A Aliança
Continuaram a conversar, mas agora acompanhados por um bom vinho, era a forma de desfrutarem de algum prazer em meio aos rumos amargos que suas palavras seguiam. Leônidas confessou que estava em seus planos supervisionar as tribos da Lacedemônia - uma das unidades regionais localizadas no Peloponeso - pelos anos que se seguiriam; pequenas comitivas espartanas seriam enviadas para as embaixadas helenas em busca daquelas mais acovardadas e declinadas a cederem aos persas.
Temístocles fez um sinal positivo para a iniciativa, era uma forma de manter certo controle e esperança para aqueles que ainda acreditavam nos ideais de liberdade gregos, contudo não poderia deixar de reconhecer que não seria um trabalho fácil, principalmente quando o inimigo era um império que poderia facilmente cobrir qualquer uma das pequenas pólis gregas com suas infindáveis riquezas. Ah o ouro... O ouro poderia corromper até o mais sacro dos homens, mas por outro lado, os traidores teriam que lidar com os Espartanos. Os temidos e experientes guerreiros não agiam como bárbaros - como muitos gostavam de enfatizar e isso incluía boa parte dos cidadãos de Atenas - muito longe disso. Seguiam regras, não eram oradores afiados como os seus rivais e pouco faziam questão disso, mas sabiam usar a "diplomacia" e quando a mesma não funcionava as pontas de suas lanças sempre possuíam os melhores argumentos.
Trocaram mais alguns punhados de informações que julgavam ser relevantes para as duas pólis em questão, afinal, chegando a um acordo entre eles seria mais fácil tentar persuadir Corinto e formar uma aliança... Mais uma potência naval e a segunda maior cidade do Peloponeso, não seria pedir muito que fossem razoáveis quanto os rumos que deveriam tomar.
-Me acompanhem... - viu seu companheiro tomar uma posição mais defensiva no leito reclinável.
Pétros lhe lançou um olhar desconfiado, por mais que os dois líderes estivessem aos poucos colocando a rivalidade das duas potências em "panos quentes" ele possuía suas ressalvas com os espartanos. Porém os olhos azuis de Temístocles lhe passaram a tranquilidade e sensatez necessária para o momento... O que ele estava achando? Que um homem como Leônidas seria capaz de causar algum mal aos semideuses e ainda sair de Atenas com vida?! Tratou de colocar os miolos em seu devido lugar.
Deixaram o vinho e os planejamentos de lado por um momento, afinal aquele era um dia festivo e não para franzir os cenhos com preocupações. O anfitrião guiou os visitantes pelos corredores iluminados pelas tochas e braseiros até subirem as escadas que levavam ao segundo andar, o recinto isolado onde se encontravam as crianças; a mulher que velava pelo sono dos pequenos se curvou brevemente sem direcionar o olhar para o rosto dos homens ali presentes e de forma silenciosa deixou que os quatro ficassem sozinhos, mesmo que fosse um local reservado apenas para as mulheres.
-Os deuses lhe foram generosos... - comentou o moreno de olhos escuros em tom baixo para não acordar os pequeninos, um sorriso quase que imperceptível nos lábios. - mas terá muito trabalho, três semideuses de personalidades distintas.
Se aproximaram, Temístocles sorriu com o que fora dito, mesmo que tivesse total conhecimento de que muito em breve seria acometido por ferrenhas dores de cabeça. Ele bem sabia do que se tratava aquela fala, dois filhos de deuses rivais dividindo o mesmo lar e se isso não fosse o bastante uma filha da deusa no amor.
-Não sei se tanto quanto você... - rebateu divertido enquanto concedia com um aceno permissão para que o rei se aproximasse dos pequenos berços. - uma garota no exército espartano?! Não acreditaria nem mesmo se os próprios deuses me confirmassem.
-De fato... - Leônidas deu um breve suspiro ao pegar a menininha loira em seus braços. - mas até mesmo os éforos e todos os outros terão de aceitar, Clarisse é filha de Ares, mesmo que seja apenas uma criança, tão frágil quanto os aqui presentes, eu consigo ver a força através dos olhos dela.
Temístocles viu a devoção nos olhos do homem, não apenas pela criança que havia sido destinada aos seus cuidados e ensinamentos, mas também a que mantinha agora sob sua proteção... Somente os deuses seriam capazes de orquestrar tamanho espetáculo para os seus olhos; um espartano em seu lar por livre e espontânea vontade e comungando de forma amistosa?! Não seria algo esperado nem nos seus sonhos.
-Tens conhecimento de que devemos tomar medidas... - comentou em tom baixo, mesmo sabendo que os três semideuses não despertariam. - Pítia, Ares, Athena...
Leônidas fez um breve movimento de cabeça enquanto colocava a filha da deusa da sabedoria novamente em seu berço, a menina se mexeu brevemente, mas se manteve adormecida sobre as mantas confortáveis.
-Eu já lutei em guerras o suficiente para reconhecer quando algo grande está por vir. - virou-se para o general, tinha um brilho peculiar no olhar. - também sei que se não nos mantivermos unidos a partir de agora não somente os gregos caíram, mas também os deuses.
~***~
Atenas - 490 a.C.
Temístocles não havia constituído família ou tivera filhos para dar continuidade a sua linhagem, era um homem compromissado com o crescimento e bem estar de Atenas, possuía notáveis qualidades, ele era um bom tutor, mas pai?! Bem... Ele fazia o possível dentro de suas limitações. O que tornou a experiência com os três semideuses um pouco mais complexa. Quem poderia dizer que aqueles seriam os seus anos mais felizes?! Nem mesmo ele sequer poderia arriscar tal palpite.
O tempo passara rapidamente, bem mais do que desejava na verdade, quando parava para pensar não lhe parecia que as três crianças estavam com sete anos... Afinal, se fechasse os olhos, poderia sentir os pequenos corpinhos que se aninhavam em seus braços protetores sem qualquer receio, o som das risadas despreocupadas, mesmo que um futuro incerto pairasse sobre eles, infortúnios que jamais poderiam desconfiar.
Ele não poderia negar que também foram anos difíceis, mesmo que tentasse não transparecer; estava como tutor dos três semideuses, além disso, não poderia faltar com suas responsabilidades como político e general, e de toda a mobilização feita de forma sorrateira para colocar seus planos contra os persas em andamento sem levantar suspeitas da oposição, que só aguardava um momento oportuno para ludibriar as mentes de um povo facilmente acometido pelo pânico.
Todavia, se ele pudesse escolher, ele teria servido a Athena quantas vezes fosse preciso, jamais alcançaria tamanha plenitude como agora, vivendo na companhia desses três semideuses. Silena, a filha da deusa do amor, era dotada da capacidade de encantar a todos ao seu redor com apenas um olhar ou um sorriso terno, nem mesmo o homem ou mulher de coração mais duro era forte o suficiente para resistir à pequena menina de cabelos negros e olhos azuis... Temístocles sempre tinha problemas para lhe negar alguma coisa.
Perseu, filho do deus dos mares, o general jamais conhecera um garoto tão enérgico como ele, o menino poderia ser facilmente distraído quando se tratava de seus estudos, mas tornava-se um furacão quando estavam em treinamento e seus olhos verdes se iluminação toda vez que tinha a oportunidade de presenciar o belo Egeu; nascera para a navegação e não restavam dúvidas ao seu tutor que muito em breve estaria pelo mar, o seu verdadeiro lar.
Também havia Annabeth, filha da sabedoria, dos três a garotinha era a que passara por mais provações até então... Não fora das tarefas mais fáceis convencer os magistrados e distintos membros da Assembléia - não apenas por ser uma garota, já que desde a disputa entre Athena e Poseidon as mulheres não possuíam voz em decisões ou direitos políticos; no entanto a semideusa era o seu maior orgulho e aos poucos também era olhada com respeito e adoração pelos cidadãos da pólis, possuía uma aura perspicaz e inteligência que só poderia advir de uma legítima filha de Athena.
~***~
Perseu não era do tipo de garoto que ficava desanimado por acordar cedo, era verdade que ele dormia pesado como uma vítima da medusa e Annabeth sempre que possível gostava de salientar que ele babava quando dormia, entretanto normalmente quando ele despertava antes do previsto significava que sairia para a cidade com o seu pai adotivo e tutor. Annabeth e Silena provavelmente ainda desfrutavam de um bom sono e àquela hora suas chances de ir até o porto eram ainda maiores.
Temístocles tentava não sorrir da feição apática que se apoderara do menino aos poucos quando os dois tomaram a Via Panatenaica, ele sabia bem o que aquilo significava. Cedo eles se dirigiram para a Ágora e por mais que ali fosse quase como um ponto de encontro entre todos os tipos de pessoas não se poderia dizer que era o local favorito do filho de Poseidon; Perseu preferia passar seu tempo sob o sol e a maresia do porto de Pireus, ouvindo as histórias empolgantes dos mais velhos sobre os monstros marinhos e ajudando os pescadores que sempre lhe davam presentes e insistiam educadamente para que lhes acompanhassem, ter a cria do deus dos mares era sempre sinal de bons frutos. O pequeno Perseu conseguia facilmente prever os piores dias, mesmo quando tudo aparentava estar bem, onde seria o melhor local para lançarem a rede... Desafiava o conhecimento até mesmo de velhos lobos com mais conhecimento sobre aquelas águas turbulentas do que ele tinha em contagem de anos de vida e o menino nunca estava errado.
Indiscutivelmente era um ponto de encontro de políticos e servidores, entretanto a Ágora também abrigava um pouco de tudo, desde templos religiosos, o mercado que fervilhava com a compra de alimentos e mercadorias de todas as partes, bem como o ponto preferido pelos filósofos para passar seus ensinamentos. Perseu caminhava teatralmente com os ombros caídos, sequer queria olhar para a construção do Estoa Pintado, não que fosse algo sem valor, muito pelo contrário, sua parede revertida por pinturas incluindo a batalha de maratona era de fato uma obra incrivelmente bela e ele sequer entendia algo de arte, mas ali também era o recinto onde por obrigação participava das aulas... Aquilo não era pra ele, definitivamente era mais a cara de Annabeth. Ah sim... Ela se destacava nas aulas, mesmo que fosse a única garota entre os demais, era inteligente, dedicada e competitiva em tudo o que se empenhava em fazer.
Não era algo raro ver a filha de Athena com seus cabelos dourados ondulando com o vento enquanto a mesma se dirigia em direção aos templos, os monumentos centrais da Ágora. Ali havia um templo para Apolo Patroos, pois os mesmos acreditavam que a tribo que dera origem aos atenienses descendia do deus sol, porém os passos já automáticos da semideusa sempre se voltavam para o maior monumento presente na colina, o imponente Hephaisteion, aquele que era dedicado não apenas à Hefesto, como também a sua mãe, Athena Érgane, deusa dos trabalhos manuais e das artes. Perseu sempre acompanhava as mãos pequenas e habilidosas de garota ao elaborar delicadas esculturas de barro para presentear a Olimpiana.
-Parece um pouco desmotivado hoje... - comentou o mais velho lhe bagunçando os cabelos negros que já eram rebeldes por si só. - não notou algo de diferente?
O menino deixou os pensamentos avoados de lado para dar atenção ao mais velho, ajudou-o com as mercadorias compradas, seus olhos verdes focaram nos azuis com curiosidade, ele tentou fazer alguma ligação, demorando um pouco mais do que com certeza Annie faria... Um sorriso largo se fez presente em seu rosto, será que estava certo?! Afinal se não fosse para algo em especial Temístocles não lhe levaria até a Ágora tão cedo, fora que se fosse apenas pela compra de mantimentos e afins seu tutor poderia simplesmente ter enviado alguns dos seus servos.
-Teremos visita?! - seu tom saiu um pouco mais alto do que realmente gostaria, mas não foi repreendido por isso, as conversas paralelas entre comerciantes, compradores e afins abafava qualquer falha de sua parte.
Em confirmação o loiro deu um breve sorriso, os olhos do semideus brilhavam quase como pedras preciosas, preferia sua afobação disfarçada de felicidade a vê-lo amuado.
~***~
-Vamos lá, você consegue fazer melhor que isso! - incentivou o garoto arfando levemente enquanto desviava do golpe que lhe foi direcionado com facilidade graças ao seu porte e treinamento.
Sua parceira de brincadeiras nada falou, apesar de ter escutado um resmungo por não ter lhe acertado em cheio, apenas se empenhou em se livrar da mão sobre a sua cabeça que lhe mantinha distante.
-Ainda vou ser grande o suficiente para lhe presentear com um soco bem dado. - praticamente rosnou as palavras ao jogar-se com toda força por cima dele.
-Ah sua cobrinha sorrateira... - o mais velho elevou sua voz com o movimento surpresa. - farei que nem Apolo e derrotarei você!
Os dois saíram embolados pelo local, cada um procurando uma forma rápida de subjugar o outro enquanto riam, proferindo palavras nada bonitas a quem os escutasse.
Qualquer mãe fora de Esparta desaprovaria aquele comportamento, principalmente se essa mãe fosse uma rainha, mas esse não era o caso de Gorgo. A morena recostou-se em um dos pilares de sustentação, seus olhos pousaram de forma orgulhosa sobre o forte garoto de 12 anos e a menina com quase 8 anos, apesar de que ver os dois príncipes levantando poeira pelo pátio central não fosse dos feitos mais admiráveis.
Bastou apenas um leve pigarro para que as duas crianças ficassem de pé como se nada estivesse acontecendo. A mulher quis rir, mas tentou segurar a expressão séria enquanto analisava os rostos sujos, os múltiplos arranhões pelos corpos desprovidos de qualquer peça e os cabelos despenteados.
-O que eu devo fazer para mantê-los decentes por pelo menos uma fração de segundo?!
Tentaram não se olhar, mas ao mínimo relance começaram a rir, estavam pior que dois mendigos que peregrinavam de cidade em cidade. A rainha os acompanhou, mesmo que o fizesse de forma comedida, sentiria falta de tê-los sobre os seus braços e olhos protetores. Mark muito em breve seguiria para o treinamento mais rígido, faria patrulhas, comungaria com os seus Pares, voltaria para a residência familiar apenas em momentos específicos ou se tivesse ordens para tal; já Clarisse, ela lhe veria apenas no final do dia, provavelmente exausta demais para dividirem mais do que algumas poucas palavras.
-Ora, ora... O que temos aqui?
A voz masculina e pesada se fez presente, atraindo a atenção dos três, as duas crianças sorriram e partiram rapidamente para cima do homem, projetando o peso dos seus corpos contra aquela muralha de músculos e carne.
-Dois contra um me parece um número favorável! - disse tratando os dois como oponentes perigosos e como tal se desvencilhou da tentativa sempre frustrada de lhe derrubarem contra o solo. - só isso?! Pensei que teria um pouco mais de diversão... - confessou falsamente desapontado enquanto eles se debatiam, cada um preso por um de seus braços fortes.
Soltou-os assim que se aproximou da rainha, lhe depositando um beijo breve em sua fronte. A mulher repetiu o gesto, lhe lançando em seguida um olhar receoso. Ele sabia o seu significado, não lhe parecia seguro que tomasse caminho para a Ática sozinho com a criança, mas ele sempre tinha uma forma de lhe tranquilizar e pelo que havia conversado, aquela seria a última vez que se veriam naquelas condições.
-Dei-me algum tempo para lhe deixar como uma criança novamente antes que partam. - comentou enquanto olhava para Clarisse que se balançava nos calcanhares descalços de forma culpada. - não quero dar ainda mais motivos para que aqueles abanadores de língua achem que somos bárbaros sem educação.
Leônidas fez um breve sinal com a cabeça enquanto a rainha levava uma Clarisse não muito animada com a realidade de um banho. Enquanto Gorgo cuidaria da pequena princesa travessa, o rei entreteve o filho com a conferência de alguns poucos itens e claro, com histórias e lições que o garoto não se cansava de escutar, mesmo que fosse rodeada delas todos os dias no ginásio de treinamento.
De fato não demoraram muito, Clarisse estava limpa, com o cabelo penteado e trançado, uma túnica vermelha simples, gostava da cor e algo lhe dizia que era o mais próximo que poderia ter no momento de um "manto escarlate".
-Parece que alguém passou perfume... - brincou Mark tendo ciência que o comentário irritaria a irmã mais nova.
Gorgo sabia onde o filho queria chegar com aquilo e lhe olhou de uma forma que o fez engolir a própria voz, preferia ter de enfrentar uma leoa a ir contra as ordens de sua progenitora.
-Clarisse, me prometa que dessa vez não vai causar problemas. - a menina ficou vermelha quando a voz e os olhos claros se voltaram para ela.
-Porque não posso me casar com ela? - ela cruzou os braços sobre o peito e encarou os demais mesmo que ainda apresentasse traços de rubor.
Leônidas pressionou os lábios, por mais que normalmente fosse conhecido por sua seriedade e pelo medo que causava por onde passava com o seu exercício, ali, longe de seu ofício, o rei apenas tentava conter o sorriso ao recordar-se da última travessura de sua pequena protegida.
-Você é muito pequena para pensar nisso... - Gorgo tentou contornar aquela ideia fixa que não sabia de onde havia surgido.
-Mas o rei disse que um espartano tem de ser capaz de carregar sua própria esposa. - justificou-se pela primeira vez desde que todos começaram a lhe repreender pelo ocorrido. Ainda não conseguia entender porque estavam todos lhe olhando daquela forma.
-Ah, o "rei"... - a mulher agora direcionou o olhar para o moreno que encolheu os ombros como se não tivesse lhe incentivado a nada. - parece que o meu esposo precisa saber o momento certo para algumas conversas.
Um assobio característico pode ser escutado do pátio, era a hora de partir, mesmo que Leônidas não achasse necessário levaria um dos seus companheiros, Dienekes, até Atenas. Somente isso deixaria sua rainha mais tranquila.
-Clarisse... - a mulher voltou os olhos para a menina novamente que ajeitou a postura como um soldado bem treinado. Seus dedos correram pelos cabelos de tom escuro da semideusa. - apenas me prometa que não vai tentar trazer Annabeth como sua esposa novamente.
-Sim, minha senhora. - concordou a menina sem titubear, mesmo que lá no fundo ela ainda se sentisse um tanto desanimada com aquilo. Até mesmo Silena concordara em fazer a cerimônia.
Afinal e se outro chegasse e tomasse à dianteira ou levasse a filha de Athena?! Afastou os pensamentos que lhe fazia franzir o cenho; ela era filha de Ares, não deixaria que ninguém se aproximasse da garota loira de olhos cinzentos e também tinha Perseu, fizera o garoto-peixe prometer que ficaria de olho para que nada acontecesse as suas primas, apesar de ser um ateniense ele tinha lá suas qualidades.
-Quero que cuide disso durante o caminho, tudo bem?! - entregou uma sacola já conhecida pela menina, nela continha algumas guloseimas que ela certamente deixaria de comer para dividir com os amigos, também havia bolos de gergelim e figos cristalizados. - deixe um pouco para o rei. - lembrou-lhe apertando a ponta do nariz da pequena.
Clarisse a segurou como se fosse um tesouro a zelar. Normalmente cabia ao escudeiro de cada senhor cuidar das provisões, porém como não era uma expedição de guerra ela se sentia honrada em ocupar o posto. A rainha olhou para os lados, se certificando de que não havia ninguém por perto, escondeu uma pequena bolsinha de couro em sua túnica, a pequena tinha os olhos verdes atentos, não era permitido aos soldados portarem qualquer tipo de moeda.
-São apenas algumas "corujas", se pretende ter uma esposa algum dia precisa conquistá-la. - confessou a mulher com um sorriso aberto para logo em seguida voltar a sua pose austera. - compre algo para a filha de Athena.
Fim do capítulo
E aí meus queridos, gostaram do capítulo? Apesar de meio parado essa parte da infância em específico não vai demorar então peço um pouco de paciência com essa autora.
"Senta que lá vem história" de hoje é tão pouquinho que não da nem tempo de fazer a pipoca...
Quando Gorgo se refere as "corujas" no final do capítulo ela está se referindo aos dracmas usado pela maior parte da Grécia, em um dos lados havia uma coruja.
Não era permitido que os espartanos andassem com moedas, normalmente quem cuidava dessa parte financeira eram as mulheres, assim como também supervisionavam as terras que eram cultivadas pelos seus servos. Já em outras fontes diziam que eles andavam com uma moeda usada na própria pólis, maior e feita de ferro, assim fazendo com que eles não andassem com uma grande quantia devido o peso.
Um forte abraço a todos e nos vemos em breve!!! Deixem suas opiniões, é de grande importância para o meu trabalho.
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