Capitulo 98
Capítulo 98
Após levar sua mãe e Antoni até os seus devidos quartos, Norma voltou à sala e notou que Laura estava toda pensativa sentada no sofá.
— O que está pensando? — Sentou-se ao lado da médica. Segurou uma das mãos entre as suas e começou a observar com atenção a face de Laura.
— Quem é ele? – Laura perguntou, demonstrando que a presença daquele homem lhe incomodou um pouco.
— Antoni é sobrinho de meu padrasto Lorenzo. Mora em São Paulo. É enfermeiro. Hum... costuma visitar o meu tio sempre que tem uma folga. Ele considera Lorenzo como um pai. – Deu uma pausa. – Está com ciúmes?
— Nem um pouco. – Forçou um sorriso. – Mas é ele que sua mãe deseja para estar ao seu lado.
— Amor, que bobagem! Minha mãe querer ou não, não importa. O que importa é o que quero e eu quero é você. – Segurou a face de Laura e a fez olhar em seus olhos. – Você tem dúvidas com relação ao que sinto por você?
— Nenhuma! Você é muito transparente para mim. Sei que você me ama como te amo.
— Então?
— Eu não vou aceitar sua mãe jogando nenhum homem para cima de você – Laura disse séria e Norma gargalhou.
— Laura!
— Amor, você reparou como ele é bonito? Eu só não sinto ciúmes, pois eu me garanto.
— Nossa! Não sabia que era convencida assim não. – Apertou a face de Laura fazendo a médica ficar com um biquinho. – Coisa mais linda de minha vida. Não precisa disso. Não olharei para o Antoni. Tenho algo mais interessante em casa.
— Tem é? – Sentiu o toque em sua face se findar.
— Claro que tenho! Além de ser uma noiva maravilhosa é muito gostosa – Norma provocou e viu o olhar de Laura mudar.
— Você está querendo me provocar logo hoje que não podemos fazer nada? – reclamou, pois estava com muita vontade de sentir o corpo nu de Norma entre seus braços.
— Quem disse que não podemos?
— Bom... Não estamos com muita privacidade. Além do enfermeiro bonitão, tem sua mãe que deve amar tanto uma fofoca que já deve ter os ouvidos sensíveis.
Norma riu alto, pois sabia que a médica tinha razão.
— Que tal fazer um passeio antes deles acordarem? – Sugeriu e viu a médica arquear uma de suas sobrancelhas.
— Quer ir a um motel? – Laura estava surpresa.
— Seria uma ótima ideia, já que aqui não podemos fazer nada. E seria rapidinho também. – Mordeu os seus lábios dando a entender todas as suas más intenções.
— Sério isso? – perguntou e deslizou uma de suas mãos pelas pernas da ruiva. Deu um aperto forte tentando provocar sua amada.
— Ah... – Fechou os olhos, demonstrando que seu corpo começava a reagir. – Seríssimo!
— E sua mãe e aquele lá? – falou a última parte com desagrado, causando risos em Norma.
— Estão cansados. – Aproximou os seus lábios no pescoço de Laura. – Vão demorar para acordar. – Mordeu de leve a orelha e viu a pele do local se arrepiar. – Pega a chave de seu carro. Falamos para Antônia cuidar deles e falar que fomos ao mercado.
Laura balançou sua cabeça negativamente. Poderia se negar a fazer esta loucura de deixar os parentes da ruiva sozinhos, mas não conseguia resistir a aquela proposta.
— Está bem! – Deu um selinho rápido nos lábios de Norma e foi para a cozinha falar a Antônia o que deveria fazer se caso os parentes da ruiva acordasse antes delas retornarem.
Norma ficou na sala com o pensamento um pouco longe. Mesmo estando muito bem, precisava pensar em como iria contar toda a verdade a sua mãe.
— Vamos? – Laura surgiu na sua frente oferecendo a mão para que ela pudesse apoiar para se levantar do sofá.
— Vamos sim! – Norma levantou-se e envolveu o corpo de Laura com seus braços. – Obrigada por estar comigo nisso. Seu apoio é muito importante para mim.
Laura sorriu um pouco de lado.
— Se não estivesse ao seu lado em um momento desses, eu não era a mulher certa para me casar com você, amor.
— Mas você é a mulher certa – sussurrou fazendo a outra mulher se arrepiar toda. – Quero muito você!
— Também quero. Quero tanto que estou querendo até esquecer o fato de minha sogra estar aqui. – Causou uma crise de risos na ruiva. – Melhor irmos!
— Sim! – Norma segurou a mão de Laura e deixou ser guiada pela ruiva.
Não demoraram muito para chegar ao motel, já que preferiram não ir a um que ficasse distante de casa.
Quando trancaram a porta do quarto, Laura segurou a face de Norma com as suas duas mãos e começou a beijar os lábios rosados com urgência. Sabia que não poderiam demorar, então não quis perder tempo.
_*_
Como Geraldo e Margarida tinha ido passear pela cidade, Raquel e Sófia resolveram preparar Nino e Nina para o casamento. Não, eles não iria se casar também, mas sim, teriam um papel importante no casamento do próximo domingo. Fazia algumas semanas que estavam ensaiando, contudo as duas queriam deixar tudo perfeito.
— Vem garotão! – Raquel disse a Nino que estava se achando todo enquanto segurava uma cestinha em sua boca.
Quando se aproximou de sua dona, Nino foi recebido com vários beijos e vários abraços calorosos.
— Você é meu orgulho – disse com os olhos cheios de lágrimas. Estava emocionada por tudo... por Nino ser o seu grande companheiro e pelo casamento que já estava bem próximo.
— Querem deixar a nossa dama de honra desfilar? – Sófia ficou ao lado da amada e a abraçou um pouco de lado. – Eu te amo!
— Também te amo! – Beijou uma das bochechas de Sófia e depois ficou esfregando a ponta do seu nariz no local, isso fez a loira sorrir. – Vamos então ver a nossa daminha! – Olhou para Nina que andava toda segura até as duas.
— Acho que temos dois peludos modelos e não sabíamos – Sófia comentou e fez carinho em sua princesa de quatro patas.
Após ensaiarem um bom tempo com Nino e Nina, o casal foi para a cozinha preparar o jantar.
Em meio a um tempero e outro, as duas trocaram carícias e beijos apaixonados.
— A mãe de Norma chegou hoje – Raquel comentou enquanto observava Sófia da cadeira em que estava sentada.
— Será que está tudo bem com elas? — Preocupou-se.
— Hum, deve estar, amor. Notícia ruim sempre chega logo.
— Amor! – Sófia chamou.
— Hum.
— Falando sobre mãe, o que está achando desta aproximação da sua? – perguntou, pois nos últimos dias Rita sempre aparecia querendo falar sobre os detalhes do casamento.
— Estou gostando. Não achava que poderíamos ter uma boa relação assim rapidamente, porém confesso que está sendo bom ter o apoio dela neste nosso momento. Às vezes, surgem as lembranças do passado. Bom... Não tinha como isso não ocorrer, mas reconheço os esforços da minha mãe para termos uma boa relação – disse pensativa.
— Ela quer recuperar o tempo perdido. – Sófia foi até Raquel e a abraçou por trás. – Eu te amo tanto, meu amor. Já tô contando as horas para eu ser oficialmente sua esposa.
— Você pensa em desistir? – perguntou enquanto sentia os lábios de Sófia tocando seu pescoço.
— Nem um pouco. Estou certa do que quero. – Mordeu a ponta da orelha de Raquel. – E eu quero você.
Raquel sorriu e ficou sem saber como agir. Sentia-se muito feliz. Era uma felicidade incapaz de ser medida.
— Também quero você, meu amor – Raquel falou e ouviu a porta da sala sendo aberta. Eram Geraldo e Margarida que haviam acabado de chegar.
— Sentiram a nossa falta? – Geraldo perguntou para os peludos que estavam na sala. – Onde estão as mamães de vocês? Não sabem o que eu trouxe. Passei no pet shop com a vovó Margarida e lembrei de vocês – comentou e os peludos começaram a fazer barulho. – Isso daqui é comida de qualidade. Não é nenhuma ração dura não. – Começou a sacudir uma latinha na frente de Nino e Nina.
— Pai, o senhor já tá começando a colocar os dois perdidos? – Sófia surgiu na sala acompanhada por Raquel. As duas mulheres não conseguiam parar de rir de Geraldo.
— Perdidos não, estou mimando meus netos. Domingo, eles precisam estar bonitos e bem alimentados. Não é, Nino? – O senhor começou a balançar uma das latinhas na frente de Nino.
— Não teve jeito, Sófia. Geraldo foi ao pet shop só para comprar isso. Disse que Nino e Nina precisam comer umas coisas diferentes – Margarida comentou em meio a risos.
— Por favor, me deixe mimar os meus netos. Eles gostam!
Nino e Nina estava envolta das pernas de Geraldo. Pulavam com frequência, demonstrando que haviam gostado da novidade que o senhor levara.
— Melhor a gente se sentar. Não tem jeito. Quando ele resolvia mimar Nina, fazia isso até escondido – Sófia comentou enquanto puxava Raquel para se sentar no sofá com ela.
Geraldo foi até a área dos fundos levar a comida dos peludos. Nino e Nina acompanharam-no.
— Vocês vivem muito bem aqui, né, Sófia? – Margarida comentou enquanto observava atentamente o casal.
— Bom... a gente tenta ter tudo em casa, Margarida. – Sófia segurou uma das mãos de Raquel e a olhou com todo amor que sentia.
— Não estou falando disso – a senhora acrescentou.
— Não!? – o casal ficou surpreso.
— Não estou falando de bens materiais, mas sim, de amor... família – a senhora respondeu. – Quando seu pai comentou que você estava com uma mulher, eu fiquei com minhas dúvidas, pois seu pai nunca comentou que você se relacionava com mulher. Achei que fosse algo do momento. As moças que vêm para a capital costumam ficar tão modernas. – Deu uma pausa. – Contudo percebo que estive enganada. Vocês se amam de verdade e estão construindo algo lindo juntas. Não sou a sua mãe, mas te considero como uma filha, Sófia, por isso que quero dizer que estou feliz e orgulhosa por tudo que você vem conquistando ao lado da mulher que ama – finalizou.
Sófia ouviu tudo atentamente e se sentiu um pouco emocionada.
— Obrigada! Mesmo não sendo minha mãe, eu reconheço todo o cuidado que a senhora tem comigo. – Seus olhos começaram a lacrimejar. Estava emocionada por conta de tudo que passava. Tudo ocorria perfeitamente bem. O momento de paz havia chegado para Raquel e ela.
_*_
Após passarem um bom tempo se amando no motel, Norma e Laura retornaram a casa com um sorriso radiante. Sair e deixar as visitas em casa havia feito bem a elas.
— Eu estava aguardando vocês – disse uma voz grossa vinda do sofá.
Logo que abriram a porta, as duas se depararam com Antoni sentado em um dos sofás.
As duas mulheres se entreolharam. Não faziam ideia do que aquele homem queria falar com elas duas.
— Já estou sabendo de tudo! – Antoni cruzou os braços e ficou com um olhar sério. – Por mais quanto tempo você pretende esconder isso de sua mãe, Norma?
Quando passou o susto, o casal se sentou no sofá. Norma foi a primeira a falar, já que estava com medo do primo estragar tudo que havia planejado.
— Antoni, deixa eu explicar tudo – disse calmamente, mas temeu a sua mãe saber de toda verdade de uma forma desastrosa. – Não conte nada a minha mãe, eu estou pretendendo fazer isso.
— Eu sei que você e a mãe de Norma tem planos, mas não tente se vingar de nós por conta disso. – Mesmo não se importando com aquele homem, Laura teve medo de Antoni fazer um escândalo e piorar ainda mais a situação.
Ignorando totalmente a conversa séria que estava tendo com as meninas, Antoni começou a rir, porém se conteve ao lembrar-se de dona Lúcia.
Norma e Laura ficaram confusas. Não entenderam o porquê daquela crise de risos.
— Antoni, por que está rindo? – Norma indagou.
— Ah, Norma, eu sou gay – disse e as duas mulheres ficaram surpresas. – Eu sei que sua mãe tem o sonho de nos casar, mas, pelo visto, é impossível isso ocorrer.
— Mas como assim gay? Desde quando? Antoni, você, para mim, sempre foi hétero. – Norma surpreendeu-se com a novidade.
— Acho que vou ir tomar uma água na cozinha – Laura comentou, pois estava totalmente em choque. Sentiu-se insegura com a presença de Antoni em sua casa, achando que sua sogra nunca a aceitaria como nora. E no final descobriu que o enfermeiro era gay.
— Eu ficava com meninas por medo do que meu tio pudesse pensar. Sempre tive somente o tio Lorenzo. Tinha medo da possível reação dele – Antoni esclareceu após a saída de Laura. – Mas, hoje, morando longe, eu me sinto livre para ser como realmente sou. Além do mais, tio Lorenzo me apoia. Contei a ele esses dias.
— Nossa! Se tio Lorenzo sabe... minha mãe também? – Essa pergunta surgiu na cabeça de Norma.
— Ainda não! Tio Lorenzo pediu para eu não contar ainda. Você sabe, sua mãe vive fantasiando coisas. Ela me vê casado com você e tendo uns dez filhos. – Começaram a rir da situação trágica em que se encontravam. – E você, ela é muito linda, Norma.
— É sim! – Norma sorriu apaixonada e foi se sentar ao lado de Antoni. – Eu realmente encontrei o amor.
— Não duvido. Querem contar a sua mãe hoje?
— Queremos sim, mas você sabe como minha mãe é difícil. – Norma começou a ficar preocupada, pois era muito difícil a sua mãe parar para ouvir alguém.
— Eu sei, mas vai dar tudo certo. Qualquer coisa, eu também aproveito a oportunidade e falo de mim. Assim ela desencana de vez.
— Muito obrigada, Antoni. Estava sem saber como lidar com tudo isso. Você aqui e minha mãe querendo forçar eu ter algo contigo. – Abraçou o homem que estava ao seu lado.
— Espero que agora Laura pare de me olhar torto – Antoni comentou, fazendo Norma ter uma crise de riso.
Fim do capítulo
Olá,
O que acharam deste capítulo?
Espero que tenham gostado.
Beijinhos^^
Van
Comentar este capítulo:
Anny Grazielly
Em: 24/01/2021
Kkkkk... aiaiaiai... gente... que momentos mais showwww... a mae de Norma vai ter um ataque em dobro... kkkkk
NovaAqui
Em: 15/01/2021
Antoni é gay? Kkkkk adorei
Agora a mãe de Norma surtará kkkk o pretende é gay...
Ela vai ter que aceitar oi irá ser excluída da vida da filha. Agora é a escolha dela
Abraços fraternos procês aí
Resposta do autor:
Olá,
A mãe de Norma é bem tranquila. Não é como Rita. rsrs
No próximo capítulo, vamos ver a reação de Lúcia.
Muito obrigada pelo seu comentário.
Beijinhos^^
Van
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]