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Até que enfim o casal resolveu saí do ninho! Não falei amor que as duas estavam na seca! - a Letícia que tomava café junto com a Eva e a Natália falou divertida, ao vê a Alanis entrar acompanhada da Ayla, e ambas com os cabelos molhados.

- Não nego que juntamos a fome com a vontade de comer, e tivemos uma noite maravilhosa! E você, deixou a Eva descansar, ou a fez ficar com as pernas bambas? - a Alanis devolveu a provocação, o quê fez a Ayla baixar a cabeça, a Letícia ri gostoso e a Eva corar violentamente.

- Ah minha cara, quem está com as pernas bambas sou eu! Essa minha loirinha só é tímida fora das quatro paredes, mas quando estamos nos amando é um vulcão! - a Alanis riu com gosto ao vê a carinha envergonhada da Eva com o comentário da namorada.

- Quem diria em doutora Alanis, a minha amiga bem dotada te deixou inspirada! E você Letícia, só sabe me deixar sem graça, mas é uma tarada na cama! - a Eva falou fingindo está chateada.

- Ei, não revele os meus segredos! - a Ayla falou divertida diante dos olhos arregalados da Natália, e da Letícia olhando para si.

- Inspiradissima querida! E vamos parar com essa conversa que está me dando calor. E só pra constar, eu adorei descobrir os teus segredos amor! - a Alanis falou a última frase olhando nos olhos da Ayla que sorriu lindamente. Elas ficaram tão embevecidas que nem notaram quando as outras três saíram da mesa as deixando a sós.

- Eu sei meu amor. - a Ayla acariciou o rosto da amada notando que estava um pouco roxo no local do tapa que o Gutierrez dera. - Isso dói ainda? - perguntou apalpando de leve.

- Só um pouco, eu coloquei gelo quando vistoriamos o casarão do contrário estaria bem inchado, e com um roxo enorme. - falou e beijou nos lábios da amada que correspondeu com prazer.

- Eita, cadê todo mundo? - a Ayla falou ao se dá conta que estavam só as duas.

- Devem ter ido arrumar as coisas pra nossa viagem de mais tarde. Vamos vê aqui o quê podemos preparar pra o almoço. Será que o professor virá com o capitão? - 

- Ah com certeza, aqueles dois adoram filar uma boa comida! - a Ayla falou divertida e a Alanis riu.

- Mamãe, tia Ayla! - o Alan gritou assim que desceu do carro junto com o avô Belmiro, ao vê as duas sentadas na entrada da casa conversando.

- Oi meu amor, bom dia! - as duas disseram em uníssono,ao serem abraçadas pelo garoto qu envolveu o pescoço de cada uma com um braço.

- Vô Miro, essa é a tia Ayla namorada da mamãe. - o garoto falou espontaneamente, e os adultos sorriram discretos.

- Bom dia! Muito prazer senhorita, Belmiro! - o homem falou demonstrando simpatia.

- Prazer o meu senhor Belmiro. - a Ayla falou com um sorriso franco, e o homem percebeu que alí habitava uma alma generosa, e que a sua ex nora fizera uma bela escolha.

- Bom Alanis, o Alan está entregue, eu desejo um ótimo natal para todos vocês, e peço desculpas pelo mal comportamento do meu filho. - o homem falou sincero enquanto apertava a mão da ex nora.

- Você não me deve desculpas Belmiro; quem errou foi o Augusto. E não entendo de onde ele herdou tanta arrogância, pois você sempre se mostrou um homem de bons exemplos. - 

- Eu errei Alanis! Quando o Augusto era criança eu participei muito pouco da educação dele, me empenhava no trabalho e deixei tudo por conta da Irene; que como você conhece é uma mulher cheia de conceitos radicais, muito intolerante, isso foi passando para o nosso filho, e quando me dei conta já era tarde. - o homem falou entristecido.

- Pode ser que você tenha errado um pouco nesta parte, mas sempre deu bons exemplos, tanto é que o Alan te adora como avô; portanto se exima dessa culpa. - a Alanis abraçou o senhor que foi embora após despedi-se do neto e da Ayla. Assim que o Belmiro entrou em seu carro viu mais dois carros se aproximarem da casa da Alanis, e antes de dá a partida observou os visitantes serem recebidos com alegria pelas duas mulheres, percebeu que se tratava da família da namorada da ex nora pelas características da mulher mais velha que dirigia um velho corcel 2 azul completamente restaurado, e lamentou que o seu filho tivesse perdido uma mulher maravilhosa como a Alanis por causa de ciúmes bobos,sua ambição desenfreada pelo poder, e pela fama de advogado bem pago.

- E então papai, a desavergonhada da Alanis estava em casa para receber o nosso filho? - o Augusto Tavares perguntou ao pai assim que esse entrou em casa.

- Estava sim, e o meu neto ficou feliz da vida em encontrar a mãe junto com aquela moça que você falou. - 

- Aquela moleca dos infernos estava lá com ela? - 

- Baixe o tom da tua voz que eu não tenho problemas de audição! O nome da garota é Ayla, e o Alan me apresentou ela como namorada da mãe; então acho bom você se comportar daqui pra frente, ou irá perder até o carinho do teu filho. - o Belmiro falou e saiu deixando um Tavares possesso de raiva.

- Desgraçadas! Isso não vai ficar assim, eu não deixarei o meu filho ser criado por duas lésbicas! - o Tavares chutou a mesinha do centro, pegou o carro, e saiu cantando pneu.

- Então é mesmo verdade que a Alanis virou sapatão! - a Irene falou pra o marido ao vê o filho sair furioso de casa.

- Está vendo em que tipo de pessoa o nosso filho se tornou? Você gosta de rezar Irene, então reze muito para que o Augusto não faça mais nenhuma besteira para separar aquelas duas lá!Ou então você o verá atrás das grades. Eu fiz a minha parte, abrir muito bem os olhos dele. - o homem concluiu, e a mulher ficou pensativa, mas nada conformada com a situação.

- Azira minha querida não fique com ciúmes não tá, mas este almoço está divino! Eu acho que vou engordar uns dez quilos esses dias. - o Paulo falou e todos riram felizes.

- Ah, mas não ficarei com ciúmes! Alanis parabéns viu, está perfeito! - 

- Bom, eu e a Ayla escolhemos os ingredientes, e até ajudamos um pouco, mas os créditos é da nossa futura chef a Natália! - a Natália ficou meia sem graça diante da fala da sua patroa, e da salva de palmas que se seguiram.

- Ai gente, não é pra tanto! - 

-  Claro que é Nati! Quando você inaugurar o primeiro restaurante eu vou está lá com a minha loira para degustarmos essas delícias. - a Letícia falou, e houve outra salva de palmas pra uma Natalia encabulada.

- Ah, e eu vou senti falta da tia Nati me proibindo de comer chocolates, biscoitos, bolos recheados e doces antes do almoço; e me dando frutas, cereais, e verduras como opção. - o Alan falou e todos riram.

- Bom, eu fico feliz que você está indo ao encontro dos teus sonhos, mas como o Alan disse; eu também sentirei falta de você aqui em casa minha amiga. - a Alanis completou dando um abraço caloroso na Natália que não aguentando a emoção chorou.

- Vamos parar por favor, hoje é véspera de natal portanto nada de chororou dona Nati! E só pra constar dona delegada; nós estamos saindo da tua casa, mas não da tua vida! - a Letícia falou descontraída.

- Gente, eu estou adorando vocês cada vez mais! Quê coisa linda essa demonstração de amizade! Capitão, vamos pedir transferência para cá? - o Paulo falou visivelmente emocionado.

- Ah não padrinho, aqui é muito longe para o senhor ir com a gente pra o sítio nos finais de semana. - o Ailton falou com uma carinha triste.

- Pois é seu Paulo, nada de nos abandonar, e ainda trazer o Borges a tiracolo, ai,ai ai! - a Azira brincou.

- Eu simpatizei com a idéia Azira, você também poderia pedi transferência, nós alugariamos uma casa bem grande e pagaríamos com o dinheiro do aluguel das nossas casas lá. - o capitão falou.

- Não quelo mainha! - a Bruninha choramingou.

- Nem eu quero saí de lá mainha, eu gosto de ficar lá no sítio dos meus avós também. - o Ailton falou se referindo aos pais do Bruno.

- Calma os dois, pois eu também não quero me mudar pra nenhum lugar além do nosso sítio assim que eu me aposentar. - a Azira falou séria, e a Ayla sorriu compreensiva, pois imaginava que a mãe não venderia a herança dos pais pra se aventurar em outra cidade.

- Mãe Azira decidiu, então está decidido, ninguém se muda! - o Paulo falou descontraído, e todos riram felizes.

- Meu bem você está gelada, não precisa ficar tão nervosa, todos lá em casa irão te amar! - a Alanis falou para uma Ayla apreensiva e trêmula quando segurou em sua mão ao parar o carro na frente da casa dos pais.

- Nossa! Eu imaginei que aqui seria lindo, mas sobrepujou a tudo que pensei, isso aqui é maravilhoso! - a Adriana que estava no banco detrás junto com a Katrina e o Alan, falou encantada com a beleza da fazenda dos Carreras. A casa grande fora construída praticamente com pedras no centro da propriedade, um grande gramado, e calçadas de pedras circundavam a casa que era dividida em quatro espaços; térreo, primeiro e segundo andar, e sobre esse ainda uma torre totalizando três andares. No gramado algumas flores como rosas, margaridas, dálias, begônias, entre outras espécies formavam um belo jardim, algumas árvores de pequeno porte também ornamentavam o local, pequenos bancos feitos com madeiras de coqueiros envernizado completavam a decoração. Ao nascente uma grande piscina protegida por telas bem altas e resistentes exibia a sua água cristalina alimentada constantemente por uma cascata artificial, tinha profundidade variada entre um metro até cinco; os azulejos coloriam a água dando a impressão de que alí era uma pequena lagoa azul. Ao poente uma grande varanda protegida pela sombra de pequenas árvores frutíferas, como laranjeiras e mangueiras mostravam algumas redes estendidas, onde se podia deitar após o almoço, desfrutar de um ventinho fresco, e descansar do calor naquela época de verão. Uma escada de pedras levava até a entrada principal da casa circundada por uma varanda. A casa fora pintada externamente na cor azul celeste, as portas e janelas eram brancas, por dentro o branco predominava, com exceção de alguns ambientes como a cozinha e banheiros que ganharam belos azulejos decorativos, e os móveis que se mesclavam entre o branco, o marrom e o preto.

- Meu Deus! Ai, eu quero morar aqui pra sempre! - a Katrina gritou deslumbrada assim que desceu do carro.

- Fala baixo criatura quer me matar de vergonha! - a Adriana reclamou com a irmã ao notar algumas pessoas em pé na varanda, e dois rapazes se aproximando para ajudar com as bagagens.

- Bom dia! - eles disseram em uníssono, pegaram algumas mochilas na mala do carro e se encaminharam para o interior da casa.

- Bom dia! - a Alanis e as demais responderam. - Pessoal, podem deixar as mochilas com as roupas dentro dos carros que os meninos levam para os respectivos quartos! - ela informou para os outros que também tinham parado deslumbrados com a beleza do lugar.

- Bom, nós podemos levar tudo até a varanda pra facilitar o trabalho deles, o Afonso falou pegando a sua mochila, e a do Francisco na mala do carro do capitão.

- Tudo bem, vamos entrar então! - a Alanis concordou.

- Vovô Fernando, vovô José, vovó Joana, tia Maria, tia Tassi, e tio Tarcísio, boa tarde! Esses aqui são os meus novos amigos! - o Alan falou empolgado enquanto corria para os degraus segurando nas mãos do Ailton e da Bruninha.

- Filho, devagar pra vocês não caírem! - a Alanis falou preocupada, e a Azira sorriu ao observar como facilmente a ação do menor quebrou qualquer clima de austeridade que pudesse haver no ambiente. Viu também o jeito carinhoso em que a futura sogra da Ayla acolheu o neto, e respectivamente também as suas crianças.

A Joana olhou para a Ayla que parecia um tanto envergonhada, e imaginou que com certeza a Alanis lhe falara da reação negativa dela em relação ao namoro das duas. A moça de fato era linda, mesmo parecendo um moleque com aqueles trajes, não perdera a feminilidade; já a mãe era simplesmente linda, e muito feminina. Alí a Joana constatou a semelhança chocante dos olhos da moça com os do turco Nabil Salam.

- Me dá um abraço bem gostoso mocinha torradinha! Olha só, e não é que o cabelo dela é mole! - o velho Fernando falou ao apertar a mão que a Ayla lhe estendeu timidamente.

- Vovô! - a Alanis ralhou.

- O quê foi, já está com ciúmes? Se eu fosse quarenta anos mais jovem, eu iria preferir aquela torrada alí! - o senhor respondeu apontando na direção da Azira, fazendo todos rirem felizes, e a Ayla o abraçou forte.

- Seja bem-vinda a minha casa! - a Joana falou ao abraçar a futura nora.

- Muito obrigada dona Joana, é um prazer está conhecendo a senhora pessoalmente.  - a Ayla falou sincera enquanto aconchegava a mulher em seus braços. A Alanis sorriu feliz ao vê as duas mulheres mais importantes da sua vida unidas naquele abraço caloroso, e tinha plena certeza que no final daquela festa a sua mãe também estaria encantada com o jeito simples da sua preta.

Após as apresentações e distribuição dos quartos voltaram a se reunir na varanda enquanto um lanche estava sendo preparado.

- A Letícia não vem? - o Tarcísio perguntou.

- Ela vai passar a tarde na fazenda dos pais da Eva, mas virar com a tia Lena pra o jantar,e a distribuição dos presentes a noite. - a Alanis informou.

- A Eva não vem então? - a Tássila quis saber.

- Ela, e a Elza almoçarão com a gente amanhã. Tarcísio, você estará de folga amanhã também né? - a Alanis falou.

- Sim, porque? - 

- É que eu quero te apresentar um pessoa. - 

- Se for com a intenção que eu estou pensando nem tente, pois não estou interessado. - 

- A minha intenção é te apresentar essa pessoa, agora o quê vai acontecer depois não é problema meu, e sim de vocês. - a Alanis concluiu.

- Deixa de ser chato Tarcísio! Eu também acho que está na hora desse teu luto pela Luna terminar. Poxa, já fazem mais de dois anos, e eu acredito que o quê ela mais deseja é que você encontre outra pessoa e seja feliz meu irmão! - a Tássila falou séria.

- Pode ser, mas eu não quero conhecer ninguém nesse momento. Eu peço licença a todos pra me retirar. - o Tarcísio falou se mostrando aborrecido, e saiu.

- Vocês parem de querer arrumar namorada pra o seu irmão, pois eu garanto que o luto dele vai terminar assim que encontrar a pessoa ideal. - o mais velho dos Carreras falou.

- Eu também acho, e arrisco a dizer que talvez ele já a tenha encontrado, por isso essa recusa de querer conhecer outra moça. - o José soltou, pois acerca de um mês pegou o filho sentado na varanda olhando a lua muito pensativo; e ao perguntar o porquê, o mesmo lhe confidenciara que tinha encontrado uma mulher que o deixara balançado, porém não sabia nada sobre ela, além do nome escrito num cartão com o número do telefone que ele acabou perdendo.

- Hum! Guardando segredo até de mim José! - a Joana reclamou.

- Ah querida, você sabe como é o Tarcísio, se ele lhe pede um segredo não é bom contar os pormenores, mas por favor nada de fazerem perguntas pra ele; deixem ele falar espontaneamente caso o fato se concretize. - o José encerrou o assunto pois a Maria avisou que o lanche estava servido na copa. Enquanto isso o Tarcísio tomava uma ducha para refrescar a cabeça; não gostava quando as suas irmãs tentavam lhe arrumar uma namorada, ainda mais naquele momento em que se encontrava confuso, com seu coração dividido entre o amor que sentia pela Luna, e o encantamento pela mulher de cabelos castanhos de um tom meio acobreado, olhos castanhos esverdeados e bastante expressivos, um corpo bem distribuído nos seus aproximadamente um metro e sessenta, ou sessenta e cinco. Ela tinha as mãos delicadas como a Luna, porém com uma pegada firme de mulher que sabe o quê quer. O nome era Elza, ela lhe dissera ao despedir. Destemida beijou o seu rosto de forma suave, o surpreendendo com o toque macio dos seus lábios. Tarcísio ficara um tanto atordoado com aquele toque, pois desde que a Luna se fora o seu corpo nunca tinha reagido a presença, ao cheiro, e ao toque de outra mulher, mas com aquela sim. Ele fez o percurso para casa no automático, porque a imagem dela, o seu perfume, e o seu toque ocuparam a sua mente; quando deu por si estava parado na frente da casa dos pais na fazenda. Havia se passado quase um mês, mas ele não esquecera dela, sempre a imagem povoava os seus pensamentos, e quando pensou em ligar mesmo sem saber bem o quê dizer, não encontrou o bendito cartão, na verdade não lembrava onde o tinha colocado. No entanto não se preocupou muito em procurar; até porque não sabia quem de fato era aquela mulher, ela podia ser casada, noiva, namorada de alguém, enfim, bonita daquele jeito não poderia está disponível. Mas também as palavras da sua falecida vó Teodora povoaram os seus pensamentos. "Quando algo tem que ser é aquilo mesmo, e o universo conspira contra nós, ou a favor."

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- Flávia, você tem certeza que eu devo mesmo ir pra fazenda com vocês? Eu não namoro mais com a Letícia, já faz quase um ano que eu não tenho contato com os pais da Alanis, e a dona Joana sempre deixou claro que eu não era bem-vinda lá, só não me colocava pra fora por causa do senhor José, da Alanis, e da Letícia. - a Tatiana falou apreensiva enquanto guardava a sua mala com algumas roupas no carro da prima.

- Claro que eu tenho certeza, pois a Alanis me disse que não teria nenhum problema você ir, e quanto a tia Joana,ela vai está muito ocupada com outras coisas, vamos logo que a Quézia já me ligou duas vezes e está agoniada com essa tua demora. - a Flávia falou rindo, pois a prima tinha mania de levar coisas demais pra um simples final de semana.

- A Adriana também já ligou perguntando se eu tinha decidido ir pra lá. O meu irmão não gostou muito de saber que não passarei esse natal com eles. - 

- O Cláudio é um cara maravilhoso, mas aquela Juciara tua cunhada é muito chata e esnobe! Você já apresentou a Adriana pra eles? - 

- Sim, e isso foi no segundo dia que nos encontramos por acaso no shopping. O Cláudio sabe que eu estou namorando sério com ela, já almoçamos juntos, e quanto a Juciara, mesmo não aprovando a minha relação com uma garota de "classe inferior," como ela diz, não me disse nada, pois sabe que iria ouvir uns desaforos. - 

- Eu sei como é prima, a tua mãe se estivesse viva também não aprovaria o teu namoro por questões óbvias. - 

- Verdade Flávia, mas antes de morrer a mamãe aprendeu dolorosamente que valorizou demais as coisas efêmeras, pois ela viu "os amigos" desaparecerem um a um enquanto a doença a consumia. - 

- Eu sei que sim, mas infelizmente sinto lhe dizer que a tua mãe maltratava até mesmo o tio, que ficou contra a família, e a favor dela em algumas questões. - 

- Eu sei Flávia, isso foi muito ruim pra mim, e meu irmão que fomos obrigados a ficar um pouco longe da família, e principalmente dos nossos avós que moram no sul. Bom, mas é passado, e o quê importa agora é não cometermos os mesmos erros dos antepassados. - a Tatiana concluiu, e a Flávia sorriu satisfeita.

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Tia Lena, pelo amor de Deus monta logo nesta moto, e vamos embora! - a Letícia falou rindo com o medo, e a preocupação exagerados da mulher em ter que ir na garupa da motocicleta.

- Filha, porque não guardamos a tua moto, e vamos de táxi? Poxa, logo hoje esse carro deu problema! -

- De jeito nenhum que eu vou deixar a minha fera aí trancada. Vem logo tia, é só na ida, de volta a senhora terá muitas opções, e eu vou voltar com a minha loirinha que ficou na fazenda dos pais dela suspirando pelos meus beijos. -

- Ok, não tem outro jeito mesmo! - a Helena falou se acomodando bem segura na garupa, e a Letícia sorriu quando as suas coxas foram bem apertadas pelos joelhos da mais velha.

- Pronto dona Helena chegamos! Algum osso quebrado aí? - 

- Engraçadinha! Precisava ter corrido tanto? -

- Ah tia, não tem graça pilotar devagar demais, e cansa os braços. Estávamos numa velocidade segura pode acreditar. - a Letícia concluiu quando as duas desceram da moto em frente ao casarão da fazenda.

-  Nossa como tudo isso aqui está lindo! - a Helena exclamou quando viu tudo enfeitado próximo a grande árvore de natal que piscava com centenas de luzes coloridas, e a sacada da varanda também decorada com arranjos, e lâmpadas coloridas.

- Ah! Finalmente chegaram, sejam bem vindas! - o José falou assim que avistou as duas mulheres.

- Lena, Letícia, sejam bem vindas! Olha, o quarto de vocês esse ano vai ser o mesmo para as duas, pois recebemos mais vistantes. - a Joana avisou abraçando as amigas.

- Não tem problema Jojô, tendo uma rede, ou um tapete pra forrar o chão dormiremos tranquilas! - 

- Isso é se alguém for querer dormir tão cedo hoje né tia Joana! - a Letícia falou após a Helena terminar.

- Verdade querida, dormi hoje é a última opção, mas amanhã com certeza isso vai acontecer, então fiquem a vontade. - a Joana concluiu, e elas seguiram para o quarto a fim de guardarem os seus pertences, se arrumarem para o jantar que seria servido antes da entrega dos presentes. A Helena não notou um par de olhos negros lhe observando de um ponto mais afastado da varanda, mas a Letícia que cumprimentou a Azira com um aceno notou quando a morena dsviou o olhar de si, e o fixou em sua mãe adotiva; que também pareceu está procurando alguém quando entraram na casa indo em direção ao quarto para se trocarem pra festa de logo mais.

Fim do capítulo