou feliz com a notícia.

              Saiu do seu bar e foi direto se encontrar com eles. Antes da apresentação começar, repassou rapidamente o repertório que haviam preparado. A rockeira ficou feliz ao ver que a sintonia entre eles continuava a mesma. Todos os meninos ficaram felizes quando a viram. Ao menos aquilo a faria se distrair um pouco.

              No intervalo, Liz saiu à procura de bebida e uma garota muito bonita se aproximou de forma sorrateira.

              — Achei que nunca mais ia te ver por aqui. Voltou à ativa? — perguntou com segundas intenções e arqueou a sobrancelha bem feita. Liz não fazia ideia de quem ela era.

              — Estou tocando apenas por essa noite — declarou educadamente. — Desculpe, a gente se conhece?

              — Nos conhecemos aqui nesse bar. — A garota lhe respondeu, revirando os olhos e sorrindo sem graça. — Mais especificamente no banheiro.

              Liz soltou um sorriso sarcástico e se sentiu um pouco sem graça. Nem mesmo havia lembrado que já ficara com ela antes. Tinha que admitir que sua vida era mesmo muito desregrada antes.

              — Desculpe por não ter lembrado! — desculpou-se com sinceridade.

              — Tudo bem. Se a gente tivesse avançado mais eu garanto que você teria lembrado de mim. Ficamos só nos beijos. Você disse que não podia rolar nada mais naquela noite.

              Como que em um flash, Liz lembrou-se do acontecido. Foi quando ela estava começando o seu rolo com Lia. Bem no período em que haviam se desentendido. Mais especificamente, quando agiu feito uma escrota. A rockeira queria negar os seus sentimentos por ela e tentou se afastar no desespero. Lembrava que tentara ficar com aquela menina, mas não havia conseguido, pois só conseguia pensar em uma certa irritadinha. Depois do primeiro beijo entre ela e Lia, não conseguiu mais ir para cama com nenhuma outra.

              Aqueles pensamentos a deixavam saudosa. A dor da saudade tomou conta de seu coração, fazendo seu peito apertar. Sem mais nada dizer, despediu-se da mulher a sua frente e foi até o bar. Comprou um litro de vodka e começou a tomar com Sprite. Precisava mesmo de uma bebida forte para enfrentar aquela noite.

              Quando voltou ao palco, já estava se sentido bastante alta, mas aquilo apenas a fez cantar com mais afinco. Durante a noite, um bando de jovens maloqueiros chegou até o bar. Eles pediam músicas o tempo todo e ficaram lá até o o fim do show, já quase três da manhã. Foi então, quando um rapaz loiro e alto, se aproximou da banda e fez um convite, chamando-os para estenderem a noite, tocando em um outro local.

              Liz topou o convite na hora. Estava se sentindo extremamente eletrizada e enérgica pela bebida e pelo simples prazer de estar cantando com sua banda. Havia esquecido como aquela sensação era tão boa. Mesmo vacilantes, os outros também aceitaram devido a sua animação. Desmontaram os instrumentos e seguiram os maloqueiros até o local indicado.

Dirigiram por uma meia hora e chegaram até um casarão enorme. Quando Liz atravessou o portão, dirigindo o seu carro, espantou-se com o que viu. Parecia uma rave muito louca. Viu meninas se pegando com outras meninas, meninos com meninos, uma menina com dois rapazes de uma só vez e vice-versa também. “Onde é que eu fui me meter?” pensou consigo mesma, mas começou a rir na mesma hora. Fazia muito tempo que não participava de uma festa tão tresloucada.

Ninguém deu muita atenção para ela e os meninos, quando eles começaram a montar os instrumentos ali por perto, pareciam mais interessados em pegar uns aos outros, porém, quando começaram a tocar, atraíram a atenção e logo, conseguiram se entrosar. Começaria a clarear em breve, mas a festinha deles parecia longe de acabar.

Eles ofereciam bebidas, carne assada e todo tipo de tira gosto. Lá pelas seis da manhã, Liz já estava completamente bêbada e de alguma forma, foi atirada na piscina de roupa e tudo. Eles já começavam a se misturar com a garotada maluca. Foi uma madrugada muito doida.

Em algum momento da manhã, Liz acabou caindo desfalecida de sono e cansaço em um sofá qualquer que havia dentro da casa e acordou-se com uma dor de cabeça tremenda.  Uma música alta tocava por toda a sala. Jack surgiu na sala, sem blusa e com um boné virado na cabeça. Ele parecia preocupado e foi até onde estava, sentando-se ao seu lado.

— Você está bem?

— Estou viva! — Ela esfregou os olhos e bocejou fortemente. — Que noite mais doida.

— Nem me fale! Os outros meninos já foram. Já é quase onze. Vamos?

Liz não estava pronta para voltar para a realidade ainda. Apesar de estranha, a noite tinha sido engraçada e conseguira se divertir muito no meio daqueles doidos.           Ao menos a havia feito se esquecer de tudo.

— Acho que vou ficar mais um pouco!

— Liz, essa galera é muito doida. A polícia já bateu aqui duas vezes, sabia? Rolou de tudo aqui, além de bebida, se é que me entende.

— Está dizendo que eles fizeram sex* na frente uns dos outros?

— Isso também, mas estou falando de drogas.

Liz não podia julgar. Todos ali eram jovens e ela mesma já havia tido sua fase de rebeldia, onde já experimentara drogas algumas vezes.

— Você fala como se nunca tivesse fumado nada duvidoso. — Escorou-se no sofá e bocejou mais uma vez. — Relaxa, Jack! Vamos ficar mais um pouco, vai!

— Liz, você não tá bem que eu sei. Ficou assim de novo depois que terminou com a Lia. Não é certo ficar fazendo essas coisas. Vamos voltar para casa.

— Eu não quero falar disso. Só quero esquecer tudo — respondeu rabugenta.

— Não é assim que você vai esquecer das coisas. Vamos embora!

A última coisa que precisava era ficar pensando em Lia e em toda a merd* que estava acontecendo em sua vida atualmente. Seu estômago começou a revirar e correu para o banheiro. As consequências da bebedeira estavam aparecendo. Depois daquilo, Jack a levou de volta para casa à força. Chegando lá, Vivi a esperava com cara de poucos amigos.

— Dando vexame a essa hora da manhã?

— Não começa, Vivi, por favor! — Ela saiu pisando firme para o quarto sem nem mesmo agradecer a Jack por ter lhe ajudado.

Tomou um remédio para enjoo, e depois de um banho, se deitou quase desfalecida na cama...

***

Acordou sentindo um toque suave de cafuné em seus cabelos. Por alguns segundos, sentiu o cheiro de Lia invadir suas narinas e pensou se estaria sonhando, mas quando abriu os olhos, viu-a ali, bem à sua frente. Seu coração disparou feito doido e logo a moleza que sentia, passou. Sentou-se de uma vez na cama para observá-la. Não esperava por isso. A emoção perpassava por todo o seu corpo em um frenesi.

Os olhos da irritadinha se encheram de lágrimas quando ficaram se encarando em silêncio. Ela tinha a expressão abatida assim como a sua própria e parecia até um pouquinho mais magra.

— O que faz aqui? — A voz da rockeira saiu um pouco rouca, mas tinha um tom de surpresa. – Depois de ontem, achei que não queria mais olhar na minha cara.

— Eu sou uma idiota, é isso! — respondeu ressentida. Logo levou as mãos até os olhos, enxugando-os. — O que fez dessa vez? Vivi me ligou e disse que estava preocupada com você.

— Eu não fiz nada, Lia.

— Seja sincera, Liz! — Ela sentou-se ao seu lado na cama.

Imediatamente, sentiu uma corrente elétrica passar por seu corpo quando ela se aproximou. O calor e o cheiro de Lia, se apossaram de seus sentidos. Sem se controlar, olhou para os lindos lábios dela e não disse mais nada. A queria tanto que doía. Seu corpo estava ressecado de desejo e saudade.

— Por que está me olhando assim? — perguntou em tom de voz frágil. Dessa vez, Liz que não conseguiu conter algumas lágrimas. — Por que terminou comigo daquele jeito?

— Eu não queria terminar, Lia — admitiu manhosa. — Mas eu precisava...

— Só para me obrigar a aceitar a vaga? Se era por isso eu já aceitei.

— Eu sei. — A rockeira esboçou um meio sorriso e segurou a mão dela com carinho, precisava de um contato, por mínimo que fosse. — Você está bem?

— O que você acha? — rebateu em desafio.

— Eu não sei. Deve estar melhor longe das minhas confusões...

— Deixa de dizer essas bobagens! — Lia balançou a cabeça em negação. — Você sabe que eu não estou bem. Como eu poderia, longe de você?

Naquele momento, Liz não conseguiu mais se segurar e abraçou-a com força, sentindo a quentura do seu corpo. Afundou o rosto no pescoço dela e inalou o cheiro gostoso. Ali era o melhor lugar do mundo. Lia logo enlaçou-a também e as duas ficaram assim por longos e intensos segundos.

O desejo era incontrolável e a saudade também. Tê-la tão perto, depois de quase um mês sem nenhum contato, foi muito intenso. As lágrimas rolaram sem permissão, devido a delicadeza do momento. Sem mais conseguir segurar-se, pousou os lábios no pescoço morno dela e beijou-a, roçando a língua de leve por ali.

Sorriu quando sentiu a pele dela se arrepiar e a respiração ficar ofegante. De repente, Lia puxou seu rosto para o dela e beijou-a sem mais delongas. Sentir os seus lábios foi como respirar fundo, depois de muito tempo prendendo o fôlego. Era como se pudesse voltar a vida e sentir as coisas como elas realmente eram. Tudo fazia sentido novamente.

Não precisaram falar nada. O entendimento era mútuo. Viu nos olhos de Lia o quanto a queria e tinha certeza que ela poderia ver o mesmo nos seus. Era impossível negar aquela conexão que tinham. Sentir o toque de sua irritadinha novamente foi como bálsamo. Liz estava apenas de calcinha e sutiã e sem mais esperar, retirou a blusa dela com delicadeza.

— Eu sou louca por você! — Liz admitiu com a voz embargada.

— Eu também sou! — Lia sussurrou de volta contra os seus lábios.

A rockeira voltou a beijá-la e foi deitando-a na cama, já ficando sobre seu corpo. Liz abriu mão de sua razão naquele momento. A única coisa que queria era fazer amor com a mulher de sua vida sem pensar em mais nada. Colocou-se entre as suas pernas como tanto queria e olhou-a intensamente.

Abriu o sutiã dela e jogou-o para longe. Sua respiração ficou pesada com a visão dos lindos seios alvos. A boca salivou e levou os lábios até eles, sugando-os com muita paixão e saudades. Lia gem*u de satisfação com o contato e foi o início para que tudo começasse a pegar fogo.

De repente, a irritadinha arrancou o seu sutiã que ainda usava e em seguida, a sua calcinha boxer preta, lhe deixando completamente nua. Foi a vez dela lhe lançar um olhar sensual. Liz incendiou mesmo quando ela entranhou os dedos em seu cabelo e a puxou para um beijo quente. Sentia falta de tudo. Do cheiro dela, da textura, do calor, da língua dela na sua e do doce de sua saliva. Definitivamente jamais se sentiria assim com qualquer outra mulher no mundo.

Liz terminou de tirar o short e própria calcinha de uma só vez. Finalmente os quadris se encaixaram sem impedimento. Encaixou ainda mais o seu sex* no dela e começou os movimentos que faziam as duas delirarem sempre. Era muito gostoso daquela forma. Íntimo e intenso.

As mãos dela acariciavam o seu bumbum com vontade e aquilo só a incentivou a aumentar o ritmo. Naquele momento, Lia gem*u gostoso e sua expressão era de puro deleite. Liz tentou ficar com os olhos abertos para gravar a cena em sua mente, mas não conseguiu mantê-los assim por muito mais tempo. Estava delirando junto dela e queria apenas sentir tudo o que ela lhe proporcionava.

O sex* dela estava tão molhado quanto o seu e era indescritível a sensação deles deslizando naquela fricção tão gostosa. A única coisa que se ouvia no cômodo era o gemido delas, junto do atrito das peles. Para Liz não havia sinfonia mais linda no mundo todo. Abriu os olhos novamente e ficou observando as reações de sua irritadinha. Ela tinha os olhos fechados e a boca meio aberta enquanto emitia gemidos contidos. Era a coisa mais perfeita que já vira na vida.

Aquilo só lhe deu mais ímpeto em continuar. Seu sex* estava cada vez mais sensível com os movimentos. Lia abriu ainda mais as pernas, abraçando seu quadril e as unhas dela arranharam as costas, enquanto os gemidos aumentavam. Liz esfregou-se nela sem trégua e quando sentiu que estava perto do orgasmo, Lia começou a se contorcer com o máximo do prazer, elevando o tronco e agarrando-se ao seu corpo. Pôde sentir a pele dela tão suada quanto a sua.

Vê-la goz*r e cair mole sobre a cama, foi o incentivo final de que precisava. Após mais alguns poucos segundos, sentiu os espasmos de prazer atingirem seu corpo e soltou um gemido de satisfação, porém, não conseguiu parar com os movimentos. Mesmo estando sensível, continuou se insinuando nela até não conseguir mais manter o ritmo.

Liz se sentiu explodir por dentro por vários segundos, enquanto apenas sentia os toques dela em seu bumbum. Deixou seu corpo cair sobre o dela e encaixou o rosto em seu pescoço. A respiração estava muito ofegante. Os arrepios ainda transpassavam por todo o seu ser. Aquele havia sido o orgasmo mais intenso de sua vida. Sem se conter, lágrimas vieram aos seus olhos. O prazer havia sido tanto que a reação foi igualmente intensa.

Lia procurou por seus lábios e as duas se beijaram com carinho. Estar com ela era sempre outro nível, algo que não conseguia explicar. Depois de algum tempo, a irritadinha olhou-a e secou suas lágrimas. Ela também parecia bastante emocionada com o momento que haviam compartilhado e entranhou os dedos em seu cabelo, puxando para si e sussurrando sobre os seus lábios:

— Eu não vou desistir de você, Liz! Nunca!

— Ah, Lia... — Ouvir aquilo era lindo e doloroso ao mesmo tempo. Não se sentia merecedora dela.

— Eu te amo, muito. Não vou deixar você se afastar. — A irritadinha a encarou com o olhar decidido.

Se é que era possível, teve ainda mais vontade de chorar e foi o que fez. Depois de algum tempo, ainda debruçada sobre o corpo dela, acabou pegando no sono mais uma vez. Acordou com o toque do seu telefone. Já era noite e estava sozinha na cama. Por um momento, achou que havia sonhado tudo mais uma vez, contudo, podia sentir o cheiro dela impregnado nos lençóis. Levantou-se às cegas e pegou o telefone que os primos haviam lhe dado. Sentiu um abalo no estômago e uma angústia se apoderou de seu peito.

— Alô! — respondeu com receio.

— Liz, sou eu, Fabrício.

— Oi, pode falar.

— Papai quer marcar um encontro com você o mais rápido possível. Quando pode vir até aqui?

— Ah... bem, de preferência depois do horário de expediente.

— Pode ser amanhã?

Liz não tinha o plano de já voltar no outro dia. Não agora, depois do que havia rolado com Lia. Porém, já não aguentava mais a angústia de continuar com aquelas dúvidas por mais tempo. Precisava acabar de uma vez por todas com todo aquele terror.

— Claro! Quanto antes melhor, não é?

— É sim. Nós precisamos agir rápido, Liz. A coisa é mais séria do que a gente esperava.

Seu peito se apertou ao ouvir isso. Por quanto tempo mais teria que aguentar isso? Sua vontade era de abandonar tudo e ficar ali com Lia para sempre. Era o que seu coração mais queria. Fechou os olhos e suspirou pesadamente.

— Tudo bem. Amanhã, então! — concordou em tom de voz pesado. — Que horas?

— Você me avisa quando puder ir e vou te buscar. Estaremos te esperando.

— Ok. Eu ligo, então.

— Ótimo! — O primo parecia sério demais na ligação. Não tinha dúvidas de que eles soltariam uma bomba sobre sua cabeça. — Boa noite e até amanhã. E lembre-se de não contar nada a ninguém.

— Boa noite. Pode deixar!

Seu coração ficou pesado novamente. O pouco que havia conseguido extravasar com a noite de bebedeira e com Lia naquela tarde, caiu por terra. Nada havia lhe consumindo tanto assim desde o acidente da mãe e a morte do pai. Foi até o banheiro e lavou o rosto. Ao menos naquele finzinho de domingo, queria aproveitar o que ainda lhe restava de paz.

Vestiu um de seus blusões e saiu pela casa à procura de Lia. Encontrou-a na cozinha junto de Vivi e Pedro. Os três estavam sentados à mesa e comiam sushi. Já era quase nove da noite. Eles sorriram quando a viram se aproximar. Sentou-se ao lado de Lia e os cumprimentou.

— Está melhor? — A amiga perguntou atenciosa.

— Sim. O remédio fez passar a dor de cabeça e o mal-estar.

— Hum! Remédio milagroso, não é? — replicou Vivi, risonha e sarcástica. Liz percebeu como Pedro ficou sem jeito ao lado dela e tratou de ignorar aquilo. Lia apenas deu um sorriso sem jeito.

A rockeira juntou-se a eles na janta. Estava faminta. O apetite nunca mais havia aparecido daquele jeito.

Sentada ali, ao lado da irritadinha, Liz estava sem jeito. As últimas palavras dela, antes de adormecerem, ecoaram em sua mente. Não sabia como iria agir a seguir. Fizeram amor e havia sido maravilhoso, porém, estava ficando arrependida. Arrependida, pois não queria magoá-la novamente e, depois do que acontecera entre as duas e do que ela lhe falara, provavelmente Lia estava com esperanças.

Assim que terminaram de comer, Vivi e Pedro as convidaram para assistir filme, mas Lia respondeu pelas duas:

— Precisamos conversar umas coisas agora, obrigada! — Pegou-a pela mão e foram andando lado a lado pelo corredor até o seu quarto.

Ela trancou a porta e caminhou em sua direção com passos decididos. Lia enlaçou-a pelo pescoço e lhe beijou de forma carinhosa.

— Eu estava com muitas saudades! — declarou sobre seus lábios. — Não posso negar isso.

Liz estranhou toda aquela delicadeza. Tinha certeza de que quando se encontrassem, ela estaria irritada, como sempre. Todo aquele carinho só estava tornando tudo ainda mais difícil. Ela falou mesmo a sério quando disse que não desistiria.

— Eu também estava. — Enlaçou-a pela cintura e olhou-a atentamente.

— Você está cheia de olheiras. — A irritadinha tocou de leve abaixo do seu olho. — Está tudo bem com você?

— Está tudo muito corrido na empresa. Não estamos em um bom momento, com todo esse escândalo.

— Eu imaginei.

Mais uma vez, caíram em um silêncio muito incômodo.

— O que vai ser agora, Liz?

Lia finalmente fez a pergunta que mais temia. Não sabia mesmo o que fazer e não queria magoá-la novamente.

— Eu não sei! — Resolveu ser sincera.

— Sei que ainda sente alguma coisa por mim. Eu estava com dúvidas antes, mas depois dessa tarde...

Liz interrompeu-a com um beijo, porém, Lia não era nada boba e logo se afastou.

— Seja sincera comigo! O que está acontecendo de verdade? — perguntou em tom sério. Ela estava firme e decidida.

— Eu não quero atrapalhar a sua vida. Seu pai estava certo.

— Me poupe! – Ela levou a mão até a testa, parecendo frustrada. — Seja sincera. Eu sei que não terminou comigo só por causa do intercâmbio.

Seu coração batia disparado. Tinha vontade de dizer tudo. Abrir logo o jogo de uma vez e deixá-la decidir o que fazer. Ela já havia aceitado o intercâmbio mesmo. Por um segundo de fraqueza teve vontade de contar tudo, mas lembrou-se da ligação do primo e o medo a fez calar-se.

— Eu estou com tantas dúvidas, Lia. Medo de te envolver nas minhas loucuras...

— Mas isso é uma escolha minha, amor. Eu é que tenho medo por você.

Liz apenas calou-se. Estava indecisa. Queria que ficassem de bem quando partisse, para que, quando ela voltasse, pudessem retomar de onde haviam parado. Seria um lindo sonho, mas não queria estragar o futuro dela com tanta incerteza e perigo. A única coisa certa em sua vida, era o seu amor por Lia e com isso em mente, decidiu que iria se abrir com tia e tentar resolver tudo o mais rápido possível.

— Eu só sei que não quero mais te machucar, mas preciso resolver umas coisas antes.

O olhar decidido de Lia, tornou-se frustrado ao ouvir aquelas palavras. Ela balançou a cabeça negativamente e saiu de perto, parando em frente à janela.

Sabia o quanto aquela situação era frustrante, mas não queria que ela pensasse mal de seus atos, quando tudo o que fazia era para protegê-la..

— Você nunca vai mudar esse seu jeito de me esconder as coisas? — As palavras foram cortantes. Ela estava magoada e com razão.

— Lia, por favor, me dá tempo. — Aproximou-se dela por trás e abraçou-a com todo zelo e carinho. — É só isso que eu peço.

Lia escorou-se nela e deixou-se ser acariciada por suas mãos habilidosas. Liz beijou seu pescoço e depois sussurrou em sua orelha:

— Eu quero você, é a única coisa que eu sei.

— Isso não é justo, Liz.

O jeito dela estava tão diferente. Já esperava por uma nova explosão por parte dela, mas não. Lia se demonstrava apenas chateada e frustrada. Não sabia se aquilo era bom ou ruim.

Sem mais se controlarem, se entregaram nos braços uma da outra mais uma vez. Foram para a cama e se amaram, mas o sentimento de palavras não ditas e ressentimento era palpável. Com sex* elas conseguiriam combater um pouco do desejo que sentiam, mas aquilo não era o suficiente, quando nada ficara resolvido. Liz podia sentir a frustração dela, mas a saudade que sentiam era sempre maior para conseguir controlar...

***

              Liz acordou com o seu telefone tocando. Estava abraçada a Lia e tinha o nariz encostado nos cabelos dela. Percebeu que ela já estava acordada, quando a mesma lhe passou o telefone. Era sua tia. Com um suspiro, atendeu a ligação.

              — Oi, tia!

              — Liz, onde você está? — Ela estava com a voz cheia de preocupação. Não havia dito a ela que tinha viajado.

              — Eu estou no meu apartamento, por quê?

              — Já passa das oito e você não apareceu ainda. Já estou na empresa. Está lembrando que temos uma reunião agora pela manhã?

              A rockeira xingou-se mentalmente. Havia esquecido completamente da reunião.

              — Desculpe tia, acho que não vou conseguir chegar à tempo. Depois a senhora me passa o que aconteceu.

              Sentiu quando ela suspirou contrariada e depois perguntou em tom sério.

              — O que você está fazendo?

              — Olha, eu prometo chegar o mais rápido possível, ok? — Tentou se desviar do assunto da melhor forma possível. Não queria mentir, mas também não queria dizer a verdade.

              — Ok. Se não tem jeito. Se cuida!

              — A senhora também.

              Assim que desligou, Lia virou-se e encarou-a. Os olhos dela estavam miúdos devido o sono e sua pele parecia ainda mais clara naquela manhã. Liz nunca mais tinha conseguido dormir tão bem durante a noite toda e sabia que aquele efeito era por causa de Lia. Com ela por perto, tudo se tornava mais possível.

              — Bom dia!

              — Bom dia!

              — Você já precisa ir? — A irritadinha estava apreensiva.

              — Na verdade, sim. Já vou perder uma reunião agora pela manhã, mas enfim.

              — Entendo! — respondeu com a voz triste e saiu da cama, indo até o banheiro.

              O coração de Liz se apertava ao vê-la assim. Sabia que aquilo poderia acontecer, mas mesmo assim o fez.

              Liz ficou esperando ela sair do banheiro pacientemente. Não queria que as coisas ficassem ainda mais pesadas do que já estavam. Chamou-a para sentar ao seu lado e tomou as mãos dela nas suas com firmeza.

              — Lia, eu quero ser sincera, por isso digo isso. Eu não posso te prometer nada no momento. Sim, eu te amo e sempre vou amar, mas no momento não posso te dar nenhuma certeza.

              — O que isso significa? Que continuamos brigadas? — Ela rebateu com ironia. — A noite passada aconteceu, Liz.

              — Eu sei que aconteceu e foi maravilhosa. Eu estava morrendo de saudades, acredite!

              — Isso não é o suficiente!

              — Eu sei que não, linda. Você merece mais, muito mais. Merece cem por cento de mim. Lembra que eu disse isso antes?

              Lia balançou a cabeça afirmativamente, mas sem olhá-la.

              — Era tudo verdade. Eu quero estar cem por cento com você. Eu vou resolver umas coisas importantes hoje e dependendo do que aconteça, te dou uma resposta.

               Lia ficou calada e apenas deu de ombros.

              — Você sabe que vou te esperar. Eu vou esperar até quando eu puder, mas espero que não seja tarde demais quando acontecer.

              Liz engoliu em seco com as palavras duras dela. Não haviam garantias de nenhuma das partes, mas sabia que corria o risco de perdê-la para sempre. O que não podia era colocá-la em perigo. Com o coração apertado, abraçou-a mais uma vez.

              — Eu vou fazer de tudo para voltar para você logo. Eu prometo!

              Despedir-se de Lia era sempre muito doloroso, mas mesmo com o coração gritando para ficar, tinha que partir, mais uma vez, para longe dela. Não sabia quanto mais poderia aguentar de saudades...

***

             

              O voo chegou exatamente às 14:30 da tarde. Pegou um táxi e foi direto para o condomínio. Mesmo cansada da viagem, trocou-se e foi para a empresa. Adiantou um pouco do seu serviço e conseguiu ainda participar da última reunião do dia. Já passava das seis da noite. Como estava sem carro, pegou uma carona com a tia, que estava extremamente magoada.

              — Você passou o final de semana inteiro sem o Greg. Por que está fazendo isso?

              Liz apenas permaneceu calada. Não tinha mesmo o que responder por enquanto.

              — Eu estou bem, tia.

              — Está, mas algo poderia ter acontecido. Me prometa que não vai mais sair sem ele!

              Teve vontade de revirar os olhos, mas se segurou. A tia não falava aquilo por mal, sabia disso, então, apenas concordou com a cabeça.

              — Desculpe. Não quis deixar a senhora preocupada.

              — Eu só quero o seu bem.

              — Eu sei, eu sei!

              A conversa cessou depois daquilo. Havia acabado de fazer uma promessa via à tia, já que teria que despistar de Greg novamente naquela noite. Queria muito que tudo isso passasse logo. Precisava ir para o seu apartamento se quisesse escapar sem ser vista.

              Depois de jantar, tomou um banho e foi com Greg para o seu apartamento. O guarda-costas geralmente ficava pela sala quando iam para lá, por isso seria difícil escapar sem ser vista. Já era quase nove da noite e Fabrício lhe enviou uma mensagem, dizendo que já estava à sua espera. Tratou de colocar seu plano em ação.

              Sentou-se no sofá enquanto fingia falar no telefone e anotar alguma coisa e pediu que Greg procurasse por uma pasta em seu quarto. É claro que não havia pasta nenhuma, mas precisava ganhar tempo com alguma desculpa.

Assim que o viu sumir pelo corredor, correu porta à fora e usou a escadaria. Mas não poderia descer tudo de escadas, já que morava no último andar. Depois de descer três andares, correndo pelas escadas, voltou a até o elevador e apertou-o. Afastou-se e ficou olhando de longe se o segurança não estava lá dentro e entrou quando não o viu.

              Usou o elevador até o terceiro andar. Não iria arriscar encontrar-se com ele e usou as escadas novamente.

Assim que chegou no térreo, passou direto pelos fundos e foi para onde havia combinado de se encontrar com o primo na rua de trás. Sem maiores problemas, os dois saíram do prédio. O coração de Liz batia fortemente contra o peito devido à adrenalina. Para evitar ser rastreada, deixou seu celular no apartamento e saiu apenas com o outro.

               — Como conseguiu despistar o segurança? — Fabrício perguntou com curiosidade. Eles já estavam no meio do caminho.

              — Foi de uma forma bem besta, na verdade. Ele foi buscar uma pasta no meu quarto e corri porta à fora, mas eu deixei uma mensagem escrita para ele, dizendo que precisava de um pouco de privacidade e que tinha saído para me divertir na noite.

              Fabrício sorriu de sua artimanha.

              — Desculpe te fazer passar por isso, mas todo o cuidado é pouco.

              — Eu entendo!

Liz se sentir nervosa ao chegarem ao condomínio. Uma pontada de dúvida atravessou o seu coração, de repente, se perguntou se estava mesmo fazendo a escolha correta. Já tivera tantos receios antes sobre Flávio, que se perguntou se não estaria sendo ingênua, acreditando nele agora.

Fabrício percebeu a sua afobação e disse em tom ameno:

— Está arrependida de ter vindo?

— Estou com dúvidas. Desculpe dizer isso, primo, mas o Flávio nunca me inspirou muita confiança antes.

— Eu sei o que você quer dizer — Fabrício maneou de leve a cabeça em concordância e suspirou. — Meu pai nunca foi um homem fácil. Só que dessa vez ele é a vítima, pode ter certeza disso!

A rockeira fez um leve aceno com a cabeça e finalmente os dois passaram pelos portões. Lembrou-se da última vez que estivera ali, onde tudo havia dado tão errado. Esperava que dessa vez fosse diferente, mas principalmente, que não se arrependesse da decisão que havia tomado.

Ao passarem pela grande porta da mansão, Fabrício levou-a até o escritório, o mesmo em que conversara com Flávio naquele dia. Ele a aguardava na presença de seu outro primo e de um outro homem que nunca vira antes.

O tio estava sentado na cadeira, usando o seu hobby escuro e estava com a aparência abatida, parecendo extremamente frágil e cansado. Liz se sentiu abalada ao vê-lo tão fraco, logo ele, que sempre teve uma presença imponente e forte aonde quer que fosse. Seu âmago se encheu de culpa. De certa forma ele havia tido aquele ataque por conta de sua visita.

De longe ela viu a tornozeleira eletrônica na perna dele. Passar por isso sendo inocente deveria ser uma dor sem tamanho.

— Boa noite! — Sem saber o que fazer direito, mas tentando disfarçar o nervosismo, cumprimentou a todos com sua educação de sempre. — Como o senhor está?

— Melhorando! — O tio disse simplesmente e continuou sentado. — Desculpe não te receber de modo apropriado é que não posso fazer esforço.

— Não precisa se justificar, peço até desculpas por ter causado tudo aquilo...

— A culpa não foi sua, Liz. Ambos somos marionetes aqui.

Aquilo a fez franzir o cenho e sua imaginação disparou com o que poderia estar acontecendo. Sentia que dessa vez estava mesmo a um passo da verdade e estava extremamente nervosa com tudo.

— O que quer dizer?

              — Antes que eu continue, deixe que eu lhe apresente ao investigador Lobato. Eu o contratei para nos ajudar a desvendar toda essa tramoia.

              Assim que ele disse isso, o homem alto e moreno que estava de terno, aproximou-se e lhe estendeu a mão.

              — É um prazer conhecê-la, senhorita.

              — Igualmente!

              A rockeira estava sem reação. Será que agora iria conhecer todos os investigadores anônimos do Brasil? Nem sequer sabia que existiam tantos assim. Parecia surreal tanta conspiração.

              — Sentem-se todos sentar, por favor! — Flávio ordenou de forma firme e olhou-a. — Gostaria de beber alguma coisa? O que tenho para te mostrar é muito forte.

              — Qual é! — expressou-se de forma espontânea. Estava nervosa. — Dispenso a bebida.

              — Tudo bem!

              Com todos sentados nas poltronas confortáveis do tio, ele pegou uma pasta e entregou-a através da mesa de centro de vidro que estava entre os dois. Respirando e soltando o ar vagarosamente, Liz inclinou-se e verificou o que havia ali.

              Eram vários papéis de extratos bancários, comprovantes de transferência e notas fiscais. A rockeira não entendeu bem do que se tratava, mas viu que em todas, o nome de uma mesma empresa se repetia ali: IRMAOS VENTURA S/A.

              — O que significa isso?

              — Isso são evidências estranhas de que está havendo uma lavagem de dinheiro na nossa empresa Liz — Flávio contou aquela bomba como se estivesse falando sobre o tempo. O coração de Liz bateu acelerado no peito e arregalou os olhos em surpresa.

              — Mas como assim? Quem está fazendo isso?

              — Era isso o que eu estava tentando descobrir quando toda essa merd* aconteceu.

              Liz não estava acreditando. Estava só aparecendo desastre por cima de desastre em sua vida. Tudo aquilo ali era muito sério e não sabia mais nem o que pensar.

              — Seja lá quem for, com certeza, também está por trás do acidente de Luísa

              A rockeira cobriu a boca com uma das mãos em estado de choque e voltou seu olhar para os papéis à sua frente. “Quem poderia estar tendo tanto audácia?” pensou consigo mesma.

              — O senhor já tem algum suspeito? Por que não conta isso para a polícia?

              — Porque infelizmente esses papéis estão com a minha assinatura, mas não fui eu que autorizei nenhuma dessas trans*ções, até mesmo a assinatura da Luísa está em um deles. Está tudo contra mim, Liz. Armaram isso direitinho.

              Somente naquele momento, Liz viu a rubrica bem desenhada dele nos rodapés e sua cabeça, que já estava pesada com tanta informação, acabou entrando em parafuso.

              — Mas como isso é possível?

              — É isso que estou me perguntando até agora. — Flávio parecia sincero em tudo o que estava dizendo. — Eu sei que é difícil de acreditar, mas estou te falando a verdade.

              — Por que não contou isso para ninguém antes? — Liz levantou-se da cadeira e andou pelo cômodo se sentindo agitada e estupefata.

              — Eu comecei a perceber que havia algo errado no início do ano. É coisa recente. Daí quando eu percebi quem poderia ser, me contive. Ainda mais quando eu vi as autorizações com minha assinatura. Essa pessoa percebeu que eu estava desconfiando e aí jogou sujo daquele jeito. Certeza que ele tinha esperanças de matar a Luísa e me culpar, assim tiraria nós dois da jogada de uma só vez...

              A rockeira pôs as mãos na cabeça em desespero e perguntou em uma vez esganiçada.

              — Quem? — Aproximou-se de Flávio e olhou bem dentro dos olhos negros dele. — Ele, quem?

              — Artur, é claro!

              Seu coração falhou uma batida e logo a respiração ficou um pouco ofegante. Sentiu seu sangue gelar de medo ao ouvir tal conspiração. Se aquilo fosse verdade, então a tia estaria mesmo dormindo com o inimigo. Artur estava muito próximo a elas. Se ele quisesse fazer algo, conseguiria fazê-lo com muita facilidade. Só de pensar nele dormindo ao lado da tia, já sentia nojo, repulsa.

              Naquele momento o medo virou ódio de forma instantânea. Não poderia deixar que nada de mal acontecesse a sua tia. Precisava protegê-la e expor tudo o que estava acontecendo para que tomassem as medidas corretas. Não sabia por quanto tempo mais estariam a salvo de um novo ataque.

              — Liz, diga alguma coisa, por favor! — Flávio exclamou preocupado, tirando-a do torpor de seus pensamentos.

              Liz olhou ao redor da sala e viu que os outros a olhavam com apreensão, sentia que estavam todos prendendo a respiração à espera de sua reação.

              — Por que acha que pode ser ele? — Tentou buscar alguma razão no fundo de sua mente. Não queria parecer que poderia ser influenciável. Até agora não havia visto indícios e nem alguma prova concreta de que Flávio poderia ser inocente. Muito pelo contrário. Se aquilo tudo era armação, de fato, havia sido mesmo muito bem planejada.

              — Estou investigando tudo o que posso sobre Artur. Ele apareceu no mercado do nada, com mares de dinheiro para investir e desde então foi se tornando o sócio mais importante depois de nós três — explicou, se referindo a Liz, ele mesmo e a tia. — Ele começou devagar, foi pegando nossa confiança. Faz anos que ele nos acompanha. Ele era casado com uma antiga herdeira da hotelaria. A morte dela espantou a todos, deixando-o ainda mais rico e com a única filha que os dois tinham, ele que comanda o dinheiro da menina.

              “Marina!”  Liz lembrou-se dela. A ruivinha que estava meio que se envolvendo com seu primo Tomás. Será que ela tinha algo a ver com as coisas que o pai fazia?

              — Artur disse que começou como financista quando era mais jovem, mas eu não consigo encontrar nenhum registro desse trabalho dele, o que é muito estranho. Agora estou desvendando o mistério sobre essa empresa que está recebendo os pagamentos. Isso me cheira a empresa laranja, de fachada ou fictícia, com notas superfaturadas obviamente.

              — Puta que pariu! — Liz afastou-se e ficou olhando pela vidraçaria, que percorria grande parte da sala, e fitou o lindo jardim da mansão. Sua cabeça estava fervendo com milhões de pensamentos e começou a se exaltar. — Se isso é verdade e o Artur está por trás de tudo, eu preciso dizer isso para a tia Luísa. Enquanto isso ela está lá com ele ao nosso lado. Estamos correndo grande perigo...

              — Eu sei disso, Liz! — O tio fez o esforço de se colocar de pé e os filhos o ajudaram a ir até ela. — Eu juro que quando descobri sobre Artur, fiquei em estado de choque. Eu só desconfiei dele depois do acidente e quando eu percebi que ele havia feito àquilo a Luísa eu temi muito por vocês duas. Acredite ou não Liz, mas eu não quis fazer alarde para que ele não fizesse nada pior contra vocês.

              — Isso não justifica Flávio! — Liz se sentia alterada e já falava com a voz esganiçada. — Tem noção do risco que estamos correndo com esse homem?

              — Ele não vai tentar nada por enquanto, se achar que está levando a melhor. Eu estou “preso” agora. Se algo acontecer a vocês, vai parecer muito suspeito, não acha? Nós precisamos juntar todas as provas e ir com tudo para cima sem que ele espere. Não existe justiça eficiente contra homens como Artur. Eu sei que eu nunca fui um exemplo de pessoa, mas eu não sou criminoso.

              Agora que o tio lhe contara tudo aquilo, fazia sentido de que Artur estivesse mesmo por trás de tudo. Bastou que ele se aproximasse da tia para que tudo fosse ladeira a baixo. Desde o acidente, a contratação do tal detetive, até a prisão de Flávio, a qual ela sempre achou tudo estranho... era como se o quebra-cabeça começasse mesmo a fazer sentido. 

              — O que o senhor espera de mim, então? Para quê me contou sobre tudo isso se não posso agir?

              — Artur é muito esperto, Liz! — O investigador se pronunciou pela primeira vez, desde o início da conversa. — Ele está vários passos a nossa frente. Precisamos agir com cautela. Por isso nós pedimos por sua presença aqui hoje. Artur acha que você é uma inofensiva, que está cegamente do lado dele e de Luísa. Você vai poder chegar perto e tentar achar algo contra ele, que nos ajude. É isso!

              — Mas isso é apenas uma ideia! — O tio interviu e pousou a mão em seu ombro. — Vai ser arriscado e eu não vou te obrigar a agir de espiã nisso. Só se você quiser, se achar que pode aguentar.

              O peso das palavras fez morada em seu peito, mas ainda assim, era como se tudo não passasse de uma alucinação ou pesadelo. Sabia que estaria em risco caso aceitasse a proposta, porém, a verdade era que já estava correndo riscos de qualquer forma. Agora deveria resolver se ficaria parada ou agiria.

              Foi como se toda a sua vida passasse à sua frente em um filme acelerado e confuso. Desde a perda dos pais, até seu rompimento com Lia. Se estava com dúvidas, agora mesmo tinha ainda mais certeza que havia sido o correto terminar com ela. Jamais a envolveria em algo assim tão perigoso. Seu coração se aquietou um pouco ao menos em saber que logo ela estaria de partida para Londres e ficaria a salvo. Primeiro, precisava saber de uma coisa.

              — Desde quando Artur está na grade de acionistas?

              — Faz alguns anos já. Por quê? — O tio perguntou confuso.

              — Quanto tempo exatamente? — repetiu de forma firme.

              — Há uns sete ou oito anos se não me falha a memória.

              Seu coração apertou-se mais uma vez de aflição e a ideia cruzou sua mente de forma dolorosa.

              — Acha que ele pode ter algo a ver com a morte da minha mãe?

              Flávio abriu levemente a boca e olhou-a com pesar.

              — Não posso mentir que a ideia passou por minha mente. O acidente de Luísa foi muito parecido com o da sua mãe. Eu não descartaria essa possibilidade.

              Quando Liz encarou os outros, eles pareciam tão chocados quanto si própria. Tudo aquilo só ficava cada vez mais obscuro e perigoso. Artur era um sociopata, psicopata, ou seja lá o que fosse. Sentiu-se irada e teve vontade de sair quebrando tudo que estivesse pela frente. Precisava sair dali e esfriar a cabeça.

              — Eu preciso ir embora! — falou já se retirando do recinto e sem deixar brechas para mais discussão. Seus olhos estavam cheios de lágrimas.

              — Espera, Liz! — O tio alcançou-a e puxou seu braço de leve. — Tente manter a calma. Não faça nada que possa estragar nossa operação.

              — Eu não vou fazer nada, por enquanto. Preciso sair daqui e pensar. Me deixe ir!

              Falou tudo de uma só vez e sua voz já começava a estremecer. O tio viu que ela não estava em um bom estado e ele pareceu preocupado.

              — Não, Liz. Você não está bem. Por favor, não posso deixar que saia assim.

              — Vai me manter aqui contra a minha vontade? — cuspiu as palavras para ele em tom acusatório.

              — Claro que não. Só não quero que faça nada que vá se arrepender.

              — Liz, o pai tem razão. Você precisa esfriar a cabeça — Fernando, seu outro primo, falou, se aproximando calmamente. — Nós só queremos ajudar. Só isso! Você não está bem.

              — É claro que não estou bem, porr*! — exaltou-se e naquele momento, lágrimas correram por sua face. Não conseguiu mais se conter.

              Sem aviso prévio, Flávio abraçou-a pela primeira vez na vida. O choque do ato foi uma surpresa foi tão grande, que ficou até sem ação. Seus olhos se arregalaram e engoliu em seco. Assim que se afastaram, pode ver que ele também parecia emocionado e tentava se conter a todo custo.

              — Eu sei que sempre fui duro e nunca justo com você. Vejo isso agora e peço perdão por ter sido tão distante e escroto — Liz conseguia ouvir que havia muito arrependimento na voz dele. — Eu não a culpo por querer distância de mim e por estar tendo tantas dúvidas, mas acredite, Liz. Quero o melhor para você.

              Uma lágrima tocou a face dele, que tratou de enxugá-la no ato. Liz olhou para o outro lado a fim de quebrar o contato visual e tentar se acalmar. Aquela noite, sem dúvidas, entraria para o top cinco de momentos mais intensos de sua vida. Ela espalmou as duas mãos sobre a mesa escura de mogno e tentou recuperar a compostura.

              — Por favor, passe a noite aqui em segurança. Ninguém vai saber que você veio até aqui. Não falaremos mais sobre nada disso e vou deixar que você decida o que quer fazer.

              Liz limpou as próprias lágrimas com as costas da mão e fungou um pouco, recuperando o controle de sua voz trêmula. Ela voltou a olhá-lo. Flávio já estava recomposto, mas percebeu que ele também estava se contendo.

              — Fique aqui! — Ele voltou a falar de forma apaziguadora. — Vai ficar em um dos melhores quartos da casa e te darei qualquer coisa que precisar pela noite. Tenho medo de te deixar sair sozinha assim.

              Todos a olhavam em apreensão mais uma vez, então, apenas acenou com a cabeça, concordando. Estava sem carro, sem contatos, sem dinheiro... se voltasse para seu apartamento, o capanga de Artur a estaria esperando, agora duvidava de que fosse apenas segurança, com certeza, ele o havia contratado para que vigiasse seus passos. Se voltasse para o condomínio da tia, teria que enfrentar um interrogatório, ou pior, acabar dando de cara com o cretino.

              — Eu quero ficar sozinha, agora — Sua voz não passou de um sussurro.

              — Claro! O que você precisar. — Flávio concordou na hora e pediu para que Fabrício lhe mostrasse o quarto.

              Os dois fizeram o caminho em um silêncio desconfortável. No andar de cima, algumas portas à frente no amplo corredor, o primo a mostrou a porta. Liz passou por ele ainda mais silenciosa, mas antes que fechasse a porta, Fabrício a impediu.

              — Liz. Eu entendo que tudo isso é demais, mas eu peço que considere tudo o que viu hoje. Papai te deu um voto de confiança, é muito importante para ele que você acredite na sua inocência. Somos família, apesar de sermos sempre distantes. Agora nós temos que nos proteger.

              As palavras dele lhe tocaram. Aquela noite estava sendo uma das mais difíceis de sua vida. Ela lhe lançou um sorriso leve e finalmente trancou a porta, ficando sozinha. Jogou-se sobre a cama e esperou que as lágrimas viessem e sem mais se conter, chorou tudo o que pode. Já estava cansada de tanta conspiração e tramoias. Queria que sua vida voltasse à normalidade. Queria voltar para o outro estado, voltar para Lia e passar os dias apenas tocando com sua banda e tomando conta de seu bar... naquele tempo era feliz e não sabia.

              Sentou-se feito um bolo amassado no meio da cama, juntou as pernas ao corpo e pousou a testa sobre os joelhos. Queria tanto conseguir desligar sua mente, mas era uma missão impossível. Aquela seria uma longa madrugada...

***

              Fernando a levaria de volta para o apartamento cedo da manhã. Ela e Flávio não debateram mais nada do que havia sido falado na noite anterior, mas antes que se fosse, Liz aproximou-se do tio e disse:

              — Eu vou ajudar no que for preciso para acabar com a raça do Artur.

              — É assim que se fala!

              — Eu preciso contar a tia Luísa sobre isso. Ela está correndo perigo dormindo com aquele sujeito.

              — Eu tenho medo de que ela não acredite e coloque tudo a perder.

              — Não podemos deixá-la cega nisso tudo. É perigoso.

              O tio suspirou, parecendo contrariado e ficou olhando para o nada, pensando consigo mesmo.

              — Eu vou confiar em você, então. Realmente eu temo por ela, tão perto de um cretino feito Artur, mas você precisa convencê-la a ser discreta, ou Deus sabe o que ele pode fazer.

              — Ok!

              — Nos ligue se precisar.

              — Tudo bem!

              Ao chegar no apartamento, Greg estava sentado no sofá em frente à porta. Assim que entrou no cômodo, ele lhe deu um olhar nada feliz. Aquilo só a fez ficar ainda mais puta de raiva e revoltada.       

              — Senhorita Vargas, não deveria ter feito isso!

              — Greg... — começou de forma rude e nada amigável. — Eu quero que você saiba que a partir de agora, não vai ser mais meu segurança!

              Ele a olhou como se não pudesse acreditar no que ouvia.

              — A sua tia não vai ficar nada contente com isso...

              — Da minha vida cuido eu! Onde posso deixar você? Já estou de saída e não preciso mais de seus serviços.

              — Mas...

              — É só isso, Greg! Pegue o que for seu porque já vamos!

              Liz saiu catando suas coisas pelo apartamento de forma desabalada. Não queria mais estar de jeito nenhum na presença daquele homem, se é que o nome dele era mesmo Greg. Assim que eles desceram do apartamento, Liz lhe deu uma nota de cem reais para que ele fosse embora de táxi para onde quisesse, não queria mais aquele encosto em sua vida.

              Pegou seu carro e dirigiu veloz para o condomínio da tia. Lá chegando, encontrou-se logo com Luísa, que estava ao telefone. Ela a olhou de forma desaprovadora e foi logo falando:

              — Muito bonito, dona Lisandra, sumir sozinha sem proteção

              — Você está bem? Nós ficamos preocupados com você. — Artur falou de um canto da sala, assim, chamando sua atenção para ele.

“Filho da puta, cínico” pensou enojada consigo mesma.

              — Estou bem. Só cansada de tudo! — respondeu no automático.

              — Eu posso imaginar — Até a voz “carinhosa” e compreensiva dele, lhe soava extremamente falsa. Queria mesmo era lhe acertar um murro bem no meio das fuças.

              — Eu sempre soube me cuidar muito bem. E como você mesmo me disse antes, Flávio está preso, ele não ousaria fazer mais nada.

              — Eu sei, mas todo o cuidado é pouco. — Ele tentava persuadi-la a todo custo, mas dessa vez, não venceria a batalha.

              — Eu agradeço por estar nos ajudando em tudo desde o começo. — Sentiu que saiu um pouco de ironia em sua voz, mas não conseguiu controlar. — Mas disso, cuido eu.

              Luísa estava com o cenho franzido e parecia lhe analisar. Encaminhou-se até ela.

              — Pode vir comigo por um momento?

              — O que aconteceu? – A tia perguntou apreensiva.

              — Só vem, por favor!

              Liz estava com todo o tipo de paranoias na cabeça e chamou a tia para fora da mansão. Luísa apenas a olhava sem entender nada e caminhava em silêncio ao seu lado. Foram até as sebes que rodeavam o terreno. Tinha medo de ter escutas na casa ou algo do tipo.

              — Precisamos conversar sério! — E verificando mais uma vez ao redor, certificou-se de que não havia mesmo ninguém por perto. — É sobre o Artur.

              — O que tem ele? — Ela perguntou ainda mais desconfiada e olhando-a com atenção.

              — Foi ele. Tudo isso que está acontecendo é culpa dele. Foi ele quem armou o seu acidente, não o Flávio — vociferou, sentindo a raiva lhe consumir.

              A tia apenas arregalou os olhos e fitou-a como se não acreditasse no que acabara de falar. Sentia que tudo iria ruir depois daquela bomba...

 

***

 

             

             

 

 

 

 

             

             

             

             

Fim do capítulo

Notas finais:

AMÉM E ALELUIA!!!

Depois de anos e mais anos, estou de volta com mais um capítulo. Espero que gostem.

Bjs!


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Comentários para 48 - Capitulo 48 - Caminho sem saída:
Palloma
Palloma

Em: 14/03/2021

Por favor, não sei como é sua vida, se ela é corrida ou não...mas, é difícil achar livros tão bem construídos quem tenha um romance assim, de duas mulheres, a maioria é de homem e mulher, ou são apenas contos, ou mesmo não possuem conteúdos para compreender o que acontece....mas a sua se iguala a.os melhores livros de romances que tem....em minha opinião...maratonei esse livro o dia todo, e agora quero continuar, ver as duas vencendo, a Liz se tornando uma mulher madura como a tia e livre do passado já resolvido, quero ver a Lia independente, depois do intercâmbio, e ainda mais dominante sexualmente com relação a Liz, quero vê-laa realmente vitoriosas, e se possível vc poderia fazer sim uma série de livros, depois desse contando sobre a amiga e colega de quarto de lia, que é cheia de curiosidade e agora que experimentar, depois um livro da ruiva tbm, contando como ela superou o sentimentos.que tinha por lia.com outra menina....seria maravilhoso ter todo um universo intercalando entre eles. Como a amiga e colega de quarto de lia sendo pega no flagra pela propria lia e Liz ficando com uma menina ....não precisa acabar só continuar... 

 

 

Como as estórias de Abby Glines ....

 

 

 

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Palloma
Palloma

Em: 14/03/2021

Por favor, não sei como é sua vida, se ela é corrida ou não...mas, é difícil achar livros tão bem construídos quem tenha um romance assim, de duas mulheres, a maioria é de homem e mulher, ou são apenas contos, ou mesmo não possuem conteúdos para compreender o que acontece....mas a sua se iguala a.os melhores livros de romances que tem....em minha opinião...maratonei esse livro o dia todo, e agora quero continuar, ver as duas vencendo, a Liz se tornando uma mulher madura como a tia e livre do passado já resolvido, quero ver a Lia independente, depois do intercâmbio, e ainda mais dominante sexualmente com relação a Liz, quero vê-laa realmente vitoriosas, e se possível vc poderia fazer sim uma série de livros, depois desse contando sobre a amiga e colega de quarto de lia, que é cheia de curiosidade e agora que experimentar, depois um livro da ruiva tbm, contando como ela superou o sentimentos.que tinha por lia.com outra menina....seria maravilhoso ter todo um universo intercalando entre eles. Como a amiga e colega de quarto de lia sendo pega no flagra pela propria lia e Liz ficando com uma menina ....não precisa acabar só continuar... 

 

 

Como as estórias de Abby Glines ....

 

 

 


Resposta do autor:

Olá Palloma

 

Esse com certeza foi um comentário muito animado e incentivador para mim. S2 S2 S2

Primeiramente eu fico muito feliz que tenha gostado da estória. Segundo, queria agradecer pelas lindas palavras. Fico emocionada de verdade com os elogios. Existem tantos romances incríveis por aí que fico até sem jeito com o que você disse, mas muito obrigada mesmo.

Infelizmente sim, o meu tempo é bem curto, por isso eu não consigo atualizar com a velocidade que eu gostaria e também a falta de inspiração atrapalha bastante, mas eu te garanto que a estória já está pertinho de ser concluída e eu não quero demorar tanto. O próximo capítulo está perto de sair, inclusive. Hoje ou amanhã.

Quanto a uma possível série de estórias nesse mesmo universo Lia e Liz... bem, eu nunca pensei sobre algo do tipo. Eu engatei de escrever essa estória e está sendo meu primeiro romance longo e possivelmente o único. Escrever me consome demais e, como eu já disse antes, não tenho tanto tempo disponível assim. Alguns leitoras me pediram um spin-off sobre a prima de Liz, a Vitória, que se revelou apaixonada por outra garota recentemente, mas fora isso, acho improvável que eu escreva mais algo relacionado a canção inesperada. Se eu por acaso for escrever outro romance, com certeza, irei explorar outras coisas, mas agradeço suas ideias e ponto de vista. É muito bom saber que alguém gosta das doideiras que eu escrevo. kkkkkkkkkk

Enfim... muito obrigada pelo lindo comentário e até o próximo capítulo.

Bjs!

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patty-321
patty-321

Em: 02/03/2021

caraca, a vida da liz é um filme do fbi, mas foi tão ver as duas juntas. Eu ontem estava me lembrando dessa estoria e quando acesso o hoje, aí está ela, ihuuu, obrigada. A sua estoria e ptima, me prendeu desde o inicio. Volte logo, please. Bjs


Resposta do autor:

olá

Não é? Parece coisa de FBI mesmo. Tadinha, está perdidinha, mas não é para menos...

Esse reencontro e recaída delas não foi nenhuma surpresa, são loucas uma pela outra. Liz estava reconsiderando contar tudo, mas... o medo de que algo aconteça a ela é bem maior.

Olha, eu peço desculpas mesmo pela demora, mas o próximo capítulo está bem pertinho de sair. 

Obrigada pelo carinho e compreensão. 

Bjs

 

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kasvattaja Forty-Nine
kasvattaja Forty-Nine

Em: 02/03/2021

Olá! Tudo bem?

 

Olha, estou ficando meio perdida aqui.

Com tantas coisas acontecendo e — nas entrelinhas — tudo ficando meio nublado, já não sei para onde olhar para tentar enxergar algo sólido ou palpável para as nossas heroínas.

Se você preparou o final delas juntas eu, por enquanto, não consigo enxergar em que momento isso acontecerá, e se acontecerá, veja bem. E agora mais essa: Liz querendo volta ao passado? Não, não vale a pena, não depois de tudo o que ela passou com a Lia.

Enfim, sei lá, estou ficando meio jururu com tudo isso. Não gostaria que a história tivesse uma segunda temporada. Algumas histórias — pensamento meu — tem tudo para ser finalizadas em uma parte única, como a sua. Poxa, tudo estava resolvido entre elas, ou será que eu não soube identificar ''rachaduras'' na história delas? Bom, aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

É isso!

 

Post Scriptum:

 

''Se você não pode mudar seu destino, mude sua atitude!''

 

Amy Tan


Resposta do autor:

Olá ????

Sim, de fato as meninas estão passando por momentos difíceis. Mas assim é a vida. Nem sempre ela é justa.  

Com relação a Liz voltar ao passado, eu acho que qualquer um iria ficar da mesma forma. Eu iria querer saber se tivesse sido intencional o acidente ou não. Sei que ela meio que superou isso com a Lia do lado dela, mas existem certas coisas que nunca superamos completamente.

Quanto ao livro ter continuação, isso não está mesmo nos meus planos. Inclusive já estamos muito perto do final????... vamos ver o que vai acontecer até lá.

Sei que tudo aconteceu meio devagar, mas daqui para frente os capítulos ficarão mais agitados.

Amei o seu comentário e nos vemos no próximo capítulo ????

 

 

 

 

 

 

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