Olá, minha gente. De antemão, muito obrigada de novo por estarem lendo esta história.
Se você leu até aqui, acho que adivinha o que vai acontecer neste capítulo e também já sabe a forma como vai ser narrado.
Espero que apreciem.
Capitulo 35: Voe com tuas próprias asas
Catarina estendeu os braços para cima e recebeu a ajuda de Érika para puxar o vestido que usava por conta da famigerada festa de aniversário, a qual a principal homenageada fugira sem dar nem pistas de seu paradeiro. As duas continuaram se beijando até encostarem na cama, que as atraiu como se estivesse imantada. Elas não paravam e não conversavam mais, tudo que se podia ouvir eram suas respirações ofegantes e o rangido que a cama de casal fazia quando Érika deslizava pela parte do corpo inversa ao rosto da outra.
Após as apaixonadas se beijarem por um tempo que nem os melhores cronômetros poderiam marcar com exatidão, Catarina enfim abriu os olhos primeiro, inebriando-se com o espetáculo que essa simples ação lhe proporcionara. Timidamente, tocou os seios nus de seu amor, embasbacada, aparentemente fora de si e da realidade do que estava acontecendo ali. Foi quando disse, numa cadência lenta e quase inaudível:
- Linda...
- Você... - Para Érika, a fala soou clara o bastante. Uniu as mãos da inexperiente amante às suas, entrelaçando-as enquanto a beijava novamente.
- Te amo. - Disse Cate, reunindo fôlego por um breve momento.
- Eu também - Respondeu Érika. - Eu também - ergueu o corpo e ficou de joelhos, abrindo as pernas em torno de Catarina - Eu também! - Voltou a pegar as mãos de Catarina, levando-as até a parte de dentro de sua calcinha.
Cate sentiu os próprios dedos úmidos e corou por lembrar de onde vinha aquela umidade. Virou o rosto, recordando o dia em que acordou daquele mesmo jeito, apenas por ter um deslumbre do que agora estava se realizando:
- Ei... olha pra mim... - Érika deu um pequeno sorriso, a fim de naturalizar a situação e acalmar a garota.
Sentindo a intenção da amada, Cate tornou a encará-la, sem tirar as mãos de onde elas foram postas. Chamou-lhe a atenção o quanto as pupilas de Érika estavam dilatadas. Era mais um sinal de entrega, de confiança. Tirou, agora sem pestanejar, a calcinha da gerente, jogando-a no chão sem cerimônia. Em seguida, tirou a própria roupa íntima e abriu as pernas, dando o convite definitivo.
Érika jogou os cabelos castanhos para trás, e o movimento simulou as ondulações plácidas do mar, antes de se tornar revolto. Sentiu a parte interna das coxas de Cate se retraírem enquanto afundava a língua magistralmente no lugar que lhe era devida há muito tempo.
Cate fincou as unhas pelas costas de Érika, arranhando-as e escorregando-as pelo suor quente que se formou ali. O espasmo entre as pernas convertera-se num tremor generalizado, diferente, porém, de quando a garota tremia de frio ou medo. Mordiscou o lábio inferior, mas não evitou também a soltura de gemidos curtos, entrecortados com sua respiração confusa e ainda mais extenuante do que no começo do ato.
Quando olhou para baixo, encontrou os olhos castanho-claros fitando os seus e, numa conexão inexplicável, mesmo sem nunca ter feito aquilo, entendeu do que se tratava aquele olhar. Balançou a cabeça para cima e para baixo, em concordância. Levou as mãos à boca, tentando abafar os gemidos, ou gritos, não sabia ao certo o que sairia se deixasse que as cordas vocais trabalhassem. Era delirante sentir Érika dentro dela, entrando e saindo, num ritmo que era só das duas, ela tinha certeza.
- Continua, continua...
Érika não só continuou, como foi além. Mais uma vez, levou as mãos de Catarina até onde não deveriam ter saído e deixou que a garota a seguisse.
- Assim?
- A... as..assim... des... desse jeito... isso...
Compartilharam o toque mútuo e inconstante, se beijando incessantemente, encharcando a cama e as mãos de suor e volúpia. Se mantiveram assim até unirem os desejos pulsantes uma na outra.
Catarina via a frase "Alis volat propriis" subir e descer conforme friccionava seu corpo ao de Érika. À medida que o contato íntimo se intensificava, sentiu-se igualmente tatuada, mesmo sem nem saber o que aquela frase em latim significava. Observou cada detalhe daquela que estava à sua frente, contorcendo-se junto a ela, numa fotografia mental. Abriu a boca, mas não emitiu nenhum som, e, enfim, perdeu a força dos músculos de vez, virou a cabeça para trás e se desprendeu do enlace.
- Como está se sentindo? - Érika deitou ao lado dela, limpando o suor da testa com a palma das mãos.
- Não sei definir, nunca me senti assim.
- Obrigada...
- Pelo quê?
- Por ter confiado a mim uma coisa muito especial.
- E só agora vejo que tinha que ser você, Érika.
- Eu te amo...
- Você disse mais uma vez...
- Cada vez que digo, sinto que é mais real.
- Érika?
- Pode dizer.
- O que vem depois disso?
Érika voltou a deitar por cima de Catarina, beijando-a nos lábios demoradamente. Tirou alguns fios de cabelo grudados pelo suor e colocou-os atrás da orelha dela:
- Eu queria saber, mas...
- Mas?
- É que... não pensei direito enquanto estávamos... você sabe... mas agora lembrei de algo.
- O que foi? Se arrependeu?
- Eu não, mas talvez você se arrependa...
- Sem chance, eu quis isso tanto quanto você!
- É que... você... você terminou com a garota das fotos?
- Das fotos? Ah, você viu... Não, não tinha o que terminar na minha relação com ela...
- Como assim? Você veio aqui estando com ela?! - Érika se sobressaltou de repente.
- Não. Ela foi buscar em outra pessoa o que eu não consegui dar. E está muito claro por que eu não consegui.
- Por quê?
- Por que acha? Você.
- Catarina, mesmo assim, promete, por favor, que você vai conversar com essa garota direitinho?
- Prometo. Será a primeira coisa que farei quando sair daqui.
- Então, volte a me perguntar o que perguntou hoje quando resolver essa situação. A resposta continuará aqui, com certeza.
- Tudo bem... agora queria tomar banho, posso?
- Podemos.
- Então me leva. - Sorriram juntas, trocaram um beijo rápido e seguiram para o banheiro, abraçadas pela cintura, prontas para continuarem se amando até atingirem limites desconhecidos.
****
Audrey precisou dispensar o rapaz com quem esteve flertando durante a festa quase toda. Não poderia negar o pedido de uma amiga, afinal das contas. Ainda por cima quando a amiga é, ninguém mais, ninguém menos, que a aniversariante do dia. Após receber a mensagem de Catarina, deu uma desculpa qualquer para o garoto e correu em direção ao jardim. Rapidamente avistou o alvo, vomitando todo o buffet da festa numa cesta de lixo próxima a um dos postes:
- Precisa de ajuda aí?
- Preciso de um remédio pra enjoo...
- Lá dentro deve ter, vou buscar para você.
- Audrey, espera! Onde a Cate está?
- Não sei, ela não me disse para onde ia. Você estava sozinha aqui?
- Eu estava com a Bia... Bia do terceiro D, mas ela já foi.
- E te deixou nesse estado? Não me diga... ela foi pra festa dos calouros, tô certa?
- É... como você...
- Como eu soube que você estava aqui? Adivinhe.
- Droga, a Cate... eu... estraguei as coisas...
- Você ficou com essa garota, foi isso?
- Não lembro...
- Nesse estado, como poderia saber de alguma coisa, não é mesmo? Venha, se agarre em mim.
- Hã?
- Para que eu possa te carregar pra dentro. Acredite, eu já tenho pós-graduação em cuidar de bebuns...
- Não preciso que ninguém me carregue, posso ir sozinha.
- Ok, ande em linha reta por dez segundos.
- Observa. - Raga não andou sequer cinco segundos sem tropeçar e ziguezaguear.
Audrey passou os braços em volta de Raga e a levou até o quarto de Catarina, tomando cuidando para não ser vista por Débora e Victor, porém os dois também haviam sumido da festa. A garota agradeceu mentalmente o sumiço dos mais velhos enquanto deitava a outra jovem na cama. Tirou-lhe os sapatos e procurou no armário uma roupa folgada da amiga, para que pudesse deixar a ébria mais confortável.
- Consegue se trocar sozinha?
- Claro... - Ao ficar de pé, Raga desabotoou a calça com dificuldade e voltou a tropeçar na tentativa de tirar a primeira perna de dentro da roupa.
- Evidentemente não consegue, que pergunta a minha... - Disse Audrey, se ajoelhando e se livrando da peça de uma vez.
- Eu sou uma merd*, sabia?
- Você só bebeu demais, amanhã as coisas se resolvem.
- Era o aniversário dela... estraguei...
- Vai ficar tudo bem. A bebida triplica todas as sensações, sejam boas ou ruins.
- Você...
- O que tem eu?
- Você já ficou com alguma garota na sua vida?
- Por que essa pergunta agora?
- Nunca fique... é daqui pra pior, só drama, drama, drama...
- Acho que o drama rola solto independente do gênero, viu... volto logo.
- Não... não me deixa sozinha aqui não...
- Eu vou buscar o remédio para enjoo. Descanse enquanto isso.
- Você parece a "Valente" ... - Raga balbuciou a frase e fechou os olhos em seguida, aparentemente exausta.
- Que coisa... preciso pegar logo meu diploma de cuidadora de embriagadas... - Audrey cobriu Raga com o edredom e verificou o celular, mas lá havia zero notícias sobre Catarina. Foi quando ela entendeu para onde a melhor amiga havia ido.
Fim do capítulo
Se você ainda busca algo mais provocante, tem dezenas de outras histórias incríveis neste site mesmo, o foco desta aqui nunca foi esse. Deixo o aviso porque o enredo depois daqui não vai girar em torno só de sexo, beleza? Abraço ;D
Comentar este capítulo:
Naty24
Em: 01/02/2021
Críticas só se forem construtivas
Eu achei de uma sensibilidade ímpar cada detalhe narrado neste capítulo. Até pq foi para uma o momento de descoberta, e para outra uma certeza de se redescobrir novamente como é estar nos braços de quem verdadeiramente nos pertencem
Resposta do autor:
Agradecida pelo seu feedback igualmente sensível.
Abraço!
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