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- Quê droga! Você está me dizendo que não vai ajuda-me a mover uma ação contra a Alanis para tomar a guarda do Alan é isso? - Augusto Tavares gritou para a sua advogada.

- Você está surdo, ou elouqueceu homem? Qual juíz vai se quer analisar o teu caso, e dá alguma importância a tua alegação? Eu já te expliquei, o Alan adora a mãe, e digamos que tenha uma audiência pra decidir com quem ficará a guarda; a Alanis poderá pedi ao magistrado que ouça a opinião da criança, e você sabe quem o Alan vai escolher. E eu não vou pegar uma causa perdida pra ficar desmoralizada perante a justiça, além do mais a Alanis foi minha colega no curso, e tenho um grande apreço por ela. - a mulher respondeu decidida.

- Não é possível, eu não vou permitir que o meu filho seja criado por duas lésbicas. Tudo bem Soraia Souza Santos, é por isso que o teu pai sempre foi uma merd* de advogado de causas familiares chinfrins, e você anda na mesma linha da mediocridade sem nenhuma ambição financeira. A ética de vocês é muito burra e pobre. - Tavares falou depois de socar a mesa da advogada com fúria.

- Não ofenda a memória do meu pai, pois ele foi um ótimo professor, e você foi bem orientado por ele muitas vezes, portanto não cuspa no prato que comeu. Não temos mais nada pra conversar, por favor saia! - a Soraia falou firme.

- Desculpa Soraia! Não estava falando do conhecimento dele, mas da falta de ambição em crescer financeiramente, afinal você sabe que num país como o nosso, a prata, e o ouro sempre falou mais alto que a honestidade. - Tavares falou sem encarar a mulher.

- Procure outro advogado sem ética caro colega, que ele te conduzirá para um juíz sem ética, mas lembre-se: a Alanis Carreras esmagará vocês perante o tribunal, e o juíz mesmo corrupto não será louco de te dá a guarda do garoto. E caso desista da ação pra tentar algo ilegal, saiba que os Carreras mais cedo, ou mais tarde descobrirão que você está por trás, então como amiga, e colega, te aconselho a esquecer isso. - a advogada concluiu enquanto abria a porta da sala para o Augusto sair.

- Me desculpa Soraia, você está certa; e por favor caso encontre a Alanis não comente nada sobre essa nossa conversa. - o Tavares falou sem encarar a mulher.

- Passe bem Augusto! - a Soraia falou quase fechando a porta na cara do homem; sentia nojo dele naquele momento, e ficou pensando se ele sempre fora assim ambicioso, preconceituoso, homofóbico, ou adquiriu essa forma de pensar com o tempo; sabia da fama do homem como advogado criminalista ambicioso, mas não conhecia esse lado intolerante, e até mesmo cruel.

Tavares saiu com muita raiva do escritório da colega, sabia que não conseguiria tirar o Alan da Alanis por meios legais, não seria louco de tentar armar algo para derrubar a ex-esposa, pois seria a sua derrota como advogado bem pago caso fosse descoberto, mas estava decidido a fazer alguma coisa para impedir a união dela com aquela jovem.

- Como assim não descobriram nada sobre a Ayla Handara? Ela é uma artista de rua, grafiteira, vendedora ambulante, tem quê ter alguma coisa! - o Tavares gritou com a sua secretária, e um estagiário em sua sala.

- Ela pode não ter conta nas redes sociais doutor, ou então usa outro nome pra manter a privacidade; fato é que não encontramos nada, além do quê já sabemos através do senhor. - a secretária falou calma.

- Negra desgraçada! Saiam daqui, me deixem sozinhos seus incompetentes! - o Tavares gritou assustando os dois que trataram de saí rápido, enquanto ele num excesso de fúria jogava tudo que estava em sua mesa no chão. Tinha que encontrar um jeito de separar a Alanis daquela mulher, e faria de uma maneira que ninguém suspeitaria de si; não a queria de volta, mas seria desmoralizado como homem caso ela se casasse com a negrinha como dissera que faria; ele não suportaria ser chacoteado pelos colegas de profissão já que tinha a fama de homem viril, e irresistível na cama. - Arrumem aquela bagunça na minha sala, não me liguem pra nada mais hoje, e adiem todos os meus compromissos! - falou ao passar pela sua secretária, e o estagiário.

***

- Sabe Tati, quando a Miota falou na Letícia eu fiquei pensando se não eram a mesma pessoa, mas não quis perguntar, preferir deixar o passado para trás, fico feliz que você e ela tenham se separado de forma amigável, e o bom é que estamos todas entre amigos. Você se sentiu desconfortável com a Eva, mas isso vai passar, pois ela é uma pessoa extraordinária, e muito justa; logo vocês se tornarão grandes amigas. - a Kika observou.

- Eu espero que sim, pois ela não tem uma boa recordação a meu respeito; naquele dia em quê quase te atropelei ela me flagrou tentando beijar a Letícia a força, por acreditar que ainda poderíamos reatar o namoro; no entanto a Letícia me deu um fora apresentando a Eva como namorada imediatamente. - a Tatiana falou meia envergonhada.

- Nossa! Que saia justa! A Eva é muito ciumenta, não sei como conseguiu se controlar! Ela nos contou que por pouco não deu meia volta e foi embora quando viu você agarrando a Letícia. -

- Acho que foi porque logo a Letícia gem*u de dor pois toquei no braço machucado dela sem querer, ela se esquivou de mim, a Eva perguntou se estava atrapalhando alguma coisa, eu soltei a Letícia imediatamente, ela disse que a Eva tinha chegado na hora certa, e a apresentou pra mim como a sua namorada. Enfim esse foi o maior fora que levei em toda a minha vida, então eu saí de lá feito uma louca, e quase te atropelei. - a Tatiana concluiu.

- Agora é passado, nós estamos aqui juntinhas, e eu estou amando ficar com você. - a Adriana falou sentando no colo da Tatiana.

- Ei, tem crianças morando nesse apê também viu casal! - o Tico que saira da área de serviço falou.

- Olha só o tamanho da criança! - o Dico rebateu dando um tapa no pescoço do irmão.

- Ai seu nanico! - o Tico gritou sentindo o pescoço arder.

- Você cresceu dez centímetros a mais que eu na vertical meu caro irmão, por isso faltou um pouco de cérebro e músculos! - o outro devolveu a provocação.

- E em você falta coragem de dizer pra mulher que você ama o quanto gosta dela, e enquanto isso outros estão ganhando espaço. - o Tico provocou novamente.

- Cala essa boca seu magricela! Olha que eu arranco a tua língua se você disser mais alguma coisa sobre isso! - o Dico falou zangado.

- Nossa! Ah, eu fiquei curiosa pra saber quem é a sortuda que vai tirar a solteirisse de ti Dico! - a Adriana falou meia apreensiva pois sabia que a sua irmã gostava do amigo, mas nunca teve coragem de dizer a ele, por imaginar que os meninos eram como irmãos para elas.

- Vamos tomar café, e seguirmos para o trabalho, melhor quê ficar com essas discussões bestas a essa hora da manhã! - a Katrina que ouvira o final da frase da irmã, falou não gostando do quê escutou.

O assunto foi encerrado,todos se encaminharam para a cozinha, e a Tatiana ficou observando aqueles quatro amigos enquanto tomavam café, e não deixou de notar os olhares ainda que discretos entre a sua futura cunhada, e o Afonso; percebeu alí o interesse genuíno dos dois que ultrapassava com certeza as fronteiras da amizade fraternal para algo mais intenso, e concluiu que provavelmente eles não tinham se dado conta que um era apaixonado pelo outro, talvez por medo de estragar a amizade construída pela cumplicidade de alguns anos vivendo juntos.

- Tati, você ficou muito calada durante o café. Ainda está pensando no encontro de mais cedo?  - a Adriana perguntou quando estavam saindo do prédio, e caminhavam em direção ao carro.

- Eu estava pensando na conversa de vocês lá na sala, e acredito que o Dico gosta da tua irmã, e ela dele, só que ainda não se deram conta. - a Tatiana falou após parar um pouco ao lado da Adriana afim de quê os outros adiantassem na distância, e não ouvissem a sua fala.

- Bom, a minha irmã é apaixonada pelo Dico, mas não sei se ele gosta dela desse jeito, pois sempre nos tratou como irmãs, se bem que ultimamente o tenho observado muito pensativo, com o olhar perdido, e por vezes o pego olhando para a minha irmã, e penso que talvez ele saiba que ela gosta dele, e está procurando um jeito de nos contar que está namorando alguma garota. - a Adriana lançou o seu raciocínio.

- Ele gosta é dela, e deve possuí o mesmo medo de ser rejeitado. Converse com o Tico, e busquem uma maneira de ajudar os dois a se sentirem seguros para confessarem que se amam como homem e mulher, e não apenas como amigos. - a Tatiana concluiu, e elas se apressaram em se juntar aos outros que estavam parados juntos ao carro.

- Kate, você já pensou na hipótese de quê o Dico também gosta de você pra namorar, por isso não leva nenhuma paquera a sério? - a Adriana questionou horas depois enquanto descansavam na sombra de uma árvore.

- Kika, nós já conversamos sobre isso, e está claro quê o Dico jamais me verá como namorada, ele me trata como uma irmã, sempre se afasta discretamente quando por algum impulso nos abraçamos, mas porque está falando disso agora? -

- A Tati acha que ele gosta de você, e que você gosta dele da mesma forma; e detalhe, ela chegou a essa conclusão sozinha enquanto tomávamos café. Eu nunca tinha comentado sobre os teus sentimentos pra ela. - 

- Eu acho quê não, ele deve está é com alguém, pois ultimamente está muito esquisito, e tem evitado ficar a sós comigo. - a Katrina concluiu, e ficaram em silêncio por alguns minutos.

- Pois eu vou encontrar um jeito de descobrir, ou melhor, de ter certeza que é você a mulher que o Dico gosta. - a Adriana encerrou a conversa, e voltaram ao trabalho, pois o dia estava muito quente, então venderiam bastante garrafinhas de água mineral.

- Meninas, nós temos uma ótima notícia, e uma péssima! - o Afonso falou assim que se reuniram na hora do almoço por volta das 14:00 horas.

- A boa é quê a Ayla vai saí de Cristália na sexta-feira que antecede a véspera do natal bem cedo, então no sábado não sei a que horas já estará aqui com a mãe, o professor Paulo, os irmãos, uma garota, e um tal capitão Borges. E a má notícia é quê o Pezão, e seus comparsas estão em regime seme aberto, ou seja estão soltos por aí maquinando se vingar da gente, pois com certeza já sabem que nós ajudamos a polícia identificá-los. - o Francisco adiantou.

- Essa justiça brasileira só tem brecha pra impunidade viu! Aqueles caras tinham que cumprir a pena deles toda na cadeia, isso é uma injustiça com a família do Júlio. - a Adriana desabafou.

- Bom, pelo ao menos eles não negaram o crime da aplicação do golpe na adulteração da bebida do Júlio, nem o abuso sexual. Eles podem está mentindo naquilo quê disseram sobre não conhecer esse tal Bruno, mas fato é quê convenceram a polícia, e a justiça da não participação no crime de assassinato, e a câmera comprovou as imagens do carro deles entrando em casa antes do horário que aconteceu o homicídio. A verdade na íntegra está com esse tal Bruno. - o Francisco concluiu.

- Ai gente eu estou tão feliz com a volta da nossa irmãzinha, que nem estou me importando com o quê esse Pezão pensa em fazer, e até tenho esperança de que ele nos esqueça, afinal não fomos apenas nós que presenciamos ele ameaçar o Júlio. - o Dico comentou feliz.

- Nossa irmanzona mandona você quer dizer não é mesmo? Porque de pequena a Ayla não tem nada! Eu também estou feliz, e ansiosa para abraçar aquela varapau. - a Katrina falou com um sorriso nos lábios.

***

Não é possível quê ninguém consegue pegar aquela desgraçada! Ela entra, e sai da delegacia, daquele condomínio que mais parece uma fortaleza, do prédio da namorada, e ninguém vê ela entrar ou saí; a mulher simplesmente evaporou das nossas vistas! - o Gutierrez vociferou furioso.

- O Bruno falou quê ela é especialista em disfarces chefe, desde que começamos a caçá-la só a vi uma vez saindo de uma padaria, e quando fui abordá-la quase um brutamontes que apareceu do nada.me esmaga com o corpão dele, então disfarcei pedindo desculpas ao sujeito, e saí rapidamente do local. - um dos comparsas do Gutierrez falou.

- Nem me fale no Bruno, os dias dele estão chegando ao final. Eu vi ódio nos olhos dele depois daquele bofetão; e mesmo que ele me traga essa Letícia não vai ficar de camarote pra assistir o show, mas será parte da diversão. - Gutierrez falou cheio de maldade.

- Tenha cuidado chefe, o Bruno é muito sagaz, ambicioso, os homens que trabalham com ele são bem treinados, e leais; pois não revelam nada do quê estão planejando. - um segurança recém contratado opinou.

- Cala a tua boca idiota! Eu conheço muito bem o Bruno, sei do quê ele é capaz, e você nem ninguém vai me ensinar o quê tenho de fazer! Da próxima vez que opinar sem ser requisitado perde a língua! - Gutierrez falou, deu uma gargalhada seguida pelos comparsas, e o segurança se retirou do local sem que os outros percebessem.

- Ah! Então eu estava certo nas minhas suposições, Gutierrez pensa em me eliminar mesmo, mas ele não perde por esperar, e já que ele deseja tanto um show, terá um inesquecível. Valeu pela coragem de se expor, agora volta lá e continua vigiando, mas bico calado, senão o Gutierrez dá a tua língua pra os cachorros! - o Bruno provocou o comparsa. "É dona Letícia Soares, se eu não conhecesse a origem da Ayla diria que vocês são irmãs, pois com exceção dos olhos, se parecem bastante." O Bruno pensava enquanto olhava para a foto da Letícia. - Você é a minha galinha dos ovos de ouro morena, e eu vou te pegar custe o quê custar! - falou para si mesmo, e guardou a foto.

- Chefe, olha só essa foto quê um camarada tirou da tua ex a dona Azira. Ele disse que perdeu o contato com o senhor por isso não te ligou logo, mas como eu precisei pedi um favor pra ele, lembrou de mandar pra mim. - um dos homens do Bruno falou lhe estendendo o celular.

- Epa, epa! É ela, a Ayla!  A danada voltou, e está mais bonita do quê nunca! Nossa, ficou bem mais alta que a Zira! E olha só os meus meninos! - o Bruno falou tomado por um sentimento até então desconhecido pra si. Envia essa foto pra mim! - falou fingindo está zangado.

- Se o senhor quiser podemos dá um jeito de pegá-la também chefe! - o homem falou pois sabia da vingança que o Bruno pensara em fazer com a garota.

- A prioridade agora é a Letícia, depois eu penso nessa fedelha. - o Bruno falou, e se trancou no seu quarto analisando a semelhança gritante entre as duas mulheres. E pensando: "passado e presente agora bem próximo de si." E enquanto encarava a figura da Ayla tão nítida na fotografia, lembrou dos olhos verdes cor de esmeraldas que lhe perseguia durante anos, desde que começara a trabalhar com o Gutierrez; nessa época ele tinha um pouco mais de um ano como soldado na PM, e foi encarregado de escoltar um negociante estrangeiro; o homem tinha os olhos verdes iguais aos da Ayla, e agora o Bruno enchergava que não era só isso, até a cor da pele, o porte esguiu, e o olhar altivo se assemelhavam. O Bruno não ficou sabendo o nome do homem, mas soube que o mesmo comprara uma grande quantidade de pedras preciosas, pagara a metade no momento da aquisição, e o restante seria pago assim que fossem avaliadas a autenticidade da mercadoria, e a segurança do comprador garantida. No entanto o Gutierrez mandou que os seus homens armassem uma tocaia, pegassem a mercadoria de volta, o restante do dinheiro, sumissem com o gringo sem deixar vestígios, e assim foi feito; pois a polícia investigou o desaparecimento do homem em sigilo, e a imprensa não divulgou uma nota se quer; porém Gutierrez mandou matar todos os seguranças que tiveram contato com o homem, e sabiam o nome. O Bruno escapou por pouco, com o tempo foi se infiltrando, fazendo muitos serviços sujos do chefão, ou terceirizando as ações para os comparsas leais, e com isso ganhou alguma credibilidade do chefão, ficando por dentro de todo o esquema sujo. Vez ou outra o Gutierrez era suspeito, mas sempre conseguia se livrar das acusações, pois como uma raposa atacava um galinheiro sem deixar rastros, assim era ele; pois com a ajuda de muitos corruptos conseguia fazer com que os seus negócios legais como os supermercados, imóveis alugados, duas lojas de jóias de luxo cobrissem a parte ilegal, como o comércio de entorpecentes, contrabando,vendas de armas, e munições para outros comandos do crime organizado. O Bruno sabia onde o Gutierrez gostava de exibir as suas conquistas, e torcia para quê ele conseguisse levar a investigadora até a toca principal do chefão quê era uma fazenda com larga plantação de coqueiros que ele arrendara o terreno para um produtor, mas continuava a usar a casa grande, e alguns galpões ao redor para desenvolver o seu negócio ilícito. E nesse pensamento, o Bruno começou a fazer um mapa bem detalhado do local, planejando assim a queda do chefão, e se tudo desse certo, mas tarde assumiria os negócios.

***

- Poxa, não estou gostando dessa história de quê você vai ficar aqui até tarde, e depois vai dormi só lá na Alanis! Vocês estão me escondendo alguma coisa isso sim! - a Eva reclamou com a Letícia horas depois que a Alanis conversara consigo.

- Meu amor, não serão todos os dias, mas você sabe que temos de pegar esses criminosos, e vamos aproveitar enquanto estamos motivadas; tenha paciência serão apenas algumas noites! - a Letícia falou ressentida por não poder revelar tudo para a namorada.

- Está bem já que não tem outro jeito, mas cuidado com a Bernadete, e essas outras que ficam rondando por aqui a noite. - a Eva falou insatisfeita.

- Eita loirinha ciumenta! - a Letícia falou divertida, e sem que a Eva esperasse lhe tascou um beijo na boca.

- Ai Letícia pára! Aqui não é lugar pra isso! - a Eva falou tentando fugir, mas a Letícia a segurou firme, e aprofundou o beijo.

- Ai meu Deus! Eu acho quê vou ter um orgasmo, só de vê essa cena de pré sex* explícito logo pela manhã! - a Bernadete falou ao flagrar as duas.

- Está vendo o quê você fez comigo? E você, como entra na sala dos outros sem bater? - a Eva perguntou envergonhada.

- Aí é que está, eu bati, mas o negócio estava tão bom que vocês não ouviram! - a Bernadete falou divertida, ao vê a cara vermelha de vergonha da amiga, e gargalhou.

- Você é exagerada dona Bernadete, foi só um beijo apaixonado. E o quê tem de tão urgente pra falar comigo que não pôde esperar ouvi um entre? - a Letícia falou séria, e a outra muchou.

- Nada demais, depois eu volto! - a Bernadete falou se retirando.

- Não, pode ficar Berna eu já estava de saída. Tchau!  - a Eva falou, e saiu fechando a porta devagar.

- Você gosta dela pra valer não é mesmo? - 

- Sim, muito! Acho que me apaixonei por esse jeito marrento dela desde o primeiro dia que cheguei de mudança. Eu fui quase casada, mas não era apaixonada pela minha ex; no entanto com a Eva o meu coração foi flechado em cheio, e hoje não consigo pensar na minha vida sem que ela esteja incluída. - a Letícia se emocionou ao confessar.

- Nossa! Eu fiquei arrepiada! Olha! Eu acredito que ela também te ama, pois nunca vi a Eva olhar pra alguém do jeito que olha pra você. Ela namorou o Maurício, mas em nenhum momento eu vi esse brilho no olhar, essa química entre eles. - a Bernadete falou também emocionada.

- Eu acredito no nosso amor, e por isso estou disposta a me casar com ela, construir uma família, adotar umas duas crianças, ou mesmo fazer um inseminação; não falamos sobre isso ainda, mas eu penso em ter filhos sim. -

- Ah, mas pode ter certeza que ela vai querer sim ser mãe, pois ela já tem a cara e a voz de uma babona, e lembro que uma vez comentou que gostaria de ter pelo ao menos um casal de filhos, por ser apenas ela e a Elza sozinhas. Bom, mas mudando de assunto, o quê me trouxe aqui foi uma informação que um amigo que trabalha num bar passou pra mim agora a pouco. O Ângelo se encontrou com o Bruno, e falaram algo a respeito do Siqueira que deu a entender que ele foi atropelado porque cometeu algum erro, e o Ângelo também andou fornecendo algumas informações para o irmão, mas dessa vez se negou a dizer qualquer coisa que prejudicasse as investigações, o quê deixou o Bruno bastante vulnerável; nós temos que ficar de olho no Siqueira. -

- Eu e a Alanis suspeitamos do Ângelo, mas até então ele não pisou na bola; já o Siqueira é suspeito de corrupção desde a época do Medeiros que está preso na polícia federal por ter recebido suborno para liberar mercadoria apreendida, falsificar relatórios, e facilitar a ação de criminosos, mas não entregou ninguém até agora, provavelmente tem medo de ser morto dentro da cela. - a Letícia concluiu.

***

O tempo é o único capaz de nos dizer se realmente estamos na direção certa.

Fim do capítulo