Meus pedaços por Bastiat
Babilônia II
Helena
- Estoy llorando porque... recebi um vídeo do Gustavo...
O vídeo. Ele enviou um vídeo como eu pedi.
- Oh, Helena, o que você está fazendo na porta do meu quarto? Tá espionando o meu marido pelado? - fechei os olhos por me dar conta de que fui descoberta.
Olhei para o seu lado e evidenciei as minhas lágrimas. Desde que a Isabel começou a revelar o motivo por ter mudado tanto, não consegui parar de chorar. Sua dor era a minha.
- Que isso? Está chorando? Aconteceu alguma coisa? Bebê? Aconteceu algo com o Rodrigo?
Neguei com a cabeça enquanto o meu amigo se aproximava.
- He... Helena? - Ouvi a voz chorosa da Isabel dentro do quarto.
Já tinha sido descoberta, precisava me revelar. Girei a maçaneta da porta e a empurrei de leve. Deixei que me revelasse aos poucos. Não sabia qual seria a minha reação quando finalmente ficasse cara a cara com ela sabendo de tudo.
- Helena... - levantou-se.
- POR QUE VOCÊ OUVIU AS MINHAS CONVERSAS PARTICULARES? EU VOU TE MATAR, ISABEL!
Minha visão de onde eu estava, e se tinha outras pessoas ao redor, sumiu. O meu objetivo era somente um: chegar perto da Casañas.
Corri para o seu lado e estapeei o seu peito, empurrando-a para trás.
Rodrigo apareceu na minha frente e nos separou. Senti raiva, queria mostrar toda a minha raiva, mesmo que fosse de forma violenta.
- Sai da minha frente, Rô!
- Você vai machucá-la, Helena!
- Me solta! - pedi quando ele me segurou pelos braços.
Não sei de onde eu tirei tanta força, mas o Rodrigo não conseguiu me segurar. Talvez tenha ficado com medo de me machucar já que precisaria de força para me manter longe da Isabel.
Quando pensei que a alcançaria de novo, senti alguém me puxar pela cintura.
- Calma, Helena. Calma, amiga - Eduardo me pediu enquanto me segurava.
Soltei um grito de raiva, descontrolada. Não sabia se chorava, se falava ou se ia embora.
Descartei a última opção. Eu não saio daqui hoje sem a espanhola me escutar. Não saio.
- Usted deixou a Helena ficar escutando atrás da porta, Rô? - Isabel perguntou.
- Não...
Rodrigo tentou se explicar, mas eu o impedi.
- Eu escutei quando você chegou chorando, Isabel. Eu e o Rô estávamos conversando na cozinha quando a campainha tocou. Assim que ele voltou, mentiu falando que era uma vizinha. Depois, inventou que o Eduardo mandou uma mensagem pedindo que o encontrasse no set de gravação e me levou até a porta de casa. Rodrigo realmente não sabia que eu estava escutando tudo, pois confiou que fui embora. Porém, eu aproveitei que ele não trancou a porta e voltei. Algo me dizia para voltar, ainda bem que a minha intuição não falhou.
- Parece que no sou a única a ouvir por de trás de las puertas, no?! - Ironizou.
- Gente, meninas, sem briga. Vamos nos acalmar - Implorou Eduardo.
Fixei o meu olhar no chão de madeira. Tentava controlar a minha respiração ofegante pela raiva. Pela minha cabeça um milhão de coisas se passavam, a única certeza que eu tenho é o meu direito de me explicar.
- Solte-me, Edu - pedi.
- Já está mais calma? Não vai para cima da Isabel? Eu posso chamar a polícia para você. Sabe disso, não?! E não estou nem aí se você é minha amiga, ninguém agride outra pessoa na minha casa ou na minha frente.
- Eu estou bem. Por favor, me solta, Eduardo. Foi só uma raiva, não sei.
Assim que suas mãos me largaram, caminhei até a grande janela. Alguns filetes de água já escorriam pelo vidro. Olhei o céu mais escuro que o normal, assustei-me com o trovão. Fechei a cortina creme, foi o único barulho no quarto nos últimos 2 minutos.
Silêncio absoluto entre nós quatro. Sentia os olhos do jurado sobre mim.
Olhei para a minha ex que tentava inutilmente secar as suas lágrimas.
- Deixem-me sozinha com a Isabel, por favor.
Os olhos castanhos claros se encontraram com os meus. Ela não vai fugir.
- Tudo bem para você, Isa? - Rô perguntou preocupado.
- Sí, podem ir. Obrigada, Rodrigo.
Meu amigo chamou o marido esticando uma das suas mãos. Desconfiado, Eduardo passou a mão pelas minhas costas e disse no meu ouvido:
- No sei o que aconteceu, Heleninha, mas vai com calma, brigar mais no adianta.
Tranquilizei o meu amigo fazendo carinho no rosto dele que me respondeu com seu beijo no meu rosto.
Eduardo caminhou até o seu companheiro e pegou em sua mão. Andaram até a porta.
- Não quebrem nada, esse vaso custou caro e o Rodrigo gosta dele.
- Eduardo! - Rô broqueou.
- Só estou tentando quebrar o clima pesado, bebê.
Os dois saíram e fecharam a porta.
Nós duas choramos em silêncio. Uma olhava para a outra com suas próprias dores.
- Imagino que por ter ficado, você queira me escutar - iniciei o assunto. - Eu posso, finalmente, me explicar?
- A verdade, Helena. Não me importo se vai doer ou se vai aliviar. Por favor, a verdade.
- Eu... conforme escutei os seus relatos, os anotei como uma ordem na minha cabeça. Por que tudo isso teve que acontecer com a gente? Onde falhamos? Aquele dia eu...
"... - Larissa, o que foi isso? - Perguntei segundo o riso para a maquiadora - Você e ele?
- Claro que não, Helena. Ele é casado!
- Mas nitidamente ele estava dando em cima de você.
- Eu sei, mas ele só faz isso porque sabe que eu nunca vou cair na dele. Maurício é um cafajeste covarde, só brinca.
Dei risada com a amiga que estou fazendo conforme convivemos mais e começamos a caminhar pelo corredor.
- Vamos almoçar juntas? - Perguntei.
- Claro, será um prazer.
- Ótimo, odeio almoçar sozinha e acho que a Isa só chegará mais tarde. Mas antes vamos até meu camarim, vai que ela me ligou ou enviou uma mensagem. Sempre peço para ela dizer quando chegar ou onde está.
- Monitorando a mulher? Nunca pensei que a grande Helena Carvalho fazia esse tipo de coisa - debochou com seu jeito brincalhão.
- Não monitoro. Moramos em São Paulo, é uma cidade perigosa, fico preocupada.
- Sei... Mas mudando de assunto, esses dias a Isabel almoçou no refeitório, nunca pensei que a sua mulher fosse humilde assim.
- Isa não é esse monstro que vocês pintam, apenas precisa ser dura como jurada e está se acostumando com isso de trabalhar para as câmeras. Vou apresentar vocês duas direito, vai que damos sorte e ela almoça com a gente.
Chegamos ao meu camarim e entramos. Resolvi brincar com a maquiadora com a cena de mais cedo.
Me fiz de bombada com os braços para imitar o Maurício como tinha acabado de ver:
- Você veio com esse decote hoje só para me provocar - fiz uma voz sexy.
Larissa entendeu o que eu queria fazer e continuou o que ela tinha dito minutos atrás:
- Quem gosta de provocar aqui é você.
Segurando o riso, continuei:
- Pensa que eu não vejo que enquanto eu estou te maquiando, os seus olhos ficam nos meus seios?
- Eles são lindos, o que posso fazer?
- Os da sua mulher também são lindos. Se bem que depois de tantos anos, deve perder a graça - provocou como tinha feito.
- Os anos passam e para a minha mulher não foi diferente. Assim como ela deve olhar para outros corpos, eu também faço.
Demos uma pequena risada e negamos com a cabeça. É um absurdo o que o ator faz, depois preciso falar com o meu mais novo amigo. Mesmo como brincadeira, é ridículo.
- Que merd*, não coloquei o carregador direito na tomara. O celular não carregou nada. Pior, descarregou por completo agora - reclamei.
- Só você para não conferir se estava carregando ou não, Helena. Vai esperar carregar?
- Eu queria apenas ver se a Isa me mandou mensagem. Preciso saber quando ela chegar.
- Claro que precisa. Por que será?! - Debochou mais uma vez.
Mostrei o dedo do meio para ela. Não controlo a minha mulher.
- Bem, eu vou almoçar - a maquiadora começou a dizer. - Qualquer coisa me manda mensagem. Só não vou me despedir porque, de todo jeito, vamos nos encontramos mais tarde.
- Não, meu bem. Eu vou com você."
- O mais tarde, Isabel, era durante a gravação porque sempre retocamos na maquiagem, não um encontro. Quem deu em cima dela foi o Maurício. Eu estava brincando com a Larissa, imitando as palavras do Mau. Caso tenha dúvida, é só perguntar para ele. Se ele for seu amigo de verdade, não vai mentir. Que merd*! - revoltei-me.
Casañas parece em choque. Nenhum músculo da sua face se mexe. Não há mais choro, nem seu costumeiro olhar de acusação. Seus pensamentos e seu olhar vagam longe.
- Puta que pariu, ainda não acredito que você tentou falar comigo e eu não pude ficar, pois a Nat tinha acabado de avisar que o pessoal da reunião estava chegando. Eu realmente achei que você estava brincando com aquela pergunta do nada no meio do estacionamento. Por coincidência cheguei tarde, mas eu estava trabalhando. Como eu poderia adivinhar que você tinha escutado uma conversa estranha?
Isabel não se aguentou de pé e sentou-se na cama. Colocou as suas mãos na cabeça e desesperou-se em silêncio.
Sentei-me na poltrona, distantes como tantas vezes nos últimos anos.
- Posso continuar? Não vou sair daqui explicando coisas pelas metades.
A atriz olhou para mim e assentiu para que eu falasse.
- Eu não desconversava, apenas não estava acostumada com suas perguntas em duplo sentido. Não tinha como levar a sério, você nunca me questionou antes. Para ser sincera, eu estava atolada de trabalho e não prestava atenção em você. Talvez se você tivesse sido mais direta, eu teria agido de maneira diferente.
- Tinha medo, caramba.
Sua voz quase não saiu. Olhei para as suas mãos que tremiam. Esperei que ela respirasse fundo, controla-se um pouco da emoção. Eu também precisei.
Quando senti que poderia continuar, o fiz:
- Rick entrou apenas depois do começo das gravações porque a cabelereira mudou de cidade, lembra?
Não obtive resposta da espanhola, mas seu gesto de passar a mão no rosto demonstrou que se recordava.
- Rick era um amor de pessoa, mas logo percebi que adorava uma fofoca. Eu não o conhecia direito, então quase não puxava assunto ou dava respostas realmente sinceras. Nos primeiros dias, ele se mostrou um rapaz simpático, com a convivência viramos colegas. Mas o pé atrás continuava. Claro que um tempo depois achou que tinha intimidade comigo e naquele dia foi a primeira vez que ele falou sobre nós duas. Quando começou a falar, fiquei sem saber como agir. Tentei disfarçar dizendo que era sintonia de casal, mas na verdade não confiava nele. Eu o respondi o tempo todo tentando fazer com que ele desistisse de saber algo sobre a nossa intimidade. Imagina se eu falo que você é sim um mulherão e na cama melhor ainda? No outro dia todo mundo estaria olhando para nós com caras maliciosas. Minha resposta foi idiota? Sim, claro. Mas pelo menos ele percebeu que estava se metendo na nossa intimidade. Se tivesse continuado a escutar como deveria, o ouviria pedir desculpa por ser inconveniente e ter me deixado sem graça.
- Agora eu pergunto, Helena Carvalho: como eu poderia adivinhar?
- E como eu saberia que você estava escutando aquela merd*?
Mais uma vez caímos em silêncio enquanto os nossos olhos confessavam nossas incertezas. Foi o maior tempo que ficamos refletindo. Inúmeras palavras sem som, o peso de nossas razões erradas.
- Sabe o que é mais... inacreditável? Nosso tempo ficou mais escasso quando o Atuando começou. Contraditório pois passamos mais tempo juntas durante o dia, mas não era o nosso casamento. Trocamos o nosso casamento por uma nova profissão que apareceu. Por mais que antes o meu trabalho tenha ocupado boa parte da minha vida, nunca estive tão ocupada. O nosso casamento era tão tranquilo, era a última coisa que eu pensava ter algum problema. Minhas preocupações eram outras e você não ajudou.
- Eu também achava que era tranquilo, Helena. Confiava tanto em você que nunca a questionei, como quando...
- Sim, eu sei que você começou a associar com bobagens do passado que na hora nunca foram esclarecidas. Fico feliz com a enorme sua confiança, eu também confiava em você. É uma pena que isso tenha, de certa forma, atrapalhado em um momento chave da nossa vida - respirei fundo. - Em alguns momentos na minha carreira, ser casada com uma mulher não era exatamente bem visto. Algumas vezes eu liguei o foda-se, mas teve um momento que me deparei com chefes nos quais não pude falar que so... era casada com uma mulher. A equipe que eu trabalhava nas novela tinha mudado muito nos últimos meses naquele ano, não sabia se poderia confiar e cheguei à conclusão de que não quando ouvi frases preconceituosas. Nunca quis te dizer nada para te poupar. Como eu ia pedir para você não ir à festa se eu sempre insisti? Justamente, naquela festa, estavam muitos dos preconceituosos. Eu tinha uma aliança no dedo, todos sabiam que eu era casada, mas não com você. Nunca fui perguntada, sempre fomos discretas, eles nunca pesquisaram direito, achavam que eu era casada com algum homem. Eu fiquei apavorada e de coração partido quando te escutei dizer toda orgulhosa que era casada comigo...
- Por isso você quis sair da emissora um tempo depois. A culpa foi minha.
- Não, a culpa foi do preconceito. Já estava de saco cheio das piadinhas daqueles homens que se acham os donos do mundo. Eu poderia denunciá-los, deveria ter contado para você o que estava acontecendo na minha vida. Mas sempre quis resolver do meu jeito, sair foi a melhor opção.
Seus lábios se mexeram, imaginei que ela diria alguma coisa. Não o fez, então continuei:
- Em mais uma associação ao passado, te escutei falando sobre o dia que cheguei bêbada em casa...
"A porta do elevador se abriu me deparei com a vizinha na porta do apartamento. Notei que ela parecia hesitar se apertava a campainha ou não.
- Pois não? - Chamei a sua atenção.
- Opa... boa noite - assustou-se.
- Boa noite. Está precisando de alguma coisa?
Nervosa e sem graça, a vizinha atrapalhou-se:
- O quê? Nossa, eu nem percebi que estava na sua porta. Sou nova aqui e ainda estou perdida.
- Perdida ou atrás da minha mulher? Pensa que não percebi como olha para ela desde o primeiro dia que nos apresentamos? Ela está grávida!
- Eu não sei sobre o que você está falando. Você está bêbada.
A mulher se dirigiu à sua porta.
- Cara de pau. Só um aviso: fique longe da Isabel.
- Continue chegando bêbada, tarde da noite, e deixando-a carente, sozinha... Vai ser fácil.
Soltei uma risada alta. O vinho ferveu nas minhas veias.
A porta do meu lar se abriu, revelando uma Isabel sorridente e de baby-doll. O olhar de desejo da vizinha me tirou do sério..."
-... Eu estava puta de raiva. Morrendo de ciúmes e sentindo-me culpada por chegar tarde em casa. Não notei o seu desejo, estava concentrada demais em não brigar com você por causa da maldita vizinha que ainda infernizou a minha vida por mais três meses. Você grávida e eu trabalhando horrores. Fora toda a chateação porque não conseguia fazer você parar de trabalhar - desabafei, mas voltei ao assunto principal. - Aquele dia, eu tive um dia infernal no trabalho, tomei uma, duas, três taças de vinho. No final perdi a conta, fiquei tonta sem perceber. Queria evitar mais um problema. Então eu menti que estava com as meninas para te esconder todo o estresse do trabalho.
- Não te doía mentir?
- Claro que sim, Isabel. Não digo isso com orgulho. Mas me perdoo porque eu só queria evitar mais problemas. A médica sempre nos alertava para ficar longe do estresse para ter uma gravidez tranquila. Foi difícil segurar a barra te vendo trabalhar como uma louca por causa de uma merd* de empréstimo que eu poderia te ajudar a pagar.
- Shit... - Isabel lamentou-se. - E la traición? Você disse que já tinha me traído.
- É bizarro pensar que eu, o Rick e a Lari conversávamos qualquer besteira. Mas você tinha que escutar somente partes que para você fazia sentido?
" - Eu, particularmente, acho que traição carnais piores - a maquiadora comentou.
- Tem também a traição entre casal, mas sem ser carnal - dei minha opinião.
- Qualquer traição para mim é só uma vez e acabou. Até para amizades - comentou o cabelereiro.
- Eu conheço um monte de gente que trai e acaba a relação, e outras que perdoam. Nada é muito 8 ou 80 - disse a maquiadora.
- O que você acha, Helena? - Perguntou Rick.
- Olha, eu entendo o que a Larissa quer dizer. Meu ex-marido me traiu de maneira pesada, mas hoje eu o entendo.
- Já traiu a Isabel ou ela te traiu? - Perguntou assustado.
- Não me orgulho, mas eu já.
- É o quê? - Rick assustou-se ainda mais.
- Não, calma, deixei-me explicar. Eu disse antes que tem a traição entre casal, mas que pode não ser carnal. Nunca traí a Isabel do jeito que você está pensando. Jamais - esclareci. - Apenas fico me sentindo culpada porque ela já me pediu segredo de uma coisa e eu contei para as minhas amigas. Eu acho traição..."
-...eu estava falando da história que já sabemos sobre a Natália. Foi naquela semana que eu contei sobre a casa. É claro que me sentia culpada, mas eu precisava desabafar. Estávamos falando sobre qualquer tipo de traição. O assunto entrou em sex*, mas eu não estava falando sobre isso.
Isabel ficou vermelha. Sentia raiva, seus dentes morderam seu lábio inferior que ficou branco de tanta pressão.
- Por quê? - Perguntou olhando para o teto.
Não era uma pergunta para mim. Nós duas estamos procurando respostas para os porquês de tantos desencontros.
- A essa altura do campeonato já estávamos orgulhosas demais para aceitarmos os fatos.
A frase dita pela espanhola chamou a minha atenção. Ela já estava tentando esquecer a suposta traição com a maquiadora, pensando em como me reconquistar, planejando continuar junto comigo sem precisar de uma briga. Tudo piorou.
- Só para deixar bem claro, a viagem para a Itália foi apenas para a gravação mesmo. Larissa só foi porque estava de rolo com o diretor. Não quis te falar porque não era da minha conta com quem ela namora ou deixa de namorar. De qualquer maneira, sabe que ela foi morar no Rio de Janeiro logo depois. Hoje ela é casada e tem uma filha com o diretor.
Desabei. Um incontrolável sentimento de raiva saiu pelos meus olhos. Abaixei a cabeça e me permiti botar para fora.
- Beba, Helena.
Um copo de água foi estendido a mim pela Isabel.
- Obrigada.
Aceitei e bebi o conteúdo enquanto a observava voltar a sentar-se na cama.
Recuperei-me aos poucos. A água foi dada em um momento providencial, deu-me força para seguir.
- Depois de tantos desentendimentos, eu já estava consciente de que o nosso casamento estava com problemas. Sentia falta do seu carinho, tentava romper a barreira que você tinha construído. Aos poucos fui até desistindo de te procurar na cama, ser rejeitada me fazia chorar escondida no banheiro. Desesperada e sem entender, comecei a criar paranoias na minha cabeça. O meu ciúme que sempre me acompanhou de perto, começou a fantasiar que você estava me traindo. Natália também não ajudava em nada quando dava palpites errados ou insinuava bobagens. Acabamos nos evitando porque nos perdemos, não sabíamos conversar e sempre acabava em briga. Eu... - hesitei. - Eu... e...
- Você? - Incentivou-me.
- Sempre me incomodei com a sua falta de ciúmes. No começo até me achava sortuda, mas comecei a estranhar e pensar até que era uma falta de zelo. Exceto o ciúme, daqueles doentio, é horrível, mas um certo medo de perder dizem que apimenta a relação. Como já te disse antes, eu criei uma amizade com o Gustavo. Aproveitei-me no começo, ele se fazia de amigo, mas quando ele se declarou, tentei me afastar. Eu te provocava com ele, Isabel. Comecei a te provocar com qualquer pessoa, mas você não se importava. Quando você me pediu para conversar, como mencionou na conversa com o Rô, empolguei-me pensando que você estava com ciúme do Gustavo, mas foi mais um banho de água fria. Sai frustrada, estava cansada, não queria conversar.
- What the hell? Quem disse que eu não sentia ciúme de você? É claro que eu sentia! Desde quando começamos a namorar eu sentia. Puta mierda, eu só confiava demais em você e nunca quis criar cena. Aposto que foi ideia da Natália.
- Não foi culpa da Nat. Isso foi coisa da minha cabeça. Elisa tentava me alertar, dizia que eu estava exagerando na dose do ciúme. Até hoje ela me cobra dizendo que dei sorte por você não ter caído em minhas provocações baratas e que me arriscava demais. Porém, eu queria ver até quando você aguentava. Desejei te dar a sensação de me perder. Eu já estava desesperada porque duvidava da sua fidelidade e ao mesmo tempo que não encontrava nada, não entendia a sua frieza. A minha aflição era tanta, que não escutei a Elisa...
"- Helena, sério. Não faz isso! É óbvio que a Isabel vai ver essa merd* na sua bolsa.
- Mas é para ela ver mesmo, Lisa - disse ajeitando a embalagem de um jeito que a minha mulher vai notar.
- Você está passando do limite aceitável. Vai dizer para ela que colocou essa camisinha de propósito para provocá-la?
- Ela só vai saber disso se você abrir a boca. Você não faria isso comigo, não é?! - Elisa respondeu que não balançando a cabeça. - Vou dizer que é uma amostra de um cliente para fazer um comercial. Não vou criar tantos problemas.
- Está parecendo uma criança. Senta-se com a sua mulher e tenha uma conversa franca. As coisas podem sair do controle.
- A única coisa que vai acontecer é a Isabel ver, brigar comigo e depois a gente se acertar na cama. Eu estou desesperada, ela está cada vez mais distante.
- Que infantilidade, Helena. Para e pensa um pouco.
Peguei a minha bolsa pensando em sair.
- Aonde você vai?
- Tenho uma gravação com o Gustavo.
- Que ótimo! Você realmente pensou em tudo, não?! Isabel vai saber que você estava com ele e depois verá o preservativo. Parabéns, vai acabar com o seu casamento e machucar a Isa.
- Vai se fuder, Lisa. É por isso que ultimamente eu prefiro conversar com o Gustavo. Ao menos ele me escuta e me entende.
- Ele quer te levar para a cama, burra!
- Já nos entendemos, somos amigos. Ele sabe que amo a Isabel..."
-... foi uma provocação planejada. A única coisa que não planejei foi o cheiro dele em mim, por isso me assustei. Lembrei-me da Elisa dizendo que estava exagerando, então me atrapalhei toda com medo de você entender errado - bati no braço da poltrona indignada. - Gustavo virou o meu amigo, ouvia os meus desabafos. Nunca entrei em detalhes, mas ele sabia que estávamos com problemas. Eu gostava da atenção que ele me dava. Nesse dia nos abraçamos por vários minutos. A cadeira da bancada dele era alta, então nossos pescoços se encostaram por longo tempo. Eu estava tão ansiosa para chegar em casa, cacete. Queria tanto me acertar com você. Esqueci-me completamente da camisinha. No outro dia eu vi que estava enfiado, mas achei que foi escorregando para dentro de propósito. Porr*, fique tão frustrada por ser rejeitada outra vez.
- Eu chorei tanto a madrugada inteira. Esperei você cair no sono para me levantar. Sentei-me na borda da piscina, coloquei os meus pés na água gelada e deixei as minhas lágrimas se juntarem com a água da piscina.
- É um preço por razões erradas, eu achava que te provocar era um caminho. Depois de tantos desencontros, qualquer faísca passou a virar fogaréu. O sentido que você encontrou para que eu pudesse continuar com você, apesar do casamento uma merd*, não era verdade. Eu queria fazer a entrevista porque minha amiga tinha pedido. Quando eu disse ‘nos promover', estava querendo dizer ‘levantar a bandeira LGBTQIA+'. Era uma edição especial sobre casamento gay, mas eu aposto que você nunca abriu a porcaria do e-mail que te enviei. Foi até melhor, semanas depois nos separamos. Não éramos exemplo para ninguém.
- Não abri o e-mail... - lamentou.
Ignorei a continuação do assunto. Estava ansiosa pelo assunto que chegará.
- Se te beijei depois de ter beijado o Gustavo, foi porque senti culpa. Já me expliquei, confessei que correspondi nos primeiros segundos. Quero esclarecer apenas que não cheguei sorrindo, eu tropecei e dei risada de mim mesma. Queria te amar porque pensei que você estava me dando abertura.
Engoli seco, chegou o momento.
- Você mencionou um vídeo que o Gustavo. O que ele disse?
Isabel esticou o seu braço e pegou o seu celular. Levantou-se e caminhou na minha direção enquanto mexia no aparelho.
- Está no meu e-mail... aqui - o entregou para mim. - Ouça com os seus próprios ouvidos.
Aceitei. A imagem do Gustavo está na tela. Ansiosa, apertei o play:
"- Olá, Isabel. Helena me ligou e pediu para que eu enviasse um vídeo dizendo tudo o que aconteceu entre nós dois. Você deve me achar um canalha, mas não sou. O meu erro foi ter me apaixonado por uma mulher casada. Ninguém manda no coração, não planejei me apaixonar pela Helena. Se eu tivesse algum interesse em ganhar o programa sem ser pelo meu talento, isso você sabe que eu tenho, teria tentado algo com você - sorriu, pegou um cigarro e o acendeu. - Mas isso não vem ao caso. O que quero dizer é que eu estou fazendo isso porque ainda a amo. Entretanto, Helena nunca me viu de outra forma. Me fiz de amigo, sabia dos seus problemas, tentei conquistá-la. Acredite ou não, nunca passamos daquele beijo que eu dei nela no desespero do último programa. Era a minha chance, minha última tentativa antes de me afastar. Nunca tivemos nada mais. Tentei, mas a sua mulher te ama demais. Se causei algum mal, peço desculpa. Hoje eu entendo que ela é feliz com você. Quando a gente ama, a única coisa que importa é a felicidade da outra pessoa. Não vou ser hipócrita e dizer que não sinto raiva, mas ouvi-la desesperada ontem me fez perceber o mal que fiz ao beijá-la. Bem, é isso. Só quero esclarecer que nunca rolou nada. Nada."
Entreguei o celular e Isabel voltou para o mesmo lugar ocupado durante toda a conversa.
Estava feliz porque eu tinha dúvida do conteúdo, a raiva do Gustavo no telefone deixou-me insegura. Tive receio de ter esclarecido tantas coisas e no final ser colocada na parede mais uma vez.
Mas não foi assim. Gustavo disse a verdade, foi a assinatura no final de tudo.
As minhas palavras vêm e se vão. Não tinha mais nada para dizer.
Calmaria. O clima pesado deu lugar a nossa quietude.
- O que fizemos de nós, Helena?
Encarei a Isabel. Pela primeira vez não senti vontade de beijá-la, não a desejei, meu coração não se sentia apaixonado, nem o vazio que me acompanhava se fez presente.
- Nos destruímos.
- Nos destruímos - concordou com as minhas palavras - e nos machucamos como jamais pensamos que poderia acontecer. Essa confusões de diálogos... nos perdemos em uma Babilônia. A única verdade no meio de tantas mentiras é que tanto eu, quanto você, tivemos nossas verdades. Acreditei no que ouvi, você acreditou que me fazia bem de verdade ao mentir.
- Disso tudo, o que mais dói é saber que a culpa foi nossa. Nós chegamos ao fundo do poço sozinhas. Sem ninguém para culpar, fica difícil - minha voz embargou.
- Eu comecei... - Isabel também não conseguiu falar.
- Nos estranhamos, mudamos. Depois da separação, acabamos nos envolvendo com outras pessoas. As consequências pesam.
- Outras pessoas?
- Sim. Você se envolveu com a Philipa, não me iludo que tenha sido apenas um beijo. Eu fui para cama com outra, mesmo já te dizendo que foi pensando em você.
- Manchamos o nosso casamento.
Isabel resumiu. Não havia mais lágrimas para se lamentar.
- Yo... Acho melhor eu ir - disse levantando-se e pegando seu celular.
Concordei com a sua partida.
Não a acompanhei com o olhar. "Manchamos o nosso casamento" soava na minha cabeça. Ouvi a porta ser batida. Isabel se foi sem mais segredos, sem mais dúvidas. Eu fiquei com o coração quebrado, mas leve.
Fim do capítulo
Toda confusão revelada! Mas não é o fim.
Até o ano que vem :). Digo, semana que vem!
Comentar este capítulo:
Mille
Em: 02/01/2021
Oi autora
Essa duas perderam tempo em não se sentar e conversar só tirando conclusão com o que ouviu. Bom agora não pode julgar as duas erraram e se o casamento vai continuar e ter as mesmas atitudes é melhor nem voltar.
Bjus e até o próximo capítulo
Feliz ano Novo
Resposta do autor:
Oi, Mille!
Pois é. Agora que elas sabem de tudo, vamos ver os próximos passos das duas. Posso indicar que terá um momento chave por aí.
Feliz ano novo. Beijo! Inté!
Rain
Em: 30/12/2020
É a situação foi ao desgaste das duas. A verdade estava o tempo todo ali, se elas tivesse achado alguns minutos para conversar todo dia e ter dialogado sem mentiras e sem medos, as coisas poderiam ter sido diferentes. Foi muito sofrimento de ambas as partes por algo que elas mesmas criaram.
A infantilidade da Helena levou ela a fazer algo que nem pensou se iria machucar ou não Isabel. Ela conheçe a Isabel sabe que ela não confrontaria na hora se soubesse de algo assim, né? Poça foi muito infantilidade. Eu entendo o lado das duas, em partes.
Acho que o momento era perfeito para Isabel jogar toda a merda no ventilador também. Os segredos não acabaram, ainda tem a Elisa, que foi um grande traição. Eu não vejo a Elisa uma má pessoa, ela apenas se apaixonou pela pessoa errada. Mesmo que isso seja horrível para ela, ela quer as duas bem. Eu tô vendo por esse lado.
Acho que reconciliação delas vamos vim, talvez a Gi e a Nina ajude nisso. Eu gosto delas juntas, seria legal ver que elas aprenderam com os próprios erros. Acho que agora, vamos entra em uma fase de calmaria, mas de certo desfecho. Eu sinceramente não tô conseguindo prevê com vai acabar essa estória, ainda!
Feliz Ano Novo, Autora! Até semana que vem.
Resposta do autor:
"Eu entendo o lado das duas, em partes" Adorei o 'em partes' porque é justamente isso. Se procurar entender, dá. Mas é sim difícil.
Sobre a parte da Elisa: concordo com toda a visão, pelo menos até agora.
Talvez você esteja certa na calmaria, mas nem tanto também, pois bem lembrado, temos a "traição" da Elisa.
Feliz Ano Novo, leitora!
Abs.
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LeticiaFed
Em: 29/12/2020
Geeente, que dupla atrapalhada, cheia dos pensei isso, disse aquilo, entendi outra coisa. E nisso as duas erraram e muito. Por que tanta falta de diálogo e honestidade, meu Deus!?!? Depois que começa a falta de entendimento, interpretação e dialogo, só vai montanha abaixo mesmo. Uma pena, mas acredito ainda na recuperação do relacionamento e a filha terá um papel importante, creio eu. Mas que sirva de aprendizado para as duas: diálogo e a verdade sempre!!!
Desejo um ótimo início de ano para você, xô 2020! ;) Beijo!
Resposta do autor:
E que sirva de aprendizado! Assim mesmo.
Feliz 2021 para você! Que seja de muita saúde e paz.
Beijo!
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Baiana
Em: 29/12/2020
Toda história tem três lados,o meu,o seu, e a verdade. Teve o lado da Helena,em que muitas a julgaram,teve raiva e até achou que a Isabel merecia alguém melhor.
Teve o lado da Isabel,a esposa supostamente traída,a que aguentou tudo em prol do casamento e da família.
E agora temos a verdade. E percebemos que a história passou bem longe do que ambas alardeava com tanta convicção,o que faltou foi o diálogo,a serenidade para sentar ao final do dia e conversar sobre o dia de cada uma,não importando se iria chatear a outra ou não.
Resposta do autor:
Sim! Três lados! Exato. Por isso brinquei tanto com a visão de cada uma, por muitas vezes da mesma cena. Queria passar essa dualidade que ambar carregavam para que cada um chegasse a verdade. No caso, sua verdade.
Abs.
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Rita Dlazare
Em: 29/12/2020
Por isso que procuro ser bem clara nas minhas falas, mesmo sendo considerada grossa muitas vezes. Parabéns pela história.
Resposta do autor:
Faz muito bem! Também procuro ser beeeeem direta e tudo, Deve ser por isso que escrevo tantos desencontros, não sei.
Obrigada! Abs.
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kasvattaja Forty-Nine
Em: 29/12/2020
Olá! Tudo bem?
Sei que já chegamos a 26 capítulos e até aqui ainda — eu pelo menos — estou perdida, apesar de sua boa escrita.
É claro que você, Autora, já tem seu final rascunhado e até mesmo finalizado, acho eu, mas eu tenho para mim que, depois de tanta farsa e ignorância entre elas, o melhor e cada uma seguir seu caminho. Afinal, tenho certeza que você, Autora, tem ''munição'' e criatividade para fazer as duas felizes, mas separadas, sozinhas ou com outras parceiras.
É isso!
Post Scriptum:
''As pessoas deviam ser leais umas com as outras, mesmo que não fossem casadas. Em certa medida, a confiança devia ser mais profunda, porque não era santificada pela lei.''
Charles Bukowski
Resposta do autor:
Olá! Tudo bem, espero que com você tambem!
Estou sempre aberta a esclarecer qualquer coisa, fique à vontade :).
Sim, já tenho um final. Aliás, primeiro veio o conflito desses capítulos, logo em seguida o final. Entendo o seu ponto de vista, acho que uma boa parte também pensa assim. Só não posso dar muito dica porque pode perder a graça.
Obrigada!
Abs!
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amoler
Em: 29/12/2020
Hmm...
???”???”???”???”
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Não sei.
Tipo. Eu amo drama. Já comentei isso em outro capítulo. Aquele da "crítica, não crítica". Mas apesar de toda a carga dramática e das explicações, sinto que alguns furos ficaram. Talvez eu tenha lido de maneira relaxada, 2h da manhã agora.
Todavia, adorei dois capítulos sem ter que ler a mesma coisa sobre outro ponto de vista. Isso é maravilhoso. E melhor ainda é não saber para que lado a obra vai. Não existe nada mais desanimador do que ler algo previsível. Por isso você está de nota 10.
Resposta do autor:
Do tempo que passou da postagem, aposto que não encontrou os furos rsrsrsrs. E nem vai achar porque tudo escrito antes foi guiado por esse aqui.
Não teve ponto de vista de uma e outra porque não foi preciso, não era necessário e eu não quis.
Obrigada de coração.
Abs!
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GabiVasco
Em: 28/12/2020
Tudo se encaixou! Eu estou besta com toda a coerência na história, autora. Tudo teve uma explicação.
Helena: culpada porque machucou a Isabel de várias formas. Primeiro mentindo, depois deixando a mulher de lado, não apoiando direito com o empréstimo, teve a casa, agora vem essa infantilidade da camisinha, de provocar a Isabel. Ela só não traiu fisicamente mesmo.
Isabel: Sempre se fazendo de vítima, covarde, entendeu tudo errado, criou paranóias, quase separou mãe e filha, também deixou o casamento de lado. Tantas coisas.
Confesso que tive um pouco de dó das duas. Sofreram tanto.
O lado postivo é que se as duas tiverem amor, dá para resolver. Não teve terceiros, elas mesmas podem se dar conta do erro e perdoar. Sei lá eu perdoaria.
Quero um final feliz apesar de tudo.
Obrigada por me fazer viajar tanto, Bastiat. Está me fazendo pensar tantas coisas, serve de alerta também, como na sinopse que mostra"Se sabemos que o amor é como uma flor que deve ser sempre regada para mantê-la viva, por que ignoramos os problemas, criamos uma zona de conforto e nos perdemos? Buscamos a perfeição mesmo sabendo que não há como existir isso em um relacionamento. Também sabemos que só o amor não é suficiente, embora seja essencial."
Parabéns pela escrita!
Resposta do autor:
Interessante que você realmente guardou tudo. Pois é, as duas tiveram falhas consideráveis para levar ao fim do casamento. Mesmo que seja uma confusão, tudo poderia ter se resolvido se não fosse pequenos machucados que foram crescendo ao longo dos últimos anos.
Adoro que você vê lado positivo. E perdoaria? Caramba.
De nada, Gabi! Eu que agradeço muito a sua leitura e a interação.
Gratidão sempre!
Abs!
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dannivaladares
Em: 28/12/2020
É só "eita", atrás de "vishe" (KkkkKKK) rindo com respeito é de nervoso.
Caramba! Que desenrolar. Como águas rolam, não? ... É não é o fim.
Caramba! To boba!
Feliz ano novo, Bastiat!
Resposta do autor:
Feliz ano novo para você também, Danni! Que bom te ver por aqui.
Pois é, uma confusão só hahahaha.
Beijos.
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